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Comparativo de custo dos sistemas construtivos em alvenaria convencional e alvenaria estrutural para construção de habitações de interesse social na cidade de Santa Rosa - RS

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LUANDER BRANDÃO DE OLIVEIRA

COMPARATIVO DE CUSTO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM

ALVENARIA CONVENCIONAL E ALVENARIA ESTRUTURAL PARA

CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL NA

CIDADE DE SANTA ROSA - RS

Santa Rosa 2018

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COMPARATIVO DE CUSTO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM

ALVENARIA CONVENCIONAL E ALVENARIA ESTRUTURAL PARA

CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL NA

CIDADE DE SANTA ROSA - RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Paula Weber Prediger

Santa Rosa 2018

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COMPARATIVO DE CUSTO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM

ALVENARIA CONVENCIONAL E ALVENARIA ESTRUTURAL PARA

CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL NA

CIDADE DE SANTA ROSA - RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 25 de junho de 2018.

Prof. Me. Paula Weber Prediger (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade de Passo Fundo (UPF) - Orientadora Prof. Me. Diorges Carlos Lopes Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Thiana Dias Herrmann (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

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Dedico este trabalho a toda minha família, que foram os grandes incentivadores e motivadores

para a conclusão de mais esta etapa em minha vida.

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Aos meus pais pela vida e por sempre prestarem o auxílio necessário para a realização deste sonho, que é a conclusão do curso. Em especial a minha mãe Mari Inês Brandão, por seu meu porto seguro e a pessoa que mais me incentivou e incentiva para a conclusão de cada etapa da minha vida, sendo ela acadêmica ou pessoal. Quero que saiba que o que eu faço é para minha felicidade e para meu futuro, mas a maior das minhas preocupações é te dar sempre orgulho.

Ao meu irmão Lucas Brandão e minha cunhada Daniele Stamberg que me despertaram o interesse na área da minha graduação por serem Engenheiros Civis e fizeram com que eu me identificasse com o curso. Obrigado meus exemplos de profissionais.

A minha família em geral, que sempre torceu pela minha felicidade e também me incentivou inúmeras vezes para a conclusão desta etapa. Pai, Vôs, vós, irmãos, cunhadas, padrinhos, madrinhas, tios, tias, primos, afilhado, vocês também foram a base para essa realização.

Aos amigos, de perto e de longe, que por mais que estejam só esperando a festa de formatura, sempre me questionaram sobre o curso e se eu seria realmente um Engenheiro, o qual me fez pensar inúmeras vezes se eu realmente queria exercer essa função em minha vida. Obrigado por entenderem as minhas poucas ausências, quando necessário para a conclusão das atividades acadêmicas.

As minhas orientadoras e incentivadoras Prof. Marcelle Bridi Engler, por iniciar esta conclusão comigo, me prestando todo auxílio com dicas e ensinamentos que vieram de complemento para a execução deste trabalho e Prof. Paula Weber Prediger, a qual eu devo todo meu reconhecimento e toda minha admiração, pela exemplar professora e orientadora que foste. Tenhas certeza Paula, que se hoje me formo como Engenheiro Civil, é por você ter me ajudado (e muito) na finalização deste trabalho, e por ser a melhor orientadora. Meu eterno agradecimento.

A Deus, pela vida e por me dar saúde e força para conseguir concluir esta etapa, por mais difícil que pareceu às vezes com os contratempos.

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Tudo o que um sonho precisa para ser realizado, é alguém que acredite que ele possa ser realizado.

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OLIVEIRA, B. L. Comparativo de Custo dos sistemas construtivos em Alvenaria

Convencional e Alvenaria Estrutural para construção de habitações de interesse social na cidade de Santa Rosa - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia

Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

A moradia é uma necessidade básica de todo ser humano, bem como a aquisição da casa própria é um sonho em comum de todos, principalmente quando possibilita uma modificação ou uma ampliação, seja pelos desejos ou pelas necessidades de seus moradores. Nos últimos anos, o Governo Federal tem inserido programas para diminuir o déficit habitacional, como o Programa Minha Casa Minha Vida, que tem como objetivo oferecer condições para o financiamento de moradias para famílias de baixa renda, e famílias que precisam de melhores condições para habitar. O presente trabalho desenvolveu um estudo comparativo de custos entre os métodos construtivos referentes à uma habitação popular na cidade de Santa Rosa – RS, localizada na Auxiliadora II. A formalização do trabalho se decorreu através de um levantamento quantitativo, dos insumos através dos índices fornecidos pelo SINAPI, com base em um modelo de projeto padrão com acabamento básico de habitação popular da CAIXA. O intuito do projeto foi descobrir qual dos métodos é mais viável economicamente, levando em consideração o custo para a execução dessas habitações.

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OLIVEIRA, B. L. Comparativo de Custo dos sistemas construtivos em Alvenaria

Convencional e Alvenaria Estrutural para construção de habitações de interesse social na cidade de Santa Rosa - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia

Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Housing is every human being’s basic need as the acquisition of a house is everybody’s common dream, especially when there’s the possibility of change or extension, either by desire or necessity of the residents. In the last years, the Federal Government has introduced programs to reduce the housing deficit, like the Program My House, My Life, which purpose is to offer conditions of financing homes for low-incomes families and for those who needs better conditions to live. The present work developed a comparative cost study between the constructive methods for a popular house in Santa Rosa – RS, located in Auxiliadora II. The formalization of this work was carried out through a quantitative survey and the inputs through the indices provided by the SINAPI, based on a standard project model with basic finishing of CAIXAS’s popular housing. The purpose of the project is to find out which method is more economically practicable, taking into consideration cost, availability of material, runtime, benefits and disadvantages for the execution of these dwellings.

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Figura 1: Estrutura de uma edificação em alvenaria convencional...28

Figura 2: Elementos que compõe uma edificação em alvenaria convencional...29

Figura 3: Estrutura de uma edificação em alvenaria estrutural............33

Figura 4: Elementos que compõe uma edificação em alvenaria estrutural..............34

Figura 5: Habitação Popular no bairro Auxiliadora II em Sta. Rosa/RS...39

Figura 6: Planta Baixa da Edificação...39

Figura 7: Corte da edificação...40

Figura 8: Fachada da edificação...40

Figura 9: Criando um orçamento...43

Figura 10: Menu de pesquisa...43

Figura 11: Procura dos itens...44

Figura 12: Escolha do item...44

Figura 13: Percentual de influência em relação a edificação...51

Figura 14: Percentual de influência em relação a edificação...53

Figura 15: Gráfico de barras comparativo...54

Figura 16: Pontos a serem grauteados verticalmente...57

Figura 17: Grauteamento vertical e cinta de amarração...58

Figura 18: Instalações hidrossanitárias em alvenaria Convencional...59

Figura 19: Instalações hidrossanitárias em alvenaria Estrutural...59

Figura 20: Instalações elétricas em alvenaria convencional...60

Figura 21: Instalações elétricas em alvenaria estrutural...60

Figura 22: Distribuição instalações hidrossanitárias no método convencional...61

Figura 23: Distribuição instalações hidrossanitárias no método estrutural...61

Figura 24: Distribuição instalações elétricas no método convencional...63

Figura 25: Distribuição instalações elétricas no método estrutural...63

Figura 26: Percentual de influência em relação a edificação...65

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Quadro 1: Quadro com divisão de grupos para orçamento...41

Quadro 2: Orçamento atualizado 2018...46

Quadro 3: Orçamento atualizado alvenaria convencional...51

Quadro 4: Orçamento original 2012 de alvenaria convencional...52

Quadro 5: Comparativo entre orçamento de 2012 e 2018...54

Quadro 6: CUB para 2012...55

Quadro 7: CUB para 2018...56

Quadro8: Metragem para instalação hidrossanitária em alvenaria convencional...62

Quadro 9: Orçamento de alvenaria estrutural...64

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANICER Associação Nacional da Indústria cerâmica BNDS Banco Nacional de Desenvolvimento Social BNH Banco Nacional de Habitação

CEF Caixa Econômica Federal CUB Custo Unitário Básico

ESF Estratégia de Saúde da Família FCP Fundação da Casa Popular

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FJP Fundação João Pinheiro

HIS Habitação de Interesse Social

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias

NBR Norma Brasileira Regulamentadora OGU Orçamento Geral da União

PAC Programa de Aceleração do Crescimento PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida PMSR Prefeitura Municipal de Santa Rosa PNH Plano Nacional de Habitação

PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar SFH Sistema Financeiro de Habitação

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO ... 13 1.2 PROBLEMA ... 14 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 15 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 15 1.2.3 Delimitação ... 15 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 16 2.1 HABITAÇÃO POPULAR ... 16

2.1.1 Histórico da Habitação de Interesse Social ... 16

2.1.2 Déficit Habitacional ... 19

2.1.3 Habitações Populares em Santa Rosa ... 20

2.2 FINANCIAMENTO PELA CAIXA FEDERAL ... 21

2.3 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 22

2.3.1 Graus do Orçamento ... 23

2.3.2 Custo ... 24

2.3.3 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) ... 24

2.3.4 Sinapi... 25

2.4 APRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS... 27

2.4.1 Alvenaria ... 27 2.4.2 Alvenaria Convencional ... 28 2.4.2.1 Metodologia de Execução ... 30 2.4.2.2 Vantagens e Desvantagens ... 31 2.4.3 Alvenaria Estrutural ... 32 2.4.3.1 Metodologia de Execução ... 34

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3.2 DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA ... 41

3.3 DEFINIÇÃO DAS DIFERENÇAS ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS ANALISADOS ... 45

3.4 DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA PARA O MÉTODO DA ALVENARIA ESTRUTURAL ... 45

3.5 ANÁLISE COMPARATIVA ... 45

4 RESULTADOS ... 46

4.1 PLANILHA ORÇAMENTÁRIA ALVENARIA CONVENCIONAL ATUALIZADA ... 46

4.2 DEFINIÇÃO DAS DIFERENÇAS ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS ANALISADOS ... 56

4.3 PLANILHA ORÇAMENTARIA ALVENARIA ESTRUTURAL ... 64

4.4 COMPARATIVO ORÇAMENTÁRIO ENTRE MÉTODOS CONCSTRUTIVOS ... 65

5 CONCLUSÃO ... 68

6 REFERÊNCIAS ... 70

ANEXO A – PLANTA BAIXA EDIFICAÇÃO REALIZADA EM 2012. ... 766

ANEXO B – ORÇAMENTO ALVENARIA CONVENCIONAL 2012 ... 777

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1 INTRODUÇÃO

É necessidade do ser humano um lugar para se abrigar e descansar, no entanto, para famílias de baixa renda, é um desafio construir uma habitação com os recursos disponíveis. Desta forma este trabalho foi desenvolvido destacando a importância do estudo de construções de habitações de interesse social, procurando encontrar diferenças de custos relacionadas a diferentes sistemas construtivos.

1.1 CONTEXTO

Habitação é o espaço ocupado pela população para realizar as tarefas do dia a dia, como alimentação, convívio social e descanso e num âmbito geral, tem como conceito de abrigo. A habitação deve conter um espaço seguro, confortável e salubre para a realização das tarefas (ABIKO, 1995).

Sempre foi desejo do ser humano a aquisição de uma moradia, frente a isso, é de grande importância para a sociedade à construção de residências. Porém, o homem convive com uma enorme desigualdade na distribuição de renda, com a insuficiência socioeconômica e um elevado nível de pobreza (BARROS; HENRIQUES; MENDONÇA, 2000).

Há muito tempo, o Governo Federal dedica-se para proporcionar a realização do sonho de uma casa própria, através da construção de empreendimentos econômicos (Habitação de Interesse Social – HIS) para classes sociais de baixa renda. Sendo assim, Medeiros (2007), afirma que a frente da população de baixa renda e da incapacidade de pagar por uma habitação adequada, se faz extremamente necessária a intervenção do Estado para a aquisição e reforma de habitações. Sendo assim, tomou-se iniciativa durante a década de 1930, quando o Estado começou a se preocupar com o aumento do déficit habitacional, e então, pela primeira vez assumiu a responsabilidade pela oferta de habitações (FARAH, 1985).

O termo Habitação de Interesse Social ou Habitação Social é usado pelo extinto BNH – Banco Nacional da Habitação e define uma série de soluções de moradia voltadas à população de baixa renda, induzidas pelo poder público. Este termo vem sendo utilizado por várias instituições na área habitacional (ABIKO, 1995).

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Amancio, Fabrício e Filho (2012) relatam que o desenvolvimento da construção civil e a introdução de produtos inovadores dentro do setor, ocorrem devido à diferença gerada pela mistura de atividades com diferentes graus de complexidade, relacionadas a produtos diversificados e com processos tecnológicos variados que sejam adequados a cada tipo de demanda. Porém, esses autores alegam que a introdução das inovações tecnológicas na Construção Civil ocorre de forma mais devagar se comparada a outros setores, pois depende da natureza física da construção, da organização econômica e social e do contexto cultural no qual está inserido.

1.2 PROBLEMA

De acordo com a PINI – Serviços de Engenharia (2007), para se obter sucesso, em termos de custo, na execução de qualquer empreendimento, é necessário saber a previsão de recursos referente ao projeto de construção. Nesse sentido, há vários fatores que justificam as variações nos custos da construção, devidos a produtividade variável da mão de obra, consumo variável de materiais e a utilização de equipamentos.

Sistemas construtivos convencionais marcam a construção civil, porém, diante de novos materiais e tecnologias, o setor tem procurado adquirir novas conclusões industriais para atender demandas crescentes e características, tais como produção padronizada, mão de obra qualificada, racionalização dos processos, insumos e possibilidade de controle no cronograma da obra, redução do tempo de execução, e diminuição do custo da obra. Princípios característicos dos sistemas industrializados que vão de encontro aos problemas intrínsecos da construção artesanal (SANTIAGO, 2008 apud GARCIA, 2013).

Os custos de construção de uma edificação variam em função dos sistemas construtivos especificados, no entanto, com a escolha de um determinado sistema, serão afetadas diferentes partes da construção, que, em função disso, também apresentarão diferença de custo. É necessário, portanto, entender as diferenças construtivas e as diferenças de valores para que seja possível definir, para uma determinada edificação, qual é o sistema construtivo mais adequado.

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1.2.1 Questões de Pesquisa

A questão principal de pesquisa deste trabalho foi: Qual, entre dois métodos construtivos analisados, é mais vantajoso em questões de custo para execução de Habitações de Interesse Social na cidade de Santa Rosa – RS?

As questões secundárias do trabalho foram: Quais as diferenças entre os métodos construtivos de alvenaria convencional e estrutural? Quais as vantagens e desvantagens de cada um? Quanto custa a construção de uma residência considerando cada um dos sistemas construtivos?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

O objetivo primordial desse estudo é definir qual método construtivo, entre dois métodos analisados, é mais vantajoso em questões de custo em uma Habitação de Interesse Social na cidade de Santa Rosa.

Os Objetivos específicos são:

a) Conhecer os métodos construtivos de alvenaria convencional e alvenaria estrutural.

b) Conhecer quais as diferenças na execução dos métodos;

c) Analisar um orçamento realizado para a construção de residências populares no ano de 2012;

d) Atualizar esse orçamento, com valores para o ano de 2018; e) Orçar a mesma edificação, com outro sistema construtivo; f) Realizar análise comparativa entre os orçamentos.

1.2.3 Delimitação

A pesquisa será delimitada a partir de materiais científicos, sobre os métodos de construção empregados na Engenharia Civil, em Habitações de Interesse Social, e será feito comparativo orçamentário através de valores da Tabela SINAPI, levando em consideração a diferença do custo total entre os métodos estudados, para determinar qual tem menor custo e se pode ser empregado como alternativa nas habitações da cidade em questão.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste item, vão ser apresentados as principais definições e conceitos sobre habitações populares, financiamento, orçamento, custo, sistemas construtivos e também histórico das habitações, como está inserida na cidade de Santa Rosa/RS.

2.1 HABITAÇÃO POPULAR

A habitação popular é um termo que envolve todas as soluções que se destinam ao auxílio de necessidades habitacionais voltadas para a população de baixa renda (ABIKO, 1995). Habitação popular é, “habitação social, habitação para população de baixa renda, habitação de interesse social” (VERONEZI; LIMA JUNIOR, 2007, p. 3).

Em uma concepção mais atual sobre habitação popular os autores Ferreira e Freire (2015), afirmam que são habitações destinadas a pessoas em situações de riscos sociais (mulheres chefe de família, pessoas com deficiência) e ambientais (famílias que foram desabrigadas ou vivem em áreas de risco), não designando mais a categoria de trabalhadores, e sim, famílias com renda menor em situação de risco social e ou ambiental.

2.1.1 Histórico da Habitação de Interesse Social

Na época da Revolução Industrial, a sociedade passou por enormes mudanças, formando aglomerados populacionais, o qual motivou o surgimento das primeiras favelas e cortiços. Em consequência, com a produção em massa e o desenvolvimento tecnológico, surgiram as primeiras políticas habitacionais, ligadas aos regimes autoritários e ditatoriais, com o objetivo de dominar a população. Porém, as pessoas ficaram descontentes com os grandes complexos habitacionais, gerando julgamentos e críticas a essas políticas, ganhando representatividade através de organizações sindicais (VIANA; WANDERLEY FILHO, 2004).

Para Reis (1992), a habitação social aparece no país como decorrência da demanda de um elevado número de habitações, em decorrência do fim do trabalho escravo e das migrações aguçadas do meio rural para as cidades e, fundamentalmente, em decorrência da industrialização acelerada e do próprio crescimento da população brasileira.

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De acordo com o que diz Brito (2009), no Brasil, as primeiras preocupações com habitações de interesse social surgiram ainda no século XIX, quando a expansão das cidades começou a representar uma coação para as condições de saúde da população.

Para Valladares (2005) e Bonduki (2004), o Estado iniciou às ações no setor de habitação ainda na década de 40, período em que a maioria da população morava em casas alugadas. Uma tática governamental para a diminuição do custo da moradia foi o congelamento dos alugueis, transferindo ao Estado e aos próprios trabalhadores a responsabilidade de construir suas moradias, tendo como consequência o surgimento de loteamentos periféricos, favelas e outros assentamentos informais (BONDUKI, 2004).

Conforme Jacques (2008), dos anos 30 em diante, os Órgãos Governamentais desenvolveram políticas de atendimento habitacional às classes produtivas, especialmente aos trabalhadores dos transportes e das indústrias, em detrimento da população sem renda e carente, que viria a aumentar a ocupação de morros nas grandes cidades. Frente às necessidades de maiores investimentos habitacionais, o governo iniciou, aos poucos, a tentativa de solucionar o problema com a criação de programas habitacionais, como a Fundação da Casa Popular (FCP), criado em 1946 (JACQUES, 2008).

Nessa Fundação, ocorreu a primeira experiência destinada a diminuir os problemas habitacionais da população de baixa renda. Esta, voltada exclusivamente para a provisão de residências a populações de pequeno poder aquisitivo (AZEVEDO; ANDRADE, 1982). Porém, sem uma fonte própria de recursos, durante quase duas décadas a FCP teve uma atuação imprópria ao auxílio das famílias de baixa renda, contando apenas com o atendimento a grupos políticos específicos (D'OTTAVIANO, 2014).

Antes da criação da Fundação Casa Popular em 1946 já aconteciam movimentações de inúmeros institutos de aposentadoria e pensão (industriários, comerciários, bancários, etc.) criados a partir do ano de 1930 votados à construção de casas populares em grande escala. Porém, atuavam normalmente de maneira fragmentária, tendo sua atividade, nesse campo, considerada como secundária e atingindo um pequeno número de seus associados (AZEVEDO, 1988).

A palavra “popular” até os anos de 1964, não queria dizer moradores de periferias e favelas, mas sim a moradores que possuíam carteira assinada. Desta maneira, os moradores das

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periferias e favelas se distanciavam do perfil dos programas ocupando outros locais que oportunizavam o surgimento das áreas ilegais e o agravamento do problema social do país (FERREIRA; FREIRE, 2015).

Conforme D’Ottaviano (2014), a FCP foi extinta no mês de abril do ano 1964, e em agosto do mesmo ano, foi fundado o Plano Nacional de Habitação (PNH), acompanhado pela criação do Banco Nacional de Habitação. Segundo Azevedo e Andrade (1982), o BNH tinha funções de órgão central dos Sistemas Financeiros da Habitação e do Saneamento, com aptidão “[...] para “orientar, disciplinar e controlar o Sistema Financeiro da Habitação”, para promover a construção e a aquisição de casa própria, especialmente pelas classes de menor renda” (AZEVEDO; ANDRADE, 1982, p.43).

D’Ottaviano (2014) afirma que, pouco mais de 20 anos, o BNH foi encarregado pela política habitacional do Brasil, por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Todavia, devido ao crescimento populacional, as novas moradias não preencheram a demanda. Também ocorreu a produção em massa, com a construção de grandes conjuntos periféricos, atribuído a famílias com renda superior a cinco salários mínimos. Por fim, ainda conforme a autora, em 1986, o agravamento da crise econômica, culminou com o fechamento do BNH.

O projeto social criado em torno do BNH não obteve sucesso. A política de comprovação de renda já que o imóvel seria financiado, retirou a possibilidade de uso do plano da população que mais necessitava. Os benefícios do plano foram para classes de renda média e alta. Esta ausência de lucro se sustentou até novembro de 1986, quando o governo Sarney decide fechar a instituição. As funções do órgão público, assim como seus funcionários foram espalhadas a outros órgãos, em especial a Caixa Econômica Federal (CEF) (MEDEIROS, 2010).

Segundo Bonduki (2008) entre o fim do BNH até a criação do Ministério das Cidades em 2003, não existia setor do governo federal especifico para esse problema, a política habitacional era subordinada a sete ministérios, sendo assim, não possuía estratégia definida e não era organizada para enfrentar o problema.

Em 2007 foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e em 2009 sua segunda versão, com ações políticas governamentais que contribuíram para o desenvolvimento do setor da construção de habitações populares (CARVALHO, 2011).

Criado com base nas diretrizes da Política Nacional de Habitação e lançado em 2009, o programa governamental Minha Casa Minha Vida (PMCMV) é o mais recente programa voltado

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à habitação. O PMCMV é uma política habitacional elaborada para solucionar as principais causas estruturais do déficit habitacional brasileiro. Para tal, a CEF foi delegada como agente executor do programa, que possui um longo histórico de parceria com o Governo Federal no progresso de políticas sociais junto às classes de baixa renda da população (D’AMICO, 2011).

O PMCMV difundido pelo governo federal dispõe de ajuda estatal para a aquisição da primeira residência a famílias com renda de até dez salários mínimos. No programa são definidos segmentos de renda que concedem subsídios dependendo da renda familiar, ou seja, quanto maior a renda familiar, menor o nível de subsídio (CEF, 2012).

Lima (2010), aborda que, os programas sociais implementados pelo poder Estatal tentam resolver os problemas relacionados à habitação para classes de menor poder aquisitivo. Isso não significa que irão promover a melhoria da qualidade de vida. “[...] uma vez que a qualidade de vida está associada a múltiplas facetas relacionadas aos aspectos individuais, coletivos e políticos” (LIMA, 2010, p. 11).

Segundo Corrêa (2012), a ideia inicial do programa era construir um milhão de habitações, sendo as famílias com renda de até três salários mínimos as priorizadas. Deste modo, o programa procura contribuir na diminuição do déficit habitacional, por tanto, cria parcerias com estados e municípios.

2.1.2 Déficit Habitacional

Segundo a Fundação João Pinheiro (2005), o conceito de déficit habitacional, está relacionado às carências do estoque de moradias. Este conceito pode ser dividido em “déficit por incremento do estoque”, que considera as moradias improvisadas e a coabitação familiar, que representa a soma de famílias que moram junto à outra família em um mesmo domicílio e das que vivem em cômodos cedidos ou alugados, e o “déficit por reposição do estoque”, que engloba todas as residências que devem ser repostas, pois não apresentam condições de serem habitadas devido à precariedade das construções, incluem-se os domicílios rústicos que não apresentam paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, resultando em desconforto para os moradores e risco de contaminação por doenças.

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2.1.3 Habitações Populares em Santa Rosa

O crescimento populacional de Santa Rosa se dá através da imigração da população dos municípios da região em busca de emprego. Tal imigração faz com que essas pessoas que vem morar no município, acabem habitando em lugares sem as mínimas condições. Diante disso, apresenta-se a necessidade de implantação de novas habitações para suportar o déficit habitacional do município (PMSR, 2012).

Segundo a Prefeitura Municipal de Santa Rosa (PMSR, 2012), além do crescimento populacional, a questão de carências nas áreas de saneamento, de higiene, moradias localizadas na beira dos rios, famílias com renda baixa, casas que precisam de melhorias, também vem de encontro a criação de habitações em locais apropriados para o ser humano habitar com condições de conforto e salubridade necessárias.

Para a quantificação e qualificação do quadro das necessidades habitacionais do município de Santa Rosa, foram adotadas duas estratégias principais. A primeira delas utiliza os dados habitacionais elaborados pela Fundação João Pinheiro (FJP), que têm por base os dados do Censo de 2000. Eles são importantes para a compreensão do quadro regional e para uma estimativa da demanda futura por HIS na escala municipal (PMSR, 2012).

Ainda segundo a Prefeitura, a segunda estratégia foi a construção de informações sobre o setor habitacional com base em dados municipais. Essas informações incluem um levantamento realizado junto aos agentes de saúde locais que atuam no Programa Estratégia de Saúde da Família (ESF). Outras informações e cadastros existentes na Prefeitura foram utilizados, como o Cadastro Único (CAD-Único) e o cadastro da Secretaria de Habitação e Mobilidade Urbana. Com o comparativo e análise desse conjunto de informações, buscou-se uma aproximação da realidade local para caracterizar o quadro de necessidades habitacionais do município contando especialmente com o conhecimento local dos gestores municipais.

A prefeitura municipal atua fortemente desde o ano de 2006 para minimizar essa necessidade, buscando investimentos para a construção de habitações (PMSR, 2012). A produção pública municipal de habitação de interesse social, em Santa Rosa, tem sido de razoável proporção e ocorre apenas mais recentemente. O município retrata o quadro padrão dos municípios brasileiros que historicamente, pela falta de financiamentos, investiram muito pouco na questão habitacional. Mesmo a produção sendo insuficiente diante da demanda destaca-se a

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baixa capacidade de investimento municipal e a dificuldade de acesso aos recursos hoje disponibilizados. O incentivo a produção privada, por sua vez, e o próprio incremento da produção pública depende da maior oferta de terra urbanizada (PMSR, 2012).

A implantação de um Plano Local de Habitações de Interesse Social teve a finalidade de criar novas condições de gestão da política habitacional no município apontando os caminhos a serem percorridos para a diminuição das necessidades habitacionais e projetando o seu futuro (PMSR, 2012).

Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social de Santa Rosa estabelece como prioridade para o atendimento, famílias que recebem até três salários mínimos de renda familiar, e que apresentam uma parcela significativa da população do município com dificuldades de acesso à moradia pelo mercado regular, moradias com ausência de banheiro, famílias que estão em áreas de risco e famílias que precisam de melhorias em suas habitações para poder habitar de forma salubre (PMSR, 2012).

A produção habitacional de interesse social do município de Santa Rosa começa a se consolidar de forma mais contundente e a ser viabilizada através de parcerias com programas de outras esferas governamentais (PMSR, 2012).

Entre os anos 2009 a 2012, foram inseridos 183 lotes e unidades habitacionais de loteamento Auxiliadora II em Santa Rosa, que serviram para o reassentamento de 140 famílias situadas nas áreas de risco e 43 famílias situadas em áreas de preservação ambiental.

2.2 FINANCIAMENTO PELA CAIXA FEDERAL

No Brasil, a Caixa Econômica Federal é o agente financiador de conjuntos habitacionais. Isso se dá pelos benefícios e vantagens que ela fornece para essas construções.

Segundo Caixa Econômica Federal (2016), existe uma meta de construir um milhão de habitações, dando prioridade às famílias com renda de até três salários mínimos, no Programa Minha Casa Minha Vida, mas também o programa abrange famílias com renda até 10 salários mínimos.

Para obter as habitações na cidade, as edificações passam por alguns processos como a alocação de recursos por área do território, apresentação de projetos pelas empresas interessadas, estados e municípios realizam cadastros e fazem triagem indicando as famílias para seleção de

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acordo com o CAD Único e as construtoras apresentam projetos ás superintendências regionais da CAIXA, a qual faz a análise de projeto, contrata a operação, acompanha a obra, libera recursos e realiza a comercialização (CEF, 2018).

A CEF trabalha com uma relação de itens a qual julga fundamental para a aprovação do empreendimento, pois não há um padrão de exigência pelos estados e municípios. São alguns deles a construção de até 500 unidades, ter serviço público passando pela área a ser edificada como transportes, iluminação, coleta de lixo, abastecimento de agua, esgoto sanitário, drenagem pluvial (CEF, 2018).

Já para a construção das casas, segue-se um padrão pré-determinado pela própria CEF, como ter pé direito de no mínimo 2,40 metros, a largura das portas devem ser no mínimo de 0,80 centímetros, garantindo acessibilidade, deve ser previsto guarda corpos para terrenos com desníveis, prever impermeabilização entre fundação e alvenaria, cobertura ser telhado ou laje impermeabilizada com manta, utilizar madeira certificada ou proveniente da floresta, muros com altura mínima de 1,80 metros para fechamento das divisas, dentre outros itens (CEF, 2018). 2.3 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para Gonzáles (2008), o orçamento é quanto uma obra irá custar. Já para Ávila (2003), orçar é ter o conhecimento da quantidade de insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários para a realização da obra ou serviço bem como saber os custos e o tempo de duração dos mesmos.

“Os orçamentos são feitos através de tabelas ou livros, com base em composições de custos genéricas” (GONZÁLES, 2008, p.10).

Tisaka (2006) destaca a importância do orçamento nos tempos atuais, tendo que haver conhecimento adequado e suficiente nessa área, para não correr o risco de apresentar um preço fora da realidade do mercado e acabar perdendo clientes para a concorrência, ou ainda, definir um preço insuficiente para cobrir os custos e ter grandes prejuízos. Quando os orçamentos não são bem feitos, geram atrasos na obra, baixa qualidade dos serviços, paralisações, aumentos contratuais, entre outras consequências indesejáveis que podem levar a prejuízos incalculáveis para a economia pública.

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2.3.1 Graus do Orçamento

Antes mesmo do desenvolvimento detalhado de um projeto executivo, seja ele no setor público ou na iniciativa privada, há uma preocupação do gestor em ter um conhecimento do custo total do empreendimento (MATTOS, 2006). É uma preocupação bastante compreensível, pois é a partir dessa avaliação precedente que ele irá optar pelo prosseguimento do projeto, ou cortar partes, ou reduzir o padrão de acabamento, ou até mesmo abortá-lo se chegar à conclusão de que não dispõe dos recursos para realizar a obra. A estimativa preliminar e o estudo da viabilidade do projeto são de suma importância, pois eles que darão origem à edificação futura.

No caso de casas populares, que tem um projeto relativamente tradicional, com serviços bem conhecidos pela construtora, com registros de custos e obras similares e sem grandes indefinições e interferências a estimativa pode produzir números bem aproximados da realidade, podendo ela ser mais ou menos precisa (MATTOS, 2006).

A depender do grau de detalhamento de um orçamento, segundo Mattos (2006) ele pode ser classificado como:

a) Estimativa de custo - avaliação expedita com base em custos históricos e comparação com projetos similares. Dá uma ideia aproximada da ordem de grandeza do custo do empreendimento;

b) Orçamento preliminar - mais detalhado do que a estimativa de custos pressupõe o levantamento de quantidades e requer a pesquisa de preços dos principais insumos e serviços. Seu grau de incerteza é menor;

c) Orçamento analítico ou detalhado - o orçamento analítico vale-se de uma composição de custos unitários para cada serviço da obra, levando em consideração quanto de mão-de-obra, material e equipamento é gasto em sua execução. Além do custo dos serviços (custo direto), são computados também os custos de manutenção do canteiro de obras, equipes técnica, administrativa e de suporte da obra, taxas e emolumentos, etc. (custo indireto) e procura chegar a um valor bem próximo do custo "real", com uma reduzida margem de incerteza.

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2.3.2 Custo

A execução de um projeto está diretamente condicionada aos aspectos financeiros, ou seja, ao custo. Os custos podem ser classificados como diretos e indiretos (LIMMER, 1996).

Para Tisaka (2006) e Limmer (1996) custo direto é o gasto feito com insumos (mão de obra, materiais e equipamentos), que são necessários para à realização das atividades de execução do empreendimento, discriminados e quantificados em planilha orçamentária, obtidos pelo projeto.

Para saber o custo direto de algum serviço, deve-se ter definido a quantidade de material e o número total de horas e de pessoas necessárias para execução deste serviço, seja ele em m², m³, kg, etc., que, multiplicado pela sua respectiva quantidade define o custo direto do serviço (TISAKA, 2006).

Para Limmer (1996) e Tisaka (2006), custos indiretos são os que ocorrem mesmo não estando inclusos na composição de custo de um serviço, pode-se dizer que são os custos da administração central, não incorporados à obra, onde sua ocorrência é indispensável para execução como, por exemplo, salários de equipes de apoio e técnica, transporte de material, materiais de escritório, limpeza, taxas, impostos, seguros, entre outros.

Classificando os custos, além dos tipos de custos diretos e dos custos indiretos, pode-se incluir também o custo casual, que pode ocorrer em casos antecipados como prêmio e de multa por atraso (MATTOS, 2010).

2.3.3 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI)

‘’O preço de uma obra é formado por três componentes: Custos, despesas indiretas e benefícios PINI (2003 TCPO). A Taxa de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) representa a diferença entre o preço final da obra e seu custo’’ (SILVA, 2005 p. 6 e HUBAIDE, 2012 p. 15).

A sigla BDI vem do termo em inglês “Budget Difference Income”, sendo no Brasil a abreviação de “Bonificações e Despesas Indiretas”. Podemos definir como uma taxa empregue aos custos diretos, a fim de se definir o valor de venda de um determinado empreendimento.

Jungles e Avila (2006) dissertam que “o BDI, é um fator que engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o somatório das despesas indiretas incorridas, aí incluídos os tributos, o risco e outras despesas inerentes à execução de qualquer projeto”.

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O BDI é influenciado principalmente pela localização da obra, tipo de local de administração, impostos gerais sobre o faturamento (salvo leis sociais sobre a mão de obra aplicada no custo direto), editais a ser concorrido e porta do empreendimento, além de constar o lucro esperado pelo empreendedor (DIAS, 2011).

Para calcular o BDI, segundo Tisaka (2007) é oportuno se dispor de um conjunto de informações que irão constar na sua composição, como o custo direto, local da obra e sua distância da sede administrativa, período em que a obra será realizada, informações sobre a infraestrutura do local (água, energia, transportes, fornecedores, etc.), ISS da prefeitura, remuneração da administração local e sua despensa mensal, faturamento médio da empresa, tipo de contabilidade, taxas de juros e tributos, inflação e gastos comerciais.

No estabelecer as taxas equivalentes a cada item do BDI, a administração deve fundamentar claramente a origem destas, em função dos diversos tipos e portes de obras, não podendo a taxa, estar à vontade do responsável como forma de estabelecer o preço final do serviço, sem uma explanação de como foi calculada (INSTITUTO DE ENGENHARIA, 2011). 2.3.4 Sinapi

Segundo Golle (2015), o orçamento de programas habitacionais, quase sempre é controlado pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), tal sistema tem como responsáveis a Caixa Econômica Federal e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A CEF é responsável pela base técnica de engenharia, processamento de dados e o IBGE, pela pesquisa de preço mensalmente, metodologia e formação dos índices.

A coleta dos custos é feita por equipes estaduais do IBGE, nos primeiros quinze dias do mês de referência, a partir da adoção de conceitos e procedimentos semelhantes que permitam comparar os dados. Os preços de referência são obtidos na região metropolitana de cada Estado, e no cálculo dos custos não inclui outras despesas como a compra do terreno, licenças, certidões, habite-se, etc. (CAIXA, 2015).

Os principais insumos que participam dos custos de construção calculados pelo SINAPI, de acordo com o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (2016, on-line) são:

 Materiais básicos: argamassa para reboco/emboço, areia, cimento, cal, gesso em pó, pedra britada, saibro;

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 Aço: arame preto recozido, vergalhões, prego;

 Concreto e FC (fibrocimento): laje pré-moldada, bloco de concreto para alvenaria, telha de fibrocimento, caixa d’água de fibrocimento;

 Material cerâmico: tijolo maciço e furado, telha canal e francesa, tubo (manilha);

 Madeiras: aduela (batente), chapa de compensado, porta interna, janela, peças para telhado, pontalete, tábua para formas, taco para piso;

 Esquadrias: basculante de alumínio e ferro;  Ferragens para esquadrias: dobradiça, fechadura;

 Utilidades: armário plástico para banheiro, chuveiro elétrico, bancas de mármore e marmorite, cuba (pia de cozinha);

 Vidro: vidro liso para janelas;

 Revestimentos: azulejo, cerâmicas, chapa de laminado, carpete, mármore, piso vinílico;

 Material para pintura: massa corrida (base látex e base óleo), selador base acrílica, tinta (PVA e à óleo);

 Material para instalação hidráulica: tubos (FG, PVC e FF), registro, torneira, válvula de descarga, vaso sanitário, conjunto moto-bomba;

 Material para instalação elétrica: eletrodutos (ferro e PVC), fio de cobre, disjuntor, interruptor, tomada;

 Categorias profissionais: armador, bombeiro hidráulico, carpinteiro de esquadrias, carpinteiro de formas, eletricista, ladrilheiro, pedreiro, pintor e servente.

As composições do SINAPI acontecem por processo de comparação, a qual dimensiona a produtividade de mão de obra e equipamentos, perdas e consumos de materiais da construção civil. Ainda, ao se referir à aquisição dos preços dos insumos representativos na pesquisa mensal realizada, os mesmos são coletados em estabelecimentos previamente cadastrados pelo IBGE e que estejam regulares, pagando à vista, não incluindo o frete, exceto se for indicado na descrição do insumo (CEF, 2015).

De acordo com a CEF (2015), o valor da mão de obra é pesquisado nas construtoras ou entidades representantes das categorias profissionais, e correspondem a custos de equipes próprias, não sendo considerados custos de regimes de empreitada ou de terceirização.

Sobre os insumos de mão de obra incidem Encargos Sociais, de forma percentual, com cálculo específico para cada estado. Mensalmente, a CAIXA divulga dois tipos de relatórios de preços: (i) desonerados - consideram os efeitos da desoneração da folha de pagamentos da

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construção civil (Lei 13.161/2015), ou seja, obtidos com exclusão da incidência de 20% dos custos com INSS no cálculo do percentual relativo aos Encargos Sociais; (ii) não desonerados - consideram a parcela de 20% de INSS nos Encargos Sociais.

2.4 APRESENTAÇÃO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Neste item serão apresentados os sistemas construtivos em alvenaria convencional e estrutural, que são bastante utilizados na construção de habitações de interesse social. Pode-se ter noção das diferenças de cada método, qual material é utilizado para a construção, como se executa e algumas vantagens e desvantagens de cada um.

2.4.1 Alvenaria

“Chamamos de alvenaria o conjunto de peças justapostas coladas em sua interface, por uma argamassa apropriada, formando um elemento vertical coeso” (TAUIL & NESE, 2010). Ainda segundo estes autores, o conjunto harmônico serve para resistir a cargas oriundas da gravidade, promover segurança, impedir vazamentos em espaços, contribuir para a manutenção do conforto térmico, resistir a impactos, à ação do fogo, isolar e proteger acusticamente os ambientes, além de impedir a entrada de vento e chuva no interior dos ambientes.

Para Yazigi (2009, p. 455), “Alvenaria é conjunto de muros, paredes e obras similares, composto de blocos ou tijolos artificiais e/ou pedras naturais, ligados ou não por argamassa”.

A alvenaria consiste na utilização de elementos, concreto ou argila, de dimensões reduzidas acopladas entre si com o intuito de fechar um ambiente a fim de prover conforto, habitabilidade e segurança à edificação, dentro de um sistema estruturado. Pode-se assim dizer que a função principal da alvenaria seria a separação entre ambientes, principalmente à alvenaria externa, que é responsável pela separação do ambiente interno do externo. Para estar cumprindo essas funções previstas deve atuar como barreira (NASCIMENTO, 2004).

Nascimento (2004) diz que em nosso país, o uso da alvenaria como método construtivo é muito difundido e é avaliado como sendo o sistema principal para vedações, tanto interno quanto externo.

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2.4.2 Alvenaria Convencional

O termo alvenaria convencional será denominado nesse trabalho para edificações com estrutura em concreto armado e com vedação em blocos cerâmicos, muito utilizado e conhecido na região Sul do Brasil.

Alvenaria convencional consiste no fechamento da edificação entre as colunas e vigas que não contribui diretamente com a estrutura do projeto. A estrutura tem como composição pilares, vigas e lajes de concreto armado, sendo que os vãos entre as partes da estrutura são preenchidos com tijolos cerâmicos ou de concreto para vedação. Neste caso, o peso da construção é distribuído nos pilares, vigas, lajes e fundações e, por isso, as paredes são conhecidas como não estruturais, ou de vedação (PARSEKIAN, HAMID, DRYSDALE, 2012 apud TIMBÓ, LOPES, 2014).

Para construção de pilares, vigas e lajes, são utilizadas chapas de madeira, que unidas entre si com pregos, formam as formas, as quais são colocadas no local planejado em projeto, já com a espera da armação em aço que vem da fundação, para sustentação destes componentes, que serão feitos. As formas são preenchidas com concreto, e devem-se respeitar os tempos de cura, para desenformar e poder construir as paredes (NASCIMENTO, 2004).

Na Figura 1, pode-se observar o que compõe a estrutura de uma edificação feita em alvenaria convencional.

Figura 1: Estrutura de uma edificação em alvenaria convencional.

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A principal função de uma alvenaria de vedação é promover a separação entre ambientes, principalmente o externo do interno, e atuar como uma barreira e filtro seletivo controlando uma série de ações e movimentos complexos quase sempre heterogêneos (NASCIMENTO, 2004).

Segundo Nascimento (2004), as alvenarias de blocos cerâmicos são obtidas a partir da queima de argilas facilmente encontradas em qualquer parte do país, comumente produzidas com furo na horizontal e empregadas com técnica executiva de domínio público a vários anos com certa facilidade de produção.

Alvenaria de blocos cerâmicos é bastante utilizada nas construções e é considerada a mais difundida. Ela permite ótima adesão às argamassas, em virtude de sua aspereza das suas faces e da sua boa absorção, bem como sua regularidade e uniformidade, a qual permite excelente amarração e outros tantos fatores que ocorrem para sua preferência (FONTANA, 2005).

Na Figura 2 podem-se analisar os elementos que compõe uma edificação em alvenaria convencional.

Figura 2: Elementos que compõe uma edificação em alvenaria convencional.

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2.4.2.1 Metodologia de Execução

Antes de iniciar a execução da alvenaria de fato, devem-se respeitar alguns prazos mínimos de cura como os dos pilares, vigas e lajes, para que possam receber a alvenaria.

Segundo NBR 15270-1 (ABNT, 2005), respeitando os prazos dos elementos estruturais como pilares, vigas e lajes nos quais a alvenaria será embutida se tem uma redução de danos patológicos significativos na alvenaria que são: as trincas, exsudação entre outras, devido ao tempo que se dá para a estrutura de concreto armado deformar e não afetar a alvenaria de vedação que chamamos de alvenaria convencional.

Yazigi (2009), fala que a alvenaria deverá ser feita onde as paredes sejam moduladas, de modo a facilitar o uso do maior número possível de componentes inteiros, evitando desperdício de materiais, recomendando molhar os componentes antes do seu assentamento. A execução começará pelos cantos principais ou pelas ligações com outros componentes da edificação, utilizando o escantilhão, para guia das juntas horizontais. Sobre os vãos de portas e janelas, devem-se colocar vergas pré-moldadas e a argamassa de assentamento deverá ser plástica e ter boa aderência, pois irá suportar o peso dos tijolos e irá mantê-lo alinhado ao assentamento. Deve-se verificar de acordo com a elevação da parede, Deve-se ela está plana o Deve-seu prumo e também precisa ser verificado periodicamente o nível das fiadas.

De acordo com Nascimento (2004), outros procedimentos na execução devem ser cuidados, como a especificação dos materiais e componentes da alvenaria, a planta de primeira e segunda fiada com a distribuição dos componentes, a locação da primeira fiada a partir do eixo de referência pré-definido, elevação das paredes já indicando o local das instalações e aberturas, amarrações entre as fiadas, necessidade de juntas de controle, definição de embutimentos de instalações ou de dutos de prumada e definição de prazo entre as etapas do processo de execução. Em relação às instalações elétricas, hidráulicas e hidrossanitárias na alvenaria convencional tradicional, o quesito de passagens de tubulações é relativamente complexa por ser executada depois da alvenaria pronta, necessitando fazer “rasgos” na alvenaria para embutir as instalações elétricas, já à parte hidráulica e hidrossanitária poderão ser posicionadas sobre o forro. A utilização dos shafts que são espaços destinados à concentração de prumadas hidráulicas, telefonia e de hidrossanitária, na parte da alvenaria convencional visa simplificar essas instalações (PINI, 2009 apud TIMBÓ; LOPES, 2014).

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Nascimento (2004), atenta que é de extrema importância o treinamento e a qualificação da mão de obra na produção da alvenaria, aliada a um planejamento e controle das atividades, para garantir uma integridade na execução e na redução do desperdício.

2.4.2.2 Vantagens e Desvantagens

Boa resistência aos choques, vibrações e altas temperaturas, durabilidade elevada e fácil obtenção de materiais são apontadas como as principais vantagens de uma edificação feita com este material a outros sistemas construtivos (FERNANDES; FILHO, 2010).

A Unama (2009, p.3) cita algumas vantagens da alvenaria de vedação com blocos cerâmicos: a) Isolamento acústico; b) Isolamento térmico; c) Estanqueidade; d) Flexibilidade e versatilidade; e) Resistência mecânica;

f) Permite fazer grandes vãos livres;

g) Permite fazer reformas sem comprometer a estrutura;

h) Facilidade de composição dos elementos de qualquer forma e dimensão; i) Total disponibilidade de matéria prima;

Segundo NBR 15270-1 (ABNT, 2005), a alvenaria convencional é uma forma de construção antiga e com isso se tem probabilidades de conter os famosos vícios construtivos. Pelo fato de oferecer menor possibilidade de racionalização e possuir grandes possibilidades de improvisos, estes podem ocasionar grandes problemas na execução da obra, o que se tornam desvantagens na construção. São algumas delas:

a) Tubulações elétricas e hidráulicas executadas após a alvenaria executada; levando a necessidade de cortar as paredes para embutir a tubulação;

b) Muitos retrabalhos na execução dos rasgos para passagens das tubulações hidráulicas e eletrodutos;

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d) Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a execução dos serviços;

e) Problemas da ligação da estrutura com a alvenaria (pilar/parede); f) Elevado desperdícios de materiais;

g) Exige pouca especialização da mão de obra.

Em relação ao custo, esse método construtivo gera um desperdício de materiais e de mão de obra, que representa um valor significativo no valor final e devido ao desperdício de matérias gera uma degradação ambiental (NBR 15270-1, ABNT, 2005).

2.4.3 Alvenaria Estrutural

Camacho (2006) conceitua alvenaria estrutural como o processo construtivo no qual os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional. As paredes são os elementos estruturais, e devem resistir a todas as cargas, as quais no sistema de concreto armado eram resistidas pelos pilares e vigas. O projeto ideal considera a distribuição das paredes de forma que cada parede atue como elemento estabilizador da outra (ARAÚJO, 1995).

Diferente da alvenaria convencional, onde se tem previsão de pilares vigas e lajes para compor sua estrutura base, este método usa o próprio bloco como função estrutural preenchido com graute para sustentação, logo é necessário fazer a edificação de acordo com o projeto já estabelecido, sem poder fazer alterações depois do início da construção (TAULL, 2010).

Ramalho e Corrêa (2003) definem graute como um concreto com agregados de dimensões menores e relativamente fluido. O graute tem por função aumentar a resistência da parede à compressão, através do aumento da seção transversal do bloco, podendo combater esforços a tração quando combinados com o uso de armaduras em seu interior (MANZIONE, 2004).

Na Figura 3, pode-se observar o bloco de concreto preenchido com graute, o qual desempenha papel estrutural em edificações deste método.

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______________________________________________________________________________ Figura 3: Estrutura de uma edificação em alvenaria estrutural.

Fonte: CYPE (2018).

O sistema construtivo em alvenaria estrutural emprega peças industrializadas de peso e dimensões que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o conjunto monolítico. Estas peças industrializadas podem ser moldadas em cerâmica, concreto e sílico-calcário. (KALIL, 2007).

Os blocos são elementos vibro prensados e compostos de uma mistura de cimento Portland, agregados e água. Devem apresentar um aspecto compacto e homogêneo, com arestas vivas, textura com aspereza adequada à aderência de revestimentos e sem trincas (SEBBATINI, 2003).

A NBR 10837 (ABNT, 1989) distingue em três categorias a alvenaria estrutural:

a) Alvenaria estrutural não-armada de blocos vazados de concreto: As armaduras não apresentam a função de sustentar os esforços, servindo apenas com finalidade de amarração ou construtiva;

b) Alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto: As armaduras servem para sustentar os esforços calculados, além daquelas com finalidade de amarração ou construtiva, sendo colocadas em determinadas cavidades que são preenchidas com graute;

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c) Estrutura de alvenaria parcialmente armada de blocos vazados de concreto: Algumas paredes são construídas segundo as recomendações da alvenaria armada e as demais são consideradas não armadas.

Para Ramalho e Corrêa (2003) a alvenaria não-armada de blocos vazados de concreto, devido a economia que proporciona e ao elevado número de fornecedores, pode ser o sistema mais promissor dentro do sistema de alvenaria estrutural, sendo sua utilização mais indicada para residência de padrão baixo e médio.

A utilização de alvenaria estrutural desde muito tempo atrás vem sendo difundida no país, principalmente devido às vantagens econômicas que este processo construtivo apresenta em relação aos tradicionais (FRANCO; AGOPYAN, 1994).

Na Figura 4 podem-se analisar os elementos que compõe uma edificação em alvenaria estrutural.

Figura 4: Elementos que compõe uma edificação em alvenaria estrutural.

Fonte: PGC Blocos (2018).

2.4.3.1 Metodologia de Execução

A execução da marcação da alvenaria estrutural é realizada de acordo com o projeto e igualmente ao processo da alvenaria convencional. Assentar, nivelar e aprumar os blocos estratégicos, conforme a planta de primeira fiada e a referência de nível determinada na etapa de

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preparação, locando e marcando as direções das paredes, vãos de portas e shafts utilizando a linha traçante, verificando as posições das instalações elétricas e hidráulicas. Concluir a execução da primeira fiada e verificar o nível e o alinhamento da mesma (TAULL, 2010).

Segundo Araújo e Cursino (2014) a elevação da alvenaria estrutural é parecida com a da convencional, onde são utilizados escantilhões nos cantos principais, onde estes equipamentos são aprumados, suas demarcações servem como referência para colocação da linha horizontal que será esticada em todo o perímetro da parede para se ter como referência o assentamento de toda a fiada. É de suma importância à verificação de alguns pontos como o dos vãos para portas e janelas, e as posições da parte elétrica e hidráulica.

O grauteamento é uma etapa da alvenaria estrutural de grande importância. Para a sua execução correta deverão ser seguidas algumas regras estabelecida pela ABNT 15961-1:2011 que garantirão uma qualidade da obra:

a) Deverá ser adequado para preencher todos os vazios sem que haja segregação; b) Obrigatoriamente ser misturado com misturador mecânico;

c) Ser utilizado dentro de 2h30minutos, contadas a partir da adição da água;

d) Dosagem deve levar em conta a absorção dos blocos e das juntas de argamassa, o que se pode ter uma redução na quantidade de água;

e) Saturar alvenaria com água para que o bloco de concreto não absorva a água do graute.

Na alvenaria estrutural as passagens de dutos das instalações elétricas e hidrossanitária não devem ser empregados rasgos para o embutimento das instalações, pois além do desperdício e do elevado consumo de material e de mão de obra empregado nessa operação, temos que levar em conta que nesse sistema as paredes são portantes (TAULL, 2010).

Ainda segundo o autor, os projetos elétricos em alvenaria estrutural são comuns os eletrodutos passarem pelos vazados dos blocos, com isso não acarretando em rasgos principalmente horizontais na alvenaria. A tubulação elétrica desce em cada ponto de força/comando ou ponto telefônico. Não são necessários rasgos nos blocos para abertura de caixas de luz, interruptores ou de telefonia, pois são fornecidos pelos fabricantes blocos especiais elétricos, já com a abertura para o embutimento dessas caixas.

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Para a passagem da tubulação hidráulica são utilizadas paredes de vedação, as chamadas paredes hidráulicas. Os trechos horizontais da instalação a passagem da tubulação é feita por baixo do contrapiso (TAULL, 2010).

2.4.3.2 Vantagens e Desvantagens

Segundo Roman (1990), a principal vantagem deste método é o fato de que o mesmo elemento pode responder por diversas funções.

Camacho (2006) apresenta algumas vantagens técnicas e econômicas neste método construtivo, que são:

a) Redução de custos, pois toda execução está relacionada ao projeto, não podendo ter alterações e também pelo não desperdício de material;

b) Redução no uso de concreto e armaduras;

c) A obra como um todo é modulada de acordo com o tamanho do bloco; d) Partes elétricas e hidráulicas já embutidas na alvenaria;

e) Redução da diversidade de obra especializada necessita-se de mão-de-obra especializada somente para a execução da alvenaria,

f) Maior rapidez de execução, o que é notório nesse tipo de construção, decorrente principalmente da simplificação das técnicas construtivas, que permite maior rapidez no retorno do capital empregado.

As vantagens da alvenaria estrutural são a racionalização, a eliminação de etapas do sistema convencional, a facilidade no treinamento de mão de obra, a grande velocidade na execução do erguimento de paredes e a maior organização no canteiro de obras. Todos estes fatores constituem uma economia que não pode ser desprezada. Há ainda uma menor agressividade com a natureza pela redução do entulho, madeiras, aço e concreto; os blocos cerâmicos para alvenaria estrutural demonstram ótimo desempenho na construção dos mais variados tipos de obras, aliando alta produtividade de execução, custos compatíveis e bom desempenho termo acústico (ESCOLA ENGENHARIA, 2016)

O mesmo sistema apresenta também algumas desvantagens segundo Camacho (2006), que são elas:

a) Limitação do projeto arquitetônico, pois como as paredes são estruturais, isso causa a impossibilidade de readequar a arquitetura da edificação;

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b) Mão de obra especializada;

c) Limitação dos vãos livres, pois em empreendimentos com arquitetura onde exige vãos muito longos, com janelas muito grandes, o papel da alvenaria estrutural começa a não ter condições de suprir essas necessidades.

Também podendo ser caracterizada como uma desvantagem, segundo Roman; Muti e Araújo (1999) a falta de flexibilidade em se retirar paredes da edificação, por motivo destas desempenharem funções estruturais. Os mesmos sugerem ainda que este inconveniente pode ser superado se no projeto forem definidas algumas paredes removíveis.

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3 METODOLOGIA

A metodologia do trabalho foi realizada visando buscar resultados práticos, que podem ser utilizados pelas construtoras da cidade de Santa Rosa, para futuras construções de habitações, visando o menor custo entre dois métodos construtivos expostos.

O trabalho foi realizado comparando os custos de construção de uma edificação residencial com o método construtivo em alvenaria estrutural e o método construtivo em alvenaria convencional, que podem ser utilizados neste tipo de edificação e que se têm disponíveis no município de Santa Rosa. Os estudos foram organizados para que se tornasse possível descobrir o método mais vantajoso em questão de custo.

No estudo, foi analisado o quantitativo de atividades de um orçamento realizado para a construção de uma edificação residencial no ano de 2012, disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Santa Rosa. Esse quantitativo foi utilizado para criar o orçamento analítico com os preços atuais para o ano de 2018. O orçamento de referência apresenta a construção da residência pelo método construtivo de alvenaria convencional. Além do orçamento conforme o existente foi feito um segundo orçamento, substituindo o método construtivo citado pelo método de alvenaria estrutural.

3.1 APRESENTAÇÃO DOS PROJETOS

A edificação analisada se trata de uma residência unifamiliar projetada como parte de um conjunto habitacional financiado pelo programa de financiamento habitacional Minha Casa Minha Vida, no bairro Auxiliadora II, em Santa Rosa/RS. Na Figura 5, pode-se observar a habitação em que foi desenvolvido o trabalho.

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______________________________________________________________________________ Figura 5: Habitação Popular no bairro Auxiliadora II em Sta. Rosa/RS.

Fonte:PMSR (2014)

A habitação é composta por dois quartos, um banheiro, uma cozinha, uma sala de estar/refeitório e uma lavanderia localizada na parte externa da residência. São 44,18m² de área construída em um pavimento térreo. A planta baixa da residência pode ser analisada na Figura 6, e a planta detalhada e em escala maior, no Anexo A.

Figura 6: Planta Baixa da Edificação.

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A planta utilizada como base para este estudo foi adquirida através da Prefeitura Municipal de Santa Rosa e foi desenvolvida em 2012 pela empresa De Base, de Santa Rosa/RS. A prefeitura disponibilizou a documentação completa relacionada aos projetos da edificação, sendo composta por projeto arquitetônico (planta baixa, cortes, imagens da fachada, planta de situação e de localização), projeto elétrico e hidrossanitário e o quantitativo de materiais componentes do projeto.

A Figura 7 apresenta um corte da edificação, onde podem ser observados detalhes da construção e as dimensões verticais da edificação. A Figura 8 mostra a fachada da edificação, que possibilita perceber que o conjunto habitacional é composto por casas geminadas. Neste estudo será considerado o orçamento de apenas uma casa.

Figura 7: Corte da edificação.

Fonte: De Base (2012).

Figura 8: Fachada da edificação.

Fonte: De Base (2012).

As características construtivas da edificação foram observadas na planilha orçamentária disponibilizada pela prefeitura. No Quadro 1 pode-se observar o formato da planilha analisada,

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com o cabeçalho contendo as informações apresentadas e os grupos em que o orçamento foi dividido para sua composição.

Quadro 1: Quadro com divisão de grupos para orçamento.

Fonte: Autoria Própria (2018).

De acordo com essa planilha, a fundação da edificação foi definida como do tipo baldrame, a estrutura com cinta de amarração em concreto armado, a alvenaria utilizada foi do tipo convencional com tijolo cerâmico de 6 furos, assentados com argamassa, as portas foram utilizadas de madeira e ferro, janelas metálicas, revestimentos feitos em argamassa e cerâmica, forro de PVC, a estrutura para receber as telhas em madeira e cobertura com telhas fibrocimento ondulada.

3.2 DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

A partir da análise dos documentos disponibilizados para esse estudo, foi possível atualizar a planilha orçamentária produzida em 2012. A planilha original foi feita no software Excel e apresenta todas as atividades necessárias para a construção da edificação apresentada, divididas nos grupos de atividades: serviços iniciais, movimentos de terra, infraestrutura, supraestrutura, paredes, cobertura, forro, pavimentação, revestimentos, esquadrias, ferragens,

Referências

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