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Proposta de loteamento e habitação de interesse social

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Academic year: 2021

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MICHELE PATRICIA CORNELY

PROPOSTA DE LOTEAMENTO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

PARA O MUNICÍPIO DE SANTA ROSA /RS

Santa Rosa 2019

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PROPOSTA DE LOTEAMENTO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

PARA O MUNICÍPIO DE SANTA ROSA /RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Igor Norbert Soares

Santa Rosa 2019

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PROPOSTA DE LOTEAMENTO E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

PARA O MUNICÍPIO DE SANTA ROSA /RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 21 de junho de 2019

Prof. Me. Igor Norbert Soares Mestre pela Universidade de Passo Fundo UPF- Orientador BANCA EXAMINADORA Prof. Cláudia Kraemer Legonde (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

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Dedico aos meus Pais e ao meu marido Vitor que sempre me motivaram a alcançar meus objetivos.

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Aos meus Pais, que tudo me dão de forma incondicional;

Ao meu marido Vitor que sempre me apoiou e motivou, durante a vida a acadêmica; Ao meu orientador Igor pela orientação, assistência, ensinamentos, paciência e confiança; Aos meus amigos, pela convivência leal e pelas constantes manifestações de estímulo; A todos os que contribuíram direta e indiretamente na minha formação acadêmica, professores, funcionários, e instituição de ensino.

E principalmente a DEUS, pela graça da vida.

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Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar.

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CORNELY, Michele Patricia. Proposta de Loteamento e Habitação de Interesse Social para o Município de Santa Rosa/RS. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2019. Os locais habitados pela população de baixa renda encontram-se normalmente em regiões periféricas das cidades, dificultando muitas vezes o acesso a serviços básicos para a população que mais precisa. O presente trabalho busca apresentar um projeto de Loteamento destinado a população mais carente dentro do Município de Santa Rosa/RS, em uma área da cidade que possibilite maior integração aos serviços e aquipamentos urbanos existentes. Para o loteamento proposto será apresentado o projeto de um embrião para habitações de interesse social, que apresentará três diferentes formas de ampliação e modificação da fachada, de forma simples e prática, para complementar o projeto das habitações, técnicas de sustentabilidade serão abordadas.

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CORNELY, Michele Patricia. Proposta de Loteamento e Habitação de Interesse Social para o Município de Santa Rosa/RS. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2019. The places inhabited by the low-income population are usually found in peripheral regions of cities, often making it difficult to access basic services for the population that needs them most. The present work seeks to present a project of Loteamento for the most needy population within the Municipality of Santa Rosa / RS, in an area of the city that allows greater integration to the existing urban services and equipments. For the proposed subdivision will be presented the project of an embryo for housing of social interest, which will present three different forms of enlargement and modification of the façade, in a simple and practical, to complement the housing project, sustainability techniques will be addressed.

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Figura 1 - Variações de Traçado para uma mesma declividade topográfica ... 28

Figura 2 - Exemplos de malhas urbanas ... 29

Figura 3 - Quadras sem ruas de penetração com a localização dos lotes ... 30

Figura 4 - Quadras com ruas de penetração em alça ou bucle ... 32

Figura 5 - Sistema Viário: Gabarito das Vias Públicas ... 34

Figura 6 - Sistema Viário: Detalhamentos do Sistema viário ... 35

Figura 7 - Instalação Geral da Cisterna Equipada Acqualimp ... 39

Figura 8 - Cisterna Água de Chuva Acqualimp ... 40

Figura 9 - Orientação solar para instalação dos coletores solares ... 41

Figura 10 - Sistema de Aquecimento Solar por Termossifão ... 42

Figura 11 - Efeito Chaminé ... 43

Figura 12 - Ventilação Cruzada ... 44

Figura 13 - Mapa do Estado do Rio Grande do Sul... 49

Figura 14 - Localização da Gleba dentro do Município ... 50

Figura 15 - Planta Baixa Premiada ... 53

Figura 16 - Fachada Premiada 01 ... 54

Figura 17 - Fachada Premiada 02 ... 54

Figura 18 - Planta Baixa Embrião Auxiliadora 2 ... 55

Figura 19 - Residências Auxiliadora 2 ... 56

Figura 20 - Ampliações no Embrião da Auxiliadora 2 ... 57

Figura 21 - Loteamento Eldorado 2 ... 59

Figura 22 - Levantamento Planialtimétrico do Loteamento Eldorado 2 ... 60

Figura 23 - Planta de Situação do Loteamento Proposto ... 61

Figura 24 - Zoneamento da Gleba ... 62

Figura 25 - 3D da Gleba ... 66

Figura 26 - Traçado Geométrico da Gleba com as Curvas de Níveis Originais ... 66

Figura 27 - Traçado Geométrico da Gleba com as Curvas de Níveis após Adequações .. 67

Figura 28 - Loteamento Proposto com Áreas ... 68

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Figura 32 - Corte Longitudinal ... 73

Figura 33 - Planta de Localização do Projeto Proposto... 74

Figura 34 - Alvenaria de abrigo dos reservatórios ... 75

Figura 35 - 3D Embrião ... 76

Figura 36 - Planta Baixa com ampliação do segundo dormitório ... 77

Figura 37 – Planta de Localização com ampliação do segundo dormitório ... 78

Figura 38 - 3D com ampliação do segundo dormitório ... 79

Figura 39 - Planta Baixa com ampliação do terceiro dormitório ... 80

Figura 40 - Planta de Localização com ampliação do terceiro dormitório ... 81

Figura 41 - 3D com ampliação do terceiro dormitório ... 82

Figura 42 - Planta Baixa Final ... 83

Figura 43 - Planta de Localização Final ... 84

Figura 44 - 3D Final ... 85

Figura 45 - 3D do processo de ampliação da Fachada ... 86

Figura 46 - 3D do processo de ampliação de Fundos ... 86

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Tabela 1 - Modelos e tamanhos do tijolo de Solo-Cimento ... 46

Tabela 2 - Parâmetros Urbanísticos para as áreas do projeto ... 63

Tabela 3 - Atividades Permitidas por Classe ... 64

Tabela 4 - Tipos de Veículos para carga e descarga ... 65

Tabela 5 - Áreas mínimas ao Loteamento ... 67

Tabela 6 - Área dos Lotes e Quadras ... 70

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3D Três Dimensões

IRC Índice de Reprodução de Cores LED Light Emitter Diode

PVC Policloreto de Vinilo

ZEIS Zona Especial de Interesse Social ZOP Zona Urbana De Ocupação Prioritária

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1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 JUSTIFICATIVA ... 14

1.2 OBJETIVO GERAL ... 15

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 15

2 DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES ... 17

2.1 INTRODUÇÃO AO PARCELAMENTO DO SOLO ... 17

2.2 LEGISLAÇÃO ... 19 2.2.1 Legislação Federal ... 19 2.2.1.1 Decreto-Lei n° 58, de 10 de dezembro de 1937 ... 20 2.2.1.2 Decreto-Lei n° 271, de 28 de fevereiro de 1967 ... 20 2.2.1.3 Lei n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979 ... 21 2.2.1.4 Lei n° 9.785, de 29 de janeiro de 1999 ... 22

2.2.1.5 Lei 10.257, de 10 De julho de 2001 (Estatuto da Cidade) ... 22

2.2.2 Legislação Estadual ... 24

2.2.2.1 Lei n° 10.116, de 23 de março de 1994... 24

2.2.3 Legislação Municipal ... 25

2.2.3.1 Lei Complementar Nº 118, de 28 de agosto de 2017 ... 25

3 ASPECTOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO DE UM LOTEAMENTO ... 27

3.1 TRAÇADO URBANO E CURVAS DE NÍVEL ... 27

3.2 MALHAS URBANAS ... 29

3.3 QUARTEIRÕES SEM RUAS DE PENETRAÇÃO ... 30

3.4 QUARTEIRÕES COM RUAS DE PENETRAÇÃO ... 31

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4.1 SISTEMAS DE REUSO DE ÁGUAS ... 38

4.1.1 Cisternas ... 38

4.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ... 40

4.2.1 Sistema de Aquecimento Solar para Água ... 41

4.2.2 Ventilação Natural ... 43

4.3 MATERIAIS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL UTILIZADO EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS ... 44

4.3.1 Tijolo Ecológico ... 45

4.3.2 Lâmpadas de LED ... 46

4.3.3 Bacia Sanitária com Descarga Dupla ... 47

5 METODOLOGIA ... 49

5.1.1 Técnicas de Pesquisa ... 49

6 ANÁLISE DE MODELOS ... 52

6.1 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL MODELO ... 52

6.2 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM SANTA ROSA/RS ... 55

6.3 LOTEAMENTO ELDORADO 2 ... 58

7 RESULTADOS ... 61

7.1 LOTEAMENTO PROPOSTO ... 61

7.2 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 72

7.2.1 Primeira etapa da ampliação ... 76

7.2.2 Segunda etapa da ampliação ... 79

7.2.3 Terceira etapa da ampliação ... 82

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1 INTRODUÇÃO

Os primeiros indícios de parcelamento do solo em território brasileiro, ocorreram ainda quando Brasil era Colônia de Portugal, surgindo da necessidade de garantir a ocupação do território brasileiro, para que Portugal não perdesse suas terras para a Espanha. Grandes extensões de terras foram concedidas por meio de títulos de posse aos responsáveis pela conquista. Esse processo que iniciou no Brasil Colônia, é fator primordial para entender a sociedade em que vivemos hoje e todas as desigualdades que se agravam pela dificuldade ao acesso à terra, principalmente pelos mais pobres.

Ao decorrer dos séculos o Brasil passou de um país rural para um país urbano. Com a maior parcela da população vivendo em áreas urbanas, a organização das cidades é imprescindível, já que a demanda por moradia, oportunidade de trabalho, educação, saúde e lazer cresce a medida que a cidade se desenvolve, e o espaço implantado mantem sua estrutura por muitos anos e serve a diferentes gerações. O principal instrumento para que essa organização ocorra é o parcelamento do solo, por meio de loteamento ou desmembramento.

Segundo Meirelles (1192), apud Mesquita (2008): “loteamento urbano é a divisão voluntária do solo em unidades (lotes) com abertura de vias e logradouros públicos, na forma da legislação pertinente. Distingue-se do desmembramento, que é a simples divisão da área urbana ou urbanizável, com aproveitamento das vias públicas existentes. ”

Segundo Mesquita (2012), o objetivo do solo urbano é ofertar lotes para construção de moradias, indústrias, comércios, espaços de lazer ou institucionais. Espaço que manterá sua estrutura por um grande período, tornando de importância fundamental boas condições de habitabilidade, com existência de redes de abastecimento de água, drenagem de águas pluviais, redes de esgoto e energia, áreas destinadas a usos institucionais, recreação, reservas biológicas e ainda deve proporcionar fácil deslocamento de bens e pessoas.

O domínio da forma técnica de manusear as variáveis ambientais e de criar espaços urbanos de qualidade deve ser fator fundamental para os projetistas, pois o desconhecimento desses critérios pode acarretar em vias mal planejadas e águas pluviais inadequadas, que poderão contribuir para

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um maior número de acidentes e inundações, entre outros problemas de difícil solução (ALVES,2013).

Para Oliveira e Pina Filho (2012), ao parcelar o solo urbano, os objetivos do empreendedor podem divergir dos objetivos da sociedade representada pelo poder público, sabendo que, os objetivos formais do loteador demonstram a preocupação com a qualidade de vida da população, e o atendimento as expectativas dos clientes dentro da possibilidade econômica de cada indivíduo, enquanto os reais objetivos do empreendedor norteiam maior rentabilidade do investimento, retorno do capital num menor espaço de tempo e um rápido início de vendas.

Segundo Mesquita (2012) os clientes têm como objetivos reais pagar menos pelo lote, possuir mais áreas verdes e institucionais, lotes com uma testada maior e até mesmo passeios mais largos, tudo isso varia de acordo com o perfil do cliente a quem se destina o produto, preferencialmente.

Para evitar conflitos foram criadas leis e normas, a nível municipal, estadual e federal de maneira harmonizada e complementar. Atualmente, todo parcelamento do solo em área urbana ou de expansão urbana, na forma de loteamento ou desmembramento é regulamentada pela Lei Federal nº 6766 de 19 de dezembro de 1979 e pelas alterações previstas na Lei Federal nº 9785 de 29 de janeiro de 1999, que deixou a cargo do município determinar percentagens de áreas destinadas ao sistema de circulação, equipamentos urbanos e comunitários e áreas verdes, por meio do Plano diretor ou Lei Municipal.

Somente a partir da Constituição Federal de 1988, o município passa a ter mais autonomia, como forma de ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Segundo Lopes (2012), em 1999 surge um movimento de reforma urbana direcionado para implantação de uma política habitacional incorporado na definição do desenvolvimento urbano integrado. Desse movimento surgiu o Projeto Moradia, que enfatizava sobretudo a necessidade de integrar a habitação à cidade, além de propor a criação do Ministério das Cidades e da Habitação, projeto esse que serviu de diretriz básica para a criação da Política Nacional de Habitação e legislação respectiva.

Em 14 de fevereiro de 2000, a Emenda Constitucional nº 26, elevou o direito à moradia à categoria de Direito Social. Esse esboço constitucional foi regulamentado pelo Estatuto da Cidade

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(Lei 10.257/2001) e a Lei 11.124/2005, que firmou o marco regulatório da Habitação de Interesse Social.

A Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social afim de garantir a função social da propriedade urbana. Sua principal exigência é a elaboração do Plano diretor pelos municípios, que disciplina o parcelamento, ocupação e uso do solo.

As leis que antecederam a Lei Federal nº 6766/79, foram as leis que moldaram grande parte das cidades brasileiras, uma vez que a grande maioria das cidades é anterior a promulgação dessa lei.

1.1 JUSTIFICATIVA

Nos dias atuais, decorridos mais de cinco séculos após o início da ocupação do território Brasileiro, pelos Portugueses, a situação que vivemos é de dificuldade ao acesso à terra, fator que tem determinado as carências e desigualdades sociais dentro de uma mesma sociedade, uma vez que, o valor da terra é determinado pela sua localização, que tem influência direta da qualidade dos serviços urbanos dispostos ao imóvel e do aproveitamento que se pode fazer dele. Esses fatores acabam impondo ônus inversamente proporcional a capacidade de pagamento das pessoas que moram em locais precários, irregulares e distantes, tornando a cidade mais cara para os que tem menos.

No Município de Santa Rosa/RS a grande maioria das áreas de habitações de interesse social ficam em locais distantes da área central da cidade, e muitos desses locais possuem poucos serviços e equipamentos urbanos a disposição, como por exemplo a inexistência de linha de transporte coletivo, correios, ou então encontram-se distantes de escolas, hospitais, etc.

O loteamento estudado neste trabalho, Loteamento Eldorado 2, que se encontra ainda em fase de projeto, é continuação do Loteamento Eldorado do Bairro Planalto, loteamento esse que não possui nenhuma via de acesso pavimentada e também não possui linha de ônibus, em dias de chuva principalmente o fato de haver acesso apenas por estrada de chão ao loteamento pode acarretar em muitos transtornos.

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Em loteamentos para habitação de interesse social implantados pela prefeitura da cidade o que se percebe é que além de estarem localizados em locais distantes, ainda possuem habitações idênticas umas às outras, com pouca preocupação com a aparência visual e sem nenhum tipo de planejamento para futuras ampliações.

Por motivos como os descritos anteriormente que este trabalho busca apresentar uma proposta de loteamento para habitação de interesse social, proporcionando fácil integração com a cidade e possibilitando oportunidades de emprego aos moradores com um menor deslocamento. Busca ainda apresentar um modelo de habitações de interesse social aplicado ao loteamento, visando o bem-estar dos usuários, aplicando técnicas de sustentabilidade e desenvolvendo formas de ampliação simples e capazes de mudar a identidade das edificações.

1.2 OBJETIVO GERAL

Elaborar o traçado geométrico para um projeto de loteamento em uma gleba localizada dentro do perímetro urbano do Município de Santa Rosa/RS, respeitando as legislações vigentes, bem como o enquadramento do Plano Diretor. Para o loteamento proposto apresentar um projeto de habitação de interesse social, que se originará como embrião, composto de 1 (um) dormitório, sala de estar, cozinha e banheiro e seguidamente apresentará 3 (três) formas de ampliação.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Este trabalho tem como objetivos específicos:

 Estudar o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa e as legislações pertinentes a elaboração de um projeto de loteamento;

 Estudar um modelo de loteamento caracterizado como Zona Especial de Interesse Social que esteja de acordo com Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa vigente;

 Encontrar uma Gleba situada dentro do perímetro urbano do Município de Santa Rosa que seja possível a implantação parcial ou total de um loteamento caracterizado como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS);

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 Elaborar o traçado geométrico para um projeto de loteamento, de forma a aproveitar de maneira eficiente as curvas de nível e obter o melhor aproveitamento da gleba, respeitando a legislação;

 Estudar um projeto de habitações de interesse social que seja referência e um modelo aplicado dentro do Município de Santa Rosa pela Prefeitura Municipal da cidade;

 Estudar formas de aplicar sustentabilidade a edificação;

 Apresentar um projeto de embrião para habitações de interesse social e possibilidades de ampliações.

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2 DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES

O desenvolvimento de uma cidade é condicionado ao espaço que ela ocupa e a forma em que é planejada e que realiza suas ações. Como a grande parte das cidades brasileiras tiveram início sem nenhum tipo de planejamento prévio, os problemas urbanísticos decorrentes desse processo foram muitos, como forma de amenizar problemas do passado e impedir problemas futuros uma série de leis e normas foram criadas e implantadas no decorrer do tempo.

Para compreender a sociedade atual e a maneira com que as cidades se concretizaram é necessário primeiro fazer uma reflexão sobre como ocorreu a distribuição das terras no território brasileiro.

2.1 INTRODUÇÃO AO PARCELAMENTO DO SOLO

Os primeiros indícios de parcelamento do solo no território brasileiro, tiveram início em 1534, com a divisão do território brasileiro pertencente a Portugal, em capitanias hereditárias que foram doadas a donatários, essa divisão não foi em momento algum condicionado a alguma lógica de planejamento, que não fosse a ocupação do solo. Segundo Germani (2006); Araújo e Tárrega (2011), o litoral brasileiro foi dividido em 12 setores lineares com largura entre 30 e 100 léguas e como limite de extensão a linha imaginaria do Tratado de Tordesilhas, esses setores foram denominados de capitanias, cada donatário recebeu a posse de uma capitania, comprometendo-se a explorá-la e protege-la, para isso foram concedidos regalias e poderes de soberanos aos donatários, tendo o privilégio de implantar moendas e engenhos, nomear autoridades, receber impostos e distribuir as terras. Em contrapartida o donatário tinha que desenvolver a capitania com recursos próprios. Esse período foi fortemente marcado pela escravidão dos negros e indígenas. Dois documentos básicos regiam o sistema de capitanias: a carta de doação e o foral, que garantiam os direitos do donatário e suas obrigações frente à Coroa. Com o fracasso da maior parte dos donatários das capitanias hereditárias, em 1548 foi criado o Governo Geral que, mesmo respeitando os direitos dos donatários das capitanias, exerceu sobre eles uma supervisão, restringindo e absorvendo com o passar do tempo os poderes de jurisdição, até desaparecerem completamente. As capitanias foram sendo retomadas pela coroa, ao longo dos anos, por meio de compra.

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A Lei da Sesmaria, criada em 1375 por Portugal, com o propósito de estimular a produção das terras agricultáveis do reino e diminuir as importações, foi adaptada e implantada no Brasil às Capitanias Hereditárias e continuou durante o Governo Geral, de modo que o beneficiário podia dispor da terra livremente, em contrapartida se empunhava o prazo de cinco anos para tirar proveito da terra, ou perderia a concessão. Uma sesmaria de uma légua quadrada era equivalente a 4.356 hectares, a lei não estabelecia limites para a propriedade nos primeiros anos de colonização, a não ser ao donatário que poderia ser beneficiário de dez léguas, com o passar do tempo foram sendo estipulados limites máximos, chegando ao limite final de três léguas. (TRENNEPOHL, 2014).

Segundo o autor em 1822, com a declaração da independência do Brasil, foi suspensa a concessão de sesmarias, ocorrendo um intervalo de lacuna legal, abrindo caminho para a aquisição das propriedades por meio da ocupação, formando de um lado pequenos lotes povoados por negros libertos, caboclos e brancos pobres e, de outro, imensas fazendas. O Período de lacuna legal se estendeu até 1850 com a publicação da Lei de Terras, como ficou conhecida a Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. Essa lei consagrou e ampliou o latifúndio no Brasil e impediu o acesso dos pobres a propriedade das terras, uma vez que estabelecia que “ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra”. Período em que o trabalhador foi libertado e a terra aprisionada.

A Lei de Terras, foi sancionada duas semanas após a extinção legal do tráfego negreiro, tema que afligia a classe dominante, que precisava substituir a mão de obra escrava sem causar perdas nas grandes plantações, principalmente de açúcar e café. Como seria preciso mão de obra estrangeira, o livre acesso às terras teria que ser vetado. (GERMANI, 2006).

Segundo Tárrega (2011), a Lei de Terras, é de fundamental importância para entender a organização agrária do Brasil, pois solucionou a necessidade de organizar a situação dos registros das terras cedidas desde o período colonial, permitindo a reiteração das sesmarias e legitimando as terras ocupadas sem autorização, de forma mansa e pacífica, que estivessem cultivadas e com moradia habitual do respectivo sesmeiro, concessionário ou posseiro, para depois reconhecer as chamadas terras devolutas, inerentes ao Estado. A Lei de Terras serviu também como suporte para que se organizassem as transformações capitalistas no Brasil.

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De acordo com Germani (2006), a partir da promulgação da Lei de Terras, o governo adotou uma política de núcleos de colonização para imigrantes europeus, criando pequenas propriedades de terras destinadas a produzir alimentos para o mercado interno, núcleos foram concretizados principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e São Paulo. Porém muito maior foi o número de trabalhadores que foram direcionados às fazendas de café.

Na década de 1970, com a agricultura mecanizada, ocorre o êxodo rural, provocando o deslocamento de um grande número de pessoas do campo para a cidade, provocando um crescimento inesperado e desordenado das cidades, que teve como consequência o surgimento das favelas e a ausência de serviços básicos para a população (TRENNEPOHL, 2014).

O autor salienta ainda que ao longo da História, muitos projetos e tentativas de reordenamento fundiário foram feitos, porém em momento algum, ações ou políticas que possibilitassem a efetiva democratização do acesso à terra no Brasil foram postas em prática. Reafirmando a grande concentração da propriedade e as enormes desigualdades sociais.

2.2 LEGISLAÇÃO

Na fase de acentuação do processo de urbanização, ocorrido principalmente após 1930, muitas foram as lesões do direito de consumidor por parte dos proprietários dos lotes urbanos vendidos a prestações, que por carência de legislação, levou a pratica inescrupulosa de muitos loteadores que vendiam lotes problemáticos ou então vendiam seus lotes e não garantiam a escritura definitiva ao final das prestações, roubando os poucos recursos de seus compradores. (MESQUITA, 2012).

Com a pretensão de solucionar os problemas dos cidadãos lesados, a primeira lei de proteção ao direito dos adquirentes de lotes com pagamentos a prestações foi sancionada, o Decreto-lei 58/37. A partir daí uma série de outras legislações foram sendo implantadas para regulamentar as leis relacionadas ao parcelamento do solo e ao espaço urbano.

2.2.1 Legislação Federal

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2.2.1.1 Decreto-Lei n° 58, de 10 de dezembro de 1937

Dispõe sobre o loteamento e a venda de terrenos para pagamentos em prestações. Teve por finalidade a proteção dos direitos de adquirentes de lotes, mediante pagamento em prestações sucessivas e periódicas, desde que fossem vendidos por ofertas públicas. O Decreto Lei 58/37 obrigava o loteador a apresentar no Cartório de Registro de Imóveis, antes de anunciar a venda dos lotes, informações sobre o objeto do parcelamento, além disso subordinava os projetos à prévia aprovação da Prefeitura Municipal. Apesar de ser o primeiro regimento específico a tratar do parcelamento do solo no Brasil, com aplicação a imóveis urbanos e rurais, não atingia diretamente o parcelamento do solo, pois não havia regulamentação urbanística em seus procedimentos.

O Decreto-Lei 58/37 foi responsável pelo aumento de loteamentos irregulares e clandestinos. Na época os loteamentos eram executados praticamente sem nenhuma benfeitoria e para que esses lotes pudessem ser ocupados, o ônus da infraestrutura acabou recaindo sobre os compradores dos lotes e sobre o Poder Público, uma vez que não havia nenhum tipo de penalidade ao loteador. Além disso por falta de legislação, a implantação de áreas de lazer e áreas para equipamentos públicos não tinham espaço destinado, ocasionando sua falta. (CASSILHA E CASSILHA, 2012).

2.2.1.2 Decreto-Lei n° 271, de 28 de fevereiro de 1967

Tratou unicamente do parcelamento do solo urbano, estando o parcelamento do solo rural previsto na Lei n° 4504 de 30 de novembro de 1964, denominada Estatuto da Terra e no Decreto Lei 58/37 no que couber. A composição do Decreto Lei n° 271 / 67 retratou avanços quanto ao Decreto-Lei 58/37, definindo loteamento urbano, desmembramento e zona urbana. Obrigou o loteador à subordinação das necessidades locais, afim de atingir um desenvolvimento local adequado, podendo o município recusar a aprovação do loteamento, mesmo que unicamente para evitar fracionamento excessivo do solo urbano. Aplicou aos loteamentos , no que coubesse, a Lei nº 4.591/64 – Lei do Condomínio, equiparando o loteador ao incorporador, os compradores de lotes aos condôminos e as obras de infraestrutura à construção da edificação. Determinou que as vias, praças e áreas destinadas aos equipamentos urbanos passassem ao domínio do Poder Público e que as benfeitorias realizadas em lotes irregulares não fossem indenizadas, quando ocorresse desapropriação. E também institui a concessão de uso, nova forma de direito de superfície.

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Este Decreto teve por objetivo impedir o crescimento de loteamentos sem infraestrutura e impor responsabilidade ao loteador, cabendo acusação de crime contra a economia popular e multa. (CHEQUE JÚNIOR, 2005).

2.2.1.3 Lei n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979

O decreto-Lei 6.766/79, também conhecida como Lei de Lehmann, estabelece normas gerais de parcelamento do solo urbano, define parâmetros mínimos de urbanização da Gleba e de infraestrutura dos lotes, e concede aos Municípios competência para legislar sobre temas de interesse local. Seu objetivo é doutrinar as formas de loteamento e desmembramento de Glebas situadas em zonas urbanas ou de expansão urbana, incidindo sobre o objeto de parcelamento normas urbanísticas, sanitárias, administrativas, cartorárias, civis e penais, de forma a instruir o parcelamento do solo e o desenvolvimento urbano, e ainda, conter conduta abusiva de loteadores.

Em termos de dimensões do lote, a Lei 6.766/79 define como área mínima 125 m² e testada mínima 5 metros. A infraestrutura básica dos parcelamentos deveria conter rede de abastecimento de água potável, drenagem de águas pluviais, esgotamento sanitário, energia elétrica pública e domiciliar e as vias de circulação pavimentadas ou não. Os limites quanto a ocupação do solo é também abordada, sendo vedado o parcelamento do solo em terrenos alagadiços ou sujeitos a inundações, em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, em terrenos aterrados com material nocivo a saúde pública, sem que sejam saneados previamente, em terrenos com condições geológicas inapropriadas para edificação e em áreas de preservação permanente ou onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis. Para a aprovação do loteamento requisitos mínimos deveriam ser observados: as áreas destinadas a sistemas de circulação, equipamentos urbanos e espaços públicos deveriam ser proporcionais a densidade de ocupação prevista para a gleba, não podendo ser inferior a 35% da gleba, áreas que a partir da data de registro do loteamento passam a ser de domínio do município, também deveria ser reservado uma faixa non aedificandi de 15 metros de cada lado ao longo dos cursos d’água, rodovias, ferrovias e dutos, e os sistemas de circulação deveriam articular-se com as vias existentes ou projetadas e harmonizar-se com a topografia local. Essa lei prevê ainda disposições penais para loteadores e demais envolvidos no projeto de aprovação do parcelamento do solo quando estiverem em desacordo com as disposições legais.

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2.2.1.4 Lei n° 9.785, de 29 de janeiro de 1999

A aprovação da Lei 9.785/99 apresentou algumas alterações na Lei 6.766/79 como a simplificação do grau de exigência para os parcelamentos de solo considerados de interesse social e a transferência para o município do domínio sobre a deliberação dos usos permitidos e índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, incluindo áreas mínimas e máximas de lotes e coeficientes máximos de aproveitamento para cada Zona distinta do município, agregando maior autonomia para o desenvolvimento urbano dos municípios.

Com as novas alterações, o percentual mínimo de 35% destinado a áreas públicas é retirado e fica a cargo da legislação urbanística municipal prevista no Plano Diretor ou lei municipal, a percentagem a ser doada da gleba para a implantação de vias de circulação, espaços de uso público, áreas verdes e a implantação de equipamentos urbanos (serviços públicos de abastecimento de água, esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado) e comunitários (educação, cultura, saúde e lazer). O prazo de vigência máximo das diretrizes do projeto de loteamento também foi alterado de dois para quatro anos.

Referente a alteração da legislação relacionada a áreas de interesse social, Lorenzetti (2001) salienta que mais uma vez, a infraestrutura exigida para os parcelamentos em áreas de interesse social fixa a qualidade urbanística em função da renda, quando prevê “soluções” para o esgotamento sanitário e energia elétrica domiciliar, admitindo a falta de iluminação pública.

2.2.1.5 Lei 10.257, de 10 De julho de 2001 (Estatuto da Cidade)

Com a objetivo de regulamentar os artigos 182 e 183 referente a Política Urbana da constituição Federal de 1988, surge a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade. Estabelecendo “normas de ordem pública e interesse social, que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”.

O artigo Segundo do Estatuto da cidade, estabelece que os municípios devem implementar uma política urbana com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, para isso implantou diretrizes gerais, dentre elas:

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______________________________________________________________________________  Garantia do direito a cidade sustentável, entendido como o direito à terra urbana, ao

saneamento ambiental, moradia, transporte e serviços públicos, à infraestrutura urbana, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

 Gestão democrática por meio da participação da população nas decisões e ações do desenvolvimento urbano;

 Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados as necessidades da população;

 A ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar, entre outros efeitos, a utilização inadequada dos imóveis urbanos, o parcelamento do solo inadequado e a retenção especulativa do imóvel urbano;

 Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

 Adequação da política econômica, tributária e financeira aos objetivos do desenvolvimento urbano;

 Recuperação dos investimentos do poder público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos;

 Regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda.

O Plano diretor, definido como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, cidades integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, cidades de especial interesse turístico, aquelas inseridas em áreas influenciadas por empreendimentos com significativo impacto ambiental, cidades com áreas susceptíveis a desastres naturais e para as que pretendam utilizar os demais instrumentos do estatuto.

Além de estabelecer a obrigatoriedade do plano diretor e da gestão democrática da cidade, o estatuto apresentou vários instrumentos que exercem funções urbanísticas diversas e devem ser utilizados conforme a necessidade de cada cidade, instrumentos como o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, aplicado para obter o aproveitamento de imóveis ociosos, ainda no caso dessas penalidades não serem suficientes, podem ser aplicadas o IPTU progressivo no tempo e da desapropriação com pagamentos em títulos da dívida pública. Para a regularização fundiária, pode ser utilizada a usucapião especial do imóvel urbano. Se o município pretende aumentar a

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densidade da ocupação dos terrenos ou alterar seus usos para outros mais valiosos poderá utilizar a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso. Para regularização ou a implantação de assentamentos sociais, podem ser instituídas, zonas especiais de interesses social, a ZEIS, sujeitas a regras especificas de parcelamentos, uso e ocupação do solo, esses são alguns dos instrumentos dispostos no estatuto da cidade, cada município deve implantar essas normas ao seu respectivo Plano Diretor, fazendo valer assim a realidade de cada cidade.

2.2.2 Legislação Estadual

Será apresentada a seguir a legislação Estadual pertinente ao parcelamento do solo urbano.

2.2.2.1 Lei n° 10.116, de 23 de março de 1994

No Estado do Rio Grande do Sul, a Lei 10.116/94 denominada Lei do desenvolvimento urbano, regulamenta os critérios e requisitos mínimos para definição e delimitação de áreas urbanas e de expansão urbana, as diretrizes e normas gerais do parcelamento do solo urbano e a elaboração de planos e diretrizes gerais de ocupação do território pelos municípios.

A Lei Estadual 10.116/94, reitera a Legislação Federal referente a implantação dos equipamentos urbanos básicos dos loteamentos, além disso, determina a pavimentação das vias e tratamento paisagístico em espaços públicos, porém, concede ao poder público municipal a autoridade de simplificar, por meio do plano diretor os requisitos urbanísticos para os parcelamentos em áreas de interesse social ou de regularização fundiária. Restringe ao limite mínimo de 35% (trinta e cinco por cento) da área da gleba, as áreas destinadas ao sistema viário e à implantação de equipamentos urbanos e comunitários, salvo as zonas de uso industriais cujos lotes forem maiores do que 15.000 m² (quinze mil metros quadrados), podendo neste caso a percentagem ser reduzida.

O Estado deverá obrigatoriamente examinar, antes da aprovação pelos municípios os projetos de parcelamento de solo urbanos, quando o mesmo se localizar em regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, áreas que pertençam a mais de um município, áreas adjacentes de 500 m (quinhentos metros) das divisas de municípios, fronteiras interestaduais e internacionais, áreas de interesse especial, definidas e delimitadas por legislação estadual ou federal, quando o

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______________________________________________________________________________

parcelamento abranger área superior a 1.000.000m2 (um milhão de metros quadrados) e quando se destinar a distrito industrial.

2.2.3 Legislação Municipal

A seguir será apresentado o Plano diretor Municipal.

2.2.3.1 Lei Complementar Nº 118, de 28 de agosto de 2017

O Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa, lei complementar nº 118/2017, estabelece procedimentos em todo o território municipal, de modo a ordenar, orientar e controlar o desenvolvimento, conformando assim o desenvolvimento local e regional, de acordo com a legislação vigente.

Como objetivos gerais da política de desenvolvimento municipal sustentável de Santa Rosa, o Plano Diretor, em seu ART. 8º prevê:

I – promover o desenvolvimento sustentável do município nos aspectos sociais, econômicos e ambientais;

II – universalizar a oferta dos serviços de saneamento ambiental;

III – ampliar a oferta de equipamentos comunitários e de espaços verdes e de lazer para fruição pela comunidade, assegurando a qualidade ambiental e de vida urbana, adequando a ocupação do solo às condições físico-naturais;

IV – garantir a acessibilidade universal de todos os cidadãos a qualquer ponto do território, através da rede viária e do sistema de transporte público;

V – democratizar o acesso à terra, à moradia e a serviços públicos de qualidade;

VI – conter a retenção especulativa de imóveis urbanos que resultem na sua subtilização ou não utilização, distribuindo os benefícios e os encargos do processo de desenvolvimento urbano, inibindo a especulação fundiária e imobiliária e promovendo políticas de interesse da coletividade;

VII – reverter o processo de segregação socioespacial e promover o uso socialmente justo do território municipal;

VIII – adequar o adensamento à capacidade de suporte do meio físico, potencializando a utilização das áreas providas de infraestrutura adequada;

IX – proteger, preservar e recuperar os ambientes natural e construído, impedindo a ocupação nas áreas de preservação permanente e as que apresentam terrenos com características geotécnicas desaconselháveis, garantindo a segurança e a saúde da coletividade;

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X – proteger, preservar e recuperar o patrimônio cultural, histórico, artístico e paisagístico e utilizá-lo como meio de desenvolvimento sustentável;

XI – promover a regularização fundiária e a urbanização das áreas não assistidas com a sua integração e a articulação à malha urbana;

XII – instituir e garantir o funcionamento do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Participativa, garantindo canais de participação democrática nos processos de tomada de decisão;

XIII – integrar o planejamento local ao desenvolvimento regional, através da articulação com os demais municípios que compõe a região da Grande Santa Rosa. (RIO GRANDE DO SUL, 2017, p.8;9).

A referida Lei, fraciona as áreas da cidade efetivamente ocupadas em: Zona urbana de ocupação prioritária 1 (ZOP1), constituída de uma maior rede de equipamentos e que permite maior variedade de uso e ocupação do solo; e Zona urbana de ocupação prioritária 2 (ZOP 2) que dispõe de uma rede menor de equipamentos e permite uso e ocupação do solo mais restrito. Com vistas a qualidade da vida urbana, a infraestrutura na zona urbana de ocupação prioritária, deverá atender a requisitos mínimos como pavimentação de vias e passeios; rede de abastecimento de água potável; rede de escoamento de água pluviais; rede de escoamento sanitário; rede de energia elétrica e iluminação pública além de realização de coletas seletivas de lixo e disposição de lixeiras ou containers.

Segundo o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa, Como forma de garantir o desenvolvimento sustentável, a segurança e a saúde da coletividade, a zona urbana do Município de Santa Rosa fica dividida de maneira a ordenar o pleno desenvolvimento das funções urbanas, nas seguintes áreas de usos: Área Central, Áreas Mistas (subdivididas em área mista I de ocupação intensiva, área mista I de ocupação semi-intensiva e área mista II), Áreas Industriais e áreas Residenciais, onde são encontradas também as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), área de influência deste trabalho .

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3 ASPECTOS

GERAIS

DO

DESENVOLVIMENTO

DE

UM

LOTEAMENTO

Neste Capítulo serão abordados os itens necessários ao desenvolvimento geométrico de um loteamento.

3.1 TRAÇADO URBANO E CURVAS DE NÍVEL

Quando trabalhamos com curvas de nível, o termo mais comum usado é a declividade, que se expressa normalmente em percentagem, como a relação entre a diferença de altura e a distância horizontal entre dois pontos (MASCARÓ, 2003). Por exemplo, “se uma curva de nível possui 80 m de altura e outra, a uma distância de 50 m, tiver 90 m de altura, teremos uma diferença de 10m de altura entre elas, logo a declividade será calculada da seguinte forma: 10:50 ou 20% de declividade” (BORBA, 2014, p. 83).

A escolha das declividades e orientações das ruas, contribui diretamente para um clima mais ou menos agradável, uma vez que alteram a direção e a velocidade dos ventos e a disposição da radiação solar na superfície terrestre. Outro aspecto importante sobre as declividades, é a contribuição para o escoamento das águas pluviais, valores ideais para redes de drenagem pluvial tem declividades entre 2% e 6%, valores menores que 2% ocasionam velocidade reduzida das águas nas tubulações e declividades maiores que 6% resultam em alta velocidade, provocando erosão no sistema (MASCARÓ, 2003).

Para um eficiente aproveitamento da gleba, é importante identificar as efetivas declividades para identificar quais áreas são passiveis à ocupação do solo. A Lei Federal Nº 6766/79, que dispõe sobre parcelamento do solo urbano, limita a máxima declividade para ocupação urbana à 30%. Se houver declividades acima desse valor, o terreno deverá ser tratado para adequá-lo à ocupação.

Para planejar e elaborar um traçado urbano de maneira eficiente, adaptado a topografia, é preciso analisar e compreender as curvas de nível fornecido pelo levantamento altimétrico. De acordo com Mascaró (2005) o espaçamento entre as curvas de nível, em uma planta planialtimétrica irá depender do terreno, da obra e da escala, geralmente é adotado curvas a cada 5 metros ou de metro em metro. Quando as curvas de nível estiverem mais espaçadas, retas e paralelas, significa

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que o terreno é mais plano e tem declividades menores. Já quando as linhas estiverem mais próximas, com grande irregularidade, variação de distância e direção, o terreno é caracterizado como acidentado. Em terrenos planos ou com baixas irregularidade, o traçado urbano é adaptado facilmente, já em terrenos mais acidentados, o traçado deve acompanhar as irregularidades topográficas, apresentando declividades em todos os arruamentos, evitando ruas paralelas às curvas de nível. A Figura 1 apresenta três variações de malhas urbanas usando uma mesma declividade.

Figura 1 - Variações de Traçado para uma mesma declividade topográfica

Fonte: Mascaró, 2005, p. 28

O exempla (a) demonstra ruas paralelas e perpendiculares às curvas de nível. Para terrenos com baixa declividade esse é o modelo mais indicado, desde que a declividade das ruas paralela às curvas de nível seja suficiente para o escoamento das águas, caso o terreno tenha forte declividade, nas ruas perpendiculares às curvas de nível, a água das chuvas pode criar altas velocidades de escoamento e consequentemente processos erosivos, por esse motivo esse tipo de malha não é indicado para terrenos com muitas inclinações. No exemplo (b) ocorre a diminuição da velocidade das águas pluviais devido ao desencontro das ruas. O exemplo (c) é semelhante ao (b), onde a velocidade das águas pluviais é diminuída, devido a malha apresentar-se na diagonal das curvas de nível, gerando diminuição da declividade, porém, existe a possibilidade de ser necessário implantar valetas ou bocas de lobo, devido a uma declividade muito baixa (MASCARÓ, 2005).

Segundo Moretti (1997), quando se almeja reduzir o volume de movimentação de terra, adequando o sistema viário a topografia natural, a elaboração de projetos se torna mais trabalhosa, além disso as vias serão mais sinuosas e os lotes irregulares. No entanto a redução dos custos das obras de implantação e manutenção são significativamente reduzidos, juntamente com riscos de acidentes geotécnicos.

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3.2 MALHAS URBANAS

Segundo Mascaró (2003), a definição do traçado urbano tem como concepção inicial as avenidas, ruas e caminhos para pedestres, fundamental para tornar acessíveis as diferentes partes do espaço a serem organizadas. Avenidas, ruas ou caminhos assumirão modelos variados a partir das condições de topografia do local, das características dos usuários e da finalidade que assumirá no contexto urbano. Essas diversas formas de composição dos traçados urbanos se classificam em: malhas urbanas fechadas, abertas e semiabertas, como ilustra a Figura 2.

Figura 2 - Exemplos de malhas urbanas

Fonte: a partir de Mascaró, 2003, pg. 37 e 38

O autor considera ainda que sobre o aspecto econômico, malhas fechadas ortogonais tem custos menores que as não-ortogonais, pois glebas irregulares apresentam menores taxas de aproveitamento e seu sistema viário tende a ser maior uma vez que o perímetro dos quarteirões aumenta, e como consequência do aumento de vias e redes em geral, tem-se o custo aumentado entre 20 e 50% se comparado com as malhas ortogonais. Os modelos de malhas urbanas abertas, demandam um menor percentual de vias e proporcionam mais lotes servidos, se usadas com critério. A combinação de malhas fechadas e abertas, torna possível a otimização do traçado, possibilitando soluções mais econômicas, utilizando a malha fechada para vias de trafego intenso e artérias principais, permitindo percursos menores e a malha aberta para vias de trânsito

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secundárias e vias locais, de acesso aos lotes, otimizando os custos de infraestrutura. Porém para obter um traçado mais econômico, o grão (abertura da malha urbana) usado para a malha principal deve ser o maior possível, já as ruas de penetração devem ser relativamente extensas, nitidamente hierarquizadas, e possuir largura igual a metade da largura das ruas que passam por sua periferia.

O Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa, estabelece para os quarteirões a dimensão máxima entre arruamentos de 150 metros, com exceção das áreas industriais que é de 300 metros, salvo quando houver impedimento natural e/ou edificação permanente, anteriormente instalada. (RIO GRANDE DO SUL, 2017)

3.3 QUARTEIRÕES SEM RUAS DE PENETRAÇÃO

Outro aspecto importante que afeta diretamente os custos de urbanização são as formas das quadras e lotes. Para quadras de malha fechada, sem ruas de penetração várias são as formas encontradas. A Figura 3 mostra alternativas de quadras sem ruas de penetração, com as respectivas posições dos lotes e aborda a consequente infraestrutura.

Figura 3 - Quadras sem ruas de penetração com a localização dos lotes

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O exemplo (a1) apresenta uma quadra quadrada, onde os dois lados apresentam profundidade maior que o dobro necessário aos lotes. Com a finalidade de obter a máxima quantidade de lotes, e os dispor para as quatro vias que contornam a quadra, alguns lotes ficaram com a profundidade maior que o dobro desejável, práticas como esta tornam necessárias redes de infraestrutura em todas as ruas que contornam a quadra, aumentando os custos da obra. O exemplo (a2) apresenta uma quadra quadrada, nas mesmas proporções que o exemplo (a1), porém com a testada de todos os lotes apenas para duas ruas, deixando todos os lotes maior que o dobro necessário, e diminuindo a quantidade de lotes ofertados de 20 a 30%, essa prática diminui pela metade o comprimento das redes de serviço, obtendo uma economia importante na infraestrutura, porém não compensa o valor perdido na quantidade de lotes, por isso essa alternativa deve ser evitada. Os exemplos (b1) e (b2) apresentam uma quadra retangular, onde o seu lado menor possui o dobro da profundidade necessária aos lotes e o número de lotes ofertados são o mesmo nos dois casos. O exemplo (b1) possui testada para as quatro vias que circundam a quadra, fazendo-se necessário redes de infraestrutura em todas as vias, no exemplo (b2) a testada é apenas para duas vias, dessa forma os comprimentos das redes de serviço são diminuídos, ocasionando a diminuição em torno de 20% na infraestrutura, tornando-se assim mais eficiente economicamente que o exemplo (b1). O exemplo (c1) possui quadra triangular, com testada de lotes em todas as vias, essa alternativa apresenta todos os fatores negativos aumentados, tanto de custos quanto de aproveitamento dos lotes, pois a quantidade de lotes por hectare e por quilometro de via diminui, além da inconveniente irregularidade. Essa prática deve ser evitada sempre que possível, por ser uma alternativa cara e ineficiente (MASCARÓ, 2003).

Para Mascaró (2003) quarteirões triangulares tem “lógica” de implantação apenas para a necessidade de abrir novas vias para o tráfego, ressaltando que criar quadras triangulares ao parcelar o solo é aumentar o custo sem lógica alguma.

3.4 QUARTEIRÕES COM RUAS DE PENETRAÇÃO

Ao criar quadras com ruas de penetração, formas urbanas semifechadas são criadas, apesar de ser um sistema mais complexo, resulta em uma economia muito grande aos custos de implantação da infraestrutura urbana. É importante ressaltar que esse modelo só é atrativo economicamente para quadras a partir de 1,8 hectares, caso contrário a opção mais conveniente são as formas retangulares simples que dispensam ruas de penetração. As ruas de penetração devem

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ter no mínimo duas vezes a profundidade dos lotes, caso contrário o nível de aproveitamento no interior das quadras fica prejudicado (MASCARÓ, 2003). A Figura 4 apresenta o tamanho recomendado para um modelo de malha urbana aberta em alça ou bucle. O modelo possibilita a criação de lotes regulares, com um melhor aproveitamento de sua testada e pode ainda sofrer algumas variações para que os lotes laterais apresentem apenas uma testada, a criação de uma praça interna também é um ponto bastante atrativo.

Figura 4 - Quadras com ruas de penetração em alça ou bucle

Fonte: Mascaró, 2003, p.54.

O exemplo (a) mostra o lote e a rua de penetração, o exemplo (b) caracteriza um quarteirão e o exemplo (c) um conjunto de quarteirões.

O Plano diretor do município de Santa Rosa (RIO GRANDE DO SUL, 2017), de certa forma dificulta a aplicação de vários tipos de sistema de malhas abertas, quando em seu Art. 213 veta o término das vias de circulação nas divisas da gleba e/ou área de terras, salvo quando um futuro prolongamento já estiver previsto e as “praças de retorno” somente poderão ser adotadas,

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quando por qualquer razão, for impossível o prolongamento futuro das vias além das divisas da gleba e /ou área de terras.

3.5 SISTEMA VIÁRIO

O sistema viário compõe o espaço urbano de maior abundancia em uma cidade, e deve desta forma, apresentar vias belas e funcionais, servindo não somente a necessidade de deslocamento, mas ao prazer de por elas circular. (MESQUITA, 2012). Ao projetar e executar o sistema viário, as verdadeiras necessidades dos usuários precisam ser levadas em consideração para que os escassos recursos não sejam desperdiçados com um produto que a população não precisa.

A elaboração do sistema viário de uma cidade é feita de forma hierárquica, de acordo com a finalidade e a importância que cada via representa para a totalidade na estrutura urbana. Segundo Mesquita (2012), essa hierarquização das vias, proporciona otimização das despesas de implantação e manutenção, melhor execução de suas funções e uma aberta comunicação com os usuários. O Plano Diretor do Município de Santa Rosa (RIO GRANDE DO SUL, 2017, p. 43), define o sistema viário como “o conjunto de vias hierarquizadas e equipamentos que constituem o suporte físico para circulação e mobilidade de pessoas, além da circulação de bens e mercadorias” e classifica as vias públicas urbanas em vias estruturais, destinadas a interligação de diferentes quadrantes da cidade; vias arteriais, que permitem a ligação de diversos bairros e regiões da cidade, ambas destinadas ao tráfego de elevada capacidade; vias coletoras, que ligam os bairros entre si e distribuem o transito a partir das vias arteriais e estruturais; vias locais, que distribuem o tráfego dentro dos bairros e vilas, permitindo o acesso local e a áreas restritas; e as vias marginais, paralelas as rodovias, destinadas a absorver o tráfego urbano.

Para Cassilha e Cassilha (2012) as vias podem ser classificadas em vias primárias, compostas pelas vias expressas, estruturais e arteriais; vias secundárias, compostas por vias coletoras e perimetrais; vias locais e vias especiais, exclusivas para pedestres, transporte coletivo e parques.

Sobre o Planejamento do sistema de circulação nos loteamentos, o Plano Diretor do Município de Santa Rosa prevê:

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Art. 212. Nos projetos de parcelamento, as novas vias devem articular-se com o sistema viário oficial adjacente, existente ou projetado, constando a expressa indicação de sua largura, dando, sempre que possível, prosseguimento à malha viária já implantada e harmonizando-se com a topografia local.

§1ºA classificação das vias propostas nos projetos de parcelamento, estabelecida por ocasião do fornecimento das diretrizes, é de competência do órgão técnico municipal. § 2ºÉ obrigatória a reserva de uma faixa non aedificandi de 15 (quinze) metros de cada lado ao longo das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, salvo previsão em lei específica. (RIO GRANDE DO SUL, 2017, p.63).

A Lei Estadual 10.116/94 em seu Art.31 § 2º estabelece que “As faixas de domínio das rodovias não poderão ser utilizadas como vias urbanas e a construçãode acessos locais a essas rodovias dependerá de aprovação dos órgãos estaduais e federais competentes. ” (RIO GRANDE DO SUL, 1994).

A Figura 5 representa o gabarito de novas vias públicas para loteamentos populares do Município de Santa Rosa/RS.

Figura 5 - Sistema Viário: Gabarito das Vias Públicas

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A Figura 6 apresenta o detalhamento do sistema viário do Município de Santa Rosa para praças de retorno.

Figura 6 - Sistema Viário: Detalhamentos do Sistema viário

Fonte: Adaptado de Rio Grande do Sul, 2017, p.124.

3.6 PARCELAMENTO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE SANTA ROSA

O Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa/RS, para fins de parcelamento do solo urbano obedece ao disposto na referida lei, na Lei Federal 6.766/79 e legislação correlata.

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A presente lei estabelece como medida mínima para o parcelamento de glebas situadas no Município a área de 3.000 m² (três mil metros quadrados) e veda o parcelamento do solo com finalidade urbana em áreas situadas fora dos perímetros urbanos. Para áreas rurais incluídas no perímetro urbano, o parcelamento depende da solicitação de cancelamento do cadastro rural junto ao órgão competente. (RIO GRANDE DO SUL, 2017)

Para a aprovação dos loteamentos, será exigido no mínimo 35% (trinta e cinco por cento) de áreas destinadas a vias de circulação, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, assim como espaços livres de uso público, sendo 20% (vinte por cento) destinado ao sistema viário; 5% (cinco por cento) para área institucional com equipamentos comunitários e 10 % (dez por cento) para áreas verde, podendo 50% (cinquenta por cento) da área verde apresentar mata nativa existente no local, os demais 50% (cinquenta por cento) deverá ser de área livre, para equipamentos de lazer e recreação. As áreas verdes para lazer e recreação não podem estar inclusas em áreas de preservação permanente, de contenção urbana ou de preservação do patrimônio histórico-cultural e arqueológico; e deverá apresentar declividade inferior a 30% (trinta por cento). Essas percentagens não são aplicáveis a loteamentos industriais (RIO GRANDE DO SUL, 2017).

O Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Sustentável do Município de Santa Rosa, em seu Art.205 veta o parcelamento do solo urbano:

I – Em terrenos alagadiços e sujeitos a inundação, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas, mediante licenciamento ambiental;

II – Em terrenos que tenham sido aterrados com quaisquer materiais nocivos à saúde pública, sem prévio saneamento;

III – Em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento) ou que apresentam condições geotécnicas desfavoráveis;

IV – Em áreas de preservação permanente, de proteção ambiental e do patrimônio histórico-cultural e arqueológico;

V – Em terrenos cujas condições sanitárias constituem prejuízo para a saúde ou em áreas onde a poluição não permite condições suportáveis, até a sua correção;

VI – Em terrenos onde as condições geológicas e hidrológicas não aconselham edificações.

Parágrafo único. Os terrenos de que trata o inciso II deste artigo somente podem ser parcelados para fins habitacionais após decorrido o prazo de vinte anos do cessamento da

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aterragem, quando não saneados convenientemente. (RIO GRANDE DO SUL, 2017, p.61,62).

A área mínima para os lotes que se destinarem a urbanização específica de interesse social, deverá ser de 200 m² (duzentos metros quadrados) e a testada mínima 10 (dez) metros, inclusive para lotes de esquina. Para a área Mista 1 de ocupação Semi-Intensiva, a área mínima dos lotes deverá ser de 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e testada mínima de 10 (dez) metros, salvo lotes de esquina, que deverão ter no mínimo 15 (quinze) metros de testada (RIO GRANDE DO SUL, 2017).

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4 SUSTENTABILIDADE

O termo sustentabilidade, define todas as ações que tem como objetivo suprir as necessidades da geração atual, sem afetar a capacidade das futuras gerações suprirem suas necessidades. Seu objetivo visa desenvolver economicamente e socialmente determinada região, utilizando ao máximo os recursos renováveis, procurando dessa forma minimizar o consumo de recursos naturais primários e consequentemente a agressão ao meio ambiente (CARVALHO; FURUKAWA, 2011).

4.1 SISTEMAS DE REUSO DE ÁGUAS

Como forma de diminuir o consumo de água, soluções que utilizam o reuso de águas podem ser empregadas, além do sistema de reuso de águas pluviais, que será comentado a seguir, também temos a possibilidade do aproveitamento das águas cinzas, que segundo Carvalho e Furukawa (2011), são as águas oriundas de chuveiros, banheiras, pia de banheiros, tanques e máquinas de lavar. As águas cinzas, podem ser reaproveitadas de diversas formas como descarga em bacias sanitárias, irrigação de jardins, lavagem de automóveis e calçadas. O reaproveitamento de águas cinzas demanda um reservatório próprio, e para minimizar riscos de contaminação é necessário tratamento prévio.

Neste trabalho optou-se pelo sistema de aproveitamento de águas pluviais, pelo fato de ser empregado em um número maior de atividades sem que precise de tratamento prévio, minimizando custos e também pelo fato de haver menos risco de contaminação. As águas pluviais podem ser utilizadas ainda para irrigar hortas, lavar roupas, entre outros.

4.1.1 Cisternas

O sistema de aproveitamento de águas pluviais, na forma de cisterna, consiste em captar, conduzir e armazenar as águas da chuva, que posteriormente terá utilização na edificação para fins não potáveis. Toda água captada pelas calhas instaladas na cobertura da edificação durante o período de chuvas, é encaminhada por meio de tubos ao filtro responsável pela retenção das impurezas maiores, e em seguida, destinada a um reservatório próprio, que fica abaixo da laje de cobertura, posteriormente com o auxílio de uma bomba a água é novamente filtrada para a retenção

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de impurezas menores e então encaminhada para um reservatório exclusivo. (CARVALHO; FURUKAWA, 2011).

Segundo Voitille (2012), diversos materiais podem ser utilizados para a construção de cisternas como PVC, PEAD, fibra de vidro, alvenaria, concreto armado, entre outros.

Assim como diversos são os materiais, da mesma forma diferentes tipos de instalações são encontrados no mercado. A Cisterna Acqualimp, por exemplo, conta com um sistema de eletroníveis, instalado na cisterna e na caixa d’água, o eletronível da caixa d’água aciona a bomba assim que for detectado água inferior a determinado nível e a desliga quando atingir um nível superior. Para filtrar as partículas menores e impedir o retrocesso da água assim que a bomba é desligada, o sistema conta com válvula de pé com crivo. O filtro deve ser inspecionado frequentemente, por isso deve ser instalado em local de fácil acesso, também deve ser previsto ladrão para o caso de excesso de água da chuva, podendo o mesmo ser direcionado a rede pluvial, ou descartado no próprio terreno, é importante prever abastecimento de água da rede pública para esse sistema, podendo ser instalado diretamente na cisterna ou no reservatório superior, para que em épocas de estiagem não ocorra falta de água. (CISTERNA... 20??). A Figura 7 apresenta a forma geral de instalação Cisterna Acqualimp, que deve ficar enterrada.

Figura 7 - Instalação Geral da Cisterna Equipada Acqualimp

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A Figura 8 ilustra o tubo de saída do extravasor da cisterna e a utilização de uma caixa de abrigo ao filtro, que fica abaixo do nível do solo, com tampa para inspeção rente ao solo, que além de proteger o filtro, tem como função descartar impurezas maiores.

Figura 8 - Cisterna Água de Chuva Acqualimp

Fonte: Cisterna..., 20??, p.12.

O sistema de aproveitamento de águas pluviais, além de contribuir diretamente com o fator sustentabilidade, contribui também para minimizar os gastos domésticos, além de ser uma forma de prolongar o abastecimento de água em períodos de seca, pelo menos para fins não potáveis. 4.2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Eficiência energética, consiste em gerar a mesma quantidade de energia, com a necessidade de um menor número de recursos naturais, obtendo os mesmos serviços, com menos energia. (CARVALHO; FURUKAWA, 2011).

A seguir serão abordadas algumas alternativas utilizadas para aumentar a eficiência energética nas edificações. Vale lembrar que no mercado existem outras alternativas que podem ser aplicadas em residências, como por exemplo energia fotovoltaica, mas que não serão abordadas a seguir por serem tecnologias ainda muito caras para habitações populares.

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4.2.1 Sistema de Aquecimento Solar para Água

O sistema de aquecimento solar é uma tecnologia que permite transformar a energia solar em energia térmica, proporcionando o aquecimento da água.

Esse sistema de aquecimento da água pode ser implantado de duas formas: circulação natural ou circulação forçada, o sistema de circulação forçada utiliza bombeamento para a circulação entre o coletor solar e o reservatório térmico, já o sistema de circulação natural, ou termossifão, utiliza da física para os mesmos fins, fazendo uso da termodinâmica e da força da gravidade, dessa forma a água circula pelo sistema, somente pela força criada pela diferença de temperatura no circuito, que faz com que a água aquecida (menos densa), seja empurrada pela água fria (mais densa). Para que esse sistema de aquecimento solar funcione corretamente é necessário que o coletor solar, seja instalado em local seguro, sem sombreamento e que esteja posicionado para a direção com maior quantidade de sol durante todo o ano. Outro aspecto importante é a necessidade de o reservatório térmico ser instalado em um nível superior ao do coletor solar, e por sua vez, a caixa d’água também precisa estar instalada em nível superior ao do reservatório térmico. (EQUIPE ECYCLE, 2019).

De acordo com Alexandre Salomão de Andrade (2009) na maior parte do território brasileiro os coletores solares devem ser direcionados com face para o norte, e nunca com inclinação inferior a 10°. Como mostra a Figura 9, desvios de até 30° do Norte, não acarretam perdas significativas ao sistema, porém quando os desvios forem superiores a esse valor, o número de coletores precisa aumentar, para que as perdas de energia sejam compensadas.

Figura 9 - Orientação solar para instalação dos coletores solares

Referências

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