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Panorama do comércio internacional brasileiro de pescados no período entre 2006 e 2018.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

GABRIEL MARQUES RODRIGUES

PANORAMA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL BRASILEIRO DE PESCADOS NO PERÍODO ENTRE 2006 E 2018

FORTALEZA 2019

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GABRIEL MARQUES RODRIGUES

PANORAMA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL BRASILEIRO DE PESCADOS NO PERÍODO ENTRE 2006 E 2018

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Pesca do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca. Orientador: Profa. Dra. Rosemeiry Melo Carvalho.

FORTALEZA 2019

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GABRIEL MARQUES RODRIGUES

PANORAMA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL BRASILEIRO DE PESCADOS NO PERÍODO DE 2006 A 2018

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Pesca do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Profa. Dra. Rosemeiry Melo Carvalho (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Prof. Dr. Rogério César Pereira de Araújo

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Prof. Dr. Kilmer Coelho Campos Universidade Federal do Ceará (UFC)

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por serem os maiores exemplos de pessoa que eu poderia ter, pelo incondicional apoio, suporte, orientação pessoal, paciência e pelo amor que sempre me deram. Ao Programa de Educação Tutorial (PET), pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa do programa.

A minha orientadora Profa. Dra. Rosemeiry Melo Carvalho, pela excelente orientação, dedicação e paciência.

Ao tutor do PET Prof. Dr. Reynaldo Amorim Marinho, por todos os conselhos e apoio dado durante minha jornada no curso de Engenharia de Pesca.

Aos professores participantes da banca examinadora Rogério César Pereira de Araújo e Kilmer Coelho Campos pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.

A todos os amigos integrantes do PET, pelo apoio e por tornar o tempo passado na universidade muito mais agradável.

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RESUMO

O comércio internacional é a comercialização, importação e exportação, de bens e serviços entre os diferentes países. O resultado dessa troca representa a balança comercial, a qual pode ser deficitária, quando as exportações são menores que as importações, ou, superavitária, quando as exportações superam as importações. O resultado da balança tem importante efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006, após cinco anos seguidos de superávits, as importações de pescado superaram às exportações, e esse déficit apresentou tendência crescente até 2018. Dada a importância do setor pesqueiro para o agronegócio brasileiro, esse estudo tem como principal objetivo analisar o panorama do comércio internacional do setor. Para isso, inicialmente, foram identificadas as principais fontes de variação dos valores exportados e importados. Adicionalmente, foi calculado o índice de concentração da pauta de exportações e importações, por produto e por países. Os resultados obtidos mostraram que entre 2006 e 2018, importações cresceram e as exportações diminuíram, gerando déficits ao longo do período analisado. Constatou-se o efeito preço e o efeito quantidade atuaram com maior ou menor intensidade a depender do período analisado, tanto para as importações e exportações. Os índices de concentração indicaram que as pautas de exportação e importação estão concentradas em poucos produtos e em poucos países de destino e origem dos produtos. Essas concentrações demonstram a susceptibilidade do setor às políticas externas dos principais países envolvidos e a dependência das exportações em torno de poucos produtos, dos quais pode-se citar a lagosta brasileira.

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ABSTRACT

International trade is the marketing, import and export of goods and services between different countries. The result of this exchange represents the trade balance, which may be deficient when exports are smaller than imports, or presents surplus when exports exceed imports. The result of the balance has an important effect on the Gross Domestic Product (GDP). In 2006, after five consecutive years of surpluses, fisheries imports surpassed exports, and this deficit grew until 2018. Given the importance of the fishing sector for Brazilian agribusiness, this study has as main objective to analyze the panorama of international trade of the sector. For this, initially, the main sources of variation of the exported and imported values were identified. In addition, the index of concentration of exports and imports by product and by country was calculated. The results showed that between 2006 and 2018, imports grew and exports decreased, generating deficits over the period analyzed. It was observed that the price effect and the quantity effect acted with greater or lesser intensity depending on the period analyzed, both for imports and exports. Concentration indices indicated that export and import tariffs are concentrated on few products and on few countries of destinations and origins. These concentrations demonstrate the susceptibility of the sector to the foreign policies of the main countries involved and the dependence of exports around few products, of which we can cite the Brazilian lobster.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 − Evolução do índice do valor, quantidade e preço das exportações brasileiras

de pescado (2006=100) ... 18

Gráfico 2 − Evolução do índice do valor, quantidade e preço das importações brasileiras de pescado (2006=100) ... 19

Gráfico 3 − Evolução do índice do valor da Balança Comercial Brasileira de pescado (2006=100) ... 21

Gráfico 4 − Evolução do índice de concentração de produtos exportados (ICPX) ... 24

Gráfico 5 − Evolução do índice de concentração de produtos importados (ICPM) ... 27

Gráfico 6 − Evolução do índice de concentração dos destinos (ICD) ... 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 − Valor, quantidade e preço das exportações brasileiras de pescado, 2006 a 2018 ... 17 Tabela 2 − Valor, quantidade e preço das importações brasileiras de pescados, 2006 a

2018 ... 19 Tabela 3 − Valor da Balança comercial brasileira de pescado, 2006 a

2018 ... 20 Tabela 4 − Taxa média anual de crescimento e efeito quantidade e preço das

exportações de pescado pelo Brasil... 22 Tabela 5 − Taxa média anual de crescimento e efeito quantidade e preço das

importações de pescado pelo Brasil... 22 Tabela 6 − Evolução do índice de concentração dos produtos exportados (ICPX)... 23

Tabela 7 − Participação média dos principais produtos exportados pelo Brasil entre 2006 a 2018, em porcentagem ... 25 Tabela 8 − Valor, quantidade e preço médio dos principais produtos exportados pelo

Brasil ... 26 Tabela 9 − Evolução do índice de concentração dos produtos importados (ICPM)... 26

Tabela 10 − Participação média dos principais produtos importados pelo Brasil entre 2006 a 2018, em porcentagem... 27 Tabela 11 − Valor, quantidade e preço médio dos principais produtos importados pelo

Brasil ... 28 Tabela 12 − Evolução do índice de concentração dos destinos (ICD)... 29 Tabela 13 − Participação média dos principais países de destino das exportações de

pescado do Brasil, 2006 a 2018, em porcentagem... 30 Tabela 14 − Valor, quantidade e preço médio do pescado brasileiro exportado para os

principais destinos ... 31 Tabela 15 − Evolução do índice de concentração das origens (ICO)... 31

(11)

Tabela 16 − Participação média dos principais países de origem das importações de pescado do Brasil, 2006 a 2018, em porcentagem... 33 Tabela 17 − Valor, quantidade e preço médio do pescado importado pelo Brasil dos

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 METODOLOGIA ... 12

2.1 Fonte de dados ... 12

2.2 Evolução do comércio internacional brasileiro pescado ... 12

2.3 Fonte de crescimento do valor das exportações e importações ... 12

2.4 Índice de concentração dos produtos exportados (ICPX) e importados (ICPM) ... 15

2.5 Índice de concentração do destino das exportações (ICD) e da origem das importações (ICO) ... 16

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 16

3.1 Evolução do comércio internacional brasileiro de pescado ... 16

3.1.1 Evolução das exportações ... 17

3.1.2 Evolução das importações ... 18

3.1.3 Evolução da Balança Comercial ... 20

3.2 Fontes de variação do valor das exportações e importações ... 21

3.2.1 Fontes de variação do valor das exportações ... 21

3.2.2 Fontes de variação do valor das importações ... 22

3.3 Índices de concentração dos produtos exportados (ICPX) e importados (ICPM) ... 23

3.3.1 Índice de concentração dos produtos exportados (ICPX) ... 23

3.3.2 Índice de concentração dos produtos importados (ICPM) ... 26

3.4 Índice de concentração do destino das exportações (ICD) e da origem das importações (ICO) ... 29

3.4.1 Índice de concentração por destino (ICD) ... 29

3.4.2 Índice de concentração por origem (ICO) ... 31

4 CONCLUSÃO ... 33

(13)

10 1 INTRODUÇÃO

O comércio internacional é a comercialização, importação e exportação, de bens e serviços entre os diferentes países. O resultado dessa troca em um determinado período a balança comercial. Quando as exportações de um país superam as importações, diz-se que a balança se encontra superavitária, caso contrário, será deficitária.

A balança comercial tem importante efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB), o qual é o total de tudo que é produzido ou comercializado dentro de um país e pode ser decomposto em: consumo das famílias, investimentos da iniciativa privada, gastos do governo e saldo da balança comercial. Desse modo, quanto maior o superávit, maior será o PIB e, consequentemente, mais dinheiro estará disponível para o país.

Ao se pensar na lógica da balança comercial, existem basicamente duas formas de se aumentar o saldo positivo, aumentando as exportações ou reduzindo as importações. De acordo com Possidonio (2017), de acordo com as vantagens comparativas os países tendem a exportar produtos que tenham vantagem no processo produtivo e consigam produzir a custos menores e, consequentemente, dispor esses produtos a preços mais competitivos no mercado, seja por vantagem tecnológica, abundância de matéria prima ou mão de obra.

Segundo Carvalho e Araújo (2008) o setor pesqueiro brasileiro apresenta vantagem comparativa revelada e tem condições de suprir grande parte da demanda mundial. Apesar dessa vantagem, desde a década de 1990, o Brasil vem alternando períodos de déficit e superávit.

De acordo com Gonçalves e Perez (2007) em 1996 a importação de pescado foi de US$485,1 milhões de pescados enquanto as exportações somaram US$132,6 milhões. Esse crescimento nas importações pode ser explicado pelo o plano de estabilização econômica, que elevou o poder de compra da população, juntamente com a valorização da moeda brasileira, foi possível realizar. Porém, as importações caíram até o ano de 2003 devido a estagnação da renda do consumidor no Brasil e desvalorização do real. Em 2004 as exportações cresceram atingindo o valor máximo de US$429,1 milhões.

Após o ano de 2004 o cenário econômico brasileiro passou por um período de elevação da renda per capita e câmbio favorável, os quais foram fundamentais para uma nova dinâmica do comércio. Nesse novo cenário ocorreu um aumento das importações, devido à hábitos de consumo de espécies específicas não produzidas ou capturadas pelo Brasil e a redução de exportações, devido à valorização do real.

Desse modo, as importações voltaram a crescer e o saldo da balança comercial caiu, até que em 2006 o déficit atingiu a cifra de US$80,1 milhões e continuou se tornando cada vez

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11 mais negativo até chegar no ano de 2018 a um déficit de US$1.014,00 milhões. Uma série de fatores corroboraram para a intensificação dessa tendência negativa no setor: a pressão da demanda interna devido ao aumento no poder de compra do consumidor; a valorização do real, que tornou o mercado interno mais atrativo; e, as políticas protecionistas de alguns dos principais compradores do pescado brasileiro.

Considerando a importância da balança comercial sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de uma economia, esse estudo tem como objetivo analisar o comércio internacional de pescado. Especificamente pretende-se: decompor os valores das exportações e importações em efeito quantidade e efeito preço; estimar índices de concentração dos produtos exportados e importados; e, estimar os índices de concentração dos países de destinos e de origem dos produtos comercializados.

Além dessa seção introdutória, o estudo está dividido da seguinte forma: a seção 2 apresenta a origem dos dados, a metodologia utilizada para decompor os valores comercializados em efeito-quantidade e efeito-preço e os índices de concentração de produtos, de origem e de destino dos produtos. A seguir, na seção 3, foram apresentados os principais resultados e a discussão. Na seção 4 foram apresentadas as conclusões do estudo.

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12 2 METODOLOGIA

2.1 Fonte dos dados

Os dados anuais sobre o valor da exportações e importações brasileiras de pescado, por países de destino e de origem, foram coletadas do sistema Comex Stat, sistema de consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro do atual Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), utilizando o Sistema Harmonizado com dois dígitos (SH02). Para obter de forma detalhada os produtos comercializados utilizou-se a subposição de seis dígitos (SH06). Os dados do capítulo 03 (Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos) referem-se ao período entre os anos 2006 a 2018.

2.2 Evolução do comércio internacional brasileiro de pescado

As análises da evolução do valor, da quantidade e do preço das exportações e importações foram feitas por meio de análises tabulares e gráficas. Com base nessas análises foram identificados os subperíodos que caracterizaram as mudanças de tendência nas variáveis de interesse.

Os valores em dólares não foram corrigidos, pois desde 1999, o Brasil adotou o sistema de câmbio flutuante. Nesse sistema a oferta, demanda e cotação da moeda variam e afetam a inflação e vice-versa1.

2.3 Fonte de crescimento do valor das exportações e importações

Para analisar as fontes de variação do valor das exportações e importações de pescado, foi utilizado o modelo shift-share, desenvolvido em meados de 1940, o qual tem sido amplamente aplicado em diversas análises de concentração de mercado e problemas de naturezas diferentes, como Araújo (2005) na análise dos fatores responsáveis pela variação da produção de cacau na Bahia, como Cavalcante (2019) na análise das fontes de variação no valor das exportações brasileiras de lagosta e como Pedroso (2015) na análise das fontes de crescimento das estruturas canavieira e citrícola em Alagos, Pernambuco e São Paulo. Nesse

1

(16)

13

estudo o valor total das mercadorias será decomposto em duas fontes de variação, denominadas efeito quantidade e efeito preço.

Primeiramente, foi calculado as variações nos valores das exportações e importações entre o período inicial (𝑉i) e o período final (𝑉f). O valor das exportações e

importações no tempo t pode ser calculado por:

Vnt = Σ(Qnt × Pnt) (1)

Os valores dos produtos no período inicial i e no período final f são obtidos por:

Vni = Σ(Qni × Pni) (2)

Vnf = Σ(Qnf × Pnf) (3)

Onde:

Vnt é o valor total das exportações ou importações brasileiras de pescado no período t ;

Qnt é a quantidade total de pescado exportado ou importado pelo brasil no período t.

Pnt é o preço unitário médio das exportações ou importações brasileiras de pescado no período

t;

Para decompor o valor dos produtos em efeito quantidade (EQ) e efeito preço (EP), inicialmente foi calculado o valor no período final f, considerando-se apenas a variação na quantidade e mantendo constante o preço:

VnfQ = Σ(Qnf × Pni) (4)

Variando o preço e a quantidade, têm-se :

VnfQP = Σ(Qnf × Pnf) (5)

As diferenças nos valores entre os períodos inicial e final podem ser representadas por:

Vnf − Vni = (Qnf × Pnf) − (Qni × Pni) (6)

(17)

14

Vnf − Vni = (𝑉𝑛𝑓𝑄 – Vni) + (VnfQP – VnfQ) (7)

Assim, o efeito quantidade (EQ) determina a parcela da variação no valor comercializado que é explicada pela variação da quantidade, podendo ser determinado por:

VnfQ − Vni (8)

Adicionalmente, o efeito preço (EP) determina a participação da mudança do preço de venda na variação do valor comercializado, podendo ser estimado por:

VnfQP − VnfQ (9)

Para representar os efeitos explicativos sob a forma de taxas anuais de crescimento deve-se dividir ambos os lados da equação (8) por (Vnf − Vni), da seguinte forma:

(Vnf−Vni) (Vnf−Vni)= (VnfQ − Vni) (Vnf − Vni)+ (VnfQP − VniQ) (Vnf − Vni) (10) 1 =(Vnf Q − Vni) (Vnf − Vni)+ (VnfQP − VnfQ) (Vnf − Vni) (11)

Para transformar os valores em taxas percentuais utiliza-se a seguinte fórmula:

r = (√vvnf ni t

− 1) × 100 (12)

Finalmente, multiplica-se ambos os lados da equação (13) por (14) e assim obtemos os efeitos quantidade (EQ) e preço (EP) em taxas percentuais:

r =(Vnf Q − Vni) (Vnf − Vni)r + (VnfQP − VnfQ) (Vnf − Vni) r (13)

O cálculo dos efeitos quantidade e preço na forma de taxas percentuais facilita a interpretação da variação do valor das exportações.

(18)

15 O EQ e o EP foram calculados para o período total, 2006 a 2018 e foi dividido em subperíodos com intuito de se obter uma melhor análise, visto que fatores políticos, produtivos, culturais e econômicos afetaram o comércio. Os subperíodos considerados foram: 2006 a 2008; 2009 a 2015; e, 2016 a 2018. De acordo com Cavalcante (2019) o período de 2005 a 2009 foi marcado por uma estabilização econômica brasileira e expansão comercial. Entre 2010 e 2015 a economia brasileira foi afetada pela crise norte-americana, tendo os Estados Unidos como um dos maiores importadores do pescado brasileiro o comércio foi afetado, principalmente a importação de lagostas. O período entre 2016 e 2018 foi caracterizado por turbulência e instabilidade política internas, além de ser o fim de um ciclo da política externa brasileira (OLIVEIRA, 2018).

2.4 Índice de concentração dos produtos exportados (ICPX) e importados (ICPM)

Os índices de concentração de produtos exportados (ICPX) e importados (ICPM)

foram utilizados para analisar o grau de concentração dos produtos que compõem as pautas. O ICP varia entre zero e um (0 ≤ ICP ≤ 1). Um valor próximo a unidade indica uma concentração em poucos produtos e quando próximo à zero indica diversificação da pauta.

A metodologia utilizada aqui foi a mesma utilizada por Rosário e Dos Santos (2011) na análise da concentração da atividade industrial em microrregiões do nordeste brasileiro e por Cunha Filho e Carvalho (2005) na análise da competitividade das exportações brasileiras de frutas considerando o aspecto diversificação de produtos e destinos.

O 𝐼𝐶𝑃𝑥 e 𝐼𝐶𝑃𝑀 podem ser calculados por:

𝐼𝐶𝑃𝑋 = √∑ (𝑋𝑗 𝑛 𝑋𝑛) 2 𝑗 (14) 𝐼𝐶𝑃𝑀 = √∑ (𝑀𝑗 𝑛 𝑀𝑛) 2 𝑗 (15) Onde:

𝑋𝑗𝑛 = representa o valor das exportações brasileiras do j-ésimo produto do setor de pescado no n-ésimo período.

(19)

16

𝑀𝑗𝑛 = representa o valor das importações brasileiras do j-ésimo produto do setor de pescado no n-ésimo período.

𝑀𝑛 = representa o valor total das importações brasileiras de pescado no n-ésimo período.

2.5 Índice de concentração do destino das exportações (ICD) e da origem das importações (ICO)

Os índices de concentração dos países de destino das exportações (ICD) e da origem das importações (ICO) são utilizados para analisar o grau de concentração dos parceiros comerciais.

O ICD e o ICO variam entre zero e um (0 ≤ ICP ≤ 1). Um valor próximo a unidade indica uma concentração em poucos países e quando próximo à zero indica diversificação das origens ou destinos dos produtos comercializados.

Os índices de concentração por país de destino (𝐼𝐶𝐷) e por país de origem (𝐼𝐶𝑂), podem ser estimados por:

𝐼𝐶𝐷 = √∑ (𝑋𝑧𝑛 𝑋𝑛) 2 𝑧 (16) 𝐼𝐶𝑂 = √∑ (𝑀𝑧𝑛 𝑀𝑛) 2 𝑧 (17) Onde:

𝑋𝑧𝑛 = representa o valor das exportações brasileiras de pescado para z -ésimo país no -ésimo

período;

𝑋𝑛 = representa o valor total das exportações brasileiras de pescado no n-ésimo período. 𝑀𝑧𝑛 = representa o valor das importações brasileiras de pescado do z -ésimo país no -ésimo

período;

𝑀𝑛 = representa o valor total das importações brasileiras de pescado no n-ésimo período.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(20)

17 O comércio de internacional do setor pesqueiro brasileiro entre os anos de 2006 a 2018 foi marcado pela redução das exportações (Tabela 1), e pelo crescimento das importações (Tabela 2). Como resultado, a balança comercial do setor acumulou déficits crescentes até o ano de 2014. Entre 2015 e 2016 ocorreu redução nesse déficit devido ao decréscimo nas importações (Tabela 3).

3.1.1 Evolução das exportações

As exportações de pescado foram marcadas pela redução do valor e da quantidade exportada e pela elevação do preço médio para o período observado, 2006 a 2018 (Tabela 1). Com base nos dados dessa tabela foram estimadas as variações anuais para o valor, a quantidade e preço médio dentro dos subperíodos estabelecidos.

Para o período 2006 a 2008 houve significativa redução do valor e da quantidade exportados. O preço médio para esse período aumentou, impulsionado pela maior participação da lagosta no valor total exportado, aumentando sua contribuição de 23,7% em 2006 para 36% em 2008.

Entre 2009 a 2015 as variações foram menos acentuadas, no entanto, apresentaram tendência crescente de todas as variáveis. Assim, o valor, a quantidade e o preço médio tiveram tendências crescentes. No período seguinte, 2016 a 2018, o valor e o preço médio cresceram, porém, quantidade exportada manteve-se inalterada (Gráfico 1).

Tabela 1 – Valor, quantidade e preço das exportações brasileiras de pescado, 2006 a 2018.

Ano Valor FOB

(US$ milhões) Quantidade (1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg) 2006 352,11 71,19 4,95 2007 283,61 49,70 5,71 2008 239,37 36,85 6,49 2009 169,27 30,06 5,63 2010 199,22 28,37 7,02 2011 201,81 32,88 6,14 2012 187,88 35,41 5,31 2013 200,79 31,25 6,43 2014 191,92 28,59 6,71 2015 206,39 31,15 6,63

(21)

18

2016 225,83 36,83 6,13

2017 233,65 37,85 6,17

2018 250,66 36,81 6,81

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Para melhorar a visualização e análises das conjuntas das variações anuais do valor, quantidade e preço os dados foram convertidos em índices, cujo ano base é 2006 (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Evolução do índice do valor, quantidade e preço das exportações brasileiras de pescado (base 2006=100).

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.1.2 Evolução das importações

Entre 2006 e 2018, houve crescimento do valor, da quantidade e do preço médio das importações (Tabela 2). Analisando os subperíodos pode-se verificar que entre 2006 e 2008 o aumento no valor das importações ocorreu devido ao acréscimo na quantidade e no preço médio cresceram. O mesmo se verifica no subperíodo seguinte, 2009 a 2015. Vale salientar que nesse período houve elevação do valor e da quantidade em todos os anos com exceção de 2015, que apresentou reduções em todas as variáveis.

Para o último período, 2016 a 2018, o valor importado total cresceu, porém, esse aumento foi mais explicado pela elevação acentuada do preço médio do que pelo crescimento da

quantidade (Gráfico 2). 30,00 50,00 70,00 90,00 110,00 130,00 150,00 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 Ín d ice (An o 2006= 100) anos

(22)

19 Tabela 2 – Valor, quantidade e preço das importações brasileiras de

pescados.

Ano Valor FOB

(US$ milhões) Quantidade (1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg) 2006 427,34 171,29 2,49 2007 542,57 200,91 2,70 2008 658,25 208,97 3,15 2009 688,64 230,17 2,99 2010 956,60 264,00 3,62 2011 1.190,68 323,82 3,68 2012 1.158,48 340,71 3,40 2013 1.332,82 383,38 3,48 2014 1.435,81 373,63 3,84 2015 1.109,58 306,31 3,62 2016 1.099,36 335,40 3,28 2017 1.317,61 383,65 3,43 2018 1.265,25 339,47 3,73

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

O Gráfico 2 apresenta a evolução dos índices do valor das importações, da quantidade importada e do preço médio dos produtos, tendo como base os valores de 2006.

Gráfico 2 – Evolução do índice do valor, quantidade e preço das importações brasileiras de pescado (2006=100).

Fonte: elaborado pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 Ín d ice (a n o 2006= 100) anos

(23)

20

3.1.3 Evolução da Balança Comercial

Os valores da balança comercial, estimada pela diferença entre o valor das exportações e das importações, mostram um saldo negativo durante todo o período analisado, indicando que o Brasil comprou mais pescado do que vendeu (Tabela 3).

Tabela 3 – Valor da Balança comercial brasileira de pescado.

Ano Exportações Valor FOB (US$ milhões) Importações Valor FOB (US$ milhões) Balança Comercial Valor FOB (US$ milhões) 2006 352,11 427,34 -75,22 2007 283,61 542,57 -258,96 2008 239,37 658,25 -418,88 2009 169,27 688,64 -519,37 2010 199,22 956,60 -757,37 2011 201,81 1.190,68 -988,88 2012 187,88 1.158,48 -970,60 2013 200,79 1.332,82 -1.132,03 2014 191,92 1.435,81 -1.243,88 2015 206,39 1.109,58 -903,19 2016 225,83 1.099,36 -873,53 2017 233,65 1.317,61 -1.083,96 2018 250,66 1.265,25 -1.014,59

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

De acordo com a evoluçao do índice do valor da Balança Comercial, o déficit aumentou até 2014 e apresentou redução até o final do período, devido a redução das importações (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Evolução do índice do valor da Balança Comercial brasileira de pescado (2006=100).

(24)

21

Fonte: elaborado pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.2 Fontes de variação do valor das exportações e importações

O valor das exportações ou das importações é calculado multiplicando-se a quantidade pelo preço médio dos produtos comercializados. Desse modo as mudanças desses valores podem ser explicados pelas flutuações ocorridas nessas duas variáveis. Desse modo, procurou-se identificar a participação do efeito quantidade (EQ) e do efeito preço (EP) sobre a variação do valor total dos produtos comercializados.

3.2.1 Fontes de variação do valor das exportações

As taxas de variação anuais para o primeiro subperíodo, 2006 a 2008, mostram que, apesar do crescimento anual médio 6,1% no preço dos produtos exportados, valor das exportações apresentaram uma queda de -12,1% ao ano, explicada pela redução da quantidade exportada a uma taxa anual de -18,2%, (Tabela 4).

Para o período seguinte, 2009 a 2015, a variação da taxa de crescimento foi positiva, 2,9%. O efeito quantidade teve pequena participação 0,5% e o efeito preço foi responsável pela maior parte da variação com 2,4%.

O último período apresentou dinâmica anual parecida com o período anterior. A taxa média de crescimento anual de 3,5% foi justificada quase que inteiramente pelo efeito preço, que cresceu uma taxa anual média de 3,6% e o efeito quantidade foi nulo.

0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1400,00 1600,00 1800,00 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 Ín d ice (a n o 2006= 100) Anos

(25)

22 Tabela 4 – Taxa média anual de crescimento e efeito quantidade e preço das

exportações de pescado pelo Brasil.

Período Efeito

Quantidade Efeito Preço

Taxa média anual de crescimento (%)

2006 - 2008 -18,2 6,1 -12,1

2009 -2015 0,5 2,4 2,9

2016 -2018 0,0 3,6 3,5

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.2.2 Fontes de variação do valor das importações

Como observado nos capítulos anteriores, o valor das importações cresceu para o período total de estudo 2006 a 2018, com crescimento de todas as taxas em todos os subperíodos, como pode se observar na Tabela 5.

Para o primeiro subperíodo 2006 a 2008, a taxa média anual de crescimento das importações de 15,5% foi explicada por um aumento do efeito preço de 9,2% e um efeito quantidade de 6,3%.

Entre os anos de 2009 e 2015 o efeito quantidade foi superior ao efeito preço, com valores de 3,8% e 3,2%, respectivamente.

No período final o efeito preço foi responsável por uma variação de 4,4% na taxa média de crescimento anual de 4,8%, ficando o efeito quantidade responsável por 0,4%.

Tabela 5 – Taxa média anual de crescimento e efeito quantidade e preço das importações de pescado pelo Brasil.

Período Efeito

Quantidade Efeito Preço

Taxa média anual de crescimento (%)

2006 - 2008 6,3 9,2 15,5

2009 -2015 3,8 3,2 7,1

2016 -2018 0,4 4,4 4,8

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.3 Índices de concentração dos produtos exportados (ICPX) e importados (ICPM)

Visto as diferentes dinâmicas das variações das exportações e importações o índice de concentração foi calculado para ambas as séries.

(26)

23

3.3.1 Índice de concentração dos produtos exportados (ICPX)

O valor médio calculado para o ICP dos produtos exportados foi de 43,5%, mostrando que o Brasil concentra em poucos produtos as exportações de pescado. Ao se analisar a Tabela 6, pode-se perceber que apesar do valor alto do índice há uma tendência de redução e consequente diversificação da pauta ao longo do período estudado, 2006 a 2018.

Tabela 6 – Evolução do índice de concentração dos produtos exportados (ICPX).

Ano ICPX 2006 0,5170 2007 0,4448 2008 0,4563 2009 0,4062 2010 0,4887 2011 0,4698 2012 0,3861 2013 0,4199 2014 0,4301 2015 0,4091 2016 0,3955 2017 0,4264 2018 0,3988

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

De forma mais evidente no Gráfico 4, identificou-se a elevação significativa do índice em alguns anos, o que demonstra a susceptibilidade brasileira com relação a suas exportações de pescado. De acordo com Sidonio (2012) devido as dificuldades e desafios impostos ao setor de produção aquícola a pesca extrativa ainda figura como principal fonte de pescados, sendo um dos principais fatores que justifica a instabilidade do ICPX e suas variações.

Gráfico 4 – Evolução do índice de concentração de produtos exportados (ICPX).

(27)

24

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Por meio da análise do Gráfico 4 nota-se a tendência decrescente do índice para o período total 2006 a 2018, mesmo com alguns anos apresentando crescimento do índice. Nesse cenário pode-se chamar atenção para o ano de 2010 que apresentou elevação acentuada, saindo em 2009 do valor de 0,4062 atingindo o valor de 0,4887 em 2010, um crescimento percentual de 20,31%.

Apesar da tendência decrescente, graficamente consegue-se perceber duas dinâmicas, uma queda acentuada correspondente ao período 2006 a 2012, e uma de maior estabilidade correspondente ao período 2013 a 2018. Dessa forma foram identificados os produtos exportados que tiveram maior participação no período total, 2006 a 2018, e para os dois períodos identificados, 2006 a 2012 e 2013 a 2018. Após a identificação ranqueou-se tais produtos dentro da escala temporal com intuito de se perceber as variações anuais da importância dos mesmos. Os produtos que apresentaram maior participação para o período total foram: Lagostas congeladas; Outros peixes, exceto fígados, ovas e sêmen (030389); Camarões congelados (030613); Outros peixes, congelados, exceto fígados, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes; Cabeças, caudas e bexigas natatória, dos peixes; Bonitos-listrados ou do-ventre-raiado, congelados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes; Outros peixes frescos ou refrigerados, exceto fígados, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes; peixes ornamentais de água doce; outros camarões, congelados; outros peixes das famílias bregmacerotidae, gadidae, etc;

0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Ín d ice (2006 = 100) Anos ICP (exportações)

(28)

25 outros peixes, exceto fígados, ovas e sêmen (030289); fígados, ovas e sêmen, de peixes, congelados.

Tabela 7 – Participação média dos principais produtos exportados pelo Brasil entre 2006 a 2018, em porcentagem.

SH06 Produtos Market Share (%)

2006 a 2018 2006 a 2012 2013 a 2018

030611 Lagostas congeladas 31,83 38,13 30,15

030389 Outros peixes, exceto fígados, ovas e

sêmen 12,54 - 23,30

030613 Camarões congelados 9,45 20,47 -

030379

Outros peixes, congelados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes da

posição 0304

7,46 16,16 -

030572 Cabeças, caudas e bexigas natatórias, de peixes 4,09 - 7,60 030343

Bonitos-listrados ou do-ventre-raiado, congelados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou

filés e outras carnes da posição 0304

4,88 - 6,93

030269

Outros peixes frescos ou refrigerados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e

outras carnes da posição 0304

3,18 6,89 -

030111 Peixes ornamentais de água doce 2,23 - 4,13

030617 Outros camarões, congelados 1,72 - 3,20

030259 bregmacerotidae, gadidae, etc. Outros peixes das famílias 2,75 - 3,13 030289 Outros peixes, exceto fígados, ovas e sêmen - - 2,39 030380 Fígados, ovas e sêmen, de peixes, congelados 1,47 - 3,81

Market Share Acumulado (%) 81,60 81,65 84,64

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Após a identificação dos principais produtos componentes da pauta de exportação brasileira e os devidos percentuais calculou-se o valor total FOB (US$), a quantidade exportada e o preço médio dessa cesta.

Para a cesta de produtos analisada percebeu-se uma queda do valor total, da quantidade e do preço médio ao longo do tempo.

Tabela 8 – Valor, quantidade e preço médio dos principais produtos exportados pelo Brasil.

(29)

26

Período Valor FOB

(US$ milhões) Quantidade (1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg) 2006 - 2012 1.354,24 173,16 7,82 2013 - 2018 1.057,74 158,64 6,67 2006 - 2018 2.411,99 392,57 6,14

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.3.2 Índice de concentração dos produtos importados (ICPM)

Para o índice de concentração dos produtos importados a média foi menor que a média dos produtos exportados, porém, ainda pode ser considerada alta 38,8%. De forma diferente da pauta das exportações, como se observa na Tabela 9 é quase uma estagnação do índice quando se compara o valor no ano inicial 2006 com o ano final 2018, indicando inclusive uma leve concentração da pauta durante o período. Vale salientar a tendência a diversificação até o ano de 2012, que pode ser colocado como ponto de inversão de tendência, já que a partir desse há a tendência de concentração da pauta até o último ano do período estudado, como pode se observar no Gráfico 5.

Tabela 9 – Evolução do índice de concentração dos produtos importados (ICPM).

Ano ICPM 2006 0,4119 2007 0,4076 2008 0,3892 2009 0,3856 2010 0,3899 2011 0,4230 2012 0,3013 2013 0,3369 2014 0,3480 2015 0,3785 2016 0,4216 2017 0,4178 2018 0,4315

(30)

27 Gráfico 5 – Evolução do índice de concentração de produtos importados (ICPM).

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Após a análise do Gráfico 5, identificou-se duas dinâmicas para o comportamento do ICPM. Uma estabilização do índice de concentração para o período 2006 a 2011, uma queda

brusca no ano de 2012, seguida do crescimento do índice até o ano de 2018. Assim, dois subperíodos foram estabelecidos, 2006 a 2011 e 2012 a 2018. Analisou-se quais os produtos mais significativos para o período total e para cada subperíodo.

Podemos destacar a ascensão da participação do produto 030214, “Salmão-do-atlântico e Salmão-do-danúbio, fresco ou refrigerado”, que para o período inicial, 2006 a 2011, não constou entre os principais produtos importados e no período seguinte, 2012 a 2018, foi responsável pela maior parte dos valores importados, representando 32,66% das importações (Tabela 10).

Tabela 10 – Participação média dos principais produtos importados pelo Brasil entre 2006 a 2018, em porcentagem.

SH06 Produtos Market Share (%)

2006 a 2018 2006 a 2011 2012 a 2018 030214 Salmão-do-atlântico e salmão-do-danúbio,

fresco ou refrigerado 17,59 - 32,66

030559 Outros peixes secos, mesmo salgados, mas não defumados

10,33 17,53

4,17 030429 Outros filés congelados de peixes 10,30 22,30 - 030551 Bacalhaus secos, mesmo salgados, mas

não defumados 9,76 15,91 4,50 0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37 0,39 0,41 0,43 0,45 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 ín d ice (2006 = 100) Anos ICP (Importações)

(31)

28

030212 Salmões-pacífico, atlântico e do-danúbio, frescos ou refrigerados

7,39

16,01 -

030474 Filés de merluzas e abroteas, congelados 3,57 - 6,64 030569 Outros peixes salgados e em salmoura,

não secos nem defumados

3,22 - 5,04

030475 Filé de merluza-do-alasca (Theragra chalcogramma), congelados

3,20

- 5,94

030481 Filé de salmão-do-pacífico, do-danúbio,

do-atlântico, congelados 2,77 -

5,15 030462 Filés de bagres (Pangasius spp., Silurus

spp., Clarias spp., Ictalurus spp.), congelado

2,75 - 5,10

030489 Filés de outros peixes, congelados 2,12 - 3,95

030353 Sardinhas, congeladas 2,05 - 3,81

030562 Bacalhaus salgados e em salmoura, não

secos nem defumados 2,04 -

3,71 030375

Esqualos, congelados, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes da

posição 0304

1,97 4,28 -

030371

Sardinhas, sardinelas e espadilhas, congeladas, exceto fígado, ovas, sêmen, ou filés e outras carnes da posição 0304

1,88 4,08 -

Market Share acumulado (%) 79,06 80,11 80,67

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Da mesma forma como foi feito na identificação dos principais produtos exportados, analisou-se o total dos valores FOB (US$), quantidade e preço médio da cesta de produtos.

Na cesta dos principais produtos importados identificou-se uma elevação do valor, quantidade e preço médio ao longo do tempo. O resultado pode ser observado Tabela 11.

Tabela 11 – Valor, quantidade e preço médio dos principais produtos importados pelo Brasil.

Período Valor FOB

(US$ milhões) Quantidade (1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg) 2006 - 2011 3.664,10 1.081,302 3,39 2012 - 2018 7.032,99 1.972,44 3,57 2006 - 2018 10.697,08 3.053,74 3,50

(32)

29 3.4 Índice de concentração do destino das exportações (ICD) e da origem das importações (ICO)

Assim como no índice de concentração por produtos, calculou-se o índice de concentração dos destinos das exportações e da origem das importações.

3.4.1 Índice de concentração por destino (ICD)

Para os destinos das exportações brasileiras o índice de concentração médio apresentou um valor de 48,5%, mostrando elevada concentração dos destinos das exportações brasileiras em poucos países de destino. Ao analisar a Tabela 8 percebe-se que houve uma concentração das exportações brasileiras para um número menor de países ao longo do período.

Tabela 12 – Evolução do índice de concentração dos destinos (ICD).

Ano ICD 2006 0,4741 2007 0,4783 2008 0,4640 2009 0,4679 2010 0,5614 2011 0,4318 2012 0,4270 2013 0,4718 2014 0,4814 2015 0,5172 2016 0,4635 2017 0,4911 2018 0,5697

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Pelo Gráfico 6 foram identificadas variações bruscas do índice que indicam que a comercialização do pescado exportado pelo Brasil está muito susceptível a variações da demanda de alguns dos principais compradores.

(33)

30

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Por meio de análise gráfica identificou-se mudança de tendência do índice de concentração. Para o período de 2006 a 2012 houve redução do índice com exceção do ano de 2010, no qual houve elevação acentuada, e para o período de 2013 a 2018 identificou-se uma tendência crescente do índice.

Assim, calculou-se a participação de cada um desses principais importadores do pescado brasileiro para o período total e para os subperíodos identificados com tendências diferentes.

Tabela 13 – Participação média dos principais países de destino das exportações de pescado do Brasil, 2006 a 2018, em porcentagem.

Países Market Share (%)

2006 a 2018 2006 a 2012 2013 a 2018 Estados Unidos 44,27 41,56 47,43 França 8,22 13,51 - Espanha 8,20 11,26 4,62 Hong Kong 5,71 2,65 9,27 Japão 4,67 5,64 3,54 China 3,35 2,12 4,79 Taiwan (Formosa) 2,60 - 4,01 Vietnã - - 3,79 0,4 0,42 0,44 0,46 0,48 0,5 0,52 0,54 0,56 0,58 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Ín d ic e ( 2006 = 100) Anos ICD

(34)

31

Coreia do Sul 3,11 3,14 3,07

Portugal - 2,30 -

Market Share Acumulado (%) 80,13 82,18 80,52

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Após a identificação dos países calculou-se o valor, a quantidade e o preço médio de importação de pescados, para o período total e para os subperíodos. Como resultado foi observado a redução dos valores e da quantidade importada e elevação do preço médio, Tabela

Tabela 14 – Valor, quantidade e preço médio do pescado brasileiro exportado para os principais destinos.

Período Valor FOB

(US$ milhões)

Quantidade

(1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg)

2006 - 2012 1.378,71 209,62 6,58

2013 - 2018 1.097,75 139,87 7,85

2006 - 2018 2.476,45 349,49 7,09

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

3.4.2 Índice de concentração por origem (ICO)

O índice de concentração por origem para o período apresentou média de 45,8%, indicando que as importações brasileiras de pescado estão concentradas em poucos países. Assim como o ICD, o ICO apresentou elevação de seu valor no período, como pode-se observar na tabela 15.

Tabela 15 – Evolução do índice de concentração das origens (ICO).

Ano ICO 2006 0,4792 2007 0,4558 2008 0,4360 2009 0,4327 2010 0,4167 2011 0,3986 2012 0,4075 2013 0,4545

(35)

32 2014 0,4613 2015 0,4931 2016 0,5236 2017 0,4925 2018 0,5015

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Pelo Gráfico 7 observou-se uma tendência de desconcentração dos países de origem das importações brasileiras até o ano de 2012 quando a tendência se inverte.

Gráfico 7 – Evolução do índice de concentração das origens (ICO).

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Após identificação da inversão de tendência pelo gráfico, dividiu-se o período total em dois subperíodos, 2006 a 2011 e 2012 a 2018. Então, analisou-se de quais países o Brasil mais importou pescados e suas respectivas participações nas importações brasileiras, tanto para o período total, 2006 a 2018, como para os subperíodos (Tabela 16).

Tabela 16 – Participação média dos principais países de origem das importações de pescado do Brasil, 2006 a 2018, em porcentagem.

Países Market Share (%)

2006 a 2018 2006 a 2011 2012 a 2018 Chile 41,94 40,94 43,11 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Ín d ice (2006 = 100) Anos ICO

(36)

33

China 15,18 15,44 14,88

Noruega 10,70 11,20 10,12

Argentina 7,87 7,96 7,76

Vietnã 7,44 7,39 7,50

Market Share acumulado (%) 83,13 82,93 83,37

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

Após identificação dos principais países, calculou-se a participação acumulada desses nas importações brasileiras. Novamente, para o período total, assim como para os subperíodos estabelecidos.

Para as principais origens das importações brasileiras constatou-se como de acordo com a Tabela 17a elevação do valor, da quantidade e do preço médio.

Tabela 17 – Valor, quantidade e preço médio do pescado importado pelo Brasil dos principais países de origem.

Período Valor FOB

(US$ milhões)

Quantidade

(1.000 toneladas) Preço Médio (US$/kg)

2006 - 2011 3.478,57 896,31 3,88

2012 - 2018 7.228,95 1.756,88 4,11

2006 - 2018 10.707,52 2.653,19 4,04

Fonte: elaborada pelo autor com base nos dados do sistema Comex Stat (2019)

4 CONCLUSÃO

Como resultado da análise do comércio internacional brasileiro de pescados para o período de 2006 a 2018, percebe-se como tendência o crescimento das importações e a redução das exportações, assim, gerando déficits na balança comercial para o setor de pescado. Dividir o período total em subperíodos: 2006 a 2008, 2009 a 2015 e 2016 a 2018 foi crucial para o melhor entendimento da dinâmica de comércio, visto que fatores culturais, ambientais, econômicos e políticos afetam a demanda e oferta dos produtos. Após analisar as variações dos valores exportados e importados para todo o período pode-se afirmar que o efeito quantidade foi elevado no primeiro período, 2006 a 2008, o que justificou a tendência negativa dos valores exportados para todo o período, visto que o preço apresentou tendência crescente. Na análise dos valores importados, a tendência crescente pode ser atribuída tanto ao efeito quantidade

(37)

34 quanto ao efeito preço, ambos contribuíram de forma positiva para a elevação do valor das importações em todos os subperíodos analisados.

No cálculo dos índices de concentração verificou-se e a concentração da pauta de exportação, da pauta de importação, concentração dos valores exportados em poucos países de destino, assim como a concentração dos valores importados em poucos países de origem. Tal concentração demonstra a fragilidade brasileira quanto ao comércio de pescados, pois variações de demanda e de oferta de países específicos causadas por instabilidades afetam de forma significativa o cenário brasileiro para o setor.

Ao se realizar a pesquisa notou-se deficiências da literatura específica, sendo o comércio internacional de pescados brasileiros muito pouco estudado, apresentando urgência de produção científica de qualidade, visto o déficit apresentado pelo setor pesqueiro.

(38)

35 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Antônio Carlos; SILVA, Lúcia Maria Ramos; MIDLEJ, Rosalina Ramos. Valor da produção de cacau e análise dos fatores responsáveis pela sua variação no estado da Bahia. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL - SOBER, 43., Ribeirão Preto-SP, 2005. Anais... Brasília-DF: SOBER, v. 1. p. 1-12, 2005.

BARONE, Rafael Simões Coelho et al. Fish and fishery products trade in Brazil, 2005 to 2015: A review of available data and trends. Sci. agric. (Piracicaba, Braz.), Piracicaba, v. 74, n. 5, p. 417-424, Outubro de 2017. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162017000500417&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 14 de junho de 2019.

BRASIL. Ministéria do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

(Sistema Comex Stat). Disponível em: < http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home>. Acesso em: 18 de junho de 2019.

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