ESCOLA POLITÉCNICA DA USP
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA
PHD 2411 – SANEAMENTO I DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Prof. Dr. Roque Passos Piveli
DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Introdução Definição
Agentes desinfetantes
Histórico do processo de desinfecção Aspectos químicos do cloro em meio
DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Demanda de cloro – Reações com nitrogênio amoniacal
Avaliação da eficácia do processo de desinfecção
Cinética do processo de desinfecção Efeito da temperatura
TRATAMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
Manancial Coagulação Floculação Sedimentação
Filtração Desinfecção
Fluoretação Correção de pH
Água final
Polímero Agente oxidante
DESINFECÇÃO
Definição: O propósito do
processo de desinfecção é
eliminar, de modo econômico, os
microrganismos patogênicos
ESTERILIZAÇÃO
Definição: Processo de destruição
de todas as formas de vida
Agentes físicos
Temperatura
Radiação
Filtração
Agentes químicos
Fenóis
Álcoois
Halogênios
Metais pesados
Ácidos e bases
AGENTES DESINFETANTES
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE
UM AGENTE DESINFETANTE
Atividade antimicrobiana Solubilidade
Estabilidade
Inocuidade para o homem e os animais Ausência de combinação com material
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE
UM AGENTE DESINFETANTE
Apresentar toxicidade para os
microrganismos em temperatura ambiente
Ausência de poderes corrosivos e
tintoriais
PRINCIPAIS AGENTES
DESINFETANTES UTILIZADOS NO
TRATAMENTO DE ÁGUA
Cloro (Cloro gasoso, Hipoclorito de
Sódio e Hipoclorito de cálcio)
Cloraminas
Dióxido de cloro Ozônio
Evidências de John Snow - 1854 Teoria dos germes - Louis Paster e
Robert Koch - 1870
Poder do cloro na ação desinfetante -
Robert Koch - 1881
HISTÓRICO DO PROCESSO
DE DESINFECÇÃO
Primeiras aplicações do cloro como agente
regular no processo de desinfecção de águas de abastecimento
Alemanha (1890)
Inglaterra - Lincon - (1905)
Estados Unidos - Chicago - (1908)
HISTÓRICO DO PROCESSO
DE DESINFECÇÃO
HISTÓRICO DO PROCESSO DE
DESINFECÇÃO
0 5 10 15 20 25 30 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Ano T a x a d e m o rta li d a d e p o r 1 0 0 .0 0 0 h a b ita n te s Início do processo de cloração Identificação dos DBP’s Protozoários resistentes a ação dos agentes desinfetantes convencionaisTaxa de mortalidade de febre tifóide nos Estados Unidos da América Fonte: Jacangelo, M. (2001)
Lesão da parede celular
Alteração da permeabilidade celular Inibição da ação enzimática
Alterações das moléculas de
proteínas e de ácidos nucleicos
MODO DE AÇÃO DOS
Avaliação do processo Monitoramento da concentração de microrganismos patogênicos Monitoramento da concentração de microrganismos indicadores
EFICÁCIA DO PROCESSO
DE DESINFECÇÃO
Estar presente na fase líquida quando da
presença de microrganismos patogênicos
Estar presente apenas quando a presença
de microrganismos for um perigo iminente
Estarem em maior número do que os
microrganismos patogênicos
Serem mais resistentes a ação dos agentes
desinfetantes do que os microrganismos patogênicos
CARACTERÍSTICAS DE UM
Crescerem facilmente em um meio cultura
relativamente simples
Estarem distribuídos randomicamente na
amostra a ser examinada
Crescerem de forma independente em
relação a outros microrganismos quando inoculados em meio de cultura artificial
CARACTERÍSTICAS DE UM
Grupos coliformes totais
Contagem de bactérias
heterotróficas
Grupos coliformes fecais ou
termotolerantes
MICRORGANISMOS
INDICADORES EM ENGENHARIA
AMBIENTAL
Parâmetro Valor Mais Provável Água para consumo humano
Coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml Água na saída do tratamento
Coliformes totais Ausência em 100 ml
Água tratada no sistema de distribuição (Reservatórios e Rede) Coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml
Coliformes totais
Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês:
Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês
Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês:
Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 ml
PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE
POTABILIDADE DA ÁGUA PARA
Controle de gosto e odor em águas
de abastecimento
Oxidação de ferro, manganês e H
2S
APLICAÇÃO DO CLORO COMO
AGENTE OXIDANTE E
Controle do crescimento de algas
nas unidades componentes da ETA
Controle do crescimento
microbiológico e desenvolvimento de
biofilmes em redes de distribuição
APLICAÇÃO DO CLORO COMO
AGENTE OXIDANTE E
Aplicação Dosagem típica pH ótimo Tempo de Reação Efetividade Oxidação de ferro 0,62 mg/mg Fe 7,0 < 1,0 hora Bom Oxidação de manganês 0,77 mg/mg Mn 7,5 a 8,5 9,5 1 a 3 horas Minutos Razoável, função do pH Controle de biofilmes 1 mg/l a 2 mg/l 6,0 a 8,0 Não Disponível Bom Controle de gosto e odor
Variável 6,0 a 8,0 Variável Variável
Remoção de cor Variável 4,0 a 7,0 Minutos Bom
APLICAÇÕES DO CLORO E
DOSAGENS TÍPICAS
Cloro gasoso (Líquido – Gás)
Hipoclorito de sódio (Solução líquida)
Hipoclorito de cálcio (Sólido)
APLICAÇÃO DO CLORO NO
TRATAMENTO DE ÁGUAS DE
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
HIPOCLORITO DE SÓDIO
Cilindros de 45 kg (Retirada de gás) Cilindros de 90 kg (Retirada de gás) Cilindros de 900 kg (Gás ou Líquido) Carretas de 18 toneladas (Líquido) Carretas de 20 toneladas (Líquido) Tanque estacionário de 50 toneladas
* Observação: Retirada de cloro gasoso é limitado a 1% de sua capacidade mássica por hora
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
CLORO GASOSO
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
CILINDROS DE 90 KG
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
CILINDROS DE 900 KG
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
CILINDROS DE 900 KG
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
CAMINHÃO TANQUE DE 18 TON
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
RETIRADA DE CLORO GASOSO
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
RETIRADA DE CLORO GASOSO
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
RETIRADA DE CLORO LÍQUIDO
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
RETIRADA DE CLORO LÍQUIDO
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
EVAPORADORES E CLORADORES
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
EVAPORADORES E CLORADORES
APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S
Cloro Gasoso
) ( 2 ) ( 2 gásCl
aquosoCl
T Cl parcial aquosoe
P
Cl
atm
L
mol
H
6 2.818,48 ) ( ) ( 2.
10
.
805
,
4
)
/
(
2
ASPECTOS QUÍMICOS DO
CLORO EM MEIO AQUOSO
Cloro Gasoso
HOCl
Cl
H
O
H
Cl
2(aq)
2
3,35 ) ( 2 10 . . aquoso H Cl Cl HOCL H KASPECTOS QUÍMICOS DO
CLORO EM MEIO AQUOSO
Hipoclorito de Sódio
H
O
HOCl
Na
OH
NaOCl
2Hipoclorito de Cálcio
H
O
HOCl
Ca
OH
OCl
Ca
(
)
2
2
22
2 2ASPECTOS QUÍMICOS DO
CLORO EM MEIO AQUOSO
H
OCl
HOCl
K K T T pK1 10,069 3.000 0,025
7,5 1 10 . HOCl OCl H KASPECTOS QUÍMICOS DO
CLORO EM MEIO AQUOSO
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 pH F ra ç õ e s io n iz á v e is HOCl OCl
Reações com a luz ultra-violeta
2
2 2
2HOCl H Cl O
Reações com compostos inorgânicos
(Fe+2, Mn+2, S-2, NO
2-)
Reações com compostos orgânicos Reações com compostos fenólicos Reações com substâncias húmicas
CLORO E SUAS REAÇÕES
DEMANDA DE CLORO
Reações com nitrogênio amoniacal H O H Cl NH HOCl NH4 2 2 O H NHCl HOCl Cl NH2 2 2 O H NCl HOCl NHCl2 3 2 O H Cl H N HOCl NH4 3 2 5 3 3 2 2 O H Cl H NO HOCl NH4 4 3 6 4 2
CLORO E SUAS REAÇÕES
DEMANDA DE CLORO
Cloro Residual Livre
OCl HOCl Cloro Residual Combinado
NH2Cl
NHCl2
NCl3
Demanda de Cloro
Cloro Aplicado - Cloro Residual
CLORO E SUAS REAÇÕES
DEMANDA DE CLORO
CLORO E SUAS REAÇÕES
DEMANDA DE CLORO
e Cl Cl2 2 2 HOCl H 2e Cl H2O O H Cl e H OCl 2 2 2 4 2Cl 2H 2e Cl NH NH 4 2 3H 4e 2Cl NH NHCl
1 mol Cl2 = 1 mol HOCl = 1 mol OCL- = 1 mol NH2CL 1 mol NHCL2 = 2 moles Cl2
CONCENTRAÇÃO DE
AGENTES OXIDANTES
Lei de Chick (1908) k N dt dN . Lei de Watson (1908) N C k dt dN n d. . n d C k k . Lei de Chick-Watson (1908) t C k n d e N N . . 0 0 Eficiência = C.t
CINÉTICA DO PROCESSO DE
DESINFECÇÃO
t C k n d e N N . . 0 0 Eficiência = C.t
Concentração mínima de cloro residual livre após a
desinfecção: 0,5 mg/l
Concentração mínima de cloro residual livre na rede
de distribuição: 0,2 mg/l
Concentração máxima de cloro residual livre na rede
de distribuição: 2,0 mg/l
Tempo de contato 30 minutos
CINÉTICA DO PROCESSO DE
DESINFECÇÃO
FLUORETAÇÃO
Definição:O propósito do processo de
fluoretação é garantir uma concentração
mínima e máxima de íon fluoreto em águas de abastecimento a fim de que seja possível a
manutenção da saúde dental da população.
Para cada $ 1,0 gasto em processos de fluoretação, são economizados potencialmente $ 80,0 em custos odontológicos (AWWA, 1999)
TRATAMENTO CONVENCIONAL DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
Manancial Coagulação Floculação Sedimentação
Filtração Desinfecção
Fluoretação Correção de pH
Água final
Polímero Agente oxidante
CONCENTRAÇÕES DE FLUORETO
RECOMENDÁVEIS EM ÁGUAS DE
ABASTECIMENTO
TEMPERATURA MÉDIAANUAL
DAS MÁXIMAS DIÁRIAS (C)
LIMITES
RECOMENDADOS DE FLUORETO (mg/l)
INFERIOR ÓTIMO SUPERIOR
10 - 12,1 0,9 1,2 1,7 12,2 - 14,6 0,8 1,1 1,5 14,7 - 17,7 0,8 1,0 1,3 17,8 - 21,4 0,7 0,9 1,2 21,5 - 26,3 0,7 0,8 1,0 26,4 - 32,5 0,6 0,7 0,8
CONCENTRAÇÕES DE FLUORETO EM
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO
Município Número do Poço F- (mg/L)
Riolândia 6/03 8,20 Santa Albertina 13/14 4,40 Barretos 58/21 2,50 Coroados 91/11 5,00 Queiroz 158/07 4,40 Arealva 163/07 3,00 Presidente Prudente 177/82 11,60 Presidente Prudente 177/82 10,50 Presidente Prudente 177/82 13,30 Presidente Prudente 177/82 9,80 Leme 193/02 7,10 Teodoro Sampaio 200/06 9,20 Rio Claro 247/07 6,60 Cosmópolis 249/11 5,60 Jaguariúna 249/36 6,40 Anhembi 273/03 10,40 Conchas 274/05 8,57
APLICAÇÃO DE FLUORETO EM
ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
Fluoreto de Sódio (NaF) Fluoreto de Cálcio (CaF2)
Fluossilicato de sódio (Na2SiF6) Ácido Fluossilícico (H2SiF6)
APLICAÇÃO DE FLUORETO EM
ÁGUAS DE ABASTECIMENTO
Compostos Características Fluossilicato de Sódio (Na2SiF6) Fluoreto de Sódio (NaF) Fluoreto de Cálcio (CaF2) Ácido Fluossilícico H2SiF6 Forma pó pó pó líquido Peso Molecular (g) 188,05 42,00 78,08 144,08 % Pureza (comercial) 98,5 90-98 85-98 22-30 % Fluoreto (composto 100% puro) 60,7 45,25 48,8 79,02 Densidade (Kg/m3) 881-1153 1041-1442 1618 1,25(Kg/L) Solubilidade a 25C (g/100gH2O) 0,762 4,05 0,0016 infinita Vazão: 1,0 m3/s
Dosagem mínima de cloro: 0,8 mg/l
Dosagem média de cloro: 1,5 mg/l
Dosagem máxima de cloro: 2,5 mg/l
Tempo de contato: 30 minutos
Concentração de flúor na água bruta: 0,1 mg/l
Concentração de flúor na água final: 0,9 mg/l
Profundidade da lâmina líquida=3,5 m
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Cálculo do volume do tanque de contato
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Q Vol h 3 3 800 . 1 min / 60 . min 30 . / 0 , 1 . m s s m Q Vol h Definição da geometria do tanque de contato
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
2 3 515 5 , 3 800 . 1 m m m H V AS ol 2 2 515 . 3 .L B m B AS m H m L m B 5 , 3 0 , 40 0 , 13 Definição da geometria do tanque de contato
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
13,0 m 40,0 m 3,25 m 3,25 m Cálculo do consumo diário de cloro
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
t C Q Massa . . dia kg kg g m g dia m Massamínima 69,12 / / 000 . 1 / 8 , 0 . / 400 . 86 3 3 dia kg Massamédia 129,6 / dia kg Massamáxima 216 / Dimensionamento do sistema de reservação
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
kg dias dia kg Massa 216 / .20 4.320Será admitido que o sistema de reservação tenha uma autonomia de 20 dias.
Opção 1 - Cloro gasoso
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
05 Cilindros de 01 tonelada cada.
Opção 2 - Hipoclorito de sódio
Concentração da solução: 12,0% em peso como Cl2 Massa específica da solução: 1.220 kg/m3
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Opção 2 - Hipoclorito de sódio
Concentração da solução: 12,0% em peso como Cl
2 Massa específica da solução: 1.220 kg/m3
solução solução produto M kg M M 4.320 12 , 0 Msolução 36.000 kg 3 3 29,5 / 220 . 1 000 . 36 m m kg kg M V solução solução olume
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Opção 2 - Hipoclorito de sódio
Concentração da solução: 12,0% em peso como Cl
2 Massa específica da solução: 1.220 kg/m3
) ( 0 , 30 m3 Adotado Volume
Dimensionamento do sistema de fluoretação
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
C C
t Q Massa . AF AB . dia kg kg g m g dia m Massamínima 69,12 / / 000 . 1 / 8 , 0 . / 400 . 86 3 3 Cálculo da massa de ácido fluossilícico
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Mol H2SiF6=144,1 gMassa de F por mol de H2SiF6=114
dia kg Massa 87,37 / 114 1 , 144 . 12 , 69
Dimensionamento do sistema de reservação
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
DE DESINFECÇÃO E FLUORETAÇÃO
Será admitido que o sistema de reservação tenha uma autonomia de 20 dias.
kg dias
dia kg
Massa 87,37 / .20 1.747,4
Concentração da solução: 22,0% em peso como H2SiF6 Massa específica da solução: 1.260 kg/m3
Dimensionamento do sistema de reservação