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INDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

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Academic year: 2021

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INDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS COM O

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

DIAS, Júlia Muniz1; MELO, Sulamita Delazari2; PEREIRA, Eveline Torres3; DINIZ, Elizângela Fernandes Ferreira Santos4

Eixo Temático: Atividade motora, reabilitação e saúde

RESUMO

A obesidade infantil tem crescido cada vez mais no mundo. Crianças com o transtorno do espectro autista (TEA) têm apresentado um excesso de peso, acompanhando a tendência mundial. Nesse sentido, o presente estudo buscou verificar se as crianças com TEA no município de Ubá, Minas Gerais seguem os dados observados pelo Ministério da Saúde Brasileiro, pela OMS em relação ao índice de sobrepeso e obesidade. Para isso, foi utilizado o índice de massa corporal (IMC) baseado nos padrões estipulados pela Organização Mundial da Saúde de 2007, apoiado nas curvas de crescimento. Participaram desse estudo em andamento, quatro crianças com diagnóstico de TEA, com idade entre seis e nove anos. Os resultados indicaram que 50% dos participantes obtiveram um quadro de sobrepeso e 25% obesidade. Dessa forma, conclui-se que o índice de sobrepeso e obesidade das crianças com transtorno do TEA avaliadas indicaram riscos para sua saúde e desenvolvimento.

Palavras-chaves: Autismo. Sobrepeso. Obesidade. Atividade física.

1 Graduanda, Centro Universitário Governador Ozanan Coelho, Ubá – MG, diasmunizjulia@gmail.com

2 Graduanda, Centro Universitário Governador Ozanan Coelho, Ubá– MG,

sulamitadelazari18@gmail.com

3 Doutorado. Universidade Federal de Viçosa – MG, evelineufv@gmail.com

4 Doutoranda, Centro Universitário Governador Ozanam Coelho, Ubá MG,

elizangela.fernandes.f@gmail.com

A pesquisa é financiada pelo programa de iniciação científica do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho.

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INTRODUÇÃO

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), pertence à categoria dos transtornos do neurodesenvolvimento. O TEA caracteriza-se pela presença de sintomas frequentes na comunicação e na interação social, além de apresentar padrões repetitivos e restritos de comportamento. Esses sintomas limitam e prejudicam o funcionamento diário já que são recorrentes desde o início da infância (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).

Pesquisas recentes evidenciam um quadro alarmante de obesidade infantil. Um estudo publicado na revista The Lancet liderado pelo Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) analisou o IMC de 130 milhões de pessoas acima de 5 anos e verificou um aumento significativo no número de crianças e adolescentes obesos. Em 1975 tínhamos 11 milhões de crianças obesas com idade entre cinco a 19 anos e em 2016 o índice subiu para 124 milhões. Já no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (2019) cerca de 12,9% das crianças brasileiras com idade entre cinco a nove anos estão obesas.

Não diferentemente do cenário apresentado acima, as crianças com deficiência têm apresentado excesso de peso, bem como as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) (PHILLIPS et al., 2014). Segundo os autores Tyler et al. (2014) a obesidade é uma comorbidade prevalente em crianças com esse tipo de transtorno, podendo desencadear problemas significativos para a saúde deles. Esse excesso de peso pode estar relacionado com quatro fatores potenciais nessa população, sendo eles subdivididos em dois fatores diretos: nível de atividade física e má nutrição e dois fatores indiretos: uso de medicamentos antipsicóticos e antidepressivos; anormalidades hormonais e metabólicas (SRINIVASAN, PESCATELLO, BHAT, 2014).

Contudo uma das formas de reverter e amenizar este quadro é elaborar programas de atividade física para indivíduos com TEA. A atividade física para esse público é indispensável, pois há melhorias em diferentes esferas, obtendo resultados positivos na condição física, cognitiva e sensorial (LOURENÇO et al., 2015).

Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi verificar se as crianças com TEA no município de Ubá, Minas Gerais seguem os dados observados pelo Ministério da Saúde Brasileiro, pela OMS em relação ao índice de sobrepeso e obesidade.

MÉTODOS

Destaca-se que esta é uma pesquisa de campo, ainda em andamento, até o presente momento participaram do estudo quatro crianças entre seis a nove anos com o diagnóstico de TEA sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino. A pesquisa foi desenvolvida nas dependências do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (UNIFAGOC) no Laboratório de Medidas e Avaliação, local arejado, e com as condições adequadas para realização dos testes e com aparelhos apropriados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, sendo o número de 45307715.3.0000.5153.

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O primeiro contato com a população foi através de publicações nas mídias sociais, onde também foi feito um convite para responsáveis, pais e escolas especializadas convidando-os para a participação dos mesmos da pesquisa no município do estado de Minas Gerais. Após os interessados entrarem em contato foi agendado um primeiro encontro, onde foi explicado aos responsáveis o objetivo da pesquisa. Nesse primeiro encontro os pais ou responsáveis pela criança assinaram os termos de consentimento livre e esclarecido, além do termo de assentimento e uso de imagem.

Para determinar o índice de massa corporal (IMC) é realizada a divisão do peso corporal, em quilos, pela estatura em metros ao quadrado. Para a medida da massa corporal, o avaliado subiu de costas para a balança mecânica de 300 kg do modelo hospitalar da marca Filizola com precisão de 100 gramas e manteve os cotovelos em extensão ao longo do corpo. A estatura foi medida através de um estadiômetro da marca Sanny, e o avaliado manteve a cabeça ereta e o corpo alinhado.

Os dados coletados foram classificados e analisados de acordo com as curvas de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007). Para isso, adotou-se o ponto de corte considerando o percentil sendo eles; baixo peso, percentil < 3; peso adequado, percentil ≥3 e < 85; sobrepeso, percentil ≥ 85e < 97; e obesidade, percentil ≥ 97. Após

essa classificação realizou-se uma análise descritiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra do presente estudo foi relativamente pequena, contendo quatro crianças, sendo 75% do sexo masculino e 25% do sexo feminino, com idade média de 6,75+1,50 anos. Observa-se na Figura 1 informações referentes ao índice de sobrepeso e obesidade dos participantes.

Figura 1: Índice de sobrepeso e obesidade de crianças com TEA, Ubá-MG, 2019.

25% 50% 25% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

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Destaca-se que na Figura 1, 25% das crianças estão com peso adequado, enquanto que 50% com sobrepeso e 25% com obesidade, de acordo com os padrões estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007). Os resultados obtidos indicam uma conformidade em relação aos dados publicados pela OMS e Ministério da Saúde, em que o número de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade têm crescido ao longo dos anos. Ressalta-se que só no Brasil, 12,9% das crianças com idade entre cinco a nove anos estão apresentando esse quadro.

Diante dos resultados indicados, Phillips et al. (2014) afirmam que crianças com TEA também têm apresentado excesso de peso quando observados com as crianças sem o transtorno. Se considerarmos que esse quadro de sobrepeso e obesidade irá se prolongar para a vida adulta é de extrema importância que se identifique esse cenário o quanto antes para que se aconselhe uma intervenção orientada por profissionais da área de Educação Física.

De acordo com Srinivasan, Pescatello, Bhat (2014), alguns fatores como o nível de atividade física e a má nutrição estão diretamente ligados com esse acúmulo de gordura nessa população. Torna-se de extrema importância conseguir verificar a qual segmento esse quadro está relacionado. Lourenço et. al (2014) avaliaram formas que iriam amenizar e até reverter esse panorama, mostrando que a atividade física é indispensável para este público, além disso, a atividade irá contribuir em melhoras nas habilidades motoras, cognitiva e sensorial, obtendo também ganhos positivos na condição física. Com base nesses indicativos é relevante que os pais ou responsáveis procurem estimular as crianças com TEA a praticarem atividades físicas com a finalidade de elas obterem ganhos significativos tanto em relação ao quadro de sobrepeso e obesidade, quanto nos aspectos do desenvolvimento motor.

Entretanto, destacam-se as limitações dessa pesquisa, o número amostral muito pequeno o que impossibilita generalizar tais dados, contudo ressalta-se que, embora pequeno o número de participantes somente um participante não demonstrou o excesso de peso. Tal ponto reforça a importância do acompanhamento nutricional e de um profissional de Educação Física ainda na primeira infância.

CONCLUSÕES

Os resultados dessa pesquisa em andamento ainda não são conclusivos, mas até o momento pode-se afirmar que no município de Ubá as crianças que possuem o diagnóstico de TEA possuem índices de sobrepeso e obesidade semelhantes ao apresentado pelo Ministério da Saúde, bem como para a Organização Mundial da Saúde.

REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM- 5. 5. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2014.

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TYLER, C.V.; SCHRAMM, S. C.; KARAFA, M.; TANG, A. S.; JAIN, A. K. Chronic Disease Risks in Young Adults With Autism Spectrum Disorder: Forewarned Is Forearmed. American Journal on Intellectual and Developmental Disabilities. v. 116, n. 5, p. 371-380, 2011.

LOURENÇO, C. C. V.; ESTEVES, M. D. L.; CORREDEIRA R. M. N.; SEABRA, A. F. T. Avaliação dos efeitos de programas de intervenção de atividade física em

indivíduos com transtorno do espectro do autismo. Revista Brasileira Educação Especializada. Marília, v. 21, n. 2, p.319-328, 2015.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Obesidade Infantil traz riscos para saúde adulta. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45494-obesidade-infantil-traz-riscos-para-a-saude-adulta>. Acesso em: 18 de setembro de 2019. ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANDA DE SAÚDE. Worldwide trends in body-mass uderweight, overweight, and obesity fron 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 populations-baseded measurement studies in 128.9 million children, adolescents, and adults. 2017. Disponível em:

<https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(17)32129-3/fulltext?elsca1=tlpr>. Acesso em: 14 de setembro de 2019.

PHILLIPS, K. L.; SCHIEVE, L. A.; VISSER, S.; BOULET, S.; SHARMA, A. J.; KOGAN, M. D.; BOYLE, C. A.; YEARGIN-ALLSOPP, M. Prevalence and impact of unhealthy weight in a national sample of US adolescents with autism and otherlearning and behavioral disabilities. Matern Child Health Journal. v. 18, n. 8, p. 1964-1975, 2014.

SRINIVASAN, S.M.; PESCATELLO, L.S.; BHAT, A.N. Current Perspectives on Physical Activity and Exercise Recommendations for Children and Adolescents with Autism Spectrum Disorders. Journal of the American Physical Therapy Association. Alexandria, v. 96, n. 6, p. 875–889, 2014.

Referências

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