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Avaliando a longevidade da porca. Em termos econômicos, os suinocultores

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Academic year: 2021

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Introdução

A longevidade da porca geral-mente se refere a quanto o período produ-tivo dessa categoria de fêmea representa, HP WHUPRV GH LPSDFWR VLJQL¿FDWLYR QD produtividade e na lucratividade das cria-ções comerciais de suínos. O aumento nos custos da nutrição vivenciado pelos cria-dores de animais de produção nos EUA é resultado do crescimento da procura de milho pela concorrente indústria do eta-nol. A experiência crescente nos EUA é a de que muitos produtores no mundo vêm, há anos, vivenciando a dependência da importação de cereais para manter seus negócios de produção animal. A combi-nação do aumento nos custos da nutrição FRP DV WtSLFDV ÀXWXDo}HV GRV SUHoRV GH mercado tem forçado a indústria de ani-mais de produção a diminuir sua lucrativi-dade de forma dramática, ano a ano.

Está claro que a redução do período produtivo da porca (ou seja, o nº de partos da matriz no momento do descarte), independentemente da causa do descarte, resulta em menos leitegadas com as quais ela teria a oportunidade de VHUVX¿FLHQWHPHQWHSURGXWLYDDRLQYpVGH precisar ser vendida para que se obtenha lucro. Por causa do custo de reposição das fêmeas – que inclui custos de desen-volvimento, aclimatação e alimentação, despesas veterinárias e todas as outras YDULiYHLV±PDLVDOJXPFXVWR¿[RFRPEL-nado com a permanência relativamente curta da maioria das fêmeas nos rebanhos de reprodutoras comerciais, os suinocul-tores precisam de uma ferramenta que os auxilie a avaliar suas decisões relativas à reposição do seu plantel. Adicionalmente, os suinocultores precisam de ferramentas TXHRVDMXGHPDLGHQWL¿FDUHDPHOKRUDU fatores que contribuam para a retirada de reprodutoras do plantel mais cedo que o desejado. Por exemplo, produtores poderiam usar material educativo

desen-volvido para auxiliar na seleção de marrãs que tivessem estrutura desejável de cascos e membros, com nenhuma anormalidade nesses itens, com o objetivo de reduzir a incidência de laminite, a segunda causa mais frequente de descarte relatada em plantéis de reprodutoras.

Avaliando a longevidade da porca

Em termos econômicos, os sui-nocultores enfrentam uma decisão de or-çamento de capital quando têm que optar pela compra (ou pela utilização de uma fêmea do próprio plantel) de uma repro-dutora de reposição (como no caso de qualquer outro item depreciável). Trata-se da mesma decisão que qualquer indústria toma, quando da compra de novos equipa-mentos, construção de novas instalações, etc. O orçamento de capital para a repo-sição de marrãs é contabilizado pelo

nú-mero de períodos (parições) que a fêmea cumprirá no plantel e pelo custo inicial da mesma (ou valor designado para a marrã, enquanto em produção no plantel), segui-do por períosegui-dos de gastos e rendimentos. Adicionalmente, qualquer valor de recu-peração é contabilizado nesse processo. Nesse caso, o valor de recuperação deve ser reduzido pelo percentual de porcas com valor 0 (zero), como seriam os casos de mortalidade ou eutanásia.

Os autores têm utilizado a me-WRGRORJLD GRV ÀX[RV GH FDL[D GHVFRQWD-dos, que calcula o valor presente líquido (VPL), quando da avaliação econômica do período produtivo da porca. A análise do VPL, para qualquer situação de orçamen-WR GH FDSLWDO VLJQL¿FD WRPDU XP LQYHV-timento de hoje, projetar o lucro líquido futuro deste investimento e colocar esses ganhos futuros em doláres de hoje. Isso acabou resultando no desenvolvimento de

Traduzindo a

longevidade da

porca em números

K. J. Stalder 1, 4‡5&/DF\2‡5))LW]JHUDOG

M. T. Nikkilä 1‡$.-RKQVRQ1‡/$.DUULNHU3, 4

J. C. Gomes Neto 3, 4

1 Departamento de Ciência Animal, Universidade do Estado de Iowa, Ames 2 Departamento de Agricultura e Economia Aplicada da Universidade de Georgia,Tifton 3 Diagnóstico Veterinário e Medicina de Animais de Produção 4 Universidade do Estado de Iowa, Ames

jgneto84@gmail.com

A seleção da futura reprodutora auxília a redução de descarte de fêmeas com problemas principalmente locomotores, sendo a segunda causa mais frequente de descarte

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uma planilha relativamente simples, para determinar quanto tempo uma porca deve permanecer no plantel de reprodutoras an-tes que um determinado valor líquido po-sitivo seja atingido, ou quando ela “pague por si mesma” Essa ferramenta em forma de planilha gera uma série de tabelas, por paridade, a partir de dados de produção e variáveis econômicas.

Para que as informações geradas tenham acuracidade e para calcular o VPL das marrãs de reposição, o sistema de aná-lise de orçamento de capital vai requerer as seguintes informações do suinocultor: ƒO custo inicial da leitoa (ou custo de produção mais algum custo genético adicional);

ƒCustos adicionais para

desenvolvimento da leitoa (ração, veterinário, mão de obra, etc.); ƒA expectativa de produtividade da

leitoa (leitões por leitegada, leitegadas por ano, etc.);

ƒA expectativa dos custos de produção para os produtos da leitoa (ração, produtos veterinários, instalações, mão de obra, etc.);

Tabela 1

Preço da leitoa € 180,00 Nº de leitões vendidos/leitegada 10,53

Taxa de desconto anual 10,0% Peso de venda, kg 106,00

Taxa de desconto da parição 4,35% €/kg suínos vendidos 1,20

Percentual de leitoas adquiridas que não entram no plantel reprodutivo 10,0% Receita/leitegada € 1 340,01

Custos de ração/desenvolvimento € 38,10 Custo de ração/leitegada € 869,90

2XWURVFXVWRVGHVHQYROYLPHQWR € 7,50 2XWUDVGHVSHVDV € 320,24

Total de custos/desenvolvimento € 45,60 Lucro líquido/leitegada € 149,88

Preço total da leitoa € 237,67 Número de porcas 2 500

1GHOHLW}HVQDVFLGRVYLYRVOHLWHJDGD 12,2 Leitegadas/porca/ano 2,3

Mortalidade nascimento/desmame 11,0% Total de leitegadas/ano 5,75

Mortalidade na creche 1,5% Média de partos/porca inseminada 3,50

Mortalidade crescimento/terminação 1,5% Anos/porca 1,52

Mortalidade de porcas 5,9% Peso da porca no descarte, kg 181,44

Peso da marrã no descarte, kg 130,0 €/kg para descarte de porcas 0,90

€/kg para descarte de leitoas 1,00 Valor de descarte € 153,66

Receita/descarte de leitoas € 13,00

Tabela 2

Ração Ração (kg/cab.) Nº de cabeças Total (ton.) Preço (€/ton.) Custo da ração (€) Dieta DPS* - 10,86 - 1 200,00 0,00 Dieta de Transição 2,00 10,80 0,02 700,00 15,13 Dieta Fase II 4,00 10,75 0,04 400,00 17,20 Dieta Fase III 13,00 10,70 0,14 380,00 52,85 Dieta Cresc. I 26,00 10,66 0,28 310,00 85,90 Dieta Cresc. II 80,00 10,62 0,85 280,00 237,83 Dieta Termin. I 80,00 10,58 0,85 270,00 228,48

Dieta Termin. II 40,00 10,54 0,42 260,00 109,60 &8672&$%(d$ Total 245,00 2,60 287,53 746,98 € 70,88 Ração Creche-Termin./Ganho 0,02 Dieta de Gestação 380,20 1,00 0,38 240,00 91,25 Dieta de Lactação 129,28 1,00 0,13 245,00 31,67 Total 509,47 0,51 122,92 *desmame precoce segregado &8672727$/'(5$d­2 FÊMEA ADQUIRIDA Dieta de Repos. de Marrã 158,75 1 0,16 240,00 38,10 € 161,02 727$/ 3,27 266,34 869,90

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ƒO tempo em que a leitoa/porca permanecerá no plantel de reprodutoras (partos);

ƒA taxa de desconto a ser cobrada (juros ou custo de oportunidade do capital);

ƒO valor residual (valor de refugagem) da porca quando ela for descartada.

Incluso na informação acima está o preço da progênie da leitoa (preço dos suínos comercializados ou desmamados por desmame precoce segregado, depen-dendo do cenário da produção) mais qual-quer tipo de bônus que possa ser atribuído à superioridade genética da fêmea (carca-ças tipo premium, peso de leitões desma-mados, etc.).

Avaliador da reposição suína

A planilha de reposição da leitoa está dividida em várias planilhas de traba-lho ligadas a ela. São páginas individuais dentro do arquivo da planilha, o qual é projetado para que o produtor o alimente FRP RV GDGRV ¿QDQFHLURV HVSHFt¿FRV GH sua operação. A partir daí o VPL é calcu-lado.

2SHUDomRGRDYDOLDGRUGD

reposição suína

Entrada de dados – O exemplo de uma tela de entrada de dados com infor-mações atuais de um grande sistema de

integração, baseado na Espanha, é apre-sentado a seguir. Nele, o custo de uma leitoa correspondente a € 180,00. Os itens que devem ser preenchidos pelo produtor estão na cor azul e assinalados em negrito na tabela 1.

Informações que um produtor precisará incluir:

ƒCusto de uma leitoa;

ƒProdução esperada dessa leitoa/porca; ƒExpectativa de leitões nascidos vivos; ƒExpectativa de mortalidade do

nascimento ao desmame; ƒExpectativa de mortalidade do

desmame à creche;

ƒExpectativa de mortalidade da creche à terminação;

ƒExpectativa do nº de partos da matriz no momento do descarte);

se não for usado dinheiro emprestado, deve-se considerar então uma taxa de juros de oportunidade; essa taxa GHYHUiUHÀHWLURTXHXPSURGXWRU esperaria receber se investisse seu dinheiro em outro local;

ƒOutras despesas operacionais (custos veterinários, serviços básicos, reparos, etc.);

ƒ'HVSHVDV¿[DV ƒInstalações (custo/valor); ƒMontante de capital na granja; ƒTaxa de juros;

ƒPagamentos do principal e de juros (a planilha pode calcular esses valores).

3ODQLOKDVHVSHFt¿FDVSDUDFULDGR-res de unidades produtoras de leitões ou UPL (período parto - desmame) e unida-des de ciclo completo ou UCC (período desmame - terminação) têm sido desen-volvidas para calcular a duração do tem-po em que a tem-porca deve permanecer no plantel, com o objetivo de obter um VPL positivo para cada tipo de operação. As duas planilhas operam de modo idênti-FRD~QLFDGLIHUHQoDpFRPRGH¿QLUDVXD operação. Se ela não é UPL ou UCC (você pode ter uma combinação entre elas, ou ser apenas um terminador), use a planilha de UCC e entre apenas com as informa-ções pertinentes à sua operação. Adicio-nalmente, também estão disponíveis pla-nilhas em unidade métrica, para aqueles que estão mais habituados a essa unidade de medidas.

Informações sobre nutrição – O exemplo de tela de uma planilha com in-formações sobre nutrição é apresentado na tabela 2. As informações têm por base os preços atuais de nutrição praticados na Espanha, e o orçamento de nutrição é o utilizado por um grande sistema de in-tegração de suínos, também baseado na Espanha.

Produtores devem entrar com o total esperado de ração consumida em cada estágio de produção para suínos des-tinados ao abate e fêmeas do plantel de reprodução, juntamente com um custo es-timado por tonelada para cada dieta. Caso algum nível de produção não se aplique, o produtor poderá indicar 0 (zero) em pre-ço/tonelada ou quantidade de ração con-sumida. Consumo de ração das leitoas deve ser indicado à direita, nas colunas I.L (tabela 2), enquanto o consumo de ração e o período de isolamento para leitoas de reposição são inseridos no início da linha 7DEHOD,QVWDODo}HVHRXWURVFXVWRV

2SHUDomR7RWDO Por Leitegada Investimento / Custo da Instalação € 7 500 000,00

% Patrimônio da Empresa 50% % Taxa de Juros 10%

Capital Anual e Pagamentos de Juros € (610 295,23) € (106,14) 2XWUDV'HVSHVDV2SHUDFLRQDLV

Medicamentos e Veterinária / Leitegada € 30 000,00 € 40,00 Coberturas / Leitegada € 86 250,00 € 15,00 Manejo de Resíduos / Leitegada € 4 025,00 € 0,70 Seguro / Leitegada € 8 050,00 € 1,40 0mRGH2EUD/HLWHJDGD € 632 500,00 € 110,00 Serviços Básicos / Leitegada € 172 500,00 € 30,00 Marketing e Transporte / Leitegada € 34 500,00 € 6,00 Manutenção e Reparos / Leitegada € 63 250,00 € 11,00 2XWURV&XVWRV7RWDLV/HLWHJDGD € 1 841 370,23 € 320,24 Custos não nutricionais / Suíno € 30,40

Tabela 4

Ajustes de Parição Nº de Nascidos Vivos 1 11,5 2 11,6 3 12,5 4 12,7 5 12,7 6 12,5 7 12 8 11,6 9 + 11,4

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12. Custo das instalações e informações sobre o capital são necessários para deter- PLQDURVFXVWRV¿[RVSRUOHLWHJDGDSURGX-zida. Da mesma forma, uma variedade de custos variáveis, incluindo medicamentos de uso veterinário, coberturas, manejo de resíduos, seguro, mão de obra, serviços básicos, etc., são necessários para estimar com precisão o custo variável total por leitegada produzida.

As informações da tabela 3 cor-UHVSRQGHP D FXVWRV ¿[RV H YDULiYHLV GH um sistema integrado de cooperativas produtoras de suínos, na Espanha.

$VLQIRUPDo}HV¿QDLVTXHRSUR-dutor necessita fornecer são as relativas à parição. Está bem estabelecido que o número de leitões nascidos vivos varie de acordo com a taxa de parição, geralmente com picos entre os partos 3 e 6. A diferen-ça de produção entre as parições não leva

em conta o aumento da mortalidade, a piora da conversão alimentar e a redução do ganho de peso médio diário dos pro-dutos das leitegadas de leitoas (parição nº 1), comparados com os de porcas (parição nº 2 ou mais).

A tabela 4 mostra o nº de leitões nascidos vivos por leitegada.

Os valores do nº de nascidos vivos combinados com as taxas de mortalidade do pré-desmame, creche e crescimento/ terminação são usados para estimar o número de animais comercializados, que acaba por ser comercializado, gerando a renda para cada porca. Nós sempre orien-tamos os produtores a não basear esses números em um nº muito pequeno de por-cas, em cada parição. Quando isso ocorre, as expectativas de produção, frequente-mente, não são atingidas. Assegure-se de que as informações de produção

referen-tes às parições sejam baseadas naquelas obtidas de todas as parições e ao longo de vários anos.

A seguir, um exemplo de tabela (tabela 5) com o VPL positivo gerado a partir de uma planilha para leitoas de re-posição de ambas as categorias: UCC e UPL com desmame precoce segregado. Esse exemplo baseia-se nos dados obtidos de todas as tabelas previamente mencio-nadas e representa custos de ração, valo-res de abate e custos de produção atuais de um sistema de produção integrado de suínos baseado na Espanha.

O exemplo demonstra que uma leitoa que custa € 200,00 e permanece no plantel de reprodutoras por uma parição teria um VPL de € 21,51 negativo, basea-do nos dabasea-dos estimabasea-dos com os quais ali-mentamos a planilha. Reciprocamente, se essa mesma leitoa, que teve um preço ini-cial de compra de € 200,00, permanecer no plantel de reprodutoras por quatro pa-rições, terá um VPL positivo de € 326,18. Isso indica que, contabilizando o tempo, despesas e juros, a compra de uma fêmea de reposição a esse preço ainda renderia um lucro líquido de € 326,18, caso ela permaneça no plantel por quatro parições e produza o número de suínos assumido para essa situação. Além disso, a tabe-la gerada pode ser utilizada para avaliar quanto tempo uma reprodutora (comprada por um determinado preço) deve perma-necer no plantel antes que um VPL posi-tivo seja alcançado. Nesse exemplo, esta leitoa de € 200,00 tem um VPL positivo GHSRLVGHGRLVSDUWRVRTXHVLJQL¿FDTXH ela tem que produzir duas leitegadas (as-sumindo o tamanho das mesmas, os cus-tos de produção, etc. descricus-tos acima e re-presentando um produtor que esteja entre os 10% melhores entre todos os plantéis), para ser rentável.

Observe que, à medida que o pre-ço da leitoa aumenta, o número de pari-2VFXVWRVGDVLQVWDODo}HVPHGLFDPHQWRVFREHUWXUDVHPmRGHREUDHVHUYLoRVEiVLFRVVmR

necessários para estimar com precisão o custo total por leitegada produzida

Tabela 5. VPL por leitoa em função da parição, quando há variação do preço de reposição

Preço de compra de leitoas 1 2 3 4 5 6 € 125,00 € 61,82 € 153,61 € 280,10 € 409,52 € 533,54 € 644,87 € 150,00 € 34,05 € 15,84 € 252,32 € 381,74 € 505,76 € 617,09 € 175,00 € 6,27 € 98,06 € 224,54 € 353,96 € 477,99 € 589,31 € 200,00 (€ 21,51) € 70,28 € 196,77 € 326,18 € 450,21 € 561,53 € 225,00 (€ 49,29) € 42,50 € 168,99 € 298,41 € 422,43 € 533,76 € 250,00 (€ 77,07) € 14,72 € 141,21 € 270,63 € 394,65 € 505,98 € 275,00 (€ 104,84) (€ 13,05) € 13,43 € 242,85 € 366,88 € 478,20 € 300,00 (€ 132,62) (€ 40,83) € 85,65 € 215,07 € 339,10 € 450,42

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ções com os quais a reprodutora deve SHUPDQHFHU QR SODQWHO ± D ¿P GH SDJDU por ela – também aumenta. Por exemplo, uma leitoa que tenha um preço de com-pra inicial de € 275,00 deve permanecer no plantel por três parições, antes de se tornar rentável. Da mesma forma, se as leitoas podem ser compradas por um pre-ço mais barato ou produzidas em um pro-grama de multiplicação interno, custam € 175,00 (similar aos valores assumidos nas tabelas acima), então um VPL positivo é realmente atingido na primeira parição, embora apenas mal alcance um valor po-sitivo.

Nos preços das tabelas restan-tes, por cabeça ou por cwt. (preço vivo, incluindo todos os prêmios), a produtivi-dade da porca e a taxa de descontos são variadas e o preço de compra das leitoas permanece constante. A interpretação do VPL nessas tabelas é a mesma que para a tabela descrita anteriormente, na qual va-ria o preço das leitoas.

Observe que no nível de produti-vidade assumido de 12,2 leitões nascidos vivos por leitegada (NVL), um VPL po-sitivo já é atingido na primeira parição, embora seja menor do que € 1,00. A

ver-dade é que a porca começa a dar retorno VX¿FLHQWHSHODSDULomRTXDQGRRQžGH NVL médio é de 12,2 (linha em destaque). Se o nº de NVL cai para 11,2 leitões, en-WmRXP93/SRVLWLYRVypDOFDQoDGRQD parição e o retorno real não começa até a SDULomR7DPEpPVHXPSURGXWRUSRGH melhorar o nº de NVL em apenas ½ lei-tão, o VPL melhora consideravelmente. Esta tabela demonstra claramente que a rentabilidade é extremamente sensível à melhoria da produtividade, a qual sabe-PRVTXHSRGHVHUPXLWRLQÀXHQFLDGDSHOR manejo.

Ao examinar o valor atual líquido por leitoa em função da parição, levando-se em consideração preços variáveis de mercado para o suíno terminado (€/kg de peso vivo) em nosso modelo de análise, ao assumir o valor de € 1,20/kg de peso vivo (valores em destaque), observa-se mais uma vez que um VPL positivo só é DOFDQoDGR QD  SDULomR 8P93/ VXEV-tancial não é atingido nesse nível de preço DWpDSDULomR)LFDFODURTXHDSDULomR na qual um VPL positivo é atingido está GUDPDWLFDPHQWH LQÀXHQFLDGD SHOR SUHoR de mercado. Por exemplo, baixar o pço de mercado para apenas € 1,16/kg

re-sulta na obtenção de um VPL substancial VRPHQWHDSyVDSDULomRTXDQGRWRGRV os outros fatores são mantidos constantes. Da mesma forma, um aumento de preços de apenas € 0,04/kg pode resultar na ob-WHQomRGHXP93/SRVLWLYRQDSDULomR Daí os produtores precisarem se concen-trar em melhorar amplamente o preço que recebem pelo produto que comercializam (leitões desmamados ou suínos termina-dos), pois mudanças relativamente peque-nas no preço de mercado têm um impacto dramático sobre a paridade em que um VPL positivo é alcançado.

A tabela anterior mostra o VPL por leitoa em função da parição, levan-do-se em conta despesas com nutrição variáveis (custos de alimentação total do desmame à terminação, por suíno co-mercializado), e demonstra novamente – nos valores aqui assumidos – que sob os pressupostos deste modelo um VPL VXEVWDQFLDO QmR p DOFDQoDGR DWp D  SD-rição. Um aumento de 10% nos custos de alimentação resulta numa situação na qual XP93/SRVLWLYRpREWLGRQDSDULomR É claro que, sob a situação econômica e de grãos atuais, provavelmente haverá um maior risco para a rentabilidade se os 7DEHOD93/SRUOHLWRDHPIXQomRGDSDULomRTXDQGRRQGHOHLW}HVQDVFLGRVYLYRVYDULD Nº de nascidos vivos/leitegada 1 2 3 4 5 6 10,45 (€ 80,84) (€ 67,21) (€ 15,62) € 42,02 € 97,25 € 142,66 10,70 (€ 69,19) (€ 44,39) € 17,89 € 85,79 € 150,85 € 205,67 10,95 (€ 57,54) (€ 21,58) € 51,41 € 129,56 € 204,45 € 268,68 11,20 (€ 45,89) € 1,24 € 84,92 € 173,33 € 258,04 € 331,70 11,45 (€ 34,24) € 2,05 € 118,44 € 217,10 € 311,64 € 394,71 11,70 (€ 22,59) € 46,87 € 151,96 € 260,87 € 365,24 € 457,73 11,95 (€10,94) € 69,69 € 185,47 € 304,64 € 418,83 € 520,74 12,20 € 0,71 € 92,50 € 218,99 € 348,41 € 472,43 € 583,76 12,45 € 12,36 € 115,32 € 252,50 € 392,18 € 526,03 € 646,77 12,70 € 24,01 € 138,13 € 286,02 € 435,95 € 579,63 € 709,78

Tabela 7. VPL em função da parição, para preços variáveis de suíno terminado

€/kg de suíno terminado 1 2 3 4 5 6 € 1,02 (€ 172,20) (€ 247,59) (€ 294,08) (€ 333,15) (€ 370,59) (€ 411,51) € 1,07 (€ 128,97) (€ 162,57) (€ 165,81) (€ 162,76) (€ 159,84) (€ 162,70) € 1,11 (€ 85,74) (€ 77,54) (€ 37,55) € 7,63 € 50,92 € 86,12 € 1,16 (€ 42,51) € 7,48 € 90,72 € 178,02 € 261,68 € 334,94 € 1,20 € 0,71 € 92,50 € 218,99 € 348,41 € 472,43 € 583,76 € 1,24 € 43,94 € 177,53 € 347,25 € 518,80 € 683,19 € 832,57 € 1,29 € 87,17 € 262,55 € 475,52 € 689,18 € 893,94 € 1 081,39

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preços dos alimentos aumentarem muito acima dos atuais. Um produtor pode redu-zir esse risco por meio de uma variedade de opções de comercialização de grãos, incluindo contratos para compras futuras, usando os recursos do mercado de futuros para proteger seus lucros.

A planilha a seguir calcula uma taxa interna de retorno (TIR), que é a taxa de desconto ou de juros que iria resultar em um VPL = 0 (zero). A TIR não leva em conta os juros sobre o dinheiro investido (neste caso, o dinheiro usado para com-prar uma leitoa de reposição). No entanto, ele leva em conta os custos de tempo, as despesas de produção e o investimento.

A partir do exemplo, uma leitoa comprada por € 200,00 e que tenha as es-SHFL¿FDo}HV SUHVVXSRVWDV WHP XPD 7,5 de apenas 2,08% se ela permanecer no SODQWHO DWp D  SDULomR7UDGX]LQGR XP produtor incorreria em um aumento de investimento da ordem de 2,08% se essa leitoa só permanecer no plantel por uma parição. Por outro lado, se esta leitoa per-manecesse no plantel por quatro parições (novamente, assumindo a produção, cus-tos, etc., inicialmente introduzidos pelo usuário), a taxa de juros que resulta em um VPL = 0 (zero) aumentaria ao longo do tempo em até 43,4%. A leitoa que tiver um preço de compra inicial de € 275,00 e permanecer no plantel por quatro pari-ções crescerá o equivalente a 27,15 % do investimento.

A situação apresentada acima considera preços de mercado para suínos e custos de alimentação atuais. Há sempre perigo em se olhar para um ponto no tem-po, se estamos em um mercado de preços particularmente altos. Um produtor, com esta série de planilhas, pode considerar o uso de cinco anos de preços médios de mercado para suínos terminados e valores de custo de alimentação, por tratar-se de um período adequado no sentido de lhe fornecer valores médios ao longo de al-gum tempo e horizonte de preços. Desta forma, a melhor decisão a ser tomada, FDVRRSURGXWRUHVWHMDTXHUHQGRYHUL¿FDU como a longevidade poderia ser afetada em uma situação de longo prazo, seria expandir o plantel ou construir novas ins-talações.

O último item a discutir (veja a tabela 10) é como usar as informações da SODQLOKDSDUDLGHQWL¿FDUiUHDVRQGHpSRV-sível congregar algum tipo de melhoria. Grandes incentivos monetários estão dis-poníveis para melhorar ambos, o número de parições de cada porca e o de nascidos vivos. Há três modos de melhorar esses índices: o primeiro, e óbvio, é produzir mais leitões (siga a seta azul, como exem-plo); o segundo é manter as fêmeas no plantel para obter o maior número possí-vel de parições (siga a seta amarela, como H[HPSOR RWHUFHLURH¿QDOPpWRGRSDUD

REWHUPDLVH¿FiFLDGDJUDQMDGHUHSURGX-toras é ter ambos, mais leitões nascidos vivos e manter as porcas produtivas por mais parições. Por exemplo, assuma que um produtor possa mover a média de pa-rições no momento do descarte de duas para quatro e aumentar o nº de nascidos vivos de 12,2 para 12,7 (aumento de ½ leitão em termos de nascidos vivos), em um grupo de porcas. O valor líquido posi-tivo atual melhora de € 92,50 para a porca produzindo 12,2 leitões nascidos vivos e SHUPDQHFHQGRQRSODQWHODWpDSDULomR para € 435,95 para a porca produzindo 12,7 leitões nascidos vivos e permane-FHQGRQRSODQWHODWpDSDULomR VLJDD seta verde que corre na diagonal, como exemplo).

Isto representa uma melhoria de mais de € 300,00 em valor líquido positi-vo por leitegada e que pode ser executada nesse nível.

Sumário

Nas condições econômicas atuais, nas quais os custos com alimentação do-braram e até triplicaram nos últimos dois anos, o tempo de vida produtiva da porca e o seu valor no momento do descarte irão desempenhar um papel muito importante na determinação da rentabilidade das ope-Tabela 8. VPL por leitoa em função da parição, para preços variáveis de nutrição

Custo de nutrição/ cabeça 1 2 3 4 5 6 € 60,00 € 99,26 € 286,33 € 511,40 € 736,85 € 952,90 € 1 150,99 € 64,00 € 66,41 € 221,72 € 413,93 € 607,37 € 792,74 € 961,91 € 67,00 € 33,.56 € 157,11 € 316,46 € 477,89 € 632,59 € 772,83 € 71,00 € 0,71 € 92,50 € 218,99 € 348,41 € 472,43 € 583,76 € 74,00 (€ 32,14) € 27,89 € 121,52 € 218,93 € 312,28 € 394,68 € 78,00 (€ 64,98) (€ 36,72) € 24,05 € 89,45 € 152,12 € 205,60 € 82,00 (€ 97,83) (€ 101,33) (€ 73,43) (€ 40,03) (€ 8,03) € 16,52 € 85,00 (€ 130,68) (€ 165,94) (€ 170,90) (€ 169,51) (€ 168,19) (€ 172,56)

Tabela 9. TIR por parição, para preços variados de compra de leitoa de reposição

Preços por leitoa 1 2 3 4 5 6 € 175,00 5,98% 25,51% 39,35% 46,81% 50,80% 52,87% € 200,00 2,08% 21,80% 35,78% 43,40% 47,52% 49,70% € 225,00 -6,92% 13,20% 27,49% 35,48% 39,93% 42,36% € 250,00 -11,93% 8,38% 22,82% 31,03% 35,67% 38,25% € 275,00 -16,27% 4,19% 18,76% 27,15% 31,96% 34,68% € 300,00 -20,06% 0,50% 15,19% 23,73% 28,70% 31,55%

(7)

rações individuais de produção de suínos. Os preços atuais de mercado permitem lucros consideráveis se você gerir muito bem a sua produção e os seus custos com alimentação. Se um produtor está entre os 10% melhores de um grupo de criadores no que diz respeito a número de nascidos vivos, se tem como comercializar 90% destes animais e pode evitar os picos de preço mais altos dos grãos, certamente possui um potencial de lucro substancial em sua operação comercial de suínos.

As planilhas para uso no setor de reposição de leitoas podem ajudar o

sui-nocultor na decisão de comprá-las ou não SRUGHWHUPLQDGRSUHoRD¿PGHWRUQiOD rentável. Essas planilhas podem ser per-sonalizadas por produtores individuais, os quais têm a oportunidade de alimentá- ODVFRPVHXVGDGRV¿QDQFHLURVHGHSUR-dução. Desse modo, um produtor pode tomar uma decisão mais bem informada a respeito da reposição de fêmeas para o plantel de reprodução. Adicionalmente, os produtores podem usar essas planilhas para determinar se as reprodutoras estão permanecendo no plantel por um número

VX¿FLHQWHGHSDULo}HVRTXHOKHVSHUPL-tirá recuperar o custo inicial do investi-mento realizado quando da aquisição das leitoas. Caso negativo, o produtor deverá se concentrar no manejo das fêmeas do plantel de reprodução, com o objetivo de melhorar o período produtivo do plantel.

Essa planilha está disponível, sem custo, no site: http://www.ipic.iastate.edu/ software.html. Há uma planilha para pro-dutores de leitões (UPL) e uma para gran-jas de ciclo completo (UCC). Versões no sistema métrico decimal estão disponíveis em espanhol e português, neste mesmo site, para os usuários interessados.

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Referências

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