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(1)

novembro

NOVOS MODELOS

DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

NA SEMANA DO DIA MUNDIAL DA DOENÇA PULMONAR

OBSTRUTIVA CRÓNICA, OLHAMOS PARA O ÚLTIMO RELATÓRIO

DO PROGRAMA NACIONAL PARA AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

E PARA OS MODELOS DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

DISPONÍVEIS

TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES

NOVEMBRO.2017

revista gratuita

ENTREVISTA

Paula Simão, adjunta da coordenadora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direção Geral da Saúde

TESTEMUNHO

A vice-presidente da Associação Respira deixa o seu depoimento e um dicionário sobre o que é viver com DPOC

15 NOVEMBRO Dia Mundial da Doença Pulmonar

Obstrutiva Crónica(DPOC) EM AGENDA

(2)

02 . caBEÇA NOVEMBRO.2017

02 . caBEÇA setembro.2017

Acreditamos que em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes respiratórios crónicos.

Para isso contamos com uma equipa de profissionais competentes, com experiência e know-how para o apoiar em cada fase do tratamento respiratório domiciliário, desde a prescrição passando pela monitorização da adesão do doente à terapia.

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(3)

NOVEMBRO.2017

EDITORIAL

.

03

E

ficha técnica

sumário

m Portugal, as doenças respiratórias crónicas continuam a ser uma das principais causas de mortalidade. No mundo, quando chegarmos a 2020, estima-se que essas patologias sejam res-ponsáveis por cerca de 12 milhões de mortes por ano.

Na semana do Dia Mundial da Doença Pul-monar Obstrutiva Crónica (DPOC), que se assinalou no dia a 15 de novembro, damos especial atenção ao último relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Di-reção-Geral da Saúde, que regista uma redução sustentada da taxa de mortalidade padronizada por DPOC em pessoas a partir dos 65 anos – o decréscimo é de 8,8% em 2015 face a 2009. E uma redução de 8% nos internamentos por DPOC em 2016 face a 2011.

Do lado da prevenção temos as medidas de ces-sação tabágica e de controlo de qualidade do ar. Uma medida tão simples como deixar de fu-mar pode inverter uma tendência dramática, que é a mortalidade consequente de doenças respiratórias.

Mas, do saber ao fazer vai alguma distância: o caráter aditivo do tabaco dificulta o processo e muitos consumidores necessitam de ajuda para parar de fumar. Uma boa notícia é que existem no mercado vários programas para deixar de fu-mar. Leia os textos de opinião e esclareça-se so-bre este assunto, mais à frente, nesta publicação.

EDITORIAL

Apoio logístico:

Os dados, opiniões e conclusões expressos neste suplemento não refletem necessariamente os pontos de vista da Linde Saúde, mas apenas os dos autores. A Linde Saúde não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

Suplemento apoiado pela Linde Saúde - Pessoa Coletiva 500 125 546 | VIDA SAUDÁVEL é uma edição da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia do Global Media Group - Para mais informações contacte o Global Media Group, através do telefone 213 187 500 | Coordenação SOFIA SOUSA | Edição HÉLDER PEREIRA | Fotos D.R. | Publicidade LUÍS BARRADAS (diretor comercial diretos), JOSÉ ANTÓNIO CARAJOTE (diretor suplementos),

PAULO BRUNHEIM (gestor de conta) | Design e Coordenação de Arte SOFIA SOUSA | Paginação CARLOS VASCONCELOS |

Arte Final CRIATIVOS LISBOA

Prevenir a DPOC

está nas suas mãos

05

06

07

12

08

NOTÍCIAS Atualidade INFOGRAFIA Radiografia às doenças respiratórias em Portugal ENTREVISTA Paula Simão adjunta da coordenadora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias TEMA CENTRAL Novos modelos de reabilitação respiratória

VIVER COM DPOC “É necessário aprender a existir com uma doença para a vida”, defende a vice-presidente da Respira

10

PSICOLOGIA O papel da Psicologia na reabilitação respiratória

04

EXPOSIÇÃO

Respirar Ponto: viver em plenos pulmões

14

OPINIÃO Cessação tabágica: porquê?

15

OPINIÃO Tabagismo no feminino

(4)

04 . NOTÍCIAS NOVEMBRO.2017

PROTOCOLO

AIR Care Centre

®

apoia transplantados

pulmonares

SAÚDE RESPIRATÓRIA EM DEBATE

A saúde respiratória em Portugal foi o mote

da primeira edição do Encontro da Fundação Portuguesa do Pulmão, que se realizou nos dias 16 e 17 de outubro, na Casa do Médico – Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no centro do Porto.

O primeiro dia do programa contou com a colaboração da AIR Care Centre®,

num painel sobre ventilação não invasiva, e trouxe o tema da reabilitação respiratória em Portugal para o centro do debate e a necessidade de agilizar a sua acessibilidade em centros de saúde. //

O AIR Care Centre® e a Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal (ATPP) assinaram, no dia 18 de outubro, um

protocolo de cooperação que facilita o acesso dos doentes transplantados pulmonares ou em fase pré-transplante ao programa de reabilitação respiratória da Linde Saúde, oferecido no AIR Care Centre®, em Lisboa,

onde os associados da ATPP poderão usufruir de um desconto em todos os serviços de diagnóstico e de tratamento.

Esta é uma forma de melhorar a qualidade de vida dos doentes pré e pós-transplante pulmonar, acreditam a AIR Care Centre®e a ATPP. //

Os indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), bronquiectasias, fibrose quística, entre outros, acumulam frequentemente secreções nos pulmões. Quando não são eliminadas e ficam retidas nas vias aéreas podem levar a infeções respiratórias, febre, aumento da tosse, dispneia (sensação de falta de ar) e dificuldade em fazer chegar o oxigénio ao sangue e remover o dióxido de carbono.

As técnicas de drenagem brônquica são essenciais na limpeza dos seus pulmões, ajudando a desobstruir as vias aéreas, eliminando mais facilmente as secreções e tornando a sua respiração mais coordenada e eficaz, diminuindo a dispneia. Estas técnicas são essenciais para prevenir as infeções respiratórias e controlar a progressão da sua doença.

A fisioterapia respiratória oferece inúmeras técnicas que facilitam o descolamento, o transporte e a eliminação das secreções. Uma avaliação específica por parte do fisioterapeuta é fundamental para selecionar as técnicas de drenagem brônquica que mais se adequam à sua condição clínica. Mantenha os seus pulmões limpos, a ajuda de um profissional de saúde especializado é importante, fale com o seu fisioterapeuta. //

TÉCNICAS DE DRENAGEM BRÔNQUICA

- MANTENHA OS PULMÕES LIMPOS

ALEXANDRA GOMES

Fisioterapeuta do AIR Care Centre®

(5)

NOVEMBRO.2017

INFOGRAFIA

.

05

Radiografia às doenças

respiratórias em Portugal

Portugal é um dos países da Europa com menos internamentos por Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e onde os Médicos de Família fazem cada vez mais

diagnósticos destas patologias respiratórias.

Foi a redução dos internamentos por DPOC em 2016, face a 2011

10

%

É a percentagem que se pretende reduzir, até 2020, no número total de pessoas internadas por causas respiratórias que podem ser prevenidas ou tratadas nos Centros de Saúde

20

%

É o aumento esperado do número de diagnósticos de asma em utentes dos Centros de Saúde, durante 2017 e 2020

É o aumento esperado dos diagnósticos de DPOC no âmbito do Projeto Piloto das ARS do Alentejo e Algarve, a atingir até final de 2017, relativamente ao ano anterior

70

ANOS

IDADE

Uma redução da mortalidade é esperada nos próximos anos por pessoas com menos de 70 anos que sofrem de doenças respiratórias

65

ANOS

IDADE

As pneumonias constituem a principal causa de mortalidade por doença respiratória em Portugal. Contudo, a mortalidade e os internamentos por pneumonia antes dos 65 anos diminuíram 23,5% (entre 2009 e 2015)

Foi o número de espirometrias realizadas até maio de 2017 nos centros

1.232

Espera-se duplicar o número de diagnósticos de DPOC confirmados por espirometrias em utentes dos Centros de Saúde

8

%

25

%

2020

ATÉ

De acordo com o último relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direção-Geral da Saúde, “o aumento das vendas de medicamentos para as doenças res-piratórias mostra que estamos a tratar mais doentes e melhor.”

Eis os dados mais relevantes deste documento apresenta-do em setembro de 2017 e que faz um ponto de situação das doenças respiratórias em 2016, uma previsão do que vai ser feito em 2017 e o que se prevê fazer até 2020.

(6)

06 . ENTREVISTA NOVEMBRO.2017

“A forte aposta na prevenção,

diagnóstico e tratamento

tem de sair do papel e passar à realidade”

PAULA SIMÃO ASSISTENTE GRADUADA SÉNIOR DE PNEUMOLOGIA NA ULS MATOSINHOS,

COORDENADORA NACIONAL DA INICIATIVA GOLD, ADJUNTA DA COORDENADORA DO PNDR DA DGS Segundo o Programa

Nacio-nal para as Doenças Respi-ratórias 2017, espera-se nos próximos anos uma redução da mortalidade por doenças respiratórias (DR). Quais as medidas que têm vindo a ser tomadas por Portugal que ga-rantam este objetivo?

Várias medidas têm vindo a ser tomadas e linhas de orientação tra-çadas que poderão mudar radical-mente o panorama das DR em Por-tugal. Desde logo todo o empenho que tem sido posto na questão da vacinação antigripal e antipneumo-cócica, nomeadamente em doentes com doenças crónicas (respiratórias ou não), o que poderá fazer diminuir a mortalidade por pneumonia. No que diz respeito a medidas em rela-ção à prevenrela-ção, diagnóstico e con-trolo de algumas doenças respirató-rias crónicas, salientaria as medidas já tomadas e em curso em relação à DPOC, terceira causa de morte a nível mundial, muito em breve. A forte aposta na prevenção, através do apoio à cessação tabágica (com-participação dos fármacos para dei-xar de fumar e consultas específicas), no diagnóstico (através da aposta na rede de espirometria nacional) e no tratamento (com a aposta na

reabi-litação respiratória), é uma medida já expressa em portaria (6300/maio 2016) e que teem rapidamente que sair do papel e passar à realidade.

Que tipo de estratégia deve ser posta em prática de modo a que a Medicina Geral e Fa-miliar (MGF) fortaleça o seu papel de mudança positiva na problemática das doenças res-piratórias?

Essa estratégia está há muito no ter-reno. Desde sempre se acreditou que a prevenção e controlo das doenças respiratórias só era possível com a participação dos colegas de MGF. Aos hospitais, onde está a maioria dos

pneumologistas, chegam os doentes muito graves, já em fases avançadas das doenças. Era por isso importante ir à procura desses doentes em fases iniciais, diagnosticar cedo e tratar pre-cocemente. Isto para além das ações preventivas, que obviamente fazem sentido na comunidade. Felizmente, os colegas de MGF desde cedo en-tenderam e participaram em todas as ações que têm sido desencadeadas. São parceiros fortes e presentes em todos os projetos nacionais ou locais que se têm desenvolvido.

Existe algum projeto que pro-mova sinergias entre progra-mas de reabilitação respirató-ria e a MGF?

Mais do que um projeto, há uma por-taria (a tal 6300/2016) que preconiza que até final de 2017 todos os Agru-pamentos de Centros de Saúde deve-rão ter acesso a consultas de cessação tabágica, espirometria e reabilitação respiratória. Portanto a reabilitação respiratória nos CSP – cuidados de saúde primários – está na ordem do dia. É preciso implementá-la com eficácia e segurança. Uma orienta-ção técnica no sentido de preconizar a forma com esta implementação deverá ser feita nos CSP e está para ser publicada em breve. //

(7)

NOVEMBRO.2017

ATUALIDADE

.

07

Exposição Respirar Ponto:

Viver em plenos pulmões

O

Os médicos, profissionais de saúde e todos os membros desta socie-dade em que vivemos têm como missão transmitir à população os conhecimentos, comportamentos e hábitos saudáveis para prevenir doenças respiratórias como a gripe ou as pneumonias, por exemplo. Para isso a vacinação é necessária. As vacinas contra a gripe e contra as pneumonias são contributos importantes, como prevenir a do-ença pulmonar obstrutiva crónica ao não fumar e a apneia do sono aprendendo a alimentar-se. Hoje, em Portugal, a tuberculose é uma doença curável e controlá-vel. Mas a pessoa que adoeça deve recorrer ao seu médico atempada-mente para não arrastar a doença e assim iniciar o tratamento eficaz, cortando os riscos de transmissão da tuberculose.

A exposição Respirar Pon-to: Viver em Plenos Pulmões, que tem como missão ampliar o conceito de literacia em saúde, decorre entre 3 e 29 de novem-bro, no espaço AtmosferaM, em

MARIA DA CONCEIÇÃO GOMES PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TUBERCULOSE E OUTRAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

Ampliar o conceito de literacia em saúde é a missão da exposição

Respirar Ponto, que decorre entre 3 e 29 de novembro

no espaço AtmosferaM, em Lisboa

A SOCIEDADE CIVIL DEVE ESTAR SENSIBILIZADA PARA

A NECESSIDADE DE RESPIRAR EM PLENOS PULMÕES,

CANTAR EM PLENOS PULMÕES, DANÇAR EM PLENOS

PULMÕES E EFETUAR TODAS AS SUAS TAREFAS DIÁRIAS

EM PLENOS PULMÕES

Lisboa. De acesso gratuito, acon-tece em paralelo com um ciclo de conferências, atividades culturais, rastreios respiratórios e uma ex-posição direcionados para a popu-lação em geral.

A Associação Nacional de Tuber-culose e outras Doenças Respi-ratórias (ANTDR), desde a sua fundação, em 1989, tem como ob-jetivo promover a saúde respirató-ria. A vinheta de Natal é o seu íco-ne ao longo de todos estes anos. Nesta exposição mostram-se muitas das peças, sobretudo nacionais, que fazem a histó-ria da Assistência Nacional aos Tuberculosos e do Instituto de Assistência Nacional aos Tuber-culosos desde 1904. A tubercu-lose surge, não só nos selos da luta antituberculosa, como em conferências “A tuberculose e o tango.” Para aceder ao progra-ma completo das atividades, siga este link: http://respirarponto.pt/ agenda.html //

(8)

A

08 . TEMA CENTRAL NOVEMBRO.2017

Novos modelos

de reabilitação respiratória

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença comum, prevenível e tratável, que condi-ciona sintomas respiratórios, como a falta de ar, a tosse e a expectoração crónica. Em Portugal, estima-se uma prevalência de 14,2% em idades superiores a 40 anos e prevê-se que em 2030 a DPOC venha a ser a terceira causa de morte em todo o mundo. Representa uma doença com grande impacto económico para o doente e para a sociedade.

Apesar de ser uma doença respiratória, também tem efeitos extrapulmonares significativos que contribuem para o aparecimento de outras patologias, como as doenças cardiovasculares, entre outras. Devido a estas repercussões multissistémicas, os doentes com DPOC têm menor tolerância ao esforço o que condiciona uma

diminuição da sua atividade física e maior sedentaris-mo, com limitação na realização de tarefas simples di-árias como subir escadas, tomar banho, fazer a cama ou caminhar.

Pilares do tratamento da DPOC

O tratamento de doentes com patologia respiratória crónica, como é a DPOC, assenta em três pilares: a cessação tabágica, o tratamento farmacológico e a re-abilitação respiratória (RR). A RR é uma intervenção abrangente dirigida aos doentes respiratórios cróni-cos e é realizada por profissionais de saúde de forma interdisciplinar (médico, fisioterapeuta, enfermeiros especializados, psicólogo, nutricionista, entre outros). Os programas de RR incluem os treinos de exercícios

É preciso avaliar os modelos de reabilitação respiratória domiciliária,

os programas comunitários e a telerreabilitação de modo a aumentar

(9)

NOVEMBRO.2017

TEMA CENTRAL

.

09

INÊS SANCHES

PNEUMOLOGISTA NO CENTRO HOSPITALAR DE VILA NOVA DE GAIA/ESPINHO;

SECRETÁRIA DA COMISSÃO DE TRABALHO DE REABILITAÇÃO

RESPIRATÓRIA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

A REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA É,

APÓS A CESSAÇÃO TABÁGICA,

A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM MAIOR

RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO

adequados a cada caso e das técnicas que facilitam a respiração, a limpeza dos brônquios e a educação do doente para autogestão da doença.

Os benefícios desta terapêutica há muito que foram de-monstrados: redução dos sintomas respiratórios, melho-ria da qualidade de vida e da capacidade de realização de tarefas diárias, diminuição da ansiedade/depressão relacionados com a DPOC, redução das agudizações e do recurso aos cuidados de saúde.

A RR é, após a cessação tabágica, a intervenção tera-pêutica com maior relação custo-benefício. Contudo, apenas 1% dos doentes com DPOC tem acesso a esta terapêutica.

Novos modelos para abranger mais doentes

Para fazer chegar a RR a mais doentes, discute-se hoje outros modelos, como a RR domiciliária, que é reali-zada no domicílio do doente, de forma personalireali-zada e com o apoio do equipamento disponível no domicílio. O programa é orientado por profissionais de saúde que vão ao domicílio ou através de monitorização à distância. Os programas comunitários são realizados em instala-ções comunitárias (ginásios, centros de dia ou centros de saúde, entre outros), com monitorização de profissionais de saúde com formação em reabilitação respiratória e é realizado em grupo, apesar de haver uma prescrição personalizada para cada doente.

Estes modelos poderão contar com as tecnologias de informação e comunicação para a partilha dos dados de monitorização do doente e para a orientação do pro-grama por parte de um profissional de saúde à distância: a telerreabilitação. Este modelo permite chegar a locais mais remotos, fora do ambiente hospitalar, podendo aumentar a adesão do doente e aumentar o número de centros. No entanto, tem custos superiores e a utilização de equipamentos informáticos poderá ser uma barreira para doentes com menor destreza.

Torna-se premente avaliar a implementação destes novos modelos de RR à realidade do país de forma a aumentar a oferta dos centros de RR e intervir sobre um maior número de doentes. //

(10)

10 . PSICOLOGIA NOVEMBRO.2017

O papel da Psicologia

na reabilitação respiratória

A

A doença respiratória conduz à redução progressiva das ativida-des físicas, por vezes confinando o doente ao domicílio. Essas ati-vidades vão do sono e descanso à mobilidade, autocuidados, se-xualidade, atividades domésticas, passando pela organização e pa-pel na família, hobbies e ativida-des culturais e recreativas com a família e amigos.

A perda de saúde, projetos, traba-lho, interações sociais, mas tam-bém de vitalidade e de esperança, impedem o doente de se projetar no futuro, levando-o a sucumbir, a derrotar-se. O abandono do tratamento, muito frequente nes-tes doennes-tes, poderá dever-se a reações depressivas ou a crenças e medos relativos à dependência da medicação.

Da avaliação psicológica à intervenção

O psicólogo desempenha o seu papel na equipa de cuidados, seja em internamento, em ambulatório ou nos programas de reabilitação. Avalia e intervém individualmen-te ou em grupo, individualmen-tendo em conta a família e a equipa de cuidados. A avaliação psicológica na doença respiratória envolve os métodos tradicionais de avaliação psicoló-gica (entrevista clínica e exame psi-cológico), e métodos específicos (qualitativos e quantitativos). No caso dos doentes com insuficiência respiratória crónica global poderá

A avaliação psicológica na doença respiratória

envolve os métodos tradicionais e específicos da

Psicologia e a intervenção tem como objetivo

final a independência do doente

(11)

NOVEMBRO.2017

PSICOLOGIA

.

11

doença. Esta perspetiva permite uma compreensão mais flexível das reações dos indivíduos, afas-ta-se da psicopatologização dos sujeitos, permitindo um maior empowerment.

Programas de reabilitação respiratória

Com diversas componentes, no-meadamente a educação, os pro-gramas de reabilitação respiratória permitem a integração de informa-ção e formainforma-ção com a parte práti-ca e experiencial, possibilitando o desenvolvimento de experiências pessoais, competências, e tomada de consciência crítica.

A existência de quadros ansiosos e depressivos condiciona o ajusta-mento à doença e dificulta o envol-vimento em comportamentos que conduzam a maior potencial físico e ao controlo da doença. Esta sin-tomatologia poderá ser trabalhada no grupo ou individualmente. Pensamos que a aprendizagem te-rapêutica experienciada na reabili-tação, quando integra vários profis-sionais entre os quais o psicólogo, possibilita mudanças importantes. Quando os esforços emocionais do doente ou de outro membro da família se tornam exagerados, pode ser necessária uma psicoterapia para trabalhar as suas dificuldades emocionais e aprender a adaptar-se à doença. As intervenções compor-tamentais podem também desem-penhar um papel importante na ajuda para enfrentar a doença. //

O PSICÓLOGO DESEMPENHA O SEU PAPEL

NA EQUIPA, AVALIANDO E INTERVINDO, TENDO

EM CONTA A FAMÍLIA E A EQUIPA DE CUIDADOS

LOURDES BORGES PSICÓLOGA CLÍNICA COM FORMAÇÃO EM PSICOTERAPIA

COGNITIVO-COMPORTAMENTAL; COORDENADORA DE PSICOLOGIA

CLÍNICA NO HOSPITAL PULIDO VALENTE; COLABORADORA

COMO PSICÓLOGA NO AIR CARE CENTRE®

ser necessária uma avaliação neu-ropsicológica.

O objetivo global da intervenção é a independência funcional, pro-movendo um melhor funciona-mento psicossocial e emocional, com maior autosuficiência e en-volvimento nos autocuidados. Hoje, considera-se que a adapta-ção à doença crónica é um proces-so contínuo e dinâmico, com fases de maior equilíbrio e aceitação e outras de maior ansiedade, revolta ou depressão. Ao psicólogo com-pete facilitar o reconhecimento e a utilização de competências de confronto (coping), para aumentar as competências de autogestão da

(12)

12 . VIVER COM DPOC NOVEMBRO.2017

F

Fumei durante quarenta anos. Mui-to. O resultado? Tenho de viver para o resto da minha vida com um mal-estar localizado nos pulmões e brônquios, que estão parcialmen-te danificados. É isto a DPOC, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, que me foi diagnosticada em 2006.

Um diagnóstico de DPOC traz consigo muitas interrogações: O que é esta doença? Que tratamen-tos existem? O que são inaladores? Devo vacinar-me? O que é a reabi-litação respiratória e de que forma o

exercício físico pode ajudar? E ainda: onde procurar ajuda e quanto custa? A DPOC implica uma mudança. Não se pode “fumar menos” ou “fumar pouco”. Deixar de fumar é imperioso, tal como incorporar as limitações no quotidiano e manter uma disciplina rígida em matéria de tratamentos. É necessário aprender a existir com uma doença para a vida. Entre as interrogações e a mudan-ça, vamos caminhando sem nunca esquecer que respirar é um objetivo e uma preocupação para quem tem DOPC. //

ISABEL SARAIVA VICE-PRESIDENTE DA RESPIRA, ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PESSOAS COM DPOC E OUTRAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

CRÓNICAS

A DPOC IMPLICA UMA

MUDANÇA. NÃO SE PODE

“FUMAR MENOS” OU

“FUMAR POUCO”.

DEIXAR DE FUMAR É

IMPERIOSO, TAL COMO

INCORPORAR AS LIMITAÇÕES

NO QUOTIDIANO E MANTER

UMA DISCIPLINA RÍGIDA EM

MATÉRIA DE TRATAMENTOS

Enquanto pessoa com DPOC, a vice-presidente da associação Respira deixa o

seu depoimento e um dicionário sobre o que é viver com esta doença

“É necessário aprender a existir

com uma doença para a vida”

(13)

NOVEMBRO.2017

VIVER COM DPOC

.

13

A de Ar – sem o qual não podemos viver.

B de Brônquios – são eles que levam o ar aos pulmões. C de Crónica – de doença para toda a vida. D de Doença – ver acima

E de Espirometria – o exame a fazer sempre que a tosse, o cansaço e o tabaco passem à categoria de companheiros diários.

F de Fadiga – um sinal de alerta a ter em atenção. G de Ginástica – de preferência respiratória, que devemos fazer com regularidade.

H de Hospital – onde só devemos ir em caso de urgência. I de Infeção – respiratória, que, a todo o custo, devemos evitar.

J de Jornada – de reflexão, no dia 15 de novembro de 2017, Dia Mundial da DPOC.

L de Ladeira – difícil de subir e a evitar, tal como as escadas. M de Médico – assistente, que devemos consultar sempre que necessário.

N de Natação – cuja prática regular é benéfica para a respiração.

O de Oxigénio – fonte de vida para todos e que, para tantos de nós, tem de ser reforçado.

P de Pulmões – os responsáveis pelas trocas gasosas e que não podem ser (mais) agredidos.

Q de Qualidade – de vida, que devemos procurar conquistar e manter a todo o custo.

R de Respira – a nossa Associação, que nos defende e ajuda: participar é obrigatório.

S de Saúde – respiratória, objetivo importante para todos.

T de Tabaco – o seu consumo é a causa principal de DPOC.

U de Uniforme – o acesso às diversas terapias devia sê-lo.

V de Vacina – a fazer sempre de acordo com o conselho do médico assistente.

X de Xarope – a usar somente por recomendação de profissionais.

Z de Zero – as temperaturas próximas (ou abaixo) de zero são más para a DPOC.

A MINHA DPOC: DE A A Z

Este é uma espécie de dicionário que vos deixo como testemunho de uma pessoa com DPOC.

(14)

14 . OPINIÃO NOVEMBRO.2017

“O TRATAMENTO FEITO PELOS MÉDICOS AUMENTA

O SUCESSO DA CESSAÇÃO TABÁGICA. ENTRE TODAS

AS MEDIDAS PREVENTIVAS, É A QUE TEM MELHOR

RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO”

Cessação tabágica:

porquê?

H

Hoje, cerca de 1 bilião de pessoas em todo o mundo são fumadoras. Estima-se que nas próximas duas décadas o número subirá para 1.6 biliões, com grande contribuição dos países mais pobres, onde o con-sumo de tabaco tem aumentado. Tornou-se na principal causa de morte previsível em todo mundo. Uma em cada dez mortes de adul-tos está relacionada com o tabaco, o que corresponde a 6 milhões de mortes por ano, 14 mil mortes por dia ou 1 morte a cada 6 segundos por doenças causadas pelo fumo. Além da DPOC, a doença respi-ratória crónica mais comum, que afeta 14,2% dos portugueses com mais de 40 anos, também a neo-plasia do pulmão está diretamente relacionada com o tabagismo. O tabagismo é ainda responsável por outros tumores, como o cancro da boca, laringe, faringe, esófago, pân-creas, rim, bexiga e colo do útero. Nos últimos anos em Portugal, o aumento da esperança média de vida e os efeitos do tabagismo a nível respiratório provocaram um aumento de doenças respiratórias crónicas que são responsáveis por um grande impacto na vida dos

doentes e por elevados custos diretos e indiretos com a saúde. Estima-se que, em 2020, no mundo, as doenças respiratórias sejam res-ponsáveis por cerca de 12 milhões

ANTÓNIO CARVALHEIRA SANTOS

PNEUMOLOGISTA

de mortes anuais. Uma medida tão simples como deixar de fumar tem um peso substantivo na inversão deste panorama. No entanto, o carácter aditivo dos produtos do ta-baco dificulta a cessação e, por isso, muitos consumidores necessitam de ajuda para parar de fumar. O tratamento efetuado pelos médi-cos aumenta o sucesso da cessação tabágica e é, entre todas as medi-das preventivas, a intervenção que apresenta melhor relação custo- -benefício. Apesar disso, a cessação tabágica continua a não ser uma prioridade para a maioria dos pro-fissionais de saúde.

O AIR Care Centre® tem um

Pro-grama de Cessação Tabágica duran-te 24 semanas, em que, para além do seguimento através de consultas, oferece, se necessário, a possibilida-de possibilida-de acompanhamento por um psi-cólogo, nutricionista e um programa de exercício. //

Estima-se que as

doenças respiratórias

em 2020 sejam

responsáveis por cerca

de 12 milhões de mortes

anuais. Deixar de

fumar pode inverter este

(15)

Tabagismo no feminino

E

Em poucos dias tivemos duas no-tícias realmente alarmantes. Na re-cente apresentação do relatório de 2017 do Programa Nacional Para As Doenças Oncológicas, o Dr. Nuno Miranda, seu responsável, deu nota quanto à mortalidade por cancro do pulmão “um aumento do número de óbitos, mas apenas no sexo feminino”. Pode ler-se no re-latório: “o aumento de 15% da mor-talidade no sexo feminino, como já era esperado, reflete as mudanças conhecidas no consumo de taba-co. Este aumento, previsivelmente vai-se acentuar nos anos próximos, em linha com a diminuição da assi-metria de género, no consumo de tabaco nas idades mais jovens”.

Benefícios de deixar de fumar

Sabemos que, até hoje, não foram aprovadas estratégias de rastreio quanto ao cancro do pulmão. O que podemos fazer? Apoiar e motivar as mulheres fumadoras

a deixar de fumar – e quanto an-tes. Existem benefícios em deixar de fumar. Os estudos confirmam que após 5 anos de ter deixado de fumar, o risco de cancro da boca, garganta, esófago e bexiga diminui para metade. Após 10 anos, ocorre 50% menos risco de ter um cancro

LUÍS REBELO MÉDICO DE FAMÍLIA E PROFESSOR DA FML

do pulmão do que as pessoas que continuam a fumar. O risco de can-cro do pâncreas e do rim diminui. O consumo de tabaco é a principal causa evitável de complicações na gravidez, quer para a mãe, quer para o feto e o recém-nascido. Mas sabemos que parar de fumar antes de engravidar ou nas primeiras se-manas após a conceção permitirá reduzir muito essas complicações. Infelizmente os resultados do IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias publicado recen-temente pelo SICAD dão-nos al-gumas respostas. “O consumo do tabaco apresenta uma ligeira subi-da subi-da prevalência ao longo subi-da visubi-da, que se deve sobretudo ao aumen-to do consumo entre as mulheres, quer na população total, quer entre a população jovem adulta”. //

NOVEMBRO.2017

Opinião

.

15

O tabagismo feminino

tem que ser uma

prioridade nas políticas

nacionais.

A subida dos preços

e as campanhas no

feminino são urgentes

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016 . caBEÇA NOVEMBRO.2017

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