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APAJ. Workshop Fiscalidade na Insolvência e Circular nº 10/2015 (Porto, 17 de Outubro de 2015)

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APAJ

Workshop

Fiscalidade na Insolvência e Circular nº 10/2015 (Porto, 17 de Outubro de 2015)

10.00 – Painel: Análise Crítica da Circular nº 10/2015 da Autoridade Tributária

Rui Castro Lima (Direcção da APAJ) Inácio Peres (Presidente da APAJ) Ana Alves (Direcção da APAJ)

Reinaldo Costa (Administrador Judicial)

(2)

Circular n.º 10/2015,

de 9 de Setembro

Insolvência – Obrigações Fiscais das Pessoas Colectivas em situação de Insolvência

(3)

A MINHA PROPOSTA É:

“- QUE SE APRENDA COM OS ERROS……..”

“- QUE SE DEFINA UMA ESTRATÉGIA CONSISTENTE E CONCERTADA COM O MAIOR NÚMERO DE AI/AJ ….

…como é evidente, sem prejuízo da liberdade de reacção de cada um.”

ANTES DA CIRCULAR Nº 10/2015 CIRCULAR Nº 1/2010

(4)

ENTRE:

- “À BAZUCADA”…..MAS SEM ERROS PRIMÁRIOS”

- “VAMOS A JOGO”: vamos partir dos vossos (AT) PRESSUPOSTOS, vamos seguir o vosso (AT) GUIÃO….. ……. E com os MEIOS que nos disponibilizam,

……….. Vamos verificar os RESULTADOS …..” ABORDAGEM À CIRCULAR Nº 10/2015

(5)

QUE SE CRIEM DOIS GRUPOS DE TRABALHO:

- “PRÓS”

(se os houver…!!!)

- “CONTRAS”

ABORDAGEM À CIRCULAR Nº 10/2015 UMA PROPOSTA INGÉNUA ………..

(6)

1ª - CONTRATAR UM TOC/CC

2ª- PRAZOS PARA CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

3ª- REQUERIMENTO AOS AUTOS

4ª- HONORÁRIOS (DE UM OU DOIS OU TRÊS TOC/CC

5ª- ENTENDIMENTO DO JUIZ; OUVIR CREDORES OU COMISSÃO DE CREDORES….

6ª- TENDO POR CERTO QUE UM DOS MENCIONADOS VAI VIR DIZER QUE A CIRCULAR NÃO É LEI, QUE….., QUE….

7ª- ADMITA-SE QUE O JUIZ VEM DIZER QUE A MATÉRIA É DE NATUREZA TRIBUTÁRIA…….INCOMPETENTE PARA

DECIDIR….

(7)

8ª - E VEM UM CREDOR DIZER “- O SENHOR AI QUE SE ABSTENHA DE …..”

9ª- POR HIPÓTESE, O AI DECIDE CONTRATAR O TOC/CC

10ª- ENTRETANTO, JÁ DECORRERAM DOIS, TRÊS, QUATRO,……, SEIS, SETE OU MAIS MESES

11ª- DECLARAÇÕES SUBMETIDAS COM ATRASO…..COIMAS, ETC….

12ª- POR HIPÓTESE, HÁ LUGAR A PAGAMENTOS DE IMPOSTOS, …..

13ª- RELEMBRAR OS DIVERSOS PERÍODOS EM QUE SE CONSTITUEM E/OU SE VENCEM AS OBRIGAÇÕES

DECLARATIVAS E FISCAIS….

(8)

14ª - QUANTO/QUANDO PAGA AO TOC/CC?

15ª- E SE A MASSA NÃO TEM MEIOS? E SE É EXPECTÁVEL QUE NUNCA VENHA TER?

16ª- MAS SE NÃO FOR PAGO, O TOC VAI RENUNCIAR … e com um pouco se sorte …. Vai acionar o AI/AJ

17ª- E SE NÃO HOUVER TOC/CC…..OTOC/OCC????

18ª- NO QUE SE REFERE A UM DECLARAÇÃO EM ESPECIAL: MOD. 22 DO IRC?

19ª- E A IES? COMO PREENCHER? E QUEM ASSUME A RESPONSABILIDADE PELOS SEUS EFEITOS?

20ª- EFEITO PERVERSO: QUEM CUMPRIR ….. É

MAIS FÁCIL DE FISCALIZAR E É MELHOR ALVO!!!!!

(9)

MAIS UMA:

E A CONTABILIDADE?

APREENDIDA? ONDE ESTÁ? QUEM GUARDA? CUSTOS DO ARQUIVO? QUEM PAGA?

E SE NÃO HÁ DINHEIRO NA MASSA? NEM PERSPECTIVAS DE VIR A HAVER!

(10)

1ª - DEIXARMOS DE SER OS ALVOS DA AUTORIDADE TRIBUTÁRIA (E DA SEGURANÇA SOCIAL)

2ª- DEMONSTRAR QUE O MODELO proposto NÃO FUNCIONA

3ª- VAMOS PROVAVELMENTE CONTRIBUIR PARA

SOLUÇÕES MAIS DEFINITIVAS ….seja por correcções ao actual modelo que nos é proposto, seja por soluções como NIF das massas insolventes, seja por …..

(11)

FRAQUEZAS?!!!

1ª- ISOLADOS, CADA UM POR SI!

2ª- O que um AI/AJ acha bem, dez acham mal!

3ª- AS MINHAS PRÁTICAS (ISOLADAS) NO DOMINIO DA FISCALIDADE ……

QUEM TEM ESTES PROCEDIMENTOS?

(12)

MANUAL DE PROCEDIMENTOS

(de boas práticas!?)

NO QUE RESPEITA À FISCALIDADE

PEÇA CHAVE: TOC/CC

(13)

Obrigações Contabilísticas e Fiscais

Data da Declaração de Insolvência (DDI) Data da Deliberação de Encerramento da Empresas (DDEE)

(14)

“1. Tendo-se concluído ser necessário (…) reanalisar o teor da Circular n.º 1/2010 que divulga o entendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) quanto a um

conjunto de questões tributárias conexas com o processo de insolvência de pessoas colectivas, (…)

(15)

“(…) aprova-se o guião anexo

com vista a clarificar e facilitar o cumprimento das principais obrigações fiscais por parte dos administradores da insolvência ou de outros representantes de tais entidades.”

(16)

2. (…) tem por base o

estudo realizado por um

grupo de trabalho mandatado para o efeito

e o

entendimento

por

este

preconizado,

superiormente sancionado por despacho do

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de 14

de Julho de 2015.

(17)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

a) A declaração de insolvência não determina a extinção da sociedade verificando-se a continuidade da respectiva personalidade tributária até ao registo do encerramento definitivo da liquidação;

(18)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

b) Uma pessoa colectiva em situação de insolvência continua a existir, enquanto sujeito passivo de impostos, mantendo-se obrigada ao cumprimento das obrigações fiscais previstas nos códigos tributários;

(19)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

c) Pelo que, o disposto no artigo 65.º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), com a redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 16/2012, de 20 de Abril, não pode ser interpretado no sentido de determinar:

(20)

”(…) não pode ser interpretado no sentido de determinar:

• i) A perda da personalidade tributária da pessoa

colectiva insolvente, subsistindo a susceptibilidade de esta ser sujeito de relações jurídicas tributárias no decurso do processo de liquidação;

(21)

”(…) não pode ser interpretado no sentido de determinar:

• ii) Qualquer tipo de exclusão do âmbito de incidência de impostos; ou

• iii) A extinção de obrigações fiscais que ainda não se tenham constituído na esfera da pessoa colectiva

insolvente à data da deliberação de encerramento do estabelecimento, ou

(22)

”(…) não pode ser interpretado no sentido de determinar:

• iv) O afastamento das obrigações que venham a incidir sobre a insolvente em resultado das operações de

liquidação que sejam realizadas até à extinção do processo de insolvência;

(23)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

d) A deliberação de encerramento do(s) estabelecimento(s) compreendido(s) na massa insolvente, a que se refere o n.º 3 do artigo 65.º do CIRE, sendo comunicada oficiosamente pelo tribunal, pode ser determinante da cessação de actividade para efeitos fiscais (IRC e IVA), no pressuposto de que a actividade da pessoa colectiva insolvente deixará de ser exercida e que, consequentemente, deixará de lhe ser exigível o cumprimento das obrigações fiscais especificamente

emergentes da prossecução normal de uma actividade;

(24)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes pressupostos essenciais:

e) Todavia, a dispensa integral do cumprimento de

obrigações fiscais subsequentes verificar-se-á apenas nos casos em que estejam já esgotados os activos da pessoa colectiva insolvente e desde que a liquidação e partilha da massa insolvente não integre actos supervenientes com relevância em termos de incidência tributária;

(25)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

f) A inactividade ou a não exploração de estabelecimentos compreendidos na massa insolvente não significa de per si a impossibilidade de ocorrência de factos tributários posteriores, nem legitima que tais factos se devam excluir da tributação;

(26)

3. A orientação ora fixada fundamenta-se nos seguintes

pressupostos essenciais:

g) Sendo, todavia, de reconhecer que as transmissões de bens compreendidos na massa insolvente que ocorram após a deliberação do encerramento de estabelecimento revestem uma natureza específica, devendo ser consideradas vendas judiciais, com os consequentes efeitos na tributação em sede dos impostos sobre o rendimento e a despesa, nomeadamente quanto à definição do valor tributável e procedimentos de liquidação.

(27)

GUIÃO

(A que se refere o nº 1 da circular)

(28)

Consequências da Dissolução

Deverão ser encerradas contas com referência à

data da dissolução determinando um resultado

desde o início do ano até esta data;

(29)

Contas Reportadas à Data da Dissolução

• Encerramento das Contas e Apuramento dos Resultados

reportados à data da dissolução;

• As contas devem conter os mesmos elementos que as

contas do final de exercício;

• Aprovadas pela Assembleia Geral;

• Depósito na Conservatória (com a acta da AG); • Registo no Livro Inventários e Balanço;

• Encerramento e Reabertura.

Não existe a obrigação de entrega de um mod. 22 específico do período;

(30)

Obrigações Contabilísticas e Fiscais

Relativas ao IRC

• Deverá ser entregue uma única Declaração de

Rendimentos Modelo 22, tendo como prazo de entrega 30 dias a contar do registo da liquidação;

• Esta declaração funciona como Declaração de Cessação

de actividade para efeitos de IRC, devendo ser assinalado o campo (…) do quadro (…) “Declaração de Período de

Cessação” e ainda o campo (…) do mesmo quadro onde

será mencionada a data apresentação da liquidação na Conservatória do Registo Comercial.

(31)

Obrigações Contabilísticas e Fiscais

Relativas ao IRC

• No exercício da dissolução

• Deverá ser entre uma única declaração que englobará a totalidade dos rendimentos do período. Relativamente ao quadro (…) desta declaração, não será assinado nenhum dos seus campos, ou seja, a declaração mod. 22 a apresentar será preenchida ignorando em absoluto o facto de ter ocorrido a dissolução.

(32)

Obrigações Contabilísticas e Fiscais

Relativas ao IRC

Nos exercícios seguintes:

• Nos restantes exercícios em que se encontra a decorrer

a liquidação, deverá ser entregue até 31 de Maio dos anos seguintes a Dec. Mod. 22 e liquidado o respectivo imposto que, como já se disse, poderá ter carácter provisório.

• As declarações a apresentar não farão qualquer

referência ao facto de se tratar de uma declaração enquadrada no período de liquidação.

(33)

QUESTÕES PRÁTICAS

FISCALIDADE

Procedimentos adoptados

(34)

DAS CITAÇÕES DE RECURSO DE

CONTRA-ORDENAÇÃO E PROCESSOS DE EXECUÇÃO FISCAL

• A “máquina” da administração tributária remete diariamente para o domicílio fiscal dos administradores judiciais, dezenas de citações relativas a processos de contra-ordenação e processos de execução fiscal endereçadas aos insolventes.

• A lei civil determina que a pessoa que exercer uma profissão tem, quanto às relações que esta se referem, domicílio profissional no lugar onde a profissão é exercida.

• No quer concerne aos Administradores judiciais, o domicílio profissional é, em regra, coincidente com o local do seu escritório.

• Contudo, a lei tributária configurou o domicílio fiscal como um domicílio especial que, nos dizeres de Alberto Xavier, in Manual de Direito Fiscal I, se refere a um lugar determinado para o exercício de direitos e cumprimento de deveres previstos nas normas tributárias.

(35)

DAS CITAÇÕES DE RECURSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO E PROCESSOS DE EXECUÇÃO FISCAL – cont.

• O administrador judicial, enquanto pessoa singular, tem o seu domicílio fiscal no local da sua residência habitual (como, aliás, parece obrigar o artº 19º da Lei Geral Tributária).

• Todavia, os administradores judiciais, não obstante o seu

domicílio profissional, são citados (entenda-se na qualidade de administradores da insolvência das Massas insolventes) no seu domicílio fiscal que, em regra, coincide com o seu local de residência.

• Este circunstancialismo causa constrangimentos e sérios obstáculos ao exercício da profissão de administrador judicial.

• A regra é, e a título de exemplo, XPTO, Lda, em liquidação, a

citação (ou notificação) vem dirigida ao domicílio fiscal do administrador judicial (que em regra, coincide com o seu domicilio pessoal).

(36)

QUAL O PROCEDIMENTO A ADOPTAR?

• No prazo de dez dias, após o acto de notificação ou citação, deverá o administrador de insolvência dirigir requerimento á entidade que emanou o acto, arguindo a nulidade da citação/notificação.

• Dispõe o nº 3 do Artigo 41º do C.P.P.T, que as citações e notificações das pessoas colectivas, estando esta em fase de liquidação ou falência (diga-se insolvência), serão efectuadas na pessoa do liquidatário/Administrador.

• Como é do perfeito conhecimento da Administração Tributária, estas têm conhecimento dos domicílios profissionais dos administradores da insolvência.

• Sucede, porém, como já se referiu, que a citação ou notificação é feita em nome do insolvente, mas para o domicílio pessoal do Ilustre Administrador de Insolvência.

(37)

QUAL O PROCEDIMENTO A ADOPTAR? – cont.1

• O Administrador de Insolvência, enquanto legal representante da massa insolvente, fica mandato para a representar e praticar uma série de actos, de acordo com as normas do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas, onde está especificamente regulada essa actividade.

• E como representante da massa insolvente, tem direito a ter domicílio profissional, que pode não coincidir, de todo, com o domicílio pessoal – como é, regra geral, o caso.

• A Administração Tributária não pode impor ao Ilustre Administrador de Insolvência, só porque se trata de uma pessoa individual e contribuinte, que a sua morada seja a que consta na base de dados das Finanças, enquanto contribuinte.

(38)

QUAL O PROCEDIMENTO A ADOPTAR? – cont.2

• Trata-se de uma verdadeira imposição contra legem e ofensiva da reserva da vida privada de cada cidadão, que só pode ser posta em causa por despacho devidamente fundamentado por Magistrado Judicial (e não por mero despacho arbitrário, sem qualquer fundamento).

• Verifica-se por isso, a nulidade da citação nos termos do disposto no artigo 198º nº 1 do Código de Processo Civil (CPC) aplicável ex vi do artigo nº 2º alínea e) do Código de Procedimento e Processo Tributário (CPPT), por não terem sido observadas as formalidades legais.

(39)

CAUTELAS A OBSERVAR

• Pode dar-se o caso de não ocorrer nova

citação e notificação (consoante os casos) no

decurso do prazo de acto a praticar,

• pelo que à cautela, deverá ser interposto

recurso à contra-ordenação aplicada ou

deduzir oposição á execução fiscal,

sendo que

no primeiro caso são 20 dias e no segundo o

prazo a aplicar é de 30 dias.

(40)

Trâmites a seguir

• Requerer protecção jurídica na modalidade de

dispensa total de pagamento da taxa de justiça

e demais encargos co o processo.

• Prática do acto sempre no último dia do prazo,

porquanto só assim será possível apresentar o

mesmo com o requerimento de protecçao

jurídica requerida e ainda não concedida.

• Remessa via correio registado para a entidade

que aplicou a coima ou deduziu execução fiscal.

(41)

Defesa quanto à aplicação de coimas

• O Supremo Tribunal Administrativo vem entendendo que a declaração de insolvência constitui um dos fundamentos da dissolução das sociedades, conforme decorre do disposto no artigo 141.º, n.°1, alínea e),do Código das Sociedades Comerciais.

• Para este Tribunal, o acto de dissolução das pessoas colectivas é equiparado à morte nas pessoas singulares. A regra definida nos processos contra-ordenacionais é a de que a morte determina a extinção da execução da coima.

• São numerosos os arestos neste sentido emanados da jurisdição administrativa. A título de exemplo, cita-se o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de 09 de Julho de 2014, no âmbito do Processo nº 01170/12, proferido no âmbito de oposição de julgados, com referência ao recurso nº 1057/07, “no tocante à persistência da responsabilidade judiciária uma vez declarada falida a sociedade, sendo embora certo que uma vez dissolvida mantém, na fase de liquidação, a sua personalidade jurídica - artigo 146.º, n.º 2 do CSC - a verdade é que tal em nada interfere com o facto da consequência objectiva da respectiva dissolução decorrente da declaração de falência, enquanto realidade jurídica societária, dever ser equiparada à morte do infractor, como acima

(42)

Defesa quanto à aplicação de coimas – cont.1

• O direito não é, contudo, pacífico. E ao contrário do que vem sido unanimemente decidido pela jurisdição administrativa, os Tribunais comuns, onde, aliás, pendem os processos de insolvências, tem entendimento diverso.

• Quanto a estes, vigora o entendimento que a simples declaração de insolvência não pode ser equiparada à morte da pessoa singular, não tendo, por isso, como efeito a extinção da pessoa colectiva, que mantém a sua personalidade jurídica na fase da sua liquidação, durante a qual pode ser objecto de vicissitudes várias, entre elas o reatamento da actividade nas condições previstas na lei. Mais denotam os Tribunais comuns que o legislador de 2007, com o acrescento de um nº 2 ao artº 127º do Código Penal, nos termos do qual “No caso de

extinção de pessoa colectiva ou entidade equiparada, o respectivo património responde pelas multas e indemnizações em que aquela for condenada” – parece pretender cobrir até

aquelas situações em que se venha a constatar que, mesmo já depois da extinção da pessoa colectiva, ainda existem bens que não foram objecto de partilha.

(43)

Defesa quanto à aplicação de coimas – cont.2

• Assim, entendem que, de alguma forma resolveu a questão, aproximando-se mais do entendimento, aliás suportado pelo disposto no nº 2 do art. 160º do Código das Sociedades Comerciais quanto às sociedades, de acordo com o qual, pelo menos no que a estas concerne, é o registo da liquidação, e não o seu encerramento, que confere certeza jurídica à extinção da sua personalidade jurídica.

• Também quanto a estas questões vimos defendendo ser de interpor recurso de contra-ordenação ou, em caso de execução fiscal, deduzir oposição à mesma. Os mesmos são da competência de autoridades administrativas (as quais vêm revogando as decisões finais, aderindo aos argumentos invocados pelo Supremo Tribunal Administrativo) ou dos Tribunais Administrativos e Fiscais que aderem, na íntegra, e salvo raras excepções, à posição do Supremo Tribunal Administrativo.

(44)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS)

• O artº 65º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas, na sua redacção primitiva, determinava o dever de elaborar e depositar contas anuais nos termos em que legalmente eram obrigados os devedores.

• A Administração Tributária, ao abrigo da Circular 10/2015 pugna (à semelhança do que já sucedia com a circular 1/2010) pela obrigação do cumprimento de obrigações fiscais declarativas após a declaração de insolvência da sociedade, atendendo à susceptibilidade de ser sujeito passivo das relações tributárias.

(45)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – Cont. 1

• Em suma, a referida circular, emanada pelo Director Geral da Direcção Geral de Impostos (com a concordância do Senhor Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais), defende que a personalidade tributária da insolvente, tal qual definida no artigo 15.º da Lei Geral Tributária, não sofre qualquer alteração com a declaração de insolvência, atendendo ao facto da liquidação do património que compõe a Massa Insolvente realizar operações abarcadas pela incidência positiva do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas e do Imposto sobre o Valor Acrescentado.

• Refere a circular em análise que a declaração de insolvência é causa imediata de dissolução da sociedade, entrando esta, por força do nº 1 do artº 146º do Código das Sociedades Comerciais, em fase de liquidação.

(46)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont.2

• Todavia, esta entrada em liquidação não demanda a imediata extinção da sociedade, cuja sentença de

morte só ocorrerá com o registo do encerramento da operação de liquidação. E, na verdade, o nº 2 do artº 160º do Código das Sociedades Comerciais confirma que a extinção da sociedade opera com o registo do encerramento da liquidação.

• Corroborando este entendimento, defende a Administração Tributária, na circular dissecada, que o próprio legislador fiscal assim o pretendeu, porquanto no artº 8º, nº 5 do Código de Imposto das Pessoas Colectivas previu que a cessação de actividade ocorre na data do encerramento da liquidação.

(47)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont.3

• Assim, sempre veio a Administração Tributária atendendo que a sociedade declarada insolvente mantinha a sua personalidade tributária, obrigando-a a cumprir os deveres fiscais, até que ocorresse o registo do encerramento da sua liquidação.

• Tal entendimento sempre se mostrou demasiado penoso (ou mesmo oneroso) para os administradores judiciais, uma vez que, mantendo a sociedade insolvente a qualidade de sujeito passivo de IRC, para além de todas as obrigações declarativas subjacentes à sociedade (por exemplo, pedido de senha electrónica, apresentação de declarações de alterações, emissão de facturas na transmissão de bens, etc…), perdurava a obrigação de manutenção da contabilidade organizada e a constituição de um técnico oficial de contas, conforme decorria dos preceitos legais atinentes .

(48)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont. 4

• A lei nº 16/2012, de 20 de Abril alterou a redacção do artº 65º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas, de sorte que deste passou a constar os seguintes dizeres:

“Artigo 65.º

Contas anuais do devedor

• 1.- O disposto nos números anteriores não prejudica o

dever de elaborar e depositar contas anuais, nos termos que forem legalmente obrigatórios para o devedor.

• 2 - As obrigações declarativas a que se refere o número

anterior subsistem na esfera do insolvente e dos seus legais representantes, os quais se mantêm obrigados ao cumprimento das obrigações fiscais, respondendo pelo seu incumprimento.

(49)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont. 5 • 3 - Com a deliberação de encerramento da actividade

do estabelecimento, nos termos do n.º 2 do artigo 156.º, extinguem-se necessariamente todas as obrigações declarativas e fiscais, o que deve ser

comunicado oficiosamente pelo tribunal à

administração fiscal para efeitos de cessação da actividade.

• 4 - Na falta da deliberação referida no número

anterior, as obrigações fiscais passam a ser da responsabilidade daquele a quem a administração do insolvente tenha sido cometida e enquanto esta durar.

• 5 - As eventuais responsabilidades fiscais que possam

constituir-se entre a declaração de insolvência e a deliberação referida no n.º 3 são da responsabilidade daquele a quem tiver sido conferida a administração da insolvência, nos termos dos números anteriores.”.

(50)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont. 6

• De acordo com o artº 6º do citado diploma legal, tal normativo iniciou a sua vigência 30 dias após a sua publicação.

• A redacção deste citado preceito teve a virtualidade, ainda que, salvo melhor opinião, não totalmente esclarecedora, de permitir a introdução de alguns princípios a nível da fiscalidade quanto a sociedades insolventes.

• Desde logo, é pacífico que a obrigação da elaboração e depósito das contas anuais compete aos legais representantes da insolvente que, aliás, respondem pelo seu incumprimento. E aqui chamamos à atenção para o artº 82º, nº 1 do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas que determina que os órgãos sociais do devedor mantêm-se em funcionamento após a declaração de insolvência.

(51)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont.7

• Um outro princípio é que as obrigações declarativas e fiscais da sociedade insolvente cessam com a deliberação de encerramento da actividade do estabelecimento do devedor, tomada, regra geral, na ACARAI (Assembleia de Credores de apreciação do Relatório do Administrador da Insolvência).

• Todavia, levantam-se questões quanto ao regime a aplicar nos

casos em que inexiste ACARAI, bem como qual o regime a atender no período que medeia entre a declaração de insolvência e a deliberação de encerramento.

• Não desconhecemos a tese defendida por Ilustres Fiscalistas que argumentam no sentido de haver personalidade tributária enquanto não ocorrer a extinção da pessoa colectiva, pelo que consideram que o artº 65º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas viola o princípio da legalidade. E vão mais longe, referindo que o estabelecimento pode até encerrar, mas quem tem as obrigações fiscais é a empresa (considerada como uma unidade económica) que se mantém activa. A desobrigação decorrente do artº 65º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas configura um verdadeiro perdão fiscal.

(52)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont.8

• O certo é que a actual redacção do artº 65º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas configura uma oposição de entendimentos entre o Ministério da Justiça e o Ministério das Finanças, sendo certo que este último prossegue defendendo que após a declaração de insolvência a sociedade mantém a sua personalidade tributária, razão pela qual continuam a ser expedidas pelos serviços de finanças, todos os dias, citações para

processos de execução fiscal dirigidas aos

(53)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont.9

• Entendemos que, no caso da sociedade, apesar de insolvente, manter a sua actividade, quiçá com vista à apresentação de um plano de insolvência, as obrigações fiscais serão da responsabilidade de quem tiver a administração da insolvente, seja a devedora, seja o administrador da insolvência que, em alguns casos, poderá ele próprio, mediante contrapartidas remuneratórias, assumir a gestão da empresa.

• Não se olvida que pode o administrador da Insolvência

requerer o encerramento antecipado dos

estabelecimentos da devedora, ao abrigo do artº 157º do

Código da Insolvência e Recuperação de Empresas, sempre

que constate que o adiamento desta medida diminua consideravelmente o acervo da Massa Insolvente.

(54)

Defesa quanto às execuções fiscais (IVA, IRS, IS) – cont. 10

• A cautela demanda também, por forma a evitar eventuais reversões contra administradores judicias (as quais podem e devem ser contestadas) o pedido de certidão de dívidas da Massa Insolvente antes de proceder ao pagamento das mesmas. A experiência releva que tal pedido comporta a listagem de todas os créditos tributários, competindo ao Administrador de Insolvência expurgar todos os créditos que não são dívidas da Massa Insolvente, de acordo com o artº 51º do Código da Insolvência e Recuperação de Empresas, que são créditos sobre a insolvência. De salientar, o pejo demonstrado nos Tribunais Judiciais quando chamados a pronunciarem-se sobre tal qualificação,

por entenderem estar afastada a sua competência material.

(55)

Para eventuais trocas de ideias e uniformização de procedimentos sobre estas matérias, seguem os seguintes contactos:

Reinaldo Mâncio da Costa

Tlm: 914 450 675

Referências

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