1
8.1 As dimensões de um sistema eleitoral (introd.) 8.2 Os tipos de sistema eleitoral
8.1.1 Sistemas maioritários 8.1.2 Sistemas proporcionais 8.1.3 Sistemas mistos 8.1.4 Uma análise comparada
(Aula 16) - 8
8
8 ----M
8
M
M
Mé
étodos de vota
é
é
todos de vota
todos de vota
todos de votaç
ç
ç
ção
ão
ão
ão
e sistemas eleitorais
e sistemas eleitorais
e sistemas eleitorais
e sistemas eleitorais
2
8.1
8.1
8.1
8.1 –
–
–Dimensões de um sistema
–
Dimensões de um sistema
Dimensões de um sistema
Dimensões de um sistema
eleitoral
eleitoral
eleitoral
eleitoral
Um sistema eleitoral é um conjunto estruturado de regras que permite fazer corresponder um número de votos de eleitores, repartido territorialmente por candidatos e/ou partidos políticos, a um número de mandatos numa assembleia representativa.
As regras que influenciam a selecção dos candidatos não se esgotam no sistema eleitoral, mas estas são importantes para a selecção final dos candidatos.
Outras regras importantes:
• Estatuto do deputado e incentivos ao exercício da actividade (Regime de incompatibilidades, pensões,...) • Regras internas aos partidos de selecção de candidatos.
3
Há cinco dimensões essenciais de um sistema eleitoral.
8.1
8.1
8.1
8.1 –
–
–
–Dimensões de um sistema
Dimensões de um sistema
Dimensões de um sistema
Dimensões de um sistema
eleitoral
eleitoral
eleitoral
eleitoral
-formula eleitoral (FE)
-magnitude da circunscrição (MC),
-limiar de representação (LR)
-dimensão da Assembleia Representativa (DA)
- estrutura do boletim de voto (BV) 4
Há sobretudo dois tipos de sistemas eleitorais
8.2
8.2
8.2
8.2 Tipos de sistema eleitoral
Tipos de sistema eleitoral
Tipos de sistema eleitoral
Tipos de sistema eleitoral
Sistemas maioritários: O eleitorado está dividido em circunscrições que elegem apenas um deputado cada.
Sistemas proporcionais: O eleitorado está dividido em circunscrições que elegem vários deputados cada.
5
8.2.1
8.2.1
8.2.1
8.2.1 –
–
–Sistemas
–
Sistemas
Sistemas
Sistemas maiorit
maiorit
maioritá
maiorit
á
á
ários
rios
rios
rios
Sistemas maioritários:
M2-sistemas a duas voltas. Se um candidato tem maioria absoluta na 1ª volta é eleito. Caso contrário há segunda volta e ganha o candidato mais votado.
M1-regra da maioria simples (à “pluralidade dos votos”)
Que vantagens e que desvantagens?
6
8.2.2
8.2.2
8.2.2
8.2.2 –
–
–
–Sistemas proporcionais
Sistemas proporcionais
Sistemas proporcionais
Sistemas proporcionais
Sistemas proporcionais:
-Tem que haver fórmula de transformar votos (em cada circunscrição) em mandatos (em cada circunscrição).
-Proporcional “puro” um círculo eleitoral Proporcional “impuro”: vários círculos
7
8.2.3
8.2.3
8.2.3
8.2.3 –
–
–Sistemas mistos
–
Sistemas mistos
Sistemas mistos
Sistemas mistos
Sistemas mistos:
1. Parte dos candidatos é eleitos por método proporcional e parte pelo método maioritário (caso italiano)
2. Sistema proporcional de características mistas. Círculos uni-nominais de candidatura e círculos pluri-nominais de apuramento (já foi proposta para reforma do SE português).
8
8.2.4
8.2.4
8.2.4
8.2.4 –
–
–
–An
An
Aná
An
á
álise comparativa
á
lise comparativa
lise comparativa
lise comparativa
Vantagens dos sistemas:
• Possíveis vantagens do sistema maioritário: • Maior proximidade dos eleitores e eleitos. • Maior qualidade dos eleitos.
• Dá maior estabilidade política (é mais fácil obterem-se maiorias parlamentares).
Possíveisvantagens do sistema proporcional:
• Representa mais fielmente as preferências dos cidadãos. • Não leva para o parlamento questões “locais”, que devem ser tratadas ao nível municipal e não nacional.
9
8.2.4
8.2.4
8.2.4
8.2.4 –
–
–An
–
An
An
Aná
á
álise comparativa
á
lise comparativa
lise comparativa
lise comparativa
Desvantagens dos sistemas:
Possíveisdesvantagens do sistema maioritário
Possíveisdesvantagens do sistema proporcional
Baixo grau de proporcionalidade. Ex: Reino Unido – Em 1997 os Trabalhistas tiveram 63% dos mandatos com apenas 43% dos votos (semelhante situação aconteceu no tempo de Margaret Thatcher)
10
(AULA
(AULA
(AULA
(AULA 17)
17)
17) 8.3
17)
8.3
8.3
8.3 –
–
–
– O desenho de um
O desenho de um
O desenho de um
O desenho de um
sistema eleitoral
sistema eleitoral
sistema eleitoral
sistema eleitoral
8.3.1 Fórmulas eleitorais (d’Hondt, St. Lague, etc.) 8.3.2 As circunscrições
8.3.3 Limiar de representação e dimensão da assembleia 8.3.4 O tipo de voto
8.3.5 Articular vários componentes
11
8.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–F
–
F
F
Fó
ó
órmulas eleitorais
ó
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
Fórmulas eleitorais em sistemas proporcionais:
-Métodos de divisor (ou Média mais alta) -Métodos de Quota (ou Resto mais alto)
Trata-se de definir uma quota, e os partidos que obtiverem essa quota elegerão pelo menos tantos candidatos como as vezes que ultrapassarem a quota.
Exemplos: Método d’Hondt, St. Lague Diferentes regras eleitorais produzem resultados diferentes.
12
8.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–
–F
F
Fó
F
ó
ó
órmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
Séries de divisores:
Hondt: 1, 2, 3, 4, 5
St. Lague (puro): 1, 3, 5, 7
13
8.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–F
–
F
F
Fó
ó
órmulas eleitorais
ó
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
90
100
300
400
Partido D Partido C Partido B Partido A Divisores (Hondt) 148.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–
–F
F
Fó
F
ó
ó
órmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
0
0
2
2
4
Mandatos
22,5
25
75
100
4
30
33,3
100
133,3
3
45
50
150
200
2
90
100
300
400
1
90
100
300
400
Partido D Partido C Partido B Partido A Divisores (Hondt) 158.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–F
–
F
F
Fó
ó
órmulas eleitorais
ó
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
0
1
3
4
8
Mandatos
22,5
25
75
100
4
30
33,3
100
133,3
3
45
50
150
200
2
90
100
300
400
1
90
100
300
400
Partido D Partido C Partido B Partido A Divisores (Hondt) 168.3.1
8.3.1
8.3.1
8.3.1 –
–
–
–F
F
Fó
F
ó
ó
órmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
rmulas eleitorais
1
1
3
3
8
Mandatos
12,9
14,3
42,9
57,1
7
18
20
60
80
5
30
33,3
100
133,3
3
90
100
300
400
1
90
100
300
400
Partido D Partido C Partido B Partido A Divisores (St. Lague) 17Quanto mais pequenos os círculos menor a proporcionalidade
8.3.2 As circunscri
8.3.2 As circunscri
8.3.2 As circunscri
8.3.2 As circunscriç
ç
ç
ções
ões
ões
ões
O desenho das circunscrições deve ser cauteloso, para se evitar a engenharia eleitoral (gerrymandering). No limite inferior (círculo uninominal) o sistema deixa de ser proporcional
No limite superior (um único círculo) a proporcionalidade, ceteris paribus, é máxima.
18
8.3.3 O limiar de representa
8.3.3 O limiar de representa
8.3.3 O limiar de representa
8.3.3 O limiar de representaç
ç
ç
ção e
ão e
ão e
ão e
a dimensão da assembleia
a dimensão da assembleia
a dimensão da assembleia
a dimensão da assembleia
Certos países adoptam limiares de representação (clásusulas barreira), no sentido de que se um certo partido não obtiver uma percentagem mínima de votos (ex: 5%) então não terá representação parlamentar.
Ceteris paribus, quanto maior o limiar de representação, menor a proporcionalidade.
Um sistema pode não ter limiares explícitos de representação, mas limiares efectivos introduzidos indirectamente através dos círculos eleitorais (ceteris paribus, quanto menor a dimensão da circunscrição, maior o limiar efectivo).
19
8.3.4 O tipo de voto
8.3.4 O tipo de voto
8.3.4 O tipo de voto
8.3.4 O tipo de voto
Em eleições parlamentares, tipicamente cada eleitor tem um único voto ou dois votos.
O voto pode ser em listas partidárias fechadas ou listas abertas
O voto pode não ser em listas mas ser nominal (em nomes).
20
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as vá
á
á
árias
rias
rias
rias
componentes
componentes
componentes
componentes
Estes objectivos são algo contraditórios entre si. Há trade-offs a considerar.
O desenho de um sistema eleitoral deve especificar primeiro que peso dar aos objectivos do sistema.
Estes objectivos são geralmente os de representatividade (exige proporcionalidade e personalização) e de estabilidade.
21
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as v
8.3.5 Articular as vá
á
á
árias
rias
rias
rias
componentes
componentes
componentes
componentes
+
+
-Aumento
do número
Círculos
+
-0
+ fechadas
Listas/F.
E
-0
+
Diminuição
Cláusula
Barreira
+
0
-Diminuição Dimensã o AREstabilid
ade
Personal
ização
Proporci
onalidad
Variável
Caracte
rística
22(AULA
(AULA
(AULA
(AULA 17b)
17b)
17b) 8.4 O sistema
17b)
8.4 O sistema
8.4 O sistema
8.4 O sistema
eleitoral português (A.R.)
eleitoral português (A.R.)
eleitoral português (A.R.)
eleitoral português (A.R.)
8.3 O desenho de um sistema eleitoral 8.4 O sistema eleitoral português
8.4.1 Características do sistema eleitoral para a AR. 8.4.2 Implicações das regras
8.4.3 Os limites constitucionais à revisão 8.4.3 Possíveis alternativas: discussão
23
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracteríííísticas do S.E.
sticas do S.E.
sticas do S.E.
sticas do S.E.
(A.R.)
(A.R.)
(A.R.)
(A.R.)
Dimensão da Assembleia – 230=226+2+2
Círculos eleitorais 20 no território nacional= 18 distritos + RAA + RAM
Deputados
1 círculo da Europa (2 deputados) e 1 Círculo fora da Europa (2 deputados).
Afectação de mandatos de deputado por circulo faz-se adoptando o método d’Hondt
24
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
9 Viseu 5 Vila Real 6 Viana do Castelo 17 Setúbal 10 Santarém 38 Porto 3 Portalegre 48 Lisboa 10 Leiria 4 Guarda 8 Faro 3 Évora 10 Coimbra 5 Castelo Branco 4 Bragança 18 Braga 3 Beja 15 Aveiro Contintnte Círculos eleitorais 216 Mandatos no continente...25
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
8.4.1 S.E.
14
Total Fora do Continente
2 Fora da Europa 2 Europa 5 Madeira 5 Açores Fora Cont. Círculos eleitorais +14 fora do continente 26
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracter
8.4.1 Caracteríííísticas do S.E.
sticas do S.E.
sticas do S.E.
sticas do S.E.
(A.R.)
(A.R.)
(A.R.)
(A.R.)
Candidaturas apresentadas exclusivamente por partidos políticos, isoladamente ou em coligação (podendo integrar independentes).
A conversão de votos em mandatos faz-se através do método d’Hondt.
Eleitor tem voto singular para votar em listas plurinominais, fechadas e bloqueadas.
Não há limiar de representação.
27
8.4.2 Implica
8.4.2 Implica
8.4.2 Implica
8.4.2 Implicaç
ç
ções das regras.
ç
ões das regras.
ões das regras.
ões das regras.
Há vários tipos de implicações das regras:
2. Sobre o processo de escolha dos candidatos. 1. Sobre o modo de funcionamento dos partidos
4. Sobre a establidade governativa.
3. Sobre a importância relativa dos grandes e pequenos partidos. 28
8.4.3 Os limites constitucionais
8.4.3 Os limites constitucionais
8.4.3 Os limites constitucionais
8.4.3 Os limites constitucionais
Há vários limites constitucionais às possibilidades de revisão da lei eleitoral:
A Constituição proíbe a introdução de “cláusulas barreira” Dimensão da Assembleia 230 a 180 elementos.
Qual a razoabilidade destas restrições?
A Constituição estabelece o sistema proporcional com método d’Hondt, para apuramento de mandatos.
29
8.4.4 Alternativas poss
8.4.4 Alternativas poss
8.4.4 Alternativas poss
8.4.4 Alternativas possííííveis
veis
veis
veis
Há alternativas possíveis no actual quadro constitucional, ou exigindo alteração prévia da Constituição.
Alternativa 2 Aumentar as dimensões dos círculos eleitorais (para a dimensão das CCRs)
Alternativa 1. Um único círculo eleitoral.
Alternativa 3 Criar círculos uninominais de candidatura , mas círculos plurinominais de apuramento.
30