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POLÍTICA MONETÁRIA. Resumo

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Academic year: 2021

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POLÍTICA MONETÁRIA

Ednil Bosco1

Flavia Vaz Garcia Kobal2 Loiva Leone Marcon3 Patrick Messa4

Resumo

Política Monetária. O artigo procura tecer algumas considerações sobre Política Monetária, os tipos de moeda, seus instrumentos e fazer considerações sobre taxa de juros, de uma forma bem sucinta e de fácil entendimento para o leitor.

Palavras chaves: política monetária, moeda, taxa de juros.

1 Introdução

Neste artigo, procuramos tecer algumas considerações sobre o conceito de Política Monetária, suas diversas formas de moeda, seus instrumentos para controle da economia de um país e sua influência na taxa de juros. A abordagem será de maneira clara e sucinta para dar ao leitor um melhor entendimento e conhecimento sobre esse assunto.

2 O Conceito de Política Monetária

Uma das questões fundamentais que direciona a economia de um país é a sua política monetária, assunto que estará sendo abordado neste artigo com o objetivo de tentar simplificar e popularizar este assunto para que se tenha um conhecimento mais amplo sobre o mesmo. Para começar, é preciso antes de tudo entender o que significa a Política Monetária.

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Acadêmica do curso de graduação em Administração/Agronegócio, UNEMAT - MT. 2

Acadêmica do curso de graduação em Administração/Agronegócio, UNEMAT - MT. 3 Acadêmico do curso de graduação em Administração/Agronegócio, UNEMAT - MT. 4 Acadêmica do curso de graduação em Administração/Agronegócio, UNEMAT - MT.

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“Política Monetária pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de forma a assegurar a liquidez geral da economia do país” (PASSOS, NOGAMI, 2003)

Ao governo, cabe o gerenciamento de todo o sistema financeiro da nação, além de necessitar de recursos para cumprir com as suas obrigações de manter os serviços básicos e a máquina pública. Esses serviços básicos mantidos pelo estado incluem saúde, educação, segurança, assistência social, entre outros, que são feitos diretamente ou através de repasses aos seus entes.

Sabemos que o governo não pode simplesmente emitir cédulas de dinheiro e doar a população, ou para fazer obras, comprar comida, enfim, resolver as mazelas da sociedade doando dinheiro fabricado indistintamente pela Casa da Moeda, porque isso iria gerar uma inflação muito alta, sem possibilidades de controle, bem como o descontrole da taxa de juros. Em outras palavras, uma atitude como essa levaria ao caos absoluto todo o sistema financeiro.

É necessário o emprego de mecanismos e instrumentos que permitam o controle das questões financeiras de forma que se assegure que haverá dinheiro circulando no mercado, especialmente no bolso da população para que esta possa consumir, girando a ciranda financeira e assim, gerando impostos, ou receita ao governo para que este faça a sua parte.

É ao conjunto desses mecanismos, instrumentos, normas, que se dá o nome de política monetária, que é controlada pelo estado. Dela dependem as finanças, podendo resultar no crescimento da nação ou no seu insucesso em todos os segmentos. Uma política monetária retrancada pode significar a estagnação da economia de um país e até mesmo o retrocesso.

Sua atuação age diretamente sobre o controle do volume de dinheiro em circulação. Esse controle é feito com o objetivo de defender o poder de compra da moeda. A política monetária pode ser expansionista, que tem por objetivo aquecer a demanda e incentivar o crescimento econômico através do aumento da quantidade de dinheiro em circulação; ou restritiva, quando a quantia de dinheiro em circulação é diminuída ou estabilizada, o que promove o desaquecimento da economia para evitar o aumento dos preços.

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Desde os primórdios em que o homem vivia em pequenas comunidades, vê-se a necessidade de uma forma de moeda, pois a prática rudimentar do escambo (troca) torna-se inviável pela dificuldade cada vez maior de se estabelecerem relações justas e intercoerentes de troca. Com a evolução da sociedade, e a necessidade de se facilitar as trocas, passa-se a adotar um único produto como referencial, bem aceito por todos, surgindo assim as primeiras formas de moeda. Essas moedas evoluíram ao longo dos tempos, sendo que cada sociedade, em virtude das distâncias geográficas e das nacionalidades criou a sua, e atualmente são muitas as variantes, mas algumas são conhecidas mundialmente, entre elas estão o Euro e o Dólar, atualmente as mais usadas em transações internacionais.

3.1 Tipos de Moeda

*Moeda Metálica: inicialmente foram empregados metais sem reservas de valor como: cobre, bronze e ferro; com o passar do tempo substituídos por ouro e prata sendo estes, metais monetários por excelência. As moedas metálicas permitiam ainda às pessoas guardá-las, esperando melhor oportunidade para trocá-las.

*Moeda Papel: vem para facilitar a vida dos comerciantes, pois ao partirem para as suas viagens, levavam apenas um pedaço de papel denominado certificado de depósito que eram emitidos por “casas de custódia”. O seu uso acabou generalizando os comerciantes, fazendo com que esses certificados tomassem o lugar das moedas metálicas, surgindo assim a nova moeda, com garantia de plena conversibilidade.

*Moeda Fiduciária: com o passar do tempo, as “casas de custódia” perceberam que os detentores de certificados (papel moeda), não faziam a conversão ao mesmo tempo e passaram a emitir certificados sem lastro (depósito em ouro que serve de garantia ao papel moeda) em metal, dando origem a moeda fiduciária (baseada na fidúcia, na confiança) ou

papel moeda.

*Moeda Bancária: com a evolução do sistema bancário, desenvolveu-se uma outra modalidade de moeda: a moeda bancária, ou escritural (depósitos à vista e em curto prazo nos bancos), que passam a movimentar esses recursos por cheques e ordens de pagamentos.

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Basicamente as funções da moeda são meio ou instrumento de troca; medida de valor; reserva de valor; e padrão de pagamento diferido.

3.2 Oferta de Moeda

A moeda por sua vez, é um produto institucional, controlado pelas chamadas Autoridades monetárias (BACEN – Banco Central do Brasil e CMN – Conselho Monetário Nacional). A oferta monetária consiste em:

*Papel Moeda Emitido (PME): Diz respeito ao total de moeda legal existente, autorizada pelo Banco Central ou pelo governo. Que tem por competência de órgão emissor o Banco Central do Brasil.

*Papel Moeda em Circulação (PMC): Corresponde ao Papel-Moeda Emitido menos a Caixa do Banco Central, uma vez que nem todo o papel emitido é imediatamente injetado na economia. Parte do que foi emitido fica temporariamente injetado na economia. Parte do que foi emitido fica temporariamente retido em caixa do Banco Central.

*Papel Moeda em Poder do Público (PMP): Papel-Moeda em circulação menos a caixa em moeda corrente dos bancos comerciais, do Banco do Brasil e das Caixas Econômicas.

3.3 Demanda de Moeda

Como define o dicionário de “economês” do site www.economia.br.net, demanda é a quantidade de um bem ou serviço que pode ser adquirida por um preço definido, em um dado mercado, durante uma unidade de tempo determinada.

Ou seja, podemos entender demanda como o resultado de algo bem definido. Assim, temos três fatores que determinam a demanda da moeda: (PINHO, VASCONCELLOS, 2004).

*demanda de moeda por motivo transacional: decorre do fato de os indivíduos terem a necessidade de utilizar a moeda para o pagamento de suas transações com bens e serviços. A decisão de manter moeda para transações irá depender do montante de renda recebido e do fluxo de recebimento.

*demanda de moeda por motivo precaucional: as pessoas detêm moeda por motivo de precaução, como proteção contra acontecimentos inesperados, tais como desemprego,

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doença, etc. Da mesma forma que a demanda transacional, a demanda precaucional dependerá da renda, sendo proporcional a ela.

*demanda por moeda por especulação: fundamenta-se na taxa de juros. Se a taxa de juros está baixa, há um desestímulo para os detentores de fundos emprestarem seu dinheiro, optando por mantê-los sob a forma líquida, na expectativa de uma elevação das taxas de juros, para então obterem maiores rendimentos.

3.4 O Equilíbrio no Mercado Monetário

Para que haja equilíbrio no mercado monetário é necessário que a oferta de moeda seja igual à demanda, quando isso ocorrer, estará determinada à taxa de juros de equilíbrio.

4 Instrumentos da Política Monetária

Instrumentos são meios que o Governo utiliza para controlar a Política Monetária do país. Através da utilização desses instrumentos, as autoridades monetárias podem influenciar a oferta de moeda e regular a taxa de juros de uma economia.

Os instrumentos mais utilizados são o Controle da Base Monetária, o Depósito Compulsório e a Taxa de Redesconto.

4.1 Controle da Base Monetária

É o controle da quantidade de moeda que circula no mercado. Existem três fatores que levam o Banco Central a realizar esse controle: o resultado das contas públicas (déficit ou superávit), o resultado líquido das operações do setor externo (entrada e saída de dólares), e um terceiro fato, que são as operações de crédito do setor público (saldo positivo ou negativo).

Esse controle é feito através de operações que são chamadas de Open Market. Essas operações levam este título quando o Banco Central venda ou compra títulos governamentais no mercado de capitais. No momento em que a operação é de venda destes títulos públicos, ele retira moeda da economia, promovendo uma contração dos meios de

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pagamento e da liquidez da economia. Quando a operação é de compra de títulos, o governo está reduzindo a base monetária e injetando dinheiro na economia.

É através desta venda ou compra de títulos que o governo consegue interferir e regular, mesmo que em linhas gerais, a circulação de moeda, reduzindo ou aumentando-a.

4.2 Depósito Compulsório

O Banco Central obriga os bancos comerciais a guardarem uma parcela dos depósitos à vista como reservas, com a finalidade de atender ao movimento de seu caixa. É uma espécie de custódia exigida pelo Banco Central, de parcela dos depósitos recebidos da população pelos bancos comerciais. Através deste instrumento é possível atuar diretamente sobre o nível das reservas bancárias, reduzindo desta forma o chamado efeito multiplicador e a liquidez na economia.

Segundo Pinho, Vasconcellos (2004), “No Brasil essas reservas obrigatórias com compulsórias são em média pouco superior a 70% dos depósitos à vista; nos Estados Unidos, esta taxa é pouco superior a 2%; e na Inglaterra, aproximadamente 4% do total dos depósitos”.

O Depósito Compulsório é um instrumento muito eficiente, por atuar diretamente na base monetária, pois se a taxa de reserva se eleva, ocorre uma diminuição dos meios de pagamento, reduzindo assim as disponibilidades dos bancos realizarem empréstimos. Da mesma forma, se o Banco Central reduz o percentual do compulsório, as disponibilidades para empréstimos aumentam, provocando uma elevação dos meios de pagamento.

4.3 Taxa de Redesconto

Outra maneira muito utilizada principalmente na economia moderna é a taxa de redesconto. O Banco Central libera empréstimos para outros bancos comerciais para cobrir eventuais problemas de liquidez. Esses empréstimos são realizados sob determinado prazo e taxa de pagamento. Quando esse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é aumentada, a taxa de juros da própria economia aumenta, levando a uma conseqüente diminuição na liquidez.

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Um aumento nas reservas bancárias gera uma diminuição na quantidade de empréstimos oferecidos pelos bancos comerciais, acarretando uma redução nos meios de pagamento. Acontecendo o contrário quando há uma redução na taxa de redesconto, induzirá a uma redução das reservas bancárias e conseqüentemente um aumento nos meios de pagamento.

5 Como a Política Monetária Afeta a Taxa de Juros.

A partir de uma demanda por moeda estacionária, a taxa de juros de equilíbrio sofre alterações com aumentos e diminuições na oferta monetária.

Se a oferta de moeda for igual a demanda de moeda, com uma determinada taxa de juro de equilíbrio, e o Banco Central aumentar a oferta monetária, haverá com a mesma taxa de equilíbrio um excesso na oferta, assim as pessoas irão querer comprar títulos no mercado financeiro. E com a procura por títulos acaba por elevar os preços, ocasionando a queda da taxa de juros que por sua vez, cai até atingir uma nova taxa de equilíbrio.

Nesta etapa acontece o contrário, se a oferta de moeda for igual a demanda de moeda com uma determinada taxa de juro de equilíbrio e o BC diminuir a oferta monetária, haverá com a mesma taxa de juros um excesso de demanda de moeda, assim as pessoas irão vender títulos, com o grande número de venda acaba diminuindo os preços e ocasionando uma elevação nas taxas de juros, que por sua vez sobem até atingir uma nova taxa de equilíbrio.

5.1 Papel das taxas de juros

Quando o governo aumenta os meios de pagamentos, há uma tendência de elevação das taxas de juros, porque a oferta de empréstimos se expande. A taxa de juros tem um papel fundamental nas decisões dos agentes financeiros, como na dívida externa que quando os juros sobem, o custo de rolagem da dívida interna aumenta, pressionando o déficit público e por conseqüência a própria dívida interna.

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A taxa nominal de juros refere-se à taxa de juros que é cobrada (ou paga) independentemente da taxa de inflação.

A taxa real é a taxa após “descontada” a inflação. Assim se a taxa nominal de juros for de 20%, e a inflação também de 20%, a taxa real de juros é de 0%. A taxa real de juros pode ser negativa, se a taxa nominal de juros for inferior a taxa de inflação, o que já ocorreu na economia brasileira durante vários períodos.

5.3 Juros e Ativos Financeiros

Os ativos financeiros correspondem ao conjunto de alternativas que a sociedade dispõe para aplicar seus recursos. Ativos monetários, são aqueles que não rendem juros, é que correspondem ao papel moeda e aos depósitos à vista. Ativos não monetários, são aqueles que rendem juros, como os títulos públicos, as cadernetas de poupança, os certificados de depósito bancário etc.

5.4 Taxa Referencial, TJLP e Selic

A TR é utilizada para remunerar as cadernetas de poupança e corrigir os saldos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

A TJLP(Taxa de Juros de Longo Prazo) foi criada para ser aplicada nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa que regula as operações diárias com títulos públicos e é utilizada como “taxa básica” da economia e fixada mensalmente pelo Conselho de Política Monetária, o Copom.

6 Conclusão

Como podemos ver, a Política Monetária rege toda a economia de um país. Através da demanda e oferta de moeda pode-se controlar o consumo de bens e até mesmo definir o equilíbrio da taxa de juros. Os instrumentos utilizados por essa política também controlam toda e economia de um país, visto que através destes pode-se ofertar ou não maior quantidade de moeda no mercado, permitindo um aumento ou diminuição nos meios de pagamentos.

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Em resumo, a Política Monetária é a base da economia de um país, visto que o desenvolvimento e crescimento de uma nação está intimamente ligado a política econômica que o país adota para determinada ocasião e de acordo com os planos políticos que o governante tem.

Referências Bibliográficas

LANZANA, Antonio Evaristo Teixeira. Economia Brasileira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 4ª ed. São Paulo: Pioneira Tomson, Learning, 2003.

PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Manual de Economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento

científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 2ª ed. São Paulo: Rêspesl,

2003.

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