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Torre multifuncional em Nova York

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANTONIO ALMEIDA COUCEIRO

TORRE MULTIFUNCIONAL EM NOVA YORK

FLORIANÓPOLIS

2019

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ANTONIO ALMEIDA COUCEIRO

TORRE MULTIFUNCIONAL EM NOVA YORK, EUA.

FLORIANÓPOLIS 2019

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, à Deus.

À minha mãe Mary Lane, pela oportunidade de me proporcionar cursar a faculdade de Arquitetura e Ur-banismo, com o apoio em todas as vertentes neces-sárias para esta conquista assim como o amor e por estar sempre presente.

Agradeço, em especial, ao meu orientador Rudivan Luiz Cattani, pela dedicação e pelos esclarecimentos nos encontros semanais. Seu entusiasmo, incentivo e paixão pela arquitetura contribuiram para o meu de-sempenho ao longo de todo o processo.

Ao Guilherme Darós que me incentivou e teve muita paciência e amor. À minha amiga Júlia Palma, que com seu jeito extrovertido e companheirismo, me pro-porcionou dias mais divertidos e tardes mais produti-vas. À Beatriz Oliveira pela amizade, companheirismo e apoio. À Mayumi Thais pelo incentivo e suporte para que este estudo fosse possível, me hospedando em sua casa em Manhattan.

Aos meus irmãos, Luiza e Roberto, pelo ombro amigo e pela compreensão que contribuíram para a minha tranquilidade e realização deste trabalho.

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“A característica mais importante de qualquer edificação boa é que ela seja bem proporcionada.” (Rafael Viñoly)

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RESUMO

ABSTRACT

O presente trabalho tem como objetivo abordar estudos necessários para o embasamento e o desenvolvimento do partido geral de um projeto de arquitetura de uma torre multifuncional na cidade de Nova York, em Midtown Manhattan. A premissa deste trabalho parte da falta de edificações de caráter misto na região que comporte espaço público, que faça conexão do público com o privado, e gere espaços abertos e de respiro no meio da cidade. Para a elaboração deste partido arquitetônico foram realizados visitas ao local, pesquisas e levantamentos teóricos, relacionados ao desenvolvimento da cidade, harmonização das novas construções com edifícios tombados, bem como as referências projetuais, normativas e diagnóstico completo da área.

O trabalho evidencia a forma com que uma edificação é capaz de proporcionar qualidade para o meio urbano. Palavras Chaves: Arquitetura; Edifício; Arquitetura Contemporânea; Sistemas Construtivos;

The present work has the objective to approach necessary studies for the foundation and the development to the architecture project of a multifunctional tower in New York City, Midtown Manhattan. Based on the lack of buildings of mixed use in the region that includes public space which connects the public with the private, generating open spaces and respite in the middle of the city.

The processing of this architectural environment, was realized visits “in loco”, surveys and theoretical surveys related to the city development and the harmonization of new constructions with landmark buildings as well as the project’s normative references, and the complete diagnosis of the area.

The work shows how a building is able to provide quality for the urban environment.

Key words: Architecture; Building; Contemporary Architecture; Construction Systems

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SUMÁRIO

10 12 14 15 16 16 18 20 24 32 40 40 42 44 50 54 INTRODUÇÃO Justificativa Objetivos Metodologia DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

5.1 - Arquétipos de torres vs impacto no contexto

5.2 - Legislação como a gramática que regula a configuração do edifício;

5.3 - Arquitetura contemporânea em contexto patrimonial

5.4 - Sistemas estruturais de torre ESTUDO DE CASO DIAGNÓSTICO Histórico Localização Uso do solo Aspectos Bioclimáticos Condicionantes Legais PARTIDO GERAL CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

CRÉDITOS DAS IMAGENS 56

92 93 95

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10 Com o passar dos anos, a cidade de Nova York foi se moldando conforme a necessidade da população, que crescia em progressão geométrica. Segundo Cattani (2013), a partir da metade do século XIX, os nova-iorquinos manifestaram sua insatisfação pelo volumoso espaço que as novas edificações possuíam, gerando falta de luz e ventilação natural, as quais estavam sobretudo, dificultando a vida urbana. Assim, os cidadãos se manifestaram solicitando ao governo medidas para gerar condições de vida mais salubre. Da fama pelos seus arranha-céus à conjuntos de casas da década de 1930, a cidade de Nova York vive uma constante transformação. Apesar de edifícios arquitetônicos icônicos na cidade, há a necessidade de novas construções que supram a escassez de novas moradias, aproveitando a expansão imobiliária. Há poucos anos, tem-se visto novas edificações de caráter misto e residencial em áreas que eram consideradas apenas comerciais. Essa mescla entre o comercial e o residencial tem como consequência a diminuição gradativa do transito caótico da cidade, com foco na região do Midtown Manhattan.

A Arquitetura moderna, na maioria dos casos, parece estar concebida com independência do lugar, porém nenhuma outra, dispõe os critérios para estabelecer as ressonâncias mais sutis com seu entorno. Toda arquitetura autêntica

oferece sempre explícita ou implicitamente uma réplica do espaço físico que acolhe, ao entorno ao qual se incorpora. (Gastón e Fundación Caja de Arquitectos, 2005, p. 15, n.t1)

Tendo em vista essa constante transformação da cidade, esse estudo tem como objetivo projetar um edifício multifuncional em um extremo de quadra, no qual englobará a percepção dessa transformação da cidade, compondo as edificações antigas vizinhas com o novo, utilizando do potencial do terreno para projetar uma área permeável para a população onde o mesmo contempla essa transição entre o público e o privado, elevando uma torre residencial com base comercial sobre pilotis, compondo o skyline mais famoso do mundo.

1 Nossa tradução

INTRODUÇÃO

1. Localização do Estado de Nova York nos Estados Unidos 2. Cidade de Nova York dividida em seus cinco distritos. 3. Distrito de Manhattan dividido por bairros.

4. Localização do terreno no bairro.

A cidade é dividida em cinco distritos, (divisões administra-tivas a nível de condado) Staten Island, Brooklyn, Queens, Bronx e Manhattan.

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O terreno está situado em Nova York, na região central da Ilha de Manhattan (Midtown), aos pés do Central Park. Essa é a região com maior adensamento da cidade devido, princi-palmente, pela presença de grandes centros, ruas e avenidas. Localizado no extremo de esquina, entre as Ruas 58th e a Madison Avenue, à uma quadra da Quinta Avenida e da Park Avenue, região nobre e de grande expansão imobiliária.

1 3

Localização terreno em estudo

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12 JUSTIFICATIVA

Nova York vive se reestruturando com as novas demandas da cidade, onde é comum manter o que é patrimônio e dar espaço para novas edificações. Essas exercem a função de suprir a necessidade de espaço de aluguel ou venda. O projeto tem como base escolher um terreno localizado próximo ao Central Park, Upper East Side e Midtown, pelo fato de ser uma localização estratégica da cidade, pelas avenidas, comércio e fácil acesso viário de entrada e saída da ilha de Manhattan. Esta área apresenta solo rochoso, sendo possível abrigar prédios com gabaritos mais altos, gerando maior potencial para o terreno. Com um adensamento de cem por cento da área, o terreno para estudo possui quatro edificações: uma de caráter misto e três de caráter comercial. Esta edificação de caráter multifuncional ocupa quatro lotes, abrigando num total de vinte e três unidades residenciais em seus sete pavimentos. O projeto prevê abrigar muito mais unidades residenciais devido ao grande potencial do terreno, incorporando o comércio que existe atualmente.

Deste comércio, o restaurante que pertence à uma rede mundial, no qual, além da gastronomia, seu interior do restaurante é famoso pelos seus diferentes níveis e o lago com carpas sob a escultura do Buda. Apesar das edificações inseridas na área escolhida, nenhuma consta como edifício tombado. Porém, adjacente ao terreno, há um edifício tombado no qual pretende-se, com a arquitetura, compor a edificação antiga com a nova, como no exemplo do edifício Pepsi-Cola, que com a utilização de elementos da arquitetura faz a composição com o edifício tombado ao lado. E por fim, com objetivo de ingressar no mercado norte americano, especificamente na cidade de Nova York, esse estudo será de grande valia para entender todas as questões pertinentes ao desenvolvimento de um projeto de arquitetura naquelas circustâncias. 5. Planta baixa tipo do edifício Pepsi-Cola

6. Edifício Pepsi-Cola 7. Edifício Pepsi-Cola

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O edifício Pepsi-Cola, situado na Park Avenue com a Rua 59, finalizado em 1960, remove parte do volume do prédio que fica engastado no edifício do século XIX, respeitando e fazendo marcação para essa conexão entre os edifícios. O mármore preto nessa fachada foi essencial para fazer essa separação, destacando o edifício com fachada em acabamento claro. Assim, essa área fica utilizada como serviços, liberando a fachada mais nobre. (CATTANI, 2013, p. 83)

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14 OBJETIVOS GERAIS

Desenvolver um projeto de arquitetura de uma torre multifuncional na cidade de Nova York, utilizar parte do terreno como área de praça pública para incentivo de criar pequenos vazios urbanos na cidade, e assim compreender as legislações do país e de Nova York, com o intúito de ingressar no mercado norte americano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Levantar dados históricos sobre a ocupação do terreno e entorno através de livros sobre o desenvolvimento da cidade ao longo do último século;

• Estudar a área nos seus mais diversos aspectos (bioclima, público/privado, uso do solo, gabarito, materialidade, etc.);

• Levantar e aplicar dados da prefeitura, código de obras, corpo de bombeiros, taxas e verificar a lei de zoneamento que vigora atualmente;

• Verificar o impacto que a edificação terá em relação ao seu entorno, sombreamento, bem como a utilização do terreno de alguma forma para fins públicos, em relação ao visual, projetar compondo com construções existentes (edifícios tombados ou não).

• Estudar referenciais projetuais, textuais e conceituais;

• Estudar técnicas construtivas para desenvolvimento do projeto;

• Desenvolver o anteprojeto do edifício multifuncional; • Executar o partido geral de uma torre multifuncional, através de pesquisas, organogramas, croquis, zoneamento, estudo de volumetria, plantas baixas, etc, e posteriormente dando continuidade e aprofundamento, chegar a um anteprojeto (TCC - II).

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15 METODOLOGIA

• Pesquisar, através da consulta em livros e acervos digitais, referências textuais e projetuais sobre edifícios com base multifuncional e torre residencial.

• Visitar a área de estudo, observar o bairro e analisar os fluxos e condições atuais.

• Pesquisar no cadastral da prefeitura de Nova York levantar dados da legislação e topografia do terreno e analisar os dados da área do Midtown Manhattan. • Estudar as normativas pertinentes ao edifício multifuncional e aplicá-las ao projeto.

• Pesquisar e estudar os tipos de sistemas construtivos referentes à torres, que possibilitem uma melhor estabilidade estrutural para torres altas.

• Elaborar um programa de necessidades para traçar as diretrizes do projeto de uma torre residencial.

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16 5.1 - Arquétipos de torres versus impacto no contexto

O arquétipo da torre é fundamental para a compreensão de como esta se relaciona com as edificações do entorno, bem como as quadras adjacentes, o tamanho do lote, a área e o momento arquitetônico em que foi construído. Há vários arquétipos existentes porém, no contexto selecionou-se quatro principais e próximos à área de inselecionou-serção. Além disso, Cattani (2013) defende que é importante entender quais os benefícios esses arquétipos trarão à cidade, e entender as edificações próximas que possuem o mesmo arquétipo, para no final chegar a um ideal para uma nova edificação, apresentando os pontos positivos e negativos de cada arquétipo levantado. Para que isso fosse possível, buscou-se edificações na região do Midtown Manhattan e próximas a área da proposta.

Os quatro arquétipos em estudo e de interesse para o projeto são os seguintes: Torre sobre Base, Torre Frente a Base, Torre com Base Lateral e Torre.

De acordo com Cattani (2013), A classificação surge de acordo com a característica física do edifício; não que todos os edifícios que possuem o mesmo arquétipo

devam possuir a mesma característica, mas serve para uma melhor compreensão das formas diferentes de se projetar um edifício, servindo como um agrupamento, para compreender as diferenças entre os arquétipos, para depois compreender as características de cada edificação em específico.

Torre sobre Base

Segundo Cattani (2013), se aplica a uma torre sobre uma base apoiada sobre pilotis e toma-se como base e referencial de estudo a Lever House. A base funciona como um volume arquitetônico baixo que eleva a torre, criando uma relação de conexão entre grandes edifícios e pedestres.

Porém, percebe-se um bloqueio da visão do pedestre para outras torres quando este está nos pilotis. No meio do terreno, abre-se uma praça que possibilita uma visão total da torre. A torre sobre base incorpora a ideia de um conceito totalmente aberto no térreo, com espaços livres para o público.

Torre frente a Base

Cattani (2013) defende que a torre frente a base define-se pela base mais afastada e não alinhada com a frente da torre, porém conectadas. Os edifícios

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

8. Time and Life Building 9. 1166 Avenue of the Americas

10. Esquema em corte do Seagram Building 11. Edifício Lever House

12. Esquema de arquétipos 13. Seagram Building

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No esquema 12 é possível compreender como funcionam os arquétipos analisados. O fundo da imagem 10 com a Lever House em corte, representa o que poderia ser construído pela lei de 1916, e a pequena parcela que o edifício ocupa. A imagem 11 é uma fotografia do Seagram e a imagem 13, da Lever House.

10 11

13 12

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18 marcados por tal arquétipo são o Seagram Building e o Union Carbide. Ambos são caracterizados por frontais praças generosas que trazem visibilidade para o edifício e acesso um pouco recuado. Atrás da torre encontram-se alguns andares mais baixos (base) que fecham o terreno permitindo essa permeabilidade no térreo apenas em suas frentes.

Torre com Base lateral

Segundo Cattani (2013), Consiste em uma placa com uma base anexada a ela que percorre parte de seu perímetro. Os edifícios analisados com esta características na área do Midtown são: Time and Life Building, Exxon Building e McGraw Hill Building. Comum entre os três edifícios, a base lateral tem um fechamento total de uma das esquinas, ocupando grande parte da área do terreno, muito comum em lotes grandes e compridos, para alimentar uma área comercial.

Torre

Cattani (2013) cita que a torre compreende por um prisma único e sem base. Foram analisados o CBS Building, o 1166 Avenue of the Americas e o Burlington House, que estão próximos ao terreno.

A torre sem base funciona como uma grande praça que tem como o centro a edificação. Assim, por não ter base, de todos os ângulos tem-se uma visão de cem por cento da torre, deixando o térreo livre para espaço público.

Ao análisar os arquétipos, para o tamanho e proposta da edificação, chega-se a conclusão de que quanto mais espaço livre no térreo, mais área permeável é dado à cidade, garantindo assim o ganho do percentual construtivo proposto pela lei de zoneamento de 1961. 5.2 - Legislação como a gramática que regula a configuração do edifício

De acordo com Cattani (2013), cria-se o primeiro código de zoneamento em 1916, quando os nova-iorquinos começaram a se preocupar com o impacto negativo que os edifícios altos lançaram na cidade, criando uma escuridão pela densidade e altura que eram propostos na época.

Ainda segundo Cattani (2013), no começo do século XX, foi finalizado o Equitable Building (14), primeiro grande arranha-céu de Nova York, com 20 pavimentos a mais do que o Flatiron Building, considerado o primeiro arranha-céu da cidade. Localizado na 14. Equitable Building

15. Mapa de Zoneamento de Nova York.

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O Zoneamento de Nova York, de 1961, traça as áreas onde demarca os lotes residenciais, comerciais e mistos. Além disso, de acordo com o número da zona, indica o percentual construtivo, o que representa se o terreno tem potencial construtivo alto ou baixo. A área do Midtown é uma das zonas com um percentual construtivo maior, no qual a maioria dos terrenos chega a atingir o R10, que significa que o percentual construtivo é 10 vezes maior que a área do terreno para edificações de caráter residencial. Além disso, se o terreno for de caráter misto, esse percentual

cresce para 15 vezes. O plano diretor de Nova York ainda permite o acréscimo de vinte e cinco por cento da área total se do terreno um percentual for de utilidade pública. Na imagem abaixo é possível ver as zonas separadas por letras e números, que indicam o tipo e qual a taxa máxima permitida onde “C”significa comercial/ misto e “R”residencial. O terreno encontra-se na zona C5-3 que de acordo com o plano diretor, significa que o terreno tem caráter misto e possui uma taxa de ocupação 15 vezes o tamanho do terreno.

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20 Broadway 120 com 42 andares e 164m de altura, o edifício espalhou um sombreamento de 28mil m² em 1915, que assustou a população.

Com essa constante corrida pelo céu de Nova York, a cidade, em busca de uma melhor urbanização, inclui uma regra de afastamento no Plano Diretor de 1916: os edifícios que atingirem altura maior que 45m devem ocorrer afastar-se da rua a partir desta altura, o que obrigatoriamente gera menos sombra sobre as vias da cidade. Isso faz com que os edifícios comecem a ter formas em colina para garantir o aproveitamento máximo do terreno, como é fácil encontrar em alguns prédios espalhados pela cidade, como o Empire State Building, por exemplo. Essa redução foi drástica para possibilitar um crescimento saudável da cidade, que até então não previa recuos e que deixava insalubre com falta de raios solares e vento. Com isso, quarenta por cento de Manhattan não poderia ser construída hoje.

De acordo com Fontan (2016), o plano de 1961 surgiu para impor limites em relação ao volume e altura das edificações, não de maneira direta, mas limitando o percentual máximo construtivo, assim gerando menos sombreamento para a cidade. Com essas condicionantes é criado o FAR (sigla em inglês para

relação do piso com a área do lote), a qual depende do caráter da zona, se é residencial, comercial ou misto, como é visto no mapa 15. Essa condicionante permite de 6, 8 à 10 vezes o tamanho do terreno para taxa máxima construtiva. Também em 1961 é criado o “zoneamento incentivado”, que trocou andares extras em altura por instalações públicas, como praças, galerias e entradas de metrô.

Fontan (2016) acrescenta que quase três quartos da metragem quadrada existente em Manhattan foi construída entre os anos 1900 e 1930. De certa forma, o código de zoneamento ajuda a preservar essa diversidade arquitetônica. As leis se tornaram mais restritivas ao longo do tempo, dando uma vantagem para propriedades construídas em épocas anteriores que puderam construir maiores volumes na região. Segundo a revista Architectural Digest (2018), muitas estruturas no Midtown não conformes com o código atual têm tetos baixos e colunas que os tornam pouco atraentes para novos negócios. É comum encontrar em Nova York muitos edifícios que ocupavam quadras, construídos há 100 anos, onde hoje servem como base e primeiros pavimentos de torres modernas. Essa característica permite-lhes manter o velho zoneamento, de modo a não sacrificar um único m².

16. Esquema de taxa de ocupação máxima para zonas residenciais. 17. Esquema do edifício Lever House

18. Esquema do edifício 720 Park Avenue existente construído em 1928 e se fosse construído nos dias atuais

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No esquema 17, o edifício Lever House, que ficou conhecido pela nova legislação de 1961 como edifício base e exemplo da modernidade. A torre sobre base foi completamente inovador na época em que a maioria das edificações eram construídas como o edifício ao lado em colina, vestígios da legislação de 1916. Abaixo, o esquema 16 que apresenta os diferentes percentuais construtivos para zonas residenciais, que variam de 6, 8 e 10 vezes a taxa máxima construtiva, não ocupando cem por cento do lote. No esquema 18,

representa o edifício 720 Park Avenue, um cortiço que, de acordo com a legislação atual, não poderia ser construído pela demasiada área por pavimento, não respeitando o sombreamento e taxa de ocupação.

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22 Fontan (2016) cita que um edifício é moldado conforme as regulamentações da área sobre o terreno, resultando em muitas edificações vizinhas com formato parecido e, na cidade de Nova York, isto é fácil perceber. Para compreender como é o funcionamento do plano diretor da cidade, o site do governo de Nova York disponibiliza todas as informações necessárias para projetar, reformar, construir e seguir as normas e o plano diretor vigente.

5.3 - Arquitetura contemporânea em contexto patrimonial

Bonilla (1994) diz que a intervenção no patrimônio deve ser respeitosa, do contrário, a inserção de arquitetura contemporânea em um contexto histórico sem buscar a harmonia com o entorno imediato pode provocar um rompimento do perfil urbano, como da unidade de conjunto, alterando a paisagem urbana. O ICOMOS (International Council of Monuments and Sites) (1987) complementa este tema onde sugere que em alguns casos pode ser necessária uma intervenção para assegurar a sustentabilidade do bem patrimonial. Após a análise se crê que as intervenções devem desenhar-se respeitando a escala, a composição, a proporção, a estrutura, os materiais, a textura e a cor

do bem patrimonial.

Estas ampliações devem ser identificáveis e reconhecidas como novos elementos, mas desenvolvidas de forma a manter a harmonia com o que já existe onde se complementam, sem competir. Quaisquer alterações ou adições devem ser compatíveis com a forma e a construção do lugar, evitando contrastes inapropriados ou incompatíveis em termos de forma, escala, volumetria, cor ou materiais de acorco com o ICOMOS (1993) em carta para Madrid.

“O desenho de integração deve preocupar-se, fundamentalmente com as relações de volume, alturas e materiais.” (VÁZQUEZ, 2016, p. XX)

Vázquez (2016) defende que a integração de novas obras a sítios patrimoniais cria um sentimento de revalorização da identidade da população ocupante daquele espaço, consequentemente contribuindo para a reativação, reutilização e conservação dessas áreas na cidade onde o mesmo cita que muito comum no movimento moderno essa ruptura com o passado. Já Brolin (1984), no livro Arquitetura de Integração, faz crítica em relação à postura de alguns arquitetos, onde escreve que um edifício em absoluta harmonia com seu entorno é uma solução ébia e sem criatividade. A 19. Mapa da zona histórica em Manhattan.

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O mapa 19 apresenta a área em Nova York conhecida como zona histórica, no bairro do Upper East Side, adjacente ao Central Park, onde as leis em relação à obras e reformas são mais restritas. No mapa 20, encontram-se as edificação próximas ao terreno que são consideradas patrimônio histórico, tombadas. É possível, através deste mapa, identificar o Fuller Building, edifício encostado ao terreno da intervenção, construído no começo do século XX e o The Plaza Hotel, edifício marco na cidade.

EDIFICAÇÕES TOMBADAS TERRENO EM ESTUDO FELLER BUILDING THE PLAZA

19

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24 solução correta, presumidamente de maior êxito, é a intransigente manifestação arquitetônica pessoal cuja força parece medir-se em nossa época pelo tamanho da violência com que se opõe ao seu entorno.

Os profissionais adeptos destas soluções parecem crer que, um edifício que não se sobressai é um fracasso, não é original nem criativo. Neste contexto, Brolin (1984) complementa dizendo que a consequência desta ruptura deteriora todo o contexto, afetando a unidade de conjunto e levando a destruição do patrimônio cultural, debilitando a edificação e os valores históricos e sociais vinculados a mesma e reconhecidos pela sociedade por sua solidez alcançada através dos anos.

A arquitetura de integração em estruturas urbanas é a operação que consiste em completar partes faltantes do tecido urbano com nova arquitetura, com o próposito de dar unidade e harmonia ao conjunto histórico, sem provocar uma ruptura, permitindo que haja relações coerentes e visualmente afins entre os edifícios históricos e contemporâneos. BONILLA (1984)

Segundo Vázquez (2016), a observação do lugar deve ser a ferramenta principal para reverter o problema da falta de integração. Esta análise visual indica a metodologia correta que posteriormente é o canal que justifica o desenvolvimento de toda proposta para

levar a integração da arquitetura contemporânea em contextos patrimoniais.

Vázquez (2016) diz que para alcançar êxito na correta integração entre nova arquitetura em sítio patrimonial deve-se: análises de elementos construtivos autênticos da comunidade onde está inserido o sítio, topologias arquitetônicas, entendimento sobre os diversos aspectos que compõe a sociedade contemporânea e suas novas necessidades. O autor propõe algumas metodologias, representadas pelos seguintes métodos de desenho – imitação, mimetismo, desenho por contraste e volumétrico.

Entretanto, Vázquez (2016) destaca que deve-se propor uma solução criativa e particular, por meio das análises espaciais que respondam as necessidades do contexto.

5.4 - Sistemas estruturais de torre

Ching (2014) defende que um edifício pode ser entendido como um conjunto físico de uma série de sistemas que devem estar necessáriamente relacionados, coordenados e integrados entre si com sua forma tridimensional e a organização espacial do 21. The Plaza Hotel em 1910.

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A fotografia 21 apresenta o The Plaza Hote em 1910. O hotel foi construído em 1880 e sofreu uma grande reforma em 1910 que é a mesma imagem que o caracteriza nos dias atuais, com adornos em ouro e teto verde, que remete ao Central Park do outro lado da rua.

Na fotografia 22 está em destaque o Fuller Building, construído da década de 1920, edificação tombada e patrimônio da cidade.

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26 edifício em seu conjunto.

Ching (2014) afirma que o sistema estrutural de um de elementos estruturais, construídos e desenhados para suportar as cargas aplicadas ao terreno de uma forma segura.

Um aspecto crítico na hora de conceber um projeto é entender como a estrutura deve ser organizada. De acordo com Ching (2014), a essência espacial e formal de um projeto arquitetônico e da sua organização estrutural caminham lado a lado, de forma que uma modifica a outra, separando em dois grupos: as regulares e as irregulares.

Ching (2014) cita que há muitas formas fundamentais para definir um único volume no espaço, desta maneira, a melhor forma para definir qual a melhor organização estrutural da edificação é estudando os esquemas espaciais, estruturais e contextuais.

Estruturas regulares

De acordo com Ching (2014), as proporções deste módulo estrutural influenciam e podem limitar as opcões quanto à estrutura e materiais, já os módulos unidirecionais são mais flexíveis e podem situar-se em

qualquer direção do módulo, já os módulos quadrados ou retangulares, são mais utilizado os bidirecionais. Além disso, as dimensões do módulo estrutural influenciam tanto na direção quanto na locação de pilares. Ao projetar uma retícula estrutural deve-se levar em conta sua escala, estudando suas proporções e o tamanho relativo do seu módulo, comparando-a em escala humana e para que tipo de serviço tal edificação terá como uso, assim é possível projetar em escala correta a estrutra que é a base para toda a edificação.

Além dos módulos, Ching (2014) complementa que os elementos estruturais também devem ser julgados como essenciais para tal escala, como se percebe em alguns edifícios estruturas superdimensionadas e, por outro lado, aquelas edificações que destribuem sua estrutura por grandes quantidades de pequenos pilares. Deve-se se haver um estudo aprofundado para garantir essa perfeita harmonia estrutural.

As estruturas regulares são uma forma útil de se pensar sobre as implicações estruturais por serem elementos repetitivos, o que proporciona a eficiência da continuidade estrutural por uma série de módulos iguais.

23. Esquema de estruturas regulares 24. Esquema de estruturas irregulares

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A figura 23 representa o sistema de estruturas regulares, que apresenta quadrantes deslocados porém sempre seguindo a malha estrutural.

A figura 24 representa o sistema de estruturas irregulares, que apresenta quadrantes deslocados e deformados, não seguindo a malha estrutural o que faz com que a força nos pilares seja redistribuido.

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28 Ching (2014) comenta que tanto os módulos retangulares quanto os quadrados podem modificar-se de várias formas para atender às necessidades implicadas. Desta forma, formam-se as malhas de tartã, como no esquema XX, que apresenta uma área menor entre pilares, dando sustentação para áreas maiores, são geralmente utilizados em corredores para melhor disposição estrutural e arquitetônica. Estruturas Irregulares

Segundo Ching (2014), os módulos quadrados, retangulares e de tartã são todas regulares, podendo se ajustar de acordo com o projeto arquitetônico. Os módulos são mecanismos de organização muito poderosos. No livro XXXX, Ching comenta que em todos os projetos arquitetônicos deve-se utilizar os módulos regulares pois são esquemas generalizados que podem modificar-se e adaptar-se ao tipo de projeto, fundação e materiais. Deste modo, encontra-se os módulos irregulares que integram a forma do edifício, espaço e estrutura. Essa modificação pode ser dada por adição ou subtração de estrutura, como apresentado no esquema XX. Pode também ser por escala proporcional, criando uma sequencia de

Os elementos sólidos rígidos que se estendem predominantemente em sentido vertical, assegurados contra esforços laterais e firmemente ancorados ao solo, podem absorver cargas desde planos horizontais, a grande altura acima do solo, e transmiti-las às fundações: sistemas estruturais de altura-ativa ou, simplesmente, arranha-céus. Engel (2003).

Em relação as estruturas dos arranha-céus que são caracterizados pelos sistemas particulares de agrupamento de cargas, de acordo com Engel (2003), estas transmitem e fazem estabilização lateral empregando na redistribuição e transmissão de forças, sistemas de mecanismos de forma-ativa, vetor-ativo, seção-ativa ou superfície-ativa. Não possuem mecanismos de trabalho próprio. Complementa ainda que os arranha-céus são sistemas homogéneos com problemas únicos e soluções únicas.

Devido a sua extensão em altura e estar suscetível à carga horizontal, a estabilização lateral é um componente essencial no projeto de sistemas estruturais de altura-altiva. A partir de uma certa altura acima do solo, a redistribuição das forças horizontais pode tornar-se o fator determinante da forma do projeto. (ENGEL, 2003, p. 259).

Os sistemas estruturais de altura-ativa determinantes para a construção de edifícios de grande altura. Estes requerem continuidade dos elementos que transportam a carga à base, e, portanto, necessitam da concordância dos pontos de agrupamento 25 Esquemas de sistemas estruturais

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29

Os desenhos 25 e 26 apresenta os esquemas de contraventamentos da estrutura para edifícos altos com superfície-ativa e vão livre.

SISTEMA DE PÓRTICOS DE VÃO LIVRE

SISTEMA ENTRELAÇADO DE VÃO LIVRE

SISTEMA DE VÃO LIVRE DE PILARES ESTABILIZADOS

SISTEMA DE VÃO LIVRE DE PAREDE CISALHADA

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30 de carga para cada planta, cita Engel (2003).

Os arranha-céus podem ser distinguidos pelos diferentes sistemas de captação de carga em planta. Nos sistemas modulares, os pontos de união são distribuídos uniformemente em todo o plano do pavimento; nos sistemas de vão livre, são dispostos perifericamente, nos sistemas em balanço, a zona de absorção ou agrupamento de carga situa-se no centro, e nos sistemas em ponte os pontos de absorção são direcionados a uma estrutura separada sobreposta. (ENGEL, 2003).

Segundo Engel (2003), nos edifícios altos, os sistemas de absorção de carga são relacionados com a organização da planta. Com o intúito de proporcionar condições adequadas para uma planta flexível, que proporcione possibilidades de reorganização posterior de compartimentos individuais em cada planta, o projeto de sistemas estruturais de altura-ativa tem como meta a maior redução possível de elementos verticais de transmissão de carga, tanto em seção quanto em número. Caracterizados por barras verticais contínuas, os sistemas estruturais de altura-ativa têm conduzido a fachadas não articuladas na sua extensão em altura. Engel (2003) aponta que a articulação em altura ainda é um dos problemas não resolvidos dos sistemas estruturais de altura-ativa. Para que essa transmissão de carga aconteça, os

arranha-céus requerem um considerável volume de coluna, que diminui e limita a área útil da planta. De acordo com Engel (2003), através da suspensão dos pavimentos, ao invés de apoiá-los sobre elementos transitórios, pode-se conseguir uma considerável redução da seção dos elementos que transmitem a carga. Essa transmissão indireta da carga necessita, porém, de um sistema de estrutura sobreposto para o transporte final da carga até a base.

Os sistemas estruturais de altura-ativa, em que os planos horizontais, para reduzir a massa secional dos elementos de transmissão de carga, são sobrepostos e/ou suspensos formam uma superestrutura específica muito semelhantes aos sistemas construtivos de pontes, em que o agrupamento final da carga, bem como seu transporte, são feitos por pilotis: arranha-céus tipo ponte. (ENGEL, 2003).

Engel (2003) ressalta ainda que para otimizar o uso da área de planta, todos os elementos verticais que configuram espaços necessários para a função do edifício alto são seções estruturais potenciais: vãos de escadas, poços de elevadores, duetos de instalações, revestimentos externos.

O projeto ideal dos sistemas estruturais de altura-ativa integra todas as seções materiais dos compartimentos circulatórios verticais, que são componentes básicos do organismo de um grande edifício. Os sistemas estruturais de altura-ativa encontram-se, portanto, intimamente ligados à origem técnico-dinâmica dos edifícios altos. (ENGEL, 2003, p.260)

27. Esquema estrutural 28. Esquema estrutural

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O desenho 27 apresenta os protótipos da classificação dos sistemas estruturais de altura-ativa.

O desenho 28 apresenta os esquemas de formas padrão de sistemas de estabilização vertical.

1. Arranha-céu em Malha 2. Arranha-céu de Vão Livre 3. Arranha-céu em Balanço 4. Arrannha-céu em Ponte

1. Paredes cisalhadas exteriores 2. Paredes cisalhadas interiores 3. Núcleo (central)

4. Tubo

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32 432 PARK AVENUE

Localizado em uma das avenidas mais importantes da cidade de Nova York, a Park Avenue, o edifício faz frente para outras duas ruas, a 57 e a 56. De acordo com o The Real Deal (2011), o terreno onde o edifício está inserido, funcionava o então consagrado Drake Hotel (29), construído em 1926. O hotel que contava com 495 quartos foi totalmente demolido no ano de 2007. Cinco anos após, inicia-se a construção do 432 Park Avenue, um edifício de caráter misto, finalizado no ano de 2015.

Segundo Macklowe (2011), um dos empresários que desenvolveram a proposta do edifício, a construção conta com uma torre residencial de 426 metros de altura, totalizando 96 pavimentos que originalmente foi projetada para ter 89. A área comercial do edifício se aglomera na esquina do terreno, que conta com uma torre de 7 pavimentos. Abaixo da torre residencial, em uma das fachadas, abriga uma área para uma loja com 7 pavimentos, onde deixa a outra fachada completamente livre para a área residencial e adjacente uma praça de espaço público, que dá acesso ao metrô. O edifício, hoje um ícone na cidade, é o maior edifício residencial dos Estados Unidos. Até o atual momento

ESTUDO DE CASO

o terceiro mais alto de Nova York. Porém, na mesma rua, quando o Central Park Tower for finalizado, será o edifício residencial mais alto do mundo, de acordo com o jornal The New York Times (2011). Segundo Viñoly (2015), A parte estrutural do 432 é formada por um elo central em concreto armado e as extremidades do edifício também, onde o torna mais rígido e bem estruturado. O arquiteto Rafael Viñoly (2015) teve como uma das grandes ideias, deixar dois andares completamente abertos e vazios, a cada 12 pavimentos construídos. Com isso, o edifício se mantém permeável, no qual alivia a pressão exercida pelo ar sobre as fachadas pela liberação de passagem de vento em várias alturas do edifício, onde garante sua estabilidade. Viñoly (2015) acrescenta que há nos traços da torre uma saudável obsessão com o quadrado desde a origem de tudo, que é a planta do edifício. O mesmo acontece com as janelas de (3 x 3) m. Viñoly garante que as formas quadradas proporcionam um conforto visual que o edifício nem pareça tão alto, e que sua principal ideia no projeto é que, apesar da sua magnitude, o edifício se comportasse de maneira calma, tranquila em relação às edificações vizinhas. 29. Fachada Leste do Hotel Drake, 1926.

30. Fachada do 432 Park Avenue Building.

31. Desenho da Fachada do 432 Park Avenue Building. 32. Vista banheiro apartamento Penthouse.

33. Vista da Praça do 432 Building para a Park Avenue. 34. Vista da Praça do 432 Building a torre.

35.Implantação do edifício 432 Park Avenue

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A imagem 32 representa o banheiro de uma das unidades com vista para o Rio Hudson. A frente principal da torre residencial, dada pela Rua 56, como é possível identificar na imagem 33, conta com a área de incentivo público, uma praça que liga a Rua 56 com uma passagem para a Park Avenue, possível identificar na imagem 34. Esse vazio urbano voltado à população gera movimento para o local e valorização do comércio no entorno.

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A implantação do edifício na imagem 35 apresenta a fachada para as três ruas bem definidas. Para a Rua 57, de extremo à extremo a área é comercial, abrigando apenas uma loja de seis pavimentos. Para a Park Avenue, tem-se a torre comercial que faz cobertura para a entrada do metrô. Essa abertura, proporciona que atravesse a edificação e chegue na praça pública, que tem acesso principal pela Rua 56. Por essa mesma rua, a fachada residencial é separada da área pública por vegetação, o que não gera bloqueio

total, mas sim privacidade para a área residencial. A entrada para o condomínio dá-se através de um lobby com pé direito duplo. O acesso para os moradores é através de área de manobra, o que permite com que o morador deixe seu carro em frente ao lobby e quem estaciona o veículo nas garagens são os manobristas. Todo o sistema de serviços do condomínio funciona 24hr por dia, 7 dias na semana.

RUA 56 PARK A VENUE RUA 57 01 02 03 05 04 01 02 03 04 05

LOBBY ACESSO RESIDENCIAL HALL ELEVADORES RESIDENCIAL

EMBARQUE/ DESEMBARQUE ELEVADOR ACESSO GARAGEM LOJA COMERCIAL

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A imagem 36, representa o corte dos primeiros pavimentos e subsolo da torre do 432 Park Avenue. O edifício conta com um total de 60 vagas de garagem, cada uma com elevador que comporta até 3 carros por vaga. Apesar do apertado espaço, os moradores contam com sistema de manobrista, o que faz com que tenham acesso direto pelo lobby e o carro é estacionado na garagem pelo serviço do condomínio, muito comum em hotéis.

A planta baixa de uma das penthouses do edifício, representada na imagem 37, indica em uma área azul as paredes que não são permitido fazer modificações por serem estruturais. Essas paredes são a área externa da edificação e o transito vertical, o que significa que é possível fazer qualquer modificação de paredes internas, de acordo com a preferência do morador. Tal sistema, permite layouts dos mais variados, o que abrange muito mais perfis de clientes.

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As imagens 38 e 39 apresentam diferentes layouts dos apartamentos penthouse disponíveis no edifício. Essa liberdade que a estrutura dá para diferentes tipologias arquitetônicas torna o mesmo espaço com variadas experiências, desde uma cozinha maior do que outra, a banheiros maiores que suíte Master. Nestes casos de plantas livres, a criatividade é o limite, o que permite que o cliente tenha a liberdade de executar o apartamento da maneira que quiser, sem restrinções.

De acordo com Vinoly (2015), Pelo sistema estrutural nas extremidades da torre e no elo central de circulação vertical, as plantas do 432 são diferentes umas das outras, permitindo total liberdade para as diferentes tipologias porém mantendo um padrão dividindo o fluxo de área social, íntima e separando a suíte master dos demais comodos. A figura 40 apresenta as áreas técnicas e os vãos livres para passagem do vento, o que diminui a força que o mesmo incide sobre o edifício.

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38 Renzo Piano (2016), em uma conversa informal com Macklowe, o idealizador do 432 Park Avenue, diz que se você se mantém fiel à forma, não dá para estragar um quadrado. A implantação do 432 Park Avenue foi essencial para determinar a setorização e distribuição das torres. O edifício, apesar de icônico na cidade principalmente pela sua altura que, desconsiderando as antenas, ultrapassa o One Trade Center e Empire State Building, não tinha como intenção essa busca pelo arranhacéu mais alto de Nova York. Em sua esquina para a avenida mais importante, a Park Avenue, está a torre comercial, ponto estratégico para a área comercial. A praça pública, com abertura tanto para a Park Avenue quanto para a 56th St, determina onde está localizada a área residencial e a área comercial do edifício. A fachada para a rua 57th St é totalmente comercial, abrigando uma loja de sete pavimentos. Além dessa divisão entre setores, conta com uma passagem direta para o metrô. O subsolo abaixo da torre é uma garagem de um pavimento que desce por elevador o carro. A praça conta com bastante espaço para sentar. Para acessar ela tem dois degraus que funcionam de maneira que, ao vivenciar a praça, determina

onde é area de passeio e local de descanso. É importante destacar que as árvores que são sazonais, gerando sombra no verão e completamente secas no inverno, vegetação típica da região. A torre residencial no térreo, com pé direito duplo, abriga pela Rua 56 o lobby e acesso às garagens, assim como espaço de carga e descarga residencial. Já na Rua 57 apenas a loja ocupa o terreno de extremo a extremo e os 6 primeiros pavimentos. Do sétimo ao décimo sexto são áreas comuns do condomínio que conta com piscina aquecida, cinema, sauna, sala de ginástica e sala de jogos. Acima destes pavimentos estão os apartamentos que somados dão um total de 104 unidades, sendo destes, 4 penthouses ocupando o pavimento inteiro e com pé-direito duplo; as unidades restantes são duas por pavimento. É comum nas novas torres residenciais o uso de serviços como o de hotéis, que conta com serviço de quarto 24hrs, além de manobristas, seguranças e recepcionistas. Porém todo esse luxo tem um custo alto. Os apartamentos variam de 3 milhões à 100 milhões de dólares. De acordo com Macklowe (2016), noventa porcento das vendas têm sido para nova iorquinos com intuito de morar no edifício.

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36. Corte do edifício 432 Park Avenue

37. Planta baixa representando esquema estrutural do 432 Park Avenue 38. Planta Baixa penthouse flexível

39. Planta Baixa penthouse flexível

40. Esquema representando vãos livres do Park Avenue. 41. Vista para a torre.

42.Zoneamento do 432 Park Avenue 43. Corte do 432 Park Avenue.

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39 Na imagem 43, disponíveis no site do governo de

Nova York, é possível para cada cidadão que tiver intreresse, saber se a edificação está de acordo com o Plano Diretor.

No esquema 42, os cortes representam o uso de cada pavimento da edificação, como as salas comerciais, lojas, lobby residencial, áreas de serviço e áreas comuns do condomínio.

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HISTÓRICO

A cidade de Nova York é conhecida por seu icônico horizonte verticalizado, com variedades arquitetônicas entre seus edifícios que datam épocas. Segundo Morison (1971), na década de 1600, os holandeses começaram a povoar a cidade, então chamada de Nova Amsterdã. Em torno de 50 anos depois, a cidade foi entregue para os ingleses, que então a rebatizaram para Nova York, pelo duque de York e Albany. No século XIX, a imigração e o desenvolvimento foram transformando a cidade e, em 1807 criou-se a expansão urbana com a grelha ortogonal nas ruas que permanece até os dias atuais. Em conjunto à esse projeto foi criado também o Central Park, sendo o primeiro parque com jardins dos Estados Unidos. O metrô abriu em 1904. Na mesma época, Nova York torna-se o centro mundial para a indústria e comércio, resultando na grande mudança do horizonte da cidade com a construção dos primeiros arranha-céus. Na imagem XX, é possível ver esse fechamento de extremo de quadra comum no começo do século XX e a imagem XX apresenta esse extremo de quadra atual.

No começo de 1900 inaugura-se em Manhattan o Flatiron Building, o primeiro arranha-céu de Nova York, com 87 metros de altura e totalizando 22 andares. O prédio é ainda um marco na cidade, e na época alavancou outro arranha-céus como o Metropolitan Life Insurance Company Tower e o Woolworth Building, construídos logo após.

Duas décadas depois, com o constante crescimento vertical, principalmente no Downtown e Midtown, ergue-se o Empire State Building, o mais visitado e famoso edifício no mundo. Quatro décadas depois, contrói-se o World Trade Center. Como visto na história, os edifícios não somente moldaram a cidade, mas também serviram de palco para muitos acontecimentos históricos, cinematográficos e que, de acordo com o seu estilo arquitetônico, dataram épocas. Essa constante busca por um espaço na ilha de Manhattan fez com que os edifícios ocupassem todo o extremo de quadra, permitido pela lei de 1916. Após muitos edifícios construídos desta forma, ocupando cem por cento do terreno, os nova-iorquinos manifestaram sua insatisfação pelo volumoso espaço

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

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44. Extremo de quadra nos anos 1930

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46. Extremo de quadra nos anos 1970 47. Vista do terreno pela Madison Ave. 48. Vista do terreno pela Madison Ave. 49. Vista do terreno pela Rua 58.

que as novas edificações possuíam, gerando falta de luz e falta de ventilação natural os quais estavam sobretudo dificultando a vida urbana. Assim, se manifestaram solicitando ao governo medidas para gerar condicionantes de uma vida mais salubre. Em 1961, cria-se uma nova lei de zoneamento que continua permitindo essa construção de cem por cento da área, porém agora é preciso seguir algumas condicionantes que levaram, a partir dessa época, muitos edifícios a serem menos densos em ocupação territorial, o que fez com que estes crescessem em altura, como representa a imagem XX, um extremo de quadra em meados dos anos 1960.

LOCALIZAÇÃO

A cidade é dividida por cinco distritos, que são divisões administrativas a nível de condado; são eles: Bronx, Brooklyn, Manhattan, Queens e Staten Island. A área de intervenção está localizada em um ponto central de Manhattan, à 200 metros do Central Park, denominada de Midtown. Localizado ao extremo de esquina entre as ruas 58th St e a Madison Avenue, à uma quadra da Fifth Avenue e da Park Avenue, região nobre e de grande

expansão imobiliária, o terreno que ocupa 4 lotes e tem como vizinhos edifícios conhecidos ao redor do mundo, como o 432 Park Avenue, o GM Building, The Plaza, Trump Tower, Rockefeller Center, entre outros. Situado à 1,2km da Times Square, à 1,9km do Empire State Building e à 900 metros do Rockefeller Center, o extremo de quadra está na zona mista denomidada pelo Plano Diretor da cidade de Nova York. Além disso, a zona permite construções de até 15 vezes o tamanho do terreno e, se utilizar uma porcentagem do terreno como área de espaço público, o percentual construtivo ganha vinte e cinco por cento sobre o valor final permitido pelo Plano Diretor. Sob essas condicionantes, o terreno tem um grande percentual construtivo e que pode, além de gerar novas moradias e comércio para a área que carece de construções de caráter misto, também incorporar um espaço público no térreo. Segundo o jornal The New York Times, a Ilha de Manhattan é completamente adensada, onde não existe terreno vazio, a não ser as áreas públicas. Para uma nova edificação, deve-se utilizar terrenos com construções existentes. A esquina escolhida atualmente comporta 4 edificações em 4 lotes distintos, de números 47, 50, 51 e 52, sendo elas de caráter misto com no

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O lote de número 47 é o atual restaurante da rede mundial TAO, conhecido por seus pratos da culinária Pan-asiática. O interior do restaurante é um dos seus pontos principais, onde, no centro, encontra-se um lago com carpas sobre uma escultura do Buda.

Abaixo, fotografias registradas do terreno em diversos ho-rários e épocas do ano.

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44 máximo 7 pavimentos. Uma edificação está em desuso; na outra funciona uma pequena farmácia e uma loja de produtos de beleza, e unidades residenciais sobre a loja. Outra funciona como prédio comercial e possui uma pequena loja de roupas e por último, o edifício que funciona a famosa rede de restaurantes TAO. Ao analisar o bairro, pode-se perceber que suas ruas são apertadas pela demanda de pessoas que as utilizam todos os dias. O turismo em Nova York não é sazonal, tendo público o ano inteiro. Por tratar-se de uma área próxima a vários pontos turísticos da cidade, como o Central Park, O Museu de Arte Moderna, Quinta Avenida, o Rockefeller Center, Times Square, entre outros, as ruas estão sempre lotadas. Em especial, ao visitar o extremo de quadra em estudo, percebe-se um grande tumulto, seja de pessoas se esbarrando pelo aperto nas calçadas ou para atravessar uma das avenidas mais movimentadas de Nova York, a Madison Avenue. É notória a necessidade de espaços de descanso nos grandes centros urbanos. Apesar do Central Park próximo e de outros grandes parques como o Hyatt Park, a cidade necessita desses pequenos espaços para descanso entre as atividades do dia a dia.

50. Gráfico de funções de edifícios em Nova York com mais de 150m 51. Gráfico de materialidade de edifícios em Nova York com mais de 150m

USO DO SOLO

A área apresenta grande quantidade de construções de caráter comercial, assim como nos bairros adjacentes. Encontra-se pouco residencial, e quase nenhum de uso misto (comércio e residencial). Como visto no gráfico (xx), as edificações de caráter misto representam apenas quatorze por cento das edificações totais em Manhattan e no entorno do terreno em estudo. O mapa 53 apresenta essa pequena parcela de edificações de caráter misto, muitas comerciais e as edificações residenciais são poucas e unifamiliares na sua totalidade. Após a análise do mapa de uso e ocupação do solo, percebe-se que o bairro conta com uma infraestrutura comercial que atende o mundo todo. Além do comércio, a área apresenta um número altíssimo em relação as salas empresariais e Hotéis. A maior parcela residencial da cidade encontra-se nos distritos do Bronx, Brooklyn e Queens, que ficam longe da região central de Manhattan e que, dependendo do trânsito, pode demorar horas para chegar. O metrô para o Midtown pode ficar lotado em horários de pico. Portanto, sua localização dentro do tecido urbano exerce influência decisiva na

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45 O gráfico 50 apresenta, em porcentagem, a

quantidade de edifícios comerciais (verde), residenciais (azul), de uso misto (verde claro), hotéis (amarelo), apartamentos de serviço (cinza) e edificações governamentais (roxo) atuais na ilha de Manhattan acima de 150 metros de altura. É notável a grande quantidade de edificações de caráter comercial, um dos principais fatores que faz com que a cidade de Nova York seja um caos no quesito trânsito. O caráter misto, que representa

uma pequena porcentagem no percentual atual, é importante para que esse constante fluxo de pessoas se locomovendo de casa para o trabalho diminua, amenizando também poluição pelo tráfego, trânsito, tempo e aumentando assim a qualidade de vida. O gráfico 51 apresenta em porcentagem a materialidade das edificações acima de 150 metros de altura, onde a maior parcela é em aço e logo em seguida, em concreto. A menor porção dá-se pelos edifícios que são compostos por aço e concreto.

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Como o mapa (52) de gabaritos indica, a maior parte dos edifícios do Midtown tem entre 40 à 80 pavimentos sendo a maioria de caráter comercial. Algumas edificações novas, outras nem prontas ainda, possuem mais de 50 pavimentos, e a maioria desses novos prédios são de caráter residencial ou misto. Porém há um grande número de edificações de 1 à 10 pavimentos (pequenas residencias de caráter histórico na região do Upper East Side).

O Midtown Manhattan é a região é a que apresenta as edificações com o gabarito mais alto de Nova York, e tende a crescer, pois há muitos edifícios em construção ultrapassando os 100 pavimentos.

TERRENO DE INTERVENÇÃO 1 À 10 PAVIMENTOS 10 À 20 PAVIMENTOS 20 À 40 PAVIMENTOS 40 À 80 PAVIMENTOS 80 À 100 PAVIMENTOS PARK A VENUE MADISON A VENUE QUINT A A VENID A RUA 57 RUA 58 SEXT A A VENID A 52

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47 No mapa 53, é possível encontrar muitos hotéis

na região, por ser um local muito requisitado e turístico. Além disso, o Upper East Side se encontra muita residência unifamiliar, de 3 a 4 pavimentos e edificações históricas. É quase zero a presença de edifícios mistos na região, o que preocupa pelo massivo número de grandes edifícios coorporativos e comerciais que são completamente adensados, na maioria das vezes ocupando quadras inteiras. É

possível notar que os edifícios adjacentes ao Central Park são a maioria de caráter residencial misto, além de hotéis, o que torna a região um pouco mais residencial. Essa razão dá-se pela proximidade com o parque e vista permanente dos apartamentos.

TERRENO DE INTERVENÇÃO COMERCIAL HOTÉIS RESIDENCIAL MISTO INSTITUCIONAL PARK A VENUE MADISON A VENUE QUINT A A VENID A RUA 57 RUA 58 SEXT A A VENID A

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48 quantidade e na qualidade dos deslocamentos diários entre residência, trabalho e pontos turísticos. Quanto mais gente trabalha em uma determinada área, mais gente tende a sair e chegar em casa todos os dias para ir e voltar do trabalho, da escola, das compras e demais atividades diárias, o que por si só representaria um primeiro esboço da vitalidade urbana. Por isso, a área de estudo converte-se num grande potencial para tornar a região com menos fluxos, mais espaços de descanso e moradia. Os motivos para sair de casa, percorrer as ruas e interagir com outras pessoas, sem ter que pegar algum meio de transporte para isso, terão um caráter mais sólido, justificando assim a necessidade da criação de melhorias nas áreas de lazer e convívio. Novas residencias com tipologias e tamanhos variados para atender diversos perfis de pessoas, não só quem adquirir unidades residenciais mas como a população que ganha uma nova área de estar, tudo isso somado a uma série de outras atividades existentes no entorno oferecidos pelo bairro do Midtown. As ruas e calçadas, segundo Jacobs (2011), são os instrumentos essenciais de uma cidade, pois é nelas que se dá toda a integração e convivência de uma sociedade. Entretanto, esta integração implica em conflitos, tanto

positivos quanto negativos, que podem dificultar ou não a convivência entre os cidadãos e o espaço urbano.

Muito mais do que um espaço urbano fechado, recortado por ruas e avenidas, construído com blocos de concreto e lajes de aço [...] a dominar todas as paisagens, a cidade é [...] um território de relações no qual cada cidadão/cidadã busca satisfazer suas necessidades e realizar seus quereres. [...]. É uma realidade viva, pulsante. Ela é composta e compõe uma rede de fluxos de pessoas, mercadorias, matérias [...] e energias em constante movimento. (JACOBS, 2011)

Como se percebe no mapa de cheios e vazios (56), Manhattan é cem por cento adensada. Os únicos vazios urbanos são os grandes parques, e essa consolidação e massificação dos mesmos desqualifica a urbanização da cidade, tornando o distrito cada vez menos permeável. É possível encontrar em torno de dez edifícios, que privilegiam esses vazios urbanos, tornando seu térreo permeável. Porém é um número pequeno, levando em consideração o tamanho da cidade. E como já existem esses exemplos de torres com o térreo público, é possivel visualizar essa funcionalidade do espaço vazio destinado às áreas públicas. Se crê que os pequenos espaços de descanso, denominados de Pocket Park (parque pequeno), deveriam ser um integrante da cidade, como 52. Mapa de cheios e vazios

53. Mapa de uso do solo 54. Central Park visto do Midtown. 55. Esquema da posiçào Solar. 56. Mapa de cheios e vazios

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49 MANHÃ MAIOR INCIDÊNCIA ENTARDECER MADISON A VENUE RUA 58

A imagem 54 é uma vista aérea do Central Park, tomada da região do Midtown, onde o terreno em estudo está inserido. O mapa 55 apresenta a posi-ção solar no terreno. Por se tratar de um terreno lo-calizado no hemisfério Norte, a fachada com maior incidênia solar é a Sul.

O mapa abaixo 56, possibilita visualizar a densa massa de edifícios que ocupam o lote inteiro. Poucos são os edifícios tem alguma área de respiro e, na região, encontram-se dez edificações que permitem atravessar quadras pelo lote, como no caso do Rockefeller Center.

Rockefeller Center

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50 interventores e transformadores utilizados como locais de articulação entre a parte edificada e as áreas verdes, utilizando terrenos de edificações para até mesmo fazer essa conexão entre o comércio, área de descanso, trabalho e moradia. Um fator positivo para a cidade é que no plano diretor vigente. Há um incentivo às áreas públicas inseridas em terrenos privados. Estas podem contribuem para essa maior qualidade e relação das edificações com o seu entorno. Em todo o perímetro da cidade é possivel visualizar os grandes edifícios que, em sua maioria, encontram-se nos bairros do Downtown e do Midtown. No bairro em que o terreno está inserido, como aponta o mapa 52, grande parte dessas edificações estão entre os 40 à 70 pavimentos. ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS

Faz-se necessário o conhecimento dos elementos naturais da cidade, a fim de analisar a maneira com que estes se relacionam com o terreno e entorno em estudo para o planejamento e elaboração do projeto. Torna-se, então, necessária uma hierarquização dos fatores climáticos em termos de dimensão espacial,

ocorrência temporal e duração do período de análise, bem como meios adequados de observação e tratamento dos dados, aliando-se estes três aspectos a realidade local de latitude, altitude, radiação solar, ventos, vegetação, topografia, temperatura, precipitação, entre outros aspectos. Um fator importante de ser enfatizado são as condicionantes climáticas do hemisfério Norte, onde a posição mais incidente do sol é a Sul e as estação do ano são inversas ao hemisfério Sul. Segundo o site Weathers Park, O clima é quente e temperado em Nova York no verão. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. 12.1 °C é a temperatura média na cidade. Tem uma pluviosidade média anual de 1144 mm, ou seja, durante o ano inteiro a cidade apresenta um grande percentual de chuva. A estação morna permanece por 3,5 meses, de 1 de junho a 16 de setembro, com temperatura máxima média diária acima de 24 °C. O dia mais quente do ano é 21 de julho, cuja temperatura máxima média é de 29 °C e a mínima média é de 22 °C. De acordo com o site Weathers Park, a umidade é medida através do ponto de orvalho, o que determina 57. Posição solar as 13hrs em Junho, verão

58. Posição solar as 13hrs em Dezembro, inverno 59. Mapa de público e privado.

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A imagem 57 represente a posição solar ao meio dia no mês de Junho, verão. Já na imagem 58, a mesma hora porém em Janeiro, inverno. A imagem 59 representa em planta baixa as poucas áreas de caráter público da cidade. A maioria são quadras ocupadas por grandes edificios, sem incentivos públicos, salvo por alguns que são capazes até de atravessar a quadra, como o Rockefeller Center.

RIO LOTES ESPAÇO TERRENO EM ESTUDO MADISON A VENUE MADISON A VENUE RU A 58 RU A 58 57

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52 a transpiração da pele. Diferente da temperatura, que em geral varia significativamente do dia para a noite, o ponto de orvalho tende a mudar mais lentamente. Assim, enquanto a temperatura pode cair à noite, um dia abafado normalmente é seguido por uma noite abafada. Nova York tem variação sazonal extrema na sensação de umidade. O período mais abafado do ano dura 3,9 meses, de 1 de junho a 27 de setembro, no qual o nível de conforto é abafado, opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 13% do tempo. O dia mais abafado do ano é 2 de agosto, com condições abafadas durante 53% do tempo. O dia menos abafado do ano é 15 de fevereiro, quando condições abafadas são praticamente inexistentes. O site Weathers Park afirma que o vento em um determinado local é altamente dependente da topografia local e de outros fatores. A velocidade e a direção do vento em um instante variam muito mais do que as médias horárias. A velocidade horária média do vento passa por variações sazonais significativas ao longo do ano. A época de mais ventos no ano dura 6,3 meses, de 17 de outubro a 25 de abril, com velocidades médias do vento acima de 12,9 quilômetros por hora. O dia de ventos mais fortes no ano é 26 de fevereiro, com 16,1 quilômetros por hora de velocidade média horária do

vento. A época mais calma do ano dura 5,7 meses, de 25 de abril a 17 de outubro. O vento mais frequente vem do Sul, porém o com maior velocidade é o Norte. Neve normalmente é entre 5 e 10 vezes a quantidade equivalente a líquido, supondo que o solo esteja congelado. Segundo o site Weathers Park, a neve mais fria e mais seca tende a estar no lado mais alto desse intervalo, enquanto a neve mais quente e mais molhada permanece no lado mais baixo. O período de mais neve no ano dura 4,2 meses, de 25 de novembro a 2 de abril, com precipitação de neve equivalente a líquido de 31 dias contínuos mínima de 3 milímetros. O máximo de neve ocorre em Janeiro com acumulação total média de neve equivalente a líquido de 17 milímetros. De acordo com o site Weathers Park, a porcentagem média de céu encoberto por nuvens sofre pequena variação sazonal ao longo do ano.A época com maior nebulosidade é de 25 de junho e dura 4,6 meses, terminando em torno de 12 de novembro. O dia 29 de agosto é o menos encoberto do ano. Em 3 de janeiro, o dia mais nublado do ano, o céu permanece encoberto ou quase encoberto. 60. Esquema afastamento sombreamento

61. Esquema afastamento sombreamento 62. Planta baixa lote 51

63. Edifícios residenciais em contrução em Midtown Manhattan. 64. Esquema volumétrico no terreno em estudo

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Os esquemas 60 e 61 representam o limite que o zoneamento atual permite construir quando cem por cento do adensamento da área e a área com um recuo frontal, pela questão do sombreamento nas ruas de acorco com o plano diretor.

A imagem 62 indica em planta baixa o que foi construído no lote 51 de esquina, respeitando os afastamentos impos-tos no plano de 1916.

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54 CONDICIONANTES LEGAIS

O terreno selecionado possui uma área de 1.715,00 m² (38) e tem a sua testada principal voltada para a Madison Avenue; esta possui via de intenso fluxo de veículos no sentido Norte. A posição e a localização do terreno proporciona que as visuais se dirijam ao Central Park e, dependendo da altura do pavimento, vista para toda a cidade e para New Jersey. O terreno da intervenção delimitado por dois grandes edifícios, o hotel conhecido mundiamente da rede Four Seasons e o edifício tombado Fuller Building. Uma condicionante para a locação da torre no terreno é a posição solar e fluxo, já que o terreno será permeavél, com espaço de estar para o público. A topografia do local é totalmente plana. Este aspectos facilitou tanto à acessibilidade como a relação com a área e contribuiu à implantação da edificação. Pelo fato de estar próximo a uma via de grande intensidade de tráfego, é possível perceber o alto grau de ruído existente, fator que será considerado na elaboração do projeto. Localizado na zona em que é permitido construir

edificações de caráter misto, o terreno está dentro do C5-3, isso significa que o seu percentual máximo construtivo é de 10 vezes para caráter residencial e 15 vezes para caráter misto, informação disponível no site do Governo de Nova York. É possível perceber edificações vizinhas com gabarito superando os 400 metros de altura, como mostra a imagem 67 acima. Além da zona, existem as condicionantes legais do terreno. Uma delas é a possibilidade de ampliar esse percentual máximo construtivo, utilizando parte do terreno como área pública. Isso aumentaria então vinte e cinco por cento da área total máxima. Utilizando apenas os vinte e cinco por cento para a torre, não se faz necessário criar os recuos para sombreamento. Se levar em consideração seu entorno em que a maioria das edificações ultrapassam esse número de pavimentos ou estão bem próximas, a torre final compõe o skyline existente da cidade, ficando ainda abaixo de grandes edifícios próximos como mostra a figura 63. Seu entorno imediato é bastante diversificado pelos seus variados usos e possui um amplo fluxo de pedestres, tornando a localização do terreno uma potencialidade para o projeto proposto para a base e utilizando a torre para suprir a necessidade de novas edificações residenciais em Midtown. Altura máxima permitida

no terreno em estudo

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55

37. Esquema de torres no terreno em estudo

O Esquema 68 representa a área do terreno e os possíveis arquétipos inseridos com a legislação vigente aplicada, respeitando os afastamentos, sombreamentos e incentivos do Governo de Nova York.

ÁREA DO TERRENO: 1.715 m² ZONA: C5-3

PERCENTUAL MÁX TOTAL: 15x o tamanho do lote TOTAL: 25.725 m²

UTILIZANDO PARTE DO TERRENO COMO ÁREA PÚBLICA:

32.156,25 m²

ÁREA MÁX POR PAVIMENTO: 428,75 m²

TOTAL DE PAVIMENTOS MÁXIIMO QUE O TERRENO COMPORTA: 75 300 4616 3840 25% 64 65

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PARTIDO ARQUITETÔNICO

PARTIDO GERAL

O projeto foi desenvolvido a partir dos estudos preliminares descritos no trabalho. Foi imprescindível o estudo destes tópicos para a elaboração do projeto. Trata-se do estudo de um extremo de quadra onde foi feito um levantamento sobre que tipo de construção carece na região para que assim desse desenvolvimento para o projeto.

O terreno em estudo possui edificações, erguidas em meados da década de 1930. O restaurante de renome mundial, TAO, é um dos lotes do terreno. O projeto prevê a incorporação do restaurante na edificação, buscando melhor fluxo e disposição arquitetônica para o restaurante, mantendo a arquitetura tradicional do seu interior. Outras duas edificações possuem caráter comercial, uma está em desuso e, o comércio existente será incorporado ao projeto. Por último, uma edificação de caráter misto, com 23 unidades residências que daram espaço para uma torre com mais unidades.

Com esses estudos, chega-se a conclusão da falta de edifícios mistos na cidade e prédios que tragam incentivo público, como praças, áreas de lazer e

descanso, entras para metrô, entre outras.

Buscou-se um terreno no Midtown Manhattan, área de grande expansão imobiliária e com o maior número de edifícios comerciais da cidade. Com intúito de minimizar a distância entre o trabalho e a moradia, assim como o trânsito caótico de Nova York e criar um espaço público que faça a transição entre público e privado, projeta-se uma torre de caráter residencial com base sobre pilotis comercial.

Na imagem 66 é demonstrado o primeiro estudo para a realização do programa de necessidades do projeto, levando em conta todo o entorno e suas necessidades. Surgem os primeiros traços para a disposição da torre e o caminhamento de pedestres de acordo com a locação das melhores fachadas para o comércio e para o lobby da torre residencial. Os acessos de pedestres foram planejados para todas as ruas. O acesso de veículos foi projetado para a fachada menos movimentada, na Rua 58, pois a Madison Avenue é uma das avenidas principais da cidade para o comércio, onde encontra-se grandes lojas.

Com a visita de campo pode-se perceber a carência por espaços de transição entre público e privado e o grande movimento que se apresenta na esquina da 66. Zoneamento - implantação

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57 Com o estudo do diagnóstico e a visita ao terreno,

começou-se a traçar esboços que ajudassem a en-tender o funcionamento dos fluxos na região, bem como qual o melhor zoneamento para devidos fins.

FELLER BUILDING

FOUR SEASONS

66

Croquis foram essenciais para desenvolver a propos-ta inicial da torre e entender como ela se comporpropos-ta em relação ao entorno. No croqui é possível perce-ber a primeira proposta como sendo a altura do edi-fício um pouco abaixo do Feller Building, respeitando a edificação histórica.

Referências

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