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Efeito do treinamento de equitação sobre o equilíbrio corporal

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO PAULO DE MATOS JUNIOR

EFEITO DO TREINAMENTO DE EQUITAÇÃO SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL

Palhoça 2011/2

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PEDRO PAULO DE MATOS JUNIOR

EFEITO DO TREINAMENTO DE EQUITAÇÃO SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL

Relatório de Estágio apresentado ao curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina com requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte.

Orientadora: Profa Elinai dos Santos Freitas Schütz, Msc

Palhoça 2011/2

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PEDRO PAULO DE MATOS JUNIOR

EFEITO DO TREINAMENTO DE EQUITAÇÃO SOBRE O EQUILÍBRIO CORPORAL

Este Relatório de Estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e aprovado em sua forma final pelo curso de Educação Física e Esporte, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 28 de novembro de 2011.

___________________________________________________ Profª Orientadora Elinai dos Santos Freitas Schütz, MSc

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Profª Simone Karmann Souza, MSc

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Profº Prof. Márcio Fagundes Goethel, Esp

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AGRADECIMENTOS

Chegando ao fim do processo acadêmico gostaria de agradecer imensamente: A minha professora orientadora Elinai dos Santos Freitas Schütz, pela dedicação, paciência e por ter aceitado participar deste desafio junto comigo.

Ao professor Juliano Dal Pupo por ter participado e contribuído no projeto deste estudo.

Aos professores e funcionários da Unisul que de maneira indireta puderam contribuir.

Aos queridos amigos da universidade que passaram juntos por este processo tão importante de nossas vidas, adquirindo carinho e respeito uns pelos outros durante este longo tempo. Em especial: Priscila Rosa da Silva, Valquíria Dian, Ricardo Sebold, Mariana Carrati, João Jerônimo e Júlia Tasca Etchepare.

Aos amigos Leandro Cardoso e Sandro Cardoso pela parceria, amizade e por cederem a hípica e os cavalos para a realização das aulas de equitação.

Aos amigos que a equitação me deu: Jaqueline Seugling, Cintia Cardoso, Clarice Kolling, Felipe Rabello, Eduardo Ribeiro e Julianna Berto pelos ótimos momentos vividos juntos.

Ao Sr. Márcio Fagundes Goethel pela contribuição no laboratório de instrumentação.

Ao professor Noé Gomes Borges Junior por disponibilizar o laboratório e os equipamentos necessários para as coletas deste estudo.

A todos os sujeitos da pesquisa e seus pais que se dispuseram a contribuir para que este estudo se realizasse.

Aos meus irmãos Anna Paula e Guilherme pela ajuda, força e por acreditarem em mim.

E por fim, e não menos importantes, aos meus pais pelo carinho, zelo e amor. Por terem mudado suas rotinas diárias para auxiliarem na pesquisa, indo ao laboratório e à hípica. E principalmente por me darem a oportunidade de existir.

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RESUMO

O equilíbrio corporal é fundamental, sendo um dos componentes da aptidão física relacionados com a saúde e o desempenho esportivo. Como forma de desenvolver o equilíbrio pode-se destacar a equitação, pois quando o cavalo se desloca ao passo, ocorre um movimento tridimensional que é transmitido ao praticante pelo contato do seu corpo com o do animal, proporcionando movimentos mais complexos atuantes nas funções neuromotoras, assim auxiliando na regularização do tônus postural, organização da cabeça, tronco e extremidades. Este estudo objetivou investigar o efeito do treinamento de equitação sobre o equilíbrio corporal de crianças. Esta pesquisa caracterizou-se como aplicada quanto a natureza, quantitativa em relação à abordagem do problema e quanto aos objetivos experimental com delineamento pré-experimental. Participaram do estudo quatro indivíduos de 10 a 13 anos de idade, três meninas e um menino, sem experiência prévia com a equitação e que realizaram 6 aulas de equitação, sendo 45 minutos cada aula. Utilizou-se uma plataforma de força AMTI (Advanced Mechanical Technology, Inc.). Foi utilizada a frequência de aquisição de 1000Hz. Para analisar, descrever e apresentar os dados, foi utilizada a estatística descritiva, por meio da média e do desvio padrão. Foram analisadas as seguintes variáveis: amplitude e velocidade do COP no sentido antero-posterior e amplitude e velocidade do COP no sentido médio-lateral. Como principais resultados verificou-se que a grande maioria das variáveis analisadas neste estudo demonstraram uma melhora considerável no que diz respeito ao equilíbrio corporal dos participantes da pesquisa quando comparadas pré-teste e pós-teste. Conclui-se que o efeito do treinamento de equitação sobre o equilíbrio corporal pode ser considerado positivo. Para novos estudos, acredita-se que com análise das mesmas variáveis, porém com um número mais significativo de sujeitos, além de um período maior de intervenção poderá ter mais efeitos no pós-teste. Palavras-chave: Equitação. Equilíbrio. Crianças.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Centro de gravidade do cavalo ...16

Figura 2- Posição correta sobre o cavalo – imagem A...21

Figura 3- Plataforma de força, com marcações dos pés. ...27

Figura 4- Plataforma de força e painel com ponto de referência (fixo)...28

Figura 5- Avaliação do equilíbrio corporal na plataforma de força ...30

Figura 6- Instruções aos participantes da pesquisa na aula de equitação ...31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do Indivíduo 1...33

Tabela 2- Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 2...34

Tabela 3- Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 3...35

Tabela 4- Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 4...36

Tabela 5- Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do Indivíduo 1....37

Tabela 6- Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 2. ...38

Tabela 7- Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 3. ...39

Tabela 8- Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 4. ...40

Tabela 9- Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 1...41

Tabela 10- Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 2...43

Tabela 11- Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 3...44

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LISTA DE ABREVIATURAS

Mín. Ant-Post. - Mínimo antero-posterior Máx. Ant-Post. - Máximo antero-posterior Amp. Ant-Post. - Amplitude antero-posterior

Veloc. COP Ant-Post. - Velocidade do COP antero-posterior Mín. Méd-Lat. - Mínimo médio-lateral

Máx. Méd-Lat. - Máximo médio-latera Amp. Méd-Lat. - Amplitude médio-lateral

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SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO ...10

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ...10

1.2 OBJETIVO GERAL. ...11 1.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS. ...11 1.4 JUSTIFICATIVA ...12 2. REVISÃO DE LITERATURA ...14 2.1 EQUILÍBRIO CORPORAL...14 2.1.1 Centro de gravidade...15

2.1.2 Centro de pressão (COP)...17

2.2 A ESTABILOMETRIA...17

2.3 POSTURA E CONTROLE POSTURAL...18

2.4 EQUILÍBRIO E ESPORTE ...19

2.5 A EQUITAÇÃO...20

2.6 EQUITAÇÃO E EQUILÍBRIO CORPORAL ...20

2.7 ESTUDOS ENVOLVENDO ANÁLISE DO EQUILÍBRIO CORPORAL ...22

3. METÓDO...25 3.1 TIPO DE PESQUISA...25 3.1.1 Design de investigação...25 3.2 PARTICIANTES DA PESQUISA ...26 3.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA ...26 3.3.1 Plataforma de força...26 3.3.2 Balança e estadiômetro ...27

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS ...27

3.4.1 Avaliação Antropométrica ...28

3.4.2 Avaliação do Equilíbrio...29

3.4.3 Sessões do Treinamento de Equitação...30

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS E ESTATÍSTICA...31

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...32

4.1 PRÉ-TESTE ...32

4.1.1 Características do equilíbrio corporal no pré-teste...32

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4.2.1 Características do equilíbrio corporal no pós-teste...37

4.3 COMPARAÇÃO PRÉ-TESTE X PÓS-TESTE...40

5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES...48

REFERÊNCIAS...50

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

O controle do equilíbrio é um indicador do desenvolvimento de padrões coordenados de movimento, visto que é uma tarefa permanente na atividade humana. Em um sentido amplo, o controle postural engloba todos os movimentos que o corpo pode realizar, desde os movimentos que ativem apenas uma articulação, até outros que são mais complexos (MOCHIZUKI, et al., 1997).

Tanto para atividades do dia-a-dia quanto para as atividades esportivas, o equilíbrio corporal é fundamental, sendo um dos componentes da aptidão física relacionados com a saúde e o desempenho esportivo (BÖHME, 2003).

O equilíbrio é o processo de manutenção do centro de gravidade (CG) dentro da base de suporte do corpo. A avaliação do equilíbrio na posição ortostática pode ser feita através da análise do deslocamento do centro de pressão (COP). Isto é possível, pois, o COP se movimenta continuamente em relação aos deslocamentos do CG (TOOKUNI et al., 2005).

A experiência motora proveniente da prática desportiva pode proporcionar uma melhor interpretação das informações sensoriais recebidas. Dessa forma, a prática de esportes pode acarretar em melhor resposta do controle postural e do equilíbrio de indivíduos praticantes de atividade desportiva (MOCHIZUKI e AMADIO, 2006).

Neste sentido, montar a cavalo é aplicar com precisão as leis da mecânica estática e dinâmica, assim como noções de anatomia, fisiologia e psicologia ao corpo do cavaleiro e ao do cavalo.(ROMASZKAN, 1980).

Com o movimento do cavalo, como conseqüência, o centro de gravidade mudará de posições. Para o equilíbrio do conjunto cavalo-cavaleiro, o cavaleiro deverá variar sua posição através do tronco para acompanhar o movimento de seu cavalo. O cavalo utiliza como ponto de partida para seu próprio equilíbrio, o corpo humano sendo assim, o equilíbrio é um aspecto básico tanto para o cavaleiro quanto para o cavalo (MARSAL,1995).

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O indivíduo que está em cima de um cavalo, não está em uma situação estável, seu assento é dinâmico. O equilíbrio de quem monta um cavalo tem importância, pois, se o cavaleiro manter seu centro de gravidade em uma posição adequada, o mesmo pode ajudar o seu cavalo a carregar uma carga menor (MARSAL,1995).

Acrescentando, Medeiros e Dias (2002), destacam a participação do corpo inteiro da pessoa que se encontra sobre um cavalo, contribuindo em seu desenvolvimento global. Quando o cavalo se desloca ao passo, ocorre um movimento tridimensional que é transmitido ao praticante pelo contato do seu corpo com o do animal, proporcionando movimentos mais complexos atuantes nas funções neuromotoras, assim auxiliando na regularização do tônus postural, organização da cabeça, tronco e extremidades.

Percebendo que existe a necessidade de conhecer as variações da estabilidade corporal relacionada ao desempenho esportivo, através de uma instrumentação adequada para a análise do equilíbrio, formulou-se para este estudo a seguinte questão problema: Qual o efeito do equilíbrio corporal de crianças ao serem submetidas a uma intervenção de treinamento de equitação?

1.2 OBJETIVO GERAL.

Investigar o efeito do treinamento de equitação sobre o equilíbrio corporal de crianças.

1.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS.

Identificar as características do equilíbrio corporal nos eixos antero-posterior (eixo y) e médio-lateral (eixo x) das crianças antes da intervenção com treinamento de equitação;

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Identificar as características do equilíbrio corporal eixos antero-posterior (eixo y) e médio-lateral ( eixo x) das crianças depois da intervenção com treinamento de equitação;

Comparar as variáveis do equilíbrio no eixo antero- posterior obtidas no pré-teste e pós-teste:

- Amplitude antero-posterior com olhos abertos e fechados;

- Velocidade do COP antero-posterior com olhos abertos e fechados. Comparar as variáveis do equilíbrio no eixo médio-lateral obtidas no pré-teste e pós-pré-teste:

- Amplitude médio-lateral com olhos abertos e fechados;

- Velocidade do COP médio-lateral com olhos abertos e fechados.

1.4 JUSTIFICATIVA

O nível de desempenho atual de um indivíduo influenciado por fatores do movimento, como por exemplo, o equilíbrio, tem sido um aspecto de interesse para pesquisa sobre habilidades motoras, estando frequentemente voltado à exigência da tarefa. (FERREIRA; BÖHME, 1998). O desempenho do equilíbrio pode ser considerado elemento essencial para os profissionais das áreas voltadas à compreensão do movimento humano, como o desenvolvimento motor e a biomecânica.

A evolução tecnológica vem possibilitando quantificar o desempenho físico do ser humano e pode-se observar que são muitos os estudos que investigam o mecanismo do equilíbrio corporal, mas, estudos que investigam o equilíbrio corporal em relação à treinamentos de determinados esportes, como a equitação, são bastante raros.

Os aspectos do treinamento da técnica da equitação são analisados otimizando a relação motora do atleta com o cavalo, formando um conjunto. Essa interação exige o uso de equipamentos adequados, comunicação com o animal, um bom assento do cavaleiro sobre a sela, boa postura, bem como um ótimo equilíbrio corporal, para permanência do indivíduo sobre o cavalo. Para manter um bom equilíbrio é necessário que o indivíduo (cavaleiro) distribua seu peso sobre o cavalo.

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Deste modo quanto mais estável estiver o atleta, maior poderá ser o desempenho (PAALMAN,1999).

O conhecimento dos parâmetros obtidos através da medição adequada poderá trazer à tona os reais benefícios trazidos pela prática da equitação, no que diz respeito ao equilíbrio do indivíduo. Este estudo também poderá trazer conhecimentos para os profissionais das áreas voltadas à compreensão do movimento, que buscam conhecer a magnitude do desempenho das capacidades humanas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo busca-se com a revisão de literatura discorrer sobre a posição de autores em relação ao tema de estudo, visando uma melhor compreensão dos pressupostos teóricos adotados. A divisão dos tópicos abordados foi determinada pela pertinência e abrangência do assunto a ser pesquisado.

2.1 EQUILÍBRIO CORPORAL

Um sistema está em equilíbrio mecânico quando a somatória de forças que atuam sobre ele é igual a zero, entretanto, essa não é uma tarefa fácil quando se trata do corpo humano (ENOKA, 2000). Na manutenção do equilíbrio corporal, o sistema vestibular, o sistema óptico e o sistema proprioceptivo precisam estar funcionalmente entrosados. A manutenção do equilíbrio geral é realizada pelo sistema vestibular. Esse sistema detecta as sensações de equilíbrio, sendo composto de um sistema de tubos ósseos e câmaras na porção petrosa do osso temporal chamado de labirinto ósseo e dentro dele um sistema de tubos membranosos e câmaras, sistema este chamado de labirinto membranoso (ou membranáceo), que é a parte funcional do sistema vestibular (GUYTON, 1986).

O sistema vestibular funciona como um sensor de gravidade e é uma das ferramentas mais importantes do sistema nervoso no controle da postura. Além de se unir aos impulsos que são captados pela visão e com a resposta muscular reflexa para a manutenção do equilíbrio (HERDMAN, 2002).

O estudo do equilíbrio corporal e da postura corporal proporciona aspectos que estão englobados no sistema chamado de controle postural. Dentro deste sistema existem dois parâmetros a serem considerados, um envolvendo a orientação postural, ou seja, a manutenção da posição dos segmentos corporais em relação aos próprios segmentos e ao meio ambiente, e o outro, o equilíbrio postural, representado por relações entre as forças que agem sobre o corpo na busca de um equilíbrio corporal durante as ações motoras (HORACK, 1996).

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A orientação postural e o equilíbrio postural são constituídos por fenômenos distintos, no entanto, apresentam relações dependentes (BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002).

Segundo Hall( 2000), quando o somatório de todas as forças atuantes no corpo, sendo estas forças as verticais e as horizontais, for igual a zero, o equilíbrio estático estará garantido.

Duarte (2000) afirma que, quando o corpo assume a posição bípede ereta, ele não está em equilíbrio estático e sim no equilíbrio dinâmico, devido às oscilações que ocorrem no organismo. Quando feitos, os testes que utilizam instrumentos como a plataforma de força, tais oscilações do organismo podem ser observadas, visto que a plataforma avalia, principalmente, as oscilações do centro de pressão (COP) e do centro de gravidade.

Para Gallahue e Ozmun (2005) a maturação dos sistemas controladores da postura atinge o estágio final por volta de oito a doze anos de idade.

2.1.1 Centro de gravidade

Segundo Okumo e Fratin(2003), quando se trata do corpo humano, um corpo extenso pode ser imaginado constituído por pedaços pequenos, tão minúsculos quanto uma célula. O peso resultante desse corpo será correspondido pela soma das forças peso que atuam em cada um dos muitos pedaços do corpo. O ponto onde pode considerar aplicada a resultante das forças peso é chamado de Centro de Gravidade.

Considerando que a força peso de cada corpo age no seu centro de gravidade e pode exercer um torque com relação ao ponto de apoio, visto com um eixo de rotação. Como a força peso é sempre vertical e dirigida para baixo (mais precisamente, para o centro da Terra), basta verificar se o braço da força peso é zero ou diferente de zero. Quando for diferente de zero há torque e, portanto, rotação. O sentido do giro poderá ser horário ou anti-horário. No caso em que a linha de ação da força peso passa pelo eixo de rotação, o braço da força peso é zero e, portanto não há torque, e o corpo permanece na mesma posição em equilíbrio estático.( OKUMO E FRATIN, 2003, p. 50).

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O centro de gravidade é o ponto onde se concentra a atração gravitacional da Terra sobre um indivíduo.(CARR, 1997 apud HAYWOOD, KATHLEEN , 2004).

Settineri (1978) afirma que se conhecer a localização teórica do centro de gravidade de cada um dos segmentos corporais, com isso, pode-se através de um complexo sistema de composição de forças, estabelecer a localização da resultante de todas as forças atuantes nestes pontos, e por conseqüência, obter a localização do centro de gravidade do corpo todo.

Ainda para Okumo e Fratin(2003), uma linha imaginária, vertical, que passa pelo centro de gravidade deve cair na área delimitada pelos pontos de apoio para que o corpo esteja em equilíbrio. Quanto maior for a área de apoio, maior a estabilidade do corpo.

O centro de gravidade de crianças e adolescentes é mais alto que o dos adultos, isso se dá pelo tamanho desproporcional da cabeça e do tórax e as pernas relativamente curtas (MIRANDA, 2000)

2.1.1.1 Centro de gravidade do cavalo

O centro de gravidade do cavalo localiza-se em um ponto que se determina dependendo de três características do animal, a primeira é a conformação particular, a segunda é pela atitude, demonstrando a posição momentânea do pescoço, cabeça e dos membros do cavalo (ROMASZKAN, 1980).

Na seqüência, ilustração do centro de gravidade do cavalo.

Figura 1. Centro de gravidade do cavalo Fonte: Romaszkan, 1980.

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2.1.2 Centro de pressão (COP)

Para um melhor entendimento do Centro de Pressão (COP) optou-se em iniciar o tópico com a citação de Oliveira (2006, p 48) que diferencia COP de COG:

É necessária a diferenciação entre centro de pressão (COP) e centro de gravidade (COG): COP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais atuando na superfície de suporte, e representa um resultado coletivo do sistema de controle postural e da força de gravidade. O COP também é uma medida de deslocamento e é dependente do COG. Ele expressa a localização do vetor resultante da força de reação do solo em uma plataforma de força. O COG é o centro das forças gravitacionais agindo sobre todos os segmentos do corpo humano, se move como se a força gravitacional sobre todo o corpo agisse apenas neste ponto e é um conceito análogo ao centro de massa. Ele pode ser calculado a partir da média ponderada dos COG de cada segmento do corpo em uma dada posição (instante). A oscilação do COG é a grandeza que realmente indica o balanço do corpo, e a grandeza COP é na verdade a resposta neuromuscular ao balanço do COG.

Segundo Oliveira et al (1996), a medida do COP durante a postura em pé tem sido por décadas a principal ferramenta biomecânica para o entendimento do equilíbrio corporal.

Através da plataforma de força pode-se determinar a localização do centro de pressão (COP) e a sua evolução temporal. O COP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais agindo sobre a superfície de suporte (DUARTE, 2001).

2.2 A ESTABILOMETRIA

Segundo Oliveira (1993), a estabilometria é um método de análise do equilíbrio que utiliza o meio da quantificação das oscilações do corpo. A aplicação da estabilometria está voltada a área de reabilitação, da avaliação clínica e treinamento esportivo. Neste método são utilizadas as plataformas de força para que se possa mensurar tais alterações.

Em estudos como os de Gagey e Toupet (1988), afirmam que a estabilometria é um método adequado na avaliação do equilíbrio corporal, pois

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possibilita discriminar características do equilíbrio em doenças e com a interferência nas alterações com o tempo.

O COP é a localização do vetor vertical de reação no centro da força nos eixos x e y que o sujeito faz sobre a plataforma de força tentando manter-se imóvel. Tal movimento é citado como o ponto móvel dos pés que oscilam com a transferência do peso (ROSE et al., 2002).

Para que seja informada a dinâmica do controle postural, tem-se utilizado o movimento antero-posterior e lateral de um individuo sobre uma plataforma de força (PATTON, 1999).

2.3 POSTURA E CONTROLE POSTURAL

O termo postura é constantemente utilizado para descrever o alinhamento biomecânico do corpo bem como a orientação do corpo em relação ao ambiente ( SHUMWAY-COOK, 2003).

A postura é um estado dinâmico resultante do funcionamento dos sistemas sensorial e motor que atuam em conjunto para alcançar uma ação funcional. O sistema de controle postural busca dois objetivos comportamentais: a orientação e o equilíbrio corporal (BANKOFF, 2007).

A maturação dos sistemas controladores da postura inicia no nascimento e se prolonga ao longo do desenvolvimento normal da criança, sendo que o estágio final da obtenção do controle postural é apontado por volta de 8 à 12 anos de idade (GALLAHUE e OZMUN, 2005).

Quando se estuda postura corporal é automático que também se estude o equilíbrio postural, pela relação de dependência entre ambos. Sabe-se da grande importância dos reflexos de endireitamentos labirínticos, mas pouco se estuda sobre eles. Tais reflexos estão localizados na frente do terceiro par de nervos cranianos, na parte ventral do mesencéfalo e atuam sobre a cabeça, pescoço, corpo e nervos ópticos. No momento em que ocorre algum tipo de interrupção momentânea no circuito integrado desses reflexos posturais, pode haver algum desequilíbrio. Para exemplificar, ocorre em casos como: perder a seqüência lógica em uma caminhada e errar um passo de dança, perdendo o ritmo (DI GRAZIA, 2003).

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Para Elliott e Mester (2000), a postura pode trazer vantagens e desvantagens em muitos esportes. A postura provavelmente vem depois da proporcionalidade como o fator de auto-seleção mais importante em muitos esportes e eventos.

2.4 EQUILÍBRIO E ESPORTE

O desempenho do equilíbrio no desenvolvimento motor está relacionado aos processos biomecânicos, fisiológicos e motores do desempenho técnico do atleta. Os processos biomecânicos englobam o ajuste postural no sentido de acomodação à resposta motora, ao centro de gravidade e à base de sustentação do corpo. Os processos fisiológicos envolvem as relações sensoriais dos sistemas vestibular, somatossenssitivo e visual. E os processos motores, incluem a relação dos aspectos fisiológicos e biomecânicos associados ao desenvolvimento das habilidades motoras, ao desempenho motor e à competência motora (LÁZARO, 2000).

O equilíbrio pode ser considerado, segundo Fernandes et al., (1997) como uma causa determinante de eficiência biomecânica do movimento ou de vários comportamentos. Tornando se uma variável determinante no desempenho técnico, o estudo do controle do equilíbrio tem importantes implicações na área desportiva. As atividades esportivas possuem uma alternância em relação aos gestos técnicos, base de apoio do atleta e oscilações do corpo. Desta forma a base de apoio tem sido investigada por autores como Oliveira e Rodriguez (1997), Mochizuki (1999), Oliveira et al (2000), Fialho (2001), que discutem as oscilações nos eixos látero-lateral e antero-posterior do indivíduo colocado sob uma plataforma de força, pelo registro do deslocamento do centro de pressão do corpo durante um dado período de tempo. Oliveira e Rodriguez (1997) citam que os efeitos da alteração do posicionamento dos pés sobre o equilíbrio estático apresentam variações relacionadas ao grau de adução, abdução e ao afastamento entre os pés altera parâmetros de estabilidade, o que sugere existir íntima relação entre a base de sustentação do corpo e a quantidade de oscilação do mesmo.

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Ainda para Mann et al.,(2008), a prática regular da atividade física reduz as oscilações corporais, pois o sistema sensorial e motor sofrem efeitos.

2.5 A EQUITAÇÃO

Para Boffil (2004), sentar-se em um cavalo apenas parece ser simples, porém, é muito mais complexo, por envolver conceitos que fazem parte das artes marciais, do treinamento esportivo, da física, da cinesiologia, psicologia, anatomia e por fim, da história do homem.

Para Romaszkan (1980), a equitação tem uma posição especial entre os outros esportes pelo fato de ter com instrumento principal uma criatura viva e animada. Tudo o que se realiza na modalidade está intimamente ligado com as maneiras de pensar e sentir desta criatura, o cavalo. O esporte possui um caráter bastante especial, por ter uma fonte inesgotável de prazer e alegrias, mas, por outro lado exige qualidades e dons do atleta. Não só as qualidades físicas, destacando a força, a destreza, resistência, paciência, capacidade de tomada de decisão, presença de espírito e audácia, mas, o cavaleiro deve possuir também conhecimentos sobre fenômenos físicos, fisiológicos e psicológicos.

Um sentido especial destacado por Romaszkan (1980), é o chamado tato do cavaleiro. Para o autor este sentido dá ao cavaleiro uma compreensão perfeita de todos os fatores físicos e psíquicos existentes na relação cavalo-cavaleiro, a fim de proporcionar entre eles automaticamente suas condutas e ações. O talento do cavaleiro é constituído do tato, sensibilidade, ou seja, o “feeling” do atleta.

2.6 EQUITAÇÃO E EQUILÍBRIO CORPORAL

A marcha do cavalo é muito semelhante à marcha humana, ambas são resultado dos mesmos tipos de movimento. A marcha do cavalo se difere da humana, pois apresenta todos os movimentos em todas as fases de realização, o que colabora no trabalho de todas as cadeias musculares simultaneamente durante

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a locomoção do cavalo. Neste período de locomoção, o centro de gravidade de quem está montado no cavalo se desloca constantemente, exigindo controle da musculatura de tronco (FREIRE, 1999)

Segundo Medeiros e Dias (2002), o ato motor baseia-se em duas atividades: a de sentir e perceber, e a de realizar movimentos. Estimulando os três sistemas sensoriais (sistema vestibular, sistema visual e sistema proprioceptivo), o fato de montar a cavalo facilitará o aprendizado motor, levando a mudanças na organização e número de conexões neurais, chamado de plasticidade neuronal.

O sistema vestibular é estimado a partir da semelhança da marcha humana com o andar do cavalo. É através do conhecido movimento tridimensional que o cavalo promove no corpo do indivíduo que monta sobre seu dorso, a musculatura do tronco é ativada, de maneira a impedir a queda pelas oscilações constantes (SANTOS, 2008).

Quando o cavaleiro está montado, Romaszkan (1980) afirma que para verificar se a posição do cavaleiro está correta, basta ver se o mesmo não perturba o equilíbrio do cavalo e, além disso, faz com que o cavalo consiga o transportar com o menor esforço possível, porém isso se consegue se o cavaleiro acompanhar a vertical do centro de gravidade do cavalo.

A cabeça do cavaleiro deve ser direcionada para frente, o que proporcionará um melhor campo de visão. Isto é importante para manter o equilíbrio também. Dessa forma, o cavaleiro poderá adiantar e estar preparado a eventuais reações do seu cavalo (PAALMAN, 1999).

Figura 2. Posição correta sobre o cavalo – imagem A. Fonte: Romaszkan, 1980.

Para Freire (1999), as oscilações e o movimento do cavalo estimulam as reações de equilíbrio e um melhor controle da posição do tronco e da cabeça do

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praticante de equitação. A andadura do cavalo é quem determina o ritmo dos exercícios.

Complementando a idéia no que diz respeito às andaduras do cavalo, Medeiros e Dias (2002, p 53) cita que:

A característica mais importante é a andadura do cavalo, o passo. Ele produz no cavalo e transmite ao cavaleiro uma série de movimentos seqüenciados e simultâneos, que tem como resultante o movimento tridimensional ou multidirecional. O mesmo se traduz no eixo vertical; no movimento para cima e para baixo; no plano frontal, em movimento para a direita e para a esquerda; e no plano sagital, em movimento para frente e para trás. A esses três movimento, associa-se um quadro provocado pelo cavalo, que é uma torção da bacia do cavaleiro na ordem de até oito graus para cada lado, provocado pelas inflexões laterais do dorso do animal. Ainda para Medeiros e Dias (2002), o passo completo corresponde ao deslocamento dos quatro membros no solo. No passo, o cavaleiro é estimulado duas vezes infra-superiormente, então se tem dois deslocamentos laterais, um para esquerda e outro para direita, deslocado duas vezes antero-posteriormente, executando assim o movimento de rotação da pelve bilateralmente.

O cavalo realiza em média 50 passos por minuto, proporcionando assim, 150 ondulações tridimensionais por minuto. Todas essas ondulações fazem com que o praticante ative 900 grupos musculares e realize 450 correções posturais. Sendo que ao final de uma aula de 30 minutos sobre um cavalo, equivale à 216.000 contrações musculares, somente com o passo, sem exercícios adicionais (WALTER E VENDRAMINI, 2000)

2.7 ESTUDOS ENVOLVENDO ANÁLISE DO EQUILÍBRIO CORPORAL

Os trabalhos já publicados que têm por objetivo a avaliação do equilíbrio corporal são muitos. Porém, ainda existe a dificuldade de encontrar trabalhos que usem os cavalos como agente na análise do equilíbrio. Foram encontrados trabalhos que utilizaram a equoterapia como recurso na possível melhora do equilíbrio corporal, mas, a equitação propriamente dita ainda não foi utilizada como recurso em pesquisas brasileiras.

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Um estudo que pode ser destacado com o uso da equoterapia como recurso terapêutico na melhora do equilíbrio estático em indivíduos da terceira idade, é o estudo de Toigo (2008). Estudo este que tem por objetivo utilizar o cavalo como recurso na melhora do equilíbrio, assemelhando-se às características desta pesquisa. Toigo et al (2008), traz como resultados obtidos em seu estudo, a melhora do equilíbrio de 5 indivíduos nos valores de deslocamento do eixo X, correspondente ao sentido médio-lateral. No sentido antero-posterior, que corresponde ao eixo Y, demonstra uma melhora no equilíbrio de 9 indivíduos participantes. A velocidade de deslocamento do centro de pressão (COP), umas das variáveis analisadas também nesta pesquisa, o autor da pesquisa obteve o resultado onde 7 indivíduos tiveram melhora em seus valores, mas, o nível de significância não foi alcançado.

No trabalho de Teixeira et al (2008), onde o objetivo foi verificar e comparar o equilíbrio estático de mulheres idosas que praticam ginástica e hidroginástica e idosas sedentárias. Foram verificadas diferenças tanto na variável COPml (deslocamento médio-lateral), quanto na DMml (direção médio-lateral) quando os grupos foram comparados entre si com os olhos abertos e fechados. Sendo que as idosas praticantes de hidroginástica têm uma menor instabilidade. Com a situação de olhos abertos, foi percebido um resultado estatisticamente diferente entre as idosas sedentárias e as praticantes de hidroginástica. Portando, no estudo é ressaltado que com o ganho de força muscular recorrente as modalidades de ginástica, podem ter interferido no resultado final, melhorando o equilíbrio.

No estudo Sá e Pereira (2003), os autores verificaram a influência de um programa de treinamento físico específico no equilíbrio e coordenação motora em crianças de oito a doze anos de idade iniciantes no judô. 53 crianças, todas eram do gênero masculino e nunca havia participado de um programa semelhante, com prática de no máximo dezoito meses de judô e foram divididas em dois grupos, um controle e outro experimental. Como resultado, o programa de treinamento físico específico simultâneo com a prática do judô, influiu positivamente no aumento do desempenho de coordenação motora bilateral em crianças iniciantes da prática do judô de oito a doze anos de idade. Além disso, a prática do judô por si só, modificou a variável equilíbrio, obtendo melhora na estabilidade corporal.

Lemos et al. (2009), objetivando analisar o equilíbrio corporal de atletas do gênero feminino da seleção brasileira de canoagem, dividiu-as em dois grupos, o

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primeiro das atletas classificadas e o segundo das atletas não classificadas para representarem o país no campeonato pré-olímpico. Como resultado pode-se observar que as atletas não classificadas tiveram um melhor equilíbrio no deslocamento médio-lateral comparando esse mesmo deslocamento ao das atletas classificadas.

Entre os estudos encontrados, pode-se destacar o de Duarte (2000), que de maneira ampla abrange as características do equilíbrio em vários aspectos. Participaram do estudo 10 sujeitos, sendo oito masculinos e dois do gênero feminino, verificando diversificadas variáveis, como: postura ereta quieta, postura ereta irrestrita, olhos abertos e olhos fechados, entre outras. Um dos resultados obtidos neste estudo citado é: durante a postura em pé a oscilação do COP é menor na direção médio-lateral quando comparada com a direção antero-posterior.

A pesquisa de Teixeira et al.,(2007), objetivou verificar a amplitude do deslocamento e o deslocamento médio ântero posterior e médio-lateral do centro de força de 34 sujeitos de ambos os sexos com média de idades de 20,33 ± 1,86 anos durante o equilíbrio estático. Os autores utilizaram duas plataformas de força operando a 100 Hz. Foram analisadas as situações de olhos abertos e olhos fechados em duas condições: com os membros sobre uma e sobre as duas plataformas. No estudo, os autores concluíram que quando a informação visual foi retirada os indivíduos apresentaram diferenças significativas tanto na amplitude do deslocamento quanto no deslocamento médio do centro de força, em ambas condições, principalmente na direção ântero-posterior. Ainda neste estudo quando o equilíbrio foi analisado com os membros inferiores sobre somente uma plataforma de força nas condições olhos abertos e olhos fechados das variáveis COPap (p=0,007) e DMap (p=0,002) apresentaram diferenças estatísticamente significativas. Os valores para a COPap, COPml, DMap e DMml, são as variáveis: deslocamento do COP Antero-posterior, deslocamento do COP médio-lateral e direção do COP Antero-posterior e direção do COP médio-lateral. Para a segunda condição (pés sobre ambas as plataformas) o teste t não apresentou diferença estatisticamente significativas entre os membros, sendo que estes foram analisados juntamente.

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3. METÓDO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa é caracterizada quanto a sua natureza como aplicada. Silva et al (2011) citam que neste tipo de pesquisa objetiva-se gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos. (SILVA et al, 2010).

Caracteriza-se também como quantitativa em relação à abordagem do problema, pois de acordo com Silva et al (2010) numa pesquisa quantitativa as informações são traduzidas em números para que sejam classificadas e analisadas.

Finalmente, a pesquisa se classifica, quanto aos objetivos como experimental e com delineamento pré-experimental. Gaya et al (2008) citam que na pesquisa experimental o pesquisador manipula a variável independente e atribui a ela níveis, com o objetivo de constatar ou comparar os possíveis efeitos sobre a variável dependente.

3.1.1 Design de investigação

A partir da utilização de um grupo-único com pré-teste e pós-teste nesta pesquisa, tem-se a característica de um design pré-experimental de acordo com Tuckman (1994). Apresenta-se este design no diagrama a seguir:

O1 X O2

Onde ´´X`` é igual ao tratamento ao qual o grupo é submetido e ´´O`` é o processo de observação ou medida

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3.2 PARTICIANTES DA PESQUISA

Fizeram parte desta pesquisa quatro sujeitos saudáveis com idade de 10 a 13 anos idade, sendo eles, três do gênero feminino e um do gênero masculino que fizeram parte do grupo experimental (realizaram as aulas de equitação). Inicialmente fizeram parte deste estudo cincos sujeitos, porém um deles fraturou o braço durante atividade de futebol e necessitou sair do estudo.

Para a captação destes sujeitos da pesquisa, o projeto foi apresentado aos alunos de um colégio da cidade de São José/SC, através de uma carta deixada com a direção da escola. Foram recrutados os que demonstraram interesse na participação voluntária no estudo. Desta maneira, os sujeitos foram selecionados de forma não aleatória intencional.

Foram critérios de inclusão dos participantes na pesquisa: a) concordar em participar do estudo de forma voluntária com a autorização dos pais e responsáveis (assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido); b) ter disponibilidade de se deslocar até o centro de treinamento de equitação durante as aulas de equitação; c) ter idade entre 10 e 13 anos;

Critérios para exclusão: a) ter participado de aulas de equitação anteriormente à pesquisa; b) apresentar queixa de dores e ter lesões músculo-esquelético.

3.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA

3.3.1 Plataforma de força

Para a obtenção das variáveis do estudo, relacionadas ao COP, a pesquisa contou com a utilização de uma plataforma de força AMTI (Advanced Mechanical Technology, Inc.) do laboratório de instrumentação (LABIN) do CEFID-UDESC. A freqüência utilizada nas coletas foi de 1.000Hz.

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Figura 3. Plataforma de força, com marcações dos pés. Fonte: elaboração dos autores, 2011.

3.3.2 Balança e estadiômetro

Estes instrumentos foram utilizados para mensuração das variáveis antropométricas. Balança com escala de 100g para verificação da massa corporal e estadiômetro para medir a estatura dos sujeitos. Os dados obtidos com estas coletas foram utilizados para o sistema da plataforma na aquisição dos dados. Além disto, pela altura dos indivíduos era marcado o ponto fixo (a sua frente) para auxilio nas coletas.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS

Após a elaboração do projeto, foi estabelecido inicialmente o contato com a escola de equitação e com o laboratório de instrumentação, apresentando os objetivos e procedimentos da pesquisa. Como houve a concordância foi assinado o Termo de Ciência e Concordância entre as instituições envolvidas. Na seqüência, o projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNISUL sob o numero 11.393.4.09.III. Após aprovação pelo CEP foi feito o contato com os sujeitos da pesquisa e seus pais ou responsáveis. Estes, depois de informados sobre todos

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os procedimentos relacionados a esta pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a participação do estudo.

As coletas de dados foram divididas em duas etapas, de acordo com os objetivos do trabalho. Na primeira etapa, foram coletados em laboratório os dados das variáveis do equilíbrio dos participantes da pesquisa. Posteriormente, os sujeitos foram submetidos ao treinamento de equitação, sendo composto por seis sessões de treinamento, para que assim, finalmente fosse feita a segunda etapa da coleta das variáveis do equilíbrio dos sujeitos da pesquisa em laboratório. Então, pode-se avaliar e comparar as características relacionadas ao equilíbrio corporal dos participantes da pesquisa antes e depois de uma intervenção com treinamento de equitação.

Figura 4. Plataforma de força e painel com ponto de referência (fixo). Fonte: elaboração dos autores, 2011.

3.4.1 Avaliação Antropométrica

Para a identificação das variáveis antropométricas, os sujeitos deveriam estar sem calçado e vestindo roupas leves. Para a medida da estatura foi utilizado o estadiômetro, onde os sujeitos da pesquisa se posicionaram de maneira ereta, sobre a base dele, em apnéia inspiratória e ainda mantendo o olhar para frente. Já para a medida do peso corporal, foi utilizada a balança como instrumento de medida, os

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sujeitos posicionados eretos sobre ela e com afastamento lateral das pernas, com os braços ao longo do corpo e além de manterem olhar em um ponto fixo à sua frente.

3.4.2 Avaliação do Equilíbrio

Para a avaliação do equilíbrio, representado pelas variáveis Amplitude do COP na direção antero-posterior, Amplitude do COP na direção médio-lateral, Velocidade do COP na direção antero-posterior e Velocidade do COP na direção médio-lateral, utilizou-se a plataforma de força em laboratório.

Amplitude antero-posterior e médio-lateral “metros (m)”– compreende a distância entre o alcance mínimo e máximo desempenhado pelo Centro de Pressão nos respectivos eixos.

Velocidade antero-posterior e médio-lateral “metros/segundo (m/s)” – compreende a razão entre a distância percorrida pelo Centro de Pressão e o intervalo de tempo em cada instante da coleta. Obs: no presente trabalho a freqüência selecionada proporciona 1000 instantes por segundo.

O Protocolo utilizado como referência na pesquisa para a avaliação do equilíbrio foi o seguinte: sujeitos em pé com apoio bipedal, sendo feitas três tentativas durante 1 minuto cada, para olhos abertos. O mesmo aconteceu para olhos fechados, sendo três tentativas de 1 minuto cada tentativa.

Na identificação das variáveis do equilíbrio, os sujeitos deveriam estar com roupas leves e descalços.

Os sujeitos da pesquisa foram instruídos a fixar o olhar em um ponto a 1,5 metros de distância na frente e permanecem o mais estático possível sobre a plataforma de força (figura 3). Na primeira tentativa de cada um dos sujeitos, o pé foi demarcado com uma caneta em uma folha milimetrada plastificada que foi fixada à plataforma em cada coleta do referido sujeito, para que fosse mantido o mesmo posicionamento das coletas anteriores (figura 2).

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Figura 5. Avaliação do equilíbrio corporal na plataforma de força Fonte: elaboração dos autores, 2011.

3.4.3 Sessões do Treinamento de Equitação

O treinamento de equitação a que os sujeitos da pesquisa foram submetidos, foi realizado no centro de treinamento de equitação em São José/Santa Catarina. Inicialmente, todos foram apresentados aos instrutores de equitação, que passaram todas as instruções necessárias para que as sessões de treinamento de hipismo fossem uma intervenção segura e proveitosa para todos.

A teoria e a prática se associam para alcançarem um mesmo fim, o aprendizado, mas, onde se tem aprendiz deve se ter o instrutor. Não se pode aprender a montar a cavalo sem um instrutor de equitação. O instrutor tem a função muito importante e deve conhecer a fundo, na teoria e na prática, tudo o que se refere ao esporte equitação ( ROMASZKAN, 1980).

Se o instrutor de equitação tem uma visão clara dos objetivos a alcançar e dos meios a serem usados para isso, é fácil para ele dar aos alunos lições inteligentes e explicações lógicas, fazendo comparações judiciosas acompanhadas de exemplos adequados (ROMASZKAN, 1980).

Os sujeitos tiveram sessões de 45 minutos (cada sessão) em 2 vezes por semana, totalizando 6 sessões de treinamento de hipismo para cada sujeito

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participante da pesquisa. O treino consistiu em utilizar o cavalo como agente motivador e estimulador de atividades motoras, durante o treinamento que os alunos realizaram, foram trabalhadas gradativamente algumas das habilidades do cavaleiro, nas andaduras naturais no cavalo, o passo, o trote e o galope.

Figura 6. Instruções aos participantes da pesquisa na aula de equitação Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Figura 7. Auxílio nas aulas

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS E ESTATÍSTICA

Primeiramente, os parâmetros analisados foram calculados por meio de uma rotina implementada no Open Source Software Scilab V.5.3.3 (INRIA, ENPS, França). Posteriormente, os dados foram tabulados e armazenados em um banco de dados. Para analisar, descrever e apresentar os dados, foi utilizada a estatística descritiva, por meio da média e do desvio padrão.

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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As coletas de dados realizadas com os sujeitos da pesquisa obtiveram como resultado oito variáveis a serem demonstradas a seguir nas tabelas. Como foram realizadas três tentativas para cada situação (olhos abertos e fechados) com cada um dos sujeitos, os resultados serão apresentados com a média das variáveis e desvio padrão das três tentativas.

4.1 PRÉ-TESTE

Os resultados obtidos na coleta pré-teste, feita em laboratório, com a utilização da plataforma de força serão descritos posteriormente em forma de tabelas, onde serão apresentados os valores obtidos em cada uma das variáveis da pesquisa, tanto com olhos abertos quanto com olhos fechados.

Salienta-se que as variáveis a serem analisadas na comparação pré-equitação e pós-pré-equitação deste estudo serão somente:

- Amplitude antero-posterior com olhos abertos e fechados (Amp. Ant-Post).;

- Velocidade do COP Antero-posterior com olhos abertos e fechados ( Veloc. Ant-Post.);

- Amplitude Médio-lateral com olhos abertos e fechados ( Amp. Méd-Lat.); - Velocidade do COP Médio-lateral com olhos abertos e fechados ( Veloc. Méd-Lat.).

4.1.1 Características do equilíbrio corporal no pré-teste

As variáveis obtidas no pré-teste do sujeito 1 da pesquisa, estão representadas na tabela a seguir ( Tabela 1).

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Tabela 1. Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do Indivíduo 1.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,010 ±0,003 -0,017 ±0,011 Máx. Ant-Post. 0,025 ±0,010 0,019 ±0,011 Amp. Ant.-Post. 0,036 ±0,006 0,037 ±0,003 Veloc. COP Ant-Post. 10,384 ±2,971 10,530 ±6,070 Mín. Méd-Lat. -0,010 ±0,004 -0,014 ±0,001 Máx. Méd-Lat. 0,005 ±0,002 0,004 ±0,002 Amp. Méd-Lat. 0,016 ±0,002 0,019 ±0,004 Veloc. COP Méd-Lat.l 6,218 ±1,489 9,182 ±2,984

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Em relação aos dados expostos na tabela 1 acima, verifica-se que os resultados obtidos na condição de olhos fechados, de maneira geral, é maior. Os valores obtidos neste pré-teste do individuo 1, tanto da amplitude, quanto da velocidade na direção antero-posterior apresentam bastante semelhança dos valores nas condições com olhos abertos e fechados.

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Tabela 2. Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 2.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. 2,163 ± 3,078 -0,008 ±0,0009 Máx. Ant-Post. 0,014 ±0,002 0,027 ±0,003 Amp. Ant.-Post. 0,025 ±0,001 0,035 ±0,004 Veloc. COP Ant-Post. 4,709 ±2,201 11,925 ±1,371 Mín. Méd-Lat. -0,010 ±0,005 -0,017 ±0,0009 Máx. Méd-Lat. 0,008 ±0,003 0,005 ±0,002 Amp. Méd-Lat. 0,018 ±0,002 0,023 ±0,003 Veloc. COP Méd-Lat.l 6,393 ±1,673 7,342 ±0,516

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Analisando os resultados deste pré-teste com o indivíduo 2 da pesquisa, verifica-se as mesmas características do indivíduo número 1 no que diz respeito a grande maioria das variáveis com olhos fechados apresentarem números maiores significando uma maior instabilidade. Já os valores obtidos com as variáveis analisadas neste estudo, aparecem com valores que não se assemelham na coleta com olhos abertos e na coleta com olhos fechados.

As variáveis que representam o pré-teste do sujeito 3 da pesquisa, apresentam-se na tabela a seguir ( Tabela 3).

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Tabela 3. Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 3.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,004 ±0,005 -0,011 ±0,001 Máx. Ant-Post. 0,010 ±0,005 0,006 ±0,0005 Amp. Ant.-Post. 0,011 ±0,006 0,018 ±0,001 Veloc. COP Ant-Post. 8,306 ±1,919 3,523 ±1,195 Mín. Méd-Lat. -0,002 ±0,001 -0,004 ±0,002 Máx. Méd-Lat. 0,009 ±0,003 0,003 ±0,0002 Amp. Méd-Lat. 0,011 ±0,002 0,008 ±0,002 Veloc. COP Méd-Lat.l 7,461 ±4,836 0,961 ±0,326

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Destacando algumas características em relação à tabela 3, apenas a variável amplitude antero-posterior apresentou maior valor na coleta com olhos fechados em relação a coleta com olhos abertos. Demonstrando uma maior instabilidade do indivíduo com os olhos fechados.

Na tabela 4 a seguir apresentam-se as variáveis que representam o pré-teste do sujeito 4 da pesquisa.

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Tabela 4. Média e desvio padrão das três tentativas do pré-teste do indivíduo 4.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,017 ±0,003 -0,020 ±0,007 Máx. Ant-Post. 0,027 ±0,007 0,039 ±0,017 Amp. Ant.-Post. 0,044 ±0,004 0,060 ±0,010 Veloc. COP Ant-Post. 12,776 ±1,614 10,664 ±8,760 Mín. Méd-Lat. -0,005 ±0,017 -0,027 ±0,009 Máx. Méd-Lat. 0,019 ±0,0005 0,014 ±0,001 Amp. Méd-Lat. 0,038 ±0,0006 0,042 ±0,008 Veloc. COP Méd-Lat.l 13,18 ±4,498 11,155 ±5,583

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Considerando algumas características da tabela acima, nas duas variáveis velocidade do COP, tanto na direção antero-posterior quanto na direção médio-lateral se apresentaram em menor valor na condição de olhos fechados neste pré-teste. Sendo que algumas variáveis ainda apresentam um maior valor na coleta com olhos abertos.

4.2 PÓS-TESTE

Os resultados obtidos no pós-teste, serão descritos posteriormente ainda em tabelas, com apresentação dos valores obtidos em cada uma das variáveis da pesquisa.

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4.2.1 Características do equilíbrio corporal no pós-teste

As variáveis que representam o pós-teste do sujeito 1 da pesquisa, estarão representadas na tabela a seguir ( Tabela 5).

Tabela 5. Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do Indivíduo 1.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,015 ±0,002 -0,011 ±0,003 Máx. Ant-Post. 0,013 ±0,005 0,016 ±0,006 Amp. Ant.-Post. 0,029 ±0,004 0,028 ±0,003 Veloc. COP Ant-Post. 2,822 ±0,920 8,253 ±3,081 Mín. Méd-Lat. -0,003 ±0,001 -0,008 ±0,002 Máx. Méd-Lat. 0,005 ±0,0009 0,004 ±0,0008 Amp. Méd-Lat. 0,009 ±0,002 0,013 ±0,002 Veloc. COP Méd-Lat.l 0,827 ±0,557 5,621 ±1,752

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

No pós-teste do indivíduo 1 representado pela tabela 5, os valores da velocidade do COP nos dois eixos (x e y), apresentam valores bem maiores nas coletas com olhos fechados. Este resultado demonstra que sem a informação visual o individuo tem maior instabilidade no equilíbrio. Quanto a amplitude do COP, os valores são semelhantes nas duas condições, olhos abertos e fechados e também nas direções antero-posterior e médio-lateral.

As que representam o pós-teste do sujeito 2 da pesquisa, apresentam-se na tabela a seguir ( Tabela 6).

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Tabela 6. Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 2.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,005 ±0,004 -0,012 ±0,004 Máx. Ant-Post. 0,017 ±0,005 0,019 ±0,002 Amp. Ant.-Post. 0,023 ±0,001 0,032 ±0,006 Veloc. COP Ant-Post. 4,633 ±2,678 7,167 ±4,147 Mín. Méd-Lat. -0,017 ±0,007 -0,011 ±0,002 Máx. Méd-Lat. 0,006 ±0,004 0,010 ±0,005 Amp. Méd-Lat. 0,024 ±0,003 0,021 ±0,003 Veloc. COP Méd-Lat.l 9,634 ±9,732 4,180 ±2,138

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Destacando alguns resultados apresentados na tabela referente ao pós-teste do indivíduo 2, pode-se analisar a visível diferença dos valores obtidos nas variáveis velocidade do COP antero-posterior e médio-lateral comparando-os nas condições com olhos fechados e abertos. Outra característica que destaca-se é a da velocidade antero-posterior quando comparada com a velocidade médio-lateral com olhos abertos.

Na tabela 7 a seguir estão apresentadas as variáveis do pós-teste do sujeito 3:

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Tabela 7. Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 3.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,229 ±0,312 -0,004 ±0,002 Máx. Ant-Post. 0,012 ±0,006 0,012 ±0,003 Amp. Ant.-Post. 0,020 ±0,001 0,017 ±0,005 Veloc. COP Ant-Post. 8,954 ±1,624 8,328 ±1,306 Mín. Méd-Lat. -0,001 ±0,001 -0,002 ±0,0004 Máx. Méd-Lat. 0,006 ±0,002 0,006 ±0,002 Amp. Méd-Lat. 0,007 ±0,001 0,009 ±0,002 Veloc. COP Méd-Lat.l 3,100 ±2,582 4,802 ±1,801

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Analisando os resultados apresentados na tabela 7 acima, pode-se destacar a variável velocidade do COP antero-posterior que quando comparada com a direção médio-lateral, obteve valores bem maiores tanto com olhos fechados como em olhos abertos.

As variáveis que representam o pós-teste do sujeito 4 da pesquisa, estão representadas na tabela a seguir ( Tabela 8).

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Tabela 8. Média e desvio padrão das três tentativas do pós-teste do indivíduo 4.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Mín. Ant-Post. -0,016 ±0,005 -0,027 ±0,0006 Máx. Ant-Post. 0,012 ±0,016 0,029 ±0,006 Amp. Ant.-Post. 0,031 ±0,016 0,057 ±0,006 Veloc. COP Ant-Post. 4,299 ±3,337 5,160 ±2,729 Mín. Méd-Lat. -0,007 ±0,003 -0,012 ±0,004 Máx. Méd-Lat. 0,023 ±0,023 0,024 ±0,006 Amp. Méd-Lat. 0,033 ±0,018 0,036 ±0,004 Veloc. COP Méd-Lat.l 10,137 ±10,441 9,773 ±5,063

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Em relação à tabela 8 apresentada acima, pode-se observar que resultados da variável velocidade do COP médio-lateral se mostra maior quando comparado com a variável velocidade do COP na direção antero-posterior, sendo demonstrado este resultado nas duas condições (olhos abertos e olhos fechados). Alem disto, percebe-se que os dois valores obtidos com os olhos fechados são maiores em relação à mesmas variáveis com olhos abertos em se tratando de amplitude antero-posterior e amplitude médio-lateral.

4.3 COMPARAÇÃO PRÉ-TESTE X PÓS-TESTE

A partir dos dados coletados e apresentados anteriormente, será feito um comparativo das variáveis: amplitude antero-posterior e médio-lateral e Velocidade do COP antero-posterior e médio-lateral obtidas no pré-teste e pós-teste.

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A média das variáveis obtidas nas coletas pré-teste e pós-teste foram expostas em tabelas, para melhor comparação dos valores encontrados nas duas coletas.

Quando comparadas as médias do pré-teste com as médias do pós-teste aplicar-se-á o critério de que se ocorrer diminuição nos valores depois do treinamento de equitação, considera-se que o equilíbrio corporal em relação as variáveis avaliadas estará melhorando. Esta melhora é decorrente da diminuição do deslocamento do centro de pressão e da velocidade com que esse deslocamento acontece, melhorando assim a estabilidade dos indivíduos.

Na tabela (Tabela 9), a seguir, apresenta-se a comparação das variáveis analisadas a fim de de observar as mudanças ocorridas com o treinamento da equitação no indivíduo 1.

Tabela 9. Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 1.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média

Pré-teste Média Pós-teste Média Pré-teste Média Pós-teste

Mín. Ant-Post. -0,010 -0,015 -0,017 -0,011 Máx. Ant-Post. 0,025 0,013 0,019 0,016 Amp. Ant.-Post. 0,036 0,029 0,037 0,028 Veloc. COP Ant-Post. 10,384 2,822 10,530 8,253 Mín. Méd-Lat. -0,010 -0,003 -0,014 -0,008 Máx. Méd-Lat. 0,005 0,005 0,004 0,004 Amp. Méd-Lat. 0,016 0,009 0,019 0,013 Veloc. COP Méd-Lat.l 6,218 0,827 9,182 5,621

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Comparando os dados obtidos no pré-teste com os dados do pós-teste do indivíduo 1, pode-se observar que na variável analisada, amplitude antero-posterior, tanto com olhos abertos quanto com olhos fechados houve uma queda considerável do valor em relação ao deslocamento do COP (amplitude). Destacando ainda a grande diferença observada nos valores do pré-teste e pós-teste da velocidade do

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COP antero-posterior com olhos abertos que obteve uma queda de 7,56 m/s demonstrando uma melhora na estabilidade. Neste mesmo eixo (antero-posterior), porém, com olhos fechados a velocidade do COP obteve um declínio do valor, declínio este menor quando comparado com a condição de os olhos abertos. Assim como no presente estudo, este deslocamento também aumentou na condição olhos fechados. Esses resultados estão de acordo com a literatura e com o estudo de Teixeira (2007), pois diversos autores apontam um aumento da oscilação corporal quando é retirada alguma fonte de informação sensorial.

Nas características das variáveis no eixo médio-lateral, percebe-se diferenças obtidas nos resultados tanto na variável amplitude como na velocidade do COP. Destaca-se a queda do valor da variável Velocidade do COP médio-lateral, onde se diminui 5,39 m/s do valor no pós-teste.

O sujeito da pesquisa 1, obteve melhoras nas quatro variáveis avaliadas neste estudo, pode-se perceber então uma melhora do seu equilíbrio corporal com o treinamento de equitação. O desenvolvimento da aptidão física, assim como os esportes são metas a serem alcançadas. O esporte e o treinamento esportivo têm por objetivo um processo de ações complexas, planejadas e orientadas ao melhor desempenho do atleta. Então, através de um adequado treinamento para a prática esportiva, o atleta poderá atender seus objetivos com a melhora a aptidão física (BÖHME, 2003).

Diante dos dados obtidos na comparação fica clara a melhora de todas as varáveis deste estudo analisadas referentes ao equilíbrio corporal do indivíduo 1.

Na tabela (tabela 10), a seguir, apresenta-se a comparação das variáveis analisadas par observação das mudanças ocorridas com o treinamento da equitação no indivíduo 2.

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Tabela 10. Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 2.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média

Pré-teste Média Pós-teste Média Pré-teste Média Pós-teste

Mín. Ant-Post. 2,163 -0,005 -0,008 -0,012 Máx. Ant-Post. 0,014 0,017 0,027 0,019 Amp. Ant.-Post. 0,025 0,023 0,035 0,032 Veloc. COP Ant-Post. 4,709 4,633 11,925 7,167 Mín. Méd-Lat. -0,010 -0,017 -0,017 -0,011 Máx. Méd-Lat. 0,008 0,006 0,005 0,010 Amp. Méd-Lat. 0,028 0,024 0,023 0,021 Veloc. COP Méd-Lat.l 6,393 9,634 7,342 4,180

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Com os dados demonstrados na tabela 10 a cerca do deslocamento do COP do indivíduo 2, observa-se que nas variáveis analisadas, os valores da média obtiveram um queda. Percebe-se uma pequena diferença de 0,002 metros na variável amplitude antero-posterior com olhos fechados, acontece o mesmo na variável velocidade do COP antero-posterior com olhos abertos, há diminuição do valor, porém pequena de 4,70 m/s para 4,63 m/s, demonstrando assim, uma pequena melhora do equilíbrio nesta variável. Já comparando a variável velocidade do COP antero-posterior com olhos fechados, observou-se uma diferença considerável obtida no pós-teste do indivíduo 2. Este resultado apresentou-se diferente do sujeito 1, pois mesmo sem a informação visual, a variável obteve uma melhora nestes valores, e concorda com o estudo de Silva( 2002), em que mesmo sem informação visual o indivíduo mostrou melhor estabilidade

Na variável velocidade do COP médio-lateral com os olhos abertos no pós-teste, foi encontrado um aumento de 3,240 m/s quando comparado com o pré-teste. Este resultado difere da maioria dos achados na literatura, pois estudos dizem que na direção antero-posterior, as variáveis são mais difíceis de se obter melhora. Porém, a velocidade do COP médio-lateral com olhos fechados obteve uma diferença considerável de 3,16 m/s a menos no pós-teste.

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A variável amplitude médio-lateral do indivíduo 2, tanto com olhos abertos quanto com olhos fechados obteve pequenas mudanças dos valores. Diminuição dos valores pós-teste quando comparados ao pré-teste da variável citada, indicando uma discreta melhora do equilíbrio em relação a estas variáveis através da equitação.

Fica evidenciado, diante os dados obtidos nesta comparação feita do pré e pós-teste do indivíduo 2, que das variáveis analisadas somente uma delas obteve uma piora na estabilidade do equilíbrio.

Na tabela (tabela 11), a seguir, apresenta-se a comparação das variáveis analisadas com as mudanças ocorridas com o treinamento da equitação no indivíduo 3.

Tabela 11. Comparação das variáveis Pré-teste e Pós-teste do Indivíduo 3.

VARIÁVEIS Olhos Abertos Olhos Fechados

Média

Pré-teste Média Pós-teste Média Pré-teste Média Pós-teste

Mín. Ant-Post. -0,004 -0,229 -0,011 -0,004 Máx. Ant-Post. 0,010 0,012 0,006 0,012 Amp. Ant.-Post. 0,011 0,020 0,018 0,017 Veloc. COP Ant-Post. 8,306 8,954 3,523 8,328 Mín. Méd-Lat. -0,002 -0,001 -0,004 -0,002 Máx. Méd-Lat. 0,009 0,006 0,003 0,006 Amp. Méd-Lat. 0,011 0,007 0,008 0,009 Veloc. COP Méd-Lat.l 7,461 3,100 0,961 4,802

Fonte: elaboração dos autores, 2011.

Diferentemente dos resultados das médias obtidas e apresentadas dos indivíduos 1 e 2, as características do deslocamento do COP do indivíduo 3 da pesquisa demonstram algumas variáveis com aumento do valor, tais como: amplitude posterior com olhos abertos, velocidade do COP no sentido antero-posterior com os olhos abertos e fechados, amplitude na direção médio-lateral somente com olhos fechados e por fim na variável velocidade do COP médio-lateral

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com olhos fechados. Isto mostra uma menor estabilidade se tratando destas variáveis quando coletas no pós-teste.

Porém, estes resultados encontrados com o indivíduo 3, também concordam com a literatura no sentido de que há oscilação maior no sentido antero-posterior de maneira geral das variáveis (MANN, 2005).

Pode-se atribuir aos motivos do resultado obtido deste participante o fato de durante as aulas de equitação o mesmo apresentar insegurança e medo durante as atividades sobre o cavalo, fato que o limitou no desenvolvimento das atividades quando comparado aos outros participantes. Sendo assim, este indivíduo acabou sendo limitado de realizar tarefas durante as aulas que os outros participantes realizaram.

Observar-se o aumento dos valores da variável amplitude do COP na direção antero-posterior com olhos abertos de 0,64m e na velocidade do COP antero-posterior com olhos fechados um aumento mais significativo que passou de 3,52m/s no pré-teste para 8,32m/s no pós-teste.

Estes resultados podem permitir reflexão, onde os indivíduos com limitações menores de realizar todas as tarefas passadas na modalidade apresentam melhores resultados obtidos do seu equilíbrio corporal. Porém, pode-se relacionar o tempo e o tipo de treinamento desenvolvido para obter uma mudança nas variáveis do equilíbrio corporal.

Nas coletas feitas com olhos abertos das variáveis: amplitude e velocidade do COP no eixo médio-lateral pode-se observar que ocorre uma queda considerável dos valores, demonstrando que mesmo na coleta com informação visual, o treinamento de equitação pode gerar interferência, neste caso, positiva. Já na comparação das mesmas variáveis, porém com olhos fechados, obteve-se um aumento desses valores. Confirmando a informação de que sem informações visuais, o equilíbrio tem maior instabilidade e aumenta os valores obtidos como resultado.

Estão apresentados na tabela (tabela 12), a seguir, as variáveis analisadas neste estudo no indivíduo 4.

Referências

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