MODELAGEM DIGITAL
DE SUPERFÍCIES
Prof. Luciene Delazari Grupo de Pesquisa em Cartografia e SIG da UFPR
SIG – 2012
Os modelo digitais de superficie (Digital Surface Model - DSM) são fundamentais a quase todas as análises de dados espaciais em SIG e aplicações de Sensoriamento Remoto (laserscanning).
Há uma grande variedade de algoritmos, técnicas de levantamento e erros comuns aos dados utilizados para geração deste modelos, que em combinação com as particularidades de cada algoritmo, podem produzir uma grande variedade de produtos não realistas, sendo inclusive, contraditos por verificações de campo.
Por isto, conhecer as técnicas e limitações influencia diretamente na escolha do método e, consequentemente, na qualidade do produto final e nos resultados das análise realizadas sobre esses modelos
Introdução
Um DSM é uma estrutura numérica de dados que representa a distribuição espacial de variáveis reais através de uma função contínua bivariável
z = f (x , y)
Introdução
Os modelos de superficie podem assumir diferentes terminologias, dependendo do fenômeno que está sendo modelado.
DTM (Digital Terrain Model)- Qualquer representação digital da variação de um fenômeno espacial dentro de uma região da superfície terrestre.
DEM (Digital Elevation Model) – Representação digital da variação da altitude em determinada região.
DSM (Digital Surface Model) – representação digital da superficie dos objetos em determinada região.
DTM (Digital Terrain Model)
Modelo Digital de Terreno
Armazenamento de dados de mapas topográficos Problemas de corte e aterro em projetos de rodovias/ferrovias
Visualização tri-dimensional a superfície para fins militares e para projeto e planejamento de paisagismo
Análise de visibilidade Planejamento de rotas
Análise estatística e comparação de diferentes tipos de terreno Produção de mapas de declividade e de aspecto
Monorestituição fotogramétrica Registro de imagens
Usos do DTM
Sup. real
Aquisição de dados
Geração do modelo Utilização do modelo Obtenção de informações da superfície real que possibilite a caracterização matemática do modelo
Elaboração de um modelo matemático, composto de estruturas de dados e funções de interpolação que simulem o comportamento da superfície real
Aquisição de Dados
Medidas fotogramétricas
levantamentos terrestres
dispositivos radar ou sonar
digitalização
Laser scanner
as estruturas vetoriais representam entidades ou objetos definidos pelas coordenadas dos nós e Vértices
as estruturas raster representam localizações que têm atribuído o valor médio da variável para uma unidade de superfície ou célula
Estruturas de dados para armazenar o DTM
Vetorial TIN
Grades regulares Matricial
Grade regular Rede Irregular Triangular (TIN)
intensificação dos pontos
elemento retângulo
regular
grade triangular
Uso direto das amostras
elemento triângulo irregular
Estruturas de dados para armazenar o DTM
O DTM pode ser composto por uma rede de triângulos adaptada ao terreno (aos pontos amostrais) Os triângulos são irregulares e
são definidos mediante os três vértices
Cada vértice é representado por um terno de coordenadas (x,y,z)
TIN – Triangular Irregular Network
Os pontos da amostra são utilizados na triangulação - fazem parte da superfície, mas não há interpolação
TIN – Triangular Irregular Network
Triangulação de Delaunay tem a importante propriedade de, entre todas as triangulações possiveis, maximizar o menor de todos os ângulos internos dos triângulos.
IMPORTANTE: a triangulação não é a única possível
Delaunay criou uma triangulação que é única
a) T1 e T2 são triângulos de Delaunay
b) T1 e T2 não são triângulos de Delaunay
O círculo circunscrito a um dos triângulos não pode conter nenhum outro ponto amostral em seu interior Evita triângulos afinados
Problemas:
Pode gerar planícies que não existem – triângulos criados com 3 pontos de uma mesma isolinha
Evita-se utilizando linhas características do terreno - usadas como injunções
TIN – Triangular Irregular Network
A triangulação de Delaunay conecta os pontos baseado em um único critério: círculos vazios.
• Conceitualmente simples e fácil de implementar.
• O critério de proximidade vem do
Diagrama de Voronoi.
TIN – Triangular Irregular Network
É a segunda estrutura mais importante em Geometria Computacional perdendo apenas para o fecho convexo. Possui todas as informações necessárias sobre a proximidade de um conjunto de pontos. É a estrutura dual da triangulação de Delaunay. Diagrama de Voronoi
TIN – Triangular Irregular Network
Propriedade do Circulo vazio
Os dados auxiliares permitem introduzir informação complementar à contida nas curvas de nível, por exemplo.
• pontos cotados: cumes, fundos (depressões), colos… • linhas estruturais com valores de altitude: estradas, cumeadas… • linhas de quebra: rede hidrográfica
TIN – Triangular Irregular Network
Grade regular Rede Irregular Triangular (TIN)
intensificação dos pontos
elemento retângulo
regular
grade triangular
Uso direto das amostras
elemento triângulo irregular
Estruturas de dados para armazenar o DTM
A coleta de dados, em qualquer tipo de atividade cartografia, é uma das etapas que consome maior quantidade de tempo e de recursos.
Uma alternativa à coleta de dados é a coleta de amostras pelo processo fotogramétrico é a coleta de amostras seguida pela interpolação.
No método fotogramétrico são coletadas informações relativas à grade.
Grade retangular
Amostras
Pontos de máximo Pontos de mínimo Pontos característicos
A amostragem deve ser representativa do comportamento do fenômeno que está sendo modelado.
Deve-se considerar a quantidade de pontos mas também seu posicionamento
Grade retangular
Interpolação
Cálculo de altitudes para pontos
Cálculo de altitudes para uma grade particular a partir de dados originais
Cálculo de posições ao longo de curvas de nível Reamostragem de grades retangulares
Grade retangular
Determinar Z para os pontos da grade
Interpolação
global local
a partir do conjunto de amostras calcular Z para toda a área de interesse
x y
Amostras (x, y, z)
dx
dy dx,dy - resolução
Vizinho mais próximo
• Para cada ponto (x,y) da grade o sistema atribui a cota da amostra mais próxima ao ponto.
• Este interpolador deve ser usado quando se deseja manter os valores de cotas das amostras na grade, sem gerar valores intermediários. • Interpolador local e determinístico
Grade retangular -
Métodos de interpolação local
15º
17º
22º 22º
►Determinísticos: não permitem a avaliação de erros associados aos valores previstos ►Estocásticos: permitem a avaliação de erros de previsão com base na estimativa das variâncias
Média simples n i
z
n
y
x
f
z
(
,
)
1
O valor de cota de cada ponto da grade é estimado a partir da média simples das cotas dos vizinhos mais próximos desse ponto. Este interpolador é geralmente utilizado quando se requer maior rapidez na geração da grade, para avaliar erros grosseiros na digitalização.
15º
17º
22º 18º
Média ponderada n i i n i i i p p z y x f z 1 1 ) , ( i i d p 1 2 2 ) ( ) ( i i i x x y y d i ponto do altitude i z 15º 17º 19.6º 22º
Grade retangular -
Métodos de interpolação local
• Calcula o valor de um ponto calculando a média com os pontos mais próximos
• A média é ponderada pelo inverso da distância aos pontos
• Também chamado de IDW – Inverse Distance Weighted (inverso do peso da distância)
• Interpolador local e determinístico
Grade retangular regular
Grade regular
Representa regularidade na distribuição espacial dos vértices das celulas do modelo Os vertices dos retângulos são estimados a partir das
amostras Apresenta problemas para representar superficies com variações locais acentuadas
Estrutura de dados simples
Relações topológicas entre os retângulos são explícitas
Aplicações qualitativas
TIN
Não apresenta regularidade na distribuição espacial dos vertices
Os vertices dos triângulos pertencem ao conjunto amostral
Representa melhor superficies com variações locais acentuadas
Estrutura de dados mais complexa
Necessário identificar e armazenar as relações topológicas
Aplicações quantitativas
ANÁLISES SOBRE DTMs
Os DTMs permitem estudos de determinados fenômenos sem a necessidade de trabalhar diretamente na região geográfica escolhida.
As análises podem ser quantitativas ou qualitativas.
Geração de imagens de DTMs
Nível de cinza Sombreadas
Imagem em nível de cinza
Modelo Imagem Zmax Zmin Zi 0 255 NCi
Análises
Modelo matricial representado como uma imagem em níveis de cinzaAnálises
Imagem em sombreado
Gerada a partir do modelo e do posicionamento, em relação à superfície, de uma fonte de iluminação local
Visualização em 3D
Análises
Cálculo de volumes
O volume é calculado em relação a uma cota base (Zb)
x z Zb - + + - -
+ -- volume de corte – acima da cota base - -- volume de aterro – abaixo da cota base
Análises
Traçado de perfis
Análises
Mapas de declividade e aspecto
Declividade: plano tangente à superfície do DTM em qualquer
ponto.
Possui 2 componentes: declividade (gradiente) e aspecto • Gradiente: máxima razão de variação da cota z
Expressa em graus (0-90) ou em porcentagem
Análises
Para uma superfície analítica, F (x, y): “derivada primeira”
Análises
O aspecto é definido como o componente direcional do vetor do inclinação e é o sentido da máxima inclinação da superfície em um ponto dado. Como a inclinação, o aspecto é calculado das estimativas das derivadas parciais.
• Aspecto é calculado em graus a partir do Norte, ou seja, é o azimute da vertente. Para o calculo é usada a fórmula: