Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais
Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas
NOTA TÉCNICA No 295/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP ASSUNTO: Redistribuição com dispensa de contrapartida
SUMÁRIO EXECUTIVO
1. Trata-se de solicitação de redistribuição do cargo de Analista de Infra-Estrutura, ocupado pelo servidor XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, matrícula SIAPE nº 1660863, do quadro de pessoal deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para o quadro de pessoal do Ministério dos Transportes, com dispensa de contrapartida.
ANÁLISE
2. Por meio do Memo nº 69/SEGES – MT, a Secretaria de Gestão dos Programas de Transportes – SEGES – MT, solicita a redistribuição do cargo ocupado pelo servidor XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, para posterior exercício no NPAC-8-Recife.
3. Cumpre informar que o servidor foi removido a pedido, da Gerência do Patrimônio da União do Estado do Amazonas – SPU/AM, para Gerência do Patrimônio da União do Estado de Pernambuco - SPU/PE, conforme consta do Boletim de Pessoal e Serviço, Ano 40 – Número 5.8 – ESPECIAL, de 15 de maio de 2009.
4. Ao analisar o pedido de redistribuição, a Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério dos Transportes, por meio Despacho nº 28 –
COAD/CGRH/SAAD/SE/MT, de 26 de fevereiro de 2009 (fls. 7), assim se
Tendo em vista a criação da carreira de infraestrutura, ainda se encontrar em fase de adequação das especialidades dos servidores às ações institucionais deste órgão, proponho o encaminhamento do pleito à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento, solicitando a dispensa da contrapartida para a redistribuição requerida, na forma disposta no parágrafo único do Art. 1º da Portaria nº 83, de 17 de abril de 2001, considerando a legitimidade estabelecida no art. 37 da Lei nº 8.112/90.
5. Deste modo, os autos foram encaminhados à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas – COGEP/MP, deste Ministério, que entendeu pela viabilidade da efetivação da redistribuição do servidor, com a dispensa da contrapartida do cargo efetivo, conforme solicitado pelo Ministério dos Transportes. (fls.9/10).
6. Na seqüência, a COGEP/MP encaminhou os autos à Secretaria de Patrimônio da União – SPU, a fim de que essa se pronunciasse acerca do referido pleito.
7. A SPU se manifestou favoravelmente à redistribuição do servidor
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (fls.11/12), e remeteu os autos à
Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas – COGEP deste Ministério, para análise e providências relativas à efetivação do ato.
8. Ato contínuo, aquela Coordenação, por meio do documento de fls. 28, solicita a manifestação desta Secretaria acerca da “liberação do servidor
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, ocupante do cargo de analista de Infraestrutura, para o Ministério dos Transportes sem a contrapartida.Ressaltamos apenas que o servidor já foi removido para a Superintendência Estadual do Patrimônio da União em Pernambuco, onde se encontra em exercício”.
9. É o breve relatório.
Art.37. “Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
I-Interesse da administração; II-equivalência de vencimentos;
III-manutenção da essência das atribuições do cargo
IV- vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional.
VI-compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
§1ºA redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade (com grifos nossos).
§2ºA redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
§3ºNos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. § 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade -poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.”
11. A Portaria/MP nº 57, de 14 de abril de 2000, publicada no Diário Oficial da União de 17 de abril de 2000, disciplinou os procedimentos relativos à redistribuição de cargos efetivos ocupados ou vagos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
12. Ressalta-se que o art. 4º da Portaria nº 57, de 2000 instituiu como requisito para efetivação da redistribuição, o oferecimento de um cargo efetivo, vago ou ocupado, do mesmo nível de escolaridade, em contrapartida ao que vier a ser redistribuído, verbis:
Art. 4º A redistribuição de cargo ocupado ou vago somente poderá ser efetivada se houver, como contrapartida a redistribuição de um cargo efetivo, ocupado ou vago, do mesmo nível de escolaridade (com grifos nossos).
§ 1º Na hipótese da contrapartida oferecida recair em cargo vago, este deverá ser redistribuído para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP, ressalvado quando a redistribuição ocorrer exclusivamente entre as Instituições Federais de Ensino - IFE's.
13. Todavia, nas seguintes hipóteses é possível a dispensa da contrapartida prevista no aludido art. 4º da Portaria SRH nº 57, de 2000:
a) redistribuição de cargos efetivos vagos ou ocupados oriundos dos Extintos Territórios Federais (art. 6º da Portaria SRH nº 57, de 2000);
b) redistribuição de cargos efetivos vagos ou ocupados oriundos de órgãos ou entidades extintos (art. 5º da Portaria SRH nº 57, de 2000),
c) redistribuição de cargos efetivos vagos ou ocupados nos casos de reorganização ou criação de órgão ou entidade, situação prevista na Portaria/SRH nº 831 de 17 de abril de 2001.
14. A competência para efetivação da redistribuição nas hipóteses acima elencadas e a respectiva dispensa de contrapartida é do Secretário de Recursos Humanos desta Pasta, conforme consta da Portaria/SRH nº 57, de 2000 e da Portaria/SRH nº 83, de 2001.
15. Compulsando os autos verifica-se que a solicitação de dispensa de contrapartida se justificaria, segundo consta do Despacho nº 28-COAD/CGRH/SAAD/SE/MT de fls. 7, em face da “recente criação da carreira de
Infra-Estrutura, ainda em fase de adequação das especialidades dos servidores às ações institucionais deste Órgão”.
16. Contudo, a criação da carreira de Analista de Infraestrutura não configura justificativa apta a possibilitar a dispensa de contrapartida, eis que não se enquadra em nenhuma das hipóteses já citadas no item nº 13 desta Nota Técnica, razão pela qual, aplica-se ao caso a exigência constante do art. 4º da Portaria SRH nº 57, de 2000.
1Art. 1º - Delegar competência ao Secretário de Recursos Humanos deste Ministério para a pratica
de atos de redistribuição de cargos efetivos, ocupados ou vagos, no âmbito da Administração Publica Federal direta, autárquica e funcional, nos casos de reorganização ou criação de órgão ou
17. Assim, a redistribuição do servidor XXXXXXXXXXXXXXXXXX, deverá observar as exigências insertas no art. 37 da Lei nº 8.112, de 1990, e os disciplinamentos da Portaria SRH nº 57, de 2000, especialmente no que se refere à necessidade de contrapartida.
CONCLUSÃO
18. Deste modo, pelas razões acima expostas, conclui-se pela impossibilidade da dispensa da contrapartida, prevista no art. 4º da Portaria SRH nº 57, de 2000.
19. Sugere-se o encaminhamento dos autos à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas deste Ministério, para adoção das providências relativas à redistribuição do servidor, se for o caso.
À consideração superior,
Brasília, 16 de junho de 2011.
ANA PAULA DE OLIVEIRA FERNANDES Chefe da Divisão de Movimentação
Aprovo. Encaminhe-se à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas deste Ministério, na forma proposta.
Brasília, 16 de junho de 2011.
VALÉRIA PORTO