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O enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes em regiões de grandes eventos e obras de desenvolvimento

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS

SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS TEMÁTICAS DOS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PROGRAMA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

O enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes em regiões de grandes eventos e obras de desenvolvimento

1 – O Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes A partir de 2003, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA), coordena o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, criado em resposta às demandas do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil de 2000. Esse programa é responsável por coordenar e articular as ações relacionadas a essa temática no âmbito do Governo Federal.

As principais ações relacionadas ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes desenvolvidas diretamente pela SDH são:

 Sensibilização e Mobilização – realização de campanhas de âmbito nacional;

 PAIR – Programa de Ações integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. – Trata-se de uma metodologia que busca o fortalecimento de ações articuladas nos municípios, através da elaboração de um diagnóstico local, a construção de um plano de ação local, e ainda a capacitação para a qualificação das redes de proteção. Está implantado atualmente em 540 municípios brasileiros e, através de um projeto apoiado pelo BID, está sendo replicado, no âmbito do MERCOSUR, em 15 cidades de fronteira entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, com o foco no enfrentamento ao tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.

 Apoio e disseminação de metodologias inovadoras - sistematização e disseminação de práticas inovadoras de atendimento humanizado e integrado em rede, voltados para o público de crianças e adolescentes vítimas. Temas: tráfico de pessoas, atendimento ao agressor, participação de adolescentes, helpline, gênero e orientação sexual, mídia, raça e etnia, participação humanizada de crianças e adolescentes nos procedimentos de responsabilização, entre outros;

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 Disque Direitos Humanos / Módulo Criança e Adolescente (Disque 100) – Coordenado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos da SDH, trata-se de um canal de comunicação da sociedade com o poder público, para a realização de denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes. Funciona 24 horas, inclusive nos finais de semana e feriados. A ligação é gratuita de todo o território nacional e a denúncia pode ser feita de forma anônima. As denúncias são recebidas, analisadas e encaminhadas para as redes de proteção locais, privilegiando o Conselho Tutelar e o Ministério Público Estadual. Desde de 2003, o Disque 100 já registrou mais de 160 mil denúncias e já foi acessado por 90% dos municípios brasileiros. O Disque 100 também recebe denúncias de pornografia infantil na Internet através do endereço www.disque100.gov.br. Essas denúncias são diretamente encaminhadas para a Polícia Federal.

1.2. - A Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Para conferir maior agilidade e efetividade no desenvolvimento dessa política, a partir de 2007 foi instituída oficialmente a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, atualmente composta por ministérios e secretarias de estado (18 representações), Ministério Público do Trabalho, sociedade civil organizada e organismos de cooperação internacional. O tratamento intersetorial trouxe diversos avanços na proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Permitiu, por exemplo, que se trabalhe sistematicamente em várias frentes simultâneas de proteção: a justiça, as autoridades policiais, as organizações não-governamentais, as entidades governamentais de apoio à infância e à adolescência e de desenvolvimento social.

A partir da Comissão Intersetorial e através convênio firmado com a Universidade de Brasília – UNB, foi desenvolvido, em 2010, a atualização da Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, lançada em 2011. A Matriz Intersetorial é uma ferramenta de gestão que possibilita dar visibilidade a duas situações. 1) o Levantamento de denúncias de Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (ESCA), a partir das denúncias recebidas pelo Disque Denúncia de 2005 a 2010; e 2) Análise das ações de enfrentamento, com foco nos programas conduzidos pelo Governo Federal. O objetivo da Matriz, portanto, é subsidiar as ações do PNEVSCA para o enfrentamento do fenômeno de forma intersetorial. Este ano, a ferramenta conta com uma versão web que dá acesso aos relatórios e planilhas elaboradas. Pode ser acessada através do endereço: www.obscriancaeadolescente.gov.br/matriz .

A Matriz 2011 apontou a existência de ESCA em 2.798 municípios brasileiros, sendo que a Região Nordeste apresenta o maior número de municípios (34%), seguida pela região Sudeste (30%), Região Sul (18%), Centro-Oeste (10%) e Norte (8%). No ranking das denúncias, a região NE lidera, com 38% das denúncias, seguida por Sudeste (28%), Sul (14%), Centro Oeste (10), Norte (9%). Na análise das políticas públicas federais de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Matriz 2011 apresenta um aumento no número de programas que tratam do tema, além de expansão dos serviços oferecidos pelo Governo Federal que estão presentes hoje (pelo menos uma ação) em 86% dos municípios da Matriz 2010.

Em 2004, existiam apenas 03 iniciativas do Governo Federal relacionados ao enfrentamento da ESCA: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Programa Sentinela e o projeto piloto

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do PAIR, conduzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, e pela Secretaria de Direitos Humanos. Na Matriz 2011, este número passou para 13 iniciativas, envolvendo 07 ministérios.

Entre as instituições membros da Comissão Intersetorial, destacam-se as seguintes ações:

 Ministério do Turismo (MTur) - Programa Turismo Sustentável e Infância. O objetivo do programa Turismo Sustentável e Infância é trabalhar a prevenção e o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes nos equipamentos turísticos e ao mesmo tempo desenvolver, através da atividade turística, proteção ao meio ambiente, redução da pobreza e desigualdades regionais, por meio da criação de empregos e geração de renda.  Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) – A presença dos

Centros de Referência Especializados de Assistência Social, já implantados em 1.951 municípios brasileiros. Os CREAS desenvolvem a atenção a crianças e adolescentes vítimas de violência, bem como as suas famílias, no âmbito das Assistência Social.

 Ministério da Saúde (MS) – que implantou a ficha de notificação de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes padronizada, estabelecendo um protocolo de notificações. Também tem atuado na capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento às vítimas.

 Ministério da Educação (MEC) – que desenvolve importantes programas como o Escola que Protege, capacitando educadores para prevenir e realizar o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

 Ministério da Justiça (MJ) – que coordena as ações voltadas para o combate ao tráfico de pessoas, incluindo o tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual. No âmbito do Ministério da Justiça, destacam-se ainda:

o Polícia Rodoviária Federal – que tem desenvolvido significativo trabalho principalmente nos eixos de mobilização (durante as campanhas nacionais) e ainda de análise de situação e ainda em ações de repressão. A PRF já realizou dois mapeamentos nas rodovias federais brasileiras para a identificação de pontos vulneráveis a exploração sexual de crianças e adolescentes.

o Polícia Federal – que instituiu uma Divisão de Direitos Humanos, e que tem protagonizado o enfrentamento da pornografia infantil na Internet e o do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.

 Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) – que também tem tratado da atenção à adolescentes vítimas de violência sexual através dos Centros de Referência para Mulheres vítimas de violência doméstica.

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2 - A Responsabilidade Social e o Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

“Todos os Estados tomarão medidas apropriadas a fim de impedir que os progressos científicos e tecnológicos sejam utilizados, particularmente por órgãos estatais, para limitar ou dificultar o gozo dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais da pessoa consagrados na Declaração Universal de Direitos Humanos, nos Pactos Internacionais de direitos Humanos e em outros instrumentos internacionais pertinentes”.

(Declaração sobre o uso do progresso científico e tecnológico no interesse da Paz e em benefício da Humanidade, em 10 de novembro de 1975).

As transformações socioeconomicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até então acostumadas à exclusiva maximização do lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de riqueza, por outro lado, o poder econômico deve ser acompanhado, necessariamente, de grande responsabilidade. Em função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsabilidade social. A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável nas ações.

Em 2008, o Brasil sediou o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento deu continuidade a dois congressos anteriores realizados na Suécia, em 1996, e no Japão, em 2001, tendo um importante papel na articulação e produção de conhecimento no enfrentamento desse problema. O III Congresso Mundial foi o maior evento já realizado no mundo sobre o tema, superando os dois primeiros, com a participação de 3515 pessoas de 160 países. Os documentos resultantes – Declaração do Rio de Janeiro e Chamada para Ação – foram adotados pelos países participantes e trazem com ênfase a necessidade de intensificação das ações de responsabilidade social nesta área e de integração do setor privado como ação estruturante no processo de redução dos índices de exploração sexual de crianças no mundo.

3 – As Grandes Obras e os Grandes Eventos

Neste momento, com a previsão de grandes projetos e obras necessárias para o processo de crescimento do Brasil e de preparação de 12 capitais para a realização da Copa de 2014, é fundamental que governos e sociedade civil priorizem uma atenção especial e estabeleçam o foco em ações que venham a garantir, nesses contextos, que os direitos de crianças e adolescentes não sejam vulnerabilizados.

Os grandes projetos de desenvolvimento podem trazer consigo impactos sócio-ambientais nas regiões onde se instalam. Um exemplo disso está nos impactos causados por movimentos de migração intensificados pelo empreendimento. Ao serem instalados os canteiros de obras, milhares de trabalhadores, de várias partes do país, chegam em busca de renda, muitas vezes sem família e sem vínculo afetivo ou social com a comunidade local. Depois, em função da distância dos grandes centros urbanos, forma-se uma rede de serviços para atender as novas demandas de

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diversas naturezas, inclusive de entretenimento: são pequenos bares, restaurantes e boates, ou seja, uma estrutura de lazer precária e temporária, e com ela surgem as redes de exploração sexual, muitas vezes aliciando também crianças e adolescentes. Chegar antes da instalação de redes de exploração, com ações efetivas de prevenção, e promovendo ainda o fortalecimento das redes de proteção, são iniciativas que podem garantir a redução de possíveis impactos sociais negativos desses empreendimentos. Nesse sentido, o Governo Brasileiro tem desenvolvido importantes ações com o foco na promoção da cidadania e também, especificamente, na prevenção da exploração sexual contra crianças e adolescentes nos locais que estão recebendo as grandes obras de energia.

O fato do Brasil ter sido eleito para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, também está mobilizando o Governo Brasileiro, especificamente a SDH, que está priorizando as 12 cidades sedes dos jogos da copa para o fortalecimento das redes locais, através do fomento à elaboração de ações articuladas de prevenção. A expectativa é de que dentro de um mês, a Copa possa trazer 500 mil turistas, equivalente a 10% do total que o país recebe em um ano, além de movimentar a economia, gerar empregos e mobilizar a sociedade, as cidades precisam, de fato, estarem preparadas para garantir que os contextos de vulnerabilidade dos direitos de crianças e adolescentes não sejam agravados.

4 – O Projeto Empresas contra Exploração

Com objetivo de potencializar as ações sobre o tema no país com a participação mais ativa do setor corporativo, a Secretaria de Direitos Humanos promoveu junto a 23 grandes empresas1 do brasileiras – com o apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e o Sistema FIRJAN –, a assinatura da “Declaração de Compromisso Corporativo no Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes” no dia 23 de agosto de 2010.

Entre os objetivos do termo está a promoção de ações para o enfrentamento da exploração sexual contra crianças e adolescentes, que tem como foco a sensibilização do setor corporativo brasileiro, fomentando a proposição concreta e o fortalecimento de iniciativas de responsabilidade social de garantia dos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes.

Desde então, empresas brasileiras estão sendo mobilizadas a assinar a Declaração de Compromisso, onde colocam na pauta das iniciativas de responsabilidade social a garantia de direitos de crianças e adolescentes. A campanha é realizada em parceria com o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e a Associação Brasileira

1 Petrobras; Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável; Sistema FIRJAN; 2 Alianças Armazéns Gerais;

Alcoa; Banco do Brasil; Banco do Nordeste; Caixa Econômica Federal; Conselho Nacional do SESI; Eletrobras Eletronorte; Eletrobras Holding; Fábrica Carioca de Catalisadores; Fundação Vale; Fundação Xuxa Meneguel; GED Brazil Tecnologia da Informação; Grupo Ronda - Segurança, Medicina do Trabalho Meio Ambiente; IESA Óleo e Gás; Infraero; Itaipu Binacional; JP Monteiro Responsabilidade Social Corporativa; Rio de Janeiro Refrescos; Santo Antônio Energia e SHV Gás.

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Terra dos Homens (ABTH) no âmbito do Projeto “Crescimento com Cidadania para Crianças e Adolescentes”.

Um ano após a assinatura oficial, em agosto de 2011, a declaração de compromisso passou a contar, em agosto de 2011, com 130 empresas signatárias. O aumento do número, de 23 (vinte e três) para 130 (cento e trinta), ocorreu de forma gradual, na medida em que foram realizadas oficinas de sensibilização junto ao setor corporativo e também com a divulgação por meio do site da campanha e das empresas parceiras. O salto no número de empresas ocorreu, principalmente, devido à colaboração do sistema Firjan, também parceiro na campanha, que divulgou a iniciativa dentre as empresas. Ao todo, 98 empreendimentos do sistema aderiram à declaração de compromisso corporativo no enfrentamento da exploração sexual contra crianças e adolescentes. Entre as signatárias estão empresas e sindicatos do setor da indústria, em grande parte mobilizado pela FIRJAN, bancos brasileiros, empresas dos setores hoteleiros, de energia e ainda do comércio. A participação desses setores reforça o ensejo na articulação de ações que enfrentem a exploração sexual no contexto de grandes eventos e grandes obras.

As empresas interessadas em participar podem encontrar orientações para a construção de seus planos de ação no site da campanha (www.empresascontraexploracao.com.br). Também a equipe técnica da SDH acompanha e orienta a construção dos planos.

O projeto já realizou ações no seguintes empreendimentos:

 Construção da Usina de Jirau – Jaci Paraná (Distrito de Porto Velho – RO)  Construção da Usina de Santo Antônio (Porto Velho – RO)

 Projeto Salobo2 em Parauapebas-Carajás (PA) - Vale  Complexo petroquímico em Itaboraí (RJ) - Petrobrás  Itaipu Binacional – Foz do Iguaçu/PR

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Trata-se da execução das obras civis, industriais e edificações permanentes do Projeto Salobo de exploração e beneficiamento de cobre, na Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, distrito de Marabá, compreendendo mina, beneficiamento, sistemas de utilidades, instalações de apoio industrial e administrativo, sistema de gestão de rejeitos e proteção ambiental, rede de energia e telecomunicações

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5 - Pesquisa Ação e Intervenção Social com Adolescentes em Situação de Exploração Sexual nas Cidades-Sede da Copa de 2014

O Projeto “Disseminação da Metodologia de Pesquisa Ação e Intervenção Social com Adolescentes em Situação de Exploração Sexual nas Cidades-Sede da Copa de 2014” é desenvolvido com o apoio financeiro e técnico da SDH/PR e em parceria com a Universidade de Brasília e outras instituições. A ação teve início em 2011 e segue até o final de 2012 nas cidades-sedes da Copa: Rio de Janeiro; São Paulo e Belo Horizonte (Região Sudeste); Porto Alegre e Curitiba (Região Sul); Brasília e Cuiabá (Região Centro-Oeste); Fortaleza, Natal, Recife e Salvador (Região Nordeste); e Manaus (Região Norte).

Nesta perspectiva, o Projeto apresenta como estratégia a disseminação e replicação da metodologia de Pesquisa Ação e Intervenção Social (PAIS), desenvolvida pela Universidade de Brasília.

Esta Pesquisa mostra a importância da metodologia de intervenção social baseada no conhecimento da realidade social do seguimento infantojuvenil, associada à dimensão sociopolítica e à responsabilidade do poder público em aprimorar, permanentemente, suas ações no enfrentamento da exploração sexual, em especial, quando se refere a crianças e adolescentes em situação de rua.

A avaliação das práticas de intervenção social desenvolvidas pelas instituições do poder público, se dá a partir das demandas vocalizadas pelos próprios adolescentes. Esta é a proposta da metodologia que este projeto pretende validar, visando a sua replicação.

6- Programa de Ações integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes – PAIR

O PAIR constitui-se em uma metodologia de articulação de políticas e de intervenção de redes, assentada na Doutrina da Proteção Integral da criança e do adolescente, tendo por base os eixos do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. Conta com diversos ministérios na sua implementação, tendo o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes da Secretaria de Direitos Humanos como articulador, garantindo ampla participação, conhecendo a realidade local e auxiliando no fortalecimento, organização e capacitação da rede local de enfrentamento do fenômeno nos seus diferentes níveis.

A metodologia do Programa foi construída e vem sendo desenvolvida consoante ao art. 86 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê que a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente “far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios”.

A metodologia do PAIR prevê algumas etapas para o desenvolvimento de seus objetivos e metas estratégicas, destacando-se:

 a articulação política e institucional nos estados e municípios;

 a realização de um Diagnóstico Participativo acerca do contexto local da violência sexual, assim como da rede de proteção;

 a construção de um Plano Operativo Local;

 a formação de Comissão Local intersetorial para o monitoramento das ações do Plano  a Capacitação da Rede o Assessoramento Técnico.

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O PAIR é de abrangência nacional e está presente em 23 estados brasileiros, atendendo a 540 municípios e continua em processo de ampliação objetivando a abrangência de outros municípios do território nacional. Também está em andamento a ampliado, no âmbito do MERCOSUL, para as cidades fronteiriças (as cidades gêmeas) em países vizinhos ao Brasil. A partir de 2008, o Programa intermediou um acordo entre os países do Mercosul – Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai – com o objetivo de disseminar a metodologia do PAIR, primeiramente em quinze cidades de fronteiras.

Com o estabelecimento da atenção às cidades que receberão os jogos da Copa de Mundo de 2014, e ainda das cidades impactadas pelas grandes obras de desenvolvimento, como prioridades da SDH, esse programa ten um papel fundamental no que se refere ao fortalecimento das redes de proteção nessas cidades , que passaram a ser o foco do Programa a partir de 2011.

Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes/ DPTDCA/ SNPDCA Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

SCS B, quadra 09, lote C. Ed. Parque Cidade Corporate, torre A, 8º andar, sala 805-B. CEP. 70308-200 Brasília – DF

(+ 55 61) 2025-9907

pnevsca@sdh.gov.br www.direitoshumanos.gov.br

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