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TÍTULO: PARTO NATURAL E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO OBSTETRA NOS CUIDADOS NÃO FARMACOLÓGICOS ÀS PARTURIENTES

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Academic year: 2021

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CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Enfermagem SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE DE FRANCA - UNIFRAN INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): LAURA SALERNO LOPES, LUMA PEREIRA DE OLIVEIRA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): REGINA APARECIDA CABRAL ORIENTADOR(ES):

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Resumo

O presente estudo objetivou descrever os principais cuidados não farmacológicos para alívio da dor disponíveis para a atuação do enfermeiro obstetra na condução do parto natural, a fim de contribuir para uma melhor qualidade na assistência e promoção de saúde do binômio durante esse período. Optou-se por uma pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória para analisar a produção científica, sobre a temática nas bases de dados Scientific Eletronic Library On-line (SCIELO), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Foram utilizados 26 referenciais. Verificou-se que apesar do parto ser um processo natural na vida da mulher, muitas encontram dificuldades de vivencia-lo de forma fisiológica no ambiente hospitalar, onde, a percepção da parturiente em relação à dor envolve também alterações importantes no fator emocional, como medo e ansiedade. Consequentemente, impera no cenário hospitalar brasileiro o desfecho para o parto por cesariana. Conclui-se que para a atuação do enfermeiro obstetra acontecer de forma eficaz na condução do parto natural e promoção de saúde para a puérpera e o neonato, é necessário à adoção de condutas de humanização no atendimento e aquisição de fundamentos científicos, capacitando o profissional a reconhecer essas necessidades e a prestar uma assistência de enfermagem integral e humanizada, com ações preventivas e determinantes para que essas mulheres desfrutem com qualidade a experiência de parir de forma fisiológica.

Palavras chave: Enfermeiras Obstétricas; Parto Normal; Trabalho de Parto; Parto Humanizado; Dor no Parto.

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Introdução

O processo de gestar e parir, historicamente era considerado um evento natural e fisiológico, que transcorria em ambiente familiar, onde a parturiente encontrava auxilio e suporte emocional entre as mulheres mais experientes da comunidade, chamadas de parteiras. A partir do século XIX, com o desenvolvimento na área da saúde e o aumento do uso de medicamentos anestésicos, o parto e nascimento deixaram de ser um evento familiar e passaram a ser um evento hospitalar, conduzidos por uma equipe médica com recursos tecnológicos e cirúrgicos, a fim de evitar possíveis complicações e situações de risco, tanto à parturiente como ao neonato (1).

Nesse contexto, os hospitais e médicos passam a exercer um forte poder de decisão a respeito da escolha do tipo de parto da mulher, que se vê obrigada a seguir os protocolos pré-estabelecidos, que, muitas vezes, não consideram as preferências das mulheres e suas opiniões, estabelecendo então a “terceirização do parto”, ou seja, um fenômeno cultural em que a mulher perde o protagonismo diante do ato de parir, de forma natural e fisiológica, e passa a obedecer aos comandos técnico-médicos (2).

Após décadas seguindo este modelo médico-hospitalar, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sentiu a necessidade de interromper essas ações, que tornaram a assistência ao parto impessoal, e propôs recomendações para o parto humanizado. Conjuntamente, no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) vem estimulando mudanças na assistência com a proposta da humanização, o que inclui o resgate do parto natural, a participação da família e garantia de seus direitos como cidadãs, além da atuação do enfermeiro obstetra na gestação, parto e puerpério (3).

A proposta de humanização da assistência ao parto foi incorporada nas políticas de saúde desde 2012, porém sua percepção e significado diferem, dependendo do papel que desempenha aquele que a refere, pois, cada membro da equipe se apropria do termo humanização com uma visão particular relacionada a seu conceito profissional (4).

A assistência humanizada ao parto e ao nascimento deve estar centrada na mulher e em seus familiares. O profissional deve conhecer e respeitar a fisiologia do parto, não intervindo desnecessariamente, compreender seus aspectos psicossociais e neurofisiológicos, oferecer suporte emocional à mulher e a sua família, atuando também como facilitador na formação dos vínculos afetivos entre mãe-bebê de demais familiares (5).

Na temática do alívio da dor para a parturiente, existem várias alternativas não farmacológicas que devem ser estimuladas, como estar à disposição da mulher para substituição dos analgésicos durante o trabalho de parto (TP) e parto. Nessa perspectiva, também dentre todos os recursos não farmacológicos para alívio da dor, a mulher deve adotar livremente aquele que mais lhe agrada. Essa prática visa garantir o parto como processo fisiológico diminuindo desnecessárias e possíveis iatrogenias (3).

Neste sentido surge como principal agente de mudança na humanização da assistência ao parto a própria atuação dos enfermeiros, que devem entender e respeitar os aspectos fisiológicos da mulher, com o mínimo de intervenções possíveis, mas que saibam reconhecer os momentos críticos em que as intervenções são necessárias para assegurar a experiência de forma ideal (4).

Justifica-se este estudo pela relevância do tema, dado ao número elevado de cesáreas e intervenções desnecessárias na conduta do TP e parto, atendendo as

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novas diretrizes que fundamentam as práticas não invasivas em relação às parturientes.

O presente estudo objetivou descrever os principais cuidados não farmacológicos para alívio da dor disponíveis para a atuação do enfermeiro obstetra na condução do parto natural, a fim de contribuir para uma melhor qualidade na assistência durante esse período ao favorecer a neurofisiologia do parto e preconizar o menor número de intervenções invasivas possíveis, desse modo, atuando na promoção de saúde para a puérpera e o neonato durante esse período.

Material e método

A pesquisa bibliográfica foi escolhida para este estudo por permitir um contato direto com o que já foi publicado sobre o assunto. Para garantir o objetivo proposto neste estudo, realizou-se uma pesquisa descritiva e exploratória, de natureza bibliográfica, nas bases de dados Scientific Eletronic Library On-line (SCIELO), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), no período de maio de 2017 até março de 2018.

Para iniciar a busca das referências indexadas nas bases de dados LILACS e BDENF, acessou-se o link Pesquisa Bibliográfica em Ciência da Saúde em geral e de área especializada. Os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) adotados para a busca dos artigos científicos foram: enfermeiras obstétricas; parto normal; trabalho de parto; parto humanizado, dor no parto.

Os critérios de inclusão dos referenciais do texto foram: textos disponíveis em língua portuguesa, na íntegra, publicados entre 2008 e 2018, pertinentes ao objetivo do estudo, totalizando 17 artigos. Foram excluídos artigos em duplicidade e os que não atendiam aos critérios do estudo.

Além dos artigos encontrados nas bases de dados citadas, foram selecionados 06 documentos oficiais sendo 04 do Ministério da Saúde, 1 livro da Biblioteca Central da Universidade de Franca (UNIFRAN), 02 livros de acervo pessoal, totalizando 26 documentos.

Revisão de Literatura

Na história da humanidade, o parto sempre teve caráter familiar e feminino, onde as mulheres mais experientes da família como a mãe, tias e avós eram as responsáveis por ajudar as mais novas durante o TP e os cuidados imediatos com o neonato. Nesse contexto, surge então a figura das parteiras e suas ajudantes (6).

O parto era considerado um processo fisiológico, inerente ao corpo feminino, portanto ficava a cargo das parteiras a condução do mesmo. Com o início da medicina obstétrica na Europa, em meados do século XVII e XVIII, e no Brasil, em 1808, com a criação das Escolas de Medicina e Cirurgia nos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro, tem início o processo de institucionalização do parto (6,7).

As mulheres que moravam nas cidades e apresentavam alguma complicação no processo fisiológico, eram encaminhadas aos hospitais para receber atendimento pelos cirurgiões-barbeiros, ou também denominados cirurgiões-parteiros. Suas intervenções iniciais eram equivalentes às realizadas pelas parteiras – que já não haviam surtido efeito, e então, o que conseguiam fazer era retirar o feto vivo da mãe

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morta. O parto perde seu caráter fisiológico e familiar e passa a ser considerado um ato médico (8).

Desde então, e principalmente nos últimos 20 anos, a mulher perde seu protagonismo no TP, e passa a sofrer uma série de intervenções baseadas na prática clínica dos médicos, porém, ainda sem provas científicas de sua eficiência. Surge a ideia de que o corpo da mulher é falho e que a mesma é incapaz de parir sem ajuda médica, subjugando-a à violência obstétrica (8).

A opção pela via de nascimento através da cesárea é um fator de risco para a ocorrência de hemorragia, infecção e óbito materno, e para o recém-nascido (RN), em longo prazo, a maior ocorrência de síndrome metabólica, asma e doença cardiovascular (9).

A recomendação segura para a realização de cesáreas deve manter-se na taxa de 15 % segundo a OMS, porém, a realidade brasileira é bem discrepante em relação a essas diretrizes. Segundo os dados da pesquisa “Nascer no Brasil”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz e MS, o índice de cesáreas no setor privado chega a 88% do total dos partos e no setor público as cesarianas chegam a 46% (10).

Compreender o parto como processo fisiológico garante que o mesmo possa ser realizado de forma segura, sem complicações, para a maioria das mulheres. Entretanto, os indicadores apontam que uma quantidade exorbitante de gestantes saudáveis classificadas como de baixo risco, sofre ao menos uma intervenção clínica desnecessária durante o TP e parto (11).

Com o objetivo de reduzir as intervenções médicas desnecessárias, a OMS publicou em 15 de fevereiro de 2018 diretrizes para a assistência ao parto natural, com 56 recomendações baseadas em evidências que visam a garantir uma experiência positiva do parto as mulheres. Dentre elas destaca-se o direito da parturiente de ter um acompanhante de sua escolha em todo o processo, ter sua privacidade protegida, ter sua opinião respeitada quanto à gestão da dor, posições, o puxo espontâneo, entre outras (11).

A OMS também afirma que para promover o parto normal em gestantes de baixo risco obstétrico, o profissional de escolha para assisti-la deverá ser o enfermeiro obstétrico/obstetriz. Recomenda que a parturiente durante o TP possa se alimentar, adotar métodos não farmacológicos para a diminuição da dor, livre deambulação e posicionamento. Deve ser evitado o uso de cateter venoso, ocitocina sintética e amniotomia de rotina (12).

No Brasil, o MS estabeleceu um conjunto de ações como programas e políticas públicas que beneficiaram o atendimento à mulher e os cuidados com o RN. Dentre elas estão o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), Rede Cegonha, Hospital Amigo da Criança e Projeto Ápice ON, que em conjunto respaldam os direitos das mulheres em ter acesso aos serviços de atenção primária, qualidade no atendimento e atenção no cuidado ao parto e nascimento, bem como planejamento familiar e atenção às mulheres em situação de violência sexual, aborto legal e abortamento (13).

Segundo Resolução COFEN Nº 516 de 23/06/2016, dentre as atribuições do Enfermeiro Obstetra, destaca-se acolher a mulher e seus familiares ou acompanhantes, certificar o atendimento centrado na parturiente, no parto e nascimento, ambiência benéfica ao parto e nascimento de evolução fisiológica, garantir a presença do acompanhante de escolha da mulher conforme previsto em Lei e assegurar as práticas baseadas em evidências científicas como: oferecer os métodos não farmacológicos de alívio da dor, liberdade de movimentos no parto,

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conservação da integridade perineal no momento da expulsão do feto, contato pele a pele mãe e RN (14).

A dor experienciada durante o TP, quando não associada a qualquer tipo de patologia, é caracterizada por um processo fisiológico inerente ao nascimento. Entretanto é também influenciada por fatores ambientais e emocionais. Existem sentimentos que potencializam a percepção da dor sentida, como o medo, ansiedade, desamparo social e afetivo (15-17).

Após a institucionalização do parto, o foco principal da assistência voltou-se para a diminuição das taxas de morbimortalidade neonatal e materna, relegando o cuidado com o bem-estar emocional da parturiente, que acabou menosprezado por décadas. A Lei Federal Nº11.108 de 2005 prevê que a parturiente tenha um acompanhante de sua livre escolha, podendo ser algum membro da família ou amiga que ela desejar, que possa proporcionar-lhe a sensação de afeto e segurança, bem como a presença de uma doula de modo concomitante ao acompanhante (18).

Doula é uma profissional treinada e instruída sobre os processos inerentes ao parto que interage com a gestante no período perinatal, TP, parto e pós-parto, oferecendo suporte físico, emocional e informativo, através da presença contínua, encorajando-a durante todo o processo e favorecendo um ambiente de carinho e acolhimento. Segundo o MS, a presença do acompanhante traz benefícios à parturiente como alívio da percepção da dor e menor duração do TP (6).

Estudos internacionais de metanálise demonstraram que a presença da doula oferece às parturientes duas vezes mais chance de parto vaginal e diminuição do uso de analgésicos, anestésicos, ocitocina sintética e cesariana (19).

O Banho de Imersão e Aspersão caracteriza-se por um método não invasivo em que se utiliza a água quente. Preparado a uma temperatura média de 37°C e associado ao tempo de duração do mesmo, provoca um impacto suavizado da percepção da dor pela parturiente, pois este método relaxa e reduz a ansiedade proporcionando bem-estar. Estudos comprovam que sua utilização durante o TP ativo, auxilia na dilatação do colo do útero em até 5cm e está associado a menor grau de laceração perineal (16,20).

A massagem realizada durante o TP na parturiente promove sensações positivas na mesma. Associada com óleos e conhecimentos específicos da aromaterapia, surge como uma grande aliada na evolução do TP. Para diminuir a tensão e melhorar a sensação de conforto nos intervalos das contrações, a massagem feita na cabeça, nas mãos, nos pés e diretamente na lombar pode favorecer o relaxamento e diminuir os hormônios relacionados ao estresse emocional (21).

A movimentação realizada livremente pela parturiente durante o TP auxilia a abertura do assoalho pélvico para a dilatação, descida da apresentação fetal no canal de parto, além de reduzir o incômodo e a percepção da dor. Os diferentes posicionamentos devem ser orientados pelo enfermeiro obstetra, porém, a postura adotada deve ser a escolhida espontaneamente pela parturiente, cabendo à equipe de enfermagem apenas ampara-la (20,22).

A bola suíça apresenta-se em formato redondo de borracha, inflável e consiste em um dispositivo para alívio da dor, pois permite que a paciente possa adotar a posição sentada sem exercer pressão no assoalho pélvico, melhorando a circulação sanguínea uterina. Ao realizar movimentos de bamboleio, a parturiente auxilia o processo de dilatação cervical e rotação da apresentação fetal, tornando as contrações mais eficazes (20,22).

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Os resultados do uso da música apresentada no TP para as mulheres tornam-se surpreendentemente favoráveis quando associado aos aspectos importantes da experiência do nascer. Essas condições possibilitam as parturientes uma condição de alegria, descontração e relaxamento nos intervalos das contrações, levando a uma evolução mais tranquila do TP, aumentando o limite de tolerância à dor e ao desconforto sentidos pela mulher (23).

A hipótese de que, fatores mecânicos fossem o principal motivo para os nascimentos difíceis da nossa espécie, começam a dar lugar para a observação de que mulheres sem nenhuma particularidade morfológica tinham seus bebês de forma rápida, sem grandes dificuldades. Esse fato sugere que, as principais condicionantes para os nascimentos humanos difíceis, não estariam relacionadas somente às características do corpo da mulher e do neonato (24).

Existem quatro fases que compreendem o TP. A primeira fase é a de dilatação latente, dura em torno de 12 a 16 horas e pode ser acompanhada de dores devido às contrações. Em seguida, a fase ativa, em que o colo do útero já obteve a máxima abertura e ocorre a expulsão fetal e não ultrapassa 2 horas. Nesse momento a parturiente já tem o início da apresentação fetal. A terceira fase de dequitação, que se caracteriza pela saída da placenta, fisiologicamente ou com auxílio médico. O término do processo é finalizado com o período de Greenberg, que compreende em atenção especial para possível hemorragia no período de até 1 hora após o parto (25).

Durante a segunda fase do TP natural, o corpo da mulher passa por uma série curta de intensas contrações uterinas altamente eficazes, desencadeadas por uma sinfonia de hormônios que não deixam espaço para nenhum movimento voluntário, a este momento pode-se referir como autêntico reflexo de ejeção do feto por parte do corpo da mulher (24).

Quando o reflexo de ejeção do feto está presente, neste momento a mulher está perdendo o controle neocortical – que comanda os pensamentos e o intelecto. Um sinal é que a mulher pode, de repente, falar coisas sem sentido e se comportar de maneira normalmente inusitada, como gritar e usar palavras mais agressivas. Além disso, no parto fisiológico a mulher irá adotar posições também inesperadas e primitivas, como estar de cócoras ou em quatro apoios (24).

Um controle neocortical reduzido é a premissa para um nascimento fácil e sem intervenções invasivas, porém, o ambiente hospitalar propicia justamente a ativação do neocortex, pois a equipe tende a intervir, seja com palavras de apoio emocional, perguntas ou a transferi-la de sala, estimulando a parturiente a raciocinar e ativar o intelecto. As palavras inibem o reflexo de ejeção do feto que levam o processo neurofisiológico ao início da primeira fase do TP, que envolve movimentos voluntários (24).

Normalmente o ambiente hospitalar possui uma alta iluminação e ruídos sonoros, atuando negativamente na fisiologia do parto, com isso, existe um bloqueio no cérebro que inibi a ocitocina, hormônio responsável pelas contrações uterinas. Nas teorias de Florence Nightingale, o cuidado de enfermagem deve ser apto a incorporar um ambiente favorável e equilibrado que colabore com o conforto pessoal (26).

Um ambiente prazeroso e confortável auxilia no processo de parturição favorecendo o parto natural. É uma combinação de elementos, composta por uma luz indireta, cores com tons claros, silencioso que irá proporcionar o relaxamento, a privacidade e comodidade. (26).

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Conclusão

A revisão da produção científica acerca dos cuidados não farmacológicos às parturientes, em prol do parto natural e a promoção de saúde para a puérpera e o neonato, nos permitiu concluir que existem ferramentas que auxiliam a assistência humanizada de forma não invasiva, e que, apesar da percepção da dor ser subjetiva para cada parturiente, elas devem ser encorajadas a utilizá-las, pois são práticas seguras, de baixo custo e isentas de efeitos colaterais prejudiciais à mãe e ao RN na gestação de baixo risco. Tais práticas estão diretamente relacionadas à progressão do trabalho de parto de forma fisiológica, demonstrando a importância da atuação do enfermeiro obstetra, principalmente quando realizada a combinação desses cuidados.

Portanto, o enfermeiro obstetra torna-se o principal agente de mudança numa assistência pautada no procedimento técnico, no parto visto como patológico e na exclusão da família para um modelo de atenção mais ampliado, cujo foco é o bem-estar da mulher e do RN como seres sensíveis. Na promoção do parto como um momento significativo para a vida daquela mulher, daquele bebê e daquela família. O enfermeiro deve ser quem está ao lado da mulher, propiciando e protegendo esse momento.

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Referências

(1) Brasil. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada á saúde. Brasilia, 2001, p. 17-8.

(2) Pereira RP, Franco SC, Baldin N. A dor e o protagonismo da mulher na parturição. Revista de Anestesiologia. 2011;61(3):386-387.

(3) Almeida JM, Acosta LG, Pinhal MG. Conhecimento das puérperas com relação aos métodos não farmacológicos de alivio da dor do parto. Revista Mineira de Enfermagem.2015;19(3):711-724.

(4) Brasil. Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento. Brasília – DF; 2014.

(5) Souza TG, Gaiva MM, Modes PSSA. A humanização do nascimento: percepção dos profissionais de saúde que atuam na atenção ao parto. Revista Eletrônica Gaúcha de Enfermagem. 2011;32(3).

(6) Bianchi EDM, Andrade HJV, Bussadori JC, Prado CAC. Despertar do Parto. 3 ed. Ribeirão Preto, 2016. p. 10-18.

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(8) Cardozo FS, Dittrich MG, Oliveira ACDC. A doula no processo de humanização e ressignificação feminista do parto. In: 11º Seminário Internacional Fazendo Gênero; Santa Catarina. UFSC; 2017. p. 3.

(9) Fundação Oswaldo Cruz. Inquérito nacional sobre parto e nascimento [internet]. Disponível em: http://www6.ensp.fiocruz.br/nascerbrasil/wp-content/uploads/2014/10/infografico_6.pdf.

(10) Vasconcellos MTL, Silva PLN, Pereira APE, Schilithz AOC, Junior PRBS. Desenho da amostra Nascer no Brasil: Pesquisa Nacional sobre Parto e Nascimento. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro. 2014;30(Supl):49-58.

(11) Conselho Federal de Enfermagem. Para frear cesáreas, OMS emite novas recomendações para grávidas saudáveis [internet]. 2018 [Acesso em: 20 mar 2018]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/para-frear-cesareas-oms-emite-novas-recomendacoes-para-gravidas-saudaveisb 60956.html.

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(12) Projeto Nascer no Brasil: inquérito nacional sobreparto e nascimento [internet]. Disponível em: http://www6.ensp.fiocruz.br/nascerbrasil/principais-resultados2/. (13) Brasil. Ministério da Saúde. Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia. Brasília/DF; 2017. p. 4.

(14) Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN Nº 536 de 22/02/2017. Normatiza a atuação e a responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na assistência as gestantes. Diário Oficial da União.Brasília – DF; 2017. (15) Sescato AC, Souza SRRK, Wall ML. Os cuidados não farmacológicos para Alivio da dor no trabalho de parto: orientações da equipe de enfermagem. Cogitare Enfermagem. 2008; 13(4):585-90.

(16) Gallo RBS, Santana LS, Marcolin AC, Ferreira CHJ, Duarte G, Quintana SM. Recursos não farmacológicos no trabalho de parto: protocolo assistencial. Feminina. 2011;39(1):42-8.

(17) Gayeski ME, Bruggeman OM. Métodos não farmacológicos para alivio da dor no trabalho de parto uma revisão sistemática. Florianópolis. Enfermagem. 2010;19(4):1-9.

(18) Brasil. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. Do Subsistema de Acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Diário Oficial da União. Brasília – DR; 2005.

(19) Silva RM, Barros NF, Jorge HMF, Melo LPT, Junior ARF. Evidencias qualitativas sobre o acompanhamento por doulas no trabalho de parto e no parto. Ciência& Saúde Coletiva. 2012;17(10):2783-85.

(20) Barbieri M, Henrique AJ, Chors FM, Mais NL, Gabrielloni MC. Banho quente de aspersão, exercícios perineais com bola suíça e dor no trabalho de parto. Acta Paul Enferm, 2013, vol 26, n.4, p. 478-84.

(21) Lowdermilk DL, Perry SE, Cashion K, Alden KR. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2012. p. 389.

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(24) Odent M. Pode a humanidade sobreviver à medicina?. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;2016. p.53-4.

(25) Ferreira MFS. Parto Normal: Ações de Enfermagem para uma Assistência Humanizada [Trabalho de conclusão de curso]. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Vitória; 2016. p.77-8.

(26) Guida NFB, Lima GPV, Pereira ALF. O ambiente de relaxamento para humanização do cuidado ao parto hospitalar. Rev Min Enferm. 2013.17(3):531-53.

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