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Licitações Sustentáveis: construção de um novo modelo de gestão para as compras públicas no âmbito do IFPB - Campus Campina Grande

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA. SILVAN FREIRE DA CUNHA. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA GRANDE. NATAL 2018.

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA. SILVAN FREIRE DA CUNHA. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA GRANDE. Proposta de Intervenção apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório para a obtenção do título de mestre. Orientadora: Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra.. NATAL 2018.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Cunha, Silvan Freire da. Licitações Sustentáveis: construção de um novo modelo de gestão para as compras públicas no âmbito do IFPB - Campus Campina Grande / Silvan Freire da Cunha. - 2018. 147f.: il. Dissertação (Mestrado em Gestão Pública) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Arlete Duarte de Araújo. 1. Licitações - Dissertação. 2. Legislação ambiental Dissertação. 3. Sustentabilidade - Dissertação. 4. Boas práticas sustentáveis - - Dissertação. I. Araújo, Maria Arlete Duarte de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA. CDU 35:347.238.8.

(4) SILVAN FREIRE DA CUNHA. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA GRANDE. Proposta de Intervenção apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório para a obtenção do título de mestre. Orientadora: Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra.. Aprovado em: 26/02/2018. BANCA EXAMINADORA. _____________________________________________________________ Prof.ª Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte Presidente. _____________________________________________________________ Prof. Antônio Alves Filho, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno. _____________________________________________________________ Prof. James Batista Vieira, Dr. Universidade Federal da Paraíba Examinador Externo.

(5) AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da vida, por todas as dádivas concedidas e pelas pessoas que cruzaram meu caminho e me ajudaram a ser o que sou. A minha mãe por todas as lutas que travou para que seus filhos sobrevivessem e alcançassem um lugar ao Sol. A minha amada esposa pelo apoio incondicional e por ter arcado com minha ausência em muitos momentos que precisou de mim. A minha querida orientadora, professora Maria Arlete Duarte de Araújo pela paciência, apoio, incentivos e contribuições para este trabalho. A todos os professores do PPGP, em especial Antônio, Dinah, Fábio, Hironobu, Jomária, Kaio, Pâmela, Teresa e Thiago, a quem hoje posso chamar de amigos, por todas as lições, aprendizados e boa convivência. A minha coordenadora Aluska Farias de Oliveira Amaral pelo apoio, incentivo e por permitir minha ausência ao trabalho tantas vezes e ter acumulado as atividades que eram de minha responsabilidade. A todos os meus colegas de mestrado, em especial Adriana, Danielle, Fabrício, Isabelle Jessyka, Jorge, Kafran, Paula e Ubaldino, com os quais convivi de forma mais próxima e aprendi a admirar e respeitar. Sem a presença de todos vocês essa conquista não seria a mesma, pois o caminho até aqui ficou muito mais agradável e o fardo que carreguei se tornou muito mais leve. Obrigado a todos e que Deus os abençoe..

(6) RESUMO Essa proposta de intervenção objetiva construir um modelo de compras para o IFPB – Campus Campina Grande, em consonância com a legislação ambiental vigente e com os pressupostos da sustentabilidade e proteção ao meio ambiente. Para construir um modelo de licitações sustentáveis adequado à realidade do IFPB – Campus Campina Grande, avaliou-se uma série de modelos implementados por órgãos e instituições públicas federais e outros sugeridos por associações dedicadas à temática, além de uma ampla pesquisa na legislação federal que trata de licitações públicas. Além disso, foram realizadas entrevistas com os diretores, chefes de departamento, servidores do setor de licitações da instituição e os principais coordenadores demandantes dos grupos de materiais mais solicitados, para verificar se há respaldo por parte da gestão para implementação das modificações propostas. Como resultados, foram propostos a inclusão de critérios de sustentabilidade nos processos licitatórios de aquisição de bens, alterações nos editais licitatórios para adaptá-los à legislação ambiental, normas de implementação e métodos de avaliação dos resultados a serem alcançados para que as correções necessárias sejam efetuadas. As entrevistas apontaram que os participantes são favoráveis e estão dispostos a implementar as alterações sugeridas, porém, é necessário superar algumas barreiras como a falta de pessoal capacitado, a inércia e falta de incentivo da gestão, ausência de um processo de comunicação, relutância de alguns atores envolvidos, escassez de mercado, dentre outras. Palavras-chave: Licitações; Legislação Ambiental; Sustentabilidade; Boas Práticas Sustentáveis.

(7) ABSTRACT This intervention proposal aims to build a shopping model for the IFPB - Campus Campina Grande, in accordance with the current environmental legislation and the assumptions of sustainability and protection of the environment. To build a sustainable bidding model appropriate to the IFPB Campus Campina Grande reality, it was evaluated a series of models implemented by federal and other public bodies and institutions suggested by associations dedicated to the theme, as well as an extensive research in federal legislation that deals with public biddings. In addition, interviews were conducted with the directors, department heads, bidding servers of the institution and the main requesting coordinators of the most requested groups of materials, to verify if there is support by the management to implement the proposed modifications. As results, it was proposed to include sustainability criteria in bidding processes for the acquisition of material goods, amendments in the bidding documents to adapt them to environmental legislation, implementation and evaluation methods of the results to be achieved so that the corrections are improved Interviews indicate that participants are favorable and they are willing to implement the suggested changes, however, it is necessary to overcome some barriers, such as the lack of trained personnel, inertia and lack of management incentive, absence of a communication process, reluctance of some actors involved, market scarcity, among others. Keywords: Bidding; Environmental Legislation; Sustainability; Good Practices Sustainable..

(8) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. A3P. Agência Ambiental na Administração Pública. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ACV. Análise do Ciclo de Vida. AGU. Advocacia Geral da União. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ATPF. Autorização para Transporte de Produtos Florestais. BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Social. BRF. Retardadores de Chamas Bromados. CATMAT. Catálogo de Materiais. CEFET-PB. Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba. CERFLOR. Certificação Florestal. CFC. Clorofluorcarboneto. CISAP. Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública. CNUMAD. Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. COP. Conferência das Partes. COV. Compostos Orgânicos Voláteis. CPS. Compras Públicas Sustentáveis. CTF/APP. Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais. DOF. Documento de Origem Florestal. DOU. Diário Oficial da União. EAA. Escola de Aprendizes Artífices. EAF. Escola Agrotécnica Federal. ENAP. Escola Nacional de Administração Pública. ENCE. Etiqueta Nacional de Conservação de Energia. EPEAT. Electronic Product Environmental Assessment Tool. ESAF. Escola de Administração Fazendária. ETF-PB. Escola Técnica Federal da Paraíba. FSC. Forestry Stewardship Council.

(9) GEE. Gases de Efeito Estufa. IARC. Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ICLEI. Governos Locais pela Sustentabilidade. IEC. Comissão Eletrotécnica Internacional. IFPB. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. IN. Instrução Normativa. INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. IRP. Intenção de Registro de Preços. ISO. Organização Internacional de Normalização. LINACH. Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos. ME/EPP. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. MIT. Massachusetts Institute of Tecnology. MMA. Ministério do Meio Ambiente. MPOG. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. MTE. Ministério do Trabalho e Emprego. NBR. Norma Brasileira Regulamentadora. ONU. Organização das Nações Unidas. PAC. Programa de Aceleração do Crescimento. PBB. Bromobifenilas. PBDE. Éteres de Bromobifenilas. PBE. Programa Brasileiro de Etiquetagem. PEFC. Programme for the Endorsement of Forest Certification. PDE. Plano de Desenvolvimento de Educação Pública. PIB. Produto Interno Bruto. PLS. Plano de Gestão de Logística Sustentável. PNUMA. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. PNRS. Política Nacional de Resíduos Sólidos. PPCS. Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentável. PROCEL. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. PROCONVE. Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores. PVA. Acetato de Polivinila.

(10) PVC. Policloreto de Polivinila. RDC. Regime Diferenciado de Contratações Públicas. RoHS. Restriction of Hazardous Substances. SAEB. Secretaria da Administração do Estado da Bahia. SAIC. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. SDO. Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. SIASG. Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais. SISORG. Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. SISG. Sistema de Serviços Gerais. SLTI. Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. SRP. Sistema de Registro de Preços. STF. Supremo Tribunal Federal. SUS. Sistema Único de Saúde. TCU. Tribunal de Contas da União. UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina. UNDESA. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. VoIP. Voice over Internet Protocol. YFP. Yers Framework Programmes.

(11) LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fases da licitação. 26. Figura 2 – Tipos de licitação. 27. Figura 3 – Limites de valor da licitação. 28. Figura 4 – Modalidades da licitação. 30. Figura 5 – Características do pregão. 32. Figura 6 – Características do Sistema de Registro de Preços. 35. Figura 7 – Organograma IFPB-CG. 61. Figura 8 – Organograma IFPB-CG – Continuação. 61. Figura 9 – Modalidades e Procedimentos para Compras IFPB-CG. 62. Figura 10 – Evolução dos Gastos IFPB-CG. 63. Figura 11 – Etapas da Análise de Conteúdo. 69. Figura 12 – Etapa 1 – Pré-Análise dos Dados. 70. Figura 13 – Aspectos Mais Citados Pelos Entrevistados. 81. Figura 14 – Fluxo do Processo de Compras Atual. 84. Figura 15 – Plano Geral para Implementação da CPS. 88. Figura 16 – Plano para Implementação da Compra Pública Sustentável. 90. Figura 17 – Fluxo de Compras Incluindo Critérios Sustentáveis. 92. Figura 18 – Plano de Ação Sugerido. 94. Figura 19 – Metodologia para Elaboração do PLS. 110.

(12) LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Ações nas quais podem ser aplicadas o RDC. 36. Quadro 2 – Sugestões de Obrigações Ambientais. 48. Quadro 3 – Sugestão de Boas Práticas Sustentáveis. 55. Quadro 4 – Volume de Gastos por item do IFPB-CG. 66. Quadro 5 – Objetivos Específicos Referentes à Coleta de Dados para Elaboração do Diagnóstico. 68. Quadro 6 – Objetivos Específicos Referente à Fase de Proposição. 72. Quadro 7 – Exemplos de Critérios de Sustentabilidade. 96. Quadro 8 – Certificados e Documentos Solicitados na Fase de Aceitação. 98. Quadro 9 – Grupos de Materiais, Critérios e Métodos de Comprovação. 100. Quadro 10 – Obrigações Ambientais da Contratada. 105. Quadro 11 – Meta Proposta 2018. 108. Quadro 12 – Lista de Verificação para Avaliar Necessidade da Compra. 108. Quadro 13 – Lista de Verificação Pregão Eletrônico. 109. Quadro 14 – Metodologia para Elaboração do PLS. 110. Quadro 15 – Eixos Temáticos Mínimos do PLS. 115. Quadro 16 – Metas e Ações Propostas para Implementação da CPS. 118. Quadro 17 – Modelo de Inventário para Compras Sustentáveis. 120. Quadro 18 – Cursos de Capacitação em Licitações Públicas Sustentáveis. 121.

(13) LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Processo de Codificação das Categorias de Análise. 75. Tabela 2 – Aspectos Facilitadores Internos Apontados. 76. Tabela 3 – Aspectos Facilitadores Externos Apontados. 77. Tabela 4 – Barreiras Internas Apontadas. 78. Tabela 5 – Barreiras Externas Apontadas. 79. Tabela 6 – Percepções em Relação às Compras Públicas Sustentáveis. 80.

(14) SUMÁRIO 1.. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16. 2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................... 23. 2.1. LICITAÇÕES PÚBLICAS.................................................................................... 23. 2.2. LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS .......................................................................... 38. 2.2.1. Iniciativas Relativas à Construção do Conceito de CPS ....................................... 38. 2.2.2. Licitação Sustentável – Conceito e Aspectos Legais ............................................ 40. 2.2.3. Iniciativas Vinculadas às Compras Públicas Sustentáveis no Brasil ..................... 49. 3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ...................................................... 58. 4.. METODOLOGIA ................................................................................................ 64. 4.1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 64. 4.2. LOCUS DA PESQUISA ....................................................................................... 65. 4.3. OBJETO DA PESQUISA...................................................................................... 65. 4.4. SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 67. 4.5. COLETA DOS DADOS ........................................................................................ 67. 4.6. ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 68. 5. COMPREENDENDO O MODELO ATUAL DE COMPRAS ....................... 73. 5.1. IMPRESSÕES INICIAIS SOBRE O MODELO ATUAL DE COMPRAS ......... 73. 5.2. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ......................................................................... 74. 5.3. MAPEAMENTO DO FLUXO DE COMPRAS ATUAL ..................................... 82. 6 CONSTRUINDO UM MODELO DE COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS .................................................................................................................... 86 6.1 PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE COMPRA SUSTENTÁVEL ...................................................................................................................... 89 6.1.1. Plano Geral para Implementação da CPS .............................................................. 89. 6.1.1.1. Alocação de Responsabilidade e Envolvimento dos Atores ................................. 90. 6.1.1.2. Elaboração De Um Plano De Ação ....................................................................... 93. 6.1.1.2.1. Primeira Etapa: Avaliar a Necessidade da Compra ............................................... 94. 6.1.1.2.2. Segunda Etapa: Planejamento da Compra Sustentável ......................................... 95. 6.1.1.3. O Monitoramento................................................................................................. 107. 6.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL (PLS) E INCLUSÃO DA CPS ............................................................................................... 109 6.2.1. Eixos Temáticos................................................................................................... 114. 6.2.2. Propostas de Metas, Ações e Indicadores para o Eixo Compras Sustentáveis .... 117.

(15) 6.3. CAPACITAÇÃO E COMUNICAÇÃO .............................................................. 121. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 124. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 127 ANEXO A – QUADRO DE NORMAS ................................................................................ 141 APÊNDICE A – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 1 .......................................................... 144 APÊNDICE B – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 2 .......................................................... 145 APÊNDICE C – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 3 .......................................................... 146 APÊNDICE D – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 4 .......................................................... 147.

(16) 16. 1.. INTRODUÇÃO O modelo produtivo predatório que foi implementado pelo capitalismo, aliado ao padrão. de consumo praticado até os dias de hoje têm levado ao uso indiscriminado dos recursos naturais1. Tudo isso resulta em um quadro que pode contribuir para o esgotamento dos recursos naturais, a contaminação e o envenenamento dos recursos hídricos, dos solos, do ar, o aumento das temperaturas do planeta e consequente diminuição da qualidade de vida das populações. Essa problemática tornou-se um dos maiores desafios da humanidade dada a dificuldade de conciliar o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente. Embora não haja unanimidade, há um entendimento por parte de muitos estudiosos como Barbieri (2007), Bursztyn e Bursztyn (2006), Scotto (2010), Roncaglio (2008), Sachs (2009), Brasil (2016a), dentre outros, que não podemos mais manter os atuais padrões de produção e consumo, sob o risco de a natureza não suportar mais tantas agressões, gerando assim um colapso para a vida no planeta. Muitos autores, a exemplo de Betiol et al. (2012), entendem que as questões econômicas estão cada vez mais intrinsecamente ligadas às demandas ambientais e sociais. Dessa forma, conciliar economia, preservação do meio ambiente e os dilemas sociais é um desafio inadiável por causa dos impactos da ação antrópica que tem colocado em risco a disponibilidade de recursos naturais “dentro de padrões mínimos para a saúde e a qualidade dos ambientes que sustentam a biodiversidade e o próprio ser humano, atraído cada vez mais para o meio urbano com suas necessidades e seus apelos de consumo” (BETIOL et al., 2012, p. 123). Essas reflexões trazem à tona a necessidade de repensar os padrões de produção e consumo, não só dos indivíduos como também das instituições, sobretudo das organizações públicas que têm por obrigação dar exemplo de boas práticas e conduzir o mercado rumo a uma economia mais sustentável. É nesse cenário que surgem as licitações sustentáveis como uma estratégia que pode trazer resultados positivos na luta pela preservação do meio ambiente e no combate às desigualdades sociais, induzindo novas posturas dos setores produtivos e do próprio poder público, devido a sua atuação como grande consumidor. As Licitações Sustentáveis ganham destaque no Brasil a partir da edição da Lei nº 12.349/2010, que alterou o artigo 3º da Lei nº 8.666/1993 (Lei das Licitações e Contratações. 1. De acordo com Betiol et al. (2012), o modelo de consumo da atualidade provém dos Estados Unidos no início do século XX, quando a produção industrial superou a demanda, levando os profissionais de marketing a desenvolverem campanhas de incentivo ao consumismo..

(17) 17. Administrativas de 21 de junho de 1993), incluindo a persecução do desenvolvimento nacional sustentável como um dos objetivos do processo licitatório. Essa nova redação dada ao caput do art. 3º da Lei de Licitações elevou o desenvolvimento nacional sustentável ao patamar dos princípios da isonomia e da seleção da proposta mais vantajosa, trazendo para o processo licitatório um novo propósito que vai além da mera vantagem econômica (COSTA, 2011). Antes dessas alterações, o processo licitatório visava tão-somente a eficiência dos gastos públicos, buscando obter a melhor qualidade pelo menor preço, demonstrando seu caráter econômico-orçamentário e técnico. Porém, os inúmeros problemas ambientais, como por exemplo a crise climática, impõem aos governos a adoção de medidas que contribuam para minimizar a crise ambiental (SCALIONI, 2015). Impõe-se, a partir de então, uma reformulação em todo o processo licitatório no intuito de atender à legislação ambiental sem desrespeitar as demais normas. Para Costa (2011, p. 11), “a introdução de critérios de sustentabilidade nas compras públicas traz uma nova forma de planejar, executar e controlar as licitações, tornando-as ainda mais complexas”. Assim, a Lei 12.349/2010 pode contribuir para a integração entre o chamado tripé da sustentabilidade (ambiental, social e econômico) e os princípios e fundamentos da República Federativa do Brasil, quais sejam, cidadania, dignidade da pessoa humana, erradicação da pobreza, redução das desigualdades sociais e regionais, preservação do meio ambiente etc. Tudo isso para que o desenvolvimento objetivado alcance muito mais do que conquistas econômicas (BRASIL, 2016a). Diante dessa nova conjuntura, o gestor público tem enorme responsabilidade, pois é ele quem materializa, por meio do edital, as regras que irão possibilitar a ampliação da oferta de produtos e serviços mais sustentáveis e inovadores, moldando o setor privado (ICLEI, 2012), tornando viável “a livre concorrência, o menor custo financeiro, social e ambiental, de modo a garantir que a proposta mais vantajosa seja realmente mais vantajosa para o conjunto da sociedade, que, em última instância, é a detentora do bem público” (BRASIL, 2014a, p. 3). Embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido para que as licitações sustentáveis sejam institucionalizadas, a literatura apresenta um número razoável de estudos que tratam da temática sob as mais variadas óticas. Uma das vertentes trabalha a perspectiva dos servidores, buscando compreender a percepção e o papel desempenhado por esses profissionais na implementação das Compras Públicas Sustentáveis (CPS). Os estudos desenvolvidos apontam uma série de causas que dificultam a implementação das licitações sustentáveis. Dentre elas, a falta de capacitação, resistência motivada por aspectos.

(18) 18. culturais e o baixo conhecimento sobre temas como desenvolvimento sustentável, licitações sustentáveis e legislação correlata, critérios de sustentabilidade ambiental na escolha e especificação técnica do objeto, além da falta de conscientização dos compradores públicos e dos consumidores finais e padronização de comportamentos e mudança da cultura organizacional (MENDES, 2014; ROCHA, 2014; NONATO, 2015; SANTOS, 2016; BARBARA, 2016; LUCENA, 2016) Mais especificamente sob a ótica da gestão, a literatura aponta falhas nos mais variados aspectos, como o pouco acompanhamento dos resultados e impactos das medidas (ALENCASTRO, 2014; ROCHA, 2014); a ausência de metas claras e objetivas, falta de apoio da gestão (ALENCASTRO, 2014; LUCENA, 2016); falta de planejamento institucional (ROCHA, 2014; ALENCASTRO, 2014); iniciativas incipientes, necessitando de ampliação e aprimoramento para institucionalização (CYPRESTE, 2013; ROCHA, 2014; GENEROSO, 2014; LUCENA, 2016); inexistência de estratégia ou metodologia para implementação das CPS, falta de padronização de processos organizacionais, especialmente na descrição e inserção de critérios de sustentabilidade nos bens a serem adquiridos (BIAGE, 2014; GENEROSO, 2014; JESUS, 2014; SOUSA, 2015; SOUZA, 2016; FERNANDES, 2016); baixa adesão dos órgãos públicos às licitações sustentáveis (NEVES, 2013; FERNANDES, 2016); inobservância ou negligência com os instrumentos legais e institucionais (ALENCASTRO, 2014; MENDES, 2014); inexistência de apoio político (MENDES, 2014). No que diz respeito à perspectiva dos fornecedores, algumas pesquisas destacam a existência de dificuldades por parte do poder público de criar sinergia entre fornecedores e consumidores (IZAR, 2015); despreparo dos fornecedores para atender as necessidades do setor público por produtos sustentáveis, resultante de desconhecimento sobre a temática (FONSECA, 2013); falta o envolvimento dos fornecedores e alinhamento da cadeia de abastecimento (MENDES, 2014). Vale ressaltar que as licitações sustentáveis – como instrumento de gestão ambiental à disposição do Poder Público – reveste-se de grande valia para a sustentabilidade, uma vez que o poder de compras do Governo Federal é bastante expressivo. Para termos uma ideia, só em 2015 as aquisições de equipamentos e materiais permanentes e de materiais de consumo somaram R$ 5.608.498.824,41 (cinco bilhões, seiscentos e oito milhões, quatrocentos e noventa e oito mil e oitocentos e vinte e quatro reais e quarenta e um centavos) de acordo com dados do Relatório dos Gastos Diretos do Portal da Transparência. Esse valor representa aproximadamente 9,50% do PIB daquele ano que, segundo dados divulgados pela Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, girou em torno de 5,904 trilhões de reais..

(19) 19. Considerando apenas a Rede Federal de Educação, os investimentos com materiais (consumo e permanente) foram da ordem de R$ 1.319.412.627,66 (Um bilhão, trezentos e dezenove milhões, quatrocentos e doze mil, seiscentos e vinte e sete reais e sessenta e seis centavos) no ano de 2015, segundo o Portal da Transparência. No âmbito do IFPB, autarquia integrante da Rede Federal de Educação, os gastos com bens (permanente e consumo) em 2015 somaram R$ 15.097.696,43 (Quinze milhões, noventa e sete mil e seiscentos e noventa e seis mil reais e quarenta e três centavos), de acordo com o Portal da Transparência. O IFPB conta com 21 unidades espalhadas em todo estado, entre campus, campus avançado e campus em fase de implantação. As unidades em fase de implantação são gerenciadas pela Reitoria, que tem sede na capital, João Pessoa (Portal IFPB, 2017). A instituição conta com um quadro de pessoal que gira em torno de 2.200 (Dois mil e duzentos) servidores que atende a uma comunidade discente formada por aproximadamente 28.000 (Vinte e oito mil) alunos (IFPB, 2015). Quanto ao Campus Campina Grande, suas atividades iniciaram-se em 2006 e seus primeiros cursos foram ofertados a partir de 2007. Atualmente, essa unidade oferece 12 cursos técnicos (entre integrados e subsequentes) e 6 cursos superiores (entre bacharelados, licenciaturas e tecnólogos) (PORTAL IFPB, 2016). Para o funcionamento dessa estrutura foram gastos, só com materiais (permanente e consumo), em torno de R$ 2.325.812,47 (Dois milhões, trezentos e vinte e cinco mil e oitocentos e doze reais e quarenta e sete centavos) no ano de 2015 (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2015). Diante das responsabilidades e compromissos com o meio ambiente, o IFPB adotou algumas iniciativas de incentivo à sustentabilidade que são norteadas pela Resolução nº 132/2015 que trata da Política Ambiental no âmbito do IFPB. Essa norma deu origem a algumas ações em várias frentes de atuação, sejam elas coordenadas pela gestão ou mesmo em exemplos isolados por iniciativa dos servidores. Dentre essas ações podemos destacar o Programa Gestão Sustentável do IFPB que consiste, dentre outras ações, em edital para recepção de projetos sustentáveis em diversas áreas. Há também as feiras, salões e oficinas de sustentabilidade, a Semana de Meio Ambiente e outros eventos periódicos. Destaque-se também o recente Projeto IFPB sem Papel, iniciativa que consiste na implementação do processo eletrônico. Além disso, algumas iniciativas como coleta seletiva, economia de energia e uso racional da água compõem a política de sustentabilidade da instituição. Essas iniciativas são muito aquém do esperado para atender a missão institucional do IFPB, sobretudo porque a instituição tem em sua grade de serviços a.

(20) 20. oferta de cursos na área ambiental, como é o caso de Controle Ambiental, Tecnologia em Gestão Ambiental, Meio Ambiente etc. nos níveis técnico e superior. No que diz respeito às licitações, não há uma política consistente, efetiva e disseminada de aplicação de critérios de sustentabilidade nas compras, ou seja, não há uma prática institucionalizada e coordenada. Apenas a Reitoria tem adotado em seus editais algumas exigências ambientais, como é o caso dos critérios previstos na Instrução Normativa Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SLTI/MPOG nº 01, de 19/01/2010. Além disso, em alguns editais exige-se cumprimento de normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Selo de Conservação de Energia do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) e a diretiva RoHS - (Restriction of Hazardous Substances). Conforme esclarece Brescansin et al. (2015), essa norma – publicada pela União Europeia em 2003 e atualizada em 2011 (nova RoHS) – tem o intuito de restringir o uso de certas substâncias perigosas (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo hexavalente, bromobifenilas – PBB e éteres de bromobifenilas – PBDE) em equipamentos eletroeletrônicos. Saliente-se ainda que, “no Brasil mesmo não existindo legislação similar à RoHS, observa-se que alguns fabricantes de computadores, aqui instalados, adotaram essa diretiva para comercialização no mercado interno e para exportação” (BRESCANSIN, et al., 2015, p. 1). No âmbito do IFPB – Campus Campina Grande são raras as exigências de critérios de sustentabilidade nas compras e contratações. Dentre as poucas ocorrências de inclusão de critérios sustentáveis, pode-se mencionar a aquisição de itens de Tecnologia da Informação que obedecem a Diretiva RoHS e a compra de ar-condicionado com exigência de Selo de Conservação de Energia do INMETRO ambos resultantes de pregões realizados em 2014; a aquisição de papel reciclado obtido por meio de adesão a uma ata de registro de preços de 2013 e, por fim, a compra de lâmpadas de LED por meio de um certame operacionalizado em 2017. Assim, as iniciativas têm sido isoladas e pouco abrangentes, demonstrando que não há uma política efetiva e consistente em prol da sustentabilidade, desperdiçando assim, um instrumento que poderia trazer resultados positivos na luta contra a degradação do meio ambiente. Além disso, não há discussão nem planejamento para tratar da questão e criar soluções efetivas que ajudem a tornar as licitações sustentáveis uma realidade, uma vez que essa é uma obrigação legal decorrente não só da Lei 12.349/2010, como também da própria Constituição. Diante dessa situação torna-se imperativo um projeto de intervenção que tenha como foco o processo de compras do IFPB – Campus Campina Grande, para que o mesmo possa se dar em consonância com a legislação vigente, sobretudo a Lei 12.349/2010, aos Decretos.

(21) 21. 7.746/2012 e 9.178/2017 e as Instruções Normativas 01/2010, 10/2012 e 2/2014 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e de outras normas, como as sugeridas pelo INMETRO, ABNT, CONAMA, diretiva RoHS, etc. A adaptação dos procedimentos de compras da instituição às normas legais referentes à sustentabilidade ambiental das licitações e a busca pela proteção ao meio ambiente representam as principais justificativas deste projeto de intervenção, que tem como objetivo geral: elaborar uma proposta de compras públicas sustentáveis baseada na legislação vigente e em consonância com os programas, planos e ações governamentais que estabelecem critérios de sustentabilidade nas aquisições públicas, com o propósito de nortear os processos licitatórios do IFPB – Campus Campina Grande, articulando essa nova proposta com a Política Ambiental da instituição. Para alcançar o objetivo geral, propõe-se os seguintes objetivos específicos: 1.. Averiguar a percepção dos principais requisitantes em relação a inclusão de. critérios de sustentabilidade nos itens solicitados por eles; 2.. Elencar as principais barreiras e desafios da implementação das compras. públicas sustentáveis na visão dos atores envolvidos nesse processo; 3.. Verificar quais são os fatores facilitadores para implementação das compras. sustentáveis no âmbito da instituição; 4.. Mapear o fluxo do processo de compras e sequenciar o processo decisório para. verificar em quais etapas os critérios de sustentabilidade podem ser implementados; 5.. Levantar sugestões dos entrevistados para construção do modelo de intervenção. que será proposto; 6.. Propor um modelo de inventário para acompanhamento da progressão da. inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental nas aquisições; 7.. Validar as alterações propostas junto aos gestores da instituição e demais atores. responsáveis pelo processo licitatório. Para lograr êxito e alcançar os objetivos especificados acima, a presente proposta de intervenção adota a seguinte estruturação: o primeiro capítulo refere-se a essa introdução com a apresentação inicial do tema, a justificativa e os objetivos propostos; o Capítulos 2 aborda a base teórica de suporte para elaboração da proposta de intervenção; o Capítulo 3 trata da caracterização da Instituição, com os dados históricos, estatísticos sobre a importância social do IFPB Campus Campina Grande; o Capítulo 4 discute a Metodologia, abordando de forma detalhada as ações desenvolvidas e etapas para alcançar os objetivos da presente proposta de intervenção; o Capítulo 5 diz respeito à Análise dos Dados que versa sobre os aspectos gerais da análise, apresenta informações para compreensão do Modelo Atual de Compras, no âmbito.

(22) 22. do IFPB – Campus Campina Grande; o Capítulo 6 apresenta a construção do novo modelo de compras com a inclusão de critérios de sustentabilidade para os bens (consumo e permanente) a serem adquiridos pela instituição; e, por fim, o Capítulo 7 refere-se às Considerações Finais, onde se enfatiza a viabilidade do modelo de compras sustentáveis proposto..

(23) 23. 2. REVISÃO DA LITERATURA Esse capítulo aborda a base teórica de suporte para elaboração da proposta de. intervenção. Mais especificamente, trata-se aqui do funcionamento do processo licitatório no serviço público federal, das licitações sustentáveis e suas principais finalidades, iniciativas e ferramentas em prol da sustentabilidade no processo licitatório e demais características que configuram esses procedimentos.. 2.1. LICITAÇÕES PÚBLICAS Muitos autores se debruçaram sobre a missão de elaborar um conceito para licitação,. como é o caso do eminente jurista Celso Antônio Bandeira de Mello que inclui em seu conceito os principais aspectos, princípios e finalidades. Nas suas palavras licitação seria: “Um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente entre os que preenchem os atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem assumir” (MELLO, 2010, p. 483).. De forma mais abrangente e levando em consideração a nova finalidade do processo licitatório, o consagrado autor Hely Lopes Meirelles propõe o seguinte conceito: “Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a: Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. Tem como pressuposto a competição” (MEIRELLES, 2016, p. 310).. Outro renomado autor que propôs uma definição para licitação foi Marçal Justen Filho (2014), trazendo para o conceito a inclusão do desenvolvimento nacional sustentável e a necessidade de competência específica para o ato. Segundo o autor licitação é: “...um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos visando a seleção da proposta de contratação mais vantajosa e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica” (JUSTEN FILHO, 2014, p. 495)..

(24) 24. Analisando esses conceitos e a legislação vigente, pode-se inferir que o processo licitatório persegue pelo menos três objetivos principais: busca pela oferta mais vantajosa para a Administração Pública; tratamento isonômico daqueles que desejam contratar com o serviço público; e, sua mais recente missão que é contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. No Brasil – com exceção das dispensas e inexigibilidades previstas em lei – a contratação de serviços e de aquisição de bens deve ser antecedida por processo licitatório, conforme determinado por diversos diplomas legislativos, a começar pela Constituição Federal de 1988 que em seu art. 37, inciso XXI estabelece: “XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.. As regras atinentes aos procedimentos licitatórios estão estabelecidas em legislação específica. Além da Constituição Federal há um número considerável de normas que tratam dessa temática, como por exemplo: Lei 10.520/2002 (instituiu a modalidade pregão para a aquisição de bens e serviços comuns); 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC); Lei 12.349/2010 (promoção do desenvolvimento nacional sustentável); Lei Complementar 123/2006 (tratamento diferenciado e favorecido de microempresas e empresas de pequeno porte – ME/EPP); além de uma série de decretos que regulamentam essas leis. No âmbito federal, em razão do comando emanado pelo art. 22, XXVII da Constituição Federal de 1988 que “reserva à União competência para legislar sobre normas gerais de licitação e contratação”, a União editou a Lei 8.666/1993 que regulamenta o processo licitatório, estabelecendo normas gerais para este instituto legal, conforme depreende-se do caput do seu art. 1º: “Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 1993).. Quanto aos princípios que regem o processo licitatório, podemos extraí-los do art. 3º da Lei de Licitação e Contratos. Essa lei esclarece que tais princípios se aplicam a quaisquer modalidades licitatórias. O art. 3º da Lei 8.666/993, dispõe que as licitações serão processadas.

(25) 25. e julgadas na conformidade dos seguintes princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade entre os licitantes, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo. Além dos princípios expressos na lei, os estudiosos da matéria apontam outros princípios implícitos que permeiam o processo licitatório. Di Pietro (2014), por exemplo, acrescenta aos já citados os princípios da ampla defesa e da licitação sustentável. Meirelles (2016), por sua vez, elenca os seguintes princípios, além dos expressos em lei: procedimento formal, sigilo das propostas, vinculação aos termos do instrumento convocatório e adjudicação compulsória. Já Justen Filho (2014) inclui, dentre outros princípios o da eficiência e da proporcionalidade. No que diz respeito aos aspectos procedimentais, a licitação inicia-se com a instauração do processo administrativo pela repartição interessada com o aval da autoridade competente para sua realização. Em seguida, o processo deve ser autuado, protocolado e numerado para formalização e acompanhamento de todos os interessados (CARVALHO FILHO, 2014). Esses procedimentos compõem a etapa interna da licitação. Completado esse ciclo, inicia-se a etapa externa que deve obediência à seguinte sequência: “audiência pública; edital ou convite de convocação dos interessados; habilitação dos licitantes; julgamento das propostas; adjudicação e homologação” (MEIRELLES, 2016, p. 337). A audiência pública só se faz necessária quando o valor estimado for considerado de grande vulto, ou seja, 100 vezes o limite previsto no art. 23, I, “c” da Lei Geral de Licitações. Assim, excetuando a audiência pública, pode-se desmembrar a licitação nas seguintes fases: a) edital – ato pelo qual são convocados os interessados e estabelecidas as condições que irão reger o certame, que deve ter divulgação oficial e particular obrigatória; b) habilitação – ato no qual se analisa a documentação (jurídica, técnica, econômico-financeira, fiscal e trabalhista) e os requisitos pessoais dos licitantes, habilitando-os ou não; c) julgamento das propostas com a classificação – ato no qual as propostas são confrontadas e classificadas para determinação do vencedor a quem deverá ser adjudicado o objeto da licitação; d) adjudicação – ato pelo qual se atribui ao vencedor (aquele que tenha apresentado proposta mais vantajosa para a administração) o objeto da licitação para a subsequente efetivação do contrato; e) homologação – ato de controle pelo qual a autoridade competente confirma a classificação das propostas e ratifica a adjudicação do objeto da licitação ao proponente vencedor (MEIRELLES, 2016; MELLO, 2013; DI PIETRO, 2014). A Figura 1 ilustra de forma mais simplificada como se desenvolvem as fases do processo licitatório, levando em consideração todos os passos até a sua conclusão, quando então, deve.

(26) 26. ser encaminhado ao setor financeiro para emissão do empenho e posterior envio ao patrimônio e/ou almoxarifado. Por fim, esse último setor remete os empenhos ao fornecedor e aguarda o recebimento dos materiais. Figura 1 – Fases da Licitação. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993. Quanto aos tipos de licitação há que se considerar os fatores de julgamento da proposta e as características do objeto licitado para definição do tipo de licitação mais adequado. Dessa forma, pode ser que, em determinado caso o fator preponderante seja o interesse econômico, em outros seja técnico ou mesmo a combinação desses dois (MEIRELLES, 2016). Com base nessas ponderações, pode-se delinear três tipos: de menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço. Além dessas, há o tipo maior lance ou oferta, utilizada nos casos de alienação de bens ou concessão de direito de uso real. A Lei 8.666/93 estabelece, em seu art. 45, § 1º, os Tipos de Licitação, aplicadas em todas, exceto na modalidade concurso, conforme descrição abaixo: “I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II – a de melhor técnica; III – a de técnica e preço; IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso”..

(27) 27. No que diz respeito aos limites, o art. 23 da mesma lei, esclarece que as modalidades de licitação serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: “I - Para obras e serviços de engenharia: a) Convite - até R$ 150.000,00; b) Tomada de Preços - até R$ 1.500.000,00; c) Concorrência: acima de R$ 1.500.000,00. II - Para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) Convite - até R$ 80.000,00; b) Tomada de preços - até R$ 650.000,00; c) Concorrência - acima de R$ 650.000,00”.. Para facilitar o entendimento sobre os tipos de licitação (que não devem ser confundidos com as modalidades), observe-se a Figura 2 para que se perceba que os tipos se referem a forma de julgamento do certame. Figura 2 – Tipos de Licitação. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993. A Figura 3 esclarece um pouco mais sobre como se dividem os limites, demonstrando que as obras e serviços de engenharia têm limites mais elevados do que as compras e serviços que não sejam de engenharia..

(28) 28. Figura 3 – Limites da Licitação. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993. Concernente às modalidades de licitação, a Lei nº 8.666/93 criou cinco, que são determinadas em função de limites para cada tipo de contratação. São elas: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Além dessas modalidades, destacam-se também o Pregão (presencial e eletrônico), o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) e procedimento chamado Sistema de Registro de Preços (SRP). Abaixo, detalhar-se-á cada um deles.. a). Concorrência Esta modalidade está prevista no art. 22, § 1º, da Lei n. 8.666/93. Nela podem participar. quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu item.. b). Tomada de Preços Prevista no art. 22, § 2º, a Tomada de Preços é a modalidade de licitação entre. interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação..

(29) 29. c). Convite Prevista no art. 22, § 3º, Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo. pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.. d). Concurso Prevista no art. 22, § 4º, Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer. interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.. e). Leilão Prevista no art. 22, § 4º, Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados. para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. A Figura 4 apresenta outras características sobre as modalidades para uma melhor compreender como e em quais casos, cada uma delas pode ser aplicada. Salientando-se que no caso das modalidades, nada impede que se utilize a concorrência nos demais casos e assim sucessivamente..

(30) 30. Figura 4 – Modalidades de Licitação. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993. f). Licitação Dispensada, Dispensável e Inexigibilidade Sabe-se que a regra geral para as contratações públicas é a obrigatoriedade de realização. de processo licitatório tanto para a aquisição de materiais (consumo e permanente) quanto para serviços e obras. Porém, a Lei de Licitações prevê algumas situações em que a obrigatoriedade de um certame fica afastada. Essas hipóteses podem ser enquadradas como Licitação Dispensada, Licitação Dispensável e Inexigibilidade. Os artigos 17, 24 e 25 da Lei 8.666/93 tratam dessas exceções. Licitação dispensada é aquela em que a lei declarou-a como tal, ou seja, não se faz licitação. Já com relação à licitação dispensável, a Administração pode dispensar se assim lhe convier. Por fim, a licitação inexigível é aplicada quando houver inviabilidade de competição. Em relação a esses casos, di Pietro assim se posiciona: “A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, inviável” (DI PIETRO, 2014, p. 395)..

(31) 31. Além das modalidades apontadas pela Lei 8.666/1993, o legislador inovou na criação de outros modelos e procedimentos, visando o aperfeiçoamento do regime de licitações para que alcance da economicidade e modernização dos certames.. g). Pregão Não obstante, o § 8º do art. 22 da Lei 8.666/1993 vede a criação de outras modalidades. de licitação ou sua combinação, a Lei nº 10.520/2002 instituiu, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a modalidade de licitação denominada Pregão para aquisição de bens e serviços comuns. Para Mello (2013), a edição da Lei 10.520/2002 remedia o vício de criação de nova modalidade, por ter esta lei caráter de norma geral, elaborada posteriormente à Lei 8.666/1993, o que para o autor supracitado, não configuraria afronta ou alteração de norma legal anterior, fato que permitiria a coexistência do pregão com às demais modalidades. Nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, o pregão “pode ser entendido como a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública” (MELLO, 2013, p. 574). O Decreto nº 3.555/2000 é quem regulamenta a modalidade Pregão no âmbito da União para o Pregão Presencial e, em seu art. 2º dá-nos a seguinte definição: “é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública por meio de propostas de preços escritas e lances verbais”. O parágrafo único do art. 1º “considera bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. Muitos autores, a exemplo de Mello (2013), Justen Filho (2014), di Pietro (2014) e Meirelles (2016), questionam essa definição devido a sua imprecisão. No caso do último autor supracitado, o mesmo defende que: “O conceito legal é insuficiente, visto que, a rigor, todos os bens licitados devem ser objetivamente definidos, em descrição sucinta e clara (Lei 8.666/93, art. 40, 1). O que caracteriza os bens e serviços comuns é sua padronização, ou seja, a possibilidade de substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência. No pregão o fator técnico não é levado em consideração, mas apenas o fator preço. O Dec. 3.555, de 8.8.2000 regulamenta a matéria, contendo o Anexo II, que relaciona os bens e serviços comuns. A lista é apenas exemplificativa e serve para orientar o administrador na caracterização do bem ou do serviço comum. O essencial é que o objeto licitado possa ser definido por meio de especificações usuais no mercado, o.

(32) 32. que não impede a exigência de requisitos mínimos de qualidade” (MEIRELLES, 2016, p. 399).. Quanto ao Pregão Eletrônico, este é regulamentado pelo Decreto nº 5.450/2005, esclarecendo que “o pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet”. Vale salientar que, segundo o art. 4º do Decreto n. 5.450/2005 nas licitações para aquisições de bens e serviços comuns, será preferencial a utilização de pregão eletrônico, salvo os casos de comprovada a inviabilidade. As regras do pregão também são inovadoras e simples. É prevista inversão das fases de habilitação e classificação dos licitantes. A inversão permite que seja examinada somente a documentação do participante que tenha apresentado a melhor proposta. O procedimento que vem sendo adotado nas concorrências obriga ao prévio exame da documentação de habilitação apresentada por todos os participantes, acarretando desnecessária lentidão na conclusão da licitação (MEIRELLES, 2016; MELLO, 2013; DI PIETRO, 2014; CARVALHO FILHO, 2014). A Figura 5 apresenta uma visão geral e sintética para que se possa visualizar de forma mais clara o funcionamento e os detalhes dessa nova modalidade denominada Pregão que foi instituída pela Lei 10.520/2002. Figura 5 – Características do Pregão. Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 10.520/2002.

(33) 33. Nos próximos subitens, discute-se dois novos mecanismos que não são propriamente modalidades de licitação, mas sim um conjunto de procedimentos que têm por finalidade racionalizar e facilitar os processos de aquisição de materiais e serviços. São eles o Sistema de Registro de Preços (SRP) e o Regime Diferenciado de Contratações (RDC).. h). Sistema de Registro de Preços (SRP) O Sistema de Registro de Preços (SRP) tem previsão na Lei 8.666/1993, cujo art. 15, II,. determina que as compras, sempre que possível, deverão ser processadas por meio de SRP. O Decreto 7.892/2013 é a norma que regulamenta o SRP, definindo-o como “o conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras” (art. 2º, I do decreto). Meirelles (2016) enfatiza que essa norma visa racionalizar e simplificar o processo de contratação, dotando-a de maior eficiência. Ademais, conforme expõe di Pietro, essa ferramenta “facilita as contratações futuras, evitando que, a cada vez, seja realizado novo procedimento de licitação” (DI PIETRO, 2014, p. 444), contribuindo para a economicidade dos processos licitatórios. Conforme depreendemos do art. 1º do Decreto, essa norma aplica-se apenas no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União. Compõem o SRP: Órgão Gerenciador, Órgão Participante, Órgão Não-Participante. Os incisos III, IV e V do art. 2º, definem cada um desses elementos conforme abaixo: “III - Órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente; IV - Órgão participante - órgão ou entidade da administração pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro de preços; V - Órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços”.. Segundo o art. 3º, o Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses: “I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;.

(34) 34. II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa; III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou, IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração”.. Antes do processo licitatório que dará origem ao SRP, há o procedimento conhecido como Intenção de Registro de Preços de que trata o art. 4º do Decreto 7.892/2013, que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do SIASG – Sistema de Administração de Serviços Gerais, com a finalidade de registrar e divulgar os itens que se pretende licitar, além de consolidar informações relativas à estimativa individual e total de consumo e confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o objeto a ser licitado (incisos II e V do art. 5º do decreto). Após a realização do pregão, o SRP resulta em uma Ata de Registro de Preços que é um documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas (art. 2º, II do decreto). De acordo com o § 3º do art. 15 da Lei de Licitações, o SRP deve observar as seguintes condições: (I) os preços registrados serão sempre selecionados através da modalidade concorrência; (II) estipulação prévia do sistema de controle e de atualização dos preços registrados; (III) a validade dos registros não excederá de um ano. Mesmo diante da determinação de utilização da modalidade concorrência, no caso de aquisição de “bens e serviços comuns”, o registro de preços poderá ser realizado por meio da modalidade “pregão”, de acordo com o previsto no art. 11 da Lei 10.520/2002 Importante mencionar ainda que, de acordo com o art. 15, § 4º da Lei 8.666/1993, a existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. Para auxiliar na compreensão do Sistema de Registro de Preços, elaborou-se a Figura 6 que aponta alguns dos principais aspectos e detalhes da estruturação desse procedimento especial criado para mitigar os efeitos negativos da escassez de recursos..

(35) 35. Figura 6 – Características do Sistema de Registro de Preços. Fonte: Elaborado pelo autor com base no Decreto 7.892/2013. i). Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) O Regime Diferenciado de Contratação Pública (RDC), visa modernizar e acelerar os. processos licitatórios. Esse regime foi editado com vigência temporária para atender as demandas dos grandes eventos esportivos realizados no Brasil e, posteriormente, foi ampliado para uma série de ações estratégicas. O RDC foi instituído pela Lei nº 12.462, de 04 de agosto de 2011, para ser aplicado exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização dos seguintes eventos: I – Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; II – Copa das Confederações da Fifa 2013 e Copa do Mundo 2014; e III – obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II. Devido as alterações posteriores, o RDC passou a ser aplicado a uma série de ações que ampliou muito o escopo de atuação desse regime, conforme depreende-se das informações constantes do Quadro 1..

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