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CONSTRUINDO INDICADORES DE VALORAÇÃO AMBIENTAL PARA AVALIAR AS RELAÇÕES ENTRE A PAISAGEM E AS COMUNIDADES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR – NÚCLEO SANTA VIRGÍNIA (SP)

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CONSTRUINDO INDICADORES DE VALORAÇÃO AMBIENTAL

PARA AVALIAR AS RELAÇÕES ENTRE A PAISAGEM E AS

COMUNIDADES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR

NÚCLEO SANTA VIRGÍNIA (SP)

Juliana Marcondes Bussolotti1 Solange T. de Lima Guimarães2 Maria de Jesus Robim3

INTRODUÇÃO

O projeto intitulado ‘Construindo indicadores de valoração ambiental para avaliar as relações entre a paisagem e as comunidades do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia (SP), propõe-se a refletir sobre as relações entre as comunidades e suas vivências ambientais na paisagem natural e cultural criando indicadores para avaliar as ações do grupo envolvido no Conselho do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), Núcleo Santa Virgínia, a partir da análise da história de vida e das representações sociais do grupo estudado.

1Juliana Marcondes Bussolotti - http://lattes.cnpq.br/5232556966245150

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia IGCE Unesp Rio Claro. Linha de Pesquisa:

Análise Ambiental e Sistemas de Informação Geográfica. Contato: julianabussolotti@gmail.com 2 Solange T. de Lima Guimarães – http://lattes.cnpq.br/6635058136218303

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vivido na unidade de conservação.

JUSTIFICATIVA

É no espaço vivido pelas comunidades envolvidas com a área protegida que a

sua identidade territorial e paisagística é criada e por conseqüência a sustentabilidade deste ambiente.

É a partir da cosmovisão, ou seja, do mundo vivido de cada sujeito e comunidade

envolvidos na Unidade de Conservação que poderemos criar indicadores ambientais para avaliar as expectativas, as motivações e as ações do conselho consultivo do Núcleo Santa Virgínia e do Programa de Manejo de Interação Socioambiental do PESM.

Pretende-se, então, selecionar indicadores de valoração ambiental para áreas protegidas a partir da análise e interpretação da percepção da paisagem entendida aqui como espaço vivido e da compreensão de mundo, ou seja, a cosmovisão da população

que vive nesta região. Analisará como estas comunidades constituem sua experiência de pertencimento a paisagem e criam a representação de lugar.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A percepção e interpretação ambiental das diferentes comunidades envolvidas com o Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia é o tema central deste trabalho.

O espaço vivido, onde se dá as relações entre comunidade do entorno e a interna

da Unidade de Conservação e os funcionários desta área compõem o universo analisado. Este estudo nos levará a compreender esse espaço vivido não somente pelas motivações

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Na perspectiva fenomenológica, que critica o excessivo economicismo da corrente marxista, os estudos regionais foram enriquecidos ao levar em consideração as experiências vividas como uma etapa metodológica importante e fundamental para o conhecimento. O espaço, por causa de sua dimensão abstrata, deixou de ser a referência central. A referência passou a ser o espaço vivido, que possibilita entender a região como uma construção mental individual inscrita na consciência coletiva (FRÉMONT apud FRANÇA; LEITE, 2008).

Normalmente, as ações relacionadas às políticas públicas e governamentais desconsideram a possibilidade de criação de uma dinâmica relacional e social a partir do olhar dos grupos sociais que compõem uma área protegida. Não há um Plano Estratégico de intervenção para a conquista da autonomia e cidadania plena destes grupos que leve em consideração o mundo vivido e a cosmovisão (paisagem intangível)

de cada indivíduo e suas comunidades e as relações no espaço vivido (paisagem

tangível) do entorno e na Unidade de Conservação.

As diferentes concepções acerca da paisagem e, por conseqüência - as diferentes percepções para a construção de uma cosmovisão em uma conexão consciente de

problemas e soluções nas experiências de vida determinam o quadro em que se encontram as relações dos grupos sociais dentro e no entorno das Unidades de Conservação. Analisaremos como se dá a construção desta cosmovisão gerando uma

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Ao retomarmos os aspectos subjetivos da experiência e construção do sentido do lugar, temos uma valorização dos elementos e situações relacionados ao espaço

vivido, e consequentemente dos territórios envolvidos, dos sentimentos de pertinência e

das relações de alteridades existentes. O significado de um lugar é construído pelo sujeito no decorrer de todas as suas experiências com o meio ambiente, sendo estas compostasde percepção, memória, lógica e fé” (LOWENTHAL, 1982, p.123).

O espaço vivido está relacionado à idéia de topofilia como o de topofobia,

entendendo como “todos os laços afetivos dos seres humanos com o meio ambiente. (...) associa sentimento com lugar.” (TUAN, 1980, p. 106 -129).

Segundo Guimarães (2007, p.98):

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significado existencial das paisagens, partindo da relevância de seus lugares como “centros de significados e intenções”, bem como dos processos de desconstrução do

sentido de lugar. O autor analisa as implicações culturais e psicossociais para os seres humanos, os aspectos relacionados à dimensão da experiência coletiva ou à individual, associados às atitudes pessoais, disposições causais internas e externas, impregnadas de componentes cognitivos, afetivos e comportamentais, plenos de significação e valores. (GUIMARÃES, 2007).

De acordo com o autor, “O espaço percebido se dá também no domínio direto das emoções nos encontros com os espaços da terra, do mar e do céu ou com os espaços criados e construídos” (RELPH, 1976, p. 10):

O planejamento, a gestão e a proteção dos recursos paisagísticos naturais e construídos envolvem essencialmente a inter-relação entre os seres humanos e suas paisagens, fundamentados em aspectos concernentes às experiências/vivências ambientais, às atitudes, condutas e valorações relativas às dimensões objetivas e subjetivas, tangíveis ou não, porém, intrínsecas à dinâmica de vida das diferentes populações e de suas respectivas culturas, às formas de cognição, percepção, interpretação e representação do meio ambiente, de construção do sentido de lugar, do sentimento de enraizar-se, bem como do significado de pertinência em relação a uma paisagem e suas relações identitárias. (GUIMARÃES, 2005, p.202).

METODOLOGIA

Descrição da Área de Estudo:

O Parque foi criado pelo Decreto Estadual nº 10.251, de 30 de agosto de 1977 (SÃO PAULO, 1977), abrangendo áreas particulares e incorporando Reservas Estaduais pré-existentes.

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A área do Parque está incluída na Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, fazendo parte também da área considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O Parque possui oito núcleos administrativos, sendo que três sedes estão localizadas no planalto – Cunha, São Luiz do Paraitinga e Curucutu –, e cinco na baixada litorânea – Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Cubatão e Pedro de Toledo).

A seguir será caracterizada a área de estudo deste projeto, com base nas informações contidas no Plano de Gestão (SÃO PAULO, 1998) e Plano de Manejo (SÃO PAULO, 2006):

O Núcleo Santa Virgínia abrange uma área aproximada de 17.000 ha, nos municípios de São Luiz do Paraitinga – onde está localizada a sua sede administrativa – Natividade da Serra, Cunha e Ubatuba.

A área do Núcleo encontra-se na macro unidade geomorfológica do Planalto Atlântico Paulista, no reverso imediato das escarpas da Serra do Mar. O relevo é fortemente escarpado, com vales encaixados e vertentes retilíneas, com altitudes que variam de 860 a 1.500 metros. A área é constituída principalmente por granitóides do Proterozóico Superior, domínio do Complexo Embu. Sua cobertura pedológica é pouco profunda, sendo classificada como tipo Solos de Campos do Jordão.

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Liophis atraventer (anfíbios). Provavelmente também ocorre a tartaruga Hydromedusa maximiliani, vulnerável segundo a lista do estado de São Paulo e da União Internacional

para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais das espécies ameaçadas - IUCN. Outra espécie chave presente no núcleo é a Pirapitinga (Brycon sp), peixe

endêmico da bacia do rio Paraibuna.

A área abriga várias espécies importantes em vias de extinção, como o mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), a onça-pintada (Panthera onca), a jacutinga

(Pipile jacutinga), o macuco (Tinamus solitarius), a sabiácica (Triclaria malachitacea),

a lontra (Lutra spp), dentre outras, e em especial, a pirapitinga Brycon sp, peixe

endêmico da bacia do Rio Paraibuna.

O núcleo está inserido na bacia hidrográfica do Rio Paraibuna, que ao juntar-se com o rio Paraitinga forma o rio Paraíba do Sul, e ainda em pequena porção na bacia do rio Itamambuca que drena em direção ao litoral.

Dentre as atividades conflitantes com os objetivos de manejo da UC, merecem destaque: invasão da área por quadrilhas de palmiteiros e caçadores; existência de ocupantes na área do Núcleo, nas quais persistem atividades agropecuárias, as quais comprometem a proteção e a regeneração dos recursos naturais objetivadas para a área; ausência de demarcação física dos limites do PESM - na região fato o qual gera dúvidas e conflitos com a comunidade inserida na UC; Demora no Processo de desapropriação das propriedades particulares.

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A atividade de maior destaque em relação ao ecoturismo no Núcleo Santa Virgínia é a prática do rafting no Rio Paraitinga, atualmente paralisada em função da

necessidade de regulamentação da operação e da definição da capacidade de suporte e de um sistema de monitoramento e gestão da atividade.

Dentre as atividades previstas no Plano de Manejo para o programa de manejo do uso público, visando o estímulo ao aumento da visitação e incremento do ecoturismo, destacam-se a implantação do Projeto Grandes Trilhas, com a implantação das Trilhas do Pirapitinga (Núcleo Santa Virgínia), do Palmital (Núcleos Santa Virgínia/Cunha), e Trilha do Corcovado (Núcleos Santa Virgínia e Picinguaba).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O exercício da reflexão sobre o método que escolhermos para direcionar nosso conhecimento e prática em áreas protegidas, explicita as concepções reais que temos e que criamos, no caso, sobre a natureza e nossa relação com esta natureza.

Refletir-se-á como se poderá definir esta realidade do ponto de vista tanto dos moradores quanto do pesquisador das áreas protegidas, como do seu entorno, e utilizará o Método Fenomenológico-Hermenêutico como referencial para esta análise. Parte-se, também, do pressuposto de Heisenberg, pelo qual “não conhecemos do real senão a nossa intervenção, pois não é possível observar ou medir um objeto sem o transformá-lo” (SANTOS, 1987, p. 25).

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cosmovisão, e toda filosofia é uma filosofia de vida (DILTHEY, 1992).

A perspectiva fenomenológica pretende ser uma crítica de toda a tradição especulativa ou idealista. Quer uma apreensão pura das essências, capaz de descrever a experiência total do vivido, do humano. A corrente filosófica fundada por Edmund Husserl criou um método de fundamentação da ciência e desconstituição da filosofia como ciência rigorosa. Como uma volta às coisas mesmas, aos fenômenos, aquilo que aparece à consciência. ‘Eu me apreendo como pensando alguma coisa’ pois toda

consciência é consciência de alguma coisa, definindo a própria consciência como intencional (HUSSERL apud SPOSITO, 2004).

A fenomenologia ultrapassa simultaneamente o realismo (na medida em que toda significação remete a uma consciência transcendental, doadora de sentido), e o idealismo (na medida em que toda consciência visa a um objeto transcendente). O outro é aquele que me vê, não só quem eu vejo, fonte transcendental de um mundo que lhe é dado. Para Lencioni (2003, p.150), a intencionalidade da consciência é considerada chave do método, porque a percepção advinda da experiência vivida é etapa metodológica importante e fundamental; o espaço vivido como revelador das práticas

sociais passa a ser a referência central, centro da análise.

É nesse espaço que precisamos situar a discussão do sujeito na relação com as áreas protegidas, devemos “considerar as diferentes maneiras de experienciar (sensório motora, tátil, visual, conceitual) e interpretar espaço e lugar como imagens de sentimentos complexos – muitas vezes ambivalentes” (TUAN, 1983, p.7).

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experiência” (RICOEUR apud CARVALHO, 1994, p. 119).

A memória autobiográfica pode ser compreendida não como reprodução de eventos passados, “mas como reconstruções congruentes à compreensão atual; o presente é explicado, tendo como referência o passado reconstruído e ambos são utilizados para gerar expectativas sobre o futuro”. (MELLEIRO; GUALDA, 2003).

O trabalho explorará as visões de mundo, os processos de subjetivação e de identificação presentes, buscando compreender o imaginário e a realidade do grupo envolvido no conselho consultivo do Núcleo Santa Virginia (PESM), a partir de duas questões básicas: a da identidade e a da percepção da paisagem. Ao dar voz a este grupo, pode-se considerar suas concepções de mundo e dialogar com sua realidade e negociar o futuro coletivo das relações entre sociedade e natureza.

A partir de histórias gravadas serão recortadas as falas, aquilo que se encaixa no conteúdo de um texto. Há decisões sobre a forma, ordem e estilo de apresentação e de como os fragmentos da vida têm que ser obtidos das entrevistas que serão descritas. Será elaborada uma pós-história, apontando o significado das narrativas, editando e reconstruindo o que foi dito.

Representações Sociais

As representações sociais são uma uma forma de conhecimento socialmente

elaborado e partilhado levando a construção de uma realidade. O espaço vivido na

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Sendo assim, a paisagem combina a forma e o processo de elaboração de conceitos e informações provindas do cotidiano e compartilhadas no mesmo. A idéia que se constitui em torno de um fenômeno/objeto não se realiza de forma fechada, estanque, mas de forma estruturada, conflituosa, direta ou indiretamente ligada ao ambiente socialmente construído pelo grupo.

A investigação partirá do levantamento das representações sociais do grupo envolvido no conselho consultivo. O procedimento da pesquisa envolverá a observação, aplicação de questionários, atividades em grupo e entrevistas.

REFERÊNCIAS

BERTRAND, G.; BERTRAND, C.; PASSOS, M.M. (Org.) Uma geografia transversal e de travessias: o meio ambiente através dos territórios e das temporalidades. Maringá: Massoni, 2007, p. 290-291.

CARVALHO, I.C. M. Biografia, identidade e narrativa: elementos para uma análise

hermenêutica, Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 19, p. 283-302,

julho de 2003.

DILTHEY, W. Teoria das concepções do mundo. Lisboa: Edições 70, 1992.

FRANÇA, K. C. B. de; LEITE, S. S. C. A geografia e seus conceitos: adeus região e viva ao território? In: I Colóquio Brasileiro de história do pensamento

geográfico.Universidade Federal de Uberlândia, entre os dias 27 e 30 de abril, em Uberlândia, Minas Gerais. 2008. Disponível em:

http://www.ig.ufu.br/coloquio/textos/FRAN%C7A,%20Karla%20Christina%20Batista %20de.pdf .Acesso em: 17 de abril de 2009.

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LENCIONI, S. Região e geografia. São Paulo: Universidade de São Paulo – Edusp, 2003.

LOWENTHAL, D. Geografia, experiência e imaginação: em direção a uma

epistemologia geográfica. In: CHRISTOFOLETTI, A. Perspectivas da geografia. Rio Claro: DIFEL, 1982, p. 103 – 141.

MELLEIRO, M. M. ; GUALDA, Du. M. R. O método biográfico interpretativo na compreensão de experiências e expressões de gestantes usuárias de um serviço de saúde, Revista Escola Enfermagem, São Paulo, USP, 2003.

RELPH, E. Place and placelessness. London: Pion Limited, 1976.

ROSSI, R. Representações sociais, gênero e justiça ambiental: as relações entre as mulheres chefes de família e o Arroio do Padre em Ponta Grossa-PR. Anais do VII Seminário Fazendo Gênero. 28, 29 e 30 de 2006.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 1987.

SÃO PAULO (Estado). Decreto Nº 10.251, de 30 de agosto de 1977. Cria o Parque Estadual da Serra do Mar e dá providências correlatas1977. 137p.

SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente/Instituto Florestal. Planos de manejo das unidades de conservação-Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia.1998.

____________. Secretaria do Meio Ambiente/Instituto Florestal. Parque Estadual da Serra do Mar - Plano de Manejo. São Paulo, 2006. 441p.

SPOSITO, E. S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: UNESP, 2004.

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