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Dinoflagelados. Nomenclatura portuguesa

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(1)

Dinoflagelados

Nomenclatura

portuguesa'"?

Lígia Sousa

(1,2,a),

M. R. Rivas-Carballo

(3, b)

&

João Pais

(1, c)

I-Centro de Estudos Geológicos,Dep. Ciências daTerra,Faculdade de Ciências e Tecnologia(UNL), QuintadaTorre, 2825-114 Caparica, Por-tugal.

2 - Bolseira deDoutoramento BD/9094/96ao abrigo do Programa PraxisXXI.

3- Depto.Geología,Facultad deCiencias,Universidadde Salamanca, 37008 Salamanca,Espana.

a - Is@mail.fct.unl.pt;b - crivas@gugu.usal.es;c - jjp@mail.fct.unl.pt.

RESUMO

Palavras-chave: dinoflagelados;biologia; taxonomia;ecologia; paleoecologia; biostratigrafia.

Os dinoflagelados são microorganismos unicelulares,planctónicos que,em determinadas condições,podem produzir quis-tos susceptíveis de fossilizarem.Estes quistos são abundantes nos sedimentos desde o Paleozóico, proporcionando importante informaçãobiostratigráfica e paleoecológica.

Em Portugal, o estudo de dinoflagelados está ainda numa fase incipiente. Tendo em conta osúltimos desenvolvimentos neste domínio,apresenta-se nomenclatura actualizada em língua portuguesa,referenteàbiologia,taxonomia,ecologia, paleoeco

-logia e biostratigrafia.

ABSTRACT

Key-words: dinoflagellates ;biology;taxonomy;ecology;palaeoecology;biostratigraphy.

Dinoflagellates are planktonic unicellularmicroorganisms, that under certain conditions may produce cystsprone to fos-silization. Thesecysts are abundant in the sedimentaryrecord since the Palaeozoic, supplying important biostratigraphical and palaeoecological infonnation.

ln Portugal,the studyof dinoflagellatesisstiU in its beginnings. Considering the late developments in this domain,an up-dated nomenclature in Portugueselanguage is presented, pertainingto it's biology,taxonomy,ecology, palaeoecology and bio-stratigraphy.

1.

INTRODUÇÃO

Os principais organismos produtores dos

oce-anos são algas microscópicas. Flutuam, fazendo

parte do plâncton - conjunto de microorganismos

vegetais (fitoplâncton) e animais (zooplâncton) que

vivem em suspensão na água. Constituem o

pri-meiro elo da cadeia alimentar dos seres marinhos

.

Na globalidade, o plâncton constitui a maior e mais

diversificada comunidade de seres vivos.

As

diato-máceas, os cocolitoforídeos e os dinotlagelados

constituem componentes essenciais do fitoplâncton

.

* -

Faz-se a caracterização dos Dinoflagelados em língua portuguesa.Para o efeito foram tidas em conta diversaspublicações, nomeadamente as de Fensomeet ai.(1996) e Williams&Fensome (1999).

(2)

Ciências da Terra (UNI), 13

Os restos destes microorganismos, após a

morte, caem para

.o

fundo

.

Alguns são digeridos ou

decompostos por bactérias

.

O fundo vai-se

enrique-cendo de fosfatos, nitratos e dióxido de carbono.

Estes materiais podem ascender

à

superficie devido

a correntes ascendentes oceânicas ("up-welling")

ficando, de novo,

à

disposição dos seres vivos.

O fitoplâncton é mais abundante nos locais onde as

águas profundas e ricas de nutrientes atingem a

superficie.

Os organismos do plâncton vivem

,

preferente-mente

,

próximo da superfície dos oceanos. Todavia,

o excesso de radiação solar é mal tolerado e os

organismos mergulham até zonas de radiação

óptima. Os dinoflagelados preferem relações

cons-tantes luz-temperatura. As maiores concentrações

ocorrem entre os 18 e os 90 metros. Provavelmente,

não ultrapassam os 200 metros de profundidade.

Os dinoflagelados são um dos membros mais

importantes do fitoplâncton em ecossistemas

mari-nhos e de água doce. São organismos planctónicos,

geralmente vivem isolados mas, em alguns casos,

formam colónias

.

São incluídos, classicamente, no

Reino Protista, divisão Dinoflagellata (do grego

dinos

,

rotação em espiral e do latim

flagellum,

pequeno chicote). Antigamente, os zoólogos

clas-sificaram-nos como protozoários e os botânicos

como algas.

Um organismo, para ser diagnosticado ou

reconhecido como dinoflagelado, tem de

,

em algum

estádio do seu ciclo de vida, ser constituído por uma

célula com dois flagelos diferentes e/ou possuir tipo

especial de núcleo designado por dinocarion

(defi-nido adiante).

São dotados de esqueleto externo

essencial-mente de natureza celulósica, constituinte típico das

células vegetais. Noutros,

à

semelhança de muitas

células animais, é composto por um conjunto

com-plexo de membranas

.

A forma é variável, geralmente ovóide

acha-tada

.

São quase todos autotráficos. Estão

represen-tados desde o Triásico (210-245 Ma) até a

actua-lidade.

2.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Baker, em 1753, foi provavelmente o

pri-meiro a identificar um dinoflagelado vivo.

Descre-veu

Noctiluca,

que pode ter diâmetro superior a

2 mm. Dinoflagelados fósseis foram observados

pela primeira vez em 1836 por Ehrenberg

,

que

publicou os resultados em 1838. Neste trabalho

identificou dois tipos de microfósseis no Cretácico

e, devido às semelhanças com formas modernas,

reconheceu um deles como Dinoflagelado e

desig-nou-o por

Peridinium.

O outro tipo, constituído por

zigosporos siliciosos com um corpo esférico

coberto de apêndices, foi considerado afim da alga

verde de água

doceXanthidium.

Em 1845, Mantell,

demonstrou que estes corpos esféricos com

apêndi-ces eram orgânicos e mais tarde incluiu-os no

género

Spiniferites.

Wetzel (1933), com base nas

descrições de Mantell, designou por

Hystrichos-phaera

formas com corpo esférico e com

apêndi-ces. Esta designação passou a ser usada para

micro-fósseis com parede orgânica com apêndices de

afinidade desconhecida.

Evitt (1961, 1963) reconheceu a presença de

aberturas regulares em dinoflagelados fósseis e em

muitas histricosferas. Estas foram interpretadas

correctamente como os orifícios dos quistos

atra-vés dos quais a célula móvel se liberta.

Actual-mente

,

sabe-se que muitos dinoflagelados fósseis,

incluindo os que foram referidos como

histricosfe-ras, são quistos. Mas, alguns que não apresentam

aberturas, foram incluídos no grupo dos acritarcas

(microfósseis com parede orgânica com afinidade

biológica desconhecida). Muitas das

histricosfe-ras do Paleozóico são, possivelmente, acritarcas

enquanto as do Meso-Cenozóico correspondem a

quistos de dinoflagelados.

3.

BIOLOGIA

3.1 Morfologia

Os dinoflagelados são, geralmente,

organis-mos unicelulares, microscópicos, com dimensões

entre 5 e 100 11m de diâmetro, ainda que alguns

"

gigantes" possam ultrapassar 2 mm.

Frequente-mente ocorrem como célula móvel por possuírem

dois flagelos diferentes originados a partir de um

único poro

.

Um dos flagelos é transversal

,

tem

forma de fita ondulante, circunda o corpo e está,

normalmente, alojado num sulco equatorial

deno-minado cíngulo

(cingulum),

permitindo

movimen-tos de rotação. Outro, longitudinal

,

é geralmente

cilíndrico e menos ondulante, estende-se para o

exterior a partir de um sulco médio (sulco

longitu-dinal ou

sulcus)

e é responsável por movimentos

de translação. O bater simultâneo dos flagelos

per-mite-lhes manter a posição no meio aquático e

des-locarem-se com movimento helicoidal. A migração

(3)

na água pode atingir velocidades entre 75 a 370

um/s, ou seja, 20 a 30 metros em 24 horas.

Podem ser autotróficos ou heterotróficos. Os

primeiros contêm clorop1astos e são fotos sintéticos.

Os segundos não apresentam clorop1astos e

alimen-tam-se, como os animais: halozóicos -

ingestão de

partículas alimentares e saprófitos -

absorção de

material alimentar dissolvido.

Os pigmentos presentes nos dinoflage1ados são

as clorofIlas a e

C2

e a xantofila, peridina. Também

contêm B-carotenos e pequenas quantidades de

dia-dinoxantina, diatoxantina e dinoxantina.

O núcleo dos dinoflage1ados é tipicamente

eucariota. Denomina-se dinocarion (Subdivisião

Dinokaryota), por os cromossomas estarem sempre

condensados e visíveis durante o ciclo mitótico;

ao contrário de um eucariota normal, em que os

cromossomas se separam durante a interfase,

tor-nando-se invisíveis. Além disso, no dinocarion, a

mitose é "fechada", ou seja, a membrana nuclear

não se rompe durante a divisão mitótica e o fuso

cromático é extranuclear, não estando associado aos

centríolos; os filamentos passam através de

invagi-nações que se formam no núcleo durante a prófase.

Outra característica do dinocarion é conter uma

ele-vada quantidade de DNA sem histonas (proteínas

básicas) e, portanto, de nucleossomas. O citoplasma

contém clorop1astos, vacúolos, complexo de Go1gi,

mitocôndrias, microcorpos e reservas alimentares.

A parede externa das células dos

dinoflage-lados tem estrutura complexa, e é denominada

Película

Vesícula anfiesmal

A

anfiesma (Morri1

&

Loeb1ich III, 1983) ou cortex

(Netzel

&

Dõrr,

1984). As células móveis dos

dino-flagelados são rodeadas por uma membrana

celu-lar designada plasmalema. Por baixo dela existe,

quase sempre, uma camada simples de vesículas

anfiesmais. A célula pode estar envolvida por um

esqueleto externo, a teca, formado por placas de

natureza celulósica -

dinoflagelados tecados ou

couraçados. Quando as vesículas não apresentam

placas, os dinoflage1ados designam-se por atecados

ou não couraçados.

Nas formas tecadas cada vesícula anfiesma1

contém uma placa da teca. Estas podem ser finas e

difíceis de observar, a espessas e bastante

ornamen-tadas. Entre as placas, existem suturas que dão

fle-xibilidade e permitem o crescimento. O arranjo

destas placas (tabulação) é constante para cada

espécie.

Nos dinoflagelados atecados, a célula está

pro-tegida por um invólucro proteico e flexível.

Algu-mas espécies podem desenvolver um esqueleto

interno constituído por calcário ou, raramente, por

sílica. Em alguns dinoflagelados atecados existe

uma membrana muito fina e descontínua no interior

das vesículas do anfiesma, semelhante à camada

percursora das placas nas formas tecadas. Segundo

Morril

&

Loeblich III (1983), a membrana que

deli-mita as vesículas anfiesmais pode romper-se

par-cialmente e constituir a película (fig. IA); em

regra, a película constitui uma camada interna

indi-vidualizada das vesículas anfiesmais (fig. 1B).

B

Figura 1 - Relação entre a película e as vesículas do anfiesma. A - película

formada por fusão de material percursor dentro da vesícula;

B - película formada por baixo das vesículas (modificado de

Taylor, 1990 in Fensome et al.,

1996).

(4)

Ciências da Terra (UNI), 13

PÓLO ANTERIOR OU APl CAL

cíngulo[ flagelo longitudinal

LADO VENTRAL

corno apical epissoma hipossoma

LADO DORSAL

PÓLO POSTERIOR OU ANTAPlCAL

Figura 2 -

Morfologia e orientação de um dinotlagelado móvel tecado

(modificado de Evitt, 1985

in

Fensome

et

ai.,

1996).

A película é constituída

,

fundamentalmente, por

celulose, às vezes com dinosporina. Em alguns

géneros atecados (Balechina, Ptychodiscus e

Noctiluca), a película forma a camada principal

do anfiesma e as células são designadas

pelicu-ladas.

A película pode existir por baixo da teca

(Ale-xandrium e Scrippsiella); constitui a parede dos

quistos e pode fossilizar.

No que diz respeito à orientação (fig. 2),

con-sidera-se que a extremidade da célula oposta ao

flagelo longitudinal constituiu o

pólo anterior ou

apical (apex)

e a que o contém o

pólo posterior ou

antapical (antapex).

O lado de onde emergem os

flagelos e que apresenta o sulco longitudinal

cons-titui o

lado ventral

e o oposto o

lado dorsal.

O

lado esquerdo e direito são convencionalmente

definidos como no Homem

.

Por último

,

toda a parte

da célula anterior ao cíngulo constitui o

epissoma

(epiteca ou epitracto

nas formas tecadas,

epicone

nas atecadas e

epiquisto

nos quistos) e a zona

pos-terior ao cíngulo é o

hipossoma (hipoteca ou

hipo-tracto

nas formas tecadas,

hipocone

nas atecadas e

hipoquisto

nos quistos).

A forma é variável. Geralmente são ovóides,

com um prolongamento ou corno no extremo

ante-rior

(corno apical)

e, às vezes

,

com outro,

arredon-dado, ou com dois, normalmente desiguais

,

no

extremo posterior

(cornos antapicais)

que

,

em

regra, é mais desenvolvida que a apical.

3.2 Ciclo de vida

A reprodução pode ser vegetativa, assexuada

ou sexuada. O ciclo de vida pode ser

surpreenden-temente complexo, com vários estádios (fig

.

3). No

entanto, a maioria das espécies tem, pelo menos

,

um

estádio móvel biflagelado

.

Alguns ocorrem como

células amebóides, células multinucleadas, células

com apêndices, formas filamentosas ou colunas

semelhantes a fitas de células. Os dinoflagelados

actuais produzem diversos quistos (células com

parede contínua e sem flagelos): quistos de

resis-tência de períodos longos

,

temporários de pequena

duração ou vegetativos. As membranas e paredes de

dinoflagelados móveis e as paredes de muitos

quis-tos temporários e vegetativos são rapidamente

des-truídos pela acção bacteriana após a morte.

Contra-riamente, a parede dos quistos de resistência

é

geralmente composta por material muito resistente

(geralmente orgânico -

dinosporina,

semelhante

à esporopolenina), mas ocasionalmente é

inorgâ-nica (carbonato de cálcio ou sílica) e pode

(5)

fossili

-/

hipnozigoto (quisto)

® _

(jJ

_~,

planozigoto

-

-

-

_

_ _

ENQUISTA.MEN

TO

-2n n \ móvel móvel ~

~

-~ 2n não móvel registo fóssil

Figura 3 - Ciclo biológico completo dos dinoflagelados. Inclui reprodução assexuada, sexuada e formação do

quisto (modificado de Evitt,

1985

in

Fensome

et aI

.

,

1996)

.

zar. Consequentemente acredita-se que muitos

dinoflagelados fósseis são quistos de resistência.

O ciclo de vida, salvo raras excepções, é

haplobiôntico, pelo que a maioria dos

dinoflagela-dos conhecidinoflagela-dos são haplóides. Em geral, o ciclo

implica unicamente a reprodução assexuada por

bipartição, em que invariavelmente participam

células móveis. A reprodução sexuada é apenas

conhecida em I % das espécies actuais; pensa-se

que seja mais frequente, podendo ser tanto

iso-como anisogâmica. Após a fusão plasmática, o

zigoto

(planozigoto)

pode sofrer meios e ou, sob

condições desfavoráveis de meio, originar um

hipnozigoto.

Este constitui um quisto de

resistên-cia,

passando os dinoflagelados a um estádio de

vida latente

.

Para manter a estabilidade do quisto no

interior da teca

,

algumas formas desenvolvem

pro-jecções, mais ou menos numerosas, com

extremida-des distais variadas consoante as espécies. A célula

contrai-se no interior da teca e forma-se um

invó-lucro quitinoso que pode reflectir a morfologia

externa da forma móvel. Quando a contracção da

célula no interior da teca é pequena,

a parede do

quisto tem a mesma forma e pode conservar

vestí-gios das linhas de sutura, impressão de poros,

bandas de crescimento, etc. No interior do quisto

ficam retidos o citoplasma, o núcleo e as reservas

nucleares. Ulteriormente, o quisto perde a

mobili-dade, afunda-se e deposita-se no sedimento. As

placas exteriores da forma móvel desagregam-se

rapidamente. Depois de um tempo variável e,

logo

que as condições do meio se tornem propícias, o

quisto abre-se,

saindo uma forma livre,

unifla-gelada,

que rapidamente passa a forma móvel com

dois flagelos que,

por meiose,

encerra o ciclo. O

quisto

,

por ser imóvel,

comporta-se como uma

par-tícula sedimentar de parede resistente, susceptível

de fossilizar

.

3.3 Morfologia do quisto

Quando o quisto se forma no interior da teca,

a parede externa desenvolve-se imediatamente por

baixo dela, pelo que o aspecto do quisto é

aproxi-madamente igual ao da célula móvel. Estes quistos

(6)

Ciências da Terra (UNL), 13

Figura 4 - Tipos de quistos dependendo da relação entre a altura dos processos e o

diâmetro menor do corpo central (modificado de Sarjeant, 1982

in

Fensome

et aI., 1996).

denominam-se proximados e, em geral

,

carecem

de qualquer tipo de projecções externas

.

Pelo

con-trário, há quistos muito diferentes da célula-mãe;

são formados por um corpo central,

aproximada-mente esférico, rodeado por projecções ou cristas.

Denominam-se de corados ou proximocorados

conforme a altura das projecções em relação ao

diâ-metro do corpo central (fig. 4). Para alguns autores,

o crescimento destes apêndices é ulterior à

liberta-ção do quisto, no entanto

,

para outros

,

é

responsá-vel pela ruptura da teca.

3.3.1 Parede

Os quistos têm uma ou várias paredes

(-frag-mas) que encerram uma ou mais cavidades (-ceios)

(Fensome

et al

.,

1996)

(fig

.

5)

.

O quisto mais

simples é denominado autoquisto, formado por

uma parede (autofragma)

,

que rodeia a única

cavi-dade (autocelo). No caso da existência de duas

paredes

,

a interna é designada por endofragma e

a externa por perifragma

.

Pode haver uma

ter-ceira parede, oectofragma, com morfologia muito

endocelo endófragma pericelo perifragma autofragma autocelo

Figura 5 - Tipos de parede e respectivas cavidades e disposição em relação à teca

(linha a ponteado).

(7)

HOLOCAVADO CORNUCAVADO CIRCUNCAVADO SUTUROCAVADO BICAVADO CAMOCAVADO

Figura 6 - Tipos mais frequentes de quistos cavados (modificado de Sarjeant

,

1982 e Evitt

,

1985 in Fensome et ai.

,

1996).

variada e sempre exterior ao autofragma ou ao

peri-fragma. O ectofragma está, quase sempre, unido à

parede infrajacente através de processos ou outras

estruturas salientes e pode ser contínuo

,

perfurado

,

ou estar reduzido a trabéculas ou lâminas que unem

os extremos dos processos. Outro tipo de parede

constitui o mesofragma

,

que aparece em alguns

peridinióides fósseis.

É

uma parede fina, que se

dispõe entre o endofragma e o perifragma mas não

está relacionado com eles por processos ou

estrutu-ras similares

.

Quando aparecem duas ou mais paredes

sepa-radas por cavidades, os quistos denominam

-se

cavados. As cavidades que contêm designam-se

por endocelo, pericelo, mesocelo e ectocelo,

relati-vamente

à

parede que as rodeia. Os autoquistos, que

apenas apresentam o autocelo

,

dizem-se acavados.

Os quistos cavados correspondem, geralmente, a

formas proximadas, mas também podem ser

cora-dos ou proximocoracora-dos

.

Reconhecem-se vários

tipos de quistos cavados (fig. 6), dependendo da

zona e volume do quisto onde se situa a cavidade.

3.3.2 Relevo

A superficie externa do quisto pode ser lisa ou

apresentar um relevo produzido pelo

prolonga-mento do autofragma ou perifragma numa grande

variedade de estruturas. Estas podem ascender a

partir de um único ponto

,

constituindo os

proces-sos

,

ou formar-se a partir de uma base linear

,

defi-nindo anéis ou pregas designadas septos

.

Tanto os

processos como os septos têm morfologia e

tama-nho muito variáveis (fig. 7) e são elementos

taxo-nómicos importantes

.

A distribuição superficial

pode ser irregular ou ter correspondência com a

tabulação.

3.3.3 Caracteres tecamórficos e

quistomór-ficos

O quisto pode conservar vestígios de

caracte-rísticas morfológicas da teca. Gocht (1983)

desig-nou-as como estruturas tecamórficas, presentes

(8)

Ciênciasda Terra (UNL), 13 Septos parasuturais Septos penitabulares Processos parasuturais

~

'

,

.

'r 01'" "'~ I .1' ". "" ", \ 'r ----'J __'S"::~~~'IUIoI II'''':..t" r« : I I - - - ( . I

-Processospenitabulares aintratabulares

Figura 7 - Diferentes tipos de relevo em função da forma e distribuição das

pro-jecções (modificado de Evitt, 1985

)

.

no quisto (paratabulação

,

cicatr

izes

flagelares

,

para-cíngulo, ...

)

e homólogas às da teca (fig. 8).

O mesmo autor designou por estruturas

quisto-mórficas

os caracteres específicos do quisto sem

equ

ivalentes

na teca

,

mas que podem estar

,

de

alguma forma

,

relacionados com ela (processos

,

ectofragma

,

.. .

)

.

3

.3.4

Paratabulação

Os quis

tos

de dinoflagelados podem reflectir a

estrutura da parede das respectivas célula

s

móve

is.

.

O conhecimento da parede da

s

células mó

veis

dos

dinoflagelados actuais é essencial para uma

com-preensão dos dinoflagelados fósseis

.

O termo tabulação tem sido usado para

refe-rir o arranjo das placas na teca. Contudo

,

como

estas ocorrem dentro das

v

esículas anfi

esmais

e

e

xiste

um contínuo morfológ

ico

entre ta

xa

com e

sem placas da teca, a tabulação também pode ser

entendida como o a

rranjo

das

v

esículas

anfies-mais

.

As placas da teca contactam através de sutu

-ras

li

neares, normalment

e

com sobreposição do

bordo das placas adjacentes.

A tabulação é muito importante na

classifica-ção do

s

dinoflagelados

,

e

specialmente

nos fósseis

.

Os padrões de tabulação em d

inoflagelados

moder

-no

s e

fóssei

s

podem ser agrupados em seis tipos

(fig

.

9

):

gimnodinióide

,

suessióide

,

goniaula-cóide-peridinióide, nanoceratopsióide

,

dinofisi-óide

e

prorocentróide.

A) Tabulação gimnodinióide

(

fig. 9A

)

A

s

vesículas anfi

esma is s

ão numero

sas,

pequenas, poligonai

s, a

proximadamente equ

idi-mensionais e com arranjo ao acaso ou em séries

latitudinais aparentes

(

compreende mais de dez

séries

).

Podem ser tecados ou atecados

.

Os fósseis

de dinoflagelados com parede orgânica são raros

mas

,

pro

vavelmente,

s

ão

reconhecí

veis

pel

a

seme

-lhança morfol

ógica

geral com as formas actuais

.

Este tipo de tabulação é raro e nunca foi observado

nos fósseis. Exemplo de formas com este tipo de

tabul

ação:

G

ymnodin ium,

Dino

gymnium

.

(9)

TECA

~

Placa

tabulação

sutura

epiteca

poro flagelar

1

-hipoteca

sulco--l---PÓLO APl CAL

QUISTO

paraplaca

l

paratabulação

/

parasutura

J

epiquisto

-...:..:...- paracíngulo

----+-

cicatriz flagelar

hipoquisto

...- 1 -

parasulco

PÓLO ANTAPICAL

Figura 8 - Relação entre as estruturas da teca e do quisto (modificado de Evitt,

1985).

B) Tabulação suessióide (fig

.

9B)

As vesículas anfiesmais contêm placas tecais.

O arranjo é efectuado entre mais de seis e menos de

onze séries latitudinais bem como séries

longitudi-nais sulcais. As placas são poligolongitudi-nais e,

aproxima-damente, equidimensionais. O cíngulo pode ser

difícil de distinguir ou estar bastante marcado por

uma depressão latitudinal, que pode conter uma ou

duas séries latitudinais de placas

.

Uma das formas

fósseis com este tipo de paratabulação é

Su ess ia,

assim como a célula móvel de

Symbiodinium.

C)

Tabulação goniaulacóide-peridinióide

(fig.9C)

As vesículas anfiesmais têm as placas tecais

dispostas em séries de cinco ou seis placas

latitudi-nais e uma série sulcal longitudinal. A tabulação

revela uma repetição de temas em que as

homolo-gias interspecíficas podem geralmente ser

reconhe-cidas. Os sistemas de designação de placas podem

envolver a contagem objectiva referenciada a

diver-sos pontos ou áreas na superfície da célula.

Alterna-tivamente, estes sistemas podem ser mais

subjecti-vos, envolvendo designações idênticas de placas

que são interpretadas como homólogas. Alguns

auto-res apauto-resentam a combinação dos dois modelos.

C.1) Sistema de tabulação de Kofoid

o

primeiro sistema de tabulação objectivo e

mais usado (Sistema de tabulação de Kofoid) foi

desenvolvido por Kofoid (l907a, b

,

1909

,

1911) a

.

partir dos trabalhos pioneiros de Stein

,

Butschi

,

Schutt

,

Paulsen e Fauré-Fremiet (Kofoid

,

1909).

Utiliza quatro referências: o sulco, o cíngulo, o

apex (vulgarmente determinado pela posição do

poro apical ou do complexo do poro apical) e o

antapex. As placas imediatamente anteriores ao

cín-guio constituem a série pré-cingular; as

imediata-mente posteriores definem a série pós-cingular; as

que contactam com o complexo do poro apical

constituem a série apical; e as da região do antapex

constituem a série antapical. As placas que

ocor-rem entre as séries pré-cingular e apical e entre as

séries

pós-cingular

e antapical são designadas,

res-pectivamente, por placas intercalares anteriores e

posteriores. As placas do cíngulo constituem a

série cingular e as do sulco as placas sulcais. No

(10)

Ciências da Terra (UNL), 13 Á.

Gimnodinióide

D. Nanoceratopsióide

B. Suessióide

E. Dinofisióide

c.

Goniaulacóide--Peridinióide

F. Prorocentróide

Figura 9 - Tipos de tabulação. A - vista ventral, B a E - vista dorsal, F - vista apical oblíqua

(modifi-cado de Taylor, 1990; Evitt, 1985; Loeblich, 1968; Piel

&

Evitt, 1980

in

Fensome

et aI.,

1996).

sistema de Kofoid, as placas individuais de cada

série (excepto as placas sulcais) são numeradas

consecutivamente, começando pela placa mais

pró-xima da posição médio-ventral e contornando o

paralelo da célula até ao flagelo transversal, em

sen-tido contrário aos ponteiros do relógio.

Kofoid (1909) utilizou uma notação para

refe-renciar cada série em conjunto, constituída pela

numeração das placas em questão. São usados os

símbolos seguintes: placas apicais ('), placas

inter-calares anteriores (a), placas pré-cingulares ("),

placas cingulares (c), placas pós-cingulares ('''),

placas intercalares posteriores (p), placas antapicais

('''') e placas sulcais (s). As abreviaturas designam

placas sulcais específicas: sulcal anterior (as),

sulcal acessória direita (ras), sulcal direita (rs),

sulcal esquerda

(1s)

e sulcal posterior

(ps).

Em

algu-mas espécies de peridinióides existe uma placa de

transição cingular/sulcal (t). O limite das placas é

designado pelas notações das duas placas

adjacen-tes separadas por uma barra: assim, por exemplo,

6"11' designa o limite entre a sexta placa

pré-cingu-lar e a primeira placa apicaI.

As figuras

10

e

11

ilustram, respectivamente, a

tabulação goniaulacóide e peridinióide, de acordo

com a notação de Kofoid. A tabulação pode ser

representada de modo específico por uma fórmula

de tabulação que mostra o número total de placas

em cada série. A fórmula de referência dos

goniau-lacóides é 4', 6", 6c, 6"',

lp,

1"", 5s; e, dos

peridi-nióides, 4', 3a, 7", 5"', 2"".

A maior desvantagem do Sistema de Kofoid

prende-se, com o facto de não levar em conta a

homologia de algumas placas. Assim, mudanças na

mesma série de placas envolvendo fusão de duas ou

mais placas ou subdivisão de uma única placa

requerem a renumeração de toda a série.

Outro aspecto relaciona-se com a atribuição

das placas a séries. Por exemplo, as placas apicais

contactam com o complexo do poro apicaI.

Con-tudo, este complexo não está presente em todas as

formas, nomeadamente em muitas espécies de

Peri-dinium e em muitos quistos fósseis.

Outro problema do Sistema de Kofoid diz

respeito às placas sulcais. A primeira placa pequena

pós-cingular

convencional de

Gonyaulax e afins

pode, mas nem sempre, limitar o cíngulo, ou

situar-se, frequentemente, na depressão sulcaI.

Deste modo, consoante a espécie, esta placa pode

ser considerada tanto pós-cingular como sulcaI.

(11)

c

,

-,

-.'I~ura

10 -

T

abulação

d

os go

niaulacói

dcs

de aco

rdo

com o

s

is

te

ma

d

e

tabu

laç

ã

o de

K

ofoid c

m

vi

sta

s

ventr

al (

A)

,

d

o

rsal

(

C)

,

apical (

D

) e

an

t

a

pi

c

a

l (

E).

B

porm

enor

da t

abulação

n

a

po

s

ão

médi

o

-

ventral.

r

eP

A

-

c

omplexo d

o po

ro

api

ca

l

,

P

F -

poro fl

agelar,

V

e

A

· posiç

ão

da in

se

ã

o

do

s

fla

gelos

;

ci

ngulo e

s

ulc

o a

b

ra nco

) (

modificado d

e E

vitt

,

1

9 85

c

T

aylor

.

198

7

in

Fen

some

I?I

aI.,

1996 ).

Le

vando e

s

tritame n

t

e em conta

o

modelo de

K

ofoid

.

G

onyaulax

e afin

s

,

p

od

em

l

er

5 ou 6

pl

a

c

a

s

p

ós-cingulares, consoan

te

a interpretação

da

da

a

e

sta

pequena p

l

aca.

N

a

tabulaç

ão

d

e

ref

erênc

i

a do

s

gon

iaulacôidcs

é

re

pre

se

ntada

como u

ma

ve

rda

-d

eira

placa p

ós-cingular

de Kofo

id

.

Outra

l

imitaç

ão

prende

-

se

com a definição

da

série

antapical

.

Não existem

pontos

de referência

que ajudem

a definir

a série antapical ; a

placa

con-v

encionalmente

de

si

gnada

po

r

i

ntereala r

posterior

(l

p)

cm gonia

ulacóidc

s

t

ípico

s,

t

em

um

a

p

osição

qu

e p

ode

s

e

r

co

n

s

id

erada a

ntapical

c

m

a

lguns

t

áxo

-n

cs.

R

elativame

nt

e a este pro

b

l

ema

,

Bale

c

h

(

1

980),

r

edefiniu a

s

p

l

acas

an

tapicais

como

sen

d

o as

q

u

e

li

mitam

o

s

ulco

e

não têm

ligação com o cingulo

.

No entant

o

.

es

ta propo

s

ta

não tem

s

ido

seguida

.

Kofoid

não

s

e preocupou

com a

homol ogia

da

s

placa

s

e

da

s

dificuldades

da

i

re

sultan

tes

na

apli-cação

e

st

rita das suas

n

orma

s.

Contud o,

o

s

eu

si

s-le

ma

in

troduz iu

uma no

m

enclat

u

ra

pa

ra

a

s

placa

s

c

cons

tituiu um

a con

tribuiç

ão

imp

ortante

p

ara o

en

tendi

mento

d

a

m

orfolog

i

a

d

os dino

flagclado

s

.

Até

19

70,

o

Siste

ma

de Kofoid

f

oi

u

sado

pela

m

ai

-oria do

s

inve

stiga

dore

s

;

a

l

guns seguira

m

as

defin

i-çõe

s

de Kofoid

enq

ua

nt

o outros adaptaram as

d

efi

-ni

ç

õ

c

s

l

evando em

co

n

ta mo

rfologia

s

p

resumivei

s.

T

aylor (

Brugerollc

&

T

ay

l

or

,

1

979

;

T

aylor,

1

98

0

,

1

987) c

E

aton

(1

980) te

ntaram

r

eso

l

ve

r o pr

o-b

lema

d

as

h

omologias

ap

re

se

nta

ndo

o

utro

s

m

ode-l

os

de n

um

eração

d

a tabu

lação.

Edward

s

(

1990)

p

ropô

s

u

m

s

iste

ma

m

i

s

to,

tendo

em conta

elemento

s

do

s s

istemas

de

tabula-ção

dc Ta

yíor-E

virt

e de

Eaton, ma

s

mais

próximo

do

modelo

de Eaton.

C.2) S

istema d

e

t

abulaç ão

d

e Ta

ylor-Evitt

Este

mode

lo

e

nvo

l

ve

a

lgu

ma

s

p

laca

s

p

rimá-r

ias

hip

otéticas

(

fig

.

1

2)

.

Util

i

za cinco série

s

p

rim

á

-rias

l

atitudinai

s

,

co

mpreendendo

u

m

total

d

e 1

8

placas

primárias,

não

havendo área

s

ulca

I.

A

série

das 5

placa

s

primária

s

latitudinais

rodeia

unif

orme

e simetricame nte

a célula

.

Compreendem placa

s

pri

mária

s

pen

tagonais

e

h

exagonai

s.

O

c

ingulo

inclui

s

eis placas

prim

ária

s

h

exagonais

alon

gada

s,

ide

ntificada

s

p

or

a

,

b

,

e

,

d

,

c

e

f;

o

limit

e

en

tre a

pl

aca

f

e

a

faz-se

no

p

onto de

i

nserção do

fla

ge

l

o

e

,

porta

nto,

po

r

defin

ição

,

é

m

édio-ventral. H

á

6 p

laca

s

primárias alternan

t

e

s

h

exagonais

e pen

(12)

-Ciênciasda Terra(UNL).

13

B

2'~ "., 5"' 1$

..

4'"

E

2"" 3'"

"

.

.

2'"

F

igur

a

II

-

T

abulação

d

o

s

peridinióide

s

de acordo com o

s

istema d

e

ta

bulação

d

e

Kofoid

e

m

vi

stas

ventral (A

),

dorsal

(C),

apical (

D)

e

antapi

cal

(E

),

B

porm

enor

da

t

abulaçã

o

na po

sição

médio-

ve

ntra

l.

re

P

A

-

c

omplexo do p

oro

apica

l

,

P

F

-

poro fla

gela

r

,

V

e

A

-

posição da

i

nse

r

ção do

s

fl

a

g

elos

;

cín

gulo

e

s

ulco

a

br

an

co

] (modifi

cado

de

E

v

it

t, 198

5 e

T

aylo

r

,

1987

in

Fen

some e

t

ai

.,

1996 ).

tago

na is

em cada sé

rie

,

as

q

uais lad

eiam

o cíng

u

lo

;

a

s

p

laca

s

pri

már ias

pr

é

-cingular

es

ou pré-equato

-riais principai

s

s

ão

n

umerada

s

I

,

2,

3

, 4, 5

e

6

e as

p

ó

s-ci

ngu

la

re

s

ou

p

ó

s

-

equ

atoriai

s s

ão de

signadas

po

r

I

,

II

,

III

,

I

V

,

V

e

VI.

A

s

p

lacas

pr

é-cingulare

s

p

rimárias

1

,

3 e 5 e as p

rimá ria

s

p

ó

s-cin gulares

II

,

I

V e V

I

s

ão pentagonai

s e

têm um l

imit

e

p

olar

r

e

c-tilí

neo

,

i

sto

é,

contactam apena

s

com uma

ú

nica

placa da próxi

ma

série no sentido do

s

lo

s.

A

s

p

lacas

p

ré-c ing

ula

re

s

p

rimária

s

2

,

4

e 6 e a

s

primá-ri

as

p

ó

s-

cingula re

s

I

,

III

e V

s

ão hexago

nais

e têm

u

m

l

imite ge

nicu

la

do

em

d

ir

e

cção ao

s

pólos

,

con-tactan

do

co

m du

as p

lacas

da

p

róxima s

érie

.

E

m

ca

da um d

o

s

lo

s

h

á trê

s

pl

aca

s

primária

s

pe

ntagona

is

,

a

s

do

p

ólo anterior d

esignadas

po

r

po

la res

s

ão refere

nc

iada

s

por A,

B

e C

,

e a

s

do

p

ólo

poste

rior

(

a

n

ti

p

o

l

a r

e

s) p

or

X

,

Y

e

Z

.

Toda

s

as

s

eis

p

laca

s,

p

olares e antipo

lare

s, s

ão

p

entagonais.

P

ara

d

esignar s

ubdi

v

isões

lo

ngitudinai

s

de

p

l

aca

s

pri

márias

(da

dire

ita

para a esq

uerda)

,

Evitt

(

1985)

u

tili

z

ou os

s

eg

ui

n

tes termo

s

e abre

viaturas:

"

initi

alis'' (

i

)

,

"me

d ialis

"

(

m

)

e "u

l

t

er" (

u)

. Para

des

ignar

s

ubdiv isõe

s

l

atitudin ais

d

e placa

s

pri

má-ria

s

(

da

a

nterior

p

ara a

p

osterior) ado

ptou

os termos

e abre

v

iatu ra

s: "v

om e" (v)

,

"mitt

e

l"

(

m)

e

"

hinten"

(

h)

.

A

ssim,

a primeira placa

p

ós-c

ingular é

i

nter-pre

tada

com

o s

e

n

do di

vidida

em

t

rês

s

u

b-pl

acas

longitudina

i

s

:

a p

ri

meira

(

no

se

nt

id

o

c

ontrário ao

s

p

o

nteiro

s

do rel

óg

io

e

m

v

i

sta

a

p i

ca

l)

é

li,

a

s

eg

u

n

d

a

1

m

e

a

t

erceira

l

u

,

O model

o

do

s

iste

m

a de

t

abu

l

ação T

aylor--Evitt foi apli

cado

,

quas

e ex

clusivamente , ao

s

goniaulacóide

s.

Ta

ylor

(

19

89)

mo

strou

como o

mode

lo

pode

ria

ser a

p lica do

ao

s

p

er idi

ni

óid e

s

u

san

do

f

orm as intermediár

ia

s

.

A part

ir

da a

p licação

d

o

s

is

t

e

ma de ta

bulação

d

e

Ta

ylo

r

-Evit t

p

ara a

f

orma

G

o

niodoma,

n

ão

é

dific

il

dedu

z

ir

a

t

abu

l

ação

dos goniaulac

óide s (

fig,

13)

.

O m

odelo

f

oi cr

iticado

por d

ema siado

t

eórico

e

por s

e

r

baseado em tendência

s

e

volutivas

hip

ot

é

-tica

s

de m

uita

s

para a

lgumas

pl

acas

,

enquanto

q

ue

o regi

sto

fós

sil

parece a

pontar

e

m

se

n

t

id

o opo

sto.

C

ontudo,

o

mode

lo d

e tabu

lação d

e Tay

lo

r-Evitt

n

ão pre

t

en

de r

epresentar u

m

e

stád

io

a

ncestral.

É

u

ma ab

stração

re

su

ltante d

c uma

p

e

sq uisa e

mpírica

para

s

i

m

p

l

ific a

r

o

s

padrões

m

ai

s

si

m

ét

ricos

e

mai

s

sim

p

les

dentre a

s

ta

bu lações

actuai

s

(Tay

lor

,

(13)

A

v

B

F

igura

J2

-

M

ode

l

o

d

e tabulação

d

e

T

aylc

r

-E

vin, que mo

stra

as de

s

ign

ações

da

s

pla

cas

e a

r

e

lação de mod

e

lo

s

d

a

s

p

lacas c

om a

in

serção

Fl

a

g

elar

.

A

-

e

p

lssoma

c

m

vis

ta

epical

,

B

-

hipo

ssoma

em

v

ista antapic

al

e

C

-

vis

ta

v

entral. (

P F

-

poro flag

ela

r.

V

e

A

-

po

sição

da in

serçã o

d

os

flag

elos

;

ci

ngulo a

bran

co

] (m

od

ifi

cado

d

e

T

ayloe,

1

990 in F

ensome

et

a

l

.

1996).

ho

mo

l

og ia da

s

pl

aca

s

a

pena

s

pode

s

e

r

de

termi nada

c

om

p

orm

enor c

m tab

ula

ção co

m p

o

u

c

as

p

laca

s.

A

lém di

sso

.

o

s

mod

e

l

o

s

d

e ta

bu

la

ção

d

e

T

a

y

lor--

E

v

itt n

ã

o

l

e

v

a em c

on

t

a

a

fu

s

ão

ou a

fi

ssâ

o

d

e

p

la

ca

s

.

D)

Ta

bulação dinofisi

óidc

(

fi

g.

9

0)

E

s

te

t

i

p

o

d

e

t

abu

l

a

çã

o

in

clu i

o cingulo

e

o

s

ulco

.

A

d

ifere

n

ça

en

tre

e

ste

tipo

c

o

a

nterio

r

r

es

id

e

n

a

tec

a

.

E

sta

,

é

fu

ndamentalmen te di

vi

sív

e

l

e

m

d

uas

m

etades

l

at

e

r

a

i

s

separad

as po

r uma

s

utu

ra

-

s

u

t

u r

a

sa

g

í

ta

l

que, p

r

ovavelmente

,

é

h

om

ó

loga

.

à

d

os g

onia

ulacói des

-

peri diniôid

cs

.

É

um

t

i

po

d

e

ta

bu lação

c

o

n

s

ervado

r,

c

om

q

uatro

s

é

ri

es

l

atitu

di-n

a i

s

j

unta

s

co

mp

ree n

de ndo de

zoito o

u de

za nove

p

l

aca

s

.

Oc

o

rr

e, por exemp

l

o,

em

D

in

o

p h

ys

i

s .

E

)

Ta

b ulação n

anocerat op si

ó

id e

(

fig

.

9E

)

É

con

he

ci

do

a

pe

n

as num

ú

ni

co

n

ero

d

o

J

u

r

á

s

si

co,

N

annocer

a

top

sís .

C

ons

titui

uma

fo

nn

a

i

nt

e

rm

é

di

a

e

n

t

re o

s

t

i

p

o

s

d

e

t

abu

l

a

ção

g

on

i

a

ul

a-cóide

-

p

c

ridinióide

e

di

no fi

sió

id

e

.

O p

aracín gulo

s

e

p

ara a cé

l

u

l

a

em hi

p

o

ss

om

a "din

ofisióidc" e e

pi

s-s

o

m

a

"

go

ni

a

ul

acó

id

e-

p

eridin

ióid

e"

.

F)

Ta

b ulação pr

orocent r

ô

id

e

(fi

g

.

9F

)

Este

t

ip

o

d

e

ta

b

u

l

ão c

a

rece d

e

ng

u

lo

e

d

e

s

ulco

.

T

e

m u

m

a

in

serção

fl

age

lar

a

pica

l

e

n

ão

v

e

n-tr

a

l.

E

s

ta

l

ocalização

do

fl

age

l

o

r

epre

s

en

ta

,

p

ro

v

a

-vel

ment

e

,

u

ma

direc

ç

ão

d

e

n

ata çã

o

d

i

f

e

r

ente

,

cm

v

ez

d

o

r

e

arr

an

j

o

d

a

t

e

ca

.

E

st

a é

c

o

n

s

t

it

u

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(14)

-Ciências da Terra (UNL).

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(15)

Epitractal

Apical adnato

Pré-cingular

Apical

Combinado

Intercalar

Figura 14 - Tipos de arqueópilo (modificado de Woollam

,

1983 e Evitt, 1985

in

F

ensome e

t aI.

,

1996).

Ordem Phytodiniales

Ordem Thoracosphaerales

Ordem incerta

Classe Blastodiniphyceae

Ordem Blastodiniales

Classe Noctiluciphyceae

Ordem Noctilucales

Classe incerta

Ordem incerta

Subdivisão Syndinea

Classe Syndiniophyceae

Ordem Syndiniales

Subdivisão incerta

Todos os fósseis conhecidos estão incluídos

na Sub-divisão Dinokaryota. Apenas a classe

Dinophyceae inclui formas fósseis. Formas actuais

desta classe têm núcleo dinocarion em todo o

seu ciclo de vida, em contraste com as outras duas

classes em que o núcleo dinocarion alterna com o

núcleo eucariota mais convencional. A Classe

Dinophyceae corresponde

,

aproximadamente, ao

tipo de tabulação da figura 9. Todas, e

xcepto

a

Sub-classe Prorocentrophycidae

,

definida pela sua

tabulação prorocentróide, têm repre-sentantes

fós-seis

.

Gymnodiniphycidae, que inclui formas com

tipos de tabulação gimnodinióide e suessióide

,

tem um registo fóssil esporádico

;

são conhecidos

desde o Triásico superior

(Su

essia

e afins),

Cretá-cico superior

(Dinogymnium

e afins) e Neogénico

(Pol

ykrikos) .

A Sub-classe Dinophysiphycidae é

caracterizada pelos tipos de tabulação

nanocera-topsióide e dinofisióide. O único género fóssil

conhecido incluído neste grupo é

Nannoc

eratopsis

Referências

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