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A percepção dos pais e responsáveis sobre a influência do treinamento físico funcional no tratamento de crianças e adolescentes com câncer / Perception of parents and guardians about the influence of functional physical training in the treatment of childr

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55240-55248 aug. 2020. ISSN 2525-8761

A percepção dos pais e responsáveis sobre a influência do treinamento físico

funcional no tratamento de crianças e adolescentes com câncer

Perception of parents and guardians about the influence of functional physical

training in the treatment of children and adolescents with cancer

DOI:10.34117/bjdv6n8-082

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação: 10/08/2020

Deninson Nunes Ferenci

Mestre em Reabilitação e Inclusão pelo Centro Universitário Metodista IPA Instituição: Centro Universitário Metodista IPA

Endereço: Rua Barão do Cotegipe, 31 – São João, Porto Alegre – RS, Brasil (residencial) E-mail: deninson.ferenci@ipa.metodista.br

Vinícius da Silva Fontanella

Bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Metodista IPA Instituição: Centro Universitário Metodista IPA

Endereço: Rua Joaquim Pedro Salgado, 80 – Rio Branco, Porto alegre – RS, Brasil (institucional)

E-mail: vinyfontanella@hotmail.com

RESUMO

O treinamento físico funcional vem sendo trabalhado como uma nova metodologia na preparação física dentro e fora do esporte. Treinar está relacionado ao conjunto de ações descritas como padrões de movimentos que quando melhoradas podem resultar em melhores habilidades do sujeito treinado (MONTEIRO e EVANGELISTA, 2010). Já o termo função na área do treinamento é relacionado a movimentos que tem um fim prático. As comorbidades advindas do câncer impactam na saúde e ocasionam alterações nos padrões de movimentos de crianças e adolescentes. Estas são impedidas de realizar atividades físicas cotidianas e necessárias na idade pela inevitável frequência de internações que mudam suas rotinas, assim como de suas famílias. O treinamento físico funcional de crianças e adolescentes com câncer se faz possível e necessário através de uma parceria do Centro Universitário Metodista IPA com o Instituto do Câncer Infantil como um projeto que está inserido no estágio em saúde do curso de educação física da instituição. O objetivo da pesquisa é analisar a percepção dos pais e responsáveis sobre a influência do treinamento físico funcional em crianças e adolescentes com câncer. A metodologia é qualitativa com delimitação foi por conveniência. Foram realizadas entrevistas e a análise foi por categorização. Conclui-se a partir dos relatos que funcionalmente houve o aumento do repertório motor da criança que é uma perda inevitável pela mudança de rotina em função da doença e também um aumento dos benefícios sociais como a motivação, bem estar e melhor interação da criança com a família.

Palavras-Chave: Treinamento Físico Funcional; Câncer; Criança e adolescente. ABSTRACT

Functional physical training has been used as a new methodology in physical preparation inside and outside the sport. Training is related to the set of actions described as movement patterns that, when improved, can result in better skills of the trained subject (MONTEIRO and EVANGELISTA,

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2010). The term function in the area of training is related to movements that have a practical purpose. Comorbidities resulting from cancer impact on health and cause changes in the movement patterns of children and adolescents. These are prevented from performing daily physical activities and necessary at age due to the inevitable frequency of hospitalizations that change their routines, as well as their families. The functional physical training of children and adolescents with cancer is made possible and necessary through a partnership between the Centro Universitário Metodista IPA and the Instituto do Câncer Infantil as a project that is inserted in the health internship of the institution's physical education course. The objective of the research is to analyze the perception of parents and guardians about the influence of functional physical training in children and adolescents with cancer. The methodology is qualitative with delimitation was for convenience. Interviews were conducted and the analysis was by categorization. It is concluded from the reports that functionally there was an increase in the child's motor repertoire, which is an inevitable loss due to the change in routine due to the disease and also an increase in social benefits such as motivation, well-being and better interaction between the child and the child. family.

Key words: Functional Physical Training; Cancer; Child and teenager. 1 INTRODUÇÃO

A pratica da preparação física deve levar em consideração os princípios científicos do treinamento esportivo, desde a individualidade biológica do sujeito treinado, passando pela adaptação, sobrecarga, entre outros até chegar na especificidade do gesto a ser melhorado (DANTAS, 2014).

Segundo Boyle (2014) todo treinamento deve possuir um propósito, já que, estamos tratando de um movimento organizado, abandonando a ideia de atividade física e tornando-a um exercício. Este exercício se torna funcional quando adquire, além do controle dos princípios do treinamento já citados no resumo e das variáveis de volume e intensidade tradicionais do qualquer treinamento organizado, ele prioriza a capacidade coordenativa de equilíbrio. Este equilíbrio é utilizado como a capacidade física inicial do treinamento funcional ao condicionar o sujeito nas tradicionais capacidades físicas consideradas básicas que são: força, resistência e velocidade.

O treinamento funcional possui uma forte relação com o condicionamento, bem como, com a reabilitação de quem o pratica. Por isto o treinamento funcional está distante de ser uma metodologia utilizada por profissionais de educação física, uma vez que, a área da fisioterapia historicamente traz no seu conceito o tratamento de funções corporais e nem sempre vinculadas ao movimento humano. Estes autores acreditam que o movimento humano é o que diferencia o trabalho do treinamento funcional realizado em CTs (centros de treinamento) e em clínicas de fisioterapia. Contudo, para o nos interessa neste estudo o treinamento funcional não exige na prática a utilização de ferramentas e objetos que geram a instabilidade com o intuito de trabalhar o equilíbrio. O treinamento funcional é a preparação do indivíduo para atividades coordenativas e proprioceptivas

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que estimulam o sistema sensório-motor através dos padrões de movimentos, respeitando os princípios científicos e capacidades físicas do indivíduo citadas no parágrafo anterior.

Juntamente com os princípios científicos, as capacidades físicas condicionantes e coordenativas devem ser trabalhadas levando em consideração as necessidades de cada sujeito, onde a partir de uma filosofia própria, compreender que nenhum corpo é igual e que a criação de fórmulas ou a simples reprodução do treinamento de alto nível, não traduzem a realidade da vida cotidiana.

E é a partir da realidade de cada ser humano, que o treinamento funcional e individualizado se faz presente. Onde somado aos conteúdos acima citados, princípios individualizados de ensino a partir do exercício são fundamentais na busca pela modificação de comportamento do sujeito treinado, em um caminho da educação para a saúde (MONTEIRO, 2011).

Este estudo se baseia na metodologia dos conceitos de melhora de padrões de movimentos de crianças e adolescentes que perderam parte de sua vida acamadas em hospitais no tratamento do câncer e que para aumentar as expectativas de sucesso estes autores se basearam na descrição de Monteiro (2011) sobre a importância do treinamento ocorrer de forma individualizada. Apenas da socialização ser fundamental em especial neste grupo de crianças, a especificidade do treinamento realizado neste estudo baseou-se no atendimento que pudesse se aproximar da excelência de movimento levando em consideração as frequentes limitações de movimento as quais estas crianças eram acometidas. Dentre estas destacamos a redução na mobilidade articular, flexibilidade muscular e déficit de força.

Para que a modificação de comportamento leve o sujeito para um caminho da educação para a saúde, é fundamental que este tenha um conhecimento geral sobre treinamento e a execução de movimentos conscientes.

Devido a melhorias nos protocolos de tratamento nos últimos 25 anos, houve uma melhora significativa na sobrevida relativa em 5 anos dos cânceres infantis mais prevalentes. No entanto, à medida que as taxas de sobrevivência melhoraram, tem havido um crescente reconhecimento dos efeitos adversos de curto e longo prazo associados ao tratamento e ao próprio câncer. Há um interesse crescente nessas intervenções que podem contrariar os efeitos adversos do tratamento e do câncer. Tais efeitos adversos são ainda mais agravados pela inatividade física, uma ênfase especial está sendo colocada nas intervenções de atividade física. Os resultados são promissores: há evidências crescentes de que a prática de atividade física regular pode melhorar o estado geral de saúde, a capacidade funcional e a qualidade de vida de crianças com câncer, bem como de sobreviventes mais velhos de câncer infantil (JUAN, WOLIN e LUCIA, 2016).

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Segundo Zick (2015) a prática do treinamento físico funcional nas crianças e adolescentes contribuem para melhorar seu perfil lipídico, condicionando o sistema músculo esquelético, promovendo a saúde mental, elevando a autoestima e contribuindo para seu metabolismo, refletindo assim no estilo de vida ativo quando adulto, reduzindo as incidências de doenças crônicas degenerativas que levam a óbito.

Vale destacar que o treinamento físico funcional pode ser utilizado de forma terapêutica e na manutenção da saúde de pessoas com alguma patologia ou doença crônica como o câncer, pois dentro de várias estratégias que fazem parte do tratamento oncológico tem-se destacado na literatura positivamente a atividade física quando executada regularmente (SPÍNOLA, 2007). Muitos destes estudos apontam o sedentarismo como um fator determinante na possibilidade de aparecimento de alguns tipos de câncer, com isso pesquisas epidemiológicas fornecem inúmeras amostras de que qualquer tipo de exercício físico promove diminuição nas taxas de morbidade nestes indivíduos (BACURAU e ROSA, 1997).

A criança hospitalizada precisa repentinamente desenvolver um novo conceito de lar. Tirada de seu ambiente doméstico ela passa a mudar inclusive seu repertório motor que sofre também grande influência. Uma grande restrição de mobilidade motora a assola. Dentre tantos grupos de atendimentos importantes, a educação física vem a colaborar na tentativa de manutenção ou redução da perda da aptidão física básica em uma fase da vida onde os benefícios são para toda uma vida.

De acordo com Matos (2017):

A pedagogia hospitalar aponta ainda, mais um recurso contributivo à cura. Favorece a associação do resgate, de forma multi/inter/transdisciplinar, da condição inata do organismo, de saúde e bem-estar, ao resgate da humanização e da cidadania. Neste contexto, é essencial a atuação integrada dos diversos profissionais da área da saúde, educação, e demais profissionais que se proponham ao desempenho cada vez mais qualificado desta nobre tarefa. (MATOS, 2017, p. 205).

O abandono de obrigações e responsabilidades é uma característica de qualquer sujeito doente. Torna-lo participante no processo de melhora é uma maneira de ajudá-lo a lidar com a patologia e uma maneira de faze-la é através do ânimo (LÓPEZ, 1998).

Alguns autores defendem a hospitalização também de familiares como uma maneira da criança melhor lidar com a troca de ambiente. O Instituto do Câncer Infantil em Porto Alegre, local desta pesquisa, não possui um ambiente hospitalar, até mesmo porque serve como um local de circulação de pacientes com seus familiares em momentos que necessitam de exames ou possui consultas marcadas. O convívio no instituto é fruto da presença destas famílias e pacientes em uma

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casa de apoio, seja pelo trânsito necessário já citado acima, ou mesmo, necessidade de acolhida fora de seu domicílio.

O fortalecimento de laços sociais pode ser alcançado pelo profissional de educação física através da exploração do corpo em atividades funcionais, uma vez que estas, são mais próximas de capacidades naturais (MONTEIRO e EVANGELISTA, 2015) e não de exercícios técnicos. Mais do que isto, a falta de foco no aporte técnico pode envolver atividades mais globais que integrem a criança e o adolescente em uma atividade com propósito (BOYLE, 2018) que não será de rendimento em habilidades esportivas. Muito embora o esporte possa ser utilizado como estímulo para tal. Isto vem a colaborar com, conforme Guimarães (1988) para “desmistificar o ambiente hospitalar, ressignificando suas práticas e rotinas. O medo da criança, tende a desaparecer, surgindo, em seu lugar, a intimidade com o espaço e a confiança naqueles que ali atuam”.

2 METODOLOGIA

O método qualitativo foi usado nesta pesquisa, pois, o mesmo foca no subjetivo do objeto analisado, entendendo e indagando as experiências individuais dos entrevistados na descoberta da realidade (MINAYO, 2004). A delimitação de pesquisa foi realizada por conveniência totalizando 5 pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes que participam do programa de treinamento físico funcional no instituto de câncer infantil (FLICK, 2009). Como critério de exclusão não podem fazer parte desta pesquisa pais ou responsáveis que não residem na própria casa.

Neste presente estudo como técnica de pesquisa foi realizado uma entrevista onde foram realizadas perguntas aos responsáveis sobre sua percepção das melhoras e benefícios do treinamento físico funcional (MARCONI e LAKATOS, 2002). A técnica utilizada para análise de dados é a categorização, tratando especificamente de um grupo direcionado e reagrupado perante um gênero, com critérios pré-determinados (BARDIN, 2011).

3 DESCRIÇÕES, RESULTADOS, INTERPRETAÇÕES

A partir do término da coleta de dados, relacionamos o estudo teórico com as informações levantadas e identificamos as seguintes categorias de análise: 1) Adaptações motoras e benefícios funcionais e 2) Alterações sociais através da prática do treinamento físico funcional.

Na primeira categoria, segundo (Gordon,2004 e Janz,2000) o baixo nível de aptidão física evidencia cientificamente a relação com o aumento do risco de doenças cardiovasculares e cancerígenas mortais em inúmeras causas. Segundo Telama (2001) os benefícios para a saúde através da pratica regular da atividade física na infância são muito importantes, pois estão

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relacionados diretamente com o nível da prática da atividade física na vida adulta, mesmo assim, o sedentarismo em crianças e adolescentes é altíssimo.

Através dos entrevistados podemos analisar que o treinamento físico funcional está sendo muito usado em benefícios da aptidão física e na recuperação de pacientes oncológicos, um dos resultados foi o ganho de massa muscular como abaixo relatado pelo entrevistado 1:

Meu filho teve um ganho de peso de 2 Kg e quando perguntou a doutora se poderia ser retenção de liquido ou se estava engordando e o que a doutora me disse que não era nem liquido nem gordura e sim massa muscular e está sendo muito importante pois melhorou suas limitações.

A atividade física é um elemento fundamental para a manutenção e promoção da saúde, podemos afirmar que o exercício é um causador de estresse, não um estresse de caráter negativo, mas sim na filosofia que nos arremete a perturbar a homeostase, com isso fortalece o organismo no período de adaptação da recuperação, promovendo a super compensação (MATVEYEV,1981). Podemos relacionar a fala do entrevistado 2 e do entrevistado 3 com o autor acima citado, pois demonstra que o treinamento físico funcional está tendo um papel fundamental na recuperação das crianças e adolescentes que a praticam, assim eles relatam:

O entrevistado 2: após a realização do treino é mais fácil para ela caminhar pois agora ela dobra os joelhos com mais facilidade pois melhorou sua flexibilidade, e antes não conseguia dobrar os joelhos e nem sentar.

O entrevistado 3 corrobora com o entrevistado 2, relatando que:

No começo ele não corria e quando corria ele caia, agora ele cai menos isso em virtude do seu equilíbrio, melhorando muito sua capacidade funcional de se locomover.

Contudo, além das melhoras físicas e funcionais, a participação das crianças e adolescentes no treinamento físico funcional também lhes proporcionou o que chamamos aqui de alterações sociais.

Segundo Kristén, Patriksson e Fridlund (2002) o treinamento físico funcional proporciona melhoras em aspectos físicos em indivíduos que a praticam, integrando programas de atividade física voltados para a socialização e bem-estar, pois fazem novos amigos, desenvolvem novas habilidades, fortalecem o físico, apresentando um ganho de autoestima e autoconfiança pois aprendem gestos motores que os tornam independentes e incentiva desde cedo a hábitos saudáveis da prática da atividade e buscam não interrompê-las, podemos observar nos relatos descritos alguns

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dos benefícios do treinamento físico funcional conforme entrevistado 1 sobre a relação do treinamento com o bem-estar:

O treinamento físico funcional pode interferir positivamente no bem-estar. É o que está fazendo a diferença, por isso que persiste na atividade. Foi uma coisa que motivou muito ele não só os movimentos como conversar também, pois dificilmente ele chega em casa e diz que gostou de algo e comenta o que ele fez, e assim a gente sabe que ele gosta, pois ele chega e comenta com a gente quais os movimentos que ele fez, se jogou, lutou, se exercitou e se chega alguém em nossa casa ele também conta que está fazendo o funcional.

O entrevistado 2 expressa que:

Com certeza o treino interfere com benefícios pois uma das coisas que gostou muito é que promove a interação dos praticantes, aprendendo a dividir o espaço, os materiais e a Andressa tinha um problema de não querer dividir nada e agora ela mudou este abito.

O entrevistado 4 corrobora:

O treinamento físico funcional interfere positivamente no bem-estar da criança bem pelo contrário pois o Gabriel gosta tanto de vir aqui dando mais motivação para nós continuarmos.

Entrevistado 5:

O treinamento físico funcional interfere no bem-estar somente para melhor, acredito que jamais negativamente, o exercício tenho notado estes anos todos é que libera energia, hormônio de prazer e ela sai muito bem dos exercícios físicos, feliz, feliz, feliz.

O treinamento físico funcional pode ser tratado sob uma perspectiva holística (LIEBENSON, 2017) que vai além dos princípios científicos e metodologias do movimento humano utilizadas. Ainda são recentes os estudos que comprovam sua eficácia em grupos com patologias específicas e acredita-se que esta dificuldade de comprovação permanecerá, uma vez que, não estamos tratando de uma metodologia tecnicamente pronta e que seja consenso entre os profissionais da área. Com base nos relatos e estudos até aqui investigados os autores chegaram as considerações finais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Processos patológicos afetam ou irão afetar a vida de todas as pessoas em diferentes níveis e momentos da vida. Alguns destes processos levam mais tempo de reabilitação e requerem uma mudança mais radical no estilo de vida do paciente, como passar menos tempo em casa, longe da

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família, e uma convivência em ambientes hospitalares que se tornam uma rotina através de consultas e internações. A diferença entre um ambiente hospitalar e um instituto de atendimento ao paciente com câncer é enorme. No Instituto do Câncer Infantil, onde fora realizada a pesquisa, a criança normalmente está disposta a participar das atividades pois todo o ambiente é atrativo para sua convivência e especializado no atendimento da criança em toda sua complexidade. O convívio entre profissionais, criança e pais e responsáveis é integrado e facilita a inserção da criança em novas atividades como o treinamento físico funcional.

Buscou-se com este estudo colaborar com o desenvolvimento integral da criança através de dois aspectos que surgiram na pesquisa e que aqui chamamos de categorias: a primeira em relação aos benefícios funcionais ou motores, já a segunda se referindo as alterações sociais através da prática do treinamento físico funcional, assim podemos verificar na colaboração pessoal dos entrevistados os benefícios da prática do treinamento estão além de uma atividade física ou de uma reabilitação, mas relacionada também ao bem-estar, além de ajudar no seu desenvolvimento social, liberando energias e autoconfiança para interagir com o meio que estão promovendo e motivando crianças e adolescentes para enfrentarem o tratamento. Os relatos foram positivos quanto ao aumento do repertório motor da criança dentro do Instituto do Câncer Infantil e mesmo no ambiente doméstico quando este retornava para casa. Já em casa, o relato dos pais e responsáveis trouxe alento quanto a sua empolgação ao relatar a nova atividade, bem como, de sua relação com os profissionais de educação física.

REFERÊNCIAS

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