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Diagnóstico da agricultura e projeto de desenvolvimento para uma unidade de produção típica de Doutor Maurício Cardoso - RS

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Academic year: 2021

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0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS CURSO DE AGRONOMIA

DIAGNÓSTICO DA AGRICULTURA E PROJETO DE

DESENVOLVIMENTO PARA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO

TÍPICA DE DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO – RS

JANAÍNA MAYARA RICHTER

Ijuí – RS 2014

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1 JANAÍNA MAYARA RICHTER

DIAGNÓSTICO DA AGRICULTURA E PROJETO DE

DESENVOLVIMENTO PARA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO

TÍPICA DE DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Prof. MSc. Nilvo Basso

Ijuí – RS 2014

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JANAÍNA MAYARA RICHTER

DIAGNÓSTICO DA AGRICULTURA E PROJETO DE

DESENVOLVIMENTO PARA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO

TÍPICA DE DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia – Departamento de Estudos Agrários – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, aprovado pela banca abaixo subscrita.

__________________________________________ Prof. MSc. Nilvo Basso

DEAg/UNIJUÍ – Orientador

__________________________________________ Profª MSc. Angélica de Oliveira Henriques

DEAg/UNIJUÍ

Ijuí – RS 2014

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AGRADECIMENTOS

Ofereço esta conquista aos meus pais Marcos Luiz Richter e Sandra Maris Richter, a minha irmã Manuela Richter. Agradeço a Deus, pelo sonho realizado, pelas dificuldades superadas, pela família e amigos que me auxiliaram na minha caminhada. Obrigado Senhor.

Aos professores do Curso de Agronomia, em especial ao meu orientador Nilvo Basso pela paciência, dedicação e orientação neste último ano. Aos meus amigos e colegas que sempre estiveram ao meu lado. Meu namorado, pelo apoio e palavras de conforto na hora do desespero. Meu agradecimento especial à Engenheira Agrônoma Angélica de Oliveira Henriques. Um agradecimento especial ao meu colega Cássio Scherer, que colaborou com a execução do trabalho, sempre que necessário. Agradeço também o apoio da Prefeitura do município de Doutor Maurício Cardoso.

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DIAGNÓSTICO DA AGRICULTURA E PROJETO DE DESENVOLVIMENTO PARA UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO

TÍPICA DE DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO – RS

Aluna: Janaína Mayara Richter Orientador: Nilvo Basso RESUMO

Este trabalho consiste no diagnóstico da Agricultura de Doutor Maurício Cardoso – RS, e na elaboração do projeto estratégico para agricultores com dificuldades de reprodução social. O diagnóstico foi realizado no âmbito da disciplina de Estágio II: Diagnóstico de Sistemas Agrários do Curso de Agronomia da UNIJUI e levou em conta a prática administrativa dos agricultores, verificando os aspectos técnicos e econômicos dos sistemas produtivos. A unidade de produção típica desenvolve a produção de fumo associada com a bovinocultura de leite, com uma área total de 5 ha, sendo 1,5 ha para produção de fumo, e o restante para a bovinocultura de leite. Os dados foram obtidos pelo método de entrevista com os produtores. Diante das restrições cada vez mais severas ao cultivo do fumo o Projeto estratégico voltou-se para a intensificação da produção leiteira com a ampliação do rebanho e melhorias no manejo de pastagens e animais. Como resultados o Projeto mostrou-se viável com um acréscimo da renda em relação à situação atual, permitindo ao agricultor alcançar a reprodução social.

Palavras-chave: Extensão Rural. Projeto de Desenvolvimento. Sistema de Produção.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AM – Amortização do Capital CI – Consumo Intermediário D – Depreciação

DVA – Distribuição do Valor Agregado Flec – Fluxo Econômico do Projeto ha – Hectare

K – Capital

NRS – Nível de Reprodução Social PB – Produto Bruto

PRC – Período de Retorno do Capital PW – Produtividade do Trabalho RA – Renda Agrícola

RAD – Renda Agrícola Disponível RB – Receita Bruta

RL – Renda Líquida

RWF – Remuneração do Trabalho Familiar SAU – Superfície Agrícola Útil

SP – Superfície Própria ST – Superfície Total

UPA – Unidade de Produção Agropecuária UTC – Unidade de Trabalho Contratada UTF – Unidade de Trabalho Familiar UTT – Unidade de Trabalho Total VA – Valor Agregado

VAB – Valor Agregado Bruto VAL – Valor Agregado Líquido VPL – Valor Presente Líquido W – Trabalho

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização do município de Doutor Maurício Cardoso ... 21 Figura 2: Evolução da produção leiteira no município de Doutor Maurício Cardoso .. 22 Figura 3: Evolução da área plantada dos principais cultivos ... 23 Figura 4: Mapa do zoneamento de Doutor Maurício Cardoso ... 25 Figura 5: Unidades de produção com maior área por unidade de trabalho, nível de intensificação e remuneração do trabalho familiar, em Doutor Maurício Cardoso ... 28 Figura 6: Unidades de produção familiares (SAU/UTF acima de 10 hectares), nível de intensificação e remuneração do trabalho familiar, em Doutor Maurício Cardoso ... 29 Figura 7: Unidades de produção familiares (com SAU/UTF de até 10 hectares), nível de intensificação e remuneração do trabalho familiar, em Doutor Maurício Cardoso ... 30 Figura 8: Comportamento da renda agrícola com a substituição da cultura do fumo pela bovinocultura leiteira ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estrutura fundiária do município de Doutor Maurício Cardoso ... 22 Tabela 2: Indicadores econômicos da unidade de produção atual e com a participação do projeto, produtor tipo familiar pequeno porte fumo leite com tração animal ... 33 Tabela 3: Financiamento e saldo de caixa do projeto ... 35

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 11

1.1 PESQUISA DE DESENVOLVIMENTO ... 11

1.2 ANÁLISE-DIAGNÓSTICO DE SISTEMAS AGRÁRIOS – ADSA ... 12

1.3 ACONSELHAMENTO TÉCNICO E GERENCIAL ... 13

1.4 PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO ... 14

1.5 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ... 16

2 METODOLOGIA ... 18

2.1 TIPO DE PESQUISA ... 18

2.2 MEDIDAS DE AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA VIABILIDADE DOS PROJETOS .... 18

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 21

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ... 21

3.2 ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DO MUNICÍPIO ... 23

4 PERFIL ATUAL DA AGRICULTURA ... 26

4.1 REPRODUÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TIPOS E CASOS DE AGRICULTORES ... 27

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE AGRICULTOR ALVO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO ... 30

4.2.1 Projeto de Substituição do Fumo pela Pecuária Leiteira ... 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

BIBLIOGRAFIA ... 38

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9

INTRODUÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso teve como base de estudo a agricultura do município de Doutor Maurício Cardoso/RS, o qual pertence à microrregião de Três Passos/RS, que tem como base econômica a atividade agrícola. Conforme o Censo Agropecuário 2006 de Doutor Maurício Cardoso (RS), o município possui uma área de 252,69 Km², que compreendem 1.296 estabelecimentos agropecuários. Sua população é de 5.313 habitantes, dos quais 51% ainda residem no meio rural (IBGE, 2010).

O estudo definiu e elaborou projeto de desenvolvimento para o agricultor considerado como publico alvo, segundo o diagnóstico da agricultura do município, realizado pelo DeAg-UNIJUÍ através da disciplina de Estágio II-Análise e Diagnóstico de Sistemas Agrários (ADSA). O método de estudo da agricultura, Análise e Diagnóstico de Sistemas Agrários – ADSA, foi concebido para o estabelecimento de linhas estratégicas de desenvolvimento local relacionado ao setor agropecuário.

O diagnóstico da agricultura foi realizado em fevereiro de 2013, o qual foi responsável pela coleta dos dados de campo. Analisa-se cada nível da realidade especificamente, efetuando uma síntese dos níveis de análise mais abrangentes, antes de passar a analisar os níveis mais específicos, priorizando a descrição, com enfoque histórico. Busca-se entender a heterogeneidade da realidade, evitando interpretações generalizadas, as quais dificultam compreender os processos de diferenciação entre produtores.

Através do método usado na ADSA, busca-se entender o processo de produção das propriedades agrícolas e ao mesmo tempo realiza-se a avaliação econômica, ou seja, verificam-se os resultados da gestão. Assim é possível relacionar a teoria estudada com a realidade das unidades de produção e exercitar a

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elaboração da análise e diagnóstico e a confecção do aconselhamento técnico e gerencial. Este estudo permite ainda a modelização dos sistemas de produção com o objetivo de equalizar as informações obtidas no campo e assim poder avaliar melhor o desempenho técnico e econômico das unidades de produção.

Com base nas linhas estratégicas de desenvolvimento apontadas na ADSA é possível a construção dos projetos de desenvolvimento, os quais segundo Dufumier (2007) são caracterizados por ações que permitem e favorecem a implantação de novos sistemas de produção conforme objetivos econômicos e sociais estabelecidos. Reorientam os sistemas, modificando as técnicas de produção de modo a incrementar a produtividade, tornando os agricultores mais competitivos, e aumentando as riquezas criadas pela agricultura, através de renovação das capacidades produtivas dos ecossistemas.

O trabalho teve por objetivo principal elaborar um projeto de desenvolvimento para agricultores com dificuldade de reprodução social no município, visando à substituição da cultura do fumo na unidade de produção. Especificamente buscaram-se os seguintes objetivos:

- resgatar o diagnóstico da agricultura do município, identificando a diversidade ecológica, técnica e socioeconômica;

- identificar e caracterizar uma unidade de produção típica inclusa no grupo de público alvo;

- identificar e avaliar o potencial econômico das atividades desenvolvidas no município;

- elaborar um projeto estratégico voltado para o público alvo;

- analisar a viabilidade do projeto de desenvolvimento, verificando as condições e ações necessárias para a implantação das propostas.

Para alcançar estes objetivos foi necessário conhecer muito bem a realidade da agricultura e dos agricultores. Isso foi possível mediante a disciplina de Estágio II do Curso de Agronomia que desenvolveu o estudo da agricultura do município valendo-se da metodologia de análise e diagnóstico de sistemas agrários.

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11 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 PESQUISA DE DESENVOLVIMENTO

Para Jouve (apud LOVOIS, 1999), a Pesquisa-Desenvolvimento é um procedimento aplicado de maneira sistemática pela indústria há muito tempo. Consiste em analisar diferentes etapas do processo de fabricação e em experimentar as melhorias possíveis em função dos objetivos procurados pela direção da empresa.

Adaptada, a pesquisa com e para o desenvolvimento da agricultura, é definida como a experimentação em meio físico e social real, em verdadeira escala, das possibilidades e condições de mudança técnica e social do meio rural. A escala verdadeira onde o espaço de intervenção, definidos os limites físicos, é de fato determinado pelas condições institucionais que regulam a mobilidade dos fatores de produção e a rigidez das relações de produção (BILLAZ; DUFUMIER1, 1980 apud LOVOIS, 1999).

A agricultura e seus atores deixam de ser apenas o destinatário das melhorias agronômicas elaboradas nos laboratórios e estações experimentais, passando a ser fonte direta de problemas, de hipóteses científicas e locais de realização e avaliação das pesquisas. A unidade de produção, lugar onde se toma as decisões mais determinantes no que concerne a exploração do meio natural, associa-se como local de geração e difusão tecnológica à estação experimental e aos laboratórios (SEBILLOTTE2, 1974; MILLEVILLE, 1987 apud LOVOIS, 1999). O agricultor passa a ser um interlocutor do pesquisador na identificação dos problemas e teste de soluções (JOUVE3, 1994).

Segundo Schneider e Fialho (2000) as críticas dos agricultores devem-se a falta de apoio do Estado, da oscilação dos preços e da concorrência enfrentada nos mercados agrícolas internacionais. Para os agricultores familiares, foco deste trabalho, a agricultura se apresenta como um segmento que tem sérias dificuldades

1BILLAZ, R.; DUFUMIER, M. Recherche et développement en agriculture. Paris: Presses Universitaires de France, 1980. 188p. (Collection “Techniques Vivantes”).

2SEBILLOTTE, M. Système de culture, un concept opératoire pour les agronomes. In: COMBE, L.; PICCARD, D. (ed.). Les systèmes de culture. Paris: INRA, 1990. 196p.

3JOUVE, Ph. Approche systémique et formation des agronomes. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL “RECHERCHE-SYSTÈME EN AGRICULTURE ET RÉVELOPPEMENT RURAL”, Montpellier (França), 1994, p. 834-840.

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para sua reprodução social. Costabeber e Caporal (2002) afirmam também ser necessário buscar uma maior compreensão da sustentabilidade através da consideração e análise de suas dimensões básicas.

Para Garcia Filho (1999, p. 9) existem distintos tipos de produtores, que se diferenciam pelas suas condições socioeconômicas e por seus critérios de decisão, quanto pelo seu sistema de produção e pelas suas práticas agrícolas. Segundo Dufumier (2007, p. 45), seria errado considerar os agricultores como uma categoria social homogênea a quem seriam propostas soluções relativamente uniformes. Assim deve-se atuar de modo apropriado ao ‘público-alvo’ considerando seus diferentes recursos e interesses.

1.2 ANÁLISE-DIAGNÓSTICO DE SISTEMAS AGRÁRIOS – ADSA

O insucesso de projetos aos agricultores deve-se ao distanciamento entre a pesquisa e a ação em prol do desenvolvimento, pois os pesquisadores tem o conhecimento do procedimento científico, assim como os extensionistas e produtores tem o conhecimento do meio rural e das práticas agrícolas (LOVOIS, 1999). Para que haja sucesso ao desenvolvimento dos agricultores, a pesquisa e o desenvolvimento devem ser complementares, dentro deste contexto surge na França nos anos 70, um novo modo de intervenção em meio rural, a chamada ADSA (Análise-Diagnóstico de Sistemas Agrários).

Segundo Garcia Filho (1999, p. 11), o método segue passos progressivos, partindo do geral e terminando em casos específicos e fenômenos particulares. Em cada etapa, os fenômenos devem ser interpretados e confrontados com as análises das etapas anteriores e, no final, elaboram-se as hipóteses que devem ser verificadas nas etapas seguintes. Assim, constrói-se progressivamente uma síntese cada vez mais aprofundada da realidade observada. Há a busca da explicação e não somente da descrição.

O método consiste primeiramente no Diagnóstico dos sistemas agrários, sendo uma ferramenta, onde seu principal objetivo é contribuir para a elaboração de linhas estratégicas do desenvolvimento rural. Segundo Lima et al. (2005) o diagnóstico consiste no processo de análise e avaliação da coerência e eficácia da forma como o agricultor vem utilizando seus recursos em relação aos seus objetivos fundamentais e estratégicos de reprodução, tendo em vista as condições objetivas

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13 sob as quais ele atua, no espaço e no tempo, ou seja, adequação ou inadequação dos Sistemas de cultivo e criação, levando em consideração o rendimento físico das mesmas.

Para Garcia Filho (1999, p. 20) após a etapa do Diagnóstico, pode delimitar-se zonas relativamente homogêneas e contrastadas do ponto de vista da problemática do desenvolvimento rural. O diagnóstico permite identificar as potencialidades e as limitações do Sistema de Produção.

Para que se tenha um diagnóstico com precisão é imprescindível, o seguinte questionamento: Quais são as práticas técnicas; sociais; e econômicas dos agricultores e seus sistemas de produção, as razões que explicam essas práticas as tendências de evolução; os fatores que levam essa evolução; problemas que enfrentam; o que se deve fazer para esses problemas.

As etapas do método ADSA consistem primeiramente na leitura da paisagem e resgate histórico do município, para realização do zoneamento agroecológico e montar a história do município. Após, escolhe-se alguns produtores como representantes dos tipos, e faz-se a caracterização de seus sistemas de produção, com estudo de seu itinerário técnico. Com os dados da propriedade, realizam-se as análises agronômica e econômica dos Sistemas de Produção, para a assim avaliar o desempenho das mesmas, e poder propor linhas estratégicas para o seu desenvolvimento.

1.3 ACONSELHAMENTO TÉCNICO E GERENCIAL

Segundo Lima et al. (2005), a formulação do conselho consiste basicamente em proposições de alternativas técnicas e gerenciais aos agricultores, ou seja, uma análise das possibilidades e alternativas de reprodução e desenvolvimento da unidade de produção, definindo quais são os passos para que esta unidade consiga se desenvolver e se reproduzir ao longo do tempo, tendo em vista a sua situação e as condições do meio físico e socioeconômico na qual ela esta inserida.

Com efeito, o conselho é uma proposta de intervenção no processo de desenvolvimento da unidade de produção, no sentido de confirmar ou transformar a tendência verificada. A proposta de intervenção é uma decorrência do diagnostico e do prognostico realizado. Geralmente, o conselho é constituído de diferentes

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proposições, que se distinguem, entre si pelo tipo de intervenção preconizada. As proposições teoricamente possíveis são as seguintes:

a) proposição que visa melhorar o nível de eficácia técnica e o potencial produtivo das atividades desenvolvidas (qualificação, ajustes, adequações, itinerários técnicos);

b) proposição que visa melhorar o nível de eficácia gerencial da atividade produtiva (reestruturação, reconversão, matriz produtiva);

c) proposição que visa a melhorar as condições de trabalho e o potencial produtivo dos meios de produção (mão-de-obra, máquinas, equipamentos, construções, rebanhos);

d) proposição que visa melhorar a capacidade de financiamento da unidade de produção (endividamento, capacidade de pagamento, fluxo de caixa); e) proposição que visa melhorar ou criar as condições macroeconômicas e

estruturais para o desenvolvimento de longo prazo de unidades de produção que se encontram em processo de estagnações ou em crise. Com base nas proposições e no aconselhamento o extensionista parte para a elaboração de projetos que visam o desenvolvimento rural, permitindo a implantação ou intensificação de sistemas de produção, conforme os objetivos econômicos e sociais estabelecidos.

1.4 PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO

Para Dufumier (2007) os projetos servem para reorientar os sistemas de cultivo e de criação, visando incrementar a produtividade do trabalho, tornar os agricultores mais competitivos, e aumentar as riquezas criadas pela agricultura, através da renovação das capacidades produtivas dos ecossistemas. Para o mesmo autor, outros agentes econômicos que serão atingidos pelas transformações da agricultura devem ser considerados como parceiros legítimos dos projetos.

O projeto irá envolver todos os fatores de produção (terra, mão-de-obra, capital disponível), os agricultores, Unidade de Produção Agropecuária, consumidores, formando assim um sistema que indiretamente gira entorno da economia. Conforme o diagnóstico realizado na UPA-Unidade de Produção Agropecuária, pode-se desenvolver os diferentes tipo de projetos:

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15 - projeto de qualificação: traz melhorias de funcionamento da atividade que

já vem sendo desenvolvida;

- projeto de expansão/modernização: mudanças mais significativas, investimento em atividades mais rentáveis, implicando em mudanças na estrutura e nos meios de produção;

- projeto de implantação: instalação de novos empreendimentos econômicos, ou seja, implantação de uma diferente cultura ou criação; - projeto de desenvolvimento: tem por objetivo desenvolver os diferentes

‘tipos de agricultores’;

- projeto de custeio e financiamento: visa o financiamento dos meios de produção.

Neste momento faz necessário referenciar o conceito de planejamento e projeto. Para Buarque (1991), planejamento e projeto não podem ser pensados separadamente, sendo que exige um processo continuo no tempo através de considerações de caráter técnico, econômico e financeiro.

Já para Woiler e Mathias (1996), planejamento e projetos são fases de tomada de decisão independente entre elas, decisão estas que procura levar a propriedade em um patamar maior de satisfação, mas para isso é necessário que haja uma coerência entre as decisões atuais e as passadas, e que haja uma sincronia entre decisões e resultados.

O planejamento orienta o empreendimento, ou seja, planejamento envolve a definição dos objetivos ou metas do sistema produtivo, o estabelecimento de uma estratégia geral para atingir esses objetivos, e o desenvolvimento de uma hierarquia abrangente de projetos para integrar e coordenar as atividades. Ele diz respeito, portanto, ao fim (o que deve ser feito) assim como os meios (como deve ser feito).

A elaboração de um projeto segundo Buarque (1991) divide-se em identificar a ideia, o estudo de previabilidade, de viabilidade, o detalhamento, a engenharia e a execução. Sendo que as três primeiras fases devem ser muito bem analisadas, para posteriormente a implantação, ou não do projeto. Durante a fase de identificação, os projetistas devem analisar anteriormente se a ideia da implantação do projeto é viável, ou não, se há um sentido de analisar essa ideia deve-se fazer então o estudo da previabilidade, que é o estudo com dados não necessariamente definitivos ou complexos, se o estudo de previabilidade justificar o investimento, só aí então é que

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os projetistas partem para o estudo da viabilidade. Um projeto deve conter as seguintes etapas básicas:

- estudo de mercado e comercialização; - tamanho e localização;

- a engenharia;

- uma análise de custos, receitas e investimentos;

- avaliação do mérito do projeto, ou seja, uma análise de rentabilidade. 1.5 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Os produtores trabalham em condições ambientais e socioeconômicas distintas, eles fazem escolhas diferentes no que se referem às culturas, criações, técnicas, etc. Sendo assim, adotam diferentes formas de exploração em seus sistemas de produção. Isso leva a formação dos diferentes ‘tipos de produtores’, sendo estes relativamente homogêneos, mas distintos dos demais grupos. Há três grandes grupos, segundo Garcia Filho (1999, p. 25):

- capitalistas: áreas extensas, o trabalho é realizado exclusivamente por trabalhadores rurais assalariados, uma vez que o proprietário não trabalha diretamente na produção;

- unidades familiares: trabalho é quase que exclusivamente familiar, onde a diversidade de cultivos;

- patronais: produção realizada pela família e por trabalhadores assalariados.

Garcia Filho (1999, p. 42) afirma ainda que a análise econômica dos sistemas de produção é essencial para o diagnóstico, pois permite:

- avaliar o potencial de capitalização ou descapitalização de cada categoria de produtor;

- estudar com mais profundidade as relações sociais que caracterizam cada tipo de unidade de produção e o sistema agrário como um todo; - conhecer os fundamentos econômicos das associações de atividades e

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17 Dufumier (2007, p. 100) propõe comparar os resultados econômicos do Sistema de produção a partir de dois pontos de vista: primeiramente conhecer a contribuição de cada um dos sistemas à produção anual de novas riquezas para o bem da coletividade, e em seguida, verificar qual é a rentabilidade desse mesmo sistema para o produtor, que é o seu autor, após a redistribuição de uma parte mais ou menos importante dos valores agregados.

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2 METODOLOGIA 2.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo pode ser caracterizado como uma pesquisa exploratória, pois expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno (GIL, 1999).

Quanto aos meios de investigação, o presente estudo pode ser classificado como pesquisa-ação, pois trata-se de uma pesquisa cooperativa ou colaborativa, com base empírica, que é concebida e realizada em estreita associação com uma proposta de ação ou com a resolução problemas coletivos.

2.2 MEDIDAS DE AVALIAÇÃO E ANÁLISE DA VIABILIDADE DOS PROJETOS A avaliação dos projetos de desenvolvimento agrícola tem por objetivo comparar as vantagens e os inconvenientes da sua respectiva execução para o sujeito e para toda sociedade (DUFUMIER, 1996).

Com efeito, a avaliação e análise da viabilidade econômica do projeto seguiu os procedimentos recomendados por Lima et al. (2005). São eles:

- produto bruto (PB): representa o valor da produção gerada, durante o ano pela UPA. O PB é composto pelo valor dos produtos e serviços finais, como produção vendida, a produção consumida pela família, a produção estocada, a produção destinada a pagamentos de serviços de terceiros, etc.;

- consumo intermediário (CI): representa o valor dos insumos e serviços destinados ao processo de produção, adquiridos de outros agentes econômicos;

- valor agregado bruto (VAB): avalia a atividade produtiva da UPA, independentemente se o agricultor é ou não proprietário dos meios utilizados no processo de produção. O VAB mede o valor novo gerado pela UPA durante o ano;

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19 - depreciação (D): corresponde a fração do valor dos meios de produção adquiridos de outros agentes que não são integralmente consumidos no decorrer de um ciclo de produção. São bens que se desgastam e perdem progressivamente o valor, devido isso, uma fração do valor desses bens é descontada a cada ano, do valor dos produtos, durante a sua via útil; - valor agregado líquido (VAL): representa o quanto o produtor agrega de

valor à sua propriedade, é a diferença entre o VAB e a depreciação; VAL = VAB – D

- distribuição do valor agregado (DVA): indica quanto do valor agregado líquido é utilizado para o pagamento de impostos, salários, arrendamentos, juros, financiamentos, etc.;

- renda agrícola (RA): avalia o ganho obtido pela UPA através da unidade produtiva durante o ano, parte do valor agregado que fica com o produtor para remunerar o trabalho familiar e aumentar seu patrimônio;

RA = VAL – DVA

- produtividade do trabalho (PW): no caso de sistemas de produção intensivos, que usam pouca área e necessitam de muita mão de obra pode-se calcular a renda agrícola por unidade de área (RA/SAU). Podemos ainda estimar a produtividade do trabalho (PW) através da divisão do valor agregado líquido (VAL) pelas unidades de trabalho totais (UTT) da unidade de produção;

PW = VAL / UTF + UTC

- remuneração do trabalho familiar (RWF): para os agricultores familiares é interessante dividir a renda agrícola pelo número de trabalhadores familiares (RA/UTF) isto para efeito de comparação com outras oportunidades de trabalho ao seu alcance. Também é chamado de remuneração do trabalho familiar (RWF);

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RWF = RA / UTF

Quanto à avaliação e análise da capacidade de pagamento do financiamento do capital investido, Buarque (1991) sugere as seguintes técnicas:

- amortização do capital (AM): devolução do dinheiro financiado ao banco credor conforme as condições de pagamento pré-estabelecidas;

- juros: referente aos empréstimos segundo uma taxa pré-estabelecida; - prestação: parcela a ser pago ao credor, valor do capital e acréscimos

correspondentes aos juros;

- saldo devedor (SD): valor da dívida que resta a ser pago após cada amortização do capital;

- saldo líquido de caixa: valor anual disponível em caixa após efetuar todos pagamentos previstos na execução do orçamento do projeto.

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21 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O Município de Doutor Maurício Cardoso (Figura 1) foi fundado no ano de 1989, localizado na mesorregião Noroeste Rio-grandense, pertencente a microrregião de Três Passos e encontra-se a 519 km distante da capital gaúcha (Porto Alegre). O município faz divisa com: Horizontina ao sul, Tucunduva ao oeste, Crissiumal ao leste e ao Norte faz divisa com a Argentina e possui uma área de 256,32 km² (site municipal).

Figura 1: Localização do município de Doutor Maurício Cardoso

De acordo com os dados da estrutura fundiária constante da tabela 1, o município possui 1.296 estabelecimentos agropecuários, dos quais 70,83 % possuem menos de 20 ha, e ocupam 38,46 % da área. Cerca de 95 % dos estabelecimentos agropecuários possuem menos de 50 ha. O maior número de estabelecimentos (400) se concentra no estrato de área entre 10-20 hectares com 25,37% da área agrícola do município.

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Tabela 1: Estrutura fundiária do município de Doutor Maurício Cardoso

Área (ha) Estabele-Número cimentos % Estabele-cimento % Acumu-lado Área Total (ha) Percentual Área % Acumulado 0 – 5 204 15,74 15,74 546 2,57 2,57 5 – 10 314 24,23 39,97 2234 10,52 13,09 10 – 20 400 30,86 70,83 5385 25,37 38,46 20 – 50 320 24,69 95,52 9339 43,99 82,45 50 – 100 44 3,40 98,92 2840 13,38 95,83 100 – 200 5 0,38 99,30 686 3,23 99,06 200 – 500 1 0,08 99,38 200 0,94 100 Sem área 8 0,62 100 - - - TOTAL 1.296 100,00 - 21.230 100,00 -

Fonte: Adaptado IBGE (2006).

Segundo informações do censo demográfico, o município possui uma população de 5.313 habitantes no ano de 2010, dos quais 50,7% residiam no meio rural, ou seja, 2.694 habitantes e 49,3% (2.619 habitantes) no meio urbano, passando para 5.267 habitantes no ano de 2011, segundo dados da IBGE (2012).

A produção de leite, segundo os dados do IBGE (2012), teve uma queda acentuada nos anos de 2002 e 2003. Enquanto em 2001 a produção era de 8.183 mil litros/ano, em 2003 esta produção caiu para 5.964 mil litros/ano. Percebe-se pela figura 2 que a partir de então a produção de leite vem aumentando, chegando em 2011 com produção anual de 12.700 mil litros.

Figura 2: Evolução da produção leiteira no município de Doutor Maurício Cardoso

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23 A produção de grãos tem grande importância econômica no município, verifica-se na figura 3 que ao longo dos anos a cultura da soja se destaca no uso da área comparativamente à produção de milho e trigo, atingindo em 2010 cerca de 13.000 hectares destinados a cultura. A cultura do fumo manteve-se praticamente constante, com uma pequena elevação crescente na área plantada a partir dos últimos 10 anos.

Figura 3: Evolução da área plantada dos principais cultivos Fonte: IBGE (2012).

3.2 ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DO MUNICÍPIO

As transformações ocorridas nas condições e formas de produção ao longo da trajetória de evolução da agricultura de Dr. Maurício Cardoso configuraram duas grandes microrregiões agrícolas distintas do ponto de vista do meio agroecológico.

A microrregião 1: denominada no estudo de “agricultura especializada”, estando situada ao sul, centro e parte noroeste do município (Figura 4), engloba as localidades de Vila Pitanga, Lajeado Agnelo, Lajeado Santo, Lajeado Cutia, Esquina Buss, Esquina Grápia, Porto Londero, Escola Grande, Capela Santo Antônio e Lajeado Degredo e arredores da Sede Municipal. Caracteriza-se por apresentar relevo mais plano comparativamente as demais microrregiões, facilitando a

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mecanização das lavouras e tem um solo predominantemente latossolo, com a presença do Lajeado dos Pratos.

As unidades de produção agropecuárias predominantes são familiares de médio e grande porte, com médio a alto nível de capitalização, bem estruturadas com tração mecanizada completa e instalações em ótimo estado de conservação. A densidade demográfica dessa microrregião é relativamente mais baixa do que nas outras microrregiões.

Os sistemas de produção predominantes são voltados para a produção de grãos tendo a soja e o milho como principais. Importante ressaltar que em muitas unidades de produção ocorre uma inversão nas culturas de verão tendo a cultura do milho na safra e a soja na safrinha. No inverno predomina a produção de trigo e de aveia.

A microrregião 2: caracterizada como uma “agricultura diversificada”, localizada ao norte e leste do município, fazendo divisa com o município de Crissiumal e com a Argentina, engloba as localidades de Vila Pranchada, Ressaca do Buricá, Esquina Bela Aurora, Esquina Bonita, Esquina Andrades, Lajeado Correntino, Enseadas, Centro Novo, Porto Londero, Lajeado Vargas, Cascata do Guabiroba e Barra Pratos, entre outras. Apresenta relevo variando de levemente ondulado a severamente ondulado, predominância de solo argiloso, mas em partes com alguns afloramentos de rocha. A densidade demográfica é media a baixa comparativamente a outra microrregião.

A disposição do relevo se altera quando em direção a divisa do município de Crissiumal e deslocando-se em direção ao leito do Rio Uruguai. O ponto central dessa microrregião é a localidade de Balneário Chafariz, onde a microrregião tem início. Saindo dessa localidade em direção ao leito do Rio Buricá, o relevo se torna mais severo quanto mais próximo ao Rio, da mesma forma acontece indo em direção ao Rio Uruguai.

Esta característica topográfica acaba induzindo também as demais estruturas socioeconômicas do município, pois podemos ver a disposição da densidade demográfica que aumenta conforme a disposição do relevo em direção aos rios. Os sistemas de produção agrícola também se alternam conforme a disposição geográfica do terreno, onde há localidades com relevo mais ondulado (em forma de vale), e os sistemas de produção são praticados em pequenas propriedades algumas com a presença da tração animal.

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25 Nessa região predomina a produção de fumo, leite, e grãos em menor escala que na microrregião 1. Dessa forma se alteram também o grau de capitalização das propriedades.

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4 PERFIL ATUAL DA AGRICULTURA

O estudo do município de Doutor Maurício Cardoso evidenciou tratar-se de uma agricultura diferenciada em comparação com as demais agriculturas regional, onde chama a atenção o elevado nível de intensificação dos sistemas de produção, com destaque para a produção de grãos, o que eleva o nível de capitalização da agricultura local que é notadamente familiar.

Esta situação é decorrente em parte pela posição geográfica do município que se encontra localizada numa microrregião com características agroecológicas próprias, em especial, no tocante ao seu microclima privilegiado, e ainda as políticas públicas locais de incentivo aos agricultores.

De um lado encontramos um segmento de produtores capitalizados, porem, temos uma segunda situação que nos remete para uma agricultura praticada num relevo mais acidentado localizada em parte do norte e ao leste em direção a sede do município. O solo mais raso é característico, restringindo significativamente a utilização da mecanização.

Nessa microrregião encontramos agricultores minifundiários e familiares menos capitalizados. As unidades de produção apresentam significativas áreas de mata, capoeira ou mesmo grande quantidade de pedras na superfície. O grau de capitalização dos agricultores é mais baixo em relação às demais microrregiões.

Em algumas unidades de produção aparece a tração animal, em condições precárias de conservação. A produção de fumo é importante, com o milho intercalado e a presença de soja e leite em pequena escala.

A análise realizada coloca em relevo alguns tipos de agricultores que apesar de praticar determinadas atividades recomendadas, obtém níveis de renda baixos em função da pequena escala de produção. Em alguns casos se percebe problemas técnicos em relação aos sistemas de cultivos e de criação, fazendo com que os rendimentos físicos fiquem aquém das possibilidades.

Outros agricultores, por razões históricas não conseguiram ainda reestruturar seus sistemas de produção e continuam desenvolvendo atividades tradicionais como a soja e o próprio leite em estágios produtivos poucos intensivos. Como mostra os resultados econômicos, há uma parte dos agricultores pertencentes a este segmento, que encontra certa dificuldade para garantir a reprodução das condições de trabalho e produção.

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27 Analisando globalmente a agricultura de Dr. Maurício Cardoso fica evidente a grande variabilidade dos resultados econômicos existente entre os diferentes tipos de unidades de produção. Sobre este aspecto, vale destacar a elevada capacidade de geração de Renda por hectare das atividades analisadas no município.

Isto indica o grande potencial de intensificação da produção, através da conversão de determinados tipos de sistemas de produção ou, especificamente, pela melhoria da eficiência técnica e econômica das atividades produtivas.

4.1 REPRODUÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TIPOS E CASOS DE AGRICULTORES

A viabilidade dos tipos de unidades de produção no longo prazo é analisada em termos da renda, gerada pelos sistemas de produção praticados, necessária para assegurar a reprodução socioeconômica dos agricultores. Essa análise permite verificar em que medida os sistemas de produção geram renda agrícola por unidade de trabalho familiar (RA/UTF) suficiente a ponto de garantir que o agricultor mantenha o interesse em permanecer na atividade, no médio e longo prazo.

Este modelo de análise permite comparar a remuneração anual média de um trabalhador (RA/UTF) com o custo de oportunidade da mão-de-obra, representado pelo Nível de Reprodução Social (NRS). Para as unidades de produção familiar, foi considerado um valor de R$ 700,00, equivalente a um salário mínimo mensal, que, incluindo o décimo terceiro, corresponde a uma renda anual por unidade de trabalho familiar de R$ 9.100,00. Já para a unidade de produção familiar de maior porte e tipo patronal, foi estabelecida uma renda por unidade de trabalho de 2 salários mínimos, totalizando R$ 18.200,00.

Além disso, indica a área mínima necessária para que cada trabalhador consiga assegurar este nível de renda, bem como a intensidade do sistema de produção, avaliado pelo valor do coeficiente angular - “a” - da função da renda, que representa a Margem Bruta (MB) por unidade de área.

As informações contidas nos modelos permitem relacionar a evolução da remuneração média do trabalho familiar em função da variação da superfície agrícola por unidade de trabalho familiar. Além disso, permitem comparar os níveis de intensificação dos sistemas produtivos, por meio da Margem Bruta (MB) por unidade de superfície explorada, representada pelo valor do coeficiente angular “a”

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da função da renda, conforme modelo da remuneração do trabalho descrito na metodologia.

Na figura 5, verifica-se que os sistemas de produção tipo patronal e familiar médio porte conseguem ultrapassar o nível de reprodução social considerado nesse estudo ao gerar elevado nível de renda. Isso ocorre principalmente pela produção em maior escala, devido a grande quantidade de superfície agrícola útil que cada unidade de trabalho familiar possui (SAU/UTF). Nota-se que os sistemas de produção analisados atingem elevada renda agrícola por unidade de trabalho familiar, apresentando contribuição marginal de renda por hectare variando de R$ 1.972,00 a R$ 2.168,00.

Figura 5: Unidades de produção com maior área por unidade de trabalho, nível de intensificação e remuneração do trabalho

familiar, em Doutor Maurício Cardoso

Na figura 6, verifica-se que os tipos familiares com maior disponibilidade de área por unidade de trabalho familiar (mais de 10 ha por UTF), geram renda suficiente para remunerar a mão-de-obra familiar, mas por outro lado, obtêm valores de margem bruta por hectare muito próximos da maioria dos tipos familiar com SAU/UTF de até 10 hectares, variando de R$ 1.590,00 a R$ 1.900,00. Esses tipos conseguem reproduzir a mão-de-obra familiar porque possuem maiores superfície

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29 agrícola disponível, mas por outro lado, necessitam de maior área por unidade de trabalho familiar para pagar os custos fixos.

Figura 6: Unidades de produção familiares (SAU/UTF acima de 10 hectares), nível de intensificação e remuneração

do trabalho familiar, em Doutor Maurício Cardoso

Na figura 7, que reúne os tipos de agricultores familiares com área inferior a 10 hectares por UTF, verifica-se que o tipo familiar pequeno porte fumo/leite não consegue renda suficiente para remunerar o trabalho familiar em níveis superiores ao salário mínimo. Apesar de alguns intensificarem o sistema de produção por unidade de área, a pequena superfície agrícola disponível por unidade de trabalho familiar não permite alcançar o nível de reprodução social.

A contribuição marginal por hectare, dos tipos que possuem até 10 hectares de superfície agrícola útil disponível por unidade de trabalho familiar, varia de R$ 1.548,00 a R$ 3.990,00.

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Figura 7: Unidades de produção familiares (com SAU/UTF de até 10 hectares), nível de intensificação e remuneração do

trabalho familiar, em Doutor Maurício Cardoso

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE AGRICULTOR ALVO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO

O público alvo, nesse estudo, são os agricultores que podem ser enquadrados ao tipo Familiar Pequeno Porte Fumo Leite com tração animal. Caracterizam-se por desenvolver sistemas de produção que combinam a produção de fumo associada com leite e ficam localizados preferencialmente na região 2. Normalmente as atividades são desenvolvidas com 2,0 unidades de trabalho familiar, instalações rústicas e em estado razoável de conservação, e com tração animal.

A superfície agrícola útil gira em torno de 5,0 ha, a qual é ocupada com a cultura de fumo em 1,5 ha, leite em 3,0 ha (composto por milho e pastagens de aveia de verão) e subsistência em 0,5 ha. No inverno ocupa a área com pastagens. Como não possuem tração mecanizada, contratam ou trocam serviço pelas operações de plantio e colheita dos grãos. A produção de leite é realizada normalmente com 7 vacas em lactação com rendimento em torno de 06 litros/vaca/dia.

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31 Com essa produção, este sistema gera uma renda agrícola anual por unidade de trabalho familiar de R$ 9.201,28. Na composição da renda, o fumo é a atividade mais intensiva do sistema gerando R$ 10.729,67 por hectare, o leite contribui na renda com R$ 900,13 por unidade de área e a subsistência participa com R$ 1.004,33 por hectare de acordo com os dados constantes na figura 8.

4.2.1 Projeto de Substituição do Fumo pela Pecuária Leiteira

A fumicultura é uma das atividades agroindustriais de maior importância econômica no Sul do Brasil, gerando renda considerável aos seus produtores. Por outro lado, a fumicultura expõe seus cultivadores aos chamados defensivos químicos, causando graves problemas de saúde. Sabe-se que esta cultura é intensiva, gerando renda em pouca área a ser utilizada, pensando nisso e analisando as possibilidades de substituição desta atividade por outra na mesma área, que gere boa renda para o produtor, considerou-se então, intensificar/melhorar a atividade com a bovinocultura de leite, que já vem sendo praticada pelo agricultor.

A proposta de intervenção consiste em um projeto de viabilidade da intensificação da pecuária de leite, levando em conta que esta atividade esta tendo um bom crescimento na região, podendo-se ainda salientar que possui um mercado bem estruturado, garantia de compra na região.

O fator mercado é um aspecto relevante no projeto, além de outros benefícios que a atividade traz para o agricultor, tais como a segurança financeira, a regularidade da entrada de recursos na propriedade, à segurança de possuir um giro financeiro todo mês.

Através da análise dos dados obtidos no estudo realizado, observou-se que a pecuária de leite, apresenta um grande potencial de renda por unidade de área, permitindo uma boa remuneração do trabalho. Isso somado, optou-se pela escolha da pecuária leiteira para o tipo de produtor aqui sugerido.

O projeto inicia-se com a melhora no manejo alimentar e sanitário aos animais, melhorando quantitativamente e qualitativamente seu rebanho. Segue-se o projeto com investimentos em alguns equipamentos necessários, como uma ordenhadeira (R$ 8.000) e um resfriador (R$ 12.000).

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O total dos investimentos para o financiamento é em torno de R$ 20.000, o valor poderá ser quitado em dez anos, com três anos de carência e taxa de juros de 2% ao ano, pois este agricultor se enquadra no programa de financiamento do Mais Alimento.

A intenção do projeto foi de substituir apenas a área do fumo, analisando assim o impacto econômico que causará a erradicação desta cultura. A demanda de trabalho exigida pelo manejo com as vacas consegue ser superada pelas unidades de trabalho familiar, apenas ira utilizar mão-de-obra mais intensamente na hora da ordenha dos animais.

Verifica-se na tabela 2 que a superfície agrícola útil permanece a mesma e a unidade de trabalho familiar é suficiente sendo utilizada durante o ano todo e não apenas em períodos concentrados.

O produtor realiza investimentos na produção leiteira, melhorando a qualidade genética do rebanho através de inseminação artificial de ótima qualidade, podendo assim renovar o mesmo. O rebanho ainda passa a receber ração, sal mineral e pastagens com melhor qualidade nutricional. O melhor manejo sanitário e alimentar ao rebanho, faz com que a produção de litros/vaca/dia tenha acréscimo, além de haver aumento no seu rebanho, considerando que o mesmo é constituído por vacas da raça Jersey.

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33 Tabela 2: Indicadores econômicos da unidade de produção atual e com a participação do projeto, produtor tipo familiar pequeno porte fumo leite com tração animal

Especificação Sit. Atual Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05

S A U 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 UTF 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Sistema de Produção Fumo (há) 1,50 1,00 - - - -Milho silagem (há) 1,50 2,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Aveia verão (há) 1,50 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Av/Az pastagem (há) - 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 Tifton pastagem (há) - 0,50 1,50 1,50 1,50 1,50 Vacas lactação (und) 7,00 10,00 11,00 11,00 11,00 11,00 Litros/vaca/dia (l) 6,00 9,00 11,00 11,00 11,00 11,00 Produção anual leite (l) 15.330,00 32.850,00 44.165,00 44.165,00 44.165,00 44.165,00 Preço/Litro 0,68 0,75 0,80 0,85 0,87 0,90 PB Fumo 18.750,00 12.500,00 - - - -PB Leite 10.424,40 24.637,50 35.332,00 37.540,25 38.423,55 39.748,50 CI Fumo 2.655,50 1.857,00 - - - -CI Leite 5.012,00 16.166,65 18.177,45 18.488,95 19.098,95 19.429,45 VAB Fumo 16.094,50 10.643,00 - - - -VAB Leite 5.412,40 8.470,85 17.154,55 19.051,30 19.324,60 20.319,05 RA 18.402,56 10.063,23 15.063,13 17.481,13 17.673,28 18.599,72 RWF 9.201,28 5.031,62 7.531,57 8.740,57 8.836,64 9.299,86 Fonte: Dados da Pesquisa (2013).

Na situação com o projeto no ano 01, mostrada na tabela acima, mostra-se que o produtor diminuir 0,5 hectares da área com produção de fumo, aumentando e melhorando assim a área destinada à produção leiteira, com mais milho silagem, introdução da pastagem perene de tifton e pastagem de aveia consorciada com azevem, além de passar a inseminar seu rebanho com sêmen de boa qualidade, fornecer sal mineral e ração aos animais, o que acarreta em aumento considerável no custo intermediário da atividade leiteira, diminuindo assim a renda agrícola da propriedade.

No ano 02, o agricultor não realiza mais o cultivo do fumo e continua realizando investimentos no rebanho leiteiro. O produtor passa a produzir milho silagem em 3 hectares, sendo 2 hectares na safra e 1 hectare na safrinha, sendo uma prática viável no município devido ao microclima privilegiado, ou seja, o

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produtor consegue antecipar a semeadura do milho, sem problemas de geada no período crítico da cultura, sendo assim, antecipa a colheita, podendo realizar ainda a safrinha do milho em cima da mesma área. A área com pastagem tifton também tem aumento, passando de 0,5 para 1,5 hectares.

Ainda neste ano, seu rebanho fica com 11 vacas com produção de 11 litro/vaca/ dia, e o custo na produção em comparação com o ano um deve-se ao aumento do número de animais e a ampliação das áreas com cultivo de milho e tifton, sendo esta cultivada por mudas da propriedade. Com estas mudanças, no manejo sanitário e alimentar dos animais, o produtor melhora a qualidade do leite e aumenta a quantidade produzida, o que garante melhor preço pago pelo produto, ou seja, o litro de leite produzido vale mais, o que aumenta consideravelmente o valor agregado da produção leiteira.

No ano 3, a produção leiteira se estabiliza, tanto nas áreas de pastagens quanto ao número de animais e sua produção, uma vez, que a área torna-se limitante para o aumento do rebanho, levando em consideração que a evolução do rebanho e seu rendimento ao longo dos anos, foram baseados em cálculos de balanço forrageiro. O custo intermediário deve-se apenas ao maior custo por animal, e a produção bruta da atividade aumenta pelo aumento no valor pago pelo litro de leite ao produtor.

Nos ano 4 e 5, com rebanho e pastagens já estabilizados, o custo da produção tem pouco aumento, e o produto bruto da produção tem aumento, devido ao melhor preço pago pelo litro de leite.

Apesar da queda acentuada na renda agrícola por trabalhador familiar-RWF comparando a situação atual do produtor para no ano 1, nos anos seguintes a mesma já passa aumentar, chegando no ano 5, com valor maior que na situação atual. No decorrer do projeto, a renda na propriedade diminui, uma vez que a cultura do fumo era a maior contribuição na renda da propriedade, e ainda o produtor realiza investimentos na atividade leiteira. Porém, com o passar dos 5 anos, o projeto torna-se viável não apenas pelo aumento da renda da propriedade, uma vez que esta tem aumento pouco significativo, mas sim pela melhor garantia de mercado a produção de leite, e por esta atividade não expor o produtor aos agroquímicos usados na produção de fumo, que são prejudiciais a saúde.

(36)

35 Na figura 8, demonstra-se a renda agrícola da propriedade no decorrer dos 5 anos do projeto.

Figura 8: Comportamento da renda agrícola com a substituição da cultura do fumo pela bovinocultura leiteira

A tabela 3 apresenta dados referentes à projeção de um financiamento onde se constata que nos três primeiros anos, o produtor terá um fluxo líquido de caixa negativo, porem a partir do quarto ano, o fluxo de caixa fica positivo, e ao final do período de dez anos tem-se um total de R$ 38.541,63 de saldo de caixa.

Tabela 3: Financiamento e saldo de caixa do projeto

Anos Financia/k Amortização Juros Prestação Saldo Devedor Fl. Liq. Cx.

0 20.000,00 0 0 0 20.000,00 0 1 20.000,00 0 400 400 20.000,00 -788,25 2 20.000,00 0 400 400 20.000,00 -2583,68 3 20.000,00 0 400 400 20.000,00 -1809,12 4 20.000,00 2.857,14 400 3257,14 17.142,86 2812,52 5 17.142,86 2.857,14 342,86 3200,00 14.285,72 6675,50 6 14.285,71 2.857,14 285,71 3142,86 11.428,57 6732,65 7 11.428,57 2.857,14 228,57 3085,71 8.571,43 6789,79 8 8.571,43 2.857,14 171,43 3028,57 5.714,29 6846,93 9 5.714,29 2.857,14 114,29 2971,43 2.857,15 6904,07 10 2.857,14 2.857,14 57,14 2914,29 (0,00) 6961,22 TOTAL 20000 2800 22800 38.541,63

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36

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo mostrou que o público alvo para a definição dos tipos de agricultores que deveriam ser prioridade das políticas, projetos e ações de desenvolvimento da agricultura, seriam os agricultores que podem vir a sofrer restrições para a prática de sistemas de produção baseados na produção de fumo e também apresentassem grande dependência financeira da cultura do fumo, além da mesma prejudicar a saúde de seus cultivadores.

A atividade leiteira é uma estratégia viável na concepção de projetos capazes de promover o desenvolvimento daqueles tipos de agricultores que encontram dificuldades para se reproduzirem. Como a atividade já é muito desenvolvida na região e o município dispõem de políticas públicas que beneficiam seus produtores, além da facilidade de comercialização e logística do produto. Esta atividade respondeu bem ao estudo, pois tem grande potencial de agregação de valor e geração de renda, além de não expor o agricultor aos produtos usados no cultivo do fumo.

Do ponto de vista econômico, o estudo mostrou que a substituição da cultura do fumo pela atividade leiteira, não altera significativamente a renda do produtor, sendo assim o produtor continuaria no grupo de risco, porém, a substituição da atividade melhoraria a saúde do produtor e teria melhor garantiria mercado com a produção leiteira. Entretanto algumas condições são necessárias para a implantação dos projetos de desenvolvimento.

Para viabilizar a implantação dos projetos de desenvolvimento agrícola propostos, recomenda-se a continuidade das políticas públicas e programas visando o fortalecimento da agricultura local, dando maior atenção aos agricultores que constituem o público alvo.

(38)

37 Para este projeto, que preveem a substituição paulatina da cultura do fumo, recomenda-se que o município ofereça políticas de compensação econômico-financeira visando suplantar a queda na renda da unidade de produção. Este socorro se faz necessário durante o período de transição até alcançar a estabilização do novo sistema de produção.

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WOILER, S.; MATHIAS, W. F. Projetos: planejamento, elaboração e análise. São Paulo: Atlas. 1996.

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(42)

41 APÊNDICE A – Cálculo do Balanço Forrageiro

Evolução do rebanho CAT/ANO Ano 0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 Vacas Total 9,0 12,2 14,0 14,0 14,0 14,0 Vacas Leite 7,2 9,8 11,2 11,2 11,2 11,2 Vacas Secas 1,8 2,4 2,8 2,8 2,8 2,8 Terneiros 7,2 9,8 11,2 11,2 11,2 11,2 Novilhas 3,6 3,5 4,7 5,4 5,4 5,4 VD 0,0 1,2 4,2 4,8 4,8 Rendimento litros/vaca/dia

Rdto reb ntigo -

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APÊNDICE B – Resultados Econômicos por Atividades Situação atual

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo 1,5 18.750,00 2.655,50 16.094,50 10.729,67

Leite 3 10.424,40 5.012,00 5.412,40 1.804,13

Subs. 0,5 2.375,00 685,33 1.689,67 1.004,33

TOTAL 31.549,40 8.352,83 23.196,57 13.538,13 Ano 01

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo 1,0 12.500,00 1.857,00 10.643,00 10.643,00

Leite 6 19.162,50 16.166,65 2.995,85 499,31

Subs. 0,5 2.375,00 1.521,39 853,61 1.707,23

TOTAL 34.037,50 19.545,03 14.492,47 12.849,53 Ano 02

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo - - - - -

Leite 11 35.332,00 18.177,45 17.154,55 3.430,91

Subs. 0,5 2.375,00 1.636,79 738,21 147,64

TOTAL 37.707,00 19.814,23 17.892,77 3.578,55 Ano 03

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo - - - - -

Leite 5 37.540,25 18.488,95 19.051,30 3.810,26

Subs. 0,5 2.375,00 1.670,75 704,25 140,85

TOTAL 39.915,25 20.159,69 19.755,56 3.951,11 Ano 04

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo - - - - -

Leite 5 38.423,55 19.098,95 19.324,60 3.864,92

Subs. 0,5 2.375,00 1.731,58 643,42 128,68

TOTAL 40.798,55 20.830,52 19.968,03 3.993,61 Ano 05

ATIVIDADES ÁREA PB CI VAB Total VAB/ha Fumo - - - - -

Leite 5 39.748,50 19.429,45 20.319,05 4.063,81

Subs. 0,5 2.375,00 1.769,12 605,88 121,18

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