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Teletrabalho e Motivação: Um Estudo com Professores de Educação a Distância a partir da Hierarquia das Necessidades de Maslow

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Teletrabalho e Motivação: Um Estudo com Professores de Educação a Distância a partir da Hierarquia das Necessidades de Maslow

Renata Suana dos Santos, Joel Tshibamba Mukendi, Adrieli Alves Pereira Radaelli RESUMO

Esta pesquisa visou estudar a motivação dos professores de educação a distância de uma universidade localizada na Serra Gaúcha, quanto ao teletrabalho, a partir dos conceitos da Hierarquia das Necessidades de Maslow. A pesquisa de natureza qualitativa possui objetivos exploratório-descritivo. Para a coleta os dados, foram utilizadas entrevistas individuais em profundidade, envolvendo cinco professoras de uma instituição acadêmica, assim como a observação não participante e fontes secundárias. A análise dos dados baseou-se na análise de conteúdo, conforme Bardin (2016). Deste modo, a motivação no contexto investigado está relacionada com a satisfação, comprometimento e envolvimento dos sujeitos pesquisados com seu trabalho. Ela não segue apenas um caminho progressivo, mas também regressivo, ou seja, não se enquadra em um caminho linear sob a perspectiva da Hierarquia das Necessidades de Maslow. No entanto, condiciona-se ao compartilhamento dos elementos intrínsecos e extrínsecos aos sujeitos pesquisados ao cumprirem o seu trabalho.

Palavras-chave: Teletrabalho. Motivação. Educação à distância. Hierarquia das necessidades. Maslow.

1 INTRODUÇÃO

Com a transformação da economia industrial para economia informacional, global e em rede, foi preciso adotar formas mais flexíveis na cadeia produtiva, com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir os custos. Diante deste novo cenário, por meio da inclusão das tecnologias, a organização das instituições precisou ser remodelada (MACÊDO, 2017). Essas recentes modificações sociais mudaram a dinâmica das relações humanas, surgindo a partir disso uma sociedade guiada pela internet e tecnologias de comunicação. Este novo ciclo da história, também conhecido como Sociedade da Informação, favorece as inovações refletindo diretamente nas relações trabalhistas e na sociedade. Sendo marcado por uma verdadeira Revolução Tecnológica (BARRETO JUNIOR; SILVA, 2015).

O ambiente de trabalho que antes era em sua totalidade restrito ao ambiente interno da organização, agora pode ser realizado virtualmente de qualquer local, rompendo as barreiras geográficas e consequentemente exigindo uma reestruturação administrativa e de gestão. Esta modalidade de trabalho está amparada no Brasil pela Lei 12.551/11 regrado pelo art. 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), viabilizando o reconhecimento do trabalho executado à distância. Com a reforma trabalhista este tipo de atividade volta a ser ainda mais abordado pela Lei 13.467/17 apresentando novas regulamentações que irão auxiliar no seu conceito e no contrato de trabalho (SOBRATT, 2017).

Para as instituições acadêmicas, foi possível expandir os cursos Ensino a Distância (EaD) sem a necessidade da exigência das aulas presenciais, possibilitando aos alunos o ingresso aos cursos de interesse, independente da localidade que se encontra a sede da instituição, através de uma nova forma de atuação do colaborador. Essa nova modalidade de curso, com base no avanço das tecnologias da informação e comunicação permitiu que os professores pudessem exercer atividades curriculares em diferentes locais e horários e estabelecer uma comunicação rápida e eficaz com os alunos. Tendo isso em vista, o objetivo desta pesquisa foi estudar a motivação dos professores de ensino a distância de uma

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universidade localizada na Serra Gaúcha, quanto ao teletrabalho, a partir dos conceitos da Hierarquia das Necessidades de Maslow.

Por fim, a estrutura do artigo articula-se em cinco seções, incluindo a introdução. A segunda seção trata do fundamento teórico que embasa a pesquisa, o método da pesquisa segue na terceira seção, a quarta apresenta a análise e discussão dos resultados obtidos e, afinal salientam-se as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MOTIVAÇÃO NO TELETRABALHO

A expressão Teletrabalho teve sua origem no inglês, como: telecommuting ou telework, sendo visto como seu criador Jack M. Nilles (MELLO, 1999). Mas, o termo “tele” tem sua origem no grego e significa distância, já a palavra “commuting” indica a viagem de ida e volta da casa do funcionário para o local de trabalho (SAKUDA; VASCONCELOS, 2005). Portanto, esse conceito compreende diferentes sinônimos: telecommuting, home office, trabalho remoto, e-work, telework, work from home, trabalho à distância, trabalho móvel, trabalho flexível, trabalho virtual. O que muda a nomenclatura são pequenas diferenças com relação ao local onde se realiza a atividade (BARROS; SILVA, 2010).

O teletrabalho pode ser classificado de três formas, dependendo do local onde são realizadas as tarefas pelo empregado: Teletrabalho em domicílio, onde o empregador disponibiliza os materiais de trabalho ao colaborador e este realiza na sua residência as atividades estabelecidas no contrato de trabalho. Teletrabalho em telecentros, os quais alocam uma ou mais empresas fora da sede principal, porém interligadas com suas bases e disponibilizam todos os equipamentos necessários. Teletrabalho nômade, refere-se aos casos onde o colaborador executa suas tarefas de diferentes locais, sendo aplicado principalmente pelos trabalhadores que viajam com frequência (DUARTE, 2008).

Em vista disso, encontra-se uma tendência em limitar o teletrabalho a determinadas atividades ou práticas de maneira restrita, àquelas executadas à distância ou exclusivamente na própria residência. Portanto, na prática observam-se realidades que não se enquadram nestes conceitos. O que se percebe é que esta forma de labor, com o auxílio das tecnologias, fez com que o teletrabalho passasse a fazer parte do dia a dia dos colaboradores que não obrigatoriamente encaixem-se nos conceitos citados (MACÊDO, 2017).

Em outras palavras, através do crescimento do uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), tornou-se possível trabalhar de qualquer lugar, esta realidade aparece como uma alternativa nos dias de hoje, o que faz com que o tema teletrabalho, também conhecido como home office, trabalho remoto, trabalho a distância, entre outros, seja contemporâneo. A viabilidade de exercer sua função total ou parcial de casa, tem entusiasmado tanto trabalhadores quanto as organizações (ROCHA; AMADOR, 2018).

Há características relacionadas as atividades que são ser exercidas pelos teletrabalhadores: baixa exigência de comunicação face a face; expressiva necessidade de longos períodos de dedicação; definição clara das metas; identificação das etapas e objetivos; baixa necessidade de acesso a informações ou materiais que não sejam informatizadas; pouca exigência de espaço físico para guardar materiais (TROPE, 1999). Ou seja, encontra-se flexibilidade dos horários e do local de execução das atividades que o teletrabalho proporciona para o colaborador, uma vez que possibilita uma autonomia na efetividade das tarefas, permitindo adequar a jornada de trabalho ao seu biorritmo e a sua realidade. Por outro lado, não pode ser possível mensurar o período trabalhado e estabelecer um tempo de pausa, levando a jornadas de trabalho exaustivas, consumindo parte do tempo de lazer com atividades profissionais (MACÊDO, 2017).

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Nessa perspectiva, apresenta-se como fator de risco na atividade do teletrabalho a intensificação do trabalho, a dificuldade de separar a vida profissional da pessoal, o risco de preencher os espaços da vida pessoal com atividades profissionais pelos dispositivos móveis, estendendo a sua jornada de trabalho. Diante disso, algumas práticas gerenciais são relevantes para o sucesso do teletrabalho, como: seleção cautelosa dos colaboradores que irão executar suas atividades à distância, estruturação dos ambientes e tecnologia apropriada, suporte de telecomunicações, gestão com foco no desempenho e resultados, treinamento adequado, colaboração do restante da equipe que ficará alocada na empresa e acompanhamento do trabalho (MELLO, 1999; ROCHA; AMADOR, 2018 ).

Nilles (1997) afirma que, a respeito do teletrabalho, encontra-se a necessidade do colaborador a se motivar, uma vez que não possui mais o contato direto dos escritórios tradicionais. Como principais características esperadas do teletrabalhador, Fernández (1999) destaca: autodisciplina (cumprir as metas estabelecidas); autonomia (executar as tarefas sem a presença física do gestor); exatidão (obedecer os prazos estipulados); perseverança (saber conviver com a solidão); rigor (qualidade na execução do trabalho); independência (afirmação da personalidade); eficácia (maior resultado no menor prazo de tempo); ambição (ampliar a carteira de clientes com foco no crescimento pessoal e profissional); espírito prático (saber conviver com as adversidades e buscar a solução dos problemas com rapidez); dinamismo, Confiança em si próprio (ser autocrítico) e; resistência física (resistir as longas jornadas de trabalho).

Nesse sentido, referente a motivação do teletrabalhador, Goulart (2005) apresenta os atributos assim como as suas respectivas definições a respeito da motivação do teletrabalhador, o que é mostrado no Quadro 1:

Quadro 1 – Atributos do teletrabalhador

ATRIBUTOS DEFINIÇÃO

Automotivação Demonstração de interesse e entusiasmo.

Autodisciplina Capacidade de auto controle e comportamento adequado.

Confiança Crença nas próprias qualidades e na capacidade de resolver problemas com eficácia.

Flexibilidade Capacidade de adequar-se às novas circunstâncias e abertura a novos conhecimentos.

Independência Capacidade de tomar decisões por conta própria, com responsabilidade. Bom senso Demonstração de equilíbrio nas suas colocações, emoções e atitudes. Confiabilidade Capacidade de demonstrar confiança pela ponderação de suas

colocações e atitudes.

Adaptabilidade Capacidade de ajustar-se a qualquer ambiente sem problemas.

Fonte: Adaptado de Goulart (2005).

Nessa perspectiva, conforme indica Gil (2016), a motivação pode ser explicada pela Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, a qual afirma que o comportamento humano decorre de necessidades ou motivos. O ponto principal desta teoria é a existência de uma hierarquia das necessidades humanas, partindo das mais básicas até a mais elevada. Então, para Maslow (1968, p. 47) a maioria das necessidades compreende “[...] desejos insatisfeitos de segurança, de filiação e de identificação, de estreitas relações de amor, de respeito e prestígio”. Em relação ao estado motivacional, as pessoas sadias já alcançaram as suas necessidades básicas, sendo motivadas pelo processo de satisfação de potenciais, capacidades e realização da sua vocação. O indivíduo torna-se motivado quando tem um desejo, quando algo lhe falta ou está carente de alguma coisa (MASLOW, 1968). Desta forma, define-se as cinco categorias que compõem a pirâmide das necessidades de Maslow a seguir: fisiológicas, de segurança, de

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pertencimento, de estima e de autorrealização.

a) necessidades fisiológicas: Podem ser definidas como as mais básicas, por exemplo a alimentação, o repouso, o abrigo, etc. Possuem relação com a questão de sobrevivência dos indivíduos, já nascem com eles;

b) necessidades de segurança: Engloba desde a simples proteção contra ameaças ou perigos até a preservação do emprego, plano de saúde e salário;

c) necessidades sociais: Envolve amor, afeto e pertencimento;

d) necessidades de estima: Referem-se à realização, adequação, exercício da liberdade, reputação, reconhecimento e autoconfiança, entre outros;

e) necessidades de autorrealização: Tem ligação direta com o desejo de se realizar naquilo que apresenta potencial, Maslow reconhece a satisfação destas necessidades nas pessoas que apresentam a mais elevada e saudável criatividade (GIL, 2016).

Por fim, é necessário salientar que gestores buscam por colaboradores motivados com a sua atividade, equipe e principalmente com a organização a que fazem parte. Se entende que altos níveis de motivação podem aumentar o desempenho e obter uma produtividade maior. Na prática esta ideia não é tão simples porque envolve aspectos biológicos, psicológicos, culturais e históricos. A motivação está relacionada com a satisfação, comprometimento e envolvimento. Ao contrário de Maslow, no final da década de 1960, Aldelfer afirma que a motivação não segue somente um caminho progressivo, mas também regressivo. A decepção do alcance das necessidades mais elevadas poderia fazer com que o indivíduo voltasse ao nível anterior ao qual teve resultados positivos (ZANELLI; BORGES-ANDRADE; BASTOS, 2004). Mas, o aspecto comportamental é um fator importante de ser analisado, tornando-se um restritivo a atividade do trabalho remoto se as pessoas envolvidas no processo não tiverem a qualificação necessária ou ainda não possuírem capacidade de autogerenciamento (MELLO, 2011).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta pesquisa escolheu-se a análise qualitativa dos dados, e essa escolha deve-se ao fato de permitir o entendimento de aspectos subjetivos relativo à conduta humana (GIL, 2018). Em outros termos, a abordagem desta pesquisa é qualitativa que, segundo Flick (2009), aplica-se à análiaplica-se de casos concretos em suas peculiaridades locais e temporais, com baaplica-se nas expressões e atividades dos indivíduos em seus contextos locais. Segundo o autor, essa abordagem de pesquisa é singularmente importante ao estudo das relações sociais devido à pluralização das esferas de vida (FLICK, 2009).

Referente aos níveis da pesquisa, optou-se pela pesquisa exploratória por possibilitar maior familiaridade com o problema, tendo como objetivo torna-lo mais compreensível, ou seja, desenvolver, esclarecer e mudar conceitos e ideias (GIL, 2018). Também, a pesquisa foi descritiva porque buscou descobrir, com maior precisão e conexão possível a frequência com que os fenômenos investigados ocorrem, sua natureza e suas características (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). Em outras palavras, essa pesquisa descreve fatos ou fenômenos das realidades dos professores que trabalham com os cursos de ensino a distância no caso investigado (TRIVIÑOS, 2015).

De natureza aplicada, este estudo utilizou como estratégia de pesquisa o estudo de caso único, que é uma estratégia utilizada em diferentes situações com o intuito de auxiliar no conhecimento de fenômenos individuais, grupais, políticos, sociais e organizacional. Sua aplicação está diretamente ligada no desejo de compreender fenômenos sociais complexos. Este tipo de estratégia de pesquisa foi escolhido com base no fundamento de caso comum, onde o objetivo é captar as circunstâncias e as condições de uma situação cotidiana (YIN, 2015).

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educação a distância de uma universidade localizada na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul – Brasil. Salientando que, a EaD compreende-se como uma modalidade de educação onde professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que emprega várias tecnologias de comunicação (MAIA; MATTAR, 2007). Assim, a instituição oferece a um aluno de EaD as mesmas condições e suporte que as oferecidas aos alunos presenciais. Por se adaptar as diferentes realidades dos alunos que almejam uma formação acadêmica, a educação a distância vem ganhando cada vez mais espaço no cenário atual, atendendo as necessidades deste público específico (LOPES; FARIA, 2013).

Em vista disso, na universidade pesquisada, a Educação a Distância teve início em 2002 por meio da criação do Núcleo de Educação a Distância (NEAD), a primeira graduação nesta modalidade foi oferecida no curso de Licenciatura em Pedagogia em 2004, atualmente, na graduação, está disponível para os cursos de Administração – Semipresencial, Biblioteconomia EAD, Ciências Contábeis- Semipresencial, Formação Pedagógica, Gestão de Supermercados e Pedagogia-EAD.

Para fins de coleta de dados foram empregadas as seguintes fontes: fontes secundárias, incluindo a literatura científica sobre os objetos do estudo, com o intuito de obter embasamento teórico; observação não participante e entrevistas individuais em profundidade baseadas no roteiro semiestruturado. Em primeiro lugar, foi utilizada a observação não participante incluindo no roteiro de observação registros livres e/ou ainda comentários que expressaram informações relevantes a respeito dos participantes durante as respectivas entrevistas, o referido roteiro fundamentou-se no Protocolo de Observação da pesquisa de Bencke (2016). Assim, Cervo e Bervian (2002) salientam que, a observação não participante ocorre quando o pesquisador atua na posição de expectador, procurando não se envolver ou deixar-se envolver com o objeto que está observando.

Em segundo lugar, foi utilizada como fonte secundária o site da universidade investigada, onde foi possível coletar informações a respeito da instituição acadêmica e também das disciplinas EaD oferecidas para os alunos. Sabendo que as fontes secundárias, de acordo com Cunha (2001), elas apresentam informações a respeito das fontes primárias, além disso organizam os documentos primários e conduzem o leitor para eles. Em terceiro lugar, foram as entrevistas individuais em profundidade que se assemelharam ao conversar, conforme indica (YIN, 2016), com o intuito de proporcionar uma visão abrangente a respeito da motivação dos professores trabalhando como teletrabalhadores no contexto da educação a distância de uma universidade localizada na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul - Brazil.

Assim, foi escolhida esta forma de entrevista porque ela é recomendada nas pesquisas exploratórias (GIL, 2018; MARCONI; LAKATOS, 2017). As professoras entrevistadas foram indicadas pelo coordenador do curso de Administração da universidade investigada, por terem anos de atuação no EaD. Depois disso, um dos pesquisadores entrou em contato por e-mail e agendou as entrevistas. As entrevistas ocorreram de forma individual e presencial, em uma sala escolhida na universidade pelas entrevistadas, sendo gravadas por meio do aplicativo Gravador de Voz, instalado no telefone Motorola G6 Plus e na sequência, transcritas en MS Word 2013, para realizar uma análise mais aprofundada. Depois disso, essas transcrições foram importadas para o software NVivo 11®, para operacionalizar a categorização temática e codificação dos depoimentos dos participantes pesquisados.

Torna-se necessário salientar que, o roteiro das entrevistas individuais em profundidade utilizado, foi adaptado do roteiro da pesquisa de Flório (2005). Esse roteiro contém perguntas abertas, que abordam os principais temas relativos a pesquisa, serviu principalmente de amparo no momento da entrevista. O uso deste roteiro como guia fez com que o entrevistado se sentisse parte de uma pesquisa mais formal e assim faça revelações sobre temas controversos (YIN, 2016). Portanto, ao iniciar essas entrevistas, para evitar constrangimento dos participantes da pesquisa, as entrevistadas ficaram informadas sobre o

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objetivo da pesquisa, na sequência foram consultadas quanto a permissão da gravação, e foram avisadas que podiam interromper participação deles sem justificativa nenhuma em qualquer momento da coleta, se quiserem. Após isso, eles assinaram respectivamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Todas as professoras entrevistadas fazem parte do curso de Administração, onde lecionam aulas presenciais dentro deste núcleo e também aulas EaD dentro do Centro de Ciências Sociais. Assim, os participantes da pesquisa são cinco professoras, residentes na cidade de Caxias do Sul, que possuem vínculo empregatício com a universidade investigada e atuam como teletrabalhadores através do auxílio das tecnologias de informação e comunicação, conciliando suas atividades presenciais com as tarefas que executam fora do ambiente educacional. O local de atuação dos colaboradores para execução das atividades de trabalho é mesclado entre o ambiente institucional e a própria residência. O nome dos participantes fica preservado para respeitar o seu anonimato, sendo identificados como: entrevistada E1, E2, E3, E4 e E5. O Quadro 2 apresenta o perfil das professoras teletrabalhadores entrevistadas:

Quadro 2 – Dados das entrevistas

Entrevistado Tempo de Empresa Tempo Que Atua Como Teletrabalhador Vínculo Empregatício Tempo de Entrevista Páginas de Transcrições Cidade de residência/ Estado E1 Acima de 15 Anos Acima de 9 Anos CLT 33:29 8 páginas Caxias do Sul/ RS E2 Acima de 15 Anos Acima de 9 Anos CLT 17:30 5 páginas Caxias do Sul/RS E3 Acima de 15 Anos Acima de 9 Anos CLT 14:28 4 páginas Caxias do Sul/RS E4 Acima de 15 Anos Acima de 9 Anos CLT 12:39 4 páginas Caxias do Sul/RS E5 Acima de 15 Anos Acima de 9 Anos CLT 38:30 9 páginas Caxias do Sul/RS Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

A análise dos dados qualitativos é composta por eventos subsequentes, como: compilar, decompor, recompor, interpretar e concluir, tendo como objetivo obter conclusões com bases empíricas (YIN, 2016). A análise e interpretação dos dados foram realizadas através da técnica de análise de conteúdo, sendo esta um conjunto de técnicas de análise das comunicações que possui como finalidade obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores, que possibilitam a inferência de conhecimentos referente às condições de produção e recepção dessas mensagens” (BARDIN, 2016).

Segundo a autora, esta técnica é realizada em três etapas cronológicas a seguir: pré-análise, exploração do material, assim como tratamento e interpretação dos resultados obtidos. Na fase de Pré-análise, as gravações e transcrições das entrevistas foram realizadas e lidas, bem como as observações de campo e dados secundários foram conferidos. Depois disso, na fase de exploração do material, as transcrições das entrevistas foram lidas novamente e os trechos dos textos referente as categorias e subcategorias estabelecidas a priori, conforme o Quadro 3, foram destacados e organizados em uma planilha excel. Após os dados obtidos e classificados foram organizados e analisados de acordo com as categorias a priori. Esses dados classificados foram importados para o software NVivo 11®, onde foi organizada a categorização temática e codificação dos depoimentos posteriormente realizada.

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Em outros termos, a codificação das categorias a priori (Nós) fornecidas pelo referencial teórico, ocorreu a partir da categoria de maior extensão, até aquelas de menor extensão chamadas subcategorias (sub-nós). E, essas codificações foram processadas pelo software Nvivo versão 11, desta forma, auxiliaram a organizar e gerar esquemas como: Nós e sub-nós, referências, contagem de palavras, cluster por similaridade de palavras. Em vista disso, realizou-se a fase de análise e interpretação das informações ou resultados, conforme a seção quatro desse estudo.

Quadro 3 – Categorias criadas a priori CONCEITOS TEÓRICOS CATEGORIAS A PRIORI (Nós e Sub-nós) Fontes (Entrevistas) Referências (Citações) TELETRABALHO E MOTIVAÇÃO

Categoria 1 - Motivação no teletrabalho; 6 5

Subcategoria 1.1 – Autorrealização: crescimento pessoal; 5 19

Subcategoria 1.2 – Estima: reconhecimento; 5 14

Subcategoria 1.3 – Sociais: relação com os colegas, coordenador e família;

5 49

Subcategoria 1.4 – Segurança: Remuneração e benefícios; 5 16 Subcategoria 1.5 – Fisiológicas: conforto físico,

flexibilização do tempo, local e atividades.

5 47

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados do Nvivo 2011® (2018).

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A pesquisa estudou a motivação dos professores de educação a distância de uma universidade localizada na Serra Gaúcha, quanto ao teletrabalho, a partir dos conceitos da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Tratou de encontrar elementos nas entrevistas individuais em profundidade, nas observações não participantes, assim como nas fontes secundárias a respeito do tema estudado. E, a análise dos resultados obtidos em cada pergunta, relacionou as respostas das entrevistas com o embasamento teórico e o objetivo da pesquisa. Os depoimentos dos participantes da pesquisa consideraram, respectivamente, as questões voltadas aos aspectos fisiológicos (conforto físico, flexibilização do tempo, local e atividades), segurança (remuneração e benefício), sociais (relação com os colegas, coordenador e família), estima (reconhecimento), autorrealização (crescimento pessoal). Deste modo, o desenvolvimento da pesquisa e os resultados foram atingidos conforme a abordagem da pesquisa.

Seguindo a hierarquia das necessidades de Maslow, identificou-se na parte Fisiológica como um atrativo considerável na atuação do teletrabalho, a possibilidade de atuarem de diversos locais e horários, como destacou a entrevistada E1 “[...] hoje com a tecnologia acho que dá pra dizer assim, que isso pra nós é muito prático, versátil, porque o planejamento das disciplinas a gente pode fazer em qualquer lugar, em qualquer hora, tanto presencial, quanto EaD.” Esse depoimentos corrobora a opinião de Rocha e Amador (2018) segundo qual, através do crescimento do uso das TICs, tornou-se possível trabalhar de qualquer lugar, esta realidade aparece como uma alternativa bastante atrativa nos dias de hoje, o que faz com que o tema teletrabalho, também conhecido como home office, trabalho remoto, trabalho a distância, entre outros, seja contemporâneo. A viabilidade de exercer sua função total ou parcial de casa, tem entusiasmado tanto trabalhadores quanto as organizações.

Com relação ao segundo nível da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, necessidade de segurança, verificou-se que o fato de atuarem com o teletrabalho não altera a remuneração, independente das horas trabalhadas fora da instituição com planejamento de aulas, correções, pesquisa de materiais, entre outros. Como ressalta a entrevistada E2 “Não, o que eu trabalhar mais não. Eu tenho uma disciplina pra cuidar e se eu demorar mais, bom sinto

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muito. Como eu disse, é muito o compromisso que a gente tem né, responsabilidade, e então não tem hora pra terminar.”

Quanto ao nível da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, necessidade Sociais, todas as entrevistadas salientaram que o teletrabalho acaba influenciando diretamente na relação com a família e amigos, conforme declara a entrevistada E4 “Eles acham que eu trabalho demais. Meu marido diz que não fala mais. [...] Influencia porque tu te foca só naquilo, né. Acabo dando prioridade para o trabalho.” Esse resultado corrobora as afirmações de Macêdo (2017) quando destaca que pode não ser possível mensurar o período trabalhado e estabelecer um tempo de pausa, levando a jornadas de trabalho exaustivas, consumindo parte do tempo de lazer com atividades profissionais. Porém, não prejudica o relacionamento entre os colegas de trabalho, onde destacam que o convívio, mesmo não sendo na sua totalidade presencial é harmonioso, o que pode ser verificado no relato da entrevistada E4 “[...] Na realidade aqui a gente tem um relacionamento muito bom com os colegas, a gente tem uma área que a gente interage muito e eu diria assim, o ambiente, o nosso ambiente de trabalho é muito bom.”

No entanto, “ [...] em algumas épocas não vou num cinema, porque eu não posso, porque eu tenho que fazer, postar coisas, corrigir, enfim, tem que entregar notas, este tipo de coisa. [...], você acaba, assim final de semestre o pessoal já não me convida pra nada né. [...]. Final de semestre a gente quase não vive” (E5).

Ao analisar a hierarquia Estima percebeu-se um nível considerável de autonomia por parte das professoras, as quais se sentem valorizadas, de acordo com entrevistada E5 “[...] aqui na (...) especialmente, eu me sinto muito à vontade. Então eu sempre trabalhei com muita liberdade, eu trabalho muito com dinâmicas, esse tipo de coisa, eu não tenho que ficar solicitando autorização.” Como principais características esperadas dos teletrabalhadores, Mello (2011) afirma que o aspecto comportamental é um fator importante de ser analisado, tornando-se um restritivo a atividade do trabalho remoto se as pessoas envolvidas no processo não tiverem a qualificação necessária ou ainda não possuírem capacidade de autogerenciamento.

[...] então eu diria assim que talvez os profissionais que são também do ensino superior eles já tem muito mais autonomia presente, então muito mais responsabilidade no desempenho das suas funções. Então acho que vem aí a questão do compromisso, da responsabilidade, da efetividade e da busca permanente de dar o seu melhor (E1).

Já no quesito Autorrealização, o que mais se evidencia é a paixão das docentes pela profissão que exercem aliadas ao teletrabalho, como pode-se verificar nos depoimentos seguintes: “ [...] acho que eu me sinto muito motivada, é uma coisa que eu gosto, eu tenho muito prazer em planejar disciplinas, acho que é um prazer muito grande que a gente tem, eu tenho.” (E1). [...] “Ai, eu gosto muito. Pra mim ainda a comunicação é sempre um desafio.” [...] (E2). “ Eu gosto, eu acho que é muito prático. É muito dinâmico. Então tu consegue fazer várias atividades, resolver várias questões, interagir com outras pessoas de vários locais. Tu não fica preso a um espaço físico, te dá uma dinâmica muito maior” (E3). Esses achados apontam que a motivação está diretamente relacionada com a satisfação, comprometimento e envolvimento. (ZANELLI; BORGES-ANDRADE; BASTOS, 2004).

Ao analisar o Quadro 3, identifica-se que os sub-nós que mais destacam-se no número de referências são: sociais e fisiológicas, o que pode ser explicado pelo fato de que ao atuarem com o teletrabalho, os compromissos profissionais acabam invadindo a vida privada, devido a grande maioria acabar realizando as tarefas que não foram possíveis de serem feitas dentro do horário que estão trabalhando na instituição, no período que estão em casa. Muitas vezes, estes profissionais exercem suas atividades nos finais de semana ou até mesmo até a madrugada para cumprirem suas obrigações. De encontro a esta afirmação, a entrevistada E3 complementa

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“Então tu continua com a tua carga horária física e tu tem além, que as vezes tu não consegue nem mensurar, porque são tantos momentos, tantos vários momentos que as vezes tu não consegue nem mensurar.”

Por outro lado, o fato de poderem executar as atividades em diferentes locais e horários através do uso das tecnologias, o que ocorre geralmente na residência dos docentes, ganha igual destaque pela facilidade aos acessos, agilidade no trato entre alunos e professores e um ambiente mais sossegado sem tantas interrupções, gerando uma maior produtividade, como informa a entrevistada E2 “ [...] se eu estou em casa e fora do ambiente de trabalho, normalmente é um ambiente mais tranquilo e eu acho que o meu desempenho é melhor [...].”

Nessa perspectiva, conforme indica a Figura 1, o Cluster de palavras que foi utilizado através do software NVivo 11, teve o propósito de classificar elementos das entrevistas em grupos por similaridade. Assim, obteve-se relação entre os termos presencial, teletrabalho e distância. Essas relações evidenciam a realidade dos professores que além de trabalharem com o ensino a distância também atuam com disciplinas presenciais, assim como confirmam a rotina destes profissionais que fazem o planejamento das aulas, acompanhamento dos alunos e correções de trabalhos e provas fora do ambiente institucional, tudo isso sendo possibilitado pelo uso das tecnologias de telecomunicações que permitem o acesso dos professores a diversas ferramentas fora da universidade.

Em termos do (...) como ferramenta de teletrabalho, pra se trabalhar em qualquer momento, seja disponibilizar arquivos para os alunos, seja no sentido de efetuar uma correção. E não só o [...], hoje eu utilizo o Google Drive pra fazer as correções de TCC, de projeto integrador (E5).

Outra relação resultante é entre a agilidade que esta forma de atuação proporciona para as professoras, oferecendo uma comunicação muito mais rápida entre professores e alunos, pois não possuem um horário restrito, na grande maioria dos casos continuam trabalhando nas suas residências, inclusive nos finais de semana através do ambiente virtual. Contudo, na relação gerada entre economia os docentes destacam a possibilidade de redução no tempo de deslocamento durante as aulas EaD, porque podem fazer tudo de casa, conforme a entrevistada E3 “[...] porque reduz um pouco, claro, o deslocamento, por exemplo, aula à distância eu não preciso estar aqui [...].” Na questão da remuneração não existe nenhum diferencial de valores pelas horas trabalhadas fora da instituição, como relata a entrevistada E4 “Não existe diferença na remuneração por atuar com o teletrabalho [...]” independentemente da quantidade, o salário é fixo conforme o contrato de trabalho.

De acordo com a entrevistada E3 “Não existe diferença na remuneração por atuar com o teletrabalho. É um trabalho com carga horária definida né. E a carga horária que teoricamente no contrato de trabalho é uma carga horária presencial.” Diante disso, foi observado que as questões voltadas a remuneração e carga horária acabam sendo desafiadoras ao atuar no ensino EAD da Universidade investigada.

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Figura 1 – Cluster de palavras

Fonte: Adaptada pela autora a partir do software NVivo 11® (2018).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta seção são apresentadas as principais conclusões da pesquisa, limitações e sugestão para pesquisas futuras. Considerando que a proposta da pesquisa foi estudar a motivação dos professores da educação a distância de uma universidade localizada na Serra Gaúcha, quanto ao teletrabalho, a partir dos conceitos da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Os resultados encontrados proporcionaram algumas considerações que possibilitam a compreensão da forma que ocorre a motivação dos professores da educação a distancia da universidade investigada.

A partir da caracterização da unidade de análise atrelada a essa universidade, apontou-se a descrição dos aspectos que envolvem os professores ligados ao EaD, no qual atuam diretamente com o teletrabalho, ao considerar os cinco níveis de necessidades desenvolvidos por Maslow: fisiológicas, segurança, sociais, estima, assim como de autorrealização. Com ênfase na abordagem qualitativa interpretativista da pesquisa, buscou-se compreender o contexto da realidade vivida por estes profissionais e de modo particular, como cada uma é motivada diante de tantos desafios atrelados à educação a distância.

Assim, foi possível identificar uma série de relatos que possibilitasse alcançar o perfil dos participantes da pesquisa e descrever as situações encontradas no seu dia a dia, no que diz respeito ao cumprimento de suas tarefas. Também, verificou-se o quanto atuar com o teletrabalho contribui para o bom andamento e cumprimento das atividades que são atribuídas aos professores, uma vez que não é possível realizar tais atividades somente dentro do ambiente institucional. Por conseguinte, a liberdade de atuar de diferentes locais e em horários distintos, com o auxílio das tecnologias da informação e comunicação, permite uma flexibilização durante a execução das suas obrigações.

Por outro lado, essa possibilidade de dar continuidade ao trabalho fora da instituição gera por muitas vezes uma sobrecarga aos professores, os quais fazem a gerência do tempo nas suas residências trabalhando nos períodos contrários as atividades presenciais ou ainda nos

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finais de semana. Consequentemente, essa realidade várias vezes coloca-se como elemento desafiador das professoras pesquisadas no cumprimento de suas tarefas. Em vista disso, as obrigações profissionais acabam influenciando diretamente na vida privada dos docentes, incluindo família e amigos. Em determinadas épocas a atenção se volta diretamente para o profissional fazendo com que atividades sociais sejam colocadas em segundo plano. Nas atividades EaD, mesmo que o convívio entre os colegas não seja tão frequente, as redes sociais como o whatsapp e ferramentas tecnológicas auxiliam de forma significativa no relacionamento e também troca de ideias.

De forma geral, se reconhece uma autonomia por parte dos professores na realização e cumprimento das atividades acadêmicas, onde o importante são os resultados a serem alcançados. Por conta disso, se explica toda a dedicação empenhada. Através das observações realizadas, ficou evidente entre as professoras envolvidas, uma paixão significativa pela profissão que exercem. A preocupação de oferecer aos alunos uma comunicação clara e resolutiva foi identificada com frequência. Ao atingirem os objetivos propostos, ocorre simultaneamente uma realização não somente profissional, mas também pessoal, de forma a buscarem de maneira constante uma atualização com os assuntos envolvidos.

Outro fato relevante é que mesmo trabalhando por longos períodos das suas residências, a remuneração não se altera, uma vez que existe um contrato de trabalho com uma remuneração estipulada, onde estas horas de dedicação já fazem parte da própria atividade dos professores, incluindo planejamento de aulas, preparação e correção de atividades de avaliação, pesquisas sobre os assuntos relacionados as aulas, entre outras. O fato que a remuneração dos professores não altere quanto a modalidade EaD, não se revelou como elemento desmotivador dentro do contexto investigado, embora seja uma realidade desafiadora para as professoras.

Tendo isso em vista, pode-se afirmar que a motivação no contexto investigado está relacionada com a satisfação, comprometimento e envolvimento das professoras com o cumprimento do seu trabalho. Mesmo que os aspectos Sociais e Fisiológicos apresentam desafios maiores na relação entre professores e teletrabalho. Diante disso, constatou-se que a motivação das professoras não segue apenas um caminho progressivo, mas também regressivo, ou seja, a sua motivação não enquadra em um caminho linear sob a perspectiva da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Assim, não precisa alcançar todas as necessidades respectivamente para se sentir motivada referente a educação a distância. A decepção do alcance das necessidades menos elevadas, como as fisiológicas ou sociais, não empede que as professoras atinjam as hierarquias mais elevadas como estima e autorrealização deixando-as motivadas para cumprir as suas tarefas.

Por fim, constatou-se umas limitações da pesquisa, considerando que as entrevistas foram realizadas dentro da universidade investigada e os professores tinham um tempo limitado devido a compromissos. Também, a pesquisa não contemplou a visão da coordenadoria das disciplinas EaD porque ela não foi entrevistada por falta de disponibilidade. Por tratar-se de colaboradores da própria Universidade, entrevistadas no ambiente da universidade, tais fatos podem ter levado a algum tipo de parcialidade da resposta, por parte das entrevistadas, devido ao âmbito e o contexto em que estavam inseridos (YIN, 2015).

Com relação a pesquisas futuras, sugere-se realizar um estudo similar de casos múltiplos, ao abordar os aspectos trabalhistas, incluindo a visão da coordenadoria das disciplinas EaD, e um número maior de entrevistados. Também, sugere-se para estudo futuro, uma investigação que analise o papel e a contribuição da coordenadoria na motivação dos professores que atuam com o teletrabalho sob a ótica das Necessidades de Maslow.

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XX Mostra de Iniciação Científica, Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Programa de Pós-Graduação em Administração | 12

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