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EXMA. SRA DRA JUÍZA DE DIREITO DA 2 a VARA REGIONAL DE COMPETÊNCIA EMPRESARIAL E DE CONFLITOS RELACIONADOS À ARBITRAGEM DA 1ª RAJ.

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EXMA. SRA DRA JUÍZA DE DIREITO DA 2 VARA REGIONAL DE COMPETÊNCIA EMPRESARIAL E DE CONFLITOS RELACIONADOS À ARBITRAGEM DA 1ª RAJ.

Processo no 1000028-49.2020.8.26.0260

SANYA COMERCIO DISTRIBUIDORA E IMPORTAÇÃO LTDA, por seus advogados infra-assinados nos autos do seu pedido de RECUPERAÇÃO JUDICIAL em epígrafe, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 53 da Lei 11.101/2005, apresentar, tempestivamente, seu Plano de Recuperação Judicial, consubstanciado no documento em anexo.

Nestes termos; P. deferimento e j.

São Paulo, 24 de julho de 2020.

MARCOS PELOZATO HENRIQUE GABRIEL BATTAGIN MARTINS

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SANYA COMERCIAL E DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO LTDA.

PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

SANYA COMERCIAL E DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO LTDA.

2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª RAJ - Foro

Especializado da 1ª RAJ – SP

Processo número: 1000028-49.2020.8.26.0260

Administrador Judicial: AJ Ruiz Consultoria Empresarial Ltda Dr. Joice Ruiz Bernier

Assessoria Jurídica: Pelozato Henrique Advogados Dr. Marcos Pelozaro Henrique Dr. Gabriel Battagin Martins

Assessoria Empresarial: APTAR Serviços em Recuperação de Empresas Ltda.

“O plano de recuperação judicial se desenvolverá sob aspectos relevantes no sentido de atender os direitos creditícios em geral, tomando-se por base a gradação de pagamentos disciplinados na Lei 11.101 de 09 de fevereiro de 2005 de acordo com a geração de fluxo de caixa projetado para 15 (quinze) anos, com o objetivo de demonstrar a capacidade de pagamento e a recuperação da empresa.”

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ÍNDICE

SUMÁRIO ... 5

1. APRESENTAÇÃO – DISTRIBUIÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ... 7

1.1. Abreviações e Definições ... 8

2. A EMPRESA ... 10

2.1. Breve Histórico ... 10

2.1.1. Principais Produtos - Categorias ... 14

2.1.2. Assistência Técnica ... 16

2.1.3. Qualidade dos Produtos ... 16

2.1.4. Sistema de Gestão ... 16

2.1.5. Prêmios ... 17

2.2. Causas da Situação Patrimonial e das Razões da Crise Econômico-Financeira - Pedido de Recuperação Judicial ... 19

2.2.1. COVID19 ... 21

3. MERCADO DE ATUAÇÃO – BREVE SÍNTESE ... 25

4. O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ... 32

4.1. Meios de Recuperação ... 32

4.1.1. Plano de Ação de Reestruturação ... 33

4.2. Administração do Patrimônio ... 35

4.3. Laudo de Avaliação dos Ativos ... 35

5. ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA ... 36

5.1. Quadro de Credores ... 36

5.2. Créditos Tributários ... 38

5.3. Premissas Utilizadas no Planejamento ... 38

5.4. Projeções do Fluxo de Caixa ... 39

(5)

6.1. Credores Trabalhistas – Classe I ... 41

6.2. Credores Garantia Real – Classe II ... 42

6.3. Credores Quirografários – Classe III ... 42

6.4. Credores ME e EPP – Classe IV ... 43

6.5. Credores Extraconcursais ... 43

6.6. Otimizando os Pagamentos aos Credores ... 44

6.7. Procedimentos Gerais ... 44

6.8. Geração de Caixa Extra - Redução da Inadimplência ... 44

7. CREDOR COLABORADOR E LEILÃO REVERSO ... 46

7.1. Credor Colaborador... 46

7.1.1. Fornecedores de Produtos e Serviços ... 47

7.1.2. Instituições Financeiras ... 48

7.2. Leilão Reverso dos Créditos ... 48

8. APROVAÇÃO DO PLANO – EFEITOS ... 50

8.1. Das Garantias de Sócios e Controladores e Essencialidade dos Bens ... 51

8.2. Das Garantias de Terceiros ... 51

8.2.1. Das Garantias de Terceiros ... 52

8.3. Da necessidade da Manutenção dos Bens Essenciais ... 53

8.4. Quitação ... 53

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO E RESUMO DO PLANO ... 54

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SUMÁRIO

Este documento foi elaborado nos termos do artigo 53 da Lei 11.101/05 Lei de Falências

e Recuperação de Empresas – LRF, sob a forma de um Plano de Recuperação Judicial

para a empresa SANYA COMERCIAL E DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO LTDA.

Para elaboração deste Plano, foram considerados os princípios estabelecidos no artigo 47 da Lei 11.101/05.

“A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação de

crise econômico-financeira da empresa a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da

empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”.

Para o devido suporte na elaboração do Plano de Recuperação Judicial as Empresas contrataram a APTAR SERVIÇOS EM RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS LTDA., empresa especializada em reestruturação e recuperação de empresas.

O presente Plano de Recuperação Judicial tem por objetivo elucidar as ações necessárias para a reestruturação da recuperanda, abrangendo medidas no âmbito jurídico, financeiro, administrativo e operacional, incluindo medidas que deverão ser adotadas visando à recuperação da competitividade, capacidade econômica, e desenvolvimento de seus negócios de forma organizada e eficiente, possibilitando assim, o cumprimento da proposta de quitação de seu passivo.

As condições descritas no presente plano atendem às exigências da Lei de Falências e Recuperação de Empresas e foram preparadas tendo em vista as mais modernas técnicas de administração e de gestão empresarial.

Apoiado nas informações prestadas pela empresa e pelos documentos entregues em juízo, conforme art. 51 da Lei 11.101/05, a demonstração da viabilidade econômica, de que trata o art. 53 da referida Lei, é observada na compatibilidade entre a geração de

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Considerando que a proposta para pagamento da dívida apresentada neste Plano está embasada nas informações financeiras, projeções de resultados e nas perspectivas de mercado, e, que tem por objetivo elucidar soluções viáveis para que as recuperandas superem sua crise econômico-financeira e reestruture seu negócio, almeja-se sua aprovação em Assembleia Geral de Credores, pelos fornecedores e credores habilitados na recuperação e, consequentemente, a homologação pelo MM. Juízo.

Nossos trabalhos foram baseados na situação atual da empresa e em dados e informações fornecidas pela administração, incluindo estimativas que refletem suas melhores perspectivas sobre o desempenho dos negócios. A coerência dessas informações com os documentos que lhes deram origem foi considerada fidedigna, não implicando ao trabalho da presente consultoria contratada, a responsabilidade pela revisão, validação, perícia ou auditoria.

Nesse sentido, a implementação das medidas apresentadas no presente Plano, bem como os resultados obtidos e informações financeiras são de exclusiva responsabilidade do Corpo Diretivo da Recuperanda e seus Administradores.

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1. APRESENTAÇÃO – DISTRIBUIÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL Plano de Recuperação Judicial da empresa SANYA COMERCIAL E DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO LTDA é proposto conforme a Lei 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005. No dia 21 de maio de 2020, foi distribuída à 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª RAJ - Foro Especializado

da 1ª RAJ – SP, a ação inicial requerendo a Recuperação Judicial da empresa. Em 27

de maio de 2020 foi deferido o pedido e no dia 01 de junho de 2020, foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – DJE, sendo nomeado como administradora judicial a empresa AJ RUIZ CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA., representada pela Dra. Joice Ruiz Bernier.

Neste Plano de Recuperação Judicial serão demonstrados, o fluxo de caixa projetado e suas premissas de projeção, a descrição das medidas adotadas pela recuperanda visando à recuperação da competitividade e capacidade econômica, para o desenvolvendo de seus negócios de forma organizada e eficiente, possibilitando assim o cumprimento da proposta de quitação de seu passivo de forma sustentável, honrando, em prazo adequado, todos os compromissos assumidos diante de seus credores.

Coerente com o planejamento econômico-financeiro da operação será apresentada uma proposta de pagamento com cronograma e detalhamento das amortizações dos valores devidos aos credores habilitados neste processo de Recuperação Judicial.

O Plano de Recuperação foi desenvolvido com base em informações e controles das Empresas recuperandas, neste ano, durante os meses de junho e julho pela APTAR Serviços em Recuperação de Empresas Ltda., em conjunto com a direção da Empresa e seus advogados, sendo considerados os interesses comuns e as relações econômico-financeiras.

As Recuperandas agradecem o apoio e boa-vontade de todas as partes envolvidas nesta Recuperação Judicial, uma vez que foram elementos decisivos para que pudessem manter suas operações sem interrupção também neste período crítico.

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1.1. Abreviações e Definições

Para uma melhor compreensão e análise do presente Plano de Recuperação Judicial, os seguintes termos, quando utilizados neste documento, devem ser entendidos consoantes as seguintes definições:

“AGC”: Assembleia Geral de Credores;

“Ativos Não operacionais”: Todo e qualquer ativo imobilizado das Empresas que não possua, precipuamente, a finalidade produtiva;

“Ativos Operacionais”: Todo e qualquer ativo imobilizado das Empresas que possua, precipuamente, a finalidade produtiva e de geração de caixa;

“Créditos”: Significa cada crédito detido por cada um dos Credores contra a Recuperanda;

“Créditos Não Sujeitos” / “Credores Aderentes” / “Extraconcursais”: Créditos não sujeitos à Recuperação Judicial conforme disposto na LFRE. Estão inclusos nesta definição os débitos fiscais, os contratos de venda com cláusula de reserva de domínio, débitos garantidos por alienação fiduciária, operações de leasing (arrendamento mercantil), Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), e contratos de venda de imóvel que contenha a cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade.

“Credores”: Significa todos os credores em conjunto;

“Credores Trabalhistas” “Classe I”: Significa os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;

“Credores com Garantia Real” “Classe II”: Significa os titulares de créditos com garantia real;

(10)

“Credores Quirografários” “Classe III”: Significa titulares de créditos quirografários,

com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinado – excetuados os Credores

Sócios;

“Credores Classe Especial” “Classe IV”: Significa titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte;

“Credores Sócios”: Significa Credores que sejam sócios da Recuperanda;

“Empresas”, ou “Recuperandas”, ou “SANYA”: denominação da Recuperanda SANYA COMERCIAL E DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO LTDA.

“LFRE”: Lei de Falências e Recuperação de Empresas ou Lei 11.101 de 09 de fevereiro de 2.005; e,

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2. A EMPRESA 2.1. Breve Histórico

Atuando no mercado de produtos de viagem, fabricando malas, sacolas, frasqueiras, pastas, mochilas e acessórios, desde 2012, buscando fornecer produtos de alta qualidade, tecnologia e estilo tornando-se uma líder no seu segmento.

Possui também grande participação de mercado na linha fashion feminina, com a consagrada marca Queens Paris, que comercializa bolsas e carteiras.

Além disso, as linhas escolares e esportivas, possuem o licenciamento de marcas nacionais e internacionais de grande sucesso.

Distribuindo seus produtos para todo Brasil por um centro de distribuição com um espaço de 10 mil m² e um sistema logístico integrado, localizado em Itajaí atendendo com agilidade os lojistas de todo o país. Contado com uma frota de caminhões agregados e transportadoras parceiras que garantem todas as entregas, seja em boutiques, lojas especializadas, papelarias, magazines, lojas multimarcas ou shoppings.

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O escritório sede está muito bem localizado em um dos bairros mais nobres de

Alphaville – São Paulo. Com infraestrutura de ponta, ambiente planejado e um espaço

de verde incrível. Ainda no escritório, se encontra o showroom pronto para atender os clientes a qualquer momento com todos os produtos da coleção e 2 salas de reuniões equipadas para todas as ocasiões.

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Contando com um time de competência e confiança, seu esforço de vendas é composto:

COMERCIAL: Equipe de representantes atenta ao Mercado e a necessidade de cada cliente.

A Sanya está em todo lugar. São mais de 8 mil pontos de venda espalhados pelo território nacional. Equipe de 41 escritórios de vendas.

ECOMMERCE B2B: Atendimento diferenciado e focado para prestar um serviço com vantagens exclusivas.

ECOMMERCE B2C: Atendimento diferenciado e focado para prestar um serviço para o cliente final.

Com um novo SITE - www.sanya.com.br - cheio de inovações e com maior integração com nosso sistema de vendas. O banner principal mostra dinamicamente as novidades e promoções.

 Com Banner de produtos em lançamentos que indicam sempre um produto que está sendo lançado ou que é da categoria mais buscada pelos clientes.

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 Os catálogos digitais disponíveis para download para todos os clientes.

 Vídeo explicativos atendendo a tendência mundial e levando mais facilidade ao nosso cliente.

 Todas as marcas a um clique, mais simples e direto para quem já sabe o que precisa.

 Fidelizando seus clientes com a janela de cadastro, conhecendo melhor seus clientes e oferecendo alguns benefícios, construindo uma base de dados para pesquisa.

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Os clientes das Sanya são especiais tem espaço exclusivo, um e-commerce lançado para atender e facilitar a compra desses clientes que não podem perder tempo e fazem questão de serem bem atendidos. Assim, contam com uma interface bem intuitiva e com design elegante, mostra com antecedências os futuros lançamentos e destaca os produtos que estão sendo um sucesso de vendas. Assim seus clientes estejam sempre com as melhores oportunidades de negócio para suas lojas.

2.1.1. Principais Produtos - Categorias

Abaixo segregados em categoria os principais produtos de venda:

Viagem:

As Coleções combinam materiais de alta tecnologia, com alto padrão de excelência SANYA, consistem em ter uma estrutura forte, além da parte externa da mala que é tão durável quanto leve.

Seu elegante design característico é repleto de funcionalidades inteligentes que tornam a viagem mais agradável e confortável.

Executiva:

A Linha Executiva, que combina seus desenhos modernos com funcionalidades e resistência, características principais da SANYA.

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Feita para homens e mulheres de negócios, esta coleção, é ideal para acompanhar pessoas dinâmicas, 24 horas por dia, 07 dias por semana, do escritório até momentos de lazer e viagens para o exterior.

Bolsas:

 QUEENS PARIS: Com uma aceitação cada vez maior no mercado da moda, a linha de bolsas desenvolvidas exclusivamente para a mulher brasileira que valoriza cada detalhe em seu estilo de vida, a linha Queens Paris se renova a cada ano. A qualidade e a originalidade das bolsas que compõem a linha têm conquistado não apenas a consumidora, mas também o lojista que, através das coleções anuais, atesta o sucesso dos produtos da marca assinada pela SANYA.

 SANTINO: Com total exuberância a Santino lança sua coleção.

Modelos com diferentes propostas de materiais, texturas, pedrarias e ferragens, trazem ousadia para a coleção!

Um Mix de materiais em um só produto, como verniz, pérolas e metais arrojados, pode ser considerado o DNA da Santino.

Juvenil:

A Linha Juvenil é criada para atender um publico jovem, dinâmico e muito exigente que não abre mão de estilo e qualidade. Que exigem um produto versátil para usar em todos os momentos do dia.

São produtos que trazem tecnologia, inovação e modelagem conectados a as tendências do mercado e mídia sem deixar de mencionar o visual arrojado.

Infantil:

A Linha Infantil é muito alegre.

Desenvolvida com materiais testados e aprovados, livres de matérias tóxicas. Pensada no dia a dia das crianças, essa linha traz elementos e um visual que quase a transforma em um brinquedo.

E ainda oferece resistência para as mais diversas situações e condições do dia a dia desses pequeninos.

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2.1.2. Assistência Técnica

Com centros de serviços autorizados, a Sanya tem mais de 105 centros de serviços autorizados, distribuídos em todo Brasil. Com equipes exclusivamente treinadas para prestar o melhor serviço e atendimento ao consumidor.

2.1.3. Qualidade dos Produtos

Com a qualidade de seus produtos testados e aprovados, a Sanya realiza antes da importação, são realizados rigorosos testes de qualidade em cada produto garantindo perfeitas condições de uso e durabilidade.

2.1.4. Sistema de Gestão MISSÃO:

Disponibilizar e fornecer produtos de alta qualidade, tecnologia e estilo para que todos os nossos clientes e parceiros tenham acesso a bons produtos com preços justos de acordo com nossos valores.

VISÃO:

Ser uma marca referência e líder no mercado mundial.

VALORES:

Responsabilidade, comprometimento, transparência, honestidade e capacidade para aceitar cada desafio e conduzir até o final.

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2.1.5. Prêmios

Alguns dos prêmios recebidos pela Sanya:

Prêmio: IMPORTAÇÃO SEM FRONTEIRAS. 1º LUGAR - 2017

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Prêmio: ANGRY BIRDS – TYCOON/ROVIO - Licence of year - 2013

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2.2. Causas da Situação Patrimonial e das Razões da Crise Econômico-Financeira - Pedido de Recuperação Judicial

Inicialmente cabe esclarecer que crise na economia nacional se estende por governos e atingem todos os setores, entre eles o comércio. No início de 2020 existia certa expectativa de recuperação dos mercados, contudo, situação foi agravada pela pandemia provocada pelo COVID-19.

Ademais, os custos do produto da Recuperanda estão atrelado ao dólar que nos últimos meses atingiu a sua maior cotação nominal na história, assim seus custos e endividamento em moeda estrangeira tiveram grande alta em um curto período, impactando de sobremaneira seus resultados. Como por exemplo, em 31/12/2019 o cambio fechou em R$ 4,0195 chegando a R$ 5,8870 em 13/05/20, vésperas do pedido de recuperação judicial, conforme é demonstrado no gráfico abaixo:

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A pandemia do Coronavírus pelo que teve início no mundo em dezembro de 2019 acarretou medidas restritivas, como a opção pelo distanciamento social e a limitação de viagens nacionais internacionais, com fechamento parcial ou total de fronteiras. Assim, a Recuperanda inserida nesse quadro teve uma forte redução nas suas vendas desde os primeiros momentos do surto da COVID19.

Exemplificando, cada vez menos pessoas viajam e por consequência, cada vez menos necessitam de malas para viajar. E esse mesmo raciocínio aplica-se as mochilas escolares e demais itens comercializados pela Recuperanda.

Importante destacar que a crise do setor também atingiu o contas a receber da Recuperanda, em dezembro de 2019 a inadimplência acumulada estava em R$ 2.451.346, saltando para em julho 6.449.484,57, totalizando R$ 10.918.373,88.

Em que pese as dificuldades acima relatadas, trata-se de empresa viável que apresenta dificuldades momentâneas e chegaram ao atual quadro de endividamento em razão e principalmente pelos seguintes fatores:

i. variação do câmbio;

ii. redução das margens operacionais;

(22)

iv. juros praticados pelas instituições financeiras, custo financeiro; e

v. aumento da inadimplência.

Neste sentido e perante o cenário descrito, o pedido de Recuperação Judicial foi medida que se impões, para suspender o curso de todas as ações propostas pelos credores. A Recuperanda está atuando em sua reestruturação e para que tenha crescimento e reconquiste a saúde financeira, fomentando a economia é vital a aprovação deste Plano de Recuperação Judicial, possibilitando a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores, da circulação de riqueza e do pagamento de tributos, cumprindo, dessa maneira, sua função social e atendendo o interesse de um bem maior do que do credor e do devedor.

2.2.1. COVID19

Por conta da pandemia provocado pelo COVID19, hoje a taxa de desemprego no Brasil chega a 12,4% em junho de 2020, conforme aponta o IBGE1. Em síntese, a crise mundial forçou uma reinvenção nas empresas, das relações humanas, bem como os governos emitiram moeda para tentar evitar uma recessão jamais vista. As manchetes diárias são de fechamento de empresas e diversos pedidos de recuperação judiciais. Após alguns meses começamos a conhecer parte dos danos provocados, mas existe um longo caminho a percorrer.

Não é a intenção de neste plano detalhar a crise de mercado, contudo, a situação requer pontuar o momento que todos estamos passando, tanto a recuperanda como os credores.

Conforme matéria abaixo do Jornal Valor Econômico, o presidente do Banco Central, indica um cenário menos pessimista, contudo seria uma queda no PIB brasileiro de 6,5% em 2020, segue na integra:

1 https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/07/23/taxa-de-desemprego-sobe-e-chega-a-124percent-em-junho-aponta-ibge.ghtml, visto em 23/07/2020.

(23)

Pessimismo para de crescer e recessão prevista é de 6,5%

Alguns economistas acreditam, no entanto, que o desemprego provocará uma queda de renda mais forte do que os ganhos vindos dos programas oficiais.

Por Ana Conceição, Alex Ribeiro e Bruno Villas Bôas — De São Paulo 02/07/2020 05h01 · Atualizado

Quase quatro meses depois de o Brasil ser atingido pela pandemia, as expectativas para o crescimento da economia neste ano pararam de piorar, convergindo para uma queda de 6,5%. Ainda há projeções mais pessimistas, mas alguns economistas começaram a falar em surpresas positivas que poderiam aliviar um pouco a recessão.

Entre eles, está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele se baseia em indicadores mais positivos divulgados recentemente e na aposta de que os programas de transferência de renda e de fomento ao crédito farão a diferença. A opinião, no entanto, não é consensual: outros economistas acreditam que o desemprego provocará uma queda de renda mais forte do que os ganhos vindos dos programas oficiais.

Antes da pandemia, o consenso entre os especialistas era de um crescimento do PIB de 2%. No fim de maio, cerca de 10% deles já projetavam recessão de 8%, e outros 5% previam queda de dois dígitos. Hoje, há mais coesão em torno dos 6,5% negativos. “Estamos menos pessimistas”, afirma Lilian Ferro, economista do BTG, que chegou a prever recessão de 15% e, agora, projeta -6%.

Diante de um choque muito diferente dos anteriores, dados normalmente usados para medir o ritmo da economia - como vendas do comércio e produção industrial perderam protagonismo para novos indicadores de alta frequência, como os do Google, consumo de energia e vendas via “maquininhas” de cartões.

Estimativa feita pela equipe do Monitor do PIB, da FGV, indica que o país cresceu 4,2% em maio na comparação com abril. Se confirmada, essa será a maior alta mensal desde janeiro de 1991, embora só recupere cerca de um quarto das quedas de 5,1% em março e 9,1% em abril.

Fonte: https://valor.globo.com/impresso/noticia/2020/07/02/pessimismo-para-de-crescer-e-recessao-prevista-e-de-65.ghtml, visto em 22/07/2020.

Ademais, importante destacar a Recomendação Nº 63 de 31/03/2020 do CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, onde:

Recomenda aos Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência a adoção de medidas para a mitigação do impacto decorrente das medidas de combate à contaminação pelo novo coronavírus causador da Covid-19.

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Art. 1º Recomendar a todos os Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência que deem prioridade na análise e decisão sobre questões relativas ao levantamento de valores em favor de credores ou empresas recuperandas, com a correspondente expedição de Mandado de Levantamento Eletrônico, considerando a importância econômica e social que tais medidas possuem para ajudar a manter o regular funcionamento da economia brasileira e para a sobrevivência das famílias notadamente em momento de pandemia de Covid-19.

Art. 2º Recomendar a todos os Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência que suspendam a realização de Assembleias Gerais de Credores presenciais, em cumprimento às determinações das autoridades sanitárias enquanto durar a situação de pandemia de Covid-19.

Parágrafo único. Verificada a urgência da realização da Assembleia Geral de Credores para a manutenção das atividades empresariais da devedora e para o início dos necessários pagamentos aos credores, recomenda-se aos Juízos que autorizem a realização de Assembleia Geral de Credores virtual, cabendo aos administradores judiciais providenciarem sua realização, se possível. (grifamos)

Art. 3º Recomendar a todos os Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência que prorroguem o prazo de duração da suspensão (stay period) estabelecida no art. 6o da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, nos casos em que houver necessidade de adiamento da realização da Assembleia Geral de Credores e até o momento em que seja possível a decisão sobre a homologação ou não do resultado da referida Assembleia Geral de Credores.

Art. 4º Recomendar a todos os Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência que podem autorizar a devedora que esteja em fase de cumprimento do plano aprovado pelos credores a apresentar plano modificativo a ser submetido novamente à Assembleia Geral de Credores, em prazo razoável, desde que comprove que sua capacidade de cumprimento das obrigações foi diminuída pela crise decorrente da pandemia de Covid-19 e desde que estivesse adimplindo com as obrigações assumidas no plano vigente até 20 de março de 2020. Parágrafo único. Considerando que o descumprimento pela devedora das obrigações assumidas no plano de recuperação pode ser decorrente das medidas de distanciamento social e de quarentena impostas pelas autoridades públicas para o combate à pandemia de Covid-19, recomenda-se aos Juízos que considerem a ocorrência de força maior ou de caso fortuito para relativizar a aplicação do art. 73, inc. IV, da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005.

(25)

Art. 5º Recomendar a todos os Juízos com competência para o julgamento de ações de recuperação empresarial e falência que determinem aos administradores judiciais que continuem a realizar a fiscalização das atividades das empresas recuperandas, nos termos da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, de forma virtual ou remota, e que continuem a apresentar os Relatórios Mensais de Atividades (RMA), divulgando-os em suas respectivas páginas na Internet.

Art. 6º Recomendar, como medida de prevenção à crise econômica decorrente das medidas de distanciamento social implementadas em todo o território nacional, que os Juízos avaliem com especial cautela o deferimento de medidas de urgência, decretação de despejo por falta de pagamento e a realização de atos executivos de natureza patrimonial em desfavor de empresas e demais agentes econômicos em ações judiciais que demandem obrigações inadimplidas durante o período de vigência do Decreto Legislativo nº 6 de 20 de março de 2020, que declara a existência de estado de calamidade pública no Brasil em razão da pandemia do novo coronavírus Covid-19.

Art. 7º Esta Recomendação entra em vigor na data de sua publicação e permanecerá aplicável na vigência do Decreto Legislativo nº 6 de 20 de março de 2020.

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3. MERCADO DE ATUAÇÃO – BREVE SÍNTESE

Nos últimos anos o Brasil enfrentou sua maior e duradoura crise, somente nos anos de 2015 e 2016 o PIB teve retrações de, respectivamente, -3,55 e -3,6.

Todavia depois de três anos de leve recuperação, em 2020 tivemos a crise provocada pelo COVID-19 com projeção de queda do PIB de -5,9%, contudo, as projeções do Banco Bradesco, demonstradas abaixo no quadro síntese com as principais projeções econômicas elaboradas pela sua equipe, podemos destacar as Vendas no Varejo com previsão de seguidas altas para 2021, 2022 e 2023, vejamos:

Projeções Bradesco Longo Prazo

Fonte: Economia em Dia – Bradesco

https://www.economiaemdia.com.br/SiteEconomiaEmDia/Projecoes/Longo-Prazo, visto em 21/07/2020.

Segundo o estudo Setorial do site Economia em Dia2 do Banco Bradesco, os impactos

econômicos da pandemia restringiram parte importante do consumo das famílias. Os programas emergenciais do governo evitaram que as perdas de emprego e renda fossem ainda maiores, o que é positivo para o comércio varejista. Contudo, a

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https://www.economiaemdia.com.br/BradescoEconomiaEmDia/static_files/pdf/pt/monitores/setorial/infset_varej o.pdf, visto em 21/07/2020.

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continuidade da recuperação do setor depende, principalmente, do desdobramento no processo de reabertura da economia. Pensando daqui para frente:

Duráveis: o segmento de automóveis, um dos mais impactado pela crise, tem um cenário desafiador para os próximos meses Eletroeletrônicos e produtos de informática foram beneficiados pela migração de escritórios para o formato de home office mas a elevada taxa de câmbio se coloca como um fator limitante para um crescimento sustentado adiante. (grifei)

Semi e não duráveis: a baixa inflação permitirá melhor aproveitamento do orçamento familiar aos consumidores das classes mais baixas. Vendas de vestuário e calçados vinham em ritmo mais acelerado desde 2017 respondendo à melhora das condições financeiras das famílias. Contudo, o desempenho do segmento deverá seguir com baixo desempenho enquanto a pandemia não for superada.

Materiais de construção: a recuperação desse segmento tem ocorrido de forma mais intensa do que a esperada. A queda da taxa de juros e a melhora do mercado imobiliário deverão impulsionar as vendas de materiais de construção, principalmente àquelas destinadas para reformas.

O PERFIL SETORIAL: Representatividade no PIB:

O comércio responde por quase 13% do PIB brasileiro.

O comércio varejista é responsável por mais de 40% do comércio geral.

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Maio: dia das mães;

Junho: dia dos namorados; Agosto: dia dos pais; Outubro: dia das crianças; Novembro: Black Friday; e Dezembro: Natal e ano novo.

 Normalmente, nos meses de férias (janeiro e julho), há menor nível de atividade do comércio nas regiões metropolitanas e maior atividade nas regiões turísticas;

 Geralmente, durante o 1º trimestre do ano, o nível de atividade no comércio é baixo, pois nesse período há concentração de pagamentos como IPTU e IPVA, o que comprime a renda da população. Nesse período, as lojas costumam fazer a reposição dos estoques.

FATORES DE RISCO:

O comércio varejista é um dos primeiros a sentir os impactos causados por mudanças na conjuntura econômica. As vendas do setor são dependentes de variáveis como: nível de renda do consumidor, nível de emprego, juros, condições e prazos de financiamento ao consumidor;

Concorrência acirrada e, com exceção das grandes redes, os varejistas possuem baixo poder de negociação com fornecedores;

Inadimplência do consumidor;

Informalidade do setor: os altos impostos e encargos trabalhistas induzem empresas a sonegarem impostos e utilizarem trabalhadores informais. De acordo

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com o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), os custos para as empresas informais chegam a ser 40% inferiores aos das empresas formais;

O IDV também afirma que cerca de 50% dos varejistas trabalham de maneira informal e que o segmento de vestuário é o que apresenta maior informalidade (pode chegar a 60%). Esse aspecto também torna difícil a precisão de dados.

Adicionalmente, segundo a CNC - A Confederação Nacional do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo3, através do estudo: Pesquisa de Intenção de Consumo das

Famílias (ICF) – julho de 20204, a intenção de consumo das famílias atingiu 66,1 pontos,

o menor indicador da série histórica. Houve queda mensal de -4,0%, a quarta consecutiva, porém menos intensa do que nos dois meses anteriores. Tanto o Emprego Atual (85,1 pontos) quanto a Perspectiva Profissional (67,6 pontos) apresentaram os seus menores indicadores da série histórica, assim com a Renda Atual (78,9 pontos). Acesso ao Crédito obteve sua primeira variação anual negativa (-2,5%) desde abril de 2017. 3 http://www.cnc.org.br 4http://cnc.org.br/editorias/economia/pesquisas/pesquisa-de-intencao-de-consumo-das-familias-icf-julho-de-2020, visto em 21/07/2020.

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Todavia, a pesquisa sobre a confiança dos empresários sobre a retomada das atividades, percebe-se que uma melhora em julho, conforme matéria do Jornal Valor Econômico abaixo:

Dados de confiança indicam que retomada prosseguiu em julho

Indústria já recuperou grande parte da perda de confiança acumulada em março em abril; desempenho é pior nos outros setores da economia

Por Arícia Martins — De São Paulo 20/07/2020 05h01

Primeiros dados antecedentes conhecidos para julho, os índices de confiança reforçam a percepção de que a retomada da atividade continuou no início do terceiro trimestre, mas de forma ainda desigual entre os setores e insuficiente para recuperar os níveis pré-pandemia. Segundo prévias do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), a indústria saiu na frente e recuperou 85% da perda de março e abril. No comércio, 62% da queda foi compensada. Serviços e

construção só conseguiram recompor 59%. (grifei)

O segmento mais próximo da neutralidade também é a indústria, em que o índice de confiança alcançou 94,9 pontos na prévia deste mês, 6,5 pontos abaixo do nível de fevereiro. A linha divisória entre pessimismo e otimismo é 100 pontos. A confiança empresarial - que agrega indústria, comércio, serviços e construção - cresceu 7,3 pontos entre junho e a prévia atual, para 87,7 pontos. Em fevereiro deste ano, estava em 96 pontos.

Além da discrepância entre os ramos de atividade, os números do Ibre sinalizam que consumidores estão mais pessimistas, apesar das medidas de auxílio do governo. Em ritmo mais lento de retomada, a confiança do consumidor recuperou 60% da redução acumulada em março em abril, ao avançar para 75,9 pontos este mês, destaca Alberto Ramos, diretor de pesquisa para América Latina do Goldman Sachs.

“A atividade real chegou ao fundo do poço em abril e atingiu um ponto de inflexão em maio. Agora, mudou para uma tendência de ligeira alta, mas

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provavelmente levará mais de um ano para o PIB recuperar o nível pré-pandemia”, avaliou Ramos.

Coordenadora das sondagens do Ibre/FGV, Viviane Seda observa que os resultados fechados não têm mudado em relação às prévias, que, em julho, apontaram reação mais forte da atividade, puxada pela indústria. Depois do período mais crítico para a economia, o comércio vinha mostrando expectativas mais otimistas, com ajuda de setores menos afetados pela pandemia, como alimentos e medicamentos, afirma Viviane.

Na última prévia, esse movimento do varejo se estabilizou, disse, ao passo que a confiança dos industriais mostrou melhora mais expressiva e disseminada, com avaliação também mais favorável sobre o momento atual. Segundo a coordenadora, a “vantagem” da indústria foi influenciada por segmentos de peso que puxam a atividade industrial como um todo, como produtos químicos, alimentos e derivados de petróleo. “Isso pode contribuir para uma recuperação melhor da indústria, ao menos nos próximos meses”, disse.

Já os serviços continuam com muitas restrições ao seu funcionamento e foram o setor cuja demanda foi mais derrubada pela crise. Assim, era de se esperar que a confiança dos empresários desse ramo ainda estivesse em nível mais baixo, avalia Andrei Spacov, economista-chefe da Exploritas Investimentos, para quem a discrepância no ritmo de retomada está em linha com os protocolos de fechamento da economia.

“A indústria fechou voluntariamente no começo, por queda de demanda, mas quase não tinha restrições para seguir operando. E, mesmo em casa, as pessoas continuaram consumindo muitos bens. Já os serviços, que têm esse componente mais presencial, foram mais afetados”, diz Spacov, que, de forma geral, vê os dados de julho como positivos.

“A velocidade de reação da confiança está maior que o esperado. Em abril, ninguém iria imaginar que o dado empresarial estaria com essa cara no começo de julho”, afirma o economista, que espera alta de 6% para o PIB no terceiro trimestre, após recuo de cerca de 9% no segundo. Na média do ano, a economia deve encolher 5%, estima ele. “O mínimo que chegamos a esperar foi -6%.”

Economista da LCA Consultores, Rodrigo Nishida concorda que os dados de confiança corroboram viés mais otimista para o terceiro trimestre. Outros índices, como licenciamentos de veículos e a mobilidade da população, apontam cenários melhores para a atividade econômica, ainda que muito abaixo de igual período de 2019, pondera Nishida.

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“A queda do PIB prevista para o ano, de -5,6%, deve ficar por aí mesmo, mas pode haver alterações nas projeções trimestrais”, diz o economista da LCA, que tem viés de baixa para o segundo trimestre, e de alta para o terceiro. “O que fica em mais risco é o fim do ano e a virada para 2021, a partir do momento em que haverá retirada de grande parte dos estímulos”, ressaltou. Viviane, do Ibre, avalia que a confiança do consumidor vai permanecer em níveis deprimidos, o que atrapalha a retomada. “O consumidor está mais cauteloso, mesmo com vários benefícios do governo. A possibilidade de que haja uma segunda onda de contágio e de que a economia feche novamente faz com que ele tema futuras demissões.”

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/07/20/dados-de-confianca-indicam-que-retomada-prosseguiu-em-julho.ghtml, visto em 21/07/2020.

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4. O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Com o intuito de atingir seu objetivo de retomar o caminho de sua plena recuperação econômico-financeira, a Recuperanda, ante seu pedido de Recuperação Judicial, adotou diversas medidas administrativas e operacionais consideradas essenciais para equilíbrio entre receitas e despesas, visando à melhoria de sua lucratividade e capacidade de geração de caixa, necessárias para alcançar um estado de equilíbrio financeiro capaz de superar a crise atual e possibilitar sua reestruturação mercadológica.

As medidas adotadas no intuito de sua recuperação estão baseadas em premissas, perspectivas de mercado e expectativas de seus sócios, administradores e gestores, priorizando encontrar soluções coletivas nas negociações que atendam, da melhora maneira, todos os envolvidos no processo.

As Recuperandas entendem como transitório seu abalo financeiro quando observado seu histórico de anos de ininterrupta atuação inspirando total e absoluta confiança e respeito no mercado, tudo levando a crer que essa situação de crise é passageira e será superada.

4.1. Meios de Recuperação

O meio adotado para fazer frente à situação de liquidez insustentável foi o alongamento dos prazos de pagamento aos credores.

A Recuperanda sempre almejou o crescimento perante o mercado adquirindo conceito e respeito, não só por pautar suas atuações dentro de rigorosos princípios éticos, mas também pela política de eficiência e qualidade controlada, mesmo enfrentando agressiva competitividade.

Após o requerimento da recuperação judicial, a direção pôde se reorganizar e desenvolver um plano de ação que deverá, em breve, apresentar progressão dos resultados econômico-financeiros.

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4.1.1. Plano de Ação de Reestruturação

 Rever os processos internos e implantar um efetivo controle de custos, reduzindo desperdícios;

 Rever o planejamento logístico, assegurando cumprimento de prazos de entrega aos clientes;

 Atualizar controles sobre dados administrativos e financeiros, indicadores de desempenho e relatórios de monitoramento e acompanhamento dos resultados, visando à otimização de recursos e redução de despesas financeiras;

 Formar as novas diretrizes de administração e dar suporte à área comercial através da análise SWOT (Strenghts-Forças, Weaknesses-Fraquezas, Opportunities-Oportunidades e Threats-Ameaças);

 Rever todos os contratos de prestação de serviços de terceiros, reduzindo-os ao nível estritamente necessário;

 Negociar com cliente, prestadores de serviços e fornecedores um melhor fluxo financeiro visando otimizar o fluxo de caixa.

 Rever a política comercial e ser proativo nas vendas para ocupação da capacidade existente, recuperando participação perdida nos últimos meses.

No período de Recuperação Judicial, poderão ser oportunas as alternativas previstas no Artigo 50 da Lei 11.101/2009, abaixo relacionadas, desde que proporcionem posicionamento melhor para a Empresa visando o cumprimento de suas obrigações conforme Plano de Recuperação Judicial aprovado.

“Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações

vencidas ou vincendas;

II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de

subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

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IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;

V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de

administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar;

VI – aumento de capital social;

VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade

constituída pelos próprios empregados;

VIII – redução salarial, compensação de horários e redução de jornada, mediante

acordo ou convenção coletiva;

IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem

constituição de garantia própria ou de terceiro;

X – constituição de sociedade de credores;

XI – venda parcial dos bens;

XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer

natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de

recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;

XIII – usufruto da empresa;

XIV – administração compartilhada;

XV – emissão de valores mobiliários;

XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em

pagamento dos créditos, os ativos do devedor.”

A adoção de tais alternativas, quando necessária, será feita mediante autorização do Juiz ou de Assembleia Geral de Credores, ou ainda pela ciência do Administrador Judicial, conforme a determina a Lei 11.101/05.

A recuperação da atividade da Empresa preservará postos de trabalho, proporcionará maior giro de operações aos credores, produzirá retorno para os sócios, incentivando a atividade econômica e permitirá que a Empresa continue a desempenhar o seu papel na economia e função social.

A preservação da atividade da Recuperanda deve ser apoiada por um enquadramento que incentive os participantes a recuperar uma empresa em termos de viabilidade econômica, financeira e social.

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4.2. Administração do Patrimônio

A capacidade de pagamento da dívida está direta atrelada ao desempenho comercial da Recuperanda. Os seus ativos possuem tecnologia eficaz, o que traz viabilidade à operação e segurança aos credores de que a Empresa tem condições de atender os seus clientes.

Não há neste momento intenção da empresa em vender qualquer destes bens, mas aguarda que seja permitida, com a aprovação do plano (e tendo em vista a disposição legal de que o devedor não perde a livre administração de sua empresa), que a direção da empresa possa vender ativos inservíveis (não sejam essenciais à operação).

Deste modo, ficaria garantida à empresa a plena e ágil gerência de seus ativos, restando autorizado, com a aprovação do plano, a alienação de ativos inservíveis, ou cuja alienação não implique em redução das atividades da Recuperanda, ou quando a venda se seguir de reposição por outro bem equivalente ou mais moderno. Da mesma forma, fica permitida a disponibilização dos bens para arrendamento ou alienação em garantia, respeitadas, quanto à valoração dos bens, as premissas válidas para o mercado.

4.3. Laudo de Avaliação dos Ativos

No mesmo ato da entrega deste plano de recuperação, está sendo protocolada a avaliação dos bens e ativos da Recuperanda, subscrito por profissional legalmente habilitado.

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5. ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA

A análise financeira dos resultados projetados foi elaborada levando-se em consideração a lei de recuperação de empresas e reestruturação financeira por ela propiciada, preservando a Empresa, além da importante reestruturação operacional e comercial e as metas de resultados a alcançar com tais ações.

A projeção dos fluxos de caixa demonstra a capacidade de pagamento da dívida e a retomada dos investimentos para um crescimento sustentável da Recuperanda, conforme demonstrado no anexo “A”.

5.1. Quadro de Credores

Para elaboração do presente Plano, foi considerada a relação de credores informada pela Recuperanda na data do requerimento de sua recuperação judicial, conforme consta das fls. 3037-3040, demonstrado abaixo:

QUADRO GERAL DE CREDORES VALOR R$ % CREDORES %

CREDORES - CLASSE I - TRABALHISTAS 322.978,06 0% 32 22%

CREDORES - CLASSE III - QUIROGRAFÁRIOS 73.396.838,64 100% 105 73%

CREDORES - CLASSE IV - ESPECIAL - ME - EPP 25.804,69 0% 3 2%

TOTAL CREDORES 73.745.621,38 100% 144 100%

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Contudo, conforme artigo 7° da Lei 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005, Seção II - Da Verificação e da Habilitação de Créditos, o administrador judicial apresentará uma nova relação de credores que poderá alterar os valores e classes acima descritas.

Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

§ 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.

§ 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.

Neste sentido, caso novos créditos forem incluídos no Quadro Geral de Credores, seus pagamentos ocorrerão nas mesmas condições e formas de pagamentos estabelecidos neste Plano, de acordo com a classificação que lhes foi atribuída, sem direito aos rateios de pagamentos eventualmente já realizados, observando inclusive o disposto no inciso I do artigo 83 da LRF, bem como o enunciado n° 13 do Grupo de Câmaras Reservadas de Direito Empresarial.

O passivo delimitado no plano de recuperação tem seu pagamento condicionado a um fluxo possível e estimado de entrada de recursos, o qual está destinado ao pagamento das dívidas. Por outro lado, a Recuperanda discute perante as Sedes Competentes a existência e valor de dívidas que poderão vir a ser consideradas sujeitas ao processo de recuperação. Caso a devedora reste sucumbente naquelas ações, e estes valores habilitados, provoquem alterações substanciais ao passivo delimitado neste plano, ainda assim os parcelamentos ora previstos se manterão nas mesmas condições, podendo, eventualmente, os prazos máximos de pagamento, restarem alongados, se necessário.

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5.2. Créditos Tributários

O “Plano” contempla o pagamento das obrigações fiscais, referente renegociações realizadas, até a data do pedido de recuperação judicial, através de programas especiais de reparcelamentos de tributos.

Não obstante, o Plano contempla uma reserva de 1% das receitas líquidas de vendas para utilização em reparcelamentos futuros de tributos em atraso, visando não comprometer os fluxos de caixas destinados ao pagamento dos credores sujeitos ao presente plano de recuperação judicial.

Alternativamente, a Empresa poderá buscar, junto às autoridades competentes, outras formas de parcelamento de seus débitos tributários, de modo a não comprometer o cumprimento do presente plano, nos termos do artigo 68 da Lei 11.101/05, que segue abaixo:

Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

5.3. Premissas Utilizadas no Planejamento

Para a elaboração deste plano foram considerados os dados históricos da empresa, as políticas vigentes e futuras, implantadas ou em fase final de planejamento.

O crescimento das vendas espelha a realização dos projetos em andamento, as novas oportunidades disponíveis e principalmente a retomada dos negócios prejudicados pela crise. Utilizou-se no período demonstrado a taxa média anual de crescimento de 3% (três por cento), durante o período das projeções.

Os valores utilizados para este estudo: receitas, despesas e custos têm como base dados históricos de 2019 e 2020, bem como o planejamento orçamentário 2021 a 2035 considerando um conservadorismo como base no início das projeções. Com o passar

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dos anos pretende-se, gradativamente, melhorar os indicadores de custos e despesas, e consequentemente as margens de resultado, obrigação de qualquer empresa que almeja a recuperação econômico-financeira e perpetuação no mercado.

Os efeitos inflacionários foram desconsiderados indistintamente sobre a projeção, tanto para as receitas como para as despesas. Presumiu-se o mesmo efeito para ambas, mantendo as margens inalteradas no decorrer do tempo.

A Lei 11.101/2005, não prevê o “dies a quo” para a contagem do prazo para os pagamentos. Assim adotamos como data inicial do primeiro pagamento o trigésimo dia após a data da publicação da decisão que homologar o plano e conceder a recuperação judicial, pelo MM. Juízo competente, ou pelo E. Tribunal, em caso de recurso, nos termos do artigo 58:

Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.

5.4. Projeções do Fluxo de Caixa

A forma de pagamento aos credores está relacionada com a disponibilidade de recursos projetada ano a ano para a Empresa. Assim projetou-se um fluxo de caixa para os próximos 15 (quinze) anos, com a identificação dos volumes de receitas, custos, despesas, impostos e saldos de recursos disponíveis para liquidação da dívida da Recuperanda.

O fluxo de caixa projetado demonstra o equilíbrio entre as entradas e saídas de recursos oriundos da atividade operacional para a empresa pagar seus credores, com a segurança de atender aos compromissos assumidos, ainda que com o alongamento dos prazos de pagamento. As bases utilizadas nas projeções foram:

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 O faturamento projetado está coerente com a probabilidade de consecução das metas referentes às áreas comercial (volumes e preços), administrativa e financeira. Também foi considerada uma pequena sobra de caixa, para eventuais contingências;

 Ao longo de todo o período, os saldos acumulados de caixa estejam positivos, confirmando a capacidade de recuperação da empresa;

 Os custos foram calculados considerando-se a média de 2019-2020, com as melhorias de processo implementadas e recuperação de preços;

 Todos os números projetados são considerados para inflação “zero”; e,

 As despesas administrativas, também foram projetadas da mesma forma que os custos e foram reduzidas. Essa redução abrange salários, reduções na administração, renegociação de contratos de serviços entre outros.

A viabilidade econômico-financeira é demonstrada abaixo através do resumo do fluxo de caixa projetado em cada período. O fluxo de caixa completo e detalhado é apresentado no “Anexo A” deste Plano.

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6. PROPOSTA DE PAGAMENTO

O plano de pagamento apresentado a seguir, assegura aos credores, que os pagamentos sejam efetivamente realizados no tempo possível na situação presente e no planejamento do futuro da Empresa, sendo observadas as seguintes premissas:

 Cumprimento da Determinação da Legislação vigente nas áreas do Direito Comercial e do Direito Empresarial;

 Viabilidade Financeira do Plano;

 Fazendo prevalecer o espírito da Lei, assegurando o cumprimento dos compromissos, e ao mesmo tempo a preservação da Empresa;

 Fixa-se o cambio da data do pedido de recuperação judicial, ou seja, dia 27/05/2020, como base de conversão para pagamento aos credores em moeda estrangeira.

 As premissas previstas no Capítulo 5.1 deste Plano.

6.1. Credores Trabalhistas – Classe I

Inicialmente, visando propiciar um alívio social, será pago a cada credor relacionado nesta classe, uma parcela de até R$ 600,00, limitado ao valor do referido crédito, em até 90 (noventa) dias após o protocolo deste plano de recuperação judicial, nos autos. O referido crédito será efetuado na mesma conta corrente do último pagamento ao credor, sem prejuízo a cláusula 6.7.

O pagamento do saldo dos créditos relacionados nesta classe será de acordo com os critérios, cumulativamente, abaixo relacionados:

 Sobre o valor dos créditos, haverá deságio de 80% (oitenta por cento).

 Após o deságio, pagamento do valor até o limite de 150 (cento e

cinquenta) salários mínimos, nos termos do inciso I do artigo 83 de LRF, sendo que os valores excedentes a 150 Salários Mínimos serão

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classificados como Classe III – CREDORES QUIROGRAFÁRIOS e terão seus pagamentos, conforme descritos na Cláusula 6.3.

 Salário mínimo vigente em maio/2020, data do pedido de recuperação

judicial.

 Pagamento em até 12 (doze) meses, após a publicação no Diário Oficial da

decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial.

6.2. Credores Garantia Real – Classe II

 Não há credores relacionados nesta classe, todavia caso haja novos

créditos e sejam relacionados para esta classe, os pagamentos serão realizados nos termos e condições previstas para a classe III Credores Quirografários.

6.3. Credores Quirografários – Classe III

 Sobre o valor dos créditos, haverá deságio de 80% (oitenta por cento), sendo que após o deságio incidirá atualização monetária pelo Índice Geral de Preços do Mercado _ IGPM, mais 1% de juros ao ano, com teto de 4% ao ano, iniciando a incidência a partir da data da publicação no Diário Oficial da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial.

 Início dos pagamentos do principal e atualização monetária, após carência

de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da publicação no Diário Oficial da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial.

 Após a carência, os valores serão pagos em 52 (Cinquenta e duas)

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6.4. Credores ME e EPP – Classe IV

 Sobre o valor dos créditos, haverá deságio de 80% (oitenta por cento), sendo que após o deságio incidirá atualização monetária pelo Índice Geral de Preços do Mercado _ IGPM, mais 1% de juros ao ano, com teto de 4% ao ano, iniciando a incidência a partir da data da publicação no Diário Oficial da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial.

 Início dos pagamentos do principal e atualização monetária, após carência de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da publicação no Diário Oficial da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial.

 Após a carência, os valores serão pagos em 52 (Cinquenta e duas) parcelas trimestrais e consecutivas.

6.5. Credores Extraconcursais

A Recuperanda negociará diretamente com cada credor extraconcusal considerando uma reserva de caixa destinada aos credores que não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial.

Todavia, ocorrendo alienação de ativos, os credores extraconcursais receberão seus créditos, sendo que do valor percebido, será destinado à quitação do valor negociado com o credor correspondente, e, quanto ao valor eventualmente sobejado, será totalmente destinado à viabilidade financeira deste Plano de Recuperação Judicial e consequentemente a manutenção das atividades da sociedade, de modo a cumprir o seu papel constitucional.

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6.6. Otimizando os Pagamentos aos Credores

Visando reduzir os custos operacionais com os pagamentos da recuperação judicial, tais como, juros, custo de emissão de cheques, DOC e TED foi planejado pagamento com parcelas mínimas no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) para cada credor até o limite do seu crédito. Tal medida visa também, proporcionar um alívio social para os menores credores.

6.7. Procedimentos Gerais

Para que a Recuperanda possa organizar os pagamentos, os credores devem informar nos autos, suas respectivas contas bancárias para recebimento de seus créditos, em até 30 dias a contar da data da publicação no Diário Oficial da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial. Caso o credor deixe de atender esse prazo, o início da carência iniciará a partir da data que o credor informar a conta corrente para pagamento nos autos, não sendo permitido a informação de conta de terceiros.

Os pagamentos não realizados em razão dos credores não terem informado suas contas bancárias não serão considerados como evento de descumprimento do Plano, e ficarão no caixa da empresa até que o credor se apresente. Sobre esses valores, não haverá a incidência de juros ou encargos moratórios. Após um ano sem que o credor se comunique com a Recuperanda para receber seu crédito, será considerado remisso, dando quitação das respectivas parcelas à Recuperanda. Comparecendo e informando a sua conta, os valores ainda a vencer serão pagos nos termos do plano.

6.8. Geração de Caixa Extra - Redução da Inadimplência

A Recuperanda, alternativamente como forma de acelerar o pagamento aos credores, propõe que através do esforço de cobrança, os recursos recuperados, decorrentes dos créditos a receber, abaixo relacionados, serão destinados ao pagamento dos credores sujeitos ao presente Plano, utilizando o previsto no capítulo 7.2.

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 Duplicatas a receber, R$ 10.918.373,88;

Crédito Sujeito aos efeitos de recuperação judicial de clientes:

 Processo de recuperação judicial n° 0019094-44.2017.8.14.0301, R$ 97.312,08  Processo de recuperação judicial n° 5028847-56.2016.8.13.0024, R$ 469.573,20.

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7. CREDOR COLABORADOR E LEILÃO REVERSO 7.1. Credor Colaborador

Todos os fornecedores de produtos e serviços e instituições financeiras com créditos inseridos na lista de credores da recuperação judicial que concederem novas operações de crédito, prazo nas vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços após a data do pedido de recuperação judicial serão considerados "Credores Colaboradores" e terão seus créditos liquidados de forma diversa da prevista inicialmente no Plano de Recuperação Judicial, a ser estabelecida de comum acordo entre as partes, independentemente dos demais credores.

Para que ocorra o efetivo enquadramento em referida condição, os credores interessados deverão fomentar a recuperanda com a liberação de operação(ões) de crédito (s) ou fornecimento (s) de matéria prima e/ou serviços, bastando, para tanto, a aceitação pela Recuperanda do fornecimento do crédito e/ou produtos e serviços. As condições de pagamento dos créditos sujeitos a Recuperação Judicial deverão ser formalizadas em instrumento específico e informadas ao administrador judicial.

Esta situação se aplica somente ao credor colaborador regular e homogêneo. Este valor é a referência para permitir a antecipação de pagamentos da dívida anterior à data de solicitação da Recuperação Judicial, sem risco de deteriorar o capital de giro para a operação da empresa.

Ainda respeitando as seguintes regras:

 Para adesão, basta o credor interessado enviar e-mail (mensagem eletrônica) para devedora: controller@sanya.com.br, bem como, copiando a Administradora Judicial, rj.sanya@ajruiz.com.br, da aderência como Credor Colaborador.

 O deságio previsto nas cláusulas do capítulo 6 (seis), será reduzido para 50% (cinquenta por cento).

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 Os valores antecipados serão abatidos das últimas parcelas do Plano de Pagamento;

 Todo limite de crédito concedido será dotado de natureza extraconcursal, tendo preferência de pagamento em caso de eventual decretação de falência da

empresa, conforme previsto na Lei 11.101/2005 – Lei de Recuperação de

Empresas e Falências – em seu artigo 67 e parágrafo único, e seu pagamento se

dará em antecipação aos créditos concursais, conforme previsto no artigo 84, inciso V da mesma lei;

 O credor que suspender a homogeneidade sem razão terá seus pagamentos paralisados e os valores liquidados serão abatidos da dívida, deixando de ser Credor Colaborador e retornando as condições normais do plano de recuperação judicial;

 As operações aqui referidas serão estabelecidas dentro das condições de taxas e preços atuais de mercado;

 O limite mínimo de crédito concedido deverá ser de no mínimo 100% (cem por cento) do valor relacionado no quadro geral de credores.

 As liquidações ao credor colaborador serão sem carência, sem deságio e com prazo máximo igual ao aprovado aos credores conforme capitulo 6 deste plano.

Para fins de base de cálculo para a amortização será utilizado o seguinte critério:

7.1.1. Fornecedores de Produtos e Serviços

Fornecimentos com prazo de pagamento mínimo médio de 60 (sessenta) dias poderá ser efetuado o pagamento correspondente de até 5% (cinco por cento) do valor do fornecimento, ou prestação de serviço, eventualmente realizado, na data prevista para o pagamento e de acordo com a negociação celebrada entre o Credor e Recuperanda.

O pagamento correspondente de até 5% será utilizado para amortização do crédito sujeito à recuperação judicial.

Referências

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