“O Voluntariado como Expressão do
Envelhecimento Ativo”
“A Mudança de Paradigma: Plantar Raízes”
CFPIMM- Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário
20/11/ 2012 Teresa Martins
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“O desafio para o voluntariado -
a chave para a mudança"
Resultados de uma dissertação de Mestrado em Gerontologia Social:
Voluntários/as Reformados/as:
Práticas de Voluntariado na Reforma
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS:
Envelhecimento Ativo:
“processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.” (OMS, 2005)
Reforma:
“(i) ausência de emprego “a tempo inteiro”;
(ii) rendimento económico proveniente da segurança social e/ ou de outras pensões; (iii) identificação pessoal com o papel de “reformado”.” (Fonseca, 2011: 11)
Voluntariado na Reforma – Que pertinência?
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Aposta na perspectiva “salutogénica” do envelhecimento
(Antonovsky, 1987, cit. por Fonseca 2006)
“evolução da competência e da capacidade funcional dos idosos, tendo em atenção as
influências socioeconómicas e ambientais” (Fonseca, 2006: 66).
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Uma das respostas no sentido de uma maior participação das pessoas
reformadas na vida das suas comunidades – grande potencial para
contribuir para o Envelhecimento Ativo!
Existência de poucos estudos empíricos relativamente a este tema.
Factores conjunturais:
Ano Europeu do Voluntariado - 2011
Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações - 2012
O que potencia a prática do voluntariado na
Reforma?
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-
Motivações.
-
Trajetórias de vida.
-
Experiência(s) anterior(es) de participação social.
-
Investimento em novos papéis sociais.
Representações relativamente ao voluntariado:
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Entendido como forma de
participação cívica e de ajudar os/as outros/as
.
Compromisso:
Com os outros/as mas também com a própria pessoa –implica responsabilidade e existência de objetivos, metas a cumprir.
Estruturado:
Deve ter implicita uma estrutura, organização e definição dospapéis e atribuições dos/as voluntários/as, bem como de outras pessoas envolvidas.
Formação:
Entendida como fundamental para o exercício de uma atividade voluntáriaefetivamente útil e comprometida e de qualidade.
Aspetos positivos da prática de voluntariado
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Relacionamento com outras pessoas e atividade social
Socialmente útil
Diminuindo a probabilidade de retraimento e isolamento social
Contrariando o estereótipo de inutilidade e improdutividade das pessoas reformadas e idosas – idadismo (Fonseca, 2006; Hoffman, Paris & Hall, 1994)
Reforço do Laço de Participação Eletiva (Paugan, 2008)
Motivações para iniciar a prática de voluntariado
na Reforma:
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Altruístas
(Ferreira, Proença & Proença, 2008) : “fazer bem a outras pessoas”
“tudo o que seja ajudar eu estou sempre disponível”
Pertença
(Ferreira , Proença & Proença, 2008) : “preciso de uma certa atividade social” “a forma de me sentir útil”
Valores
(Teoria Funcional das Motivações para o Voluntariado – Clary & Snyder, 1999) “tudo encerra em praticar o bem”
Da vontade ao agir...
O ponto de viragem!
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O Convite pessoalmente dirigido
Por pessoas da instituição, por amigos/as,colegas ou desconhecidos/as.
“fui escolhido, não escolhi as instituições!”;
“não sou uma pessoa que goste de chegar e “aqui estou”, prefiro o contrário”; “não é tanto o meu género ir oferecer-me, mas se me chamarem, eu vou!”
- Marriot Seniors Volunteerism Study (1991) – Voluntários/as latentes e condicionais
Motivações para continuar a fazer voluntariado...
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Pertença
(Ferreira, Proença & Proença, 2008): Relação com as pessoas (“Se soubermos aproveitar a relação pessoal é estupenda”);
Sentimento de utilidade (“Enquanto me sentir útil não pretendo deixar”);
Identificação com a instituição (“É uma casa onde nós nos sentimos bem”); Gosto pelo trabalho desenvolvido (“Venho com gosto, gosto, gosto disto”).
Reconhecimento
(“Não gosto de ser gratificado mas gosto de ser reconhecido”)(Kotler, 1975)
Uma das dimensões do Laço Social (Paugan, 2008)
Argumentos dos/as voluntários/as para recomendar a prática de
voluntariado na Reforma:
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Necessidades institucionais
Disponibilidade de tempo
Que podem rentabilizar em atividades produtivas, para os/as próprios/as e para os outros/as.
Entendem que muitas instituições precisam de apoio e que pessoas com experiência e disponibilidade podiam ser um recurso importante.
“Como é que uma pessoa, podendo fazer alguma coisa, passa diariamente tardes no café? (...) Quando podiam dar!”
Reforma Solidária (Guillemard, 2007)
Em suma…
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Vários estudos evidenciam que a prática do
voluntariado
poderá ter benefícios muito
significativos para as pessoas idosas.
Perspetivado como uma das vertentes com mais potencial para a participação social
deste grupo populacional.
Comprovadas correlações entre esta prática e:
Saúde física;
Bem-estar psicológico;
Longevidade dos/as idosos/as.
ENVELHECIMENTO ATIVO
Referências bibliográficas:
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ANTUNES, M. (2001). Caracterização de voluntários: Voluntários idosos. Lisboa: Comissão Nacional para o Ano Internacional
dos Voluntários.
CLARY, E., SNYDER, M., RIDGE, R., COPELAND, J, STUKAS, A., HAUGEN, J. & MIENE, P. (1998), Understanding
and assessing the motivations of volunteers: a functional approach. Journal of Personality and Social Psychology, 74, 1516-1530.
FERNÁNDEZ-BALLESTEROS, R.(2000). Gerontología Social. Una introduccíon. In R. Fernández-Ballesteros (Dir.),
Gerontología Social. Madrid: Pirámide.
FERREIRA, M., PROENÇA, T., PROENÇA, F. (2008). As motivações no trabalho voluntário. In Revista Portuguesa e
Brasileira de Gestão, 43 - 53.
FONSECA, A. (2006). O envelhecimento – Uma abordagem psicológica. 2ª edição. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa.
FONSECA, A. (2011). Reforma e reformados. Coimbra: Almedina.
GUILLEMARD, A.-M. (2007). Uma nova solidariedade entre as idades e as gerações numa sociedade de longevidade. In
Paugam, S. (org). Repenser la solidarité. L’apport dês sciences sociales, Paris: PUF.
KOTLER (1975), Markting for Non-Profit Organizations. NJ: Prentice Hall.
LEÓN, Mª C., DIAS-MORALES, J. (2009). Voluntariado y tercera edad. Anales de psicologia, 25, nº 2 (Dezembro), 375 –
389.
PAUGAN, S. (2008). O Laço Social, Paris: PUF.
Obrigada!
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