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DESAFIOS ENFRENTADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR RESUMO
Objetivo de conhecer os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem na reanimação cardiorrespiratória em unidade de emergência. Pesquisa de abordagem qualitativa do tipo exploratório-descritivo, realizada na emergência geral de um hospital público, de referência em politrauma, localizado em São José, Santa Catarina. Os sujeitos da pesquisa são 15 enfermeiros e 24 técnicos e auxiliares de enfermagem. Os resultados mostraram que fatores determinantes como conhecimento dos profissionais, processo de trabalho e a ambiência são essenciais para o sucesso da reanimação cardiopulmonar. Conclui-se que é imprescindível a capacitação e treinamento da equipe para atuar em condições de extrema emergência, cabe à equipe, com apoio da instituição estar treinada e capacitada. Lembramos que a responsabilidade é dos profissionais na busca do conhecimento e atualização.
Descritores: Parada cardíaca; Ressuscitação cardiopulmonar; Equipe de enfermagem.
CHALLENGES FACED BY THE NURSING TEAM IN CARDIOPULMONARY RESUSCITATION IN AN EMERGENCY HOSPITAL UNIT
ABSTRACT
Aim to meet the challenges faced by nurses in cardiopulmonary resuscitation in the emergency department. qualitative research of exploratory and descriptive, held in the general emergence of a public hospital of reference in polytrauma, located in San Jose, Santa Catarina. The subjects are 15 nurses and 24 technicians and nursing assistants. The results showed that factors such as being aware of the professional work process and the ambience are essential to the success of cardiopulmonary resuscitation. We conclude that training and staff training is essential to act in extreme emergency conditions, it is up to the team, with the support of the institution to be trained and qualified. We recall that the responsibility lies with the professionals in the search for knowledge and updating.
Decriptors: Heart arrest; Cardiopulmonary resuscitation; Nursing, Team.
DESAFÍOS QUE ENFRENTA EL EQUIPO DE ENFERMERÍA DE LA RESUCITACIÓN CARDIOPULMONAR EN UNA UNIDAD HOSPITALARIA DE EMERGENCIA RESUMEN
Tiene como objetivo comprender los desafíos que enfrentan las enfermeras en la reanimación cardiopulmonar en el servicio de urgencias. Se trata de un estudio cualitativo de carácter exploratorio y descriptivo. Se llevó a cabo en el aumento general de un gran hospital público de tamaño con politraumatismos de referencia en San José, Santa Catarina. Los sujetos son 15 enfermeras y 24 técnicos y auxiliares de enfermería que trabajan en períodos de emergencia del día y de la noche. Los resultados mostraron que la determinación de factores como el conocimiento de los profesionales, el proceso de trabajo y el ambiente, son esenciales para el éxito de la reanimación cardiopulmonar y representan un reto a superar constantemente. La responsabilidad profesional es la búsqueda del conocimiento y la actualización sobre el tema.
Descriptores: Paro cardíaco; Resucitación cardiopulmonar; Grupo de enfermería.
Cladis Loren Kiefer Moraes1, Giordana Machado Acosta de Paula2,Josiane Rosa da
Silva3, Milene Custodia Lucio Rodrigues4
1Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva. Mestre em Neurociência e Comportamento. Doutora em Farmacologia
pela Universidade Federal de Santa Catarina. Docente do Curso de Graduação e Pós Graduação no Centro Universitário Estácio de Sá de São José. Florianópolis/SC/Brasil.
2
Enfermeira. Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio de Sá de São José. Responsável Técnica do Residencial Geriátrico Nosso Lar. São José/SC/Brasil.
3
Enfermeira. Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio de Sá de São José. São José/SC/Brasil.
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INTRODUÇÃO
Profissionais de saúde
frequentemente tem se deparado com situações que exigem uma ação imediata e rápida, para evitar risco de vida ao paciente. A Parada Cardiorrespiratória (PCR) pode ser citada como exemplo, e uma ação eficaz possibilita uma sobrevida cada vez maior dependendo do ritmo cardíaco inicial e do início
precoce da reanimação. A
sobrevida geral, considerando todos os ritmos de PCR, é de 18%(1).
A prontidão eficiente,
inteligente e coesa da equipe é
crucial no momento em que
qualquer detalhe despercebido ou erro pode agravar as chances de morte ou sequelas de um paciente.
O déficit de conhecimento técnico-científico pode gerar falhas que tornam cada vez mais frequentes a ocorrência de iatrogenia, e com isso o atendimento prestado deixa de ser
sistematizado e qualificado(2). A
indefinição das funções da
enfermagem e demais profissionais da saúde pode resultar em um
atendimento desorganizado,
conflituoso, diminuindo a eficácia do
atendimento em reanimação
cardiopulmonar (RCP)(3).
O treinamento contínuo e a uniformidade das manobras de RCP
são habilidades diretamente
relacionadas à atuação do
enfermeiro enquanto profissional capacitado para treinar, instruir e desenvolver ações de planejamento e execução durante o atendimento
da Parada Cardiorrespiratória
(PCR)(3). Notadamente sublinha-se
que no contexto geral, a rotina da
unidade de emergência é
vivenciada de forma assinaladora a diversos fatores de risco tais como ambiente físico inadequado, ritmo
acelerado, fadiga, instalações
sanitárias insuficientes para o
número de pacientes internos(4).
Assim como a rapidez, competência
e, sincronismo da equipe de
enfermagem são fatores que
contribuem para o sucesso da RCP
e sobrevida do indivíduo(5).
É função prioritária do
enfermeiro, prestar assistência ao paciente grave, porém sua função frente a uma RCP é bem mais extensa, devendo dar suporte à equipe, providenciando recursos materiais e treinamento continuado, visando a adequadas condições de
92 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 5, Número 1, 2016 atendimento em qualquer âmbito
hospitalar.
Nessa ótica, a liderança é um instrumento gerencial fundamental para o trabalho do enfermeiro, pois é ela quem faz a coordenação do trabalho de enfermagem e a intermediação entre os diferentes profissionais da equipe de saúde. Ela pode ser compreendida e
desenvolvida, desde que haja
interesse e iniciativa(6).
Durante o período da
graduação com a inserção de acadêmicos de enfermagem nos campos de estagio foi possível observar a dinâmica do atendimento ao paciente com PCR. A partir da observação do atendimento feito
pelos profissionais da saúde
despertou o interesse pelo tema, motivando a investigação científica a fim de identificar as facilidades e dificuldades dos profissionais no atendimento ao paciente em PCR.
Diante do exposto, o objetivo do estudo é conhecer os desafios enfrentados pelos profissionais de
enfermagem na reanimação
cardiorrespiratória em unidade de emergência. Para o alcance do objetivo foi necessário inicialmente identificar os modos de fazer o
atendimento de parada
cardiorrespiratória da equipe de enfermagem assim como identificar
o perfil e qualificação dos
profissionais de enfermagem que atendem os pacientes em PCR.
METODOLOGIA
É uma pesquisa de
abordagem qualitativa do tipo
exploratório-descritivo que segundo Minayo(7), consiste na atividade da ciência que visa à construção da realidade, mas que também se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado. Realizada na Emergência geral de um Hospital público de grande porte com referência em politrauma localizado no município de São José em Santa Catarina.
Os sujeitos da pesquisa foram Enfermeiros, Técnicos de
Enfermagem e Auxiliares de
Enfermagem, que atuam na
emergência nos períodos diurno e noturno. Participaram da pesquisa 8 enfermeiros e 10 profissionais da equipe de enfermagem do nível médio.
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Os critérios de inclusão são: idade superior a 18 anos, todos os gêneros, encontrar-se ativo na escala mensal de trabalho e aceitar fazer parte da pesquisa com aceite no Termo de Consentimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os critérios de exclusão são aqueles que não atendem os critérios estabelecidos. Os dados foram coletados a partir de um questionário semiestruturado que foi aplicado no local de trabalho, porém
sem interferir nas atividades
assistenciais.
A análise dos dados foi feita pela Análise do Conteúdo na modalidade temática proposta por Bardin(8). Por se tratar de uma
pesquisa com pessoas, foram
observados os preceitos éticos conforme Resolução 466/12 do Ministério da Saúde, e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa nº 802.028.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em atendimento ao objetivo proposto em nosso estudo, os
resultados foram analisados e
categorizados como: Conhecimento,
Processo de trabalho e Estrutura, que serão discutidos abaixo. Quanto ao perfil foi possível constatar que o gênero feminino prevalece, com tempo de atuação na área entre 2 e 24 anos e idade entre 26 a 58 anos de idade.
CONHECIMENTO
Quanto ao conhecimento
sobre a identificação de uma PCR
foi possível observar que há
determinado nível de compreensão pela equipe de enfermagem como observado nas falas:
Falta pulso, quando monitorizado aparece assistolia. (Ametista)
Ausência de pulso central, nível de consciência, ausência de respiração. (Jade)
Quando a gente não vê os sentidos ou não tem batimentos. (Turquesa)
É de extrema importância o
conhecimento pela equipe de
enfermagem a identificação de uma PCR para colaborar no prognóstico do paciente. O reconhecimento da PCR parte da tríade: perda abrupta
da consciência, ausência da
respiração e ausência do pulso
central. Representa uma
emergência extrema, cujos
resultados serão a lesão cerebral irreversível e a morte, caso as
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restabelecer o fluxo sanguíneo e a respiração mão forem realizados.
Pode ser reconhecida pela
monitoração dos sinais vitais pelos
profissionais que atuam em
situações de emergência(9).
A equipe de enfermagem necessita estar preparada para
atendimentos de emergência
extrema e para tanto é necessário
ter o conhecimento
teórico-prático(10). Além da educação
permanente com atualizações, os protocolos institucionais também representam uma boa iniciativa visando uma assistência segura,
organizada e uniformizada,
contribuindo para redução de
iatrogenias.
As instituições de saúde
devem favorecer treinamento
continuado aos profissionais, a fim de capacitá-los para estarem aptos a desenvolverem procedimentos altamente técnicos em situações de emergência(10). Ainda é grande a carência de conhecimentos da equipe no atendimento a parada cardiorrespiratória, e, vários são os fatores que podem estar interferindo
no adequado atendimento ao
paciente, porém, todos direcionam a
uma questão primordial, a
necessidade de qualificação
profissional de toda a equipe para que haja um atendimento de qualidade, coeso e efetivo(4). PROCESSO DE TRABALHO
Esta categoria tem como
propósito identificar o processo de trabalho e o relato dos sujeitos da pesquisa quanto aos procedimentos
realizados pelos profissionais
envolvidos na dinâmica da
assistência ao paciente na vigência de uma PCR.
No momento que chega em PCR, puncionamos uma veia, iniciamos massagem de compressão torácica para reanimação, ambuzar, monitorizar, chamamos exames
complementares.(Ônix)
Desobstruir vias aéreas, acesso venoso para iniciar medicações. (Pérola)
Massagem cardíaca, ambuzar, acesso venoso e medicação. (Topázio)
Identificar quem da equipe está responsável, organizar o mais rápido possível, deixar material pronto no carrinho de emergência, medicação, entubação, chamar o médico, iniciar as manobras o mais rápido possível. (Jade)
Diante de um paciente em PCR, os profissionais de saúde devem iniciar as manobras de reanimação previstas na AHA(9). A RCP precoce é muito importante para a minimização de sequelas e
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alívio do sofrimento e preservação
da vida. Ela corresponde ao
conjunto de medidas realizadas com
agilidade para promover a
circulação de sangue oxigenado ao coração, cérebro e outros órgãos vitais, até que as funções cardíacas e ventilatórias sejam restabelecidas espontaneamente(3).
As diretrizes da American Heart Association/AHA para RCP e
atendimento cardiovascular de
emergência enfatizam a
necessidade de um processo de Reanimação de alta qualidade, que
inclui uma frequência de
compressão de 100-120/min, com profundidade de 5 cm em adultos com retorno total do tórax após cada compressão e minimização das interrupções da mesma.
No que se refere ao processo compressão-ventilação, recomenda-se que para cada 30 compressões, se realize 2 ventilações, devendo
evitar a hiperventilação. As
manobras iniciam-se com C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração), de forma a promover um aporte sanguíneo para os
órgãos, primeiramente para o
coração, cérebro, e rins(9).
Ainda quanto ao processo de
trabalho quanto à dinâmica do
atendimento, identificamos as
seguintes falas:
Cada pessoa tem uma função, um na medicação, acesso venoso, outro auxilia na entubação e outro fica fora controlando o tempo. (Jade) Geralmente a gente fica em três técnicos, 1 enfermeiro, o médico entuba, 1 na medicação, 1 no acesso venoso.(Topázio)
O médico vai entubando e ambuzando e a gente vai fazendo a massagem e o enfermeiro auxilia na medicação. (Turquesa)
A enfermeira auxilia o médico, um na medicação e outros revezam na massagem. (Ametista)
O atendimento exige
agilidade, habilidade, competência e atitude da equipe de enfermagem e demais profissionais da saúde. A rapidez, competência e, sincronismo da equipe de enfermagem são fatores que contribuem para o sucesso da RCP e sobrevida do indivíduo(5). Assim como a presença do enfermeiro é fundamental em uma RCP, para tanto, é necessário que o mesmo tenha conhecimento técnico científico atualizado para o atendimento a PCR. Compete ao enfermeiro a liderança da equipe de enfermagem e a motivação dessa equipe de uma forma harmoniosa e profissional onde o maior foco é o
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paciente(11).
Os resultados, obtidos com relação ao papel de liderança do enfermeiro no momento da PCR, refletiram nas falas:
Não tem uma liderança, porque todos trabalham junto, cada um já sabe o que fazer. (Turquesa)
Geralmente é o médico, ele que coordena. (Topázio) Nem sempre acontece, pois quem lidera fica de fora organizando, mas não é uma coisa automática. A equipe já sabe o que fazer. (Jade) Não predominantemente todos, mas todos tem um papel diferenciado e cada um à sua maneira consegue exercer sua liderança perante este processo. (Ônix)
O papel de líder requer uma
visão ampla e sistêmica das
diversas situações que enfrenta em seu processo de trabalho, por isso o enfermeiro deve se preparar, inovar e buscar novas formas para o exercício da liderança. A maneira como o líder conduz a equipe
influencia diretamente em um
sistema de cuidado comprometido, ou não, com as necessidades das
pessoas. A liderança é um
instrumento gerencial fundamental para o trabalho do enfermeiro, pois é ela quem faz a coordenação do trabalho de enfermagem e a intermediação entre os diferentes
profissionais da equipe de saúde, ela pode ser compreendida e
desenvolvida, desde que haja
interesse e iniciativa(6). O enfermeiro
representa o elo de apoio para a equipe, tanto no que se refere à educação como a coordenação do serviço, pois tem a responsabilidade de estimular o desenvolvimento do potencial coletivo, o que irá interferir
diretamente na qualidade da
assistência. ESTRUTURA
A estrutura física é a terceira categoria que emergiu da síntese do conteúdo e está relacionada à área física, déficit de equipamentos entre outros.
Para um atendimento eficaz e seguro ao paciente em PCR, o
espaço físico adequado,
disponibilidade de materiais e
medicamentos integram um
importante conjunto de medidas determinantes ao seu sucesso. É
importante a identificação dos
fatores que dificultam a ação da equipe de enfermagem, na sua
conduta durante uma parada
cardiorrespiratória, pois contribui
para melhorias na assistência
prestada ao paciente. Neste
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encontrada:
Espaço físico e falta de material, a gente dá um jeito, improvisada. (Pérola)
Acesso de pacientes, o espaço é para quatro pacientes por ter quatro monitores e geralmente tem seis a sete pacientes. Quando chega paciente em PCR tem quer empurrar maca para um lado e maca para outro, e fica pior quando tem duas paradas ao mesmo tempo. (Ônix) Estrutura, temos dois carrinhos de emergência, mas não utilizamos porque não tem check list, a única coisa que funciona é o desfibrilador e a medicação não tem no carrinho. (Jade)
Falta de material, só um ambú ou dois que às vezes não funciona, aspirador não funciona, esses dias faltou fio guia para a entubação, o centro de material não entregou, a máscara do ambú não encaixava. (Ametista)
Dentre os inúmeros
ambientes hospitalares, as unidades de atendimento de emergência,
necessariamente, precisam dar
respostas eficazes aos seus
usuários. Cabe ao enfermeiro manter a organização e adequação dos equipamentos, assim como promover o atendimento eficaz livre de danos, imperícia ou imprudência. A inadequada previsão e provisão de materiais causa grande estresse na equipe de enfermagem em uma situação de emergência(4).
Estudos mostram que o bom
desempenho das manobras e
sucesso da RCP esta relacionado ao espaço físico adequado, a
disponibilidade de materiais e
medicamentos e o apoio
institucional. É importante a
identificação dos fatores que
dificultam a ação da equipe de
enfermagem, na sua conduta
durante uma parada
cardiorrespiratória, pois isso
contribui para melhorias na
assistência prestada ao paciente(12).
Para uma assistência segura e eficaz ao paciente em PCR a ambiência, ou seja, o espaço físico, as tecnologias e as relações
interpessoais são fundamentais
para o processo de trabalho na
saúde especificamente na
prestação do cuidado de
enfermagem.
CONCLUSÃO
A PCR é uma situação de extrema urgência que exige uma equipe especialmente capacitada visando evitar os possíveis danos e riscos inerentes à condição dos
pacientes e favorecidos pela
infraestrutura e pelo processo de trabalho.
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Os resultados apresentados possibilitam identificar o alcance dos objetivos propostos pelo estudo,
uma vez que apresentou os
aspectos que dificultam o
atendimento durante uma PCR. Constatou-se por meio dos
questionamentos que o
desempenho na realização de um atendimento correto é propiciado por diversos fatores que influenciam diretamente no resultado desejado. Notadamente o aspecto relacionado ao conhecimento sempre se faz presente nesta e nas pesquisas
citadas, no entanto uma
característica interessante deste
estudo é a identificação de
dificuldades no processo de
trabalho e na ambiência ou
estrutura física.
Os resultados desta pesquisa visam contribuir com a área da saúde, pois possibilitam apontar a
necessidade da autonomia e
preparo da equipe através de um processo contínuo de capacitação para agir de maneira eficaz durante uma PCR. E revelam que os profissionais conseguem identificar a ocorrência de uma PCR, no entanto parece imprescindível a
capacitação e treinamento da
equipe para atuar em condições de extrema emergência.
De acordo com os preceitos
legais e éticos é dever do
profissional da saúde manter-se
atualizado sobre temas
relacionados às atividades
exercidas.
Cabe à equipe, com apoio da instituição e através da sua própria responsabilidade profissional, estar treinada e capacitada para realizar procedimentos altamente técnicos em situações de emergência. Tal preparo culminará na eficácia e efetividade das manobras de RCP. O sucesso do atendimento ao
paciente vítima de parada
cardiorrespiratória é alcançado
através da integração de esforços da equipe, com envolvimento e interesse de cada profissional.
Destaca-se a importância da liderança e responsabilidade ética e
profissional exercida pelo
enfermeiro, pois a partir destas tanto o processo de trabalho quanto a estrutura poderão ser viabilizadas
oferecendo segurança da
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