· , \
,
EDITORIAL
Não se
pode
afirmar que estaedição
de ZERO foi concebida dentro dospadrões
normais dojornalísmo
gráfico.
Elaseproces soudeumaformacompletamente
atípica
por inúmeras razões quecontextualizamo atualmomento
da Universidade. As oito
páginas
deste tablóide concentram o esforço
deumgrupo de alunosque cursa a sexta fase do Curso de Jornalismo da UFSC.Refletem,
acima detudo,
obackground
adquirido
desde asdisciplinas
daprimeira
fase - umatrajetória
marcada por diversas greves e
transformações
asquais
a U níversidade
experimentou.
A
execução
prática
deumjor
nal
gráfico,
aprincípio
delimitada aduasfases, acabou tendo trêseatéquatro
etapas
porforça
dasinterrupções
que fizeram com que-a UFSC tivesse, entre1984/85 a mais
atípica
passagemdeanoqueseconhecedesdeasua
fundação.
Além de düiculdades quaseintransponíveis
que tive ram deserultrapassadas,
ZERO quasecapitulou junto
com afra cassada greve de90dias dosprofessores das Universidades Fede rais.
Ilustre
produ
togerminado
naépoca
-em que apolítica
educacional
equivocadamente
foimarcada
pela criação
indiscriminada de novos cursos acreditava-se que, no futuro, os novos cursos emimplantação
teriam os mes mos estímulos dados aosjá
exis tentes-ode Jornalismoatraves.. sa umadesuasmaiores crises.
Chegamos
aníveis taisondeumdepartamento
de rádio recebeum mísero
jogo
depilhas
comodotação
de materialparatodo
um semestre.Acresça-se
o crônicoproblema
de falta de espaço físico,
que atéhoje impediu
queoCurso de Jornalismo reunisse
numa só
dependência
todas as suasturmas,semcontararepentinae inacreditável rotatividade
de
professores
quepromoveudefecções
profundas
no grupo inicial dos docentesqueneletraba
lham desdeasua
implantação.
Mas nem tudo está
perdido.
Graças
aoesforço
coletivo dosprofessores
e oentusiasmovocacional dos
estudantes,
que nassalas de aula ensaiam seus
pri
meiros passosrumo aomercado
de trabalho, o Curso de Jorna
lismo da UFSC é cotado entreos
dez melhores do
País, segundo
uma
pesquisa
de âmbito nacional. Foiuma
conquista
que aincompetência
dos burocratasqueadministrama
Educação
e aCul tura nestePaíseasuatão conhecida má vontade paracom oEn
sino Publico não
conseguiu
ofuscar.
Mas mesmo diante deum con texto tão desalentador sabe-se
que muitacoisa
pode
serfeita in ternamente. Umaproposta
realmentedemocráticaquenos des
taca anível nacional
precisa
deuma
reinjeção
deânimoque polarize estudantes e
professores
-rumoàquilo
que todosdeseja
mos.Adecolocarna ruaturmas
de formandos
capacitados
aponto
de serem absorvidospelo
mercado de trabalho, e não de engrossarem as fileiras de desempregados
de nívelsuperior.
Jornalista quer escrever, não
quervender
cachorro-quente.
.. .. ..
Até bempouco
tempo
a Coordenação
do Curso de Jornalismo aindanãodavacerteza queotrabalho executado
pelos
alunos dasextafase seria
impresso,
ouseja,
chegaria
àsuaforma final. E issosomente foi
possível
graças aoempenho
dadireção
do Centro deComunicação
eExpressão,
acargo das
professoras
Maria EH sabeth Mendes deAlbuquerque
eRegina
CarvalhoPacheco,
diretora e vice,
respectivamente.
OCCb assumiu r(iS dificuldades fi
nanceiras do curso e bancou a
impressão
dasedições.
EXPEDIENTE
Reportagem,
Redação,
fotogra
fia,
diagramação
eedição:
Avanir LucianeHerzmann,
João MartimDebétio,
MarcosHeise,
Maria Isa bel Orofino Schaefere VâniaApare
cida Mattozo. Orientadores: CesarValente, professor
da cadeira de Técnicas deEdição
eIlustração;
Ayrton Kanitz,
Carmen Rial e LuizLanzetta,
professores
da cadeira deJornalismo Gráfico. Colaboradores: Alemão
Bayer,
JucéliaFernandes,
OrestesAraújo,
Pedro Antonio deMelo,
SandroShiguefuzi.
,Valen-tina
Nunes,
eJoséAugusto
Custó dio. Jornal da turma 683-B e683nas
disciplinas
coorespondentes
dasexta fasedo
Curso
de Jornalismo da UFSC.Página
3Penitenciária
Estadual
tem
remoção
garantida
para
São
José ainda
no atual
Governo
A rotina do
HU:
filas,
I'
.falta
de
-espaço
tisico,
..
carência de
lunéionários
e excesso
de burocracia
Página
72
MARÇO/85
�---80AVIDA---Ancoradosob avelha
ponte
Hercílio Luz,próximo
ao histórico Fortede Santana, o barco "Lendário decoraaindamais apaisagem
local.BEBEL SCHAEFER.
Os turistas que visitam
à
Ilha deSJ.nta Catarina, e também as pes soas que nela vivem, contam
hoje
com ma.s uma
opção
depasseio
delazer.Trata-sedeum
grande
eantigo
veleiro, presente de alto nível que
Fpolis
recebeu, da classe Schunnar, que está ancorado sobaPonteHerCÍ lia Luz, noantig<?
cais do barco Flo mar.Este veleiro, chamado "Lendá rio", tem o tamando de 65
pés
e aidade de40anos,efoi trazido paraa
Ilha de SantaCatarina para realizar
passeios
nas baías Norte e SuL"charters"para ilhas costeiras,visi
tação
à Fortaleza de Anhatornírim.passeios
para balneáriospróximos
como Canasvieiras. Porto Belo e
Armação.
Além disso, funciona abordo um bar
requintado
e bemequipado,
queservebebidasestrangeiras
e apresenta som ao vivo. Mas ointeressantenão é só isso. Estebarco carregaconsigo
umahis tóriamágica,
cheia de mistério e misticismo. Trazido ao Brasil por umafamília holandesa que deixara seupaís
pormotivodeperseguições aliadoao medodaSegunda
GuerraMundial, depois
de 15 dias à deriva,semlemee sem rumodeterminado, o barco
chegou
à costapaulista
no anode 1')48. Desdeentão,oLendário ficou abandonado e
esquecido
noestaleiroGuara.napraia
deGuaratuba. litoral parariaense. durante
quase 30 anos.
Atualmente Nina
Lupion.
netadoex-governador
paranaense-pes
soa que comprou a
embarcação
quando
chegara
aoBrasil- desco briu queinvestire restaurar obarcoseria um
negócio
rendoso, além dedivertido.Juntodeseumarido João
Chaves Neto, deu início ii um tra
balho de
recuperação
do materialpertencenteaobarco que havia sido
extraviado durante o tempo que
este ficou abandonado em Guara
tuba.ParaNina,o nomedobarco
já
define sua história: "Ele é
mágico,
cheio de lendasemistérios",ela ga
rante.
Em estilo holandês, o Lendário
tem seu casco todo de ferro,
dispõe
de5 cabines paracasal,emaisuma
grande
cabine na proa com 3 beli ches..Conta ainda com umamplo
salãode festas de 20m2,com umbar e com uma cozinha muito bem
equipada.
''Restaurarobarco foicomovoltar
atrás no tempo e na história", diz Chaves Neto.
Segundo
ele, obarcoquando chegou
ao Brasil. eraequi
pado
somentecom material de altoluxo,
pois
afamília queo trouxera erariquíssima.
"Eles são atualmene osdonos da Batavoe Brasolanda". Ninacontaque alouça
eratoda deporcelana
chinesa, ospés
de mesa eramgolfinhos
esculpidos
emm�
deira de lei,escotilhas de bronze,VI
drosbizotados.
faqueirós
deprata ecopos de cristal."No entanto,oque é de
original
pouco temos",garanteChaves Neto. Isto porque no pe
ríodo em que ficou adernado e
abandonado,aspessoasque ficaram BebeiSchaefer
para cuidar daembarcaçãoseencar regaram de levaroque ele tinha de
riquezas.
Segundo
NinaLupion
ele eratodo
pintado
emFlamengo,
o quenadécada de 50 seriam obras dearte
de
grande
valor, e também o seu ínterior todoesculpido
a mão comdetalhes belíssimos. "Não haveria
hoje,
dinheiro que pagasse ovalorqueestebarco
possuía",
ela afirma.Paraocasal,otrabalho derecons
trução
está relativamente fácil. "A batalha mais dura está sendo exatamentea
recuperação
deste material extraviado", afirma Nina. Se
gundo
ela, aequipe
decarpinteiros
liderada porumfrancês, estátendo
grande
preocupação
emremontarobarcoo mais fielmente
possível,
seguindo
o estiloelinha queestepossui desdesua
chegada.
"Omaterial extraviado não pertence a ninguém,
esimaobarco". Chaves Netoinformou ainda que vários exem
plares
quepertenciam
ao Lendáriojá
foram localizados. "Oantigo
timãoé atualmentelustrena casade umapessoa de
projeção
em Guaratuba". "O
faqueiro
deprataestáemFpolis.
naresidência
de um casalque há anos atrás "cuidou" da em
barcação"
.Florianópolis
foi escolhida para receberoLendário porter umverãoagitado
eprecisar
demaisopções
delazer. Parao futuro, Nina e Chaves Neto
pretendem
terminar deequipá-lo
e quem sabe levá-lo para o litoralpaulista
ou carioca: Segundo
eles,afrasequemelhor identificaum
velejante
é: "Não sei". Se o barco ficaráaqui
por um ano oudois, seserá levado
para
o Norte,sedarão a voltaao mundocomele, os
bonsventos dirão.
A
nova
Penitenciária
deve
sair
ainda
no
atual
governo
perto
da Colônia
Santana
� �
POLíCIA
�M_A_R_ÇO_/_8_5�3
Com
umprédio
construído
há
153
anos eabrigando
286
detentos,
apenitenciária
da
Capital
terá
embreve
novasinstalações.
Numa
área
comummilhão
emeio
de
metros
quadrados,
emSão
José,
oGoverno do Estado
construirá
a novapenitenciária.
O
terreno
onde
hoje
está instalado
opresídio
está avaliado
emtorno de
Cr$
250 mil
ometro
quadrado.
Nesta
obra
emSão
José,
será construído
umpresídio
feminino,
uma
solução
considerada
definitiva para
mulheres presas
eespalhadas
por Cadeias Públicas
do Estado
de Santa
Catarina.
AVANIR LUCIANE HERZMANN Ainda dentro do mandato doGover
nadorEsperidiãoAmina Penitenciária da Capital será transferida para uma área de um milhão e meio de metros
quadrados,fazendopartedeumaobraa serconstruídapeloGovernodo Estado.
Estaárealocaliza-sebem
próximo
à Co lôniaSantananomunicípio
de São José e oprojeto-já aprovado
por lei-que está sendo encaminhadopelaSecretaria daJustiçaencontra-seemfase inicial de levantamen todascondiçõesdoterreno.
Esteprojeto, segundoinformouodi retordaCoordenaçãodasOrganizações Penais do Estado EvaldoVilela,
prevê
aconstrução de um
presídio
masculino comcapacidade
para500detentos,umaprisão feminina para 100 mulheres condenadas a penas mais longas, um
Hospital de CustódiaeTratamentoPsi
quiátrico
com 150 leitos abrigandoala feminina e masculina,um Centroparamenores infratores de alta
periculosi
dadecomcapacidade
para50.menores eainda, ressalta Vilela "se sobrar di nheiro"um
presídio
para presosemflagrante, emprisão preventiva e conde nadosemgrau derecurso ouseja,uma
espécie
de Cadeia Pública.O
prédio
da atual penitenciáriaserá demolidoapós
ser aprovada uma lei para asua desativação. A extensa área-que nemo Diretorda Penitenciária Amauri Vieira e nem Evaldo Vilela· sabemprecisarotamanho- será
nego ciada com uma firma empreiteira que em troca do terreno construirá a obra em São José. A firma construtora que ficarcom oterrenoterá bons lucrospois,
OrestesAraújo
\
aquelaárea esta avaliada em'torno de
Cr$250.000ometroquadrado.Perma
necerá nolocalaCadeiaPÚblicae aCasa doAlbergado, recém construída.
APENITENCIARIADE
FLORIANÓPOLIS
Dãs trêspenitenciáriade Santa Cata
rina, a de Florianópolis é a que conta com maior número de detentos, 286. Com 152 funcionários einstalada num
prédioconstruído há 153 anos,apeni tenciária da
Capital
possuiumesquema defuncionamentovoltada paraaLaborterapia- a
terapia através do trabalho
- onde os
presos prestamserviçosin ternosou externos
ganhando
umpecú
lio mensal eadquirindoumaprofissão.O chamado Departamento Industrial(
(.lerviçosinternos) possui
tipografia
eencadernação,marcenaria.acolchoariae es
tofaria, vassouraría. sapataria (convênio
comBolas Globo de Blumenau) e alim peza de telefones (convênio com a Te
lese). Ainda dentro do mesmo
departa
mentoháosserviçosdeApoioAdminis trativo como o almoxarifado,limpeza
econservação,
padaria
e cozinha.conservação,
padaria
ecozinha. O dinheiro arrecadado através da venda a particularesdo que foiprodu
zido, como por
exemplo
vassouras ecolchões, ou através dos convênios mantidos com empresas, vai para o Fundo Rotativoe serveparaaconstru
çãode pequenas obras dentro do
presí
dio que não poderiam ser realizadas apenas com a verba recebida do Governodo Estado.
Há, dentro dos serviços externos, a
recuperaçãode engradados debebidas
Cola e com a Coca-Cola. As empresas dão todoomaterial. inclusive ferramen
tas,enestesetortrabalham 35homens.
Emnovembro doanopassadoaarreca
dação foi de Cr$ 2.148.543, sendoCr$
580.934distribuídosentre ospresose o restante revertido para oFu ndo Social que, entre outras coisas, serve para a compra depresentesna
época
de Natal..
aquisiçãodenovaaparelhagemdesom etc.
A penitenciária tem ainda o Serviço
de UtilidadePública, com turmasfixas que prestam serviçosnoeIc,BaseAé rea,Reitoriada UFSC, RefloresceSecre taria deTurismo.
Na área dealimentaçãoa
penitenciá
ria contacomcincohortas queajudamnoabastecimentodiário,masnão sãoo suficiente. Háum
cardápio
formalizado trimestralmentee umaequipede deten tosficaresponsável
pelacozinha.A estatística penitenciária informa que na Capital 68% dos crimes são contra o
patrimônio
(estelionato,roubo, latrocínio,etc) e envolvimento comtóxicos. A incidência de homicídios é de apenas 10%)
De,40em40 diasmaisoumenos,são feitas reuniões dosdetentoscom odire tor.São chamadoscincopresos, sempre diferentes dos que compareceram à ul timareunião, não havendo assim repre
sentação com característica de lide
rança. Nesteencontroeles fazem recla
maçõese reivindicaçõesque são discu tidas eàsvezesatendidas, foio casode umareivindicação feita naúltimareu
nião, que os detentos
pediram,
pa�a quem pudesse adquirir,apermissãode televisores noscubículos.çãoapenitenciária deFlorianópolis éa
construção
de uma'casa para encontrosconjugais.Aobra estasendo construída
pelos próprios
presoseestaraprontaem breve.Composta
porquatro
aparta mentos de 12 metrosquadrados,a casa,
de encontros conjugais servirá de ins trumentode incentivo à
disciplina
e as,
regras deutilizaçãoainda serãoestuda
das.
Cinqüenta
eduas
mulheres
-esperam
penitenciária
feminina
Cinquentaeduas mulheres condena
das a cumprirem pena em penitenciá rias estãoespalhadasem cadeiaspúbli
cas peloEstado, pois não há em Santa
Catarinapenitenciária feminina.
Uma área,onde hoje é atual Cadeia Pública deBiguaçu,foisugeridae estu dadapelaSecretariadeJustiçamasficou fora decogitaçãopor motivos não sabi dos. Outra solução seria a construção dentro do terreno da penitenciária da
Capital.mas a
hipótese
foi descartada por falta de espaço físico.A última solução encontrada foi a transferência para aColônia Penal.em
Canasvieiras que encontra-se desati
vadaeemtotal abandono. Seestasolu
çãonãofor colocadaem
prática,
restaa estas cinqüenta e duas mulheres a es pera demaisunsdoisanos atéa cons5
•
MARÇO/85
�---UNIVERSIDADE---,
Apufsc
e
Asufsc
em
discussão
Diferenças
de
atuação
causam
atrito
VÂNIA
MATIOZOUma
associação
independente
devínculos com a
administração
universitáriaou com
partidos
políticos,
que tem por
objetivo
o encami nhamento dasquestões
docentes,além de fornecer assistência básica
(convênios
de saúde ecomerciais)
aos seusassociados. Essaé adefinição
da APUFSC(Associação
dos Professores daUFSC)
como entidade,dada
pelo
seupresidente,
pro-. lessor Hamilton Carvalho de Abreu, que .acrescenta: "Somos uma
entidade-massa, democrática, que está abertaatodasastendênciaspo líticas,
cujo
únicocompromisso
écoln
as suasinstâncias deliberativas, a saber:Conselho
deRepresentan
tesdos
Departamentos
e as Assembléias Gerais".
Abreu concluique a consciência
política
dosassociadosé muitoboa,sinal disso é o
grande
compareci
mentoàsassembléias
gerais
convocadas e o
reconhecimento,
a nívelnacional, da
associaçao
como umaentidade combativa. "Na maioria das vezes, existe
unanimidade
deopinião
quanto a movimentos rei vindicatórios e posso dizer que somos tidos como umaassociação
efetivamente atuante"
-afirma.
Oposições
internas existem, mas osprincipais
eixos de luta são co muns:reivindicação
pelo
ensinopúblico
egratuito, pelos
direitos dos docentes epela
democratização
dauniversidade.Eforamestaspropos
tas, além da
pretensão
de aumentaraparte
assistencial,
que formaramoprograma de
ação
dachapa
empos sada naseleições
realizadas emagosto de 84. "Pela
primeira
vez nahistória dessa
associação
concorre ram duaschapas.
Foi umaeleição
bem
disputada
eficocontente,pois
aseleições
que se caracterizavampela chapa
única. agora revelaram maior interesse departicipação
dosprofessores.
A APUFSC está alcançando
seusobjetivos",
afirma oatual tesoureiro Luiz
Henrique
Westphal
Verani. também presente à entrevista.APUFSC
EASUFSC
AbreuI�ão
nega que existamatri-Abreu
e
Verani
creditam
a
Apufsc
como uma
associação
independente
tos entre as duas
associações
e coloca o por que desses
problemas:
aatitude
independenge
da APUFSC. Ele cita umexemplo
recente comoilustração:
"Umapublicação
noboletim da ASUFSC taxou de disso
nante da cerimônia o discurso
feito"
por nós no dia da posse dos novos
diretores de centro. Nesse discurso levamos a nossa
posição
de que acomunidade universitária deve ser
ouvida e os eleitos devidamente
empossados,
o que não ocorreu no centro de CiênciasBiológicas.
Por isso levamos o nosso protesto aofato de o
poder
não ter acatado oprincípio
que norteou aeleição
doreitore dos outros oitocentrosque
realizaram
eleições.
Seissodesagra
dou aASUFSC, nósnão sabemosoporquê".
O
presidente
assegura queaassociação
nãopretende responder
ataisprovocações,
"porque
não temos outrocompromisso
anãoser com arepresentatividade
democrática emesmo porque não
pretendemos
entrar em
polêmicas
vazias".Contudo,
Abreu acha que existem lutas comuns que
podem
tor nar viávelumaação conjunta,
masdescarta a
criação
de uma entidade única: "Os interesses sãodiferentese os
problemas
específicos
dascategorias
devem ser encaminhadospela
suarespectiva
associação".
SERViÇOS
DE
ASSIST�NCIA
A APUFSC, criada há nove anos e com
1.330
sócios,está procu randoampliar
também a sua atuação
dentro da comunidade universitária, através da
criação
de miniassociações.
"Elas deverão terativi dadespróprias
e uma certa autonomia, mas sempre com o
apoio
donúcleo". afirma o tesoureiro,
pro-fessor Verani. Essas rmrn asso
ciaçôes
compreenderão
aAPUFSC-Tour, destinada a facilitar a compra de passagens e
"apoiar
olazere trabalho dos
professores";
o.
Jornal
J�
que está sendo reeditadocom uma
tiragem
de2milexempla
res e o Sistemade
Compras
Comu nitárias quepretende,
através doCheque-APUFSC,
facultaraos associados a
aquisição
de bens de con sumo. Essas novas medidas virão.
suprir
a falta de umacooperativa
que,
segundo
Verani, é muito dispendiosa.
"Criaruma
cooperativa
é antieconômico, pois
onívelde salá rio dosprofessores
é baixo e isso dificulta amanutenção
da infraestrutura.Nãoadiantacriarmosum
sistema
dependente
de outros". Inéditas na história da APUFSC,que sempreprocurou
proporcionar
apenas medidas deassistência
polí
tica,essas
mini-associações
atenderão -"s necessidades econômicasdos
associados, como há muito tempo
fazaASUFSC. Anovamedidafez-se
necessária desde que o salário dos
docentes não atendeu mais às suas
necessidades básicas. "Atualmente,
emvista das
circunstâncias,
a preocupação
daJ\PUFSC
deixou de serapenas
políticas,
apesar deconti-nuar
sendo de'
ímportáncía
funda mentalpela
inexistênciadeumsindicato, voltou-setambém
parao as
pecto
assistencial",
dizVerani.Para tanto,a
associação
pretende
ampliar
suaredeparaabrigar
todasas
mini-associações
quecriar,já
que aatual nãocomportamaisosservi-' ços necessários. "Pretendemos nosmudar para uma sede funcional e sem
ostentação,
pois
aentidade não é rica", assegura o tesoureiro quecitaos fatos como provas: "Afinal,
os
1.330
sócios contribuem apenascom uma mensalidade
regulamen-
. tadapelo
estatuto, queprevê
umareduzida porcentagem do
salário,
ou
seja,
hoje
osprofessores
pagamCr$
7.081,00pelo
direito departici
par dos Convêniso de saúde e comerciais, e a
partir
desse ano, das outrasmini-associações
que serãocriadas".
A necessidade de
ampliação
da sedesedeujunto
com anecessidade deampliação
deseusobjetivos
assistenciais,
principalmente depois
domalogro
daúltimagreve,emqueosprofessores
nãoconseguiram
tersuas
reivindicações
atendidas. "Aatual saúde econômica da APUFSC é um
espelho
do nível salarial dosdocentes das Universidades Fede
rais", desabafaVerani.
entre
as
duas
entidades
do
campus
VÂNIA
MATIOZO"Naoéverdadedizer queaAsufsc
é atrelada à
Reitoria,
Nósprocuramos ser
independentes,
mas nãopodemos
fugir
de umaajuda
queestamos reivindicando. Geral
mente,
conseguimos
o quequere-,
mos porque não
agredimos.
E se o.
Reitor sempre nos atende, por que
vamos
agredir?"
Essadeclaração
éde Pedro Geraldo Batlsta, vice
presidente
da Asufsc(Associação
dos Servidoresda
UFSC)
queacres centa quequem fala mal da administração
universitáriasãoprofesso
res de fora. "Pode ver que quem
critica o Reitor são
professores
deoutros estados, são
estrangeiros
ousão
simpatizantes
do PT". E assegura, convicto: "Esses
professores
defora sãoum
problema.
São carasque desconhecem a realidade cata
rinense e que vêm
aqui
para des truira nossauniversidade,
nãosig
nificando assimconcorrênciaparaa
universidade da terra deles".
AAsufscsempreteve
caracter
assistencial:
ovíce-presídente
acha
que nãopoderia
deixardeserassim,
A
Asufsc
acredita
em
diplomacia.
para
dirigir
suas
reivindicações
uma vez que os associados, na
maioria,
sãofuncionários carentes:"Justamente por lidar com funcio
nários debaixa renda é que somos
mais
paternalistas
do quepolíticos.
Temos que dar assistênciaa muitos que,àsvezes,não
têm
oquecomer em casa. Então nãopodemos
ser como aApufsc,
queé, basicamente,política.
nhuma. Além das vantagens dos
nossos
convênios,
nóstrabalhamosem
equipe,
discutindo comos associados os
problemas".
O
vice-presidente
tambémfez crí ticas áApufsc
afirmandoque a as
sociação
nãoprotestaaocupação
de cargos administrativos porprofes
sores: "Exceto aschefiasdeensino, achamosisso errado. Elestemmedo de que
sejam
contratados técnicosadministrativos para esses
lugares
porque sabem que os horários de trabalho vão ser cobrados.
Porque,
agora, é assim:
ninguém
cobraho rário deprofessor,
mas cobra defuncionário.
Aliás,
em determina dos setores,funcionário é criadodeprofessor"
-protesta veemente e
exernplifica
adiscriminação:
"Umprofessor
tematendimentomaisrápido
noDepartamento
de Pessoal do queumfuncionário.queremverresultados
logo,
por issoas assembléias
gerais
sempre se esvaziam. Além disso, sabem o que umagreve
pode
cau sar etêm medodisso".
.
Isso
justifica
aatuação
da entidade: "Souafavordos movimentos de luta, mas deve haver
pondera
ção.
Soupela
reivindicação
diplo
mática, pois
greve éilegal
e se le vada àsúltimasconsequências pode
trazer
problemas".
Batista citaaposição
do reitor Rodolfo Pinto da Luz,.
naúltimagreve,como
exemplo:
"Aatitudedo reitor de
pedir
para voltarem aotrabalhofoi muito bem pen
sada.
Ele.
pensou no servidor, por que se acontecesse uma intervenção
haveriademissão em massa e e nossaassociação
ia porágua-abaixo".
-Por esses motivos, a
associação
prefere
não se arriscar: "Só entramos
comreclamação
trabalhistaquando
temoscertezadavitória".Efrisou:
"Porque
pensamosnoservi dor".ASUFSC
E
APUFSC
Batista nega quehaja
rivalidade,a.nívelde
associação,
entreaAsufsce a
Apufsc
(Associação
dos Professo res daUFSC)
e assinala que o queexistemsão
antipatias pessoais.
"Eu não tenho nada contra aApufsc.
Atéacho que seria bom se a gente
pudesse
trabalharemconjunto"
-afirma.Contudo, acha que existem
diferenças
de programas entre asduas entidades: "O
pessoal
daApufsc
subestima os servidores,tanto é que existem
associações
separadas.
Nósnãofazemosdístínç.o
funcional,
inclusive temos muitosprofessores
entre os' associados eelesvêmparacá,reclamando quea
Apufsc
não dá assistênciane-CONSCIÊNCIA
POLiTICA
Segundo
Batista, osservidores,
porserem namaioriatrabalhadores
de baixarenda, nãotêmconsciência
política
e são imediatistas: "ElesVánia Malozo
•.•
i' ...�;.
_. > _'_(-,o(.> ... . ••...J&� Batista afirma quenãoexiste esclarecimentopolitico
entreosassoeiados
SERViÇOS
DE
ASSISTÊNCIA
A Asufsc existe há 15 anos e do
Quadro de sócios constam 3.138
pessoas,
que pagam taxa unica demensalidade:
Cr$
2.100,00.A
associação
oferece convênioscom cercade 20
lojas,
supermerca dos e farmácias e mantêm permanente assistência médico
odontológica
através doHospital
Universitário, do Posto de Atendi
mentode
Odontologia
noCentrode Ciências daSaúdeetambém de profissionais
independentes.
Alémdisso, os filhos dos associados tem
direitoà
jardim
de infânciae ospró
prios
associados têmassessoriajurí
dica, atravésdedoisadvogados
contratados
pela associação.
A sede, situada no começo do
Córrego
Grande, ofereceopções
de lazercomo sinuca,serviço
de baresalão de festas e reuniões. Com o
término do
pagamento
da construção
da sede, a diretoriapretende
ampliar
asinstalações
comumsalãode beleza, uma barbearia,
quadras
polivalentes
econstruir urnparqueinfantilparaosfilhosdosassociados
na áreaverde
próxima'
àsede.
Verani, oatual tesoureiroda APUFSC, afirmaquea
associação
estáatingindo
i
I'
Dentro desseobjetivo,encontra-se o
papel
iconoclastade Canabarro: ele não aceita o mito de quecerâmicapara serartístíca
precisasercozidaa 1.300graus."Isso é bobagem. Então uma peça de
arte
fugir
dessa regra vai deixar de ser arte? Nunca". Porjustamente ser uma nova proposta, opublico
que assiste .àsexposições
tem reações diferentes,porém
dentro dasexpectativas:
surpresae indagaçao. Issoacontece porque, ge
ralmente,setem
umaconcepçáo
muito restrita decerâmica: ouela éestrutural(telhas, tijolos)
ou é cerâmica utensílio(vasos,etc).Outro motivo é quesóagora
as pessoas estão tomando conheci mento daartemoderna. Canabarrodiz que aindafalta muito para que come cem a enteder esse tipo de arte:"So mente, agora,aspessoas estãoaceitando que Salvador Dali é, realmente, um ar tista. Imagine
pretender
que aceitemde caraa arte contempóraneal".
OS PLANOS DO
GRUPÔ
revitaliza
arte
dos
oleiros
Grupo
de
Santa Catarina.
...
VÂNIA
MATIOZOOs oleiros de Santa Catarina estão se
extinguindo.
Essa é a constatação de Luis Carlos Csnabarro Machado, pro fessor e um dos componentes do grupoNHA'Ú, pioneira
na criação de uma nova Arte-Cerâmica. Canabarresupõe
queoNHA'O,
queemtupi-guaraniquer dizerargila,
seja pioneiro também anível
nacional, uma vezque ele desco nhece a'existência
de outros grupos que trabalham da mesma forma.Canabarro, como
prefere
ser cha mado porumaquestão-de identificação
("Canabarro
lembra barro e eu estou muitoligadoa cerâmica")
afirmou queFlorianópolis em condições de ser um centro de cerâ mica, mas não existe apaio financeiro,
principalmente,
para os ceramistas. Além do que a índtistria está contribuindo para o desapareci mento da cerâmica artesanal. Falandoisso, o artista ironizou: "Os filhos de oleiros em vez de seguirem a
profissão
dos paispreferem
conseguir um em pregopúblico,
trabalharnaAssembléiaLegislativa
e arranjarumaaposentado
riaprecoce".
OTRABALHODO GRUPO
Apoiado
nogrande pontencial
catari nense, em termos dematéria-prima,
o grupo NHA'U está reformulando a idéiadt cerâmica artística. Pregos, tijolos,
cacos de telha,
parafusos,
sucata industrial, tud<Pé material para ostrabalhos do grupo que écompostoporoutrosdez artistas.
Um dos objetivos do grupo é fazer umaartemaissocial,menos,
particulari
zada. Eles não aceitam ficar sujeitos.à boa vontade do mercado de arte nem
tampouco
expostos
àspressões
decompetíçoes
profissionais.
A arte que de senvolvem concretiza-se em trabalhos quepretendem
ser uma viagemplena
deindagações
esurpresa. Porissoode sapego à cerâmica bemcomportada.
BEBEL SCHAEFER'
O mercado artístico está sofrendo
uma séria retração em decorrência da crise econômica que estamos atraves
sando, e os mais
prejudicados
comestasituaçãosãoosartistasnovos,que estão
fazendoseus "nomes".
Segundo
Janga João Otávio NevesFilho,artista
plástico, professor
deartes epresidente
daAssociação
dos Artistas Plásticos de SantaCatarina,a criseeco nômicaatinge duascategoriasde artistas, ede maneira diferente. Os artistas .que
já
eramconhecidosouqueaparece ram durante esteperíodo,
têm todacondiçãodesobreviver.
Principalmente
porque artecontinua sendo-um inves timento muitobom.Em
contrapartida,
os artistas que estãocomeçando,
nãotêm oapoiodos donos de
galerias,
poisseustrabalhosnão sãoconsideradosre torno certo,'e muitas vezes não têm onde expor, ficando num "beco sem
saída".
Janga afirma ainda que as obras de arte valorizaram muito nos últimos a nos."Mesmocomtodaestacrise,cer tostrabalhos de artistas famososvalori
zaram mais de4000'X" istoé, valoriza rammaisdoque
qualquer
açãonaBolsaMARÇO/85
6
��---ARTE---Essepioneirismoacarretaum
grande
esforço
pessoal
de cada componente,pois
foraajudas
esparsas dogovernodo estado e da Udesc. o grupo é que seautofínanca.
Cana, como o ceramistatambém é conhecido, afirma que o
NHA'Ú
está seorganizando
para dar maisumpasso adiante:conseguirseregistrarcomoum grupo de
extenção
daUdesc.poisamaiorpartedos artistas são
professores
dessa falculdade, onde se encontra o ateliê do grupo. Com isso serámaisfácilconseguirverbaseadqui
rir maiscredibilidade.Outro
plano
nessesentido seráparti
cipar,agoraem 1985, deuma Bienalde ArtesPlásticas,em Firenze,naItália."E
assimmesmo: nós sóvamosservalori zadosaquinoBrasil,se oformosláfora"
-assegurao ceramista.
As
pretenções
doNHA'Ú
vãoadiante.A idéiaé construirumaFundaçãocom
escola,oficinaeindústriaceramistaque
de Valores, Caderneta de Poupança ou bem
ímovel",
Oproblema
reflete exatamente nos artistas que estão come
çando.
Afinal decontaséaclassemédiaquem realmenteadquireobras denovos artistas. A classe alta se preocupa so
mentecom aaquisiçãode"medalhões". "Quem sempre comprou casacos de vison continua
comprando,
acrise nãoreflete nem um pouco", afirmaJanga. Mascomoo
poder
aquisitivoda .lassemédia está
completamente
dim!.iuído,isto resulta na
impossibilidade
de um artista novoviversóde arte. 'Fiz meu
pé-de-meia
antesde vir para Florianópolis",
declara Janga.Ele ar..rnaquese tivesse que viver só dearte.iãosobreviveria. "Acredito queesta situação seja
igual
para muitos artista;'.Arealidadeé queaqu.emSantaCata rina, são poucosospí- toresque vivem sóde arte. Paraa gre nde maioria é ne
cessáriooutrafontede renda.Jangade clara que muitas vezes os artistas têm
que fazer o jogo das
galerias,
isto é, realizar propostas que não apresentamnada denovo, que sãomeramente de corativas. "Tivemosaquinasede da
As-.
sociaçáo
um leilão onde apresentamos trabalhosótimos de bonscolegas.Traba-PedroAntclniode Melo
o
primeiro
trabalhoexposto pelo
artista no Rio Grande do Sulfator de esvaziamento dos elementos
culturais. O mais recente trabalho foi
expostona
Fundação
ArmandoÁlvaresPenteado
(FAAP)
em SãoPaulo,e desta vez foi montado um escritório em ta manhonormal,comobjetos
eduasfigu
rashumanas,tudo issomodelado em ar
gila.
Oobjetivo
eramostraratravésdeum caso isolado (umescritório)
osistema deatendimentoburocrático,ondeo serhu manopassaateromesmovalor servil das coisas queorodeiam.
O trabalho mais ousado, em termos
detécnica,éoquevemsendo estudado:
produzir
umacerâmica leve,que possa Iseratadaaumpregoequeflutue, da!o nomedecerâmica-balão. Canabarro diz·
que "ainda estamos pesquisando. Serão
feitos muitos estudos científicos que possamviabilizaresseprojeto".
IS50 comprova o que está
intrínseco
aogrupo;aartenãoestagnar.Canacon firma issoaodizer que"afinal,a arteé
lumadas poucas atividades que vairestar
'para
o homem,nofuturo".estar a venda, avisitação foiintensa e houve ótima
comercialização.
"O propósito
foi exatamentelançar
no mercada", garante Blaine.
No entanto,o fato dea amaioria dos artistas nãotercolocadoseustrabalhos à
venda, demonstra a insegurança em queosnovosartistas vivem
hoje
emdia.Para SimoneFreitas,"marchand du ta blau" colocaropreçonostrabalhos seria estarcorrendo risco.Istorefleteo receio que osartistasnovostêm em
relação
a venda de seus trabalhos. "O .que sus tentaoartistaéavenda deseutrabalho,é a
aprovação popular.
Isto é que fazcom que ele cresça e renove sua arte", afirma SimoneFreitas, concluindo que "é muitofácil afirmar que não vendeu
um
quadro
porque este não estava àvenda".
Omelhor caminho paraosque estão
começando
éaparticipação emsalõeseexposíçóes coletivas, onde seus traba lhos possamseranalisadoseseleciona dos. Quanto aissoaAssociaçãotemse
empenhado
na realização de eventos para que os jovens que estão aí, mos trem suavontadedecriar, mudar,me lhorareenriquecer
nossaculturae nos sasvidas.Atual
crise
econômica sufoca
novos
artistas
aproveite a
matéria-prima
catarinense"argila)quee tartaedeótimaqualidade O
próprio
Canabarro afirma que isso eum sonho e acrescenta com ar con fiante: "Vamosver seconseguimos".
OS TRABALHOSEXPOSTOS
O
primeiro
deles,quando
ogrupoera formado somente por Canabarro, sua assistente,Clntia.
emaistrêsartistas quecontribuíram com uma "pinelada". fOI "CaoseCriação",expostonoIVSalão de Cerâmica do Rio Grandedo Sul,em1980. "Caos e Criação" era composto porum
girau.de
onde
pendiampeçasde
cerâmicaamarradasa um fio,sendo que também
foramconfeccionados
azulejos
edispostos
em situação criativa ecaótica. Seuobje
tivo era levar o
espectador
aoquesgionamento
dos valores estéticospredominantes
na cerâmica.O
segundo
trabalho.."Alie naAção",expostono3"JovemArte-SulAmérica,
compunha-se
de ruínas do que teria sido um casarão colonial, denunciando'osconceitos errados deprogresso_coJIlQ
lhospelos quaisaspessoasnãopagariam
Cr$ 10 mil. não
pagariam
nem a moldura,poiselas não teriamem casa
algo
que as fizessem pensar,algo
que asquestionassem".
Tendo consciência do
problema
que os novos artistas Vê"'l enfrentando. aAssociação dos Artistas Plásticos de SantaCatarinatem
procurado
dar todo o apoio necessárioàqueles
que estão iniciando sua carreira artística. Comoexemplo
disso temos a Exposição Re sumo85, que reuniumaisde70artistas,entre
fotógrafos,
pintores,desenhistas, ceramistas,gravadores,
criadores depropostase
perforrnaticos.
que reunidospela
primeira vez tiveram a oportuni dade demostrarseustrabalhosemelhor que isto,tiveramachance de conhece rem,decompreenderem
suaprodução.
ParaElaineWalter, Coordenadorada
Associação dos Artistas Plásticos de SantaCatarina,a
exposição
Resumo 85, queaconteceu noPrédiodaAlfândega,
sede daAssociação, foium sucesso em todos os sentidos. "Mesmo tendo sidorealizadapara finsculturaisenão lucra
tivos, alcançamos um bom índice de
vendas",ela afirma.Apesarda maiori. .
�
SAÚDE
M_AR_Ç_O_/_85
7
Previdenciários
sofrem
com
'a
burocracia
do HU
VANIAMATTQZO
Um dos
problemas
doHospital
Universitário é o excesso de buro cracia. Isso éoqueseconstatacon
versando com
previdenciários
quedispõem
do atendimento do HU.Exemplo
disso é o caso de JoãoKlein, um senhor de meia-idade,
paralítico,
vindo do interior do estado e que estava com consulta marcadacom um
urologista
paraas 8horas da manhã.Às
10:30 ele não haviasidoatendidoainda.Suamulher, Helena,
após
tirarinformações
numdos
guichês
do SAME(Serviço
de Atendimento Médico
Estatístico)
ficou sabendo que omédico não viria.
A maior demanda de
previden
ciários vem do interior do estado,inclusive do extremo oeste catari
nense,
pois
o HU é oúnico-hospltai
da
capital
quetemconvênio com oFunrural. Quase sempre eles têm que
esperar.
aliás, essa parece ser arotina para quem recorre ao HU:
esperar paramarcarconsulta,espe
rarpara
consultar,esperar
para fazer exames.Dentro de cada
especialidade,
existe um determinadonúmero deconsultas por dia e muitas pessoas,
que têm
algum
problema
grave,têmqueesperar diasou semanasaté
conseguir
marcar umaconsulta. Sea consulta
já
·foimarcada,
oprevi
denciário
pode
se defrontar com outroproblema:
demora ou o nãocomparecimento
do médico.E
Irma,umaestudantedeServiço
Social, quem diz: "Já me ocorreu de ter consulta marcada para às 14
horas e sair
daqui
às 16 horas semter sido atendida". Isso não é tão grave para Irma, que mora no
centro de
Floianópolis,
masoé paraprevidenciários
quevêmdo interior doestadocomoJoãoKlein,uma vezque sãopessoas de pouco recurso e
procuramo HUemextremo casode
necessidade.
Quanto ao atendimento dos mé
dicos, Lilian.enfermeira dosetorde
emergência,
afirma que "o HUprima
pelo
atendimentopersonali
zado". Essaafirmação
é contestada por outra enfermeira:"E pratica
mente
impossível
seconseguir
umatendimento
personalizado
numhospital
que atende dezenas de pessoas por dia". Outra
reclamação
constante é a inexistência de um
guichê
deinformações.
Grandepartedas pessoas,
principalmente
asque vêm dointerior,fica rodando
pelos
corredores durante umlongo
tempo atéacharasala que está procu
rando.
Todasessas
reclamações
ficamnoar,
pois
oSAME(Serviço
de Atendimento
Médico-Estatístico),
áreaprincipal
de atendimento e paraondeconvergem
previdenciários
doInamps.
Finsocial e Funrural, nãodeu seu
parecer
sobreessesproble
mas; O motivo ésimples:
paraconseguir
uma entrevista com umafuncionária do SAME é
preciso
encaminhar um ofício ao Diretor do
hospital,
contendo todas as informações
que se quer saber e ficaresperando
atéconseguir
ser tendido.
OUTRAS
AREAS
DEATENDIMENTO
-O
Serviço
deAtenção
Primária éNovo
tratamento
para quem
sofre
de
doenças
renais
De agora em diante as pessoas que sofrerem dedoençasrenaistêmnaCapi tal uma
oportunidade
de tratamento que irá,segundo
os médicos, modificar totalmentesuasvidas. .E'queoHospital
Celso Ramos acaba de
implantar
um novo métodoque substituiahemodiá lise com êxito. Trata-se do métodoco nhecido por DiálisePeritonalContínua.Comestenovométodo,opacienteao
invésde ficar de4a5horasnum
hospi
tal para fazeralimpeza
do sanguepela
hemodiálise, poderá fazê-lo em casa
pessoalmente.
De acordocom aenfermeira respon
sável
pela
operação, Rosanea MacielVieira, é necessário
primeiramente
aimplantação
de um cateter, através de umacirurgia abdominal,aadaptação
de umequipo-que será trocadoumavez por mês- e de uma bolsa
comum de
plástico,
para coleta de material, que deve ser trocada quatrovezes aodia.Este processoconhecido como DPC,
foi
implantado
no Brasilem 1980,pelo
médico Riella. de Curitiba, e atéhoje
159t;\\!lcientes
de todo opaís
- entreeles trêsem Santa'Catarina- estãofa
zendo estetipo de tratamento.
Para o médico Silvio Schrnidtz, res
ponsável pela
diálise doHospital
CelsoRamos,"este tratamentofacilitaa vida do
paciente, já
quepossibilita
maiorli berdadepara
o'
mesmo, ao contrário dahemodiálise,emqueodoente teria que vir quasediariamente ao
hospital
paralimpar
o sangue, além de baratear o custopara o Inarnps".Estenovotratamentoé muitoimpor tanteparaospacientesresidentesno in terior do Estado, quepraticamente te riam que morar emBlumenau ouFlo
rianópolis
paratratamentode hemodiá lise que,senãoforregular
ebem feito,pode vira ser fa tal.
VâniaMattozo
outra àrea de
atendimento,
massomentepara alunosefuncionários
da UFSC. O atendimento é feito por ordem de
chegada
e destina-se a casos de poucagravidade
que nãoexijam
umespecialista.
Se,após
uma consulta, forconstatada a ne
cessidade deum
especialista,
apes soaserá
encamirihada ao SAME paraseguir
tratamento.Novamentese entra na fila de espera. Sendo
urgenteounão,apessoa
poderá
esperar dias até
conseguir
uma consulta
com umespecialista.
O atendimento no
Serviço
deAtenção
Primária étido, por alunose funcionários, como bom, mas a
reclamação
é sempreaespera.Ana"
uma das técnicas deenfermagem,
explica:
"Nósatendemos.quase
no venta pessoas por dia. A maioria é de estudantes que têm pressapor-Nos
corredores,
o tempo
perdido
que têm aula e miopodem
esperar.Só que há uma
sobrecarga
em de terminados horários e a espera sefaz necessária".
O setor de
Emergências
também enfrentaproblemas.
Diariamente são atendidas, em média, 60 pes soas.Amaiorparte
são pessoas quevêmdo interior. Umadas reclama
ções, aqui,
também é a espera. LiIian, enfermeira desse setor, afirma que há falta de
pessoal:
"Emalguns
turnos,
principalmerite
da noite, hásomente três pessoas para atender
aos casosde
emergência".
Outradeficiênciadosetoréaárea física. A
emergência
ocupa um espaço
reduzido,
quase todo ele divi dido em pequenas salas, onde asfuncionárias mal têm espaço para
circularentremacas e o
pessoal
queespera paraser atendido.
Carência
de
córneas
no
.Banco
de
Olhos
da
Capital
Em
Florianópolis,
12pessoas- entreelasumacriança de quatro anos e um senhor de 52 anos- estãoa
espera da
doação de uma córnea.
HánoBrasilumacarênciade 100 mil doadores e no Banco de Olhos de Flo
rianópolis
estão inscritos 2.050. Atualmente,milhares de pacientes precisam
ficar numa lista de espera e, têm de
aguardar pelo
menosI Ianospara fazer umtransplante.
Não há limite de idade para ser doador ou beneficiado. Emesmo quem tem
alguma
deficiêncianos olhoscomo miopia,
astigmatismo,
catarataououtrasdoenças,
poderá
fazer sua doação dequalquer
forma, pois apenas-a córnea éaproveitada
para otransplante',
sendo o restante utilizadoem
pesquisas
dedoenças oculares.Em Santa Catarina, há bancos de olhos em
Florianópolis,
Joinville, Blu menau. Criciúma,Chapecó,
Itajaí.
São sociedades civis sem fins lucrativos eestãoàdisposiçãodedoadores,
voluntá-riose
pacientes
quequeiramseinscre vercomofuturosbeneficiados.O Banco de Olhos deFlorianópolis, especifica
mente, não tem finalidadecirúrgica,
mas está incumbido de conseguir as
doações e cedê-las aos cirurgiões res
ponsáveis pelos transplantes.
Estereco lhimento e suadistribuição
são total mente gratuitos._
Para ser doador é muito
simples:
bastapreencher
eassinaraficha de inscriçãofornecida
pelo
Bancode Olhos.Aretirada dos olhossó érealizada
após
aconstataçãoda morte, feita
pelo
médico. A família dodoador deveráestarprepa rada para avisaro Bancode Olhos imediatamente poisos olhos poderãoser re tiradossomenteaté quatrohoras
depois
de seu falecimento.Muitas pessoas vão ao Banco de
Olhos,
pedem informações
sobre como serdoador,conversamcom asecretária e saemdizendo que voltam mais tarde, masdesistem daidéiatalvez por falta de um preparopsicológico
anterior.'MARÇO/85
8
�---�---RESSACA---A
medicação
indiscriminada
MARCOSHEISE
Passar uma noite
seguindo
literalmenteorefr.ío do famoso samba
do mestre Luís Antônio - "Eu bebo! sim!Estouvivendo/Tem
�ente
que
nao-
bebe e está morrendo" -imortalizado na voz de ElizethCardado,quase sempre acabaráem
ressaca.
É
umestado deindiposição
dobêbedo
apos
a curadabebedeira,que leva cada vez mais pessoas a
procurarem medícarnento- de
quaisquer
origens
nasfarmácias.,
A pessoa com ressaca
perde
o senso) de humor- ficaintratávele de mal com o mundo. Normalmenteelanãosabe que duranteesta
fase o seu
or,ganismo
está procurando normalizar a
situação.
Há quem
diga
quearessaca éumestado de
espírito.
Cabeaoatingido
saber sair dela com
galhardia.
Aclasse médicatemosseus
diagnósti
cos e a indústria farmacêutica seapruma para colocar um nú-•merosempre maior de medicamen
toseatenderaesse
tipo
defreguês.
Tudo indica que a ressaca virou
um
negócio
muito lucrativo. Issopode
serconstatato tantoemfarmá ciashalopáticas
( remédiosquími
cos)
como nashomeopaticas
(remedias
naturais).
A dor de cabeça
e a ressaçajá
levam o mesmonumero de pessoas aos balcões de
farmácias. Normalmente as duas
coisas andam
juntas.
A nível de
homeopatia,
um dosramos mais emergentes na area da
medicação,
agrande coqueluche
doI momento é o alcachofra. Bem ins
truídos, os vendedores asseguram serem infalíveis aos efeitos desta
planta
em cima da bebida alcoólicaem excesso.
Mas o receituário
homeopático
não se limita a um único
produto.
Indica-se chá deboldo,de
jurubeba
e outros
tipos
deplantas
em formade ervas,
soluções
e elixires. Naânsia de se verem livres9 mais ra
pido
possível
dos efeitosda ressaca os consumidores misturam ervastidas como desintoxicantes a
produ
tos
químicos
dahalopatia.
inclusive.A rede de farmácias
halopáticas
tem um
naipe
variadíssimo deopções
aquern procurar alívio para assensações
tão conhecidasapós
um"porre".
Vende-se maisEpo
eler.
Eparec,
Olina.Hepatovis.
Estornanol. Estornazil. Sonrisal. Sal de Frutas,
Engov.
E costumeiro osclientes solicitarem
associações
entre dois e até três
produtos
diferentes.
prevalece
ao
bom
senso
recomendado
pelos
médicos
Eu
BEBOjiM}
'\
E5TOU
ViVENDO
· '.Af?6HH
11/
) " .S�t1ó.(o.
Ressaca, ao que parece, virou moda. Ela serviu inclusive de mo tivopara queumarede de televisão criasse um
quadro
em programahumorístico.
Quem
já
passou por este pro blema uma ou mais vezes adotamedidasde
prevenção
paraevitara ressaca, ou recorre ao folclorecriado
pelos
bebedores assíduos eboêmios, o tão conhecido manual
que corre de boca em boca epre
tende ensinar a se beber bem e a
sair-se
igualmente
bem no dia seguinte.
Na parte de
prevenção,
recomenda-se muito umestômago
"calçado"
comalimentação
gordu
rosa, ou, ficar na mesma bebida a noite inteira, sem misturar entrebebidas fermentadas e destiladas. Senada disso dercerto,osbebedo- .
resmais assíduos recomendam ain
gestão
de mais doseougarrafa
nodiaseguinte.
Consta do folclore criadoemtomodaressecaqueeste
l'>rocesso
significa
"tirar o mercedinho dalenta", ou
seja,
a tremedeira dasmãos.
Outros
preferem
dividir a ressaca emtrêsestágios.
Oprimeiro
équando
.
se acorda e se "desconfiá"
que o
organismo
vai mal. O segundo
équando
apessoa vai paraa rua e assume que estácom ressaca. Eoterceiroedefinitivocorresponde
a uma nova
.
incursãoem um bar para promover o rebate.
Os médicos concluem que a inci dência de distúrbios
orgânicos
causada
pela
ingestão
excessiva deálcoolparte da
premissa
de que oálcool é uma droga SOCialmente
aceita. Bebe-se muito na nossa so
ciednde. Nos inúmeros aconteci
mentos do meio e que envolvem
reuniõesde pessoashaverá bebidas alcóolicas
disponíveis.
Outracans-o
tatação
agora,napsicologia:
beberéuminíciode maturidade e de
F8.1s
culinidade.
O que realmente influi se uma
pessoasofrerácom uma ressacapar
te'do quanto ela vai consumire se o
organismo
temcondições
de absorver a
quantidade
debebidaingerida
sem alterar emdemasia o fluxo de funcionamento normal dosórgãos
viscerais.Uma coisa é certa: os médicos acentuamque não existe. muita di
ferença
entreasbebidas destiladasefermentadas. Quatrodoses de
uísque
equ.ivalem
a umagarrafa
devinho.,
Nestecaso,obebedordevinho teraum pouco menos
problemas
intestinais e estomacais,
pois
os fermen tados são menos irritantes da mu cassaintestinal.
A nível interno, o processo que
deixará ,uma pessoacom ressacaéo
seguinte:
1)
o consumodeumaquantidade
demasiadade álcool
implicará
dire tamente numdesequilíbrio
do fun cionamento de doisórgãos:
estômago e intestino.
2)0
álccoltemumatendênciavolátil bastante altae
penetra
nacirculação
com muita facilidade. Antesde
chegar
aocérebro,passapelo
figado,
órgão
encarregado
de promover a
filtragem.
.
3)0
fígado
tentarálivrar o organismo das
partículas
deálcooljun
tamente com orim. A
ingestão
excessiva altera o fluxo
energético
ecompromete as
funções
destes órgãos.
4)Ainda
o mesmofígado
tem afunção
de promover aquebra
dasmoléculas doálcoolafim de criaros
sub-produtos
que serão elimina dospelo
rimevesícula. Eenquantoele não normalizar este processo a
pessoa permanece com a resssaca.
Quando
a boemia recomenda setomar "mais uma"
simplesmente
vai ocorrer a continuidade do pro
cesso, ou
seja,
osujeito
torna aembriagar-se prolongando
aação
excepcional
das vísceras.É
muito mais interessanteque,'
após
aingestão
excessiva deálcooldizem os médicos
-se alimente o
organismo
de frutas e verduras em seuestado natural. Elas atuarão diretamenteno
estágio
daquebra
demoléculas, influindo numa compensa