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FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENFERMAGEM ANA PAULA SENA DA SILVA GOMES

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FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENFERMAGEM

ANA PAULA SENA DA SILVA GOMES

CONCEPÇÃO E ACESSO AO CONHECIMENTO SOBRE O TESTE DO PEZINHO: DISCURSO DE MÃES E PAIS DE RECÉM-NASCIDOS

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016

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ANA PAULA SENA DA SILVA GOMES

CONCEPÇÃO E ACESSO AO CONHECIMENTO SOBRE O TESTE DO PEZINHO: DISCURSO DE MÃES E PAIS DE RECÉM-NASCIDOS

Monografia apresentada à Faculdade Maria Milza no Curso de Bacharelado em Enfermagem, na disciplina de TCCII, ministrada pela Prof.ª Andrea Jaqueira, como requisito de avaliação do II Semestre de 2016.2

Prof. Msc. Anderson Reis Sousa. Orientador

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016

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Dados Internacionais de Catalogação

Gomes, Ana Paula Sena da Silva

G633c Concepção e acesso ao conhecimento sobre o teste do pezinho: discurso de mães e pais de recém-nascidos / Ana Paula Sena da Silva Gomes. – Governador Mangabeira – Ba, 2016.

44 f.

Orientador: Prof. Me. Anderson Reis Sousa

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Faculdade Maria Milza, 2016.

1. Assistência de Enfermagem. 2. Saúde da Criança. 3. Pediatria. I. Sousa, Anderson Reis. II. Título.

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ANA PAULA SENA DA SILVA DA SILVA GOMES

CONCEPÇÃO E ACESSO AO CONHECIMENTO SOBRE O TESTE DO PEZINHO: DISCURSO DE MÃES E PAIS DE RECÉM-NASCIDOS

BANCA DE APRESENTAÇÃO

Aprovada em __/__/__

___________________________________________ Profº.Msc. Anderson Reis Souza

Orientador

___________________________________________ Profª.Iris Soeiro de Jesus

Membro Avaliador

___________________________________________ Profª.Msc.Lilliany Santana da Silva

Membro Avaliador

______________________________________ Prof.ªDrª. Andéa Jaqueira da Silva Borges

Prof .de TCC

GOVERNADOR MANGABEIRA 2016

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Dedico este trabalho a meu esposo Luis Gomes e a Luis Antonio e Ana Luiza meus filhos pessoas que amo e partilho a minha vida, muito obrigada pelo carinho e apoio.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças de estar chegando até aqui, concluindo mais uma etapa da minha vida, aos meus pais por terem acreditado em mim.

A minha família por ter me acompanhado fortalecendo-me de todas as maneiras com seu carinho e em especial ao meu esposo pelo companheirismo e que apesar de todas as dificuldades sempre esteve do meu lado persistente.

Aos meus professores por todas suas orientações e saberes a me oferecido e ao meu orientador Anderson Reis pelas contribuições ao meu trabalho e em especial a professora Andrea Jaqueira deixo aqui o meu muito obrigada pela dedicação e empenho e encorajamento só assim foi possível estar concluindo mais essa etapa.

Enfim a todos que contribuíram para realização deste trabalho.

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Não é questão de querer. Nem questão de concordar. Os direitos das crianças Todos têm de respeitar.

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RESUMO

As doenças congênitas são deformidades ou alterações morfológicas e/ou funcionais detectáveis durante o nascimento. Assim, através do pré-natal pode-se detectar estes e outros tipos de doenças, pois, no pré-natal são realizadas consultas e momentos educativos que tem por objetivo promover a saúde da gestante e do bebê, bem como identificar precocemente alterações que possam resultar em risco para o binômio. O teste do pezinho é um exame simples que é utilizado para detectar doenças que apresentam erros inatos do metabolismo. Nessa perspectiva, o estudo buscou conhecer, através do discurso, a concepção e acesso ao conhecimento sobre teste do pezinho de mães e pais de recém-nascidos. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, realizado em três Unidades de Saúde da Família do município de São Felipe, Bahia. Participaram do estudo, 18 mães e 02 pais de recém-nascidos que estavam sendo acompanhados no Programa de Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente nas unidades. A amostra dos participantes foi definida em campo através da técnica de saturação das informações. Para coleta de dados, foi realizada uma entrevista individual, guiada por um roteiro semiestruturado, inicialmente com quatro questões norteadoras. O estudo atendeu as determinações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, obtendo parecer de n°1.787.298 do CEP FAMAM. A análise dos dados foi amparada pelo método de Discurso do Sujeito Coletivo .Este estudo revelou que é durante o pré-natal que as mães e pais se comunicam co m os profissionais de saúde, diante disso, a gestação passa a ter um maior significado para as mães que passam a desvelar os mitos, sentimentos, dúvidas e sentimentos negativos. No âmbito de conhecimento deste teste e da triagem, ficou evidente um alto grau de conhecimento, sendo este, um fruto satisfatório para os profissionais que atuam em unidades de saúde públicas, especialmente dos enfermeiros que foram citados veementemente nos discursos.

Palavras-chave: Assistência de Enfermagem. Saúde da criança. Saúde da Mulher. Triagem Neonatal.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABS - Atenção Básica a Saúde

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

DF – Hemoglobinopatias HC- Hipertireoidismo Congênito IFF- Instituto Fernandes Figueiras MS- Ministério da Saúde

PHPN- Programa de Humanização do Prè- natal PKU – Fenilcetonúria

PNTN - Programa Nacional de Triagem Neonatal SRTN – Serviço de Referências em Triagem Neonatal SUS – Sistema Único de Saúde

TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido USF- Unidade de Saúde da da Família

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 09

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 12

2.1 DOENÇAS CONGÊNITAS ... 12

2.2 CONTRIBUIÇÕES DO PRÉ-NATAL NA DETECÇÃO DE DOENÇAS CONGÊNITAS ... 14

2.3 TRIAGEM NEONATAL ... 15

2.4 CONHECIMENTO DAS MÃES E PAIS SOBRE TRIAGEM NEONATAL ... 17

3 METODOLOGIA ... 20

3.1 TIPO DE ESTUDO ... 20

3.2 LOCAL DE ESTUDO ... 20

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 21

3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 21

3.5 ASPECTOS ÉTICOS ... 23

3.6 ANÁLISE DE DADOS... 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 26

4.1 COMPREENSÃO E ACESSO AO CONHECIMENTO POR MÃES E PAIS DE CRIANÇAS RECÉM NASCIDAS, SOBRE O TESTE DO PEZINHO E TRIAGEM NEONATAL. ... 26

4.1.1 Compreensão sobre o teste do pezinho ... 26

4.1.2 Compreensão sobre triagem neonatal ... 29

4.1.3 Acesso ao conhecimento sobre teste do pezinho ... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 35

REFERENCIAS ... 36

APENDICES ... 39

APENDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 40

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1 INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), também chamado e conhecido por teste do pezinho, foi desenvolvido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e, atualmente, tem sido utilizado para detectar precocemente as doenças congênitas em suas diferentes fases (HOROVITZ; LLERENA JUNIOR; MATTOS, 2005).

As doenças congênitas são caracterizadas por anormalidades na estrutura ou função de órgãos, sistemas completos ou parte destes sistemas, logo, podem estar presentes antes do nascimento ou no primeiro mês de vida, sendo usualmente conhecidas por anomalias ou malformações congênitas (DAMÉ et al., 2013).

Deste modo, quando as malformações não são visíveis nos exames realizados no pré-natal, podem ser descobertas através do teste do pezinho ou testes de screening, através da triagem neonatal, método pelo qual é colhida uma gota de sangue do calcanhar do bebê, normalmente entre o quarto e o sétimo dia de vida, denotando a importância das consultas de pré-natal (SÃO PAULO, 2012).

Na Atenção Básica de Saúde (ABS) a assistência ao pré-natal está em crescente evidência, visto os benefícios ocasionados à saúde materno-infantil, pois, o pré-natal se estende até o puerpério, sendo ferramenta imprescindível na detecção e busca ativa por patologias congênitas, através da triagem neonatal. Assim, o pré-natal é importante para detecção de patologias congênitas, pois, contribui para o monitoramento e tratamento da doença, possibilitando melhorias na qualidade de vida das crianças. É através das ações do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) que alterações são detectadas e tratadas a tempo, evitando-se problemas para a saúde do recém-nascido (BRASIL, 2010; CALDERON et al., 2006).

O PNTN tem como objetivo garantir a todos os nascidos vivos a busca ativa de casos suspeitos, bem como a confirmação diagnóstica, o acompanhamento, a busca pelo adequado tratamento dos pacientes identificados com tais patologias e ainda a criação de um sistema de informações que permitirá cadastrar todos os pacientes num Banco de Dados Nacional (BRASIL, 2004).

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Para que haja acompanhamento dos pacientes nos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) é necessário que cada município tenha uma instituição estadual de Referência para triagem destes pacientes (BRASIL, 2001). Na Bahia, estes pacientes são monitorizados pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Salvador (APAE), localizada na cidade de Salvador.

Os pais, muitas vezes desconhecem sobre as patologias que podem ser detectadas com a triagem neonatal e não dão tanta importância ao exame. Porém, quando o diagnóstico da triagem neonatal é positivo, muitas vezes, os pais ficam tensos e apavorados, visto que estão de frente com o desconhecido, Sendo assim, é necessário que a equipe de saúde realize as intervenções regulamentadas pelo PNTN, e evite que as doenças apresentadas tragam diminuição da qualidade de vida do recém-nascido e de sua família, garantindo assistência integral aos atores deste processo.

Em função desse desconhecimento, em 2009, foi implantada no Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, e mais recentemente, foi definido cinco eixos prioritários para a política, designados em: acesso e acolhimento, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, prevenção das violências e acidentes e doenças prevalentes da população masculina (BRASIL, 2009; CHAKORA, 2014). Diante desta definição, destacaremos nesse estudo o eixo paternidade e cuidado e saúde sexual e reprodutiva, como forma de inserir os homens no contexto do cuidado em saúde, com extensão para o cuidado com a saúde da criança.

Mediante ao contexto que apresentado, o interesse pelo tema emergiu após a vivência durante os estágios em Unidades de Saúde da Família (USF), ao qual pude perceber a importância da triagem neonatal para a detecção das doenças congênitas e a reação das mães ao saberem do resultado positivo para alguma das doenças rastreadas, e também por notar a necessidade de tratamento imediato que deve ser instituído frente a alguns tipos de doenças. Além disso, o que se percebeu é que muitas mães e pais desconhecem a importância do teste do pezinho e as doenças que podem ser detectadas através deste teste, sendo imprescindível que a importância da triagem neonatal seja explanada ainda nas primeiras consultas de pré-natal.

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Nesse contexto, o estudo traz como problema de investigação: Qual a concepção e acesso ao conhecimento sobre teste do pezinho de mães e pais de recém-nascidos?

Dessa maneira, o estudo buscou conhecer, através do discurso, a concepção e acesso ao conhecimento sobre teste do pezinho de mães e pais de recém-nascidos. Como objetivos específicos: averiguar o conhecimento das mães e pais sobre a triagem neonatal; verificar se houve influência das ações da equipe de saúde no conhecimento adquirido pelas mães e pais frente ao conhecimento sobre o teste do pezinho.

Dessa maneira, o estudo justifica-se por contribuir com a literatura no sentido de novas reflexões e discussões, bem como, revela o conhecimento de mães e pais sobre a triagem neonatal, como forma de evidenciar potencialidades e possíveis fragilidades no processo de aprendizagem e educação para a saúde, e aponta fatores que norteiem as práticas das equipes de saúde da Atenção Básica, a fortalecerem assim seus mecanismos de ensino em saúde.

Também poderá favorecer direcionamentos aos gestores e poder público em relação à necessidade de educação em saúde mais eficiente, especialmente entre os homens que também fazem parte do universo das mulheres e recém nascidos, ou seja, a família, possibilitando a minimização de gastos posteriores com doenças que podem ser detectadas precocemente através da triagem neonatal, pois o desconhecimento das práticas preventivas pode trazer prejuízos financeiros no sentido de tratamento e reabilitação da população e também como forma de sensibilizar os profissionais de saúde no sentido de conscientizar a todos sobre as medidas preventivas de agravos à saúde de crianças brasileiras.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DOENÇAS CONGÊNITAS

As doenças congênitas também conhecidas como anomalias congênitas, são deformidades ou alterações morfológicas e/ou funcionais detectáveis durante o nascimento. O termo ―anomalia‖ traz um significado daquilo que não usual, já o termo ―congênito‖ significa presente ao nascimento, ainda que não necessariamente diagnosticado antes do nascer. Considerando estes significados, foi adotado, para simplificar, um único termo genérico, que é a anomalia congênita (HOROVITZ; LLERENA JUNIOR; MATTOS, 2005).

Estas doenças exibem manifestações clínicas muito diversificadas, desde deformidades leves até defeitos complexos de órgãos ou sistemas corporais extremamente raros. Estes defeitos podem apresentar-se isolados ou associados, compondo síndromes de causas genéticas e/ou ambientais (SÃO PAULO, 2012) .

A Malformação congênita pode ser definida por defeitos na composição de algum sistema do organismo ou conjunto de órgãos que leve a uma anomalia morfológica estrutural cuja presença se dê no nascimento por causa genética, ambiental ou mista, assim, pode também ocorrer por hereditariedade. Estas doenças podem ocorrer por diversas causas ou em consequência de fatores ambientais, genéticos ou pela interação de ambos, agindo em um ou mais estágios do desenvolvimento fetal, ocasionando malformações (BRITO et al., 2010).

Quanto ao número, Horovitz, Llerena Jr e Mattos (2005) ressaltam que as anomalias podem ocorrer de forma isolada quando há a presença de uma única anomalia, associada quando ocorre duas ou mais anomalias. Já em relação à repercussão clínica, as anomalias congênitas se expressam como menores se forem relativamente frequentes na população e, em geral, não acarretam problemas significativos aos portadores, que podem produzir consequência clínica ou estética ao portador. No tocante à fisiopatogênica, as anomalias são agrupadas em malformação, deformidade e disfunção ou ruptura.

A Malformação é um defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão ou região maior do corpo resultante de um processo de desenvolvimento

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intrinsecamente anormal, podendo ser de gravidade maior ou menor. Os menores são mais frequentes na população e não acarretam maiores problemas aos portadores, a exemplo das fossetas, mamas extranumerárias, nevos pigmentados, dentre outros. Vale salientar que em alguns casos as malformações menores podem servir de alerta para diagnóstico de malformações graves (BRITO et al., 2010).

As Malformações congênitas maiores são as que trazem consequência clínica ou estética ao portador e exigem investigação rigorosa, pois, deixam sequelas funcionais importantes, a exemplo do lábio leporino, a síndrome de Down e a cardiopatia congênita (HOROVITZ; LLERENA JR; MATTOS, 2005).

A Deformidade é uma forma ou posição anormal de uma parte do corpo causada por forças mecânicas ou traumatismo, como no caso do pé torto por miopatia, pé torto ou equino por oligoâmnio, luxação congênita do quadril, dentre outros (BRITO et al., 2010).

Já a disrupção ou ruptura é um defeito morfológico de um órgão, parte dele ou uma região maior do corpo resultante de um erro no processo de desenvolvimento original e normal, sendo assim, este órgão fica comprometido. Esta interferência pode ocorrer por fatores extrínsecos como a rubéola, sífilis, AIDS, citomegalovírus, varicela, toxoplasmose, uso de drogas e medicamentos, dentre outros (SÃO PAULO, 2012).

As anomalias congênitas geram grande impacto na saúde pública, pois, eleva o risco de morbimortalidade entre as crianças, aumenta o número de internações e gravidade das intercorrências, sendo responsável por ocupar o terceiro lugar entre os diagnósticos principais de internação (37,0%) das admissões hospitalares pediátricas de acordo com o Instituto Fernandes Figueira (IFF) e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) no Rio de Janeiro, de janeiro de 1999 a julho de 2003 (HOROVITZ; LLERENA JUNIOR; MATTOS, 2005).

Portanto, vale ressaltar que as doenças congênitas, caso não sejam detectáveis no exame pré-natal, podem ser descobertas através do "teste do pezinho" ou testes de screening (triagem neonatal). Por tal motivo, é essencial que a equipe de saúde esteja apta a esclarecer as mães sobre a necessidade e importância de realização do exame do pezinho, visto o desconhecimento de muitos pais sobre a verdadeira finalidade do exame.

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2.2 CONTRIBUIÇÕES DO PRÉ-NATAL NA DETECÇÃO DE DOENÇAS CONGÊNITAS

No Brasil, a persistência de altos coeficientes de mortalidades maternos e perinatal têm motivado o surgimento de um leque de políticas públicas que focalizam o ciclo gravídico-puerperal. No entanto, essas políticas têm se fundamentado principalmente no incremento da disponibilidade e do acesso ao atendimento ao pré-natal (NASCIMENTO et al., 2012).

Uma atenção pré-natal e puerperal caracterizada de qualidade e humanizada acontece por meio do agrupamento de condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias. Também, pauta-se na disponibilidade do fácil acesso a serviços de saúde, com ações que integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento hospitalar para alto risco (BRASIL, 2006).

O Programa de Humanização no Pré-Natal (PHPN) tem como princípios a garantia do acesso da gestante a atendimento de qualidade, o acompanhamento pré-natal de qualidade e assistência ao parto e puerpério. Acredita-se que a assistência pré-natal, quando ofertada com qualidade, poderá proporcionar melhores resultados na assistência ao parto. Reforça-se, ainda, que as ações de saúde precisam estar voltadas para cobertura de toda a população que necessita das USF, de modo a assegurar a continuidade no atendimento, o acompanhamento e a avaliação dessas ações sobre a saúde materna-perinatal (BRASIL, 2010; CALDERON et al., 2006).

De acordo com a normatização do Ministério da Saúde (MS), o pré-natal na sua essência se constitui como um conjunto de práticas clínicas e educativas que possuem como objetivo a promoção e prevenção da saúde, com intuito de identificar precocemente os problemas que possam resultar em risco para a saúde da gestante e de seu filho (BRASIL, 2005).

Sendo assim, o controle pré-natal deve ter início precoce, ter cobertura universal, ser realizado de forma periódica, estar integrado com as demais ações preventivas e curativas, sendo essencial realização de um número mínimo de seis consultas para incluir qualidade de vida no período de gestação, oferecendo

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condições ideais aos períodos seguintes do ciclo como o parto e o puerpério (GALLETA, 2000).

Desta forma, o pré-natal constitui-se ferramenta importante na detecção de doenças congênitas, pois, compreende-se por pré-natal um conjunto de consultas e momentos educativos que tem por objetivo promover a saúde da gestante e do bebê, bem como identificar precocemente alterações que possam resultar em risco para o binômio.

2.3 TRIAGEM NEONATAL

O termo triar significa fazer uma seleção, separa um grupo, escolher elementos que caracterizem determinada população. Sendo assim, caracteriza-se por triagem neonatal a seleção de um grupo de pessoas com maior possibilidade de apresentar determinadas patologias, ou seja, rastreamento doenças (BRASIL, 2002).

A legislação que rege a Triagem Neonatal começou a surgir através da Portaria GM/MS n.º 22, de 15 de Janeiro de 1992 com a triagem da fenilcetonúria e do hipotireoidismo congênito, ambas, são doenças que levam ao retardo mental grave, porém, se forem tratadas precocemente podem permitem o desenvolvimento adequado da criança afetada (REICHERT; PACÍFICO, 2005).

Consequentemente começaram a surgir novas leis que ampliou esta triagem. Foi em 2001 que o MS, através da Secretaria de Assistência à Saúde, ampliou esta Triagem Neonatal no SUS, e publicou a Portaria GM/MS n.º 822, de 6 de junho de 2001, criando o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) (HOROVITZ; LLERENA JUNIOR; MATTOS, 2005).

De acordo com Brasil (2002) o que se espera com o programa é que haja cobertura de 100% dos nascidos vivos. Além disso, deve ser um programa integral que garanta a realização do exame laboratorial, realize a busca ativa dos casos suspeitos, trace a confirmação diagnóstica, e encaminhe para o tratamento e o acompanhamento multidisciplinar especializado dos pacientes, criando mecanismos para que sejam alcançadas a meta principal do programa que é a prevenção e redução da morbimortalidade provocada por tais patologias.

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O PNTN também chamado e conhecido por teste do pezinho é um exame simples e desconhecido pela maioria da população, e é realizado através do recolhimento de uma gota de sangue do calcanhar do bebê que normalmente deve ser realizado entre o quarto e o sétimo dia de vida, podendo detectar doenças que apresentam erros inatos do metabolismo.

Nesse sentido, o PNTN é desenvolvido no âmbito do SUS e, atualmente, tem sido utilizado para detectar precocemente a fenilcetonúria (PKU), o hipotireoidismo congênito (HC), doença falciforme e outras hemoglobinopatias (DF) e fibrose cística (FC) em suas diferentes fases (HOROVITZ; LLERENA JR; MATTOS, 2005).

No Brasil, a Triagem Neonatal possui um prazo ideal de 3 a 7 dias após o nascimento da criança, podendo estender-se até 30 dias, sendo o diagnóstico realizado através do teste do pezinho (REICHERT; PACÍFICO, 2005).

Para as autoras supracitadas existem três tipos de teste do pezinho: 1) Básico, que pesquisa o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria e outras aminoacidopatias; 2) Ampliado, que detecta todas as doenças do teste Básico, mais hiperplasia adrenal congênita e fibrose cística e; 3) Plus, utilizado para identificar todas as doenças do teste ampliado e a galactosemia, deficiências de biotinidase e toxoplasmose congênita.

Apesar de saber que o processo do PNTN envolve as estruturas públicas municipal, estadual e federal, Brasil (2001) refere que cabe às Secretarias Estaduais, Distrito Federal e municípios, de acordo com seu nível de responsabilidade, organizar Redes Estaduais de Triagem Neonatal. Logo, será atribuída aos municípios a responsabilidade pela organização, estruturação e cadastramento de pelo menos um Posto de Coleta.

Cada estado possui um serviço de referência em triagem neonatal (SRTN), órgão responsável pela organização da rede estadual de coleta dos materiais, este, deve estar vinculado a um laboratório específico, junto com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, utilizando-se de um sistema informatizado que gerencie todo o programa e transforme estes dados em relatórios, consequentemente, ocorrerá a alimentação de Banco de Dados do PNTN. No estado da Bahia, a monitorização ou rastreamento dos casos acontece por meio da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Salvador (APAE), localizada na cidade de Salvador. Assim, todos

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os municípios baianos estão pactuados com esta APAE que serve de suporte para as ações das Secretarias Municipais (BRASIL, 2002).

Durante a assistência de enfermagem ao pré-natal, deve-se buscar criar espaços de comunicação e diálogo, proporcionando escuta qualificada das mulheres e de seus familiares, observando as necessidades e demandas apresentadas por cada uma delas em sua individualidade, bem como esclarecimentos sobre todas as dúvidas que podem surgir sobre as possíveis ocorrências, enfatizando a figura da triagem neonatal e sua importância, bem como a necessidade de tratamento em caso de ocorrência de positividade nos exames (BRASIL, 2006).

Consequentemente, o exame do pezinho, por ser considerado de grande importância, deve ser fornecido sem burocracias a toda população. Ainda, os profissionais devem desenvolver estratégias que levem até as mães o conhecimento necessário sobre a triagem neonatal e a necessidade de realizar o teste do pezinho na data apropriada, pois, ele é favorável na detecção de anomalias que irão definir o modo de vida da criança e de sua família. Igualmente, permite dar início ao tratamento adequado, quando revela positividade, ainda nas primeiras semanas de vida do bebê, evitando consequências graves no futuro.

2.4 CONHECIMENTO DAS MÃES E PAIS SOBRE TRIAGEM NEONATAL

O PNTN ou triagem neonatal, conhecido como teste do pezinho, é uma das mais modernas e desenvolvidas técnicas para detectar anomalias que, se não tratadas a tempo, podem levar ao retardo mental (BRASIL, 2002; ABREU; BRAGUINI, 2011).

Sendo assim, é notória a importância do teste do pezinho para diagnóstico de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas que são altamente capazes de afetar o desenvolvimento neurológico e motor do da criança (CASTRO; MOURA; SILVA, 2010). Neste sentido, é preciso informar mães e pais sobre a necessidade de realização do exame, pois, muitas delas desconhecem a necessidade e importância desta triagem.

Vale salientar que, pelo fato de muitas mães e pais desconhecerem a importância da triagem neonatal e do teste do pezinho, ainda no pré-natal deve-se

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buscar esclarecer sobre as doenças que o mesmo pode detectar e sobre a possibilidade de realização precoce do tratamento destas doenças, visto que, se tratadas precocemente, garantem uma sobrevida normal com integração social total dos doentes. Logo, a equipe de saúde deve garantir acesso priorizado às famílias nos Serviços Médicos Ambulatoriais habilitados e credenciados pelo PNTN (ABREU; BRAGUINI, 2011).

A falta de conhecimento quanto à importância da triagem neonatal gera impossibilidade de diagnóstico precoce de doenças (CASTRO; MOURA; SILVA, 2010). Neste sentido, é necessário que a enfermagem crie estratégias de manutenção das ações de assistência humanizada e voltada à participação de todos os membros que compõem os sistemas de saúde, a fim de criar condições de assistência eficaz, ética e humanizada. Em consonância, é necessário fazer valer os direitos da mulher e do seu filho e respeitar o que é disposto pela legislação vigente que gera protege os mesmos, visando assim, suprir suas necessidades de forma responsável.

O estudo de Abreu e Braguini (2011) buscou investigar o conhecimento materno em uma maternidade no interior do Paraná, Brasil e evidenciou que a maioria (65%) das mulheres investigadas afirmou conhecer a finalidade da triagem neonatal, além disso, a maioria conhecia a finalidade e sabia sobre a importância da realização do teste do pezinho.

Diante disto, é significante que a equipe de enfermagem, durante a realização do pré-natal, interaja com as mães e com os familiares, enfatizado e esclarecendo sobre a importância do teste do pezinho, destacando-se a importância do papel do enfermeiro neste contexto.

Isso porque apesar de ser evidente que a enfermagem tem sua profissão voltada para atuação nos momentos de conflitos e crises, também deve atuar de maneira preventiva e acolhedora, evitando que doenças que podem ser detectadas precocemente sejam reveladas em sua situação mais mórbida, quando não tem mais como agir.

Além disso, a enfermagem deve proporcionar a seus clientes o máximo de controle sobre sua própria saúde e fornecer-lhes informações e alternativas, propiciando o bem estar coletivo em toda a sua complexidade através de atitudes humanizadas de prevenção, cuidado e educação (SILVA; ZAGONEL; LACERDA, 2002).

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Portanto, cabe à enfermagem refletir sobre a sua responsabilidade e seu papel ético e preventivo, procurando informar, conscientizar, sensibilizar, fornecer informações sobre as doenças que são pesquisadas no teste do pezinho, bem com as sequelas que podem ser irreversíveis quando não diagnosticadas e tratadas de maneira precoce.

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3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de estudo descritivo de abordagem qualitativa. Para Gil (2011) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever características e fenômenos, bem como, estabelecer relação entre variáveis, no sentido de ressalvar, registrar, considerar e relacionar fenômenos ou fatos, sem interferir no ambiente em que está sendo realizado o estudo.

A escolha pela pesquisa descritiva ocorreu por proporcionar ao investigador obtenção de dados atuais sobre os temas pesquisados, bem como permite sintetizar as informações de diferentes trabalhos para que ocorra uma busca por estudos realizados com o tema central, funcionando como material para consulta, checagem e discussão.

Já a abordagem qualitativa aborda questões que não podem ser enumeradas ou medidas, sendo assim, não é necessário utilizar métodos estatísticos para sua realização. Ainda, este tipo de abordagem busca conhecer os motivos, as aspirações e crenças e também os valores e atitudes de quem se investiga, buscando entender a realidade do sujeito de vários aspectos diferentes e de maneira individualizada (MINAYO, 2012).

Escolheu-se a abordagem qualitativa por possibilitar ao pesquisador descrever e observar aspectos relacionados a fatos, representações e sentimentos, uma vez que se preocupa com a compreensão profunda e abrangente de um universo de significados, crenças e valores. Por serem característicos da realidade social individual, não convém quantitativamente.

3.2 LOCAL DE ESTUDO

O estudo foi realizado em 03 (três) Unidades de Saúde da Família (USF) do município de São Felipe, Bahia. Município este, que conta com 06 USF, das quais, 03 encontram-se na zona urbana e 03 na zona rural do município.

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De acordo com o DATASUS (2013), na cidade de São Felipe, somente em 2013 foram 22 nascidos vivos, neste ano, não houve ocorrência de anomalias congênitas ou outros agravos neonatais notificadas. De 1994 a 2013 foram 227 nascidos vivos com 05 óbitos fetais e 04 óbitos por causas evitáveis em crianças de 0 a 4 anos.

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

As participantes da pesquisa foram 21 (vinte e um) mães e pais de recém-nascidos acompanhadas pelo Programa de Crescimento e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente cadastradas nas Unidades de Saúde da Família. A amostra dos participantes foi definida em campo através da técnica de saturação das informações.

Como critérios de exclusão:

1) Mães e pais que não estavam clinicamente estáveis e aptas a participarem das entrevistas, que tiveram dificuldades ou agravos neurológicos e mentais/psicológicos ou que impossibilitou a compreensão dos dados investigados;

2) Mães e pais que estavam visitando as unidades, mas que não eram cadastradas na mesma.

3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi realizada uma entrevista individual, guiada por roteiro semiestruturado, contendo perguntas abertas referentes ao objeto de estudo. A entrevista semiestruturada constitui uma coleta de informações, por meio do diálogo com o indivíduo investigado, que o induz para uma reflexão sobre a realidade a qual vivencia (GIL, 2011).

Optou-se pela entrevista semiestruturada que articula a possibilidade de direcionar a entrevista por meio de questões formuladas, dando condições ao

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entrevistador de obter dados fundamentais para a pesquisa, além disso, deu a possibilidade de formular perguntas abertas e fechadas, além de permitir a observação de expressões e atitudes que cada investigado pode demonstrar no momento da entrevista.

Corrobora Gil (2011) ainda ressalta que este tipo de entrevista é guiado por um roteiro que norteia o pesquisador a explorar todo o conteúdo da pesquisa ao longo de seu desenvolvimento.

As entrevistas foram previamente agendadas com as mães, em articulação com as enfermeiras de cada USF. Foram executadas, de forma individual, e o encontro aconteceu no espaço físico das USF, ambiente sigiloso e acolhedor, livre de presença de outras pessoas.

No contato inicial com os entrevistados foi explicada a finalidade da pesquisa assim como a importância da colaboração. Além disso, foi informado à mesma sobre a confidencialidade das informações prestadas, o anonimato necessário e a garantia de não exposição do mesmo, em seguida, foi apresentado o termo de consentimento para assinatura. Somente após autorização é que foi dado início à coleta de dados com a entrevista.

De acordo com as respostas dadas o investigador foi registrando tudo o que puder, sem tirar o foco das expressões e atitudes apresentadas pelo pesquisado. Também, foi utilizado durante a entrevista um gravador de voz, com vistas a aproveitar todas as falas.

Posteriormente, foram transcritas os discursos, na íntegra, para possibilitar a análise do conteúdo, de forma a garantir o registro formal dos depoimentos.

Para a operacionalização da entrevista, foi elaborado um roteiro de 06 perguntas contendo informações questões abertas referentes ao objeto estudado (APÊNDICE B), que permitiu a sistematização dos discursos e facilitou aos entrevistados discorrerem, sequencialmente, sobre o tema.

As questões indagaram sobre a concepção e o conhecimento de mães em relação à triagem neonatal e o teste do pezinho, descrevendo o esclarecimento das mães sobre a importância e objetivos desta triagem.

Sendo assim, no momento da aplicação foram introduzidas novas perguntas/estímulos indutores, de acordo com a realidade encontrada, buscando responder as questões norteadoras da pesquisa.

(25)

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Foi solicitado à coordenação de Enfermagem um ofício solicitando a instituição coparticipante autorização para a execução da pesquisa.

Em seguida, o projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil que foi encaminhá-lo a um comitê de ética e pesquisa para avaliação dos aspectos éticos.

Após parecer favorável do Comitê nº 1.787298 do CEP FAMAM é que a pesquisa foi executada, sendo que os entrevistados que consentiram participar assinaram o processo de consentimento livre e esclarecido de modo a garantir total preservação da sua identidade, assim como foram informados que estavam livres para desistir de colaborar em qualquer momento da pesquisa.

Este estudo obedeceu aos critérios éticos da pesquisa, estando em conformidade com a Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que descreve os preceitos éticos e morais de pesquisas envolvendo seres humanos, e garantindo os direitos do sujeito da pesquisa.

A coleta dos dados foi iniciada a partir da concordância espontânea dos sujeitos sobre a participação, através da assinatura do TCLE (APENDICE A). Desta forma, assegurou-se o sigilo e anonimato, bem como o direito aos sujeitos de interromper ou desistir de participar da pesquisa, a qualquer momento. Os dados coletados, assim como a publicação dos mesmos, foram da inteira responsabilidade das pesquisadoras, para tanto, foi garantido o cumprimento de todas as questões éticas envolvidas nesse processo. Assim, os nomes dos participantes não foram divulgados, sendo assim, foi criados codinomes para aqueles que aceitaram participar do estudo.

Vale ressaltar que os riscos inerentes à pesquisa foram informados no TCLE e pautam-se principalmente no fato dos participantes não poderem desistir da pesquisa após publicação e, como formas para minimizá-los a investigadora se comprometeu-se a resguardar tais informações e identificação de quem estava sendo investigado.

Já os benefícios também foram ressaltados e pautam-se na possibilidade do investigado permitir um novo olhar sobre o tema e consentir a descoberta de novas possibilidades de tratamento e cuidado para a sociedade.

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dos fatores que colaboram para o aumento de doenças congênitas, suas complicações e prevenção.

3.6 ANÁLISE DE DADOS

A análise de dados tem como processo organizar os resultados dos dados obtidos na pesquisa, codificá-los e analisá-los a partir dos achados, sendo norteado pela interpretação dada pelo pesquisador tendo como balizador a literatura encontrada.

Os dados desta pesquisa foram analisados sob o método de Análise Crítica do Discurso, muito utilizado em pesquisas científicas de cunho social que, de acordo com Caregnato e Mutti (2010) trata-se de um processo de análise discursiva que visa interrogar os sentidos estabelecidos em diversas formas de produção, que podem ser falados ou não, bastando que sua materialidade produza sentidos para interpretação, logo, estas podem ser entrecruzadas com séries textuais (orais ou escritas) ou imagens (fotografias) ou linguagem corporal, a exemplo de danças e teatros.

Através da pesquisa qualitativa busca-se analisar dados da vida real, comentando e criticando as respostas obtidas. Deste modo, o relato fiel dos entrevistados foi transcrito na íntegra. Após a coleta de todas as informações colhidas em campo, estas foram organizadas e, em seguida, foi feita a análise e interpretação dos dados, buscando analogias e divergências.

No momento da análise dos dados, foram consideradas a validade das informações e a sua relevância frente aos objetivos traçados no projeto de pesquisa e em seu referencial teórico.

Primeiro foi realizado uma classificação dos dados com o mapeamento de todos os elementos que foram obtidos no trabalho de campo. Houve a releitura das respostas da entrevista e ordenação dos dados.

Na segunda fase, foi realizada uma categorização, onde houve uma busca do que era relevante para a base do estudo.

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Por último, foi realizada uma análise final, através de inferências e interpretações, visando associações entre os dados e os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo as questões com base nos objetivos.

Ressalta-se que, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o tema proposto e confrontado com o conteúdo das entrevistas, por meio das categorias de análise que foram elaboradas, articulando-as com as questões da pesquisa.

Os resultados do estudo, estão apresentados através dos Discursos Coletivos, expressos na Ideia Central Síntese 1, que refere-se à compreensão e acesso ao conhecimento por mães e pais de crianças recém nascidas, sobre o teste do pezinho e triagem neonatal, descritas nas subcategorias, identificadas pelas Ideias Centrais Síntese 1ª, 1B, e 1C, respectivamente.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 COMPREENSÃO E ACESSO AO CONHECIMENTO POR MÃES E PAIS DE CRIANÇAS RECÉM NASCIDAS, SOBRE O TESTE DO PEZINHO E TRIAGEM NEONATAL.

Esta categoria apresenta a compreensão e acesso ao conhecimento por mães e pais de crianças recém nascidas, sobre o teste do pezinho e triagem neonatal, expressos nos discursos a seguir:

4.1.1 Compreensão sobre o teste do pezinho

O discurso revelou que as mães e pais possuíam compreensão sobre o teste do pezinho, adquiridas em caráter tradicional, realizada pelas profissionais de saúde, com destaque para a Enfermagem, durante as ações desenvolvidas no período pré-natal, sendo continuada na atenção hospitalar e posteriormente por outras formas de informação, tais como vizinhos e a mídia:

Antes não sabia o que era, pois não se falava muito nesse assunto, e também não tinha muito enfermeiro como hoje em dia. É um exame, ou teste que faz furando o pé e retira o sangue, marca no cartão e faz vários exames logo nos primeiros dias de vida da criança, logo quando nasce. É na mesma semana que ele nasce, quando se tem que tomar as primeiras vacinas. Serve para descobrir se tem algumas doenças, como anemias, que podem se desenvolver ao longo da sua vida. Ouvir falar do teste pela enfermeira antes mesmo de parir, no pré-natal, quando meu filho nasceu, me falaram novamente na maternidade na hora da alta, quando a enfermeira disse para eu ir ao posto fazer o teste do pezinho, me deram até a requisição, resolvi tudo com a enfermeira no pré-natal. Ouvir falar também através da vizinha e pela televisão, principalmente agora com esse tal de zika. Mesmo furando o pezinho do meu filho, eu sabia que era para o bem dele e fiquei mais tranquila. Foi através desse exame que descobrir que meu filho estava como anemia falciforme, uma doença que tem tratamento, mas não tem cura. Foi muito triste saber, mas até agora está tudo bem, por isso eu não vacilo com ele. (DSC, M1, M2,

M3, M4, M5, M6, M7, M 8M, M9, M10, M11, P12, M13, M14, M14, M16, M17, M18, M19, M20).

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A realização do teste proporcionou a detecção de doenças nas crianças, bem como possibilitou a ampliação do conhecimento acerca do estado de saúde das mesmas, e estreitou a relação de responsabilidade a ser exercida por pais e mães.

Desta maneira, percebe-se que os pais e mães estão cada vez mais informados sobre a necessidade de realização do teste do pezinho como um cuidado importante à saúde, pois, trabalha de forma preventiva em relação a doenças que podem acometer a saúde das crianças de forma muito agressiva ou até mesmo levá-las à morte.

Reforçando, Freitas e colaboradores (2015) referem que como já se sabe o tratamento precoce das doenças podem evitar o desenvolvimento de sérias complicações para a criança, sendo assim, os pais e responsáveis estão cada vez mais engajados para realização deste teste, pois, estão sendo orientados quanto à necessidade de tratamento precoce para diminuir as sequelas que podem vir a acometer as crianças ou ainda evitar que a doença atinja níveis desfavoráveis à saúde das crianças.

Diferentemente deste estudo, Reichert e Pacífico (2015) encontraram resultados diferentes em seu estudo que buscou avaliar o conhecimento das mães acerca do teste do pezinho, pois, os resultados dos autores revelaram que a maioria das mães tinha escutado falar sobre o teste e achavam importante realizá-los, porém, ap e sa r d e ste s re su lta d o s, o s dados encontrados comprovaram que as mães desconhecem a finalidade e a importância do teste do pezinho. Sabiam apenas que fazia bem para a criança, mas não o que o teste evitava . Neste aspecto, urge a necessidade de intervenção da enfermagem local, com vistas a propagar a verdadeira finalidade da realização deste teste.

Também, houve mudança de consciência sanitária, atribuída ao advento e expansão da Enfermagem no território estudado. Verificou-se que as práticas desenvolvidas pelo enfermeiro das unidades de saúde, durante o cuidado individual ou coletivo às mães, ainda no pré-natal, têm surtido um efeito benéfico em relação à prevenção e cuidados materno infantil.

Neste aspecto, Ximenes Neto e colaboradores (2015) referem que a prática assistencial do enfermeiro na atenção à saúde da criança nas instituições de saúde regidas pelo SUS tem envolvido uma série de estratégias educativas, com enfoque para prevenção de doenças, promoção da saúde, cura e reabilitação, demonstrando

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que existe uma focalização nas ações que causam maior impacto nos indicadores de morbimortalidade das crianças e nas que influenciam diretamente na qualidade de vida do grupo juvenil.

Sendo assim, a enfermagem tem garantido seu espaço em meio às ações da atenção primária de saúde, focando naquilo que mais tem impactado na melhoria da qualidade de vida da população e prevenindo que as mazelas sociais venham a acometer ainda mais aqueles que mais necessitam de cuidados, os juvenis.

Notou-se nestes discursos que há conhecimento sobre a técnica de realização e intencionalidade do teste, o que é importante para que cada vez mais haja adesão ao método, uma vez que a compreensão sobre o método de realização de pode levar a uma melhor aceitação da família em levar a criança à unidade, uma vez que os mesmos sentem compaixão das crianças quando estão recebendo ―a furadinha‖ em seu pé.

Em relação a isto, Reichert e Pacífico (2015) relatam que é preciso informar às mães, antecipadamente ao parto, sobre como ocorre o procedimento, também, sobre as melhorias no estado de saúde das crianças, se não for assim, elas não irão se preocupar em levar seus bebês para que seja feito o teste. Também, vale ressaltar que deve ser exaltada que as crianças devem realizar o exame, não porque é obrigatório, mas sim, por ser necessário para o desenvolvimento físico e psíquico.

Porém há limitações na compreensão quanto às doenças que são investigadas, uma vez que apesar de ser salientado sobre a importância dos exames, não há um direcionamento das mesmas em relação a que doenças podem ser detectadas, sendo essencial que esta informação seja divulgada. Isso dará êxito às ações da equipe de saúde, pois, o desconhecimento da gravidade do caso pode levar a uma melhor aceitabilidade do teste, sem necessidade de obrigá-las a levar as crianças.

Concordando, Freitas e colaboradores (2015) enfatizam que estas doenças, por serem pouco freqüentes, podem ser desconhecidas, logo, urge a necessidade de explanar sobre seu alto grau de sintomatologia e de letalidade entre a população. Os autores referem ainda que este teste é ofertado pelo SUS, de forma gratuita, para identificar o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria, as hemoglobinopatias, a fibrose cística e a Hiperplasia Adrenal Congênita, doenças graves que podem

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causar lesões irreversíveis ás crianças, a exemplo das deficiências mentais e intelectuais.

A difusão do conhecimento sobre o teste se deu em primeiro plano a partir do trabalho realizado no pré-natal, depois reforçado e continuado na atenção hospitalar, e em segundo plano em demais fontes não tradicionais, como vizinhos, e recurso midiático, com destaque para a divulgação do Zika Vírus.

Desta maneira, percebe-se que os objetivos do SUS estão sendo alcançados através da triagem neonatal. Esta abordagem precoce tem sido importante para aumento da sobrevida da população e diminuído a ocorrência de doenças letais entre as crianças.

Percebe-se através dos discursos que o cuidado integral, que deve ser prestado na área de saúde, tem evoluído de maneira satisfatória, justamente pelo fato de ter demonstrado que as mulheres investigadas percebem a importância de prevenir doenças em sua fase precoce. Desta maneira, Araújo (2013) afirma que ainda no pré-natal devem-se oferecer medidas para prevenção das doenças neonatais, que são muitos prevalentes em nosso meio e informações que podem ser decisivas na vida das famílias e das crianças.

Portanto, a eficiência destes programas tem sido demonstrada até mesmo nas informações prestadas pelos vizinhos às gestantes, quando lhes dão informações de saúde. Deste modo, compreende-se que a primeira consulta deve ocorrer o mais precocemente possível, para que seja sanada a maior parte das dúvidas das mulheres, além disso, a educação em saúde, ofertada pela enfermagem nos serviços de atenção primária, tem sido uma estratégia capaz de reduzir os riscos de exposição dos infantis às doenças que podem comprometer sua saúde ou ceifar suas vidas.

4.1.2 Compreensão sobre triagem neonatal

A compreensão das mães e pais sobre a triagem neonatal, no lócus estudado, permitiu identificar através do discurso, que houve compreensão ampliada sobre a triagem, sendo esta compreensão facilitada pela propagação existente em cenários as salas de espera para consulta do pré-natal, palestras realizadas por

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enfermeiras, nas maternidades, por profissionais médicos e de Enfermagem e em demais fontes, como nas trocas de informações entre amigos:

Além do teste do pezinho, são todos os exames de investigação juntos, que a crianças faz quando nasce. Servem para ver se a criança tem alguma doença, ou um problema como anemias, problemas nos olhos, como cegueira, mudez ou surdez. Ouvi falar disso ai nas salas de espera para consulta do pré-natal, nas palestras realizadas pela enfermeira com o grupo de gestantes, na maternidade onde tive meu filho, já na hora da alta, em que uma doutora falou sobre o teste da orelhinha e do olhinho, além da enfermeira da vacinação e depois minhas amigas, que também me falaram. Fiz os exames e quando chegaram os resultados a agente comunitária de saúde me avisou lá em casa. (DSC, M1, M2, M3, M4, M5, M6, M7,

M8, M9, M10, M11, P12, M13, M14, M14, M16, M17, M18, M19, M20).

Houve compreensão ampliada sobre a triagem, pois, percebeu-se que os discursos levam a um direcionamento correto da discussão, pois, evidenciou-se que a triagem neonatal não é um exame em si, ou um diagnóstico, é uma investigação que visa encontrar o maior número possível de casos positivos e levá-los a um exame posterior detalhado para sua confirmação, bem como ao tratamento específico.

A compreensão sobre a triagem foi facilitada pela propagação existente em cenários as salas de espera para consulta do pré-natal, palestras realizadas por enfermeiras, nas maternidades, por profissionais médicos e de Enfermagem e em demais fontes, como nas trocas de informações entre amigos.

Este aspecto reforça o que a literatura vem ressaltando sobre os princípios do SUS e da Atenção Básica de Saúde, que é a diminuição ou extinção de agravos que podem acometer a saúde da população, a começar pela saúde das crianças, seres mais vulneráveis na comunidade.

Compreende-se sobre o sentido da triagem neonatal e que esta seleção serve para investigação de várias doenças juntas, estas patologias não foram salientadas. De forma empírica, salientou-se sobre os problemas que a triagem neonatal pode detectar, porém, não salientou as doenças somente os problemas que podem vir a apresentar como anemias e cegueira.

A partir deste ponto, sugere-se trabalhar mais estas condutas dos profissionais, pois, apenas informar que é bom para a saúde ou que previne várias doenças não é o suficiente, cabe informar á população sobre quais doenças estão

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sendo prevenidas, ou ainda, sobre o tratamento e encaminhamento que deve ser dado a cada uma delas se o resultado apresentar positividade.

Em consonância, foi salientado sobre demais testes que são realizados na triagem, com enfoque para o teste da orelhinha e do olhinho. Este enunciado é pertinente, uma vez que estes são exames muito importantes para a criança, pois, diminui os riscos de agravamento de doenças que podem ser prevenidas ou amenizadas com o seu controle.

De acordo com o Conselho federal de medicina (2013) o teste da orelhinha é um exame que avalia a perda auditiva em recém-nascidos normais. Já o teste do olhinho consiste na avaliação clínica e exame com oftalmoscópio direto dos olhos do recém-nascido, de forma simples e rápida, através da pesquisa do reflexo vermelho para possibilitar o diagnóstico precoce de patologias como a catarata congênita e o glaucoma congênito que podem ser tratados de forma precoce para se obter melhores resultados.

Os agentes comunitários de saúde tornaram-se profissionais ativos no processo de informação sobre a triagem, pois, também tem como atribuição informá-las sobre ações em saúde. Nessa perspectiva, entende-se que estes profissionais, por representar o primeiro contato entre a unidade de saúde e a comunidade, têm mostrado sua resolutiva no âmbito da atenção á criança.

Assim, Martines e Chaves (2007) ressaltam que a inserção dos agentes de saúde como trabalhadores de saúde vem contribuindo para concretizar as ações de integralidade do SUS, com vistas às ações de promoção e prevenção, além da detecção de problemas que possam interferir na saúde das pessoas na comunidade. São esses trabalhadores que fazem a busca ativa nas casas das pessoas, vendo, de perto, a realidade de cada família, fornecendo orientações e encaminhamentos aos casos necessários à equipe de saúde da família.

Por este motivo é que o trabalho em saúde, por abranger atividades coletivas de assistência à vida, deve ser realizado por pessoas treinadas e capacitadas, o que faz com que se alcance maior êxito no bem-estar para a população.

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4.1.3 Acesso ao conhecimento sobre teste do pezinho

O discurso sobre o acesso ao conhecimento acerca da triagem neonatal desvela uma rede de informação, com a qual as mães e pais tiveram a possibilidade de adquirir conhecimentos sobre a problemática, além de destacar as fontes de busca pelos dados e as limitações existentes, tal qual o baixo incentivo da presença dos homens ao pré-natal.

Tive orientação através da equipe da unidade de saúde, nas salas de espera para as consultas, Soube também através das outas mães que estavam na maternidade onde pari, com as vizinhas que tiveram bebe antes de mim, na busca na internet, com as enfermeiras no posto e maternidade, com a profissional que aplica as vacinas e realiza o teste, o Agente Comunitário de Saúde, nas idas para salvador para realizar alguns exames, além disso, a minha experiência como mãe. Isso contribuiu para eu saber mais sobre o teste, e até hoje eu sei o que deve ser feito, porém nem todas as profissionais informavam, e deveriam incentivar mais a vinda dos homens ao pré-natal, pois muitas vezes tinha vergonha de ir, era só eu de homem, mas ainda assim estava lá para buscar respostas para as minhas dúvidas e dificuldades (DSC, M1, M2, M3, M4, M5, M6, M7, M8, M9, M10, M11, P12, M13,

M14, M14, M16, M17, M18, M19, M20).

O discurso sobre o acesso ao conhecimento acerca da triagem neonatal desvela uma rede disponível para prestação das informações, tais como as unidades de saúde, salas de espera para as consultas, agente comunitário de saúde, maternidade, dentre outras. Esta rede proporcionou às mães e pais obtenção de informações sobre a problemática.

Desta maneira, aos poucos as unidades de saúde estão sendo concebidos como um espaço prioritário dentro dos modelos propostos para a atenção básica em saúde. Desta maneira, Brasil (2009) salienta que estas unidades estão se tornando espaços de ações de saúde cada vez mais eficazes, seja no âmbito individual quanto coletivo, logo, abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Esta política pública de saúde desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, voltadas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade.

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Sobre a eficácia das ações em saúde dos profissionais de enfermagem em relação à saúde materno-infantil, Ximenes Neto e colaboradores (2011) ressaltam que as medidas adotadas estão sendo voltadas para o delineamento do processo saúde e doença do binômio mãe-filho, com vistas a fortalecer ações dos usuários e suas famílias que possam influenciar o desenvolvimento dessas crianças, buscando superar riscos potenciais. Desta maneira, subtende-se que a oferta do teste do pezinho e da triagem neonatal deve fazer parte do leque de possibilidades que este grupo possui para melhoramento de sua saúde.

Além disso, foram destacadas as limitações existentes no programa de triagem, tal qual o baixo incentivo da presença dos homens ao pré-natal.

Ressalta-se assim, a importância da participação masculina no âmbito da atenção primária, especificamente, nas consultas de pré-natal. Este grupo necessita também de informações sobre a saúde de seus filhos tanto quanto as mães e não podem ser privados de tais informações, além disso, na atualidade os pais têm sido muito participativos na criação dos filhos, o que emana maior atenção a este grupo que tem sido excluído das discussões em saúde.

Em relação a este enunciado, Brasil (2009) ressalta que desde décadas passadas o homem não tem recebido a devida atenção nas unidades de saúde da família e, a atenção tem sido voltada, principalmente, para as mulheres, idosos e crianças.

Adicionado a este fato, registra-se baixa adesão dos homens aos serviços de saúde pública. Parte dos argumentos para este comportamento deve-se a existência de possíveis barreiras culturais, de gênero, sócio-econômicas e ambientais, associado ao fato de que uma parcela significativa dos homens importa-se pouco com a sua saúde ou seus familiares, além de sentir vergonha frequentar as unidades. Muitos eles, acham que, ao procurar os serviços de saúde, podem dar a impressão de que estão doentes e são frágeis, que comprometerão a sua virilidade (BRASIL, 2009).

A existência de um ambiente considerado pelos homens como sendo para mulheres e crianças, aliados à questão do atendimento ser feito por profissionais também do sexo feminino, representam uma potencial barreira na questão do cuidado (COURTENAY, 2005 apud GOMES et al., 2007).

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No estudo em questão, discursou-se ainda que a experiência das mulheres, com outros estados de parturição. Este é um fator que contribui para o acesso ao teste do pezinho, entende-se que isso se deve ao fato destas mulheres já terem realizado estes exames em outros filhos e já ter recebido orientações de outros profissionais, em diversos espaços.

Desta maneira, percebe-se que a população irá deter conhecimento sobre certas problemáticas se as mesmas forem explanadas em seu cotidiano, sendo assim, faz-se imperativo que a questão da prevenção de doenças que podem acometer o neonatal seja abordada nas consultas de pré-natal e puericultura, ou ainda, se necessário, que sejam feitas visitas às mulheres que não estão comparecendo às unidades, favorecendo o diálogo coletivo com suas famílias.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo primordial ponderar o conhecimento das mães e pais, em um município do Recôncavo Baiano, sobre o teste do pezinho e a capacidade interventiva da triagem neonatal, com auxilio da equipe multidisciplinar de saúde. Ficou evidente que é durante o pré-natal que as mulheres e pais se comunicam com os profissionais de saúde, em especial, o enfermeiro e médico, diante disso, a gestação passa a ter um maior significado para as mães que passam a desvelar os mitos, sentimentos, dúvidas e sentimentos negativos.

No âmbito de conhecimento deste teste e da triagem, ficou nítido o conhecimento das investigadas sobre o teste e sua importância, sendo este, um fruto satisfatório para os profissionais que atuam em unidades de saúde públicas, especialmente dos enfermeiros que foram citados veementemente nos discursos.

Apesar da triagem, realizando-se o teste do pezinho, fazer o diagnóstico precoce das doenças e viabilizar uma conduta adequada para evitar as seqüelas e complicações permanentes, foram evidenciadas algumas limitações ao programa como a não abordagem e captação dos homens durante as consultas de pré-natal, tampouco quanto a estimulo de participação na vida da gestante, através da busca ativa. Também, a estes pais não é informado sobre educação em saúde e assistência da mesma forma que é concedido às mulheres.

Outra limitação revelada foi o fato das investigadas não saberem discursar, de forma precisa, quais são as doenças detectadas com a realização do teste do pezinho, somente que este teste faz bem para a criança. Sendo assim, faz-se mister o reforço às informações através da educação em saúde.

Salientou-se, de forma especial, a influência das ações da equipe de saúde no conhecimento adquirido pelas mães e pais frente ao conhecimento sobre o teste do pezinho, a exemplo dos agentes comunitários de saúde.

Desta forma, para que a assistência seja prestada com qualidade é preciso conhecer o que pensam as gestantes a respeito do pré-natal e da triagem neonatal. Estes programas pautam-se na prática do acolhimento, na criação de vínculos com pais e mães, oferta e acesso às informações necessárias ao bom desenvolvimento da mulher e da criança.

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