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IX ENCONTRO DA ABCP. AT: Ensino e Pesquisa em Ciência Política e Relações Internacionais

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Academic year: 2021

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IX ENCONTRO DA ABCP

AT: Ensino e Pesquisa em Ciência Política e Relações Internacionais

A PRODUÇÃO DA CIÊNCIA POLÍTICA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DOS ARTIGOS ACADÊMICOS (1966-2013)

Lilian Oliveira – IESP/UERJ Jairo Nicolau - UFRJ

Brasília, DF

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A PRODUÇÃO DA CIÊNCIA POLÍTICA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DOS ARTIGOS ACADÊMICOS (1966-2013)

Lilian Oliveira – IESP/UERJ Jairo Nicolau - UFRJ

Resumo: A ciência política brasileira é uma disciplina consolidada, contando com dezenas de programas de pós-graduação e centros de pesquisa, revistas especializadas, bem como com inúmeros profissionais que atuam nas mais diversas áreas. No entanto, a despeito da longa trajetóriada disciplina no país, que já conta com quase cinquenta anos, são poucos os trabalhos que buscaram dimensiona-la. Para contribuir com a agenda de pesquisa desse campo disciplinar, o objetivo do artigo é analisar a trajetóriada ciência política no Brasil, por intermédio de sua produção acadêmica. O período coberto se estende desde a fase da sua institucionalização como disciplina– que ocorreu a partir da criação dos primeiros programas de pós-graduação, nos anos 1960 – até os dias atuais. Busca-se investigar quais problemas empíricos foram objetos de estudo, bem como quais orientações metodológicas guiaram as pesquisas ao longo do seu desenvolvimento. Para tal, as unidades de análise são os artigos publicados em cinco das principais revistas de ciências sociais do Brasil (BPSR; Dados; Novos Estudos, Opinião Pública e RBCS), entre os anos de 1966 e 2013.

Palavras-chave:Trajetória de Disciplina Acadêmica; Produção Acadêmica; Ciência Política Brasileira; Metodologia de Pesquisa

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Introdução

No ano de 2016, a ciência política brasileira celebrará o seu jubileu. Issose considerarmos o marco inicial do seu processo de institucionalização a criação do primeiro curso de mestrado do país, em 1966, na UFMG. Hoje, a disciplina atingiu seu estágio de amadurecimento, contando com programas de pós-graduação, centros de pesquisa, revistas acadêmicas especializadas, congressos de área e diretórios de pesquisa em torno dos quais estão reunidas dezenas de profissionais.

Embora uma análise sistemática da produção da ciência política brasileira ao longo da sua trajetória ainda não tenha sido feita, alguns trabalhos trataram de pontos específicos da história da disciplina (Almeida, 2005; Codato& Leite, 2013; Forjaz, 1997; Lamounier, 1983; Lessa, 2011; Reis, 1996; Soares, 2005). Essas análises apontam dois cenários. De um lado, o importante grau de institucionalização atingido pela ciência política, com programas de pós-graduação, revistas acadêmicas, entidade representativa dos profissionais, encontros de área e ampliação do leque temático estudado; de outro, a existência de deficiências na produção dos cientistas políticos, tanto teóricas quanto metodológicas.

Esteartigo tem como objetivo analisar a trajetória da ciência política brasileira, por intermédio da produçãodos cientistas políticos, desde o período de sua institucionalização, ocorrida nos anos 1960, até os dias atuais.1Quais temas foram estudados e quais métodos de coleta e análise de dados foram utilizados são algumas das questões que buscamos responder. Para tanto, foram analisados os artigos publicados pelos cientistas políticos brasileiros em cinco dos principais periódicos de ciências sociais do país: BrazilianPolitical Science Review (BPSR), Dados, Novos Estudos, Opinião Pública e Revista Brasileira de Ciências Sociais (RBCS). O período analisado cobre desde o ano de 1966 até o ano de 2013.

O artigo está organizado em três seções. A primeira seção resume os critérios de seleção dos artigos e a organização do banco de dados. A segunda apresenta e discute os resultados obtidos. Por fim, a terceira seção mostra as conclusões do trabalho.

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Este artigo foi produzido no âmbito da pesquisa “A Produção e o Ensino da Ciência Política no Brasil: Uma Análise dos Artigos Publicados nas Revistas Acadêmicas e dos Currículos dos Programas de Pós-Graduação (1966-2013)”, financiada com recursos do CNPq.

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1. Critérios de seleção dos artigos e organização do banco de dados

Em muitas áreas do conhecimento, é comum que se faça umaavaliaçãoda produção acadêmica. Esses inventários procuram averiguarquais temas são privilegiados,quais métodos são empregados, seexiste alguma mudança ao longo dos anos ecomo a produção está distribuída entre os departamentos e centros de pesquisa. Na ciência política internacional, um balanço da produção tem sido tema de permanente avaliação (Altman 2006; Colomer 2007; Munck&Snyder 2007; Norris 1997; Pierson, 2007; Riba 1996).

Para a análise da produção acadêmica, optamos por analisar os artigospublicados pelos cientistas políticos brasileiros em cindo das mais importantes revistas de ciências sociais do país:BPSR, Dados, Novos Estudos,Opinião Pública e RBCS. Mesmo em face da não exclusividade dos artigos como meios de divulgação do trabalho acadêmico, a escolha por esse tipo de publicação deve-se a alguns fatores: o prestígio das revistas junto à comunidade acadêmica; o caráter científico desses meios de difusão, uma vez que os artigos neles publicados são submetidos a uma avaliação de pares; as revistas são indicadores de qualidade, já que os artigos nelas publicados são utilizados pelos órgãos de avaliação da pós-graduação brasileira para classificar os programas; as revistas, quando comparadas aos livros e aos anais de congressos, têm uma publicação mais dinâmica, o que permite um melhor acompanhamento da produção acadêmica; e, por fim, o fato de que a trajetória dessas revistas acompanha a história do desenvolvimento da ciência política no Brasil.

Embora se tenha em mente que os cientistas políticos brasileiros também publicam os resultados de suas pesquisas em periódicos estrangeiros, foram analisadas apenas revistas nacionais, pois dois motivos: a ênfase na disciplina brasileira e a facilidade no acesso aos artigos. As revistas analisadas foram escolhidas por serem as mais importantes publicações da área de ciências sociais no Brasil. Foram utilizados os conceitos da avaliação do sistema Qualis da CAPES para a escolha das revistas: conceitos A1, A2, B1 e B2 .2

Como o objetivo da pesquisa é analisar, exclusivamente, a produção de cientistas políticos brasileiros, para a seleção dos artigos foram estabelecidos dois critérios de inclusão, que dizem respeito às características dos autores, e um de exclusão, que se refere ao texto publicado. O primeiro critério inclui os artigos escritos por autores que

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Os artigos publicados nas revistas Lua Nova e Revista de Sociologia Política ainda não foram incluídos na análise, o que será feito na próxima etapa da pesquisa.

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se identificam como cientistas políticos. No entanto, as revistas analisadas recebem trabalhos escritos por autores que, embora se enquadrem nesse critério, são naturais de outros países. Assim sendo, o segundo critério de inclusão diz respeito à filiação do autor, ou seja, ele deve pertencer a uma dessas três categorias: brasileiro em instituição brasileira, brasileiro em instituição estrangeira ou estrangeiro em instituição brasileira. Mesmo atendendo a esses critérios, alguns trabalhos foram excluídos da análise por não atender ao perfil de artigo acadêmico que pretendemos analisar. Desse modo, não foram considerados obituários, resenhas, transcrição de conferências e textos de opinião ou análises de conjuntura.

O acesso aos artigos deu-se por duas maneiras: em páginas na internet, tanto das próprias revistas quanto da plataforma Scielo, ou em edições digitalizadas disponíveis em CD-Rom. As informações sobre os autores, quando não constavam nas revistas, foram retiradas dos currículos dos pesquisadores disponíveis na plataforma Lattes. Os artigos que se enquadravam nos critérios de inclusão no banco foram classificados de acordo com variáveis que dizem respeito aos autores e ao conteúdo do trabalho. O Anexo 1 apresenta a lista das variáveisutilizadas na pesquisa.

2. Resultados e Discussão

No período coberto pela pesquisa, foram classificados 858 artigos de cientistas políticos publicados nas cinco revistas selecionadas.3

O Gráfico 1 apresenta a distribuição desses artigos agregados em períodos de cinco anos, com exceção dos três primeiros segmentos e do último, que agregam quatro anos.4A produção acadêmica cresceu consideravelmente ao longo dessas quase cinco décadas de disciplina institucionalizada: de uma tímida produção nas décadas de 1970 e 1980, o número de artigos passou a um patamar bem mais elevado, sobretudo a partir da década de 2000.Note-se que dos 858 artigos analisados, 65% foram publicadosnos últimos trezes anos.

3

Embora a pesquisa cubra o período de 1966 a 2013, o intervalo analisado soma 45 anos, porquenos anos de 1974 e 1975 não foram publicados números da revista Dados.

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Gráfico 1: Artigos por Período (%)

N = 858

O crescimento do número de artigos publicados tem uma relação direta com o processo de institucionalização da ciência política como disciplina acadêmica. Embora ocomeçodesse processo seja o final dos anos 1960, a expansão da ciência política se deu, sobretudo, a partir da década de 1990.O que, provavelmente, se deve a fatores internos e externos. Entre os fatores internos à disciplina, destacam-se: a criação de novos programas de pós-graduação, expandindo numérica e geograficamente o alcance da disciplina; a ampliação da comunidade de cientistas políticos; o surgimento de novas revistas acadêmicas, que aumentou a demanda por artigos; e a retomada dos congressos da ABCP, que estimulou a divulgação da produção em pesquisa. No que diz respeito aos fatores externos, dois podem ter sido decisivos. O primeiro foi a política de expansão do sistema universitário realizada pelo Governo Federal, sobretudo a partir dos anos 2000, que resultouna criação de novos programas e no aumento do financiamento em pesquisas, tanto na concessão de bolsas quanto de verbas. O segundo é a consolidação do sistema de avaliação dos programas de pós-graduação implementado pela CAPES. A avaliação trienal realizada pela instituição, tem como um dos seus parâmetros a produção acadêmica, sobretudo a publicação de artigos.

O surgimento de novas revistas acadêmicas, além de contribuir para o aumento da produção, contribuiu também para pulverizá-la. O Gráfico 2 mostra como os artigos estão distribuídos entre as cinco revistas selecionadas. Percebe-se que a revista

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Dados perdeu o protagonismo de revista precursora, ao passo que a participação da Opinião Pública e da BPSR vem crescendo nos últimos anos. Isso pode ser explicado pelo perfil das publicações. A Dados, assim como a RBCS, é uma revista de ciências sociais e por isso publica artigos das diferentes disciplinas que compõem a área. Já a Opinião Pública e a BPSR são publicaçõesvoltadas especificamente para a disciplina. A primeira revista é vinculada a um centro de pesquisa que estuda temas próprios da disciplina, como eleições, comportamento político e opinião pública, ao passo que a segunda é uma publicação da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), entidade representativa dos cientistas políticos.

Gráfico 2: Artigos por Publicação e por Período (%)

N = 858

Antes de apresentar os resultados para a parte substantiva da produção, vale mencionar algumas informações sobre os autores dos trabalhos. Em primeiro lugar, o perfil dos cientistas políticos: 68% são homens; 74% são professores e 93% trabalham em instituições brasileiras. E em segundo lugar, as instituições às quais pertencem: seis delas concentram 55% dos autores – USP, IUPERJ/IESP5, UFMG, UNB, CEBRAP e UNICAMP. Além de uma concentração institucional, há também uma concentração regional: cerca de 3/4 dos autores dos trabalhos pertencem a instituições localizadas na Região Sudeste.

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Aqui foram agrupados os autores que pertenciam ao antigo IUPERJ e os que pertencem ao atual IESP.

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Uma das questões centrais deste artigo é verificar quais temas mobilizaram os cientistas políticos ao longo da trajetória da disciplina. O Gráfico 3 apresenta a distribuição dos artigos em grandes áreas temáticas. Considerando o total da produção no período analisado pela pesquisa, pode-se dizer que a ciência política brasileira dedicou-se basicamente ao estudo de seis grandes áreas: instituições políticas, teoria e história do pensamento político, atores políticos, comportamento político, políticas públicas e eleições. As demais áreas são residuais, aparecendo em menos de 5% dos trabalhos: relações internacionais, estrutura social e outros.6

Gráfico 3: Artigos por Área Temática (%)

N = 858

No entanto, uma análise mais detida de como cada área temática se distribui no tempo mostra que esse quadro geral mudou bastante no período. O Gráfico 4 apresenta essa distribuição. Se nas décadas iniciais observa-se uma maior oscilação entre as áreas, a partir dos anos 1990 nota-se uma razoável estabilidade da proporção de artigos das seis grandes áreas temáticas.

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As relações internacionais têm pouca participação nas revistas analisadas. Isso pode ser explicado pelo fato de os pesquisadores da área buscarem periódicos especializados em RI para a publicação dos seus trabalhos.

Quanto aos estudos sobre estrutura social, mesmo não sendo uma área canônica na disciplina, eles aparecem com alguma frequência, sobretudo nos trabalhos cujos autores são ligados ao CEM/CEBRAP.

No que diz respeito à categoria “outros”, aqui estão reunidos os trabalhos cujos temas não se enquadravam nas áreas temáticas já estabelecidas, tampouco apareciam em quantidade suficiente para justificar a inclusão de uma nova classificação.

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Gráfico 4: Artigos por Área Temática e por Período (%)

N = 740

O que fica evidente com esses resultados é que a ciência política brasileira dedicou-se com grande ênfase a três áreas temáticas – atores, instituições e, em menor medida, teoria e história do pensamento. Com o passar do tempo, houve uma inversão de protagonismo entre elas. Nas décadas de 1970 e 1980 os sindicatos, os movimentos sociais, os empresários, as elites, os militares e os grupos de oposição estavam no radar de interesse dos cientistas políticos. A partir da década de 1990, com a retomada do regime democrático, os partidos políticos, o legislativo, o executivo, o federalismo e o sistema eleitoral passam a ser temasde um número maior de pesquisas. A teoria e história do pensamento político aparece de maneira constante, não apresentando grandes alterações.

As demais áreas possuem uma distribuição diferente ao longo do período. Começando com as políticas públicas, note-se que sua participação vem encolhendo nas revistas analisadas, a despeito da sua crescente importância na agenda dos governos federais e subnacionais, sobretudo a partir da década de 2000. Quanto ao comportamento político7 e às eleições, é interessante notar que somente após 20 anos de retomada da democracia essas áreas passem a ocupar um lugar mais privilegiado na produção da disciplina, tendo uma participação menos expressiva até então.

Sugerimos duas possíveis explicações para tal movimento, uma intelectual e outra contextual. A primeira tem a ver com as orientações teóricas que exerceram influência no Brasil. Desde o pós guerra até a década de 1980, a ciência política, sobretudo a dos Estados Unidos, possuía como abordagem predominante o behavioralismo, cujo mote principal era a análise do comportamento político dos indivíduos. Este

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Cabe salientar que os estudos sobre comportamento político tiveram participação relevante até meados da década de 1970.

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movimento buscou fazer frente à tradição de estudos existente nas décadas iniciais da disciplina, que voltava sua atenção exclusivamente paraa análise das instituições políticas. Além disso, os behavioralistas dedicaram-se à elaboração de uma sistematização teórica e metodológica para a ciência política, o que permitiu o desenvolvimento de importantes técnicas de pesquisa.8 Foi a partir da década de 1980 que os dois principais movimentos teóricos que fizeram frente ao behavioralismo, quais sejam, o neo-institucionalismo e a teoria da escolha racional, passaram a ocupar o espaço de principais perspectivas teóricas do mainstream da ciência política, principalmente da norte-americana. A teoria da escolha racional, herdeira dos pressupostos desenvolvidos pela economia, buscou elaborar uma teoria geral da ação com base no comportamento racional dos indivíduos. Já o neo-institucionalismo voltou o foco da análise para os efeitos que as instituições (formais ou informais) têm sobre os resultados políticos.9

Em linhas gerais, acreditamos que os diferentes fluxos de interesse dos pesquisadores foram influenciados pelas correntes dominantes na ciência política internacional, particularmente a norte-americana. A influência inicial do behavioralismo teria sido decisiva para o predomínio de estudos sobre os atores e o comportamento político nas décadas de 1960 e 1970.10 Já no período posterior – sobretudo a partir de meados da década de 1990 – a incorporação dos pressupostos neo-institucionalistas estaria associada ao crescente interesse dos cientistas políticos em estudar as instituições. A explicação contextual tem a ver com as mudanças políticas ocorridas no país nos últimos 50 anos. A ciência política brasileira inicia seu processo de institucionalização simultaneamente ao Regime Militar. Uma vez que os partidos não agiam livremente, o legislativo funcionava sob restrições e as eleições, embora permitidas para alguns cargos, não eram livres e competitivas, eram os atores políticos não estatais que atraíam a atenção dos pesquisadores da disciplina.

Com o processo de abertura política ocorrido nos anos 1980, os estudos sobre os atores políticos ganharam maior relevância, dada a participação nesse contexto dos movimentos sociais e de outros grupos organizados. Note-se também que o estudo das instituições começa a ganhar força nesse período. Mas aqui, são os partidos e a democracia os privilegiados. Isso porque, com o avanço do processo de abertura,

8

Para mais detalhes sobre o behavioralismo, ver:Berndtson, 1975; Berndtson,1997; Easton, 1985.

9

Para mais informações sobre a teoria da escolha racional e o neo-institucionalismo, ver: Hall& Taylor,1996; March& Olsen, 2006; Moe, 1990; Przeworski, 2004.

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Vale lembrar que quase todos os cientistas políticos das gerações iniciais fizeram seus estudos de pós-graduação nos Estados Unidos.

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novas agremiações partidárias surgem. Além disso, com as novas perspectivas democráticas que se avizinhavam, era premente analisar o modelo de democracia a ser adotado.

A partir dos anos 1990, as instituições políticas passam a ocupar o lugar de área temática privilegiada da disciplina, passando a representar cerca de 1/4 dos artigos publicados. Estimulados pela retomada democrática no final dos anos 1980 e pelas novas configurações institucionais surgidas a partir daí, um expressivo número de cientistas políticos voltou-se para o estudo do desenho institucional adotado e para os seus impactos nos resultados políticos. Além disso, há que ressaltar outro elemento impulsionador dessa onda de estudos: a necessidade de responder às análises pessimistas sobre o cenário político do país feitas por estudiosos brasileiros e estrangeiros, que apontavam para a falência da engenharia institucional do país nos primeiros anos de regime democrático. Vale mencionar também que se até meados da década de 1990 eram os partidos políticos os privilegiados nos estudos sobre as instituições políticas, a partir de então é o legislativo que se torna o foco da atenção dos pesquisadores da área.11

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A outra face da produção da ciência política que este artigo busca analisar refere-se aos instrumentos com os quais esses temas foram analisados. Importa saber quais tipos de pesquisa orientam os trabalhos e quais são os métodos de coleta e análise de dados. Uma das questões centrais é verificar qual a orientação metodológica dos trabalhos. Classificamos os artigos em trêscategorias: não empírica, empírica e análise histórico-descritiva. Os artigos não empíricos são aqueles que se preocupam exclusivamente com questões conceituais, teóricas ou de história do pensamento. As pesquisas empíricas caracterizam-se por utilizarexplicitamente métodos de coleta e análise de dados, sejam eles qualitativos ou quantitativos. Por fim, classificamos como análise histórico-descritiva os artigos cujo objetivo é descrever eventos e organizações, mas que não utilizam métodos de coleta e análise de dados. O Gráfico 5 apresenta como os artigos distribuíram-se segundo o tipo de pesquisa ao longo do período.

11

Esses resultados aproximam-se dos encontrados por Pierson (2007) para a produção da subárea de política americana, que, segundo mostra, está fortemente concentrada nos estudos sobre o Congresso norte-americano.

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Gráfico 5: Artigos por Tipo de Pesquisa e por Período (%)

N = 858

Note-se que houve uma guinada na produção da disciplina. Nas décadas iniciais, os trabalhos não empíricos e as análises histórico-descritivas predominavam na produção, ao passo que a partir da década de 1990 são as pesquisas empíricas que passam a prevalecer.Essa mudança nas orientações metodológicas dos trabalhos pode ser explicada pelo processo mesmo de amadurecimento da disciplina: além da escolha dos seus objetos de estudo, uma disciplina consolidada se define também pela escolha dos métodos de coleta e de análise de dados com os quais esses temas serão estudados. Sendo assim, se nas décadas iniciais eram os trabalhos de cunho mais ensaístico que prevaleciam, a partir da década de 1990 buscam-se evidências empíricas e métodos de análise para sustentar as explicações sobre os fenômenos políticos. Além disso, há que se considerar outro fator importante para essa mudança no tipo de trabalho realizado: com a abertura democrática, tornam-se disponíveis documentos e dados antes inacessíveis.

Esses trabalhos empíricos têm como principais métodos de coleta de dados os documentos e os dados oficiais, os meios de comunicação, os surveys e as fontes secundárias (dados analisados por terceiros).12 A distribuição desses métodos no período está representada no Gráfico 6. Pode-se afirmar que a ciência política recorre basicamente às fontes oficiais (documentos e dados) na busca de evidências para suas explicações sobre o sistema político brasileiro. Isso está relacionado aos temas privilegiados: para o estudo das instituições políticas recorre-se aos textos

12

As demais fontes possuem participação residual: documento não oficial, entrevista, grupo focal, experimento.

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constitucionais, aos projetos de leis, aos regimentos

aos resultados das votações nominais; para o estudo de eleições, apela disponibilizados pelo TSE e pelos TRE’s; e para

recorre-se aos projetos e programas governamentais.

As demais fontes de dados privilegiadas também estão ligadas à

predominantes.Os meios de comunicação são utilizados pelos estudiosos das eleições, sobretudo nas pesquisas

desurvey, embora seu uso

aumentando a sua participação nos anos recentes sobre comportamento político e

e comportamento eleitoral.

Gráfico 6: Métodos de Coleta de Dados por Período (%)

N = 527

Resta saber com que instrumentos esses dados são analisados. análise mais recorrentes nas pesquisas

menor escala aparecem as tipologias e as análises de conteúdo

com maior frequência nos estudos sobre atores e comportamento político 7 mostra como eles se distribuem no tempo. As estatísticas descritivas o cálculo de frequências e porcentagens, são as mais re

analisado. No entanto, percebe

ganhando espaço na produção, sobretudo a partir da década de

13

O expressivo uso das técnicas de survey nos anos iniciais da disciplina está ligado aos estudos sobre comportamento político,

período. 14

Os demais métodos possuem participação residual: modelos formais e história oral.

constitucionais, aos projetos de leis, aos regimentos internos das casas legislativas e aos resultados das votações nominais; para o estudo de eleições, apela

disponibilizados pelo TSE e pelos TRE’s; e para a análise das políticas públicas, se aos projetos e programas governamentais.

As demais fontes de dados privilegiadas também estão ligadas às áreas temáticas s meios de comunicação são utilizados pelos estudiosos das

nas pesquisas sobre o horário eleitoral gratuito.

seu uso já tenha sido recorrente nos anos iniciais da disciplina, vê aumentando a sua participação nos anos recentes.13 Seu uso está ligado aos

político e eleição, sobretudo nas pesquisas de intenção de voto e comportamento eleitoral.

Gráfico 6: Métodos de Coleta de Dados por Período (%)

Resta saber com que instrumentos esses dados são analisados.As

análise mais recorrentes nas pesquisas empíricas são os métodos estatísticos. Em menor escala aparecem as tipologias e as análises de conteúdo, que são utilizadas

frequência nos estudos sobre atores e comportamento político a como eles se distribuem no tempo. As estatísticas descritivas

o cálculo de frequências e porcentagens, são as mais recorrentes em todo o período No entanto, percebe-se que o uso de outros métodos estatísticos vem

na produção, sobretudo a partir da década de 2000

O expressivo uso das técnicas de survey nos anos iniciais da disciplina está ligado aos to político, que, como vimos, era uma área temática

Os demais métodos possuem participação residual: modelos formais e história oral.

internos das casas legislativas e aos resultados das votações nominais; para o estudo de eleições, apela-se aos dados a análise das políticas públicas,

s áreas temáticas s meios de comunicação são utilizados pelos estudiosos das sobre o horário eleitoral gratuito. As técnicas anos iniciais da disciplina, vêm Seu uso está ligado aos estudos eleição, sobretudo nas pesquisas de intenção de voto

s ferramentas de métodos estatísticos. Em , que são utilizadas frequência nos estudos sobre atores e comportamento político.14O Gráfico a como eles se distribuem no tempo. As estatísticas descritivas simples, como ntes em todo o período se que o uso de outros métodos estatísticos vem 2000. As estatísticas

O expressivo uso das técnicas de survey nos anos iniciais da disciplina está ligado aos área temática recorrente no Os demais métodos possuem participação residual: modelos formais e história oral.

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descritivas mais avançada

de correlação) têm a segunda maior participação e assim como o uso das estatísticas multivariadas (a escala multidimensional, análise discriminante de redes). Por fim, merece destaque o uso d pode perceber que este

disciplina, sobretudo a partir da

algumas áreas. Entre os artigos que utilizam análise de regressão, 80% est concentrados em 3 áreas temáticas

Gráfico 7: Métodos de Análise de Dados por Período (%)

N = 527

Os resultados aqui apresen por estudiosos estrangeiros.

quantitativos na ciência política também foi identificado em outros países nos Estados Unidos (Barth

Aponta-se que se tornaram comuns as estratégias de pesquisa que en construção de um banco de dados e a

especialmente das técnicas deregressão

Em linhas gerais, pode-se considerar que a ciência política brasileira

trajetória que hoje se aproxima da vivenciada pelas suas congêneres de outros países sobretudo a norte-americana.S

ensaísticos ou históricos, no período recente empíricas.Concentrados no estudo

baseados, majoritariamente, nos

descritivas mais avançadas(cálculo de índices, escalas, teste de média e têm a segunda maior participação e seu uso manteve

estatísticas multivariadas (análise fatorial, análise de cluster análise discriminante, análise de correspondência e análise Por fim, merece destaque o uso das técnicas de regressão. Claramente se foi o método que mais cresceu na produção recente da disciplina, sobretudo a partir da última década. Mas seu uso está fortemente

os artigos que utilizam análise de regressão, 80% est m 3 áreas temáticas: instituições, eleições e comportamento político.

Gráfico 7: Métodos de Análise de Dados por Período (%)

Os resultados aqui apresentados aproximam-se da avaliação sobre a disciplina por estudiosos estrangeiros. O aumento e a quase exclusividade do uso de métodos

na ciência política também foi identificado em outros países Barth et al, 2003; Bradyet al, 2006; Pierson, 2007; se que se tornaram comuns as estratégias de pesquisa que en

construção de um banco de dados e asua análise por meio de métodos estatísticos, especialmente das técnicas deregressão.

se considerar que a ciência política brasileira

que hoje se aproxima da vivenciada pelas suas congêneres de outros países americana.Se nas décadas iniciais prevaleciam os estudos ensaísticos ou históricos, no período recente privilegiam-seas pesquisas

no estudo da política brasileira, esses trabalhos baseados, majoritariamente, nos documentos e dados oficiais, que são analisad

, teste de média e coeficiente seu uso manteve-se constante, análise de cluster, dência e análise de regressão. Claramente se foi o método que mais cresceu na produção recente da . Mas seu uso está fortemente ligado a os artigos que utilizam análise de regressão, 80% estão

ituições, eleições e comportamento político.

Gráfico 7: Métodos de Análise de Dados por Período (%)

se da avaliação sobre a disciplina feita do uso de métodos na ciência política também foi identificado em outros países, sobretudo ; Pierson, 2007; Riba, 1996). se que se tornaram comuns as estratégias de pesquisa que envolvem a análise por meio de métodos estatísticos,

se considerar que a ciência política brasileira seguiuuma que hoje se aproxima da vivenciada pelas suas congêneres de outros países, prevaleciam os estudos seas pesquisas trabalhos estão e são analisados

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pela utilização de métodos estatísticos, cujo uso aumentou consideravelmente ao longo do período. Nos últimos anos, foi o uso das análises de regressão que mais cresceu, sobretudo nas áreas de instituições, eleições e comportamento político. Como em outros países, a produção da ciência política brasileira mostra-se, hoje, fortemente concentrada nos métodos quantitativos, sendo quase inexpressiva a utilização dos métodos qualitativos.

3. Conclusão

O objetivo deste artigo foi analisar a trajetória da ciência política brasileira, por intermédio da sua produção acadêmica. Para tanto, as unidades de análise foram os artigos publicados pelos cientistas políticos brasileiros em cincodas principais revistas de ciências sociais do país: BPSR, Dados, Novos Estudos, Opinião Pública e RBCS. A pesquisa cobriu o período de 1966 a 2013, sendo classificados 858 artigos.Quais temas foram estudados, bem como quais métodos de coleta e análise de dados foram empregados, são algumas das questões que procuramos responder, com o propósito de contribuir para a sistematização da história da ciência política brasileira.

Se podemos sumarizar os achados deste artigo e traçar em linhas gerais a trajetória da ciência política brasileira em termos da sua produção acadêmica, isso pode ser dito da seguinte maneira: ao longo de quase meio século de existência, a disciplina organizou-se em torno de seis áreas temáticas, com maior ênfase em duas delas: os atores e as instituições políticas. O protagonismo de cada área mudou com o contexto político do país: quando da vigência do regime ditatorial, eram os atores políticos não estatais os privilegiados nos estudos, ao passo que no período democrático, são as instituições políticas que passam a ganhar maior atenção dos pesquisadores. Como foi argumentado, essa mudança de foco pode ser explicada tanto por razões intelectuais, dada a predominância do behavioralismo e do neo-institucionalismo, respectivamente, quanto por razões contextuais, pois a transição para a democracia traz de volta o livre funcionamento das instituições.No que diz respeito ao modo como a disciplina estudou esses temas, houve uma clara mudança na orientação dos trabalhos: de um estilo de análise histórico-descritiva migrou para uma orientação empírica de pesquisa. O uso de métodos de coleta e análise de dados aumentou nas duas últimas décadas, embora ainda esteja fortemente concentrado em alguns deles, como os documentos e os dados oficiais e os métodos estatísticos.Nas quase cinco décadas de história da ciência política no Brasil, observamos uma disciplina consolidada, com uma agenda de pesquisa definida. Pode-se dizer que, hoje, a ciência política brasileira se dedica, em grande medida, a entender como funciona a democracia brasileira.

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(19)

Anexo 1: Lista de Variáveis 1. Ano(ano da publicação) 2. Revista

2.1)Brazilian Political Science Review (BPSR) 2.2) Dados

2.3) Novos Estudos 2.4) Opinião Pública (OP)

2.5)Revista Brasileira de Ciências Sociais (RBCS) 3. Gênero

3.1) Feminino 3.2) Masculino 4. Filiação

4.1) Brasileiro em Instituição Brasileira 4.2) Brasileiro em Instituição Estrangeira 4.3) Estrangeiro em Instituição Brasileira

4.4) Estrangeiro em Instituição Estrangeira (só para co-autores) 4.5) Sem informação na publicação

5. Status (ocupação do autor na instituição) 5.1) Professor

5.2) Aluno 5.3) Pesquisador 5.4) Gestor/Técnico

5.5) Sem informação na publicação

6.Instituição(instituição à qual o autor está vinculado no momento da publicação do artigo)

7. Estado ou país (em caso de instituição estrangeira) da instituição do autor 8. Áreas temáticas:

8.1) Atores Políticos: sindicatos; movimentos sociais; sociedade civil; empresários; militares; mídia; elites;

8.2) Comportamento Político: ideologia; cultura política; confiança nas instituições; participação política; clientelismo; corrupção;

(20)

8.3) Eleições: campanhas eleitorais; resultados de eleições; comportamento eleitoral; HPGE; financiamento de campanha; coligações;

8.4) Estrutura Social: estrutura de classes; desigualdade; cidadania;

8.5) Instituições Políticas: federalismo e descentralização; partidos políticos e sistema partidário; sistema eleitoral e reforma política; regime político (ditadura; democracia; ruptura); forma de Estado; sistema de governo (presidencialismo, parlamentarismo); executivo; legislativo; relação executivo e legislativo; judiciário; constituição e reforma constitucional;

8.6) Políticas Públicas: política social; política administrativa; política econômica;; política de segurança e de inteligência; política de infraestrutura; política científica e tecnológica;

8.7) Relações Internacionais: política externa; relações internacionais; organizações internacionais;

8.8) Teoria e História do Pensamento Político: conceitos e correntes teóricas; ensaio sobre autor estrangeiro; pensamento político-social brasileiro;

8.9) Outros: aqui estão reunidos os trabalhos cujos temas não se enquadravam nas áreas temáticas já estabelecidas, tampouco apareciam em quantidade suficiente para justificar a inclusão de uma nova classificação.

9. Tipo de Pesquisa

9.1) Não Empírica: preocupa-se exclusivamente com questões conceituais, teóricas ou de história do pensamento.

9.2) Empírica: caracteriza-se por utilizar explicitamente métodos de coleta e análise de dados, sejam eles qualitativos ou quantitativos.

9.3) Análise Histórico-Descritiva: pesquisa cujo objetivo é descrever eventos e organizações, mas que não utiliza métodos de coleta e análise de dados.

10. Método de Coleta de Dados

10.1) Secundária: dados analisados por terceiros.

10.2) Meios de Comunicação: jornais; revistas (semanais e mensais); telejornais. 10.3) Documentos Oficiais: texto constitucional, projetos de lei; medidas provisórias; decretos de lei; relatórios; ofícios; regulamentos; programas de governo; diários oficiais.

10.4) Documentos Não Oficiais: atas de reuniões; minutas; relatórios de assembleias; programas partidários; comunicações; boletins.

10.5) Dados Oficiais: dados brutos oriundos de órgãos públicos, como IBGE, TSE, TRE’s, Congresso; assembleias estaduais; câmaras municipais; prefeituras; governos estadual e federal; judiciário;

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10.6) Survey: para grupo específico ou de massa 10.7) Entrevista

10.8) Grupo Focal 10.9) Experimento

11. Método de Análise de Dados

11.1) Estatística Descritiva:porcentagem; frequência; índices; escalas;teste de média; coeficiente de correlação;

11.2) Estatística Multivariada:análise fatorial; análise de cluster; escala multidimensional; análise discriminante; análise de correspondência; análise de redes; 11.3) Técnicas de Regressão (linear – simples ou múltipla; não-linear – log-linear, logit e probit; séries temporais)

11.4) Modelos Formais 11.5) Tipologia

11.6) Análise de Conteúdo 11.7) História Oral

Referências

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