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REVISÃO FINAL TCE-SP AGENTE DA FISCALIZAÇÃO AGENTE DA FISCALIZAÇÃO-ADMINISTRAÇÃO. Com base no Edital n o 01/2017, de Revisão Ponto a Ponto

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2017

REVISÃO FINAL

TCE-SP

• Com base no Edital n

o

01/2017, de 20.09.2017

• Revisão Ponto a Ponto •

AGENTE DA FISCALIZAÇÃO

AGENTE DA FISCALIZAÇÃO-ADMINISTRAÇÃO

COORDENAÇÃO

Alan Martins

Dimas Yamada Scardoelli AUTORES

Danilo da Cunha Sousa, Danilo Vieira Vilela, Duda Nogueira, Elisabete de Abreu e Lima Moreira, Emannuelle Gouveia, Jonathas Celino Paiola, Marcelo Sbicca, Rinaldo César dos Reis, Vanessa de Castro Rosa e Wilson Araújo.

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Contabilidade Pública

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (EDITAL): [Conforme Edital de Reti-Ratificação do Conteúdo

Programá-tico dos cargos de Agente da Fiscalização (DOE-Leg-23.09.17)] 1. Normas brasileiras de contabilidade Técnicas do setor público (NBC TSP) vigentes – 2. Patrimônio nas entidades públicas: bens públicos, classificação dos bens públicos, dívida pública fundada ou consolidada, dívida flutuante, patrimônio fi-nanceiro e patrimônio permanente – 3. Receita Pública: conceito, receita efetiva, receita por mutação patrimonial, categorias econômicas, fontes de receitas orçamentárias, renda e receita pública – 4. Des-pesa Pública: conceito, desDes-pesa efetiva, desDes-pesa por mutação patrimonial, categorias econômicas, fixas e variáveis, elementos de despesa pública. Entradas e Saídas Extraorçamentárias – 5. Adiantamentos: conceito, concessão, aplicação e comprovação – 6. Sistemas de contas: orçamentário, financeiro e patri-monial – 7. Plano de Contas: características fundamentais, codificação das contas, função das contas e escrituração. Balancetes periódicos – 8. Balanços: orçamentário, financeiro, patrimonial e demonstração das variações patrimoniais – 9. Legislação: Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Contro-le dos Orçamentos e Balanços da União, Estados e Municípios (Lei Federal nº 4.320/1964).

OBSERVAÇÃO

As normas brasileiras de contabilidade aplicáveis ao setor público (NBC TSP) aparecem como oitavo item no edital do concurso. Entretanto, entendemos que seria mais interessante para os estudos analisar primeiro esse item, pois apresenta muitos conceitos que serão utilizados nos demais tópicos. Dessa forma, nas dicas, inicia-remos pela análise das normas brasileiras de contabilidade.

1. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE TÉCNICAS DO SETOR PÚBLICO (NBC TSP) VIGENTES

A Contabilidade Pública é um ramo da ciência contábil que tem como objetivo captar, registrar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades que compõem a Administração Direta e Indireta dos entes públicos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).

Com o objetivo de estabelecer as diretrizes que devem ser observadas pelas entida-des do setor público quanto aos procedimentos, práticas, elaboração e divulgação das demonstrações contábeis, diversas normas foram editadas pelo Conselho Federal de Con-tabilidade – CFC. Nesse contexto, as entidades públicas devem observar as seguintes nor-mas contábeis:

Numeração CFC Norma

NBC TSP Estrutura conceitual Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público

NBC TSP 01 Receita de Transação sem Contraprestação NBC TSP 02 Receita de Transação com Contraprestação

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Numeração CFC Norma

NBC TSP 04 Estoques

NBC TSP 05 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente NBC T 16.6 R1 Demonstrações Contábeis

NBC T 16.7 Consolidação das Demonstrações Contábeis NBC T 16.8 Controle Interno

NBC T 16.9 Depreciação, Amortização e Exaustão

NBC T 16.10 Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público NBC T 16.11 Sistema de Informação de Custos do Setor Público

A seguir, são apresentados alguns pontos extraídos das normas contábeis e que geral-mente são pedidos em concursos públicos.

NBC TSP Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulga-ção de InformaDivulga-ção Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público:

Es-tabelece os conceitos que devem ser aplicados no desenvolvimento das demais Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.

Geralmente, o objetivo principal das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade. Logo, para se avaliar o desempenho, não basta analisar a situação patrimonial ou o fluxo de caixa de tais entidades. Portanto os Relatórios Contábeis de Propósito Ge-ral das Entidades do Setor Público (RCPGs) devem fornecer aos usuários, informações que subsidiem o processo de tomada de decisão e a prestação de contas e responsabilização (accountability). As seguintes questões devem ser tratadas nos RCPGs:

• se a entidade prestou seus serviços à sociedade de maneira eficiente e eficaz; • quais são os recursos atualmente disponíveis para gastos futuros, e até que ponto

há restrições ou condições para a utilização desses recursos;

• a extensão na qual a carga tributária, que recai sobre os contribuintes em períodos futuros para pagar por serviços correntes, tem mudado; e

• se a capacidade da entidade para prestar serviços melhorou ou piorou em compara-ção com exercícios anteriores.

Em função desse objetivo diferenciado aplicável a entidades do setor público, algumas características específicas devem ser trabalhadas na elaboração dos RCPGs.

• Transações Sem Contraprestação: É comum em entidades públicas a realização de transações sem contraprestação, ou seja, a entidade recebe um valor de outra parte sem dar em troca valor aproximadamente igual. Geralmente os serviços públicos prestados não são diretamente proporcionais aos tributos cobrados. A natureza das transações sem contraprestação pode impactar a forma pela qual elas são reconhe-cidas, mensuradas e evidenciadas, no sentido de dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos. A tributação é um exemplo de transação sem contraprestação, pois ocorre por força de lei.

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Contabilidade Pública 665

• Orçamento público: O orçamento público é utilizado como base para definição dos níveis de tributação e outras receitas. A contabilidade pública deve fornecer infor-mações que permitam a comparação da execução orçamentária com o orçamento previsto. Tais informações instrumentalizam a prestação de contas e a responsabi-lização (accountability) e fornecem subsídios para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos às finanças públicas.

• Natureza dos programas e longevidade do setor público: Muitos compromissos decorrentes dos programas do setor público dependem dos tributos e das con-tribuições a serem arrecadados no futuro, e as prerrogativas para cobrar e arreca-dar tributos futuros não se encaixam nas definições de ativo e passivo. Assim, tais compromissos não são reconhecidos nas demonstrações contábeis. Dessa forma, os RCPGs, ao conterem informações financeiras prospectivas acerca da sustentabi-lidade em longo prazo das finanças e de programas essenciais da entidade do setor público, são documentos necessários para fins de prestação de contas e responsabi-lização (accountability) e tomada de decisão.

• Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público: No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada para o potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Essa característica deve ser considerada no processo de mensuração desses ativos.

• Papel regulador das entidades do setor público: Com o objetivo de assegurar o in-teresse público, muitas vezes entidades governamentais possuem poder de regula-ção em determinados setores da economia. Ao desempenhar esse papel regulador, direitos ou obrigações podem ser criadas para as entidades públicas, de forma a ser necessário se estabelecer como tais direitos ou obrigações serão contabilizados. • Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP): Entidades

governa-mentais produzem dois tipos de informações: (a) Estatísticas de Finanças Públicas (EFP) do Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise macroe-conômica e a tomada de decisão; e (b) Demonstrações Contábeis de Propósito Geral (Demonstrações Contábeis) para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão ao nível da entidade, incluindo as demonstra-ções contábeis consolidadas do governo. Tais informademonstra-ções tem objetivos distintos e podem ocasionar interpretações diferentes para o mesmo fenômeno. As demons-trações contábeis e os relatórios de EFP têm muito em comum. Estão voltadas para (a) informação contábil, baseada no regime de competência, (b) ativos, passivos, receitas e despesas governamentais e (c) informações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Entretanto, as demonstrações contábeis das entidades públicas tem como objetivo fornecer informações para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. Os relatórios de EFP são utilizados, prin-cipalmente, para: (a) analisar opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus impactos; (b) determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar os resultados fiscais nacional e internacionalmente. Os objetivos e o alcance distintos levam ao tratamento também distinto de algumas transações e eventos.

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Conceituação, objetivo, objeto e campo de aplicação: O campo de atuação da

con-tabilidade pública abrange obrigatoriamente, as entidades do setor público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes). As empresas estatais dependentes são empresas controladas que recebem do ente controlador recur-sos financeiros para pagamento de despesas com pessoal, despesas de custeio em geral ou despesas de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. As empresas estatais independentes são todas as demais empresas controladas pelas entidades do setor público que não se enquadram como empresas de-pendentes. As empresas estatais independentes, a princípio, não estão no alcance da estru-tura conceitual e das demais NBCs TSP. As entidades públicas não abrangidas nesse campo de atuação, podem aplicar essas normas de maneira facultativa ou por determinação dos respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres.

Os objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil estão relacionados ao for-necimento de informações sobre a entidade do setor público que são úteis aos usuários dos RCPGs para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.

O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público. Por sua vez, o patrimônio público corresponde ao conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangí-veis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público, e suas obrigações

2. PATRIMÔNIO NAS ENTIDADES PÚBLICAS: BENS PÚBLICOS, CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS, DÍVIDA PÚBLICA FUNDADA OU CONSOLIDADA, DÍVIDA FLUTUANTE, PATRIMÔNIO FINANCEIRO E PATRIMÔNIO PERMANENTE

O patrimônio público é estruturado em três grupos: Ativo, passivo e patrimônio líquido. As definições desses grupos são iguais às definições para as demais entidades, e pode ser dito da seguinte forma:

ATIVOS: são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados

e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou poten-cial de serviços;

PASSIVOS: são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados,

cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade em saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços;

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos

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capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações ou cotas em tesouraria, resultados acumulados e outros desdobramentos do saldo patrimonial.

Bens públicos: O conceito de bens públicos está definido no Código Civil, artigos 98 a

103. De acordo com o código Civil, “são públicos os bens do domínio nacional pertencen-tes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.

Classificação dos bens públicos: O Código Civil também apresenta a classificação dos

bens públicos. Conforme artigo 99, os bens públicos são classificados da seguinte forma: • Bens públicos de uso comum do povo: tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; • Bens Públicos de uso especial: tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço

ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, in-clusive os de suas autarquias;

• Bens públicos dominicais: constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Ainda sobre os bens públicos, o código civil acrescenta as seguintes considerações: • Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,

en-quanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

• Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. • Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

• O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for esta-belecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Dívida pública fundada ou consolidada e Dívida flutuante: A dívida pública

corres-ponde aos compromissos de ordem financeira assumidos pelo Estado junto a terceiros. Se divide em dívida flutuante e dívida consolidada ou fundada.

A dívida flutuante corresponde aos compromissos cujo pagamento independe de au-torização orçamentária. Referem-se a situações que já afetaram o orçamento ou que tem natureza extraorçamentária. A dívida flutuante tem vencimento a curto prazo. Compreen-de os seguintes itens:

• Restos a pagar.

• Serviços da dívida a pagar.

• Depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de execução de obra pública).

• Débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de receitas destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria – ARO).

A dívida consolidada ou fundada se refere a exigibilidades com vencimento em pra-zos superiores a 12 meses, portanto, são consideradas como dívidas de longo prazo. São

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contraídas mediante emissão de títulos ou celebração de contratos com o objetivo de su-prir desequilíbrio orçamentário ou financiamento de obras e serviços públicos que depen-dem de autorização legislativa para amortização ou resgate.

Os títulos emitidos pelo Banco Central do Brasil e operações de crédito cujas receitas já tenham constado no orçamento, mesmo que tenham vencimento em prazo inferior a 12 meses, devem ser consideradas como dívida consolidada ou fundada, conforme previsto no artigo 29 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

As operações de crédito são compromissos financeiros assumidos em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de títulos, aquisição financiada de bens, ou recebi-mento antecipado de valores provenientes de venda a prazo de bens ou serviços. Confor-me definido pela lei de responsabilidade fiscal, a assunção, reconheciConfor-mento ou confissão de dívidas equipara-se a operação de crédito.

Patrimônio financeiro e Patrimônio permanente: De acordo com a Lei 4320/64, o

balanço patrimonial das entidades públicas deve demonstrar o ativo financeiro, ativo per-manente, passivo financeiro, passivo perper-manente, o saldo patrimonial, e as contas de com-pensação.

• Ativo Financeiro: créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

• Ativo Permanente: bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.

• Passivo Financeiro: dívidas fundadas e outros pagamentos que independam de au-torização orçamentária.

• Passivo Permanente: dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legis-lativa para amortização ou resgate.

A diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro é chamado de

supe-rávit financeiro. A informação a respeito do supesupe-rávit financeiro é necessária para a

aber-tura de créditos adicionais, conforme previsto na Lei 4320/64. Dessa forma, é importante que as contas do ativo e passivo sejam diferenciadas por um atributo de forma a distinguir as contas financeiras das contas permanentes. No Plano de Contas Aplicável ao Setor Públi-co – PCASP, as Públi-contas do ativo e passivo são aPúbli-companhadas das letras (F) ou (P).

As contas de Passivo que dependam de autorização orçamentária para amortização ou resgate integram o Passivo Permanente. Após o primeiro estágio de execução da despesa orçamentária, materializada na figura do empenho, passam a ter característica Financei-ra, integrando o Passivo Financeiro. Deve-se observar que, no momento do empenho, as despesas somente foram autorizadas, mas ainda não foram efetivamente incorridas. As-sim sendo, a obrigação do pagamento ainda não é líquida e certa. Via de regra, somente se pode reconhecer a obrigação (passivo financeiro – classe 2), após a fase da liquidação. Entretanto, no Balanço Patrimonial, o Passivo Financeiro representa as obrigações decor-rentes do empenho da despesa, liquidadas ou não, mas que ainda não foram pagas. Surge assim o conceito de “crédito empenhado a liquidar”. Neste conceito se incluem despesas

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orçamentárias que ainda não se constituíram em passivo circulante ou não-circulante (clas-se 2). Dessa forma o passivo financeiro não (clas-será composto apenas pelas contas da Clas(clas-se 2 (Passivo e Patrimônio Líquido) com atributos (F), pois a essas contas deve-se somar o saldo dos empenhos emitidos cujos fatos geradores dos passivos exigíveis não tenham ainda acontecido. Este saldo é obtido na conta “Crédito Empenhado a Liquidar”. Os créditos em-penhados a liquidar compreendem, além do saldo dos empenhos cujos fatos geradores ainda não ocorreram, o saldo dos empenhos cujos fatos geradores ocorreram, mas que ainda não foram conferidos o objeto, o credor e o valor, ou seja, não houve a liquidação.

Contudo, essa última situação (empenhos cujos fatos geradores ocorreram, porém ain-da não foram liquiain-dados) já se encontra na Classe 2 (Passivo e Patrimônio Líquido), em contas com atributo “F”, pois o fato gerador do passivo exigível e o empenho já ocorreram. Dessa maneira, a simples soma das contas da Classe 2 (Passivo e Patrimônio Líquido) com o saldo da conta “Crédito Empenhado a Liquidar” acarretaria em duplicação de valores no Balanço Patrimonial quando o reconhecimento do passivo ocorrer antes da liquidação, ou seja, quando o fato gerador do passivo exigível ocorrer antes do segundo estágio da des-pesa orçamentária.

Há então a necessidade de uma conta intermediária, entre o empenho e a liquidação, para a qual seja transferido o saldo dos empenhos cujos fatos geradores ocorreram, porém ainda não foram liquidados. Essa conta intermediária é denominada “Crédito Empenhado em Liquidação”. Com isso, evita-se a duplicação de valores e faz-se a correta contabilização do passivo no momento da ocorrência do fato gerador, conforme os Princípios Fundamen-tais de Contabilidade da Competência e Oportunidade.

3. RECEITA PÚBLICA: CONCEITO, RECEITA EFETIVA, RECEITA POR MUTAÇÃO PA-TRIMONIAL, CATEGORIAS ECONÔMICAS, FONTES DE RECEITAS ORÇAMENTÁ-RIAS, RENDA E RECEITA PÚBLICA

Conceito: Receita pública se refere a todo ingresso de recursos ao patrimônio público,

que se reflete em aumento das disponibilidades. Em sentido amplo, é o recolhimento de bens aos cofres públicos, sendo sinônimo de ingresso ou entrada.

Como o conceito de receita pública é muito amplo, faz-se necessário que sejam feitas classificações em relação a determinadas características da receita. As classificações são fundamentais para que haja melhor entendimento sobre a programação, execução, acom-panhamento, controle e avaliação da atividade financeira do Estado.

Classificação da Receita Pública: As receitas públicas podem ser classificadas sob

di-versas perspectivas, com o objetivo de tornar mais claro o entendimento sobre sua proce-dência e destinação, bem como facilitar a previsão orçamentária. Nesse contexto, a receita pública pode ser classificada das seguintes formas:

Quanto à natureza: A receita pública se classifica em receita orçamentária e receita

extra– orçamentária.

As receitas orçamentárias correspondem à arrecadação de recursos financeiros auto-rizados pela Lei Orçamentária e que serão aplicados na realização dos gastos públicos. As

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receitas orçamentárias são incorporadas ao patrimônio público, ou seja, não são passíveis de restituição. De acordo com a Lei 4320/64, considera-se receita orçamentária qualquer valor arrecadado decorrente de lei orçamentária ainda que não tenha sido prevista no or-çamento. Por exemplo: imposto que não foi previsto devido a omissão de previsão na lei orçamentária.

Exemplos de receitas orçamentárias: arrecadação de tributos, venda de bens perten-centes ao patrimônio público, etc.

As receitas extraorçamentárias correspondem ao ingresso financeiro de caráter tem-porário, pois se refere a uma entrada de dinheiro pertencente a terceiros onde o Estado é um simples depositário. As receitas extraorçamentárias não fazem parte do orçamento público, de modo que não serão consideradas quando da fixação das despesas públicas. São receitas públicas apenas no conceito amplo do termo, pois se referem a um ingresso de recursos no patrimônio público. Contudo, a administração pública não pode contar com essas receitas para custear despesas públicas. As receitas extraorçamentárias são sempre acompanhadas de futuras despesas extraorçamentárias, o que em termos contábeis seria um passivo exigível. Assim, tais entradas já possuem destino certo, de modo a inviabilizar seu aproveitamento no custeio de outras despesas. Em função de sua natureza, a arrecada-ção das receitas extraorçamentárias não depende de autorizaarrecada-ção legislativa e a realizaarrecada-ção desta receita não se vinculará a execução do orçamento.

Exemplos de receitas extraorçamentárias: cauções em dinheiro; retenções na fonte; consignações em folha de pagamento a favor de terceiros, etc.

Quanto ao poder de tributar: Essa classificação se refere à competência para

insti-tuição de tributos. Dessa forma, a receita pública pode ser federal, estadual ou municipal.

Quanto à coercitividade ou origem: A receita pública pode ser derivada ou originaria.

As Receitas derivadas são provenientes do exercício da competência tributária do Estado, ou seja, do poder impositivo do Estado sobre patrimônios alheios. As receitas derivadas são decorrentes de impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições sociais, bem como por sanções impostas tais como multas e penalidades pecuniárias.

As receitas originárias são provenientes da exploração do próprio patrimônio público colocado à disposição da sociedade mediante pagamento. Em outras palavras, é a receita pública efetiva oriunda das rendas produzidas pelos ativos do poder público. Decorrem, principalmente, das rendas do patrimônio imobiliário, das tarifas de ingressos comerciais, de serviços e até mesmo venda de produtos industrializados.

Exemplos de receitas originárias: venda de bens, prestação de serviços públicos (água, luz, etc).

Quanto às categorias econômicas: As receitas se classificam em receitas correntes e

receitas de capital.

A Lei 4320/64 define receita corrente como as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de

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recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Em outras palavras, receitas correntes são os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades opera-cionais, visando a consecução dos objetivos constantes dos programas e ações do governo.

São exemplos de receitas correntes: • Receitas tributárias,

• Receita de Contribuições (previdência social, saúde e assistência social), de inter-venção no domínio econômico (tarifas de telecomunicações) e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (órgãos representativos de categorias de profissionais);

• Receitas patrimoniais resultantes de aplicações de recursos em inversões financei-ras, ou as rendas provenientes de bens de propriedade do Estado, tais como alu-guéis;

• Receita agropecuária proveniente da exploração de atividades agropecuárias de ori-gem vegetal ou animal;

• Receita de serviços proveniente de atividades caracterizadas pelas prestações de serviços financeiros, transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidade entre outros;

• Receita industrial resultante da ação direta do Estado em atividades comerciais, in-dustriais ou agropecuárias;

• Transferências correntes representadas por recursos financeiros recebidos de outras entidades públicas ou privadas e que se destinam a cobrir despesas correntes; • Outras receitas correntes provenientes de multas, cobrança da dívida ativa,

indeni-zações e outras receitas de classificação específica;

As receitas de capital são provenientes de operações de crédito, alienações de bens, amortizações de empréstimos concedidos, transferências de capital e outras receitas de capitais. Também se classificam como receitas de capital os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em des-pesas de capital.

Quanto à afetação patrimonial: São classificadas em receitas efetivas e receitas por

mutação patrimonial.

As receitas efetivas são aquelas que integram ao patrimônio sem qualquer contrapar-tida de aumento do passivo ou diminuição do ativo, contribuindo, assim, para o aumento do patrimônio líquido. Exemplo: impostos, recebimento de aluguéis, dividendos, etc.

Receitas por mutação patrimonial são oriundas de mutações que não alteram o

pa-trimônio líquido. Referem-se a simples entradas ou alterações nos elementos que o com-põem. Exemplo: venda de bens (veículos, ações etc.), obtenção de um empréstimo etc. Há

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um aumento de um bem e um aumento de igual valor em uma obrigação, ou redução de outro bem no mesmo valor. Não há variação patrimonial.

A receita pública também pode ser classificada de outras formas, tais como por estrutu-ra progestrutu-ramática, esfeestrutu-ra orçamentária, identificador de uso, entre outestrutu-ras.

Conforme previsto no artigo 11 da Lei 4320/64, na estruturação dos orçamentos pú-blicos brasileiros, apenas serão utilizadas as classificações da receita pública quanto à sua natureza (receitas correntes e receitas de capital).

Estágios da receita pública: O processo de reconhecimento da receita pública envolve

algumas etapas ou estágios, que dependem da ocorrência de determinados fenômenos econômicos, estabelecidos de acordo com o modelo orçamentário brasileiro. Dessa forma, a receita orçamentária deve passar pelos seguintes estágios, nessa ordem: previsão, lança-mento, arrecadação e recolhimento.

A previsão da receita consiste no estudo feito pela Fazenda Pública visando indicar o quanto se pretende arrecadar no exercício financeiro. A previsão da receita orçamentária é feita na Lei Orçamentária Anual – LOA. A previsão de receitas é feita com base na evolução histórica de arrecadação de cada componente da receita ao longo dos anos, corrigida por parâmetros de quantidade e evolução de preços.

O segundo estágio da receita é o lançamento. O lançamento consiste no ato da repar-tição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa devedora e inscreve o débito desta. De acordo com o artigo 142 do Código Tributário Nacional – CTN o lança-mento tem por objetivo identificar e tornar líquido o crédito tributário, ou seja, “verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.

Importante observar que nem todas as receitas previstas se submetem ao procedimen-to de constituição do respectivo crédiprocedimen-to pelo lançamenprocedimen-to, tais com as receitas originárias provenientes da exploração do patrimônio público pelo Estado. Conforme disposto no ar-tigo 52 da Lei 4320/64, “São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato”.

Após a previsão das receitas na Lei Orçamentária Anual, os créditos submetidos ao lançamento, principalmente os de natureza tributária, serão constituídos conforme forem ocorrendo os respectivos fatos geradores.

Existem três espécies de lançamento:

• Direto ou de ofício – feito unilateralmente pela autoridade, sem intervenção do con-tribuinte. Exemplo: IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana) e ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural).

• Por declaração ou misto – Feito pela autoridade administrativa com a colaboração do próprio contribuinte ou de uma terceira pessoa obrigada por lei a prestar infor-mações sobre a matéria de fato indispensável a sua efetivação. Exemplo: IR (Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza).

Referências

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