Programa de Desenvolvimento de Gestores:
Legislação de Pessoal
Material elaborado por Carmen Regina Maia (UFMG)
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Identificar a evolução da legislação de pessoal que impactam as ações do órgão responsável pela aplicação dos direitos aos servidores.
2. Comparar os direitos e deveres dos servidores contidos na Lei nº 8.112/90, na Lei n.
1.171/94, Código de Ética dos Servidores Públicos e as consequências administrativas e penais aplicáveis.
3. Identificar os princípios Constitucionais que regem o serviço público.
4. Comentar sobre o cumprimento das decisões dos órgãos de fiscalização – CGU, TCU
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
- Conceito de Agente Público.
- Artigo 37 da Constituição Federal.
- Responsabilidades do Agente Público perante os órgãos de fiscalização.
- Lei nº 8112/90 – Direitos e Deveres.
- Principais aspectos do código de ética dos Servidores Públicos Federais
- Principais aspectos das Lei nº 11.091 de 2005 e da Lei nº 12.772/ 2012 para a gestão de
pessoal .
Breve Histórico da Legislação
1937 – Constituição/1937 já previa a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP
1938 – Decreto-Lei nº 579 cria o DASP e aprova o primeiro plano geral de classificação de cargos 1943 – Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
1952 - Lei nº 1.711/1952 - antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União.
Até 1962 as relações de trabalho no serviço público e nas universidades eram regidas pela Lei nº 1.
711/1952
É bem possível que ainda exista alguma pensão amparada nesta Lei apesar de ter sido revogada explicitamente pela Lei n nº 8.112, de 1990.
1962 aproximadamente as contratações no serviço público passaram a ser efetuadas com base na CLT GESTÃO DE PESSOAS: responsável pela aplicação do RJU para servidores efetivos e empregados regidos pela CLT
1967 - a partir de 01 de janeiro de 1967 entra em vigência as regras do FGTS
1967 – Decreto Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 – organização da Administração Federal / diretrizes para a Reforma Administrativa dentre outras providencias.
1967 – Decreto-Lei nº 900, de 29 de setembro de 1969 altera disposições do Decreto-Lei 200/1967.
Quadro de pessoal:
a) quadro real composto pelos servidores enquadrados no NPCC.
b) O quadro ideal publicado para cada órgão após edição do NPCC
DASP: responsável por fazer concurso público, normatizar aplicação da legislação
1970 - Lei nº 5.645, de 10 de dezembro de 1970 – NPCC, efetivamente implantado em 1976 Em 1980: regulamentação da avaliação de desempenho após a implantação da Lei nº.
5.645/1970.
A partir de 1979, com a demora na implantação do NPCC, da realização de concursos públicos pelo DASP, e expansão das Universidades as instituições começam a buscar alternativas, às vezes pouco ortodoxas para realização das atividades.
Surgem os Quadros de Pessoal suplementar e as tabelas suplementares Decreto-Lei nº 1.874, de 8 de julho de 1981
1984 – 12 referencias
Decreto-lei nº 2.280, de 16 de dezembro de 1985
Universidades Fundacionais: cada uma tinha seu PCS
Universidades Autárquicas e demais órgãos públicos federais: NPCC
O MEC, enquanto órgão setorial tinha por responsabilidade orientar as escolas
técnicas, agrotécnicas, os CEFET, as universidades autárquicas e as fundacionais, quanto a aplicação da legislação de pessoal.
Em 1985 : unificação do plano de cargos das universidades fundacionais.
1987 :
a) Lei nº 7.596 de 1987
b) Decreto nº 94.664/87: PUCRCE: tratou do magistério de Iº e IIº graus e superior e de técnicos e administrativos.
c) Portaria nº. 474/87: 07níveis de funções comissionadas e 09 níveis de funções gratificadas.
Previa a hierarquia/vinculação das funções/
d) Portaria nº 475/87regulamentação do PUCRCE
VPNI
Pós Constituição Federal de 1988
1990 – Lei nº 8.027 de 12 de abril de 1990 – normas de conduta dos servidores civis autarquias e fundações
1990 - Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 – RJU
Lei nº 8.460, de 17 de setembro de 1992 - reposicionamento de alguns cargos (porteiro, telefonista)
e o posicionamento nas novas tabelas sem permissão para posicionar nas classes “A”
1993 - Lei nº 8.627, de 19 fevereiro de 1993 – critérios de reposicionamento 1994 - Decreto nº 1.171 de 22/06/94 – Código de Ética
- 28,86%
- Medidas Provisórias
- 1995 – obrigatoriedade da folha de pagamento ser processada pelo SIAPE. As Universidades
que tinham sistemas próprios de processamento da folha de pagamentos tiveram que se
ajustar a esta determinação.
2005 – Lei nº 11.091, de 11 de janeiro de 2005 institui o Plano de Carreira dos Cargos Técnico- Administrativos em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino – PCCTAE
2005 – Lei nº 11.233, de 22 de dezembro de 2005 altera alguns dispositivos da Lei nº 11.091, de 2005 2005 – Decreto nº 5.824, de 29 de junho de 2006 – estabelece procedimentos para concessão de incentivos à qualificação e o enquadramento nos níveis de capacitação.
2006 – Decreto nº 5.825 de 29 de junho de 2006 . Estabelece as diretrizes para elaboração do Plano de desenvolvimento dos integrantes do PCCTAE
2008 - Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
2008 - Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008 : estrutura, a partir de 1o de julho de 2008, o Plano de Carreira e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – EBTT
2012 - Lei nº 12.772, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2012: Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal
Constituição Federal
Os artigos 37 e 38 institui os princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência.
Estabeleceu: A investidura em cargo somente por concurso público; direitos do servidor, vencimento e remuneração, proibições aos servidores
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Os artigos 39 a 41 dedicados aos servidores públicos dispõem sobre os planos de carreiras, vencimentos, benefícios e estabilidade.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Artigo 40 trata da aposentadoria:
a) Compulsória aos 75 anos para homens e mulheres – proporcional ou integral
b) Voluntária a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher.
c) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição Direito adquirido
d) § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
e) Regras de transição
f) Regras do direito adquirido
A estabilidade tratada no artigo 41- obrigatoriedade de avaliação específica
Para tratar do dos órgãos de controle e fiscalização é importante identificar a definição de servidor público encontradas em algumas leis.
a) SERVIDOR PÚBLICO Lei nº 8.027/90 de 12/04/90:
Pessoa legalmente investida em cargo ou emprego público na administração direta, nas autarquias ou nas fundações públicas.
b) RJU Lei nº 8.112, de 1990
Art. 1º. Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público
A Lei nº 8.112 de 1990, define como cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
CÓDIGO PENAL : Decreto-Lei nº 2.848, de 08 de dezembro de 1940
artigo 327 que: “Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente com ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”.
Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública
SERVIDOR PÚBLICO - RJU Das Responsabilidades
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor
por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do
cargo em que se encontre investido.
A partir de 1994 aumenta a fiscalização – TCU/CGU que se estruturam para cumprir a previsão constitucional estabelecidos nos artigos 70 e 71 da Constituição Federal, de 1988.
O que está previsto na legislação?
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a rpeda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
Constituição Federal
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII- prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;