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Mapeamento das principais fontes de energias renováveis e sua respectiva importância na matriz energética brasileira: uma abordagem teórica

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Mapeamento das principais fontes de energias renováveis e sua respectiva importância na matriz energética brasileira: uma

abordagem teórica

Rosane Bueno Machado (UNIC) rosanebueno1@yahoo.com.br Sandra Inês Horn Bohm (La Salle) sandra.bohm@hotmail.com

Andreas Dittmar Weise (UFSM) mail@adweise.de

Wanderlan Barreto da Rosa (UNIC) wanderlan.rosa@kroton.com.br

Resumo:

A energia permeia a vida de todas as pessoas. Nos dias atuais, há a necessidade de energia para praticamente todas as atividades diárias, como: para o uso doméstico, para o abastecimento de veículos e para o funcionamento das indústrias. No entanto, as fontes de energia fósseis estão ameaçadas devido às ações indiscriminadas do homem com o meio ambiente. Por este motivo há uma grande necessidade do desenvolvimento de projetos e de políticas que criem alternativas sustentáveis quanto ao uso responsável da energia e do melhor aproveitamento das fontes de energias renováveis.

Através de pesquisa exploratória baseada no levantamento bibliográfico e qualitativo, buscou-se descrever as principais fontes de energia renováveis e do seu papel na matriz energética brasileira. Os resultados evidenciam a responsabilidade de haver um melhor entendimento sobre os recursos energéticos e suas limitações, bem como seu uso de forma consciente e sustentável.

Palavras chave: Energia Renovável, Biomassa, Sustentabilidade

Mapping of the main renewable energy sources and their relative importance in the Brazilian energy matrix: a theoretical approach

Abstract

The energy permeates the lives of all people. Nowadays, there is a need energy for almost all daily activities, such as for domestic use, for the supply of vehicles and operation of industries. However, fossil fuel are endangered due to indiscriminate actions of man with the environment. For this reason there is a great need for the development of projects and policies that create sustainable alternatives regarding the responsible use of energy and better use of renewable energy sources. Through

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exploratory research based on literature review and qualitative attempted to describe the main sources of renewable energy and role in the Brazilian energy matrix. The results show the responsibility of having a better understanding of energy resources and their limitations as well as its use in a conscious and sustainable.

Key-words: Renewable Energy, Biomass, Sustainability

1 Introdução

É cada vez maior a preocupação da população mundial com o meio ambiente, em virtude dos efeitos visíveis de desequilíbrios provocados pelo homem na natureza. Os possíveis danos provocados por atitudes não planejadas do ser humano em relação á poluição do meio ambiente, especialmente, quanto ao lançamento de resíduos que são provenientes das mais diversas atividades desenvolvidas pela sociedade tem contribuído para uma mudança de comportamento da sociedade em relação ás questões ambientais.

O crescimento da economia e os padrões de vida elevados possuem algo em comum como o fato de se ter ao alcance a disponibilidade de energia para suprir suas necessidades. Com isso, feitos ocorridos em épocas de transições como a “Modernização do Ocidente”, ou seja, a transformação de uma vida no campo para cidade possibilitando melhores condições para a população, associada ao melhoramento da condição financeira. Alguns eventos trouxeram a questão da real importância da energia para a vida cotidiana, dentre eles podem ser citados o embargo do Petróleo em 1973, Revolução Iraniana em 1979, Guerra do Golfo Pérsico em 1991, em ainda a Invasão do Iraque em 2003. Diante desses feitos, as consequências surgiram com a existência de enormes filas para adquirir gasolina, os rigorosos invernos da década de 1970, com a necessidade de racionamento de gás natural. Mas essas consideradas crises energéticas passaram por período de esquecimento e acomodação na seguinte década apartir de 1980. Diante desse cenário, o resultado começava a aparecer, ou seja, o meio ambiente já sofria com essas atitudes desenfreadas do uso de combustível fóssil. A natureza já começava a mostrar sua inquietação com essas atitudes, o aquecimento global, chuvas ácidas, resíduos radioativos, enfim as preocupações com o meio ambiente e com possíveis desastres já começava a ganhar foco. (HINRICHS, 2010).

Hoje termos como ecologia, ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável e energias

renováveis são temas comuns no cotidiano das pessoas e constantemente abordados pela

mídia (BIDONE, 2001). Neste sentido, o presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de

apresentar uma abordagem sobre as principais fontes de energias renováveis e sua

importância na matriz energética brasileira, onde são apresentadas algumas considerações

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quanto à situação atual do Brasil sobre a utilização de projetos e políticas direcionadas ao melhor aproveitamento das energias renováveis disponíveis em seu território.

2 Metodologia

Quanto aos procedimentos metodológicos a pesquisa foi aplicada, porque tem finalidades imediatas e com o objetivo de gerar conhecimentos práticos dirigidos à solução de problemas específicos.

Quanto à abordagem do problema a pesquisa foi qualitativa, pois foi feita uma descrição e análise das informações referentes às fontes renováveis e a matriz energética brasileira que foram buscadas através da pesquisa bibliográfica e não foram utilizados métodos e técnicas estatísticas. Com relação aos objetivos, foi uma pesquisa exploratória, baseada no estudo bibliográfico.

Vergara (2010), enfatiza que as características das pesquisas são referenciadas quanto aos fins e aos meios. Quanto aos fins, esta pesquisa é classificada como um estudo exploratório, pois buscou ampliar o conhecimento existente em uma determinada área de interesse e descritivo, que tem por objetivo a descrição dos fatos e fenômenos ocorridos em determinado ambiente (GIL, 2008).

Quanto aos meios esta pesquisa é considerada como bibliográfica. Para Manzo (1973, pg.32), a bibliografia “oferece meios para definir, resolver não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente”

objetivando ao pesquisador “o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações”. Diante disso a pesquisa bibliográfica não se caracteriza somente por algo que já foi falado ou referenciado sobre determinado tema, mas enfoca a observação de um assunto sob um novo olhar, atingindo novas considerações.

3 Energia

Na visão de Tundisi, a palavra energia é “derivada de

enérgea, que em grego significa em

ação, é a propriedade de um sistema que lhe permite existir ou, como conceitua a Física, realizar trabalho” (TUNDISI, 1991, p.01).

A energia é utilizada diariamente pelo homem em formas diversas, como: cozinhar alimentos, fornecer combustível aos seus sistemas de transporte, aquecer ou refrigerar residências, movimentar indústrias, dentre inúmeras outras.

No entanto, desde o início da vida em sociedade, o homem preocupa-se em buscar fontes de

energia que possam ser geradas continuamente, ou armazenadas para serem consumidas nos

momentos de necessidade.

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Para Hinrichs (2012, p.01) “a energia é um dos principais constituintes da sociedade moderna.

Ela é necessária para se criar bens baseando-se em recursos naturais e com a finalidade de fornecer muitos serviços com os quais temos nos beneficiado”.

As mudanças constantes no cenário mundial, principalmente as relacionadas ao cenário econômico, a influencia da transformação da sociedade, diversos eventos políticos e os altos padrões de vida fazem com que as pessoas percebam a importância da energia para o funcionamento cotidiano da sociedade, além da necessidade de que exista energia disponível e confiável para um abastecimento adequado e eficaz.

Os combustíveis fósseis apesar de não serem fontes de energias renováveis são fontes por excelência, respondem por 80% do fornecimento global de energia global, afirma Geller (2003).

É oportuno destacar que cerca de um terço da população mundial, ainda depende quase que inteiramente da lenha e outras fontes de energias tradicionais para suprir as suas necessidades energéticas, não consumindo energia elétrica e gás natural, o que é um fator que contribui para seu empobrecimento. No entanto, os cidadãos mais ricos do mundo são os responsáveis pelo consumo cada vez maior de combustíveis fósseis, energia elétrica e nuclear.

“A continuidade do consumo cada vez maior de combustíveis fósseis causará muitos danos ao meio ambiente, um risco sem precedentes de mudança climática, além da rápida e crítica depleção dos recursos naturais”, alerta Gueller (GELLER, 2003, p.15).

Essas tendências críticas dos recursos energéticos poderá provocar o aprofundamento da desigualdade e do aumento das tensões entre nações, fazendo com que inflamem conflitos regionais e manifestações violentas, colocando em risco o bem-estar das futuras gerações.

Por estes motivos, segundo Geller (2003), é preciso que seja enfatizado a eficiência energética, além de existirem programas e políticas que promovam maior confiança em fontes de energias renováveis como a solar, a eólica e a bioenergia, para que todos os problemas associados aos atuais padrões e tendências energéticas possam ser mitigados.

4 Energias Renováveis

As fontes de energias renováveis como água, o vento, o sol e a biomassa foram utilizadas no período pré-industrial, a mudança para os recursos não renováveis teve início no século XVIII, quando a houve uma grande demanda na queima de combustíveis fósseis devido ao processo de industrialização. Atualmente, pode-se citar como fontes alternativas de energia:

“a energia hidrelétrica, a biomassa (madeira e derivados), o vento (energia eólica), a energia

fotovoltaica e a energia radiante solar para aquecimento, refrigeração e produção de

eletricidade” (HINRICHS, 2010, p.12).

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Sobre a utilização das modernas fontes de energias renováveis, aponta Geller que “as hidrelétricas e a eólica, bem como modernas formas de bioenergia, respondem por aproximadamente 4,5% do fornecimento total” (GELLER, 2003, p.17). A energia nuclear fornecer cerca de 6% da energia global. Já as fontes de energia sustentável respondem próximo de 14% do fornecimento global, mas a maior parte delas está em forma de fontes tradicionais. (GELLER, 2003, pg.17).

Ressalta-se que o uso desenfreado dos recursos energéticos é uma das principais causas que afetam o meio ambiente, pois é devido ao crescimento da utilização de combustíveis fósseis desde a era industrial que provocou o aumento da concentração de dióxido de carbono atmosférico em torno de 30% e, possivelmente, a elevação da temperatura global afirma Hinrichs (2010). Estes motivos são de suma importância que o homem desenvolva métodos para o uso eficiente das energias renováveis, evitando consequências trágicas para as gerações futuras.

As plantações de biomassa para energia, incluindo a disponibilidade de terras no futuro, poderiam fornecer o equivalente a um quarto ou até três quartos do consumo mundial de energia atual (TURKENBURG apud GELLER, 2003).

Sobre a energia solar, reforça Galdino et. al (2000) a mesma pode ser referenciada como fonte de energia sem fim, considerando que sua energia é uma das alternativas energéticas mais promissoras. Para exemplificar isso, os combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural foram gerados no interior da crosta terrestre a partir do resíduo de plantas e animais (‘biomassa do passado’) que necessitaram da radiação solar para o seu desenvolvimento.

Desta forma, conclui Galdino et.al (2000) que, a maior parte das fontes de energia, são oriundas, do trabalho da energia do sol que contribui de forma considerável para o seu desenvolvimento e para um posterior aproveitamento.

Afirma Geller (2003), que o desempenho e custos das tecnologias de energia renovável melhoraram sensivelmente nas ultimas duas décadas, na qual referencia a energia eólica como fator próximo de competição com a eletricidade gerada por usinas que utilizam combustíveis fósseis. A fonte solar fotovoltaica e outras formas de biomassa se ajustam ao fato se tornarem econômicas em áreas rurais de países em desenvolvimento onde a eletricidade de rede e combustíveis fósseis não estão disponíveis e são caros.

Geller (2003), ainda salienta que faz parte da energia da biomassa a madeira, silvicultura e

resíduos agrícolas e o uso de biomassa para energia é neutro em carbono desde que a

biomassa seja produzida de forma sustentável.

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Novas tecnologias para produzir e processar biomassa estão sendo desenvolvidas, onde estão incluídos novos tipos de plantios para produção de energia, sistemas de produção otimizados, tecnologias de gasificação, novos métodos para conversão de materiais celulósicos em álcool, e métodos para converter biomassa em outros combustíveis o hidrogênio.

É importante destacar a energia geométrica que utiliza o calor de dentro da terra para produzir vapor, água quente e energia. De acordo com Turkenburg apud Geller,(2003, p.35) “cerca de 45 bilhões de kWh de eletricidade e praticamente a mesma quantidade de energia térmica útil foram produzidos mundialmente com recurso geométricos em 1998”.

A possibilidade de uso da energia das usinas geométricas a nível mundial tem expandido nos últimos anos, sendo que se houver o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como a utilização de recursos de baixa temperatura ou perfuração de poços profundos e bombeamento de agua para extrair o calor de rochas subterrâneas pode acelerar o crescimento da energia geométrica.

No Brasil alguns trabalhos estão sendo desenvolvidos com intuito de amenizar os impactos dos processos energéticos e desenvolvê-lo de forma sustentável.

5 Brasil: Políticas e Cenários

Sobre o uso das energias renováveis no Brasil, ressalta-se que o país ainda se encontra em uma situação confortável em relação aos combustíveis fósseis. De acordo com o trabalho apresentado pelo secretário do Ministério de Minas e Energia, na divulgação do planejamento energético, a matriz elétrica mundial nos anos de 1980 e 2006, tem a participação de 85% e 81%, respectivamente, dos combustíveis fósseis – petróleo, carvão mineral, gás natural, energia nuclear, energia hidrelétrica e outras (UCZAI, 2010).

Frente a isso, foi relacionada uma tendência de que nos próximos anos as principais fontes renováveis no país sejam as derivados da cana-de-açúcar e uma redução do uso do petróleo e hidroelétricas, mas com incremento significativo na participação do gás natural, carvão e energia nuclear (UCZAI, 2010).

Quanto à energia hidrelétrica e da bioenergia, Geller (2003), afirma que as fontes renováveis de energia (no ano de 2000) foram responsáveis por aproximadamente 56% da oferta total de energia neste período, o que representa uma fração bastante elevada de energias renováveis para um país em desenvolvimento com renda média.

Além disso, a política energética do Brasil, nos últimos 25 anos, visou reduzir a dependência

do país do fornecimento externo de energia e estimular o desenvolvimento de fontes de

energias nacionais, conforme Geller (2003). Essas políticas foram concebidas com objetivo de

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aumentar a produção interna de petróleo, expandir a produção e o uso de álcool combustível, gerar a energia nuclear e conservar energia.

Além de um grande número de iniciativas e políticas energéticas nacionais, no ano de 2009 na conferência ‘Meio ambiente, energia e consumo’ na abertura do ‘Sustentar 2009 – na qual o secretário Paulo Altaur Pereira Costa, apresentou o planejamento energético no país considerando o curto, médio e o longo prazo. Plano Nacional de Energia/matriz Energética Nacional; Planos de Expansão de Energia; monitoramento de curtos períodos; e planejamento dos leilões em diversos setores – petróleo e gás, energia elétrica (geração e transmissão) e biodiesel (UCZAI, 2010).

No trabalho á longo prazo são referenciadas os fatores demográficos e o desempenho econômico que desempenham um importante papel na questão energética, pois há a previsão de aumento da população do país para o ano de 2030 para aproximadamente 238 milhões de habitantes, onde se terá 53 milhões de pessoas a mais consumindo energia o que será um desafio para o abastecimento e monitoramento dos impactos ambientais no país (UCZAI, 2010).

As diversas fontes de energia enfatizadas como a eólica e a biomassa, têm a vantagem de poder ser utilizadas em complemento à produção das usinas hidrelétricas brasileiras. Por exemplo, na região Nordeste, a energia eólica serve de complemento ao abastecimento hidráulico, já que nesta região, os períodos de chuvas são ao contrário aos dos ventos.

Nas regiões Sul e Sudeste, o mesmo acontece com a biomassa, na qual a colheita de safras propícias à geração de energia elétrica ocorre em período diferente do chuvoso, segundo Varella (apud MARTINS, 2010).

Por isso, estão sendo desenvolvidas políticas energéticas que visam minimizar os impactos causados ao meio ambiente na geração de energia, assim como, promover exploração e uso da energia de forma consciente, adequando estes recursos às necessidades da sociedade atual, mas procurando respeitar os limites destas fontes. Por isso, é essencial que a política energética seja organizada prevendo todas as restrições longo prazo e pelas situações á curto prazo (HINRICHS, 2010).

6 Importância da Matriz Energética

A importância das energias renováveis na matriz energética brasileira, é confirmada pelos números referente ao ano de 2007, onde a matriz energética brasileira dependia apenas 37%

do petróleo e os derivados de cana-de-açúcar já ultrapassavam o percentual relativo à

hidroeletricidade, ocupando o segundo lugar no fornecimento de energia dentro da matriz

(Figura 01).

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Figura 01 – Matriz de Oferta Interna de Energia no Brasil Fonte: UCZAI (2010, p.41)

Com esses dados, confirma-se que quase 46% da matriz energética brasileira é renovável, enquanto a totalidade das demais nações tem um percentual em torno de 14%, índice que varia apenas entre 6% e 7% nos países desenvolvidos. Segundo Uczai (2010), num horizonte á longo prazo, lenha e carvão vegetal devem representar somente 5,5% da matriz brasileira, enquanto que outras fontes renováveis, como biocombustíveis chegarão a 2030 com a participação de 9,1%, a tendência é o aumento da parte renovável da matriz energética brasileira e uma queda na parte da não renovável, com estimativa de redução de 10% no uso do petróleo até 2030.

Uczai (2010), complementa que a matriz de energia elétrica no Brasil, a projeção feita pelo Ministério de Minas e Energia indica que uma parcela renovável deve sofrer ajustes, por causa de restrições socioambientais, devendo chegar em 2030 a ter uma participação de 81%.

A situação atual da matriz de energia elétrica no Brasil pode ser observada no Quadro 01.

Capacidade Instalada

Tipo Potência kW %

Hidrelétrica 78.643.379 68,44

Gás 12.055.295 10,49

Petróleo 5.732.844 4,99

Biomassa 6.170.460 5,37

Nuclear 2.007.000 1,75

Carvão Mineral 1.530.304 1,33

Eólica 602.284 0,52

Importação 8.170.000 7,11

Total 114.911.566 100

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Quadro 01 – Matriz de Energia Elétrica no Brasil Fonte: ANEEL (apud MARTINS, 2010, p. 50)

Conforme se observa, no Brasil há um significativo percentual em geração de energia limpa (hidroelétrica), mas ainda há espaço para a aplicação das energias renováveis como Biomassa que tem um percentual de 5,37% e a eólica com apenas 0,52%.

É possível entender, ao se fazer uma análise dos dados apresentados que o país tem um grande potencial na geração de energia com fontes renováveis, isso acontece devido a sua privilegiada posição geográfica, com cerca de 90% de seu território em região tropical, o que favorece ao país ter abundantes fontes de energia renováveis.

Desta forma, o Brasil não apresenta um alto índice de utilização dos combustíveis fósseis como acontece em outros países e que hoje há uma grande preocupação mundial em buscar alternativas, em especial em países com escassez de fontes renováveis como os Estados Unidos, para a geração de energia baseada em outras fontes de energia que não sejam os combustíveis fósseis (GALDINO et.al., 2000).

Em relação às perspectivas para diversificação da matriz energética do Brasil, Uczai (2010) destaca que existem diversos projetos de pesquisas direcionados para o aproveitamento de energias renováveis no país, como por exemplo, a produção de eletricidade eólica, operação que está em atividade em alguns pontos do litoral do Ceará, praias das Fontes e Canoa Quebrada.

Outro estudo está sendo feito em relação à biomassa, com a utilização de biodigestores para o uso do esterco de caprinos na produção de biogás na região Nordeste do país, como acontece na região Sul, com a suinocultura através do Projeto Alto Uruguai – Cidadania Energia e Meio Ambiente, que é um projeto piloto em caráter nacional que visa tornar modelo na área de produção e consumo sustentável de energia em uma região de 29 municípios entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, culminando com a instalação de 35 unidades de biodigestores em propriedades rurais selecionadas num processo participativo.

Esses biodigestores proporcionam uma diminuição da carga orgânica de resíduos de instalação suinícolas. Eles contribuem para a redução da emissão de gases do efeito estufa gerados na atividade, e principalmente, para promover o aproveitamento energético do biogás que pode ser utilizado para diversas atividades.

7 Considerações Finais

Com base nas informações obtidas, destaca-se a responsabilidade de haver um entendimento

sobre os recursos energéticos e suas limitações, assim como os impactos que pode causar ao

meio ambiente pela sua utilização, pois energia envolve outros fatores além da geração,

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transmissão e distribuição, como o desenvolvimento econômico sustentável, a inclusão social, a melhora da qualidade de vida da população. E, tudo isso deve estar associado a uma conscientização de que a atividade influencia diretamente nas mudanças climáticas, no aquecimento global e nas questões ambientes desde as mais simples às mais amplas.

Com isso, o uso das fontes de energias renováveis pode ser ampliado principalmente no Brasil, que possui território e localização geográfica privilegiada para produção de energia renovável. Dessa forma fazendo com que o uso de combustíveis fósseis seja reduzido. Para tanto, mesmo que homem necessite sobreviver e satisfazer as suas necessidades básicas, dentre as quais estão às fontes de energia, como luz do sol, ar, água e alimentos; ele precisa buscar alternativas para a convivência e utilização destes recursos de forma harmônica e sustentável.

Referências

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GALDINO, Marco A. E. LIMA, Jorge H.G., RIBEIRO, Cláudio M., SERRA, Eduardo T. O contexto das energias renováveis no Brasil. Revista DIRENG. 2000. Disponível em:

http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Direng.pdf Acesso em 07 de agosto de 2011.

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HINRICHS, Roger A. Energia e meio ambiente/Roger A; Hinrichs, Merlin Kleinbach, Lineu Belico dos Reis;

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