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ATA DE JULGAMENTO DO PROCESSO Nº

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO

10ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL

ATA DE JULGAMENTO DO PROCESSO Nº. 00470-2009-010-19-00-3

No dia 01 de outubro do ano de dois mil e nove, às 12h, estando aberta a audiência da 10ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL, na sala de audiências da respectiva Vara, com a presença do Juiz do Trabalho Substituto LUIZ JACKSON MIRANDA JÚNIOR foram apregoados os litigantes: JOSÉ ELIAS DOS SANTOS, RECLAMANTE, e NORDESTE SEGURANÇA DE VALORES ALAGOAS - LTDA, RECLAMADO.

Partes ausentes. Examinados os autos e observadas às formalidades legais, passou a Vara do Trabalho a proferir a seguinte SENTENÇA:

1 - RELATÓRIO

JOSÉ ELIAS DOS SANTOS, devidamente qualificado nos autos do processo em epigrafe, através de advogado com procuração nos autos ajuizou reclamação trabalhista em face de NORDESTE SEGURANÇA DE VALORES ALAGOAS - LTDA, postulando pela procedência dos pedidos de horas extras no percentual de 60% e reflexos

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legais; pagamento de labor em dias considerados como extra; pagamento de horas fictas noturnas; horas de intervalo intrajornada; dobras de domingos e feriados laborados;

diferenças de horas noturnas; pagamento de reflexo das horas noturnas em RSR e FGTS;

indenização relativa a vale transporte e ticket alimentação; indenização por danos morais em face de revista intima e exposição de fotos; concessão da Justiça Gratuita. Juntou documentos.

Devidamente notificada a reclamada compareceu à audiência.

Foi recusada a primeira proposta de conciliação.

A reclamada, através de advogado com procuração nos autos, apresentou defesa escrita, onde defendeu a jornada convencional de 12 x 36, mencionou que o autor laborou tanto em jornada de 12 x 36, como também em jornada de oito horas diárias, no regime de 5 x 1; que cláusula convencional impedia o pagamento de horas fictas noturnas; que havia concessão de intervalo intrajornada de uma hora e que existe clausula normativa que dispõe que em caso de não pagamento será concedido indenização em dinheiro ou ticket refeição; que o reclamante, em virtude da predominância da jornada de 12 x 36, não faz jus ao pagamento de feriados laborados; que não existe reflexo de horas extras e adicional noturno sobre RSR; que não houve dano moral. Juntou documentos.

Valor da causa fixado para fins de alçada na importância de R$ 30.000,00.

Foram tomados os depoimentos das partes e inquiridas testemunhas arroladas pelo autor.

Razões finais reiterativas pelas partes.

Recusada a segunda proposta de conciliação.

É o relatório.

2 - FUNDAMENTAÇÃO

2.1 ¿ DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS E REFLEXOS LEGAIS

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Pugna o reclamante pela procedência dos pedidos em destaque, mediante o argumento de que estava sujeito a jornada de 12 x 36, mas que trabalhava em períodos de intervalo interjornada de 36 horas, denominados de extras, na média de seis por mês de trabalho.

A reclamada defende-se mediante o argumento de que a jornada de 12 x 36 sempre foi respeitada, e que o labor extraordinário sempre foi pago.

Em depoimento pessoal o reclamante confirmou sua causa de pedir, no que declarou que laborou em jornada de 12 x 36, das 7h às 19h, entretanto, no período de um mês laborava na freqüência de 6 ou 7 vezes no mesmo horário, no período de intervalo interjornada, no que tais dias de trabalho eram indicados em folhas de ponto.

Depois retificou o depoimento apenas para declarar que no mês de junho de 2007 trabalhou das 10h às 18h48, com 15 minutos de intervalo intrajornada, de segunda à sexta-feira, não se recordando se laborou aos sábados e domingos.

Por sua vez, o preposto em depoimento confirmou a jornada de trabalho de 12 x 36, das 7h às 19h, à exceção de um período que laborou em escala bancária, em jornada de 8 horas e 48 minutos por dia, de segunda à sexta-feira; que a jornada de trabalho não tinha intervalo intrajornada, apenas fornecimento de ticket refeição; que o labor em intervalo interjornada era eventual e havia pagamento em contracheque; que os horários laborados nos extras não são indicados no cartão de ponto, mas sim em folhas preenchidas pelos vigilantes e entregues na empresa.

Nos termos do artigo 818 da CLT, combinado com o artigo 333, I, do CPC, o ônus seria

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do reclamante.

Entretanto, registro que restou provado nos autos que a reclamada tinha mais de dez empregados, tendo apresentado registros de ponto invariáveis em alguns períodos e também incompletos, não abrangendo a totalidade do contrato de trabalho,

Tal realidade leva à imprestabilidade dos referidos documentos como meio de prova das alegações de defesa, o que enseja na inversão do ônus da prova, a teor do artigo 818 da CLT, combinado com o artigo 333, II, do CPC, já que é o reclamado quem possui a obrigação legal de anotar corretamente a jornada de trabalho dos seus empregados e fez alegação modificativa ao direito do autor com fundamento em tais documentos, que são considerados prova imprestável das alegações de defesa da reclamada.

O entendimento deste magistrado encontra amparo na jurisprudência predominante, no que cito especificamente o item III, da Súmula 338 do c. TST (os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir).

Desse modo, não tendo a reclamada de desincumbindo do referido ônus, é natural que a jornada de trabalho descrita pelo reclamante no depoimento seja considerada como laborada e levada em consideração para fins de apreciação dos pedidos em destaque.

Entretanto, levando em consideração as declarações da testemunha apresentada pelo autor, qual seja SILVIO CESAR DA COSTA BRAGA, fls. 251/252, entendo que o reclamante tinha média de extras mensal semelhante, qual seja, na freqüência de cinco por mês de labor, à exceção do mês de julho de 2007.

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Ressalto que por se tratar de labor em período de intervalo interjornada, todas as horas laboradas são consideradas como extras, pois se tratava de dia destinado a descanso.

Igualmente, levando em consideração o depoimento do autor, improcedentes as alegações e por conseqüência o pedido de horas extras mediante alegação de apresentação anterior ao horário das 7h e labor após às 19h, no curso da jornada de trabalho do reclamante.

Portanto, julgo procedente o pedido de pagamento de horas extras, no quantum de 60 por mês de labor, no percentual de 60% (com base nos instrumentos normativos juntados nos autos), com reflexos nos direitos de aviso prévio, 13º salários, férias proporcionais acrescidas de 1/3, RSR, FGTS do período acrescido de 40%.

Deve ser levado em consideração para fins de cálculo a evolução salarial do reclamante indicada nos contracheques juntados aos autos, em caso de mês omisso, adote-se o posterior.

E também o divisor 220 para fins de cálculo, haja vista que foi este foi o adotado nos instrumentos normativos onde ficou estipulada a jornada de 12 x 36, de forma específica na cláusula quarta, margem de negociação razoável e prevista legalmente.

2.2 - DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE ADICIONAL INTRAJORNADA NÃO CONCEDIDO NO PERCENTUAL DE 60%

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Aduz o reclamante que não tinha intervalo intrajornada, realidade que foi confirmada pelo preposto da empresa.

Ora, a respeito de intervalo intrajornada, entendo que se trata de norma de ordem pública, que não pode ser mitigada nem por negociação coletiva entre as partes, razão pela qual desconsidero as alegações de defesa da reclamada, no sentido de que havia pagamento de horas extras no percentual de 60% em decorrência da supressão do intervalo em questão, realidade não comprovada nos autos, pois nos contracheques tais pagamentos não são regulares, não tendo sido sequer levados em conta no TRCT juntado aos autos.

Igualmente, ressalvo que o não cumprimento integral do intervalo intrajornada remunerado enseja, nos termos da jurisprudência predominante, na consideração de que deve ser considerado como descumprido a totalidade do intervalo em questão.

Razões pelas quais julgo procedente o pedido de pagamento de adicional intrajornada não concedido, no quantum de 23 por mês de labor, a exceção do mês de julho/2007, onde deve ser adotado o quantum de 20 por mês de labor, com reflexos nos direitos de aviso prévio, 13º salários, férias proporcionais acrescidas de 1/3, RSR, FGTS do período acrescido de 40%.

Deve ser levado em consideração para fins de cálculo a evolução salarial do reclamante indicada nos contracheques juntados aos autos, em caso de mês omisso, adote-se o posterior.

E também o divisor 220 para fins de cálculo, haja vista que foi este foi o adotado nos instrumentos normativos onde ficou estipulada a jornada de 12 x 36, de forma específica na cláusula quarta, margem de negociação razoável e prevista legalmente.

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2.3 ¿ DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE HORAS FICTAS E REFLEXOS LEGAIS

O reclamante declarou em depoimento que somente laborava na jornada das 7h às 19h, em jornada de 12 x 36, a exceção do mês de julho/2007 quando trabalhou das 10h às 18h48, portanto, não há que se falar em jornada noturna, e muito menos horas fictas, motivos pelos quais julgo improcedente o pleito em destaque.

2.4 ¿ DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE DOMINGOS E FERIADOS LABORADOS DURANTE A RELAÇÃO DE EMPREGO

No que se refere aos domingos trabalhados, julgo improcedente pelo fato do autor laborar em jornada de 12 x 36, portanto, o dia de domingo era devidamente compensado com o intervalo interjornada gozado.

Já no que se refere ao pedido de pagamento de feriados laborados, julgo improcedente, pois o reclamante em depoimento não se recordou dos feriados que trabalhou.

2.5 ¿ DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE RSR JUNTO COM FGTS ACRESCIDO DA MULTA DE 40% SOBRE AS HORAS NOTURNAS PAGAS NOS RECIBOS DE PAGAMENTO DURANTE A RELAÇÃO DE EMPREGO EM ATENÇÃO A SUMULA 172 DO TST

Julgo improcedente o pedido em destaque, pois não havia pagamento de adicional

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noturno e por conseqüência reflexo de tais horas noturnas no RSR.

2.6 ¿ DOS PEDIDOS DE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO RELATIVA A DOIS VALES TRANSPORTES E DE TICKETS ALIMENTAÇÃO EM DECORRÊNCIA DO LABOR EM DIAS DE EXTRA

Levando em consideração os instrumentos normativos existentes nos autos, sendo pacífico o labor em dias de extra, por deveras razoável o deferimento de indenização equivalente a dez vales transporte por mês de labor, devendo ser levado em consideração o valor do vale em questão no período laborado pelo autor, o que será apurado em liquidação de sentença, após informação das partes a respeito do valor em questão.

Já em relação ao pedido de indenização de tickets alimentação, julgo procedente, no quantum de 5 por mês de labor, devendo ser levado em consideração o valor do vale em questão no período laborado pelo autor, o que será apurado em liquidação de sentença por simples cálculo do contador do juízo, após informação das partes a respeito do valor em questão.

2.7 ¿ DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE DIFERENÇAS DE FGTS ACRESCIDO DE 40%

Julgo procedente o pedido de pagamento de FGTS acrescido de 40% em relação aos reflexos de horas extras e adicional intrajornada sobre aviso prévio, 13º salário e RSR.

2.8 ¿ DOS PEDIDOS DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

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Pugna o reclamante inicialmente por pagamento de indenização por dano moral mediante o argumento de que por determinação da empresa realizava revista íntima em outros empregados.

No que se refere ao fato em questão, o reclamante sequer soube declarar o período em que realizou tais revistas, tampouco suas testemunhas.

Além do mais, não entendo que o fato em questão causa constrangimento ou repulsa ao reclamante ao ponto de ressarcimento por danos morais, pois o fato causa constrangimento ao empregado revistado, mas não ao que revista, pois este não possui sua intimidade ou partes íntimas do corpo reveladas para outros.

Razão pela qual julgo improcedente o pedido em questão.

O segundo pedido de indenização que analiso refere-se à alegação de que a empresa, no local de trabalho, afixava em mural algumas fotos de vigilantes mortos durante o serviço, em decorrência de assaltos, como forma de advertência para os empregados da empresa na realização do labor.

O fato em questão encontra-se robustamente provado, seja pelo depoimento do preposto, seja pela prova testemunhal apresentada pelo autor, seja pela prova emprestada juntada aos autos, no que cito a ata de audiência de fls. 242/244.

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Levando em consideração o depoimento da testemunha SILVIO CESAR COSTA BRAGA, bem como da prova emprestada de fls. 242/244, rejeito alegação do preposto de que a fixação de tais fotos foi somente por 20 dias, no que acolho alegação de que foram fixadas a partir de 2000, e em relação ao período em que fixaram afixadas, considero que ficaram até o final do ano de 2007.

Contudo, o importante nesta questão é o fato de que tais fotos ficaram expostas por período considerável, bem superior aos referidos 20 dias declinados pelo preposto, período suficiente para ensejar nos empregados da empresa o que reputo como terror psicológico, consistente na obrigação de se trabalhar com cuidado senão se teria o mesmo fim dos empregados assassinados cujos corpos eram expostos para apreciação dos demais trabalhadores que laboravam na empresa.

Ora, tal exposição macabra enseja em duplo desrespeito.

O primeiro em relação à imagem dos empregados mortos, que tinham fotos dos seus corpos dilacerados por tiros, expostos para o público dos empregados da empresa, exposição ilegal e indevida de sua imagem.

O segundo no que se refere aos empregados da empresa, que ficaram expostos a visão de colegas de trabalho assassinados no cumprimento do seu dever, pais de família como eles que perderam suas vidas no sustento dos seus, realidade que reputo como sádica, macabra, pois enseja no empregado que labora stress, terror psicológico, medo, receio de trabalhar, enfim, uma gama de sentimentos negativos.

Interessante a postura da empresa, que de forma magistral tem a brilhante idéia de exposição de tais fotos como forma de advertir seus empregados, como se eles já não

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conhecessem tal realidade...

Ou seja, não tem a idéia de incrementar os cursos ou rotinas de segurança dos seus empregados, e muito menos de dotar os carros-fortes da empresa de maior proteção ao poder de fogo dos marginais, além de melhorar os equipamentos de proteção de seus empregados, a exemplo de capacetes, coletes a prova de bala melhores, etc.

E não tem pelo simples fato de que tais procedimentos ensejariam em custos para a empresa, diminuindo-lhe a margem de lucros, mais fácil e barato fixar tais fotos de empregados assassinados no trabalho, como forma de deixar os empregados ¿alertas¿ no labor diário, independentemente dos danos psicológicos e do mal estar que tal exposição poderia causar em tais trabalhadores.

Ora, o reclamante tem o direito constitucional à ser tratado com dignidade, e o empregador tem o dever de proporcionar condições dignas de trabalho, no caso dos autos o que vislumbro é abuso do poder diretivo do empregador na fixação de tais fotos, que certamente ensejaram em danos morais em prol do autor, pois as provas existentes nos autos, no que cito a testemunha SILVIO CESAR COSTA BRAGA, comprova que ele teve acesso a tais fotos.

Portanto, com fundamento nos artigos 186 e 927 do CC, julgo procedente o pedido de pagamento de indenização por danos morais, no que arbitro o quantum em R$ 8.000,00.

Considerei para fins de indenização o fato em si, a capacidade econômica do ofensor e do ofendido, a reprovação social em relação ao fato em questão, a necessidade de que a sanção imposta seja inibitória da repetição de conduta semelhante pela reclamada.

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2.9 ¿ DA INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA

Em relação aos pedidos deferidos determino a incidência de juros de mora e correção monetária, na forma da Lei (artigo 833 da CLT; artigo 39, § 1º, da Lei n. 8.177/91 e artigo 15 da Lei n. 10.192/01) e da jurisprudência predominante e sumulada do c. TST (súmulas 200 e 381 do c. TST e OJ 300 da SDI-I do c. TST).

2.10 ¿ DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA

Com fundamento no artigo 790, § 3º, da CLT, defiro em prol da reclamante o direito em questão.

2.11 ¿ DOS RECOLHIMENTOS DEVIDOS

Para os fins do artigo 832, § 3º, da CLT, dos direitos que são objeto da sentença são de natureza remuneratória os de pagamento de horas extras e intervalo intrajornada não concedido e reflexos em 13º salários, RSR e aviso prévio; sendo os demais de natureza indenizatória, no que deve o reclamado apresentar comprovação de recolhimentos previdenciários devidos a encargo do empregador, sob pena de execução.

Em relação aos recolhimentos previdenciários e de IRRF a encargo da reclamante, incidentes sobre o valor da condenação, devem ser retidos quando do pagamento do valor principal e depois recolhidos regularmente, com posterior certificação nos autos, tudo nos

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termos da Súmula 368 do c. TST.

2.12 ¿ DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DA RECLAMADA

O preposto, que representa o empregador nos termos do artigo 843, § 1º, da CLT, apresentou alegação não verdadeira em depoimento ao mencionar que as fotos de empregados assassinados em serviço foram expostas apenas por vinte dias na empresa, fato negado pelas testemunhas ouvidas nos autos e especialmente em outra oportunidade por preposto da empresa, conforme indica a ata de fls. 242/244, onde se vê de forma expressa que o período de exposição foi muito superior aos mencionados vinte dias.

O que quis o referido preposto com tal alegação?

Logicamente lograr o Juízo, levar ao erro, no que fica claro a falta com a verdade de tal declaração.

Razões pelas quais, com fundamento no artigo 17, II, do CPC, reputo a empresa como LITIGANTE DE MÁ-FÉ, no que a condeno, nos termos do artigo 18, § 2º, do mesmo diploma legal, no pagamento de multa de 1% no valor de R$ 300,00, e indenização que ora fixo em 20% sob o valor da causa, o que enseja na quantia de R$ 6.000,00.

2.13 ¿ DOS PEDIDOS DA RECLAMADA

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No que se refere ao pedido de cominação de litigância de má-fé, julgo improcedente, pois o autor não incidiu em nenhum ato considerado como tal.

Julgo procedente o pedido de compensação em relação as horas extras pagas que estão indicadas nos contracheques, em relação as horas de intervalo intrajornada deferidas nesta sentença.

2.14 ¿ DA LIQUIDAÇÃO DO FEITO

Quantum debeatur apurado em liquidação de sentença, com incidência de juros de mora e correção monetária em face dos pedidos deferidos na sentença e nos termos da jurisprudência predominante, no que cito as Súmulas nº. 200 e 381 do c. TST, no que também incluiu os recolhimentos devidos pelas partes.

Devem ser compensados os valores pagos pela reclamada a título de horas extras indicadas nos contracheques.

Deve ser considerada a evolução salarial do autor e também deve ser considerado para fins de cálculo do pagamento de horas extras e adicional intrajornada o salário contratual, acrescido de adicional de risco e produtividade.

2.15 ¿ DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS

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Levando em consideração que houve delimitação e determinação de recolhimentos previdenciários, após o trânsito em julgado da sentença expeça-se ofício informativo para a PFG/AL (INSS).

Expeçam-se ofícios a SRTE e MPT, com cópia da sentença, para que tenham ciência dos atos de desrespeito a legislação trabalhista por parte da reclamada.

3 - CONCLUSÃO

Ante ao exposto, nos autos da reclamação trabalhista ajuizada por JOSÉ ELIAS DOS SANTOS em face de NORDESTE SEGURANÇA DE VALORES ALAGOAS - LTDA, decido, nos termos da fundamentação que integra o presente dispositivo, o seguinte:

- Julgar PROCEDENTES a maioria dos pedidos de pagamento postulados na inicial, no que condeno a reclamada, no prazo de quinze dias após a efetiva liquidação da sentença e nos termos do artigo 475-J do CPC, aplicado de forma subsidiária ao processo do trabalho, a pagar para o autor os pleitos de horas extras, no quantum de 60 por mês de labor, no percentual de 60%, com reflexos nos direitos de aviso prévio, 13º salários, férias proporcionais acrescidas de 1/3, RSR, FGTS do período acrescido de 40%;

adicional intrajornada não concedido, no quantum de 23 por mês de labor, a exceção do mês de julho/2007, onde deve ser adotado o quantum de 20 por mês de labor, com reflexos nos direitos de aviso prévio, 13º salários, férias proporcionais acrescidas de 1/3, RSR, FGTS do período acrescido de 40%; FGTS acrescido de 40% em relação aos reflexos de horas extras e adicional intrajornada sobre aviso prévio, 13º salário e RSR;

indenização relativa ao vale-transporte e ticket alimentação; indenização por dano moral no valor de R$ 8.000,00; tudo com juros de mora e correção monetária, na forma da Lei;

- Julgar IMPROCEDENTES os demais pedidos de pagamento por falta de amparo legal;

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- Julgar PROCEDENTE o pedido do autor para lhe deferir os benéficos da Justiça Gratuita;

- Com fundamento no artigo 17, II, do CPC, reputo a empresa como LITIGANTE DE MÁ-FÉ, no que a condeno, nos termos do artigo 18, § 2º, do mesmo diploma legal, no pagamento de multa de 1% no valor de R$ 300,00, e indenização que ora fixo em 20%

sob o valor da causa, o que enseja na quantia de R$ 6.000,00;

- Julgar PROCEDENTE, EM PARTE, o pedido da reclamada, apenas para determinar a compensação das horas extras pagas que constam nos contracheques, em relação ao direito deferido na sentença de horas de intervalo intrajornada.

Para os fins do artigo 832, § 3º, da CLT, dos direitos que são objeto da sentença são de natureza remuneratória os de pagamento de horas extras e intervalo intrajornada não concedido e reflexos em 13º salários, RSR e aviso prévio; sendo os demais de natureza indenizatória, no que deve o reclamado apresentar comprovação de recolhimentos previdenciários devidos a encargo do empregador, sob pena de execução. Em relação aos recolhimentos previdenciários e de IRRF a encargo da reclamante, incidentes sobre o valor da condenação, devem ser retidos quando do pagamento do valor principal e depois recolhidos regularmente, com posterior certificação nos autos, tudo nos termos da Súmula 368 do c. TST.

Quantum debeatur apurado em liquidação de sentença, com incidência de juros de mora e correção monetária em face dos pedidos deferidos na sentença e nos termos das súmulas nº. 200 e 381 do c. TST, no que também deve incluir os recolhimentos devidos pelas partes.

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Após o trânsito em julgado da sentença determino a expedição de ofícios para a SRTE e o MPT.

Custas pela reclamada no valor de R$ 500,00, calculadas sobre R$ 25.000,00, valor que arbitro para fins de condenação.

Notifiquem-se as partes. Nada mais.

E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei.

_________________________________________________

LUIZ JACKSON MIRANDA JÚNIOR - Juiz(a) do Trabalho _________________________________________________

MARCOS JOSÉ DOS SANTOS- Diretor(a) de Secretaria

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