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Proteção de Máquinas e Equipamentos

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Academic year: 2021

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Unidade 1

Livro Didático Digital

Daniele Melo de Oliveira

Proteção de Máquinas e Equipamentos

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Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autora

DANIELE MELO DE OLIVEIRA

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A AUTORA

Daniele Melo de Oliveira

Olá. Meu nome é Daniele Melo de Oliveira. Sou formada em Administração de Empresas, possuo especializações nas áreas de Gestão de Negócios Empresariais, Gestão Educacional, Logística Empresarial e da Qualidade, e sou mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pelo Instituto Federal do Paraná. Atualmente, sou docente na Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar o seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder te ajudar nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

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SUMÁRIO

Princípios gerais da NR-12... 12

Arranjos físicos nas instalações industriais ...23

Instalações, máquinas e equipamentos elétricos ...33

Dispositivos de partida, acionamento e parada ...43

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LIVRO DIDÁTICO DIGITAL

UNIDADE

01

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INTRODUÇÃO

Você sabia que a maioria dos trabalhadores brasileiros que atuam com máquinas e equipamentos não desenvolve as suas atividades com segurança, em prol da saúde no trabalho? Essa é uma triste realidade e é agravada pelo fato de que, nos currículos escolares dos mais variados graus de formação, é dedicado pouco tempo à formação voltada para as ações de prevenção e segurança.

Com o passar dos anos, profissionais e estudiosos de administração de empresas vem dedicando o seu tempo para o desenvolvimento de pesquisas voltadas às técnicas de segurança do trabalho em áreas, tais como a administração da produção, a logística e a de materiais, as quais estão diretamente ligadas à instalação e uso de máquinas e equipamentos de pequeno, médio e grande porte.

Esses estudos são necessários, tendo em vista que o sucesso das empresas também está diretamente relacionado aos cuidados durante o uso de máquinas e de equipamentos, e à saúde do trabalhador. O ideal é produzir com qualidade e segurança. Além disso, tais aspectos estão diretamente vinculados com a idoneidade das empresas e são imprescindíveis para o processo de vendas, principalmente no que se refere às exportações.

É possível afirmar que toda atividade de trabalho oferece algum tipo de risco. Na área da saúde e da segurança, são reconhecidos os riscos físicos, químicos e biológicos. Assim, para que as máquinas e equipamentos de uma planta industrial, por exemplo, funcionem em plena conformidade e segurança, os riscos devem ser estudados, calculados, minimizados e, se possível, evitados.

Diante disso, a proteção de máquinas e equipamentos é uma função da administração de empresas, de forma a promover a estabilidade nas ações de gestão para a produção industrial e o atendimento ao cliente.

Achou interessante? Ao longo dos capítulos, você aprenderá muito mais sobre a proteção de máquinas e equipamentos, com foco nas atividades industriais do Brasil. Bons estudos!

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OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender os princípios da proteção de máquinas e de equipamentos em instalações industriais, bem como a importância da NR-12 e da ABNT;

2. Reconhecer os arranjos físicos mais comuns nas instalações industriais e os pontos de atenção quanto à sinalização de máquinas e equipamentos;

3. Identificar os agentes de risco em instalações, máquinas e equipamentos elétricos de acordo com a ABNT;

4. Diagnosticar os riscos em dispositivos de partida, acionamento e parada, aplicando técnicas de proteção individual e coletiva segundo a ABNT.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

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Princípios gerais da NR-12

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), ao término deste capítulo, você terá compreendido a importância da legislação e das normas regulamentadoras que circundam a saúde e a segurança do trabalho, em prol do manuseio de máquinas e de equipamentos de trabalho. Você também terá entendido mais especificamente a Norma Regulamentadora nº 12, popularmente conhecida como NR-12, a qual define as condições mínimas de segurança para a instalação, acionamento e uso de máquinas e equipamentos. Curioso(a)?

Ao trabalho!

Com o advento da Revolução Industrial no século XX, a forma de trabalho se modificou, uma vez que deixou de ser artesanal e passou a enfatizar o manuseio de máquinas e de equipamentos. Inicialmente, a preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador era praticamente inexistente, assim como a manutenção e o zelo com os próprios instrumentos de trabalho. Naquela época, o trabalhador era, inclusive, comparado às ferramentas de trabalho.

Observe a figura a seguir, que remete a importância da Saúde e da Segurança no Trabalho (SST) durante as práticas laborais:

Figura 1 – Importância da SST

Fonte: Pixabay

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No período da Revolução Industrial, as jornadas de trabalho eram intensas e o ambiente físico era desfavorável para a alocação e o uso de máquinas e equipamentos. Além do mais, a baixa iluminação do local e os desequilibrados graus de temperatura e de umidade tornavam ainda mais insalubres as formas de trabalho. Contudo, nascia a consciência do trabalhador, já que do “trabalho nascerá a consciência; com a consciência o ato reflexo passará a ser trabalho. Pelo trabalho, ao gerar este a consciência, o animal transformara-se em homem” (MAGALHÃES FILHO, 1979, p. 12).

Devido ao surgimento de inúmeras doenças laborais e de caráter infectocontagioso, o Estado passou a intervir nos locais físicos de trabalho e deu espaço para a realização de inúmeras discussões quanto à saúde do trabalhador e à proteção de máquinas e equipamentos. Por conseguinte, consolidou-se uma forma de lei por meio das Normas Regulamentadoras (NRs). O artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ressalta que

”as empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho” (BRASIL, 1943, on-line).

Nesse sentido:

O trabalhador manual pertence ao passado e que neste novo contexto já não há mais espaço para ele. O principal recurso de capital, o investimento básico, mas também o centro de custos de uma economia desenvolvida é o trabalhador intelectual, que põe em prática tudo o que seu intelecto absorveu por intermédio de uma educação sistemática; isto é, conceitos, ideias e teorias, em vez do homem que põe em ação apenas sua habilidade manual e braçal. (DRUCKER, 1975, p. 35)

Quanto maior for o grau de trabalho manual, maiores são os riscos de acidente de trabalho.

Diante disso, nasciam os profissionais voltados para a gestão e a segurança, a fim de estudar os diversos ramos empresariais para salvaguardar a saúde humana. Atualmente, são conhecidos como os

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profissionais de saúde e segurança no trabalho e são os responsáveis pelo estudo das Normas Regulamentadoras para identificar, eliminar e controlar as situações de riscos.

As Normas Regulamentadoras, como a NR-12, apresentam definições e orientações sobre os procedimentos a serem tomados pelas empresas. Em especial, a NR-12 atende aspectos específicos no que se refere às máquinas e aos equipamentos. As NRs são as bases das leis que regem os direitos e os deveres das empresas, com o intuito de garantir o bem estar, a saúde e a segurança de empregadores e empregados.

Sobre os princípios gerais de segurança, a NR-12 explica que:

Esta Norma Regulamentadora - NR e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nos demais NRs aprovadas pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais ou nas normas internacionais aplicáveis e, na ausência ou omissão destas, opcionalmente, nas normas Europeias tipo “C” harmonizadas. (BRASIL, 2019, p. 2)

No quadro a seguir, é apresentado um breve resumo, em forma de linha do tempo, dos períodos da história mais relevantes para a saúde e a segurança do trabalho no Brasil:

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Quadro 1 – Linha do tempo da saúde e segurança do trabalho no Brasil

Fonte: Elaborado pela autora.

Atualmente, muitos empregadores e empregados no Brasil realizam a leitura das Normas Regulamentadoras quanto à saúde, segurança e manuseio de máquinas e de equipamentos sem se preocuparem com a interpretação de ações de prevenção de acidentes e conservação dos instrumentos de trabalho. Infelizmente, muitas empresas brasileiras só implantam as Normas Regulamentadoras por receio da fiscalização. Assim, o tema “preservação e segurança” se tornou um assunto de interesse multidisciplinar, na busca pela identificação de riscos, prevenindo-os

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e eliminando situações inseguras que envolvam homens, máquinas e equipamentos.

Na figura a seguir, é possível traçar uma reflexão sobre a cultura dos empresários brasileiros de se aterem apenas à leitura das Normas Regulamentadoras, que, apesar de muito importantes, requerem uma interpretação para a melhor alocação de práticas construtivas.

Figura 2 – Leitura das Normas Regulamentadoras

Fonte:Pixabay

A NR-12 define as condições mínimas de segurança nas instalações de máquinas e equipamentos, bem como em seus dispositivos de acionamento e proteção, assentos, mesas, fabricação, comercialização, manutenção e operação. A figura apresentada a seguir faz uma alusão à diversidade de máquinas e de equipamentos contemplados pela NR-12:

Figura 3 – Máquinas e equipamentos

Fonte: Pixabay

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De acordo com a NR-12, “entende-se como fase de utilização o transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento” (BRASIL, 2019, p. 3).

Os objetivos da NR-12 são inerentes à definição de referências técnicas, de princípios fundamentais de segurança e de medidas de proteção. Para tanto, estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes de trabalho nas fases de um projeto (elaborado por um profissional tecnicamente habilitado) e na utilização de máquinas e de equipamentos. Sobre a aplicabilidade da NR-12, observe a figura a seguir, que representa a ideia de que o funcionamento de um elemento depende de outro:

Figura 4 – Um elemento depende do outro

Fonte: Elaborado pela autora.

A NR-12 estabelece os padrões mínimos de segurança que podem ser aplicados em ações adicionais pelas empresas.

A fase de projeto é de suma importância para as indústrias e deve ser desenvolvida por um profissional devidamente habilitado, o qual se

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responsabilizará tecnicamente pelo funcionamento das máquinas e dos equipamentos. Caso haja acidentes com a operação de máquinas e de equipamentos, tanto o profissional projetista quanto a empresa que o contratou serão responsabilizadas legalmente, pois se espera que ambas as partes conheçam plenamente a NR-12.

A NR-12 também se aplica à:

Fabricação.

Importação (para o Brasil).

Comercialização.

Exposição.

Cessão, empréstimo.

Entretanto, você pode se perguntar: há máquinas e equipamentos em que não se aplica a NR-12? A resposta é: sim! Observe o esquema exposto no quadro a seguir:

Quadro 2 – Máquinas e equipamentos e sua respectiva descrição

Fonte: Elaborado pela autora.

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A NR-12 também não se aplica a equipamentos de pequeno porte, transportáveis ou semiestacionáveis, tais como furadeiras, lixadeiras, entre outros. Para esses casos, aplicam-se os dispositivos individuais de segurança:

Esta NR não se aplica:

a) às máquinas e equipamentos movidos ou impulsionados por força humana ou animal;

b) às máquinas e equipamentos expostos em museus, feiras e eventos, para fins históricos ou que sejam considerados como antiguidades e não sejam mais empregados com fins produtivos, desde que sejam adotadas medidas que garantam a preservação da integridade física dos visitantes e expositores;

c) às máquinas e equipamentos classificados como eletrodomésticos;

d) aos equipamentos estáticos;

e) às ferramentas portáteis e ferramentas transportáveis (semiestacionárias), operadas eletricamente, que atendam aos princípios construtivos estabelecidos em norma técnica tipo “C” (parte geral e específica) nacional ou, na ausência desta, em norma técnica internacional aplicável;

f) às máquinas certificadas pelo INMETRO, desde que atendidos todos os requisitos técnicos de construção relacionados à segurança da máquina. (BRASIL, 2019, p. 3)

A NR-12 também não se aplica em todas as máquinas e equipamentos que seguem as normas nacionais ou internacionais de segurança e os padrões de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para que haja uma construção segura.

Por outro lado, a NR-12 se aplica a todas as fases que envolvem máquinas e equipamentos, tais como transporte, montagem, instalação

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e ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmontagem. Nesse processo, ressaltam-se as responsabilidades de todos os profissionais que interagem com cada uma dessas fases dentro e fora do espaço físico da empresa.

Além disso, os trabalhadores que interagem com máquinas e equipamentos devem:

a) cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros de operação, alimentação, abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação, desmonte e descarte das máquinas e equipamentos;

b) não realizar qualquer tipo de alteração nas proteções mecânicas ou dispositivos de segurança de máquinas e equipamentos, de maneira que possa colocar em risco a sua saúde e integridade física ou de terceiros;

c) comunicar seu superior imediato se uma proteção ou dispositivo de segurança foi removido, danificado ou se perdeu sua função;

d) participar dos treinamentos fornecidos pelo empregador para atender às exigências/requisitos descritos nesta NR;

e) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas nesta NR. (BRASIL, 2019, p. 4)

A NR-12 é uma norma bastante técnica, mas as últimas alterações otimizaram bastante o seu entendimento, tendo em vista que as adequações necessárias para as máquinas e equipamentos se tornaram mais claras:

Sob o título “Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos”, a décima segunda Norma Regulamentadora do Trabalho, estabelece requisitos mínimos de segurança visando à prevenção de acidente. A Portaria SIT 197, de

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17/12/2010, alterou a NR-12 aprovada pela Portaria 3.214/78.

(LIMA; TEIXEIRA, 2015, p. 45)

IMPORTANTE:

Antes das últimas alterações realizadas na NR-12, muitas máquinas e equipamentos perdiam a garantia em detrimento da necessidade de adequação à norma.

As últimas mudanças também facilitaram ainda mais o processo de importações de máquinas e equipamentos, já que não há a necessidade de adequações, desde que sigam as normas internacionais de segurança.

Já as premissas básicas de segurança voltadas à segurança e à saúde do trabalhador que interage com os processos industriais, na NR- 12, continuam inalteradas. Se necessário, o gestor pode buscar maiores informações quanto à segurança de máquinas e equipamentos não só na NR-12, mas em outras normas nacionais, internacionais e até mesmo nas europeias, e deve seguir a hierarquia descrita na imagem a seguir:

Figura 5 – Hierarquia de normas

Fonte: Elaborado pela autora.

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Em relação aos colaboradores com necessidades especiais, as informações e os treinamentos sobre a segurança devem ser cumpridos de acordo com as necessidades locais e individuais.

Em relação aos colaboradores com necessidades especiais, as informações e os treinamentos sobre a segurança devem ser cumpridos de acordo com as necessidades locais e individuais.

RESUMINDO:

Vamos resumir o que aprendemos? As Normas Regulamentadoras em relação à saúde e à segurança do trabalhador em seu ambiente de trabalho fazem parte de uma conquista histórica adquirida e vêm evoluindo nos últimos anos. Neste capítulo, foi enfatizada a NR-12, a qual trata das máquinas e dos equipamentos, com foco em suas alterações realizadas, a fim de simplificar o seu entendimento para uma prática segura e direcionar os usuários a utilizarem outras normas, tais como as nacionais, internacionais e europeias, se necessário. No próximo capítulo, trabalharemos os arranjos físicos nas instalações industriais. Continue conosco!

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Arranjos físicos nas instalações industriais

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), você sabia que quando são estudadas novas instalações fabris, reformas ou quaisquer tipos de ampliação em um ambiente de produção, é preciso que se façam estudos acerca do arranjo físico, também conhecido como layout? Isso mesmo! Essa necessidade se deve ao fato de que qualquer tipo de mudança envolve investimentos financeiros e tendo em vista a necessidade de preservação da saúde e segurança do trabalhador e dos clientes externos à organização. Continue conosco nessa jornada para saber mais sobre a temática!

Devido às exigências do mercado globalizado, o qual determina uma alta capacidade de produtividade para o aumento da competitividade, os estudos sobre a elaboração de arranjos físicos seguros para as instalações industriais, de acordo com o que a legislação vigente preconiza, vêm sendo amplamente discutidos entre os profissionais de engenharia e de gestão:

Em tempos de rápida evolução tecnológica, é fundamental para qualquer empresa a busca por eficiência em seus processos, objetivando redução de custos e maximização de seus lucros, sem comprometer seu crescimento. Para tanto uma das ferramentas muito utilizadas é o planejamento do arranjo físico. (NASCIMENTO, FARIAS; GENTIL, 2016, p. 02)

O layout ou arranjo físico é uma das características mais evidentes em uma operação industrial, porque ele determina o formato e a aparência do ambiente de trabalho. Na maioria das organizações, o layout não engloba apenas a linha de produção, mas também todo o chão

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de fábrica. O arranjo físico abrange tudo aquilo que os clientes internos (dentro da organização) e externos (de fora da organização) veem. Por isso, as atividades e os estudos que envolvem arranjos físicos industriais são multidisciplinares, ou seja, podem contar com a participação de diversas áreas de conhecimento:

O Arranjo físico busca aproveitar de forma ideal o espaço físico da empresa, organizando máquinas, equipamentos, pessoas, informação e departamentos, tendo em vista implantar um fluxo do processo produtivo com fluência harmoniosa e evolutiva e, assim, evitar qualquer desperdício ou custos adicionais. (VILLAR; PORTO, 2007, p. 03)

Layout é um termo em inglês que significa “desenho da distribuição física”.

O arranjo físico precisa estar logicamente alocado para facilitar a movimentação segura das pessoas no processo de atendimento das necessidades de produção. Além disso, deve ser bem apresentado esteticamente, a fim de atrair e despertar o interesse dos seus colaboradores e clientes. “Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas em conformidade com as normas técnicas oficiais” (BRASIL, 2019, p. 4).

A figura a seguir é uma alusão à dimensão dos arranjos industriais espalhados pelo Brasil, os quais requerem profissionais habilitados para a interação com o ambiente físico e o desenvolvimento de mudanças sempre que necessário.

Figura 6 – Arranjo físico industrial

Fonte: Pixabay

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Segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a indústria brasileira é responsável por “21,6% da participação do PIB (Produto Interno Bruto), 70,8% das exportações de bens e serviços, 34,2% da arrecadação de tributos federais (exceto receitas previdenciárias)”.

IMPORTANTE:

Um dos motivos pelos quais as decisões quanto ao arranjo físico são importantes se dá no fato de que elas afetam a capacidade de instalação e a produtividade das indústrias.

O arranjo físico ou layout pode ser entendido como o modo com que se encontram dispostos fisicamente os recursos físicos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação comercial ou industrial.

Além disso, pode determinar a forma como uma empresa produzirá ou venderá, pois expõe de forma visível todas as partes da planta organizacional:

As máquinas, as áreas de circulação, os postos de trabalho e quaisquer outros locais em que possa haver trabalhadores devem ficar posicionados de modo que não ocorra transporte e movimentação aérea de materiais sobre os trabalhadores.

(BRASIL, 2019, p. 5)

O arranjo físico deve fazer parte da estratégia competitiva da empresa, pois um bom projeto eliminará as atividades que não agregam valor e enfatizará as que agregam. São inúmeros os fatores que levam uma organização a planejar o arranjo físico, que podem ir desde a necessidade de expansão da capacidade produtiva, as necessidades de introdução de novos produtos na linha de produção, a melhoria das condições do ambiente de trabalho, a diminuição dos custos operacionais até a economia de movimento dos colaboradores.

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A figura a seguir representa ilustrativamente as diversas necessidades de planejamento de arranjo físico industrial:

Figura 7 – Arranjo industrial

Fonte: Pixabay

“Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas em conformidade com as normas técnicas oficiais” (BRASIL, 2019, p. 4). O piso de uma indústria, por exemplo, deve ser o mais adequado possível para o seu tipo de produção.

Assim, a sua construção deve ser projetada de forma a comportar o peso de máquinas e equipamentos necessários para cada categoria de produção, além de suportar as necessidades de demarcação, conforme legislação, na garantia da segurança das pessoas que interagem com o processo.

Nesse sentido, a NR-12 sustenta que o “piso do local de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos e das áreas de circulação devem ser resistentes às cargas a que estão sujeitos e não devem oferecer riscos de acidentes” (BRASIL, 2019, p. 5). Caso haja a necessidade

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de utilização de cores nos pisos industriais, a coloração deve ser a mais discreta possível, a fim de não ocasionar distração, confusão ou fadiga nos usuários. A indicação de pisos por cores deve seguir as orientações da NBR 7195, que discorre sobre as cores para segurança, a NBR 13434, que trata da sinalização de segurança contra incêndio e pânico, a NBR 6493, que aborda a identificação por cores para tubulações, entre outras normativas que se fizerem necessárias para a adequação aos processos industriais.

A NR-12 ainda sustenta que, nos “locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas em conformidade com as normas técnicas oficiais” (BRASIL, 2019, p. 4). Não só, mas que é “permitida a demarcação das áreas de circulação utilizando-se marcos, balizas ou outros meios físicos” e que as

“áreas de circulação devem ser mantidas desobstruídas” (BRASIL, 2019, p. 4-5).

A figura a seguir representa as diferentes necessidades de piso industrial, a fim de permitir a circulação de pessoas, máquinas, equipamentos e demais materiais, tais como matéria-prima:

Figura 8 – Ambiente industrial

Fonte: Pixabay

Vale ressaltar que a empresa deve consultar os órgãos competentes antes do seu funcionamento para a inspeção prévia das instalações

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industriais. Além do mais, as organizações devem se submeter aos códigos municipais e estaduais vigentes, e demais jurisdições que se façam necessárias para a saúde do trabalhador.

IMPORTANTE:

Mudanças no arranjo físico devem ser planejadas e gerenciadas, pois podem representar a elevação de custos e dificuldades técnicas nas operações de produção.

Os princípios inerentes aos estudos que levam à subdivisão dos tipos de arranjo físico envolvem as necessidades de economia de movimento dos colaboradores, de fluxo progressivo da produção, de flexibilidade, de integração e de atendimento ao cliente.

A figura a seguir apresenta de forma ilustrativa um esquema com os princípios dos arranjos físicos industriais:

Figura 9 – Princípios dos arranjos físicos industriais

Fonte: Elaborado pela autora.

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Para a compreensão da figura anterior:

Economia de movimentos – todas as ferramentas, instrumentos e equipamentos de trabalho devem ficar ao alcance da mão dos trabalhadores.

Fluxo progressivo – o arranjo físico deve observar o fluxo dos processos de trabalho para se adequar ao sentido de produção e melhorar a comunicação e interação entre as pessoas dos postos de trabalho, otimizando o tempo de produção.

Flexibilidade – o layout ou arranjo físico moderno deve facilitar as mudanças necessárias, a fim de que sejam executadas em um curto espaço de tempo e a baixo custo.

Integração – o arranjo físico ou layout deve oportunizar a integração e a comunicação entre os colaboradores.

Atendimento ao cliente – tendo em vista que há, no arranjo físico, uma área de atendimento ao cliente, deve-se considerar a localização da planta física, os fatores de periculosidade e insalubridade, bem como a capacidade de atendimento físico ao público.

IMPORTANTE:

Quando as mudanças no arranjo físico são radicais, normalmente, envolvem decisões de nível estratégico, devido aos altos investimentos.

Nos ambientes industriais, existem vários tipos de arranjos físicos, os quais são classificados de acordo com as necessidades do ambiente, e a escolha do melhor modelo caberá aos gestores. Segundo Chiavenato (1999, p. 283), a decisão ocorre sempre que existem duas ou mais alternativas ou formas diferentes de se fazer algo. Entre os arranjos físicos industriais, os mais utilizados são:

Arranjo físico ou layout celular – nesse modelo, as células de manufatura são definidas por intermédio da similaridade, em um

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processo de geometria. Com ele, o fluxo interno da célula estará mais bem definido, proporcionando um melhor acompanhamento do processo de produção.

Arranjo físico ou layout produto – nesse modelo, o arranjo é definido pela sequência de fabricação. Esse sistema facilita o sistema de produção.

Arranjo físico ou layout processo – esse modelo é um agrupamento de equipamentos de acordo com o seu processo. Não há um fluxo definido e normalmente apresenta problemas de acompanhamento da produção.

Arranjo físico ou layout posicional – também conhecido como “de posição fixa”, nesse modelo, o produto ou serviço são muito grandes e delicados de serem removidos. É empregado quando recursos e pessoas utilizam grandes áreas e precisam se movimentar.

As principais vantagens de um planejamento adequado do arranjo físico industrial estão relacionadas com:

O aumento da produtividade, devido à alocação correta do maquinário.

A redução dos índices de desgaste da mão de obra operacional.

A redução da alocação do espaço físico, devido à compactação do ambiente.

Já as principais vantagens de um arranjo físico adequado são:

Deslocamento eficiente de mão de obra.

Facilitação da comunicação entre as pessoas.

Facilitação do acesso às operações, máquinas e equipamentos.

Redução do tempo de ciclo das operações.

Auxílio na utilização do espaço físico de forma eficiente.

Toda empresa objetiva produzir um produto ou serviço para satisfazer às necessidades dos clientes e obter lucros. Para tanto, é

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preciso que haja administradores capacitados nos ambientes industriais, a fim de otimizar os espaços físicos para garantir uma maior eficiência no deslocamento de máquinas e equipamentos, e assegurar a segurança das pessoas que interagem no ambiente. Em outras palavras:

As pessoas responsáveis por conduzir estas tarefas são chamadas de administradores ou gestores, que vem do ato de coordenar os recursos organizacionais no sentido de obter eficiência e eficácia, bem como o alto grau de satisfação entres as pessoas que fazem o trabalho e o cliente que o recebe.

(CHIAVENATO, 1999, p. 40)

Para a elaboração de um projeto de arranjo físico, o gestor deve seguir as seguintes etapas: levantamento da situação atual, estudo de soluções alternativas, consolidação da escolha e implantação e avaliação do arranjo físico escolhido. Conheçamos melhor cada uma dessas etapas:

Na fase de levantamento da situação atual, a equipe deve se familiarizar com a proposta de organização e os procedimentos de segurança que deverão ser adotados de acordo com a NR-12.

No estudo das soluções alternativas, o gestor deve iniciar os estudos com base nas medidas padrão para o desenvolvimento dos trabalhos.

Na etapa de consolidação da escolha, o gestor deve apresentar o arranjo físico por meio de desenhos, maquetes e plantas, bem como o cronograma de realização das atividades.

Na fase de implantação e avaliação do arranjo físico escolhido é que o layout entra em fase de execução. Assim, deve ser avaliada a sua eficácia e realizado o acompanhamento do cronograma de execução.

O cronograma é um instrumento norteador para que a equipe se situe quanto às referidas etapas necessárias para a realização do trabalho e aos respectivos tempos cronológicos necessários para bem cumpri- lo.

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No desenvolvimento de projetos, os gestores de arranjos físicos industriais também deverão considerar os aspectos inerentes à estrutura física e à capacidade de produção da empresa. Além disso, deverão realizar cálculos relativos ao lead time entre os processos e os transportes internos, pois, dessa forma, será possível dimensionar todas as necessidades do espaço de acordo com as normas regulamentadoras vigentes.

O lead time se refere ao tempo necessário para a execução de determinada etapa do processo.

RESUMINDO:

Chegamos ao final de mais um capítulo de estudos! Nele, foram abordados os aspectos de gestão e de legislação para o desenvolvimento de arranjos físicos industriais, também conhecidos como layout. O espaço físico de uma empresa é fundamental para o fluxo dos processos produtivos, a alocação adequada de máquinas e equipamentos e, sobretudo, para o dimensionamento da garantia da saúde e segurança de colaboradores, clientes, fornecedores e de todas as pessoas que interagem em um determinado espaço físico. Aprendemos bastante até aqui, não é mesmo?

Mas o conhecimento não para por aqui! A seguir, iniciaremos os nossos estudos quanto às instalações de máquinas e equipamentos elétricos de acordo com a NR-12. Continue conosco!

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Instalações, máquinas e equipamentos elétricos

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), você sabia que a NR-12 possui um capítulo especial que salvaguarda as instalações, máquinas e equipamentos elétricos? Isso mesmo! Entretanto, recentemente, essa norma passou por algumas modificações e, atualmente, refere-se somente à proteção e à segurança de máquinas e equipamentos, não englobando mais as instalações elétricas do ambiente físico, as quais ficam a cargo da NR-10, que visa, acima de tudo, à saúde e à segurança das pessoas que interagem com os processos industriais.

Curioso(a)? Continue conosco!

Após as duas grandes guerras mundiais, a industrialização passou a ser o ponto de referência das nações desenvolvidas, que partiram rumo a um modelo de produção técnico-científico o qual influenciará culturalmente as sociedades dos próximos séculos. “Nestes países o setor industrial já é, ou está em vias de tornar-se o setor dinâmico da economia, isto é, aquele cujo comportamento vai condicionar o da economia como um todo” (MAGALHÃES FILHO, 1979, p. 465).

Com as necessidades de produção quantitativa e qualitativa acelerada nos diversos segmentos de produtos, houve a necessidade de aquisição de máquinas e equipamentos cada vez mais potentes pelas indústrias, ao mesmo tempo em que emergiam os riscos de acidentes de trabalho. Tendo em vista a necessidade de uso correto e eficiente das máquinas e dos equipamentos industriais, bem como a segurança dos trabalhadores, foi implementada a NR-12. Nela, especialmente na seção 13.3, estão os processos que envolvem as instalações de máquinas e dispositivos ou equipamentos elétricos com base em suas diretrizes.

Todavia, é importante ressaltar que os itens da seção supracitada não são aplicáveis às instalações elétricas industriais responsáveis pela

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alimentação elétrica do maquinário instalado na indústria. Isso significa que os itens da norma são específicos ao maquinário e aos equipamentos de uso elétrico, mas não ao ambiente físico que os comporta.

Também é importante frisar a aplicação da NR-10 e da NBR 5410 aos circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos.

Em todo ambiente industrial em que se faz uso de energia elétrica para o sistema produtivo, é imprescindível que seja gerenciada a distribuição de letreiros e placas de sinalização que advirtam os usuários dos perigos existentes, como o exemplo indicado na figura a seguir:

Figura 10 – Alerta

Fonte: Pixabay

Contudo, recomenda-se o uso da norma IEC 60204-1 para máquinas e equipamentos elétricos, uma vez que fornece requisitos aos circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos. Tudo isso, a fim de promover a segurança das pessoas que interagem com os processos industriais e do maquinário operante:

Os circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos devem ser projetadas e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico, incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto nas normas técnicas oficiais e, na falta dessas, nas normas internacionais aplicáveis. (BRASIL, 2019, p. 5)

(35)

Em relação às modificações na NR-12, a sua última alteração realizada em 2019 modificou o início do texto do item 12.3.1, substituindo a expressão “instalações elétricas” por “circuitos elétricos”. Tal alteração inibiu a amplitude que constava nesse item da norma, redimensionando-a especificamente para máquinas e equipamentos elétricos.

Nesse mesmo item da norma, também há a substituição do termo “conforme previsto na NR-10” por “normas técnicas oficiais”, mais especificamente por “normas internacionais aplicáveis”. Essa alteração se deve ao fato de que a NR-10 não se aplica especificamente a máquinas e equipamentos, e a indicação de consulta a essa norma poderia causar confusão por parte do leitor e uma interpretação equivocada da Norma Regulamentadora. Com isso, é plausível afirmar que a consulta à NR-10 foi removida da nova versão da Norma Regulamentadora nº 12, sendo tratada separadamente.

Na falta de normas técnicas oficiais, recomenda-se a consulta a normas internacionais.

A figura a seguir remete a importância de se atentar às mudanças ocorridas na NR-12 e nas demais normas inerentes aos processos industriais e de saúde e segurança do trabalho:

Figura 11 – Atenção às Normas Regulamentadoras

Fonte: Pixabay

(36)

A NR-10 é a responsável pelas instalações elétricas do ambiente, enquanto a NR-12 é a encarregada pelos circuitos elétricos de máquinas e equipamentos.

Outro item importante da NR-12 que requer atenção se refere ao aterramento dos fios elétricos que envolvem máquinas e equipamentos.

Eles geram constantes não conformidades aos sistemas operacionais e podem causar acidentes. Tal atenção é necessária pela recorrente ocorrência de acidentes nos ambientes operacionais abertos, tais como o da construção civil.

Devem ser aterrados, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão.

(BRASIL, 2019, p. 6)

Para fazer valer a conformidade do aterramento de carcaças e demais equipamentos, em muitos casos, a NR-12 permite que seja utilizado um medidor de vazão eletromagnético em conjunto com um jumper (pequeno condutor que liga dois pontos elétricos, proporcionando maior segurança à operação), como o exemplificado na figura a seguir:

Figura 12 - Modelo de jumper

Fonte: Pixabay

(37)

O item 12.3.3 da NR-12 é bem específico no que tange às necessidades de cuidado, caso haja contato direto ou indireto das máquinas e equipamentos com a água ou agentes corrosivos, tais como elementos químicos ácidos ou oxidantes. Nesse caso, os fios elétricos devem estar protegidos com algum mecanismo de blindagem e devem ser isolados e aterrados adequadamente:

Os circuitos elétricos de comando e potência das máquinas e equipamentos que estejam ou possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes. (BRASIL, 2019, p. 6)

A imagem a seguir representa a possibilidade de existência de fios que podem estar expostos em terrenos úmidos, com lama, por exemplo, e o possível contato desses fios com pessoas leigas, as quais podem sofrer acidentes:

Figura 13 – Ambiente de lama

Fonte: Pixabay

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Muitas empresas encontram dificuldades em atender aos requisitos mínimos da NR-12.

Fiações elétricas alocadas inadequadamente em ambiente de lama, por exemplo, são bastante comuns nos ambientes de edificações, devido ao uso de betoneiras, as quais fazem uso de energia elétrica para o seu funcionamento. Muitas vezes, os cabos desse equipamento acabam passando em um ambiente úmido, alagado ou com lama, o que gera acidentes elétricos. Vale ressaltar que a disposição dos fios elétricos em qualquer tipo de ambiente úmido é errada e gera não conformidade ao projeto, como o de construção civil.

A Figura 14 é um exemplo de um equipamento utilizado nas edificações, conhecido tecnicamente como betoneira:

Figura 14 – Betoneira

Fonte: Pixabay

IMPORTANTE:

A não conformidade se refere aos desvios e às práticas erradas identificadas em um processo que trabalha com padrões de qualidade.

(39)

A NR-12 se preocupa com as instruções necessárias para a manutenção e o manuseio de máquinas e equipamentos elétricos, mas, sobretudo, com a saúde e a integridade física do operador ou colaborador que interage com esses materiais. Nesse sentido, o item 12.3.4 da referida norma dispõe seis elementos que são considerados mínimos, ou seja, o básico a ser executado, a saber:

a) oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;

b) possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;

c) localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as partes móveis ou cantos vivos;

d) não dificultar o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das máquinas;

e) não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e

f) ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo.

(BRASIL, 2019, p. 6)

Para manter a segurança dos circuitos elétricos, podem ser utilizados eletrodutos.

A figura a seguir destaca a atenção necessária ao uso da palavra

“mínimo”, recorrente na NR-12, ou seja, os elementos básicos de segurança que devem ser obrigatoriamente cumpridos no que tange às instalações de máquinas e equipamentos elétricos nos ambientes industriais:

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Figura 15 – Mínimo na NR-12

Fonte: Pixabay

É bastante comum que os operadores de processos industriais precisem interagir com painéis e quadros de comando que realizam a interface elétrica com as máquinas e os equipamentos industriais, e essa operação deve ser realizada com segurança. O item 12.3.5 da NR- 12 estabelece que os “quadros ou painéis de comando e potência das máquinas e equipamentos devem atender aos seguintes requisitos mínimos de segurança” (BRASIL, 2019, p. 6).

Além disso, nesse item da norma, deve-se atribuir especial atenção às situações de exceção, tendo em vista foram realizadas alterações.

Anteriormente, era descrito que as portas dos equipamentos deveriam

“sempre estar fechadas”: essa frase causava contradição entre os técnicos, pois, como proceder com a manutenção, se as portas devem estar fechadas? Diante disso, com a modificação desse item, há o uso da palavra “exceto”:

a) possuir porta de acesso mantida permanentemente fechada, exceto nas situações de manutenção, pesquisa de defeitos e outras intervenções, devendo ser observadas as condições previstas nas normas técnicas oficiais ou nas normas internacionais aplicáveis. (BRASIL, 2019, p. 6)

(41)

Nos casos de portas e painéis elétricos, recomenda-se a aplicação da ABNT NBR IEC 60529, que trata dos graus de proteção providos por invólucros em equipamentos elétricos. A figura a seguir representa a diversidade de painéis elétricos dispostos nos ambientes industriais:

Figura 16 – Painéis elétricos

Fonte: Pixabay

Sobre os quadros ou painéis de comando e potência, a NR-12 dispõe os requisitos mínimos de segurança que devem ser obrigatoriamente aplicados, assim como é visível no exposto: “b) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso por pessoas não autorizadas” (BRASIL, 2019, p. 6).

A figura a seguir exemplifica um modelo de letreiro que indica perigo nos ambientes industriais. Ele deve ser utilizado sempre que necessário como forma de educação e prevenção aos colaboradores:

Figura 17 – Letreiro

Fonte: Pixabay

(42)

Outro item da NR-12 se refere aos padrões de qualidade da empresa e ao treinamento dos colaboradores em relação à instalação de dispositivos elétricos, assim como é observável em: “c) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e ferramentas”

(BRASIL, 2019, p. 6).

Neste capítulo, abordamos os principais aspectos da NR-12, referentes às instalações de máquinas e equipamentos elétricos. No entanto, caso haja uma necessidade profissional, sempre consulte integralmente a NR-12. Lembre-se de que as demandas na indústria são constantes, assim como a necessidade de retomada periódica dos conhecimentos adquiridos para a melhor tomada de decisão nos processos.

RESUMINDO:

Chegou o momento de resumirmos o que estudamos.

As instalações de máquinas e equipamentos elétricos são regidas pela NR-12, a qual sofreu recentes modificações para o melhor entendimento e interpretação dos operadores. Isso proporciona mais saúde e segurança, além de permitir o manuseio correto de máquinas e equipamentos, aumentando a sua vida útil. A seguir, continuaremos os nossos estudos voltados aos dispositivos de partida, acionamento e parada.

Continue conosco rumo ao conhecimento!

(43)

Dispositivos de partida, acionamento e parada

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), daremos início ao último capítulo desta unidade de estudos! Nele, abordaremos os dispositivos de partida, acionamento e parada de máquinas e equipamentos industriais de acordo com a NR-12. Você já parou para pensar na quantidade de produtos industrializados que envolvem o nosso dia a dia? São inúmeros, não é mesmo? Às vezes, são quase unânimes na quantidade de itens utilizados desde o momento em que acordamos, uma vez que usamos o chuveiro elétrico, a cafeteira, o forno de micro-ondas, o carro, o ônibus, até o momento em que vamos dormir e acionamos o despertador do telefone celular. Em outras palavras, em todos esses elementos tecnológicos, há interferências industriais e, para que eles se materializem em produtos e serviços utilizados diariamente pela sociedade, é necessário o uso de máquinas e equipamentos na indústria. Além disso, para que as operações ocorram de forma segura para as pessoas que interagem com esses elementos, devem ser seguidas Normas Regulamentadoras. Essa será a temática a ser estudada neste capítulo. Continuemos os nossos estudos!

Toda atividade industrial envolve operações de armazenamento de matéria-prima, movimentação e estoque de materiais e produtos acabados, a fim de que o processo de produção aconteça. Os fatores tempo e espaço são onerosos para as organizações que requerem cada vez mais máquinas e equipamentos eficientes, em plenas condições de manutenção para o seu funcionamento eficaz, contribuindo para o fluxo de produção. De acordo com Moura (2004, p. 25), “estoque é composto de todo item armazenado que será utilizado pela empresa em suas atividades de produção ou administrativas para atender aos objetivos e necessidades da organização”. Desse modo, os estoques são os reguladores que representam o porte de uma empresa, pois é por meio

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deles que ocorre a produção para a venda. Em um ambiente moderno de produção, as atividades podem contar com máquinas e equipamentos, os quais devem ser utilizados com a máxima eficiência, garantindo a segurança dos operadores.

Os equipamentos industriais e os dispositivos de partida, acionamento e parada de máquinas são regidos pela NR-12, segundo a Portaria nº 916 de 30 de julho de 2019, que corresponde à última atualização que a norma sofreu. Neste capítulo, apresentaremos de forma interpretativa os aspectos obrigatórios da legislação que devem ser seguidos por todos os operadores que interagem com os equipamentos industriais e os dispositivos de partida, acionamento e parada de máquinas. A empresa deve praticar os deveres preconizados pela norma com os seus colaboradores por meio de treinamentos constantes e, se necessário, até mesmo pontuais, dependendo do tipo de operação.

IMPORTANTE:

O item 12.4 da NR-12 dispõe que a gestão dos sistemas de segurança, na zona de perigo, deve considerar, se necessário, as informações adicionais constantes em normas técnicas nacionais e internacionais de segurança.

A figura a seguir representa a necessidade de treinamento constante por parte dos operadores, de acordo com a NR-12, para a segurança durante o manuseio de máquinas e equipamentos industriais:

Figura 18 – Manuseio de máquinas industriais

Fonte: Pixabay

(45)

A segurança do ambiente de produção e dos trabalhadores deve estar em primeiro lugar e, na ausência de informações relevantes de segurança no que tange à operação de dispositivos de partida, acionamento e parada de máquinas e equipamentos, o gestor industrial pode buscar informações nas normas europeias de segurança. Tudo isso, a fim de obter maior harmonização durante a interpretação das informações, desde que não sejam conflitantes com as normas nacionais vigentes.

O ambiente de instalação de máquinas e equipamentos deve ser projetado para que haja a máxima segurança dos operadores e das pessoas que circundam pelo layout industrial e interagem com os processos. Desse modo, o item 12.4.1 da NR-12 dispõe que:

Os dispositivos de partida, acionamento e parada das máquinas devem ser projetados, selecionados e instalados de modo que:

a) não se localizem em suas zonas perigosas;

b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa que não seja o operador;

c) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por qualquer outra forma acidental;

d) não acarretem riscos adicionais; e e) dificulte-se a burla. (BRASIL, 2019, p. 7)

Em casos de emergência, as máquinas e os equipamentos podem ser parados por terceiro, ou seja, outra pessoa que não seja o operador.

A figura a seguir expressa a necessidade de gestão para que os processos industriais que envolvem máquinas e equipamentos não sejam burlados:

(46)

Figura 18 – Burla

Fonte: Pixabay

O item 12.4.1 da NR-12 sustenta que as máquinas e os equipamentos não poderão ser afixados em locais perigosos e que possam acarretar perigo à saúde do trabalhador. Esse item também ressalta a necessidade de desligamento das máquinas por terceiro em caso de emergência, quando o operador estiver impossibilitado de realizar essa operação.

Por sua vez, o item “c” trabalha a temática dos projetos, de forma que o operador ou terceiro, por um deslocamento físico inadequado, não venha a ligar ou desligar a máquina aleatoriamente sem força de vontade.

Em relação ao item “d”, a NR-10 dispõe sobre os mecanismos que não acarretam riscos adicionais e estão relacionados aos projetos. O item “e” se refere à burla, ou seja, as possibilidades de o operador burlar a máquina.

Além disso, no item “e”, expressa-se o desenvolvimento de projetos que dificultem e burlem os mecanismos corretos de ligamento e desligamento das máquinas e de equipamentos por meio do uso de materiais inapropriados, tais como agulhas, parafusos, moedas e chaves residenciais. Em outras palavras, a burla impede o ato seguro da operação de máquinas e equipamentos. Cabe o bom senso e um treinamento técnico dos operadores e dos projetistas, a fim de se levantar situações

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que possam impedir o funcionamento eficiente e seguro de máquinas e equipamentos.

IMPORTANTE:

A zona de perigo se refere ao local físico o qual, a partir daquela área, acentuam-se os riscos, sendo necessária a aplicação de marcados e delimitações para informar onde podem acontecer ocorrências maiores de riscos e seus impactos.

A imagem a seguir representa a necessidade de aviso de perigo nos ambientes industriais, bem como os dispositivos que envolvem o funcionamento e a parada de máquinas e equipamentos:

Figura 19 – Aviso de perigo

Fonte: Pixabay

Para que possa entender melhor a análise, a seguir, o esquema auxiliará você a se lembrar de que toda a vez que falamos em dispositivo de partida, acionamento e parada, é necessário que seja delimitada a zona de perigo por meio de letreiros, faixas, pinturas luminosas e demais elementos que sejam adequados ao tipo de atividade empresarial.

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Figura 20 – Dispositivos e zona de perigo

Fonte: Elaborado pela autora.

Sobre os riscos adicionais que podem existir no ambiente industrial e são referentes aos agentes externos, como os químicos, as radiações, o calor e a temperatura, os quais podem entrar em contato com máquinas e equipamentos, danificando-os e podendo causar acidentes, a NR-12 considera que:

a) substâncias perigosas quaisquer, sejam agentes biológicos ou agentes químicos em estado sólido, líquido ou gasoso, que apresentem riscos à saúde ou integridade física dos trabalhadores por meio de inalação, ingestão ou contato com a pele, olhos ou mucosas;

b) radiações ionizantes geradas pelas máquinas e equipamentos ou provenientes de substâncias radiativas por eles utilizadas, processadas ou produzidas;

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c) radiações não ionizantes com potencial de causar danos à saúde ou integridade física dos trabalhadores;

d) vibrações;

e) ruído;

f) calor;

g) combustíveis, inflamáveis, explosivos e substâncias que reagem perigosamente;

h) superfícies aquecidas acessíveis que apresentem risco de queimaduras causadas pelo contato com a pele. (BRASIL, 2019, p. 17-18)

Há mais um item obrigatório da NR-12 que trata do impedimento aleatório e perigoso de máquinas e equipamentos. É o item 12.4.2, que dispõe que “os comandos de partida ou acionamento das máquinas devem possuir dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizadas” (BRASIL, 2019, p. 7). Assim, o uso de interruptores tipo “alavanca”, em máquinas industriais, é considerado inadequado pela NR-12 e essa pode ser considerada uma não conformidade com base na ABNT NBR 14154.

A NBR 14154 trata da prevenção de partida inesperada de máquina, enquanto a NBR 14153 trata da segurança de máquinas.

Em relação ao manuseio pelas duas mãos do operador em máquinas, a NR-12 dispõe no item 12.4.3:

Quando forem utilizados dispositivos de acionamento bimanual, visando a manter as mãos do operador fora da zona de perigo, esses devem atender aos seguintes requisitos mínimos do comando:

a) possuir atuação síncrona, ou seja, um sinal de saída deve ser gerado somente quando os dois dispositivos de atuação do comando - botões - forem atuados com um retardo de tempo menor ou igual a 0,5 s (meio segundo);

Referências

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