EFTA. European Free Trade Agreement (Associação Europeia de Comércio Livre) Docente: Prof. Dr. José Luís da Cruz Vilaça

EFTA

European Free Trade Agreement

(Associação Europeia de Comércio Livre)

"Os objectivos da EFTA serão: promover na área da

Associação e em cada Estado Membro a expansão

constante da actividade económica, o pleno emprego,

o aumento da produtividade e a exploração racional

dos recursos, a estabilidade financeira e a melhoria

Í

ndice

1. Introdução

2. EFTA

3. Secretários-Gerais

4. Presidência

5. Conselho da EFTA

6. Estrutura do Comité no âmbito do Conselho

7. Os Estados que integram a EFTA

8. Portugal na EFTA

9. Tribunal da EFTA

1.

I

É inegável que a intensificação do comércio internacional é

simultaneamente causa e efeito da eliminação de entraves às trocas. Valorizando a vantagem comparativa de cada país na produção de certos bens, estimulando a especialização produtiva, favorecendo a divisão internacional do trabalho e gerando interdependências crescentes, a liberalização do comércio contribui, sem dúvida, para a integração espontânea da economia internacional.

A Convenção de Estocolmo de 1960, ao instituir a EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre), visou, precisamente, criar entre os sete países fundadores uma zona de trocas livres, limitada em princípio aos produtos industriais.

2.

A

██ Países membros

██ Ex-membros

No dia 3 de Maio de 1960 foi criada a Associação Europeia de Livre Comércio como contraponto ao embrião da União Europeia, funcionando como uma antecâmara para a adesão a esta.

Assinatura do Acordo em Estocolmo

1960: Fundação da Associação Europeia de Livre Comércio

A Convenção de Estocolmo, que constituiu a EFTA, foi assinada a 4 de Janeiro de 1960, tendo como principais parceiros Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte).

A EFTA é uma organização intergovernamental que tem por objectivo a promoção do livre comércio e a integração económica para benefício dos seus estados-membros. É caracterizada pela abolição dos direitos aduaneiros e de restrições quantitativas entre os países membros, mantendo cada país a sua política relativamente a terceiros. Esta organização surgiu como oposição à Comunidade Económica Europeia (CEE), pois os seus estados-membros procuravam evitar o que consideravam pesados compromissos económicos e institucionais. Enquanto o Reino Unido buscava total liberdade económica sem maiores compromissos institucionais a Áustria, Suécia e a Suíça defendiam o direito à soberania política.

Com o fortalecimento da Comunidade Europeia, a EFTA perdeu a maioria dos seus integrantes, nomeadamente: a Dinamarca e o Reino Unido em 1973, Portugal em 1986, a Áustria, Finlândia e Suécia em 1995, os quais aderiram ao bloco de maior magnitude.

Hoje, a EFTA restringe-se à associação de apenas quatro países: Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Estes estados juntaram-se para defender os seus interesses económicos através da criação de uma área de comércio livre e o seu funcionamento alicerçou-se num princípio simples: os produtos importados pelos estados-membros não estavam sujeitos ao pagamento de impostos aduaneiros, o que certamente serviu para fomentar as trocas internacionais no espaço desses países.

O grupo abriga uma população de 12 milhões de habitantes, que gera um PIB US$416,713 bilhões, exportações num total de US$122,2 bilhões e importações de US$110,5 bilhões.

No que respeita à comparação entre a CEE e a EFTA, estas apresentavam diferenças salutares. Enquanto que, a EFTA era uma aliança comercial com pretensões fundamentalmente transitórias, a CEE constituía o embrião de uma verdadeira união económica que tinha por fim a formação de um autêntico Estado multinacional.

A 2 de Maio de 1992, na cidade do Porto, a EFTA assinou com a CEE um acordo para a criação do Espaço Económico Europeu (EEE), o qual viabilizaria, não só o aumento do volume de comércio com a União Europeia como também a participação dos seus quatro Estados-Membros em outros programas da União Europeia. A Suíça não pôde, contudo, ratificar o acordo devido ao resultado negativo do referendo realizado em Dezembro de 1992.

3.

P

Semestre Conselho EFTA Comité _{Permanente *} Comité Misto do _{EEE *}

1 / 2009 Noruega Islândia UE

2 / 2009 _{Liechtenstein} Noruega Noruega 1 / 2010 Islândia Liechtenstein UE

2 / 2010 Suíça Islândia Islândia

1 / 2011 _{Liechtenstein} Noruega UE

2 / 2011 Noruega Liechtenstein Liechtenstein

1 / 2012 Suíça Islândia UE

2 / 2012 Islândia Noruega Noruega

1 / 2013 Noruega Liechtenstein UE 2 / 2013 _{Liechtenstein} Islândia Islândia

1 / 2014 Islândia Noruega UE

2 / 2014 Suíça Liechtenstein Liechtenstein *A Suíça não faz parte do Acordo EEE.

4.

S

Actual Secretário-Geral: Kåre Bryn

O secretário-geral coordena as actividades da Associação e é responsável pela gestão global dos seus recursos. Antes de ingressar na EFTA, o mesmo foi embaixador da Noruega (2003-2006) e ainda Embaixador e Representante Permanente da EFTA e da Organização Mundial do Comércio (OMC) (1999-2003).

Bruxelas, Secretária-Geral adjunta: Bergdis Ellertsdóttir

A secretária-geral adjunta coadjuva o secretário-geral para coordenar as actividades da Associação, em Bruxelas, de apoio à gestão do Espaço Económico Europeu (EEE). Antes de assumir o cargo de Vice-Secretária-Geral da EFTA, foi Directora-Vice-Secretária-Geral dos Assuntos Internacionais e Segurança no Ministério dos Negócios Estrangeiros Islandês (2007).

Vice-Secretário-Geral de Genebra: Didier Chambovey

O secretário-geral adjunto coadjuva o secretário-geral para coordenar as actividades da Associação, em Genebra. Presta apoio ao Conselho da EFTA, à gestão e negociação de acordos de livre comércio e ainda a relações com países terceiros. Antes de assumir o cargo de Vice-Secretário-Geral da EFTA, em 2006, foi Representante Permanente Adjunto para a Organização Mundial do Comércio (OMC), na Missão Permanente da Suíça na OMC, em Genebra (1998-2006).

4.

C

O Conselho da EFTA é o mais alto corpo administrativo da EFTA. Os Estados-membros reúnem-se uma vez por mês, com os seus embaixadores (Chefes de Delegações Permanentes à EFTA), em Genebra. Essas

reuniões têm como objectivo negociar e decidir sobre questões políticas em matéria da EFTA. Cada Estado-Membro é representado e tem direito a um voto, embora as decisões normalmente sejam alcançadas através do

O Conselho discute matérias substantivas, especialmente relacionadas com o desenvolvimento das relações da EFTA com os países terceiros e a

gestão dos acordos de livre comércio. Tem um mandato amplo para considerar as políticas possíveis para a promoção dos objectivos gerais da Associação e para facilitar o desenvolvimento das relações com outros estados, os sindicatos dos Estados ou organizações internacionais. O Conselho também gere as relações entre os Estados da EFTA no âmbito da Convenção da EFTA. Por sua vez, as questões relacionadas com o EEE são tratadas pelo Comité Permanente em Bruxelas.

6.

_O

Por impulso do Conselho, foram criados Comités para o tratamento de determinadas questões específicas. A Comissão das Relações com Países Terceiros supervisiona o funcionamento e desenvolvimento do livre comércio e acordos de cooperação com países terceiros. O Comité de Obstáculos Técnicos ao Comércio informa o Conselho sobre: a política de normalização, a política de avaliação da conformidade e ainda, sobre as relações com outros organismos europeus. O Comité de Orçamento, por sua vez, coadjuva o Conselho em questões relacionadas com o orçamento da EFTA. O Conselho de Contas da EFTA, actua como a autoridade suprema de auditoria da Secretaria da EFTA e do Tribunal da EFTA. Além disso, ele funciona ainda como um ponto de contacto com o Tribunal de Contas Europeu no que tange ao controle e fiscalização das contribuições do EEE / EFTA para o orçamento comunitário.

O Comité Consultivo é um fórum onde se reúnem os representantes das industrias de trabalho dos Estados da EFTA tendo em vista a troca opiniões entre si e com o Conselho. Por sua vez, a Comissão Parlamentar fornece um fórum no qual os deputados dos Estados da EFTA podem discutir, duas vezes anualmente, questões que julguem de interesse, com os ministros da EFTA.

Além disso, vários comités em áreas especializadas são criados ao abrigo da Convenção da EFTA.

7.

O

A Noruega e a Suíça estão entre os Estados-membros fundadores da EFTA em 1960. A Islândia entrou na EFTA em 1970, seguindo-se o Liechtenstein em 1991. Noruega, Islândia (desde 1994) e Liechtenstein

(desde 1995) são também parte do Espaço Económico Europeu (EEE) com a União Europeia. A Suíça, por sua vez, assinou um conjunto de acordos bilaterais com a União Europeia.

Embora os quatro países membros da EFTA sejam pequenos apresentam-se como líderes mundiais em diversos apresentam-sectores vitais para a economia global.

O Liechtenstein e a Suíça são internacionalmente reconhecidos como centros financeiros e hospedeiros de grandes empresas e multinacionais. Por sua vez, a Islândia e a Noruega destacam-se na produção de peixe, na indústria metalúrgica e nos transportes marítimos.

8.

P

No que a Portugal diz respeito, a opção pela EFTA foi tomada pela negativa e assumiu contornos claramente políticos. Por um lado, assumia-se que o grosso das relações económicas portuguesas assumia-se concentrava nos países da CEE, mas ao mesmo tempo reconhecia-se que as implicações políticas do Mercado Comum levantavam questões sensíveis para o regime português impossibilitando qualquer acordo com os Seis.

9.

O

O Tribunal da EFTA tem competência no que diz respeito aos Estados da EFTA que são partes no Acordo EEE (Islândia, Liechtenstein e Noruega). A competência deste tribunal corresponde essencialmente à jurisdição do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.

Este tribunal é composto por três juízes, um nomeado por cada um dos Estados da EFTA e do Acordo EEE. Os juízes são nomeados por comum acordo dos governos por um período de seis anos. Estes elegem seu presidente para um mandato de 3 anos.

Carl Baudenbacher (Liechtenstein) - Presidente Thorgeir Örlygsson (Islândia) Per Christiansen (Noruega)

Além dos juízes regulares é ainda estabelecido um sistema de juízes ad hoc .

Nomeado pela Islândia:

Ms Åslaug Björgvinsdóttir, héraðsdómari Sr. Benedikt Bogason, dómstjóri

Nomeado pelo Liechtenstein:

Nicole Kaiser, Rechtsanwältin Sr. Martin Ospelt

Nomeado pela Noruega: Ola Sr. Mestad

Ms Bj ø rg Ven

O secretário, responsável pela administração do Tribunal e por certas questões processuais é Skúli Magnusson.

10.

E

O Espaço Económico Europeu (EEE) é constituído pelos 27 Estados-membros da União Europeia e três Estados-membros da Associação Europeia do Comércio Livre (EFTA): Islândia, Liechtenstein e Noruega. Foi

estabelecido pelo Acordo EEE, que tem por objectivo garantir a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. Este acordo visa garantir condições iguais de concorrência e os direitos iguais de participação no

B

 Campos, João Mota; Campos, João Luiz Mota. Manual de Direito Europeu. Coimbra Editora: 6º edição, Março 2010.

 http://en.wikipedia.org/wiki/European_Free_Trade_Association  http://www.efta.int/  http://pt.scribd.com/doc/50605677/37/Associacao-Europeia-de-Livre-Comercio-EFTA  http://www.dw- world.de/dw/article/0,,312528,00.html?maca=bra-uol-all-1387-xml-uol