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EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

KARINA DA SILVA

RODOLFO NAZARETH DA SILVA

“EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE

LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE

DOENÇA RENAL CRÔNICA”

JUIZ DE FORA 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

KARINA DA SILVA

RODOLFO NAZARETH DA SILVA

“EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE

LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE

DOENÇA RENAL CRÔNICA”

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina TCC II.

Orientadora: Prof. Drª. Lilian Pinto da Silva

Co-orientador: Prof. Ms. Maycon de Moura Reboredo

JUIZ DE FORA 2009

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KARINA DA SILVA

RODOLFO NAZARETH DA SILVA

“EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE

LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE

DOENÇA RENAL CRÔNICA”

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina TCC II.

Aprovado em 30 de junho de 2009.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Prof. Ms. Paulo Giovanni de Albuquerque Suassuna

UFJF

_____________________________________________ Prof. Dr. Mateus Camaroti Laterza

UFJF

_____________________________________________ Profa. Dra. Lilian Pinto da Silva

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AGRADECIMENTO

Considerando esta monografia como resultado de uma caminhada que não começou na UFJF, agradecer pode não ser tarefa fácil, nem justa. Para não correr o risco da injustiça, agradeço de antemão a todos que de alguma forma passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje. Agradeço inicialmente a Deus que me guardou e me deu forças ao longo de todo esse caminho, não sei o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele.

Aos meus pais Noel e Marivalda por sempre acreditarem, pelo investimento, pelo amor incondicional, por serem meu porto seguro e por todo sacrifício que fizeram por mim. Agradeço ao meu irmão Leandro, aos meus avós e a toda a minha família e aos meus amigos pelo estímulo, pela compreensão das ausências e pelo apoio. Ao meu amor Ivan pela paciência nas horas difíceis, por me acalmar nos momentos tensos, pela parceria e pelo amor e carinho incondicionais.

Agradeço à Lilian e ao Maycon por todas as lições ensinadas, pela disponibilidade, pela paciência e compreensão da minha inexperiência como pesquisadora, enfim, sem a orientação de vocês esse trabalho não seria possível. Gostaria de agradecer também aos colaboradores Dr. Paulo e ao Dr. Mateus, por acreditar e aceitar participar desse trabalho e pela importante contribuição para o resultado final.

Gostaria de agradecer aos médicos, aos enfermeiros e técnicos de enfermagem e aos outros profissionais envolvidos no serviço de hemodiálise do hospital universitário (CAS-HU/UFJF), sem essa equipe o projeto como m todo não seria possível. Gostaria de agradecer também aos pacientes pela disposição, sem a confiança deles nada disso seria possível.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente na construção desse trabalho o meu muito obrigada!

Karina da Silva

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AGRADECIMENTO

Agradeço a minha esposa, companheira e amiga, Flaviana pelo apoio, compreensão e paciência no final desta jornada. A todos de minha família em especial a minha mãe Rosa e meu pai Valdir, sem o exemplo de vocês eu trilharia este caminho iluminado através do conhecimento cientifico. A todos vocês meu muito obrigado!

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RESUMO

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica é progressiva e irreversível. A hemodiálise, modalidade de terapia renal substitutiva tem como conseqüências déficit funcional, piora da qualidade de vida e alto índice de morbi-mortalidade. OBJETIVOS: Avaliar o efeito do treinamento físico aeróbio intradialítico de longa duração e do destreinamento sobre aspectos psicológicos, fisiológicos e funcionais. METODOS: Foi realizado o teste de caminhada de seis minutos (TC6M), questionário de qualidade de vida SF-36, questionário do motivo de interrupção e coleta dos dados laboratoriais. RESULTADOS: O grupo treinamento (n=5) manteve a distancia percorrida no TC6M e manteve ou melhorou todos os domínios do SF-36, enquanto o grupo interrupção (n=5) diminuiu significativamente a distancia percorrida e manteve ou piorou nos domínios do SF-36, ambos apresentaram parâmetros laboratoriais estáveis ao longo do estudo. CONCLUSÃO: o treinamento físico aeróbio de longa duração promoveu manutenção da capacidade funcional e da qualidade de vida.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: The chronic kidney disease is progressive and irreversible. Hemodialysis, type of renal replacement therapy has as consequences functional deficit, decrease of the quality of life and high rate of morbidity and mortality. OBJECTIVES: To evaluate the effect of aerobic intradialylis training and stop training of long term on psychological, physiological and functional aspects. METHODS: It was done the six-minute walk test (TC6M), the quality of life questionnaire SF-36, questionnaire of reasons for interruption of the activity and laboratory data collection. RESULTS: The training group (n = 5) maintained the distance walked in TC6M and maintained or improved all domains of the SF-36, while the group interruption (n = 5) significantly reduced the distance walked and continued or worsened the domains of SF-36, both laboratory parameters showed stability throughout the study. CONCLUSION: The long-term aerobic training promoted maintenance of functional capacity and quality of life.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 8 2 OBJETIVOS ... ... 13 2.1 Geral ... 13 2.2 Específicos ... ... 13 3 METODOLOGIA ... 14 3.1 Amostra ... 14 3.2 Protocolo Experimental ... 15

3.2.1 Teste de caminhada de seis minutos ... 16

3.2.2 Questionário de qualidade de vida SF-36 ... 16

3.2.3 Questionário do motivo da interrupção ... 17

3.2.4 Parâmetros laboratoriais ... 17

3.3 Análise dos dados ... 17

4 RESULTADOS ... 18

4.1 Características antropométricas, demográficas e de treinamento ... 18

4.2 Capacidade Funcional ... 19 4.3 Qualidade de Vida ... 21 4.4 Motivo da Interrupção ... 28 4.5 Parâmetros laboratoriais ... 28 5 DISCUSSÃO ... 30 6 CONCLUSÃO ... 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 36 ANEXO A – TCLE ... 41

ANEXO B – PARECER DE APROVAÇÃO CEP/UFJF ... 44

ANEXO C – QUESTIONÁRIO SF-36 ... 45

ANEXO D – QUESTIONÁRIO DE INTERRUPÇÃO ... 49

ANEXO E – ESCALA DE BORG ... 50

ANEXO F – VALORES OBTIDOS NO QUESTIONÁRIO SF-36 ... 51

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1 INTRODUÇÃO

A doença renal crônica (DRC) pode ser conceituada como sendo uma lesão presente por um período igual ou superior a três meses, definida por anormalidades estruturais ou funcionais do rim, com ou sem diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG), manifestada por anormalidades patológicas ou marcadores de lesão renal, incluindo alterações sangüíneas ou urinárias ou nos exames de imagens; e ou TFG menor que 60ml/min/1,73m² por um período maior ou igual a três meses, com ou sem lesão renal (K/DOQI, 2002). Nesta síndrome ocorre lesão da estrutura renal associada à perda progressiva e irreversível das funções endócrinas, regulatórias e excretórias destes órgãos, essenciais para a manutenção da homeostase do corpo humano. Os fatores etiológicos mais freqüentes da DRC são a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus e a glomerulonefrite crônica, acompanhados de outros fatores como a pielonefrite, os processos renais obstrutivos crônicos, o lúpus eritematoso sistêmico e algumas doenças hereditárias (JUNIOR, 2004). A DRC apresenta evolução lenta, progressiva, insidiosa e irreversível, resultante da perda de um grande número de néfrons, exigindo que os néfrons sobreviventes excretem mais água e solutos. Com freqüência os sinais clínicos graves só aparecem quando o numero de néfrons funcionais cai para pelo menos 70% abaixo do normal (GUYTON e HALL, 1998).

O estadiamento da DRC é baseado na TFG, sendo esta uma medida fidedigna da função renal global que possibilita a estimativa da evolução da DRC (tabela 1). Idealmente a TFG deve ser mensurada pela depuração da inulina ou de radiofármacos. Contudo, na prática clínica esta medida é adequadamente obtida pela dosagem de creatinina sérica e/ou pela depuração renal da creatinina (BASTOS et al., 2004). Quando a TFG atinge valores inferiores a 15ml/min/1,73m² estabelece-se a falência renal funcional, havendo a necessidade de terapia renal substitutiva, que engloba a diálise peritoneal, a hemodiálise (HD) e o transplante renal (K/DOQI, 2002).

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Tabela 1. estadiamento da DRC segundo o K/DOQI (2002)

Estágio Descrição TFG

(ml/min/1,73m²) I Lesão renal com TFG normal ou aumentado ≥90

II Lesão renal com leve diminuição do TFG 60-89 III Lesão renal com moderada diminuição do TFG 30-59 IV Lesão renal com acentuada diminuição do TFG 15-29 V Falência renal funcional ou em terapia renal

substitutiva

<15

Nas últimas décadas, observa-se um aumento progressivo na incidência e prevalência de pacientes portadores de DRC no Brasil e no mundo (BASTOS et al., 2004). Atualmente no Brasil existem mais de 70.872 pacientes em terapia renal substitutiva, sendo que, excetuando-se os casos de transplante renal, a maioria (cerca de 90%) realiza hemodiálise (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2007).

A terapia renal substitutiva atenua os sintomas da doença e preserva a vida do paciente, porém, não é curativa (DEVINE, 1999 apud MARTINS e CESARIANO, 2005). Além disso, ocorrem complicações próprias da DRC como a anemia, alterações do metabolismo de cálcio e fósforo, acidose metabólica e desnutrição. Associadas a estas complicações, estes pacientes apresentam comorbidades decorrentes do diabetes mellitus, como a retinopatia e a neuropatia diabética, e das doenças cardiovasculares incluindo doença coronariana, doença cerebrovascular, doença vascular periférica, hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca (BASTOS et al., 2004; K/DOQI, 2002; CARMO et al., 2002).

As complicações cardiovasculares e aquelas inerentes a DRC contribuem para a diminuição da capacidade funcional, o que ocasiona baixa tolerância ao exercício e, conseqüentemente, dificuldade para a realização das atividades de vida diária (PAINTER et al., 1986; KOUFAKI et al., 2001; MEDEIROS et al., 2002; SIETSEMA et al., 2002; PAINTER et al., 2002; SIETSEMA et al., 2004). Tal redução da capacidade funcional pode ser atribuída a fatores como uremia, anemia, fraqueza muscular, sedentarismo, desnutrição, entre outros (PAINTER et al., 1986; SIETSEMA et al., 2002; PAINTER et al., 2002).

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A capacidade física ou funcional pode ser avaliada por meio de testes de caminhada que levam em consideração informações básicas, sem a necessidade de um aparato experimental complexo e procedimentos extenuantes, possibilitando menores custos e baixos riscos para os pacientes, além da reprodução relativamente fidedigna das atividades de vida diária (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002).

Um trabalho recente mostrou forte correlação entre os resultados do teste de caminhada de seis minutos (TC6M) e o consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2 pico) obtido no teste cardiopulmonar em pacientes portadores de DRC sob

tratamento hemodialítico (REBOREDO, 2007). Neste teste considera-se a distância que o paciente consegue caminhar durante seis minutos em uma pista plana de trinta metros. Em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, fibrose cística e DRC, esta distância percorrida diminui significativamente (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002).

Embora os avanços tecnológicos e terapêuticos na área da terapia renal substitutiva tenham proporcionado aumento da sobrevida dos pacientes com DRC, os mesmos não possibilitaram o retorno à vida em relação aos aspectos qualitativos (MADEIRA et al., 1998; UNRUH et al., 2003; MARTINS e CESARIANO, 2005). O impacto do diagnóstico e do tratamento dialítico pode levar o paciente e sua família ao progressivo e intenso desgaste emocional, devido à necessidade de submeter-se a um tratamento longo e que ocasiona limitações físicas (PAOLUCCI, 1997 apud THOMAS et al., 2005). Logo, estes pacientes dependem de tecnologia avançada para sobreviver e, sendo assim, sofrem restrições no seu cotidiano e vivenciam inúmeras perdas e mudanças biopsicossociais que interferem na sua qualidade de vida (QV) (LAW 2002; SHIDLER et al., 1998; MARTINS e CESARIANO, 2005;).

O termo qualidade de vida pode ser conceituado como a percepção das pessoas a respeito de sua saúde, por meio de uma avaliação subjetiva de seus sintomas, satisfação e adesão ao tratamento terapêutico. Assim, a qualidade de vida tem se tornado importante critério na avaliação da efetividade de diversos tratamentos e intervenções na área de saúde. Esse parâmetro tem sido utilizado para analisar o impacto das doenças crônicas no cotidiano das pessoas e para isso, faz-se é necessário avaliar indicadores de aspectos físicos e sociais, de estado emocional e mental, da repercussão de sintomas e da percepção individual de bem

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estar (CICONELLI, 1997 apud MARTINS e CESARIANO, 2005; CICONELLI, 1999). Dentre as modalidades de terapia renal substitutiva, a hemodiálise é responsável por um cotidiano monótono e restrito, com limitação das atividades de vida diária desses indivíduos após o início do tratamento, favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional, e atuando negativamente sobre a qualidade de vida (LAW, 2002; MARTINS e CESARIANO, 2005). Vários autores sugerem que o tempo de hemodiálise influencia na qualidade de vida desses pacientes, destacando que quanto maior este tempo, piores são os indicadores de qualidade de vida observados (CASTRO et al., 2003; MARTINS e CESARIANO, 2005).

Dentre os vários questionários disponíveis para avaliar a qualidade de vida, o SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Heath Survey) é amplamente utilizado e validado na literatura, sendo aplicado com freqüência na análise da qualidade de vida dos pacientes portadores de DRC (CASTRO et al., 2003). O SF-36 é um questionário genérico, multidimensional englobando oito dimensões (capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental), é considerado de fácil aplicação e compreensão e apresenta boa reprodutibilidade (CICONELLI, 1999).

As alterações físicas e psicológicas apresentadas por estes pacientes favorecem o sedentarismo. Neste sentido, alguns autores têm mostrado que um programa de exercícios aeróbios tem proporcionado melhora capacidade funcional, além de prevenir, reduzir e retardar a perda de capacidade física (PIANTA et al., 1999; PAINTER et al., 2000; DEPAUL et al., 2002). Segundo STACK et al. (2005), a prática de exercícios aeróbios duas a três vezes por semana e quatro a cinco vezes é capaz de diminuir o risco de morte em até 29 e 33%, respectivamente. Outros autores mostraram uma melhora de 11% na eficácia da diálise, avaliada pelo índice de eficiência da hemodiálise (K/tv), após 20 semanas de treinamento físico aeróbio (PARSON et al., 2006).

Em um trabalho recente, desenvolvido em nosso centro, observamos que três meses de treinamento físico aeróbio intradialítico promoveu redução da pressão arterial de repouso, aumento da capacidade funcional, melhora da qualidade de vida e da anemia destes pacientes (REBOREDO, 2007). O protocolo experimental deste estudo foi constituído de duas fases: 1) controle - composta por exercícios de alongamento global da musculatura de membros inferiores por 10 minutos; e 2) treinamento - fase os pacientes foram submetidos ao treinamento físico aeróbio

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intradialítico, composto pelas seguintes etapas: aquecimento, condicionamento (pedalagem em cicloergômetro eletromagnético horizontal) e resfriamento.

O conceito da reversibilidade mostra que quando o treinamento é suspenso ou reduzido, os sistemas corporais se reajustam de acordo com a diminuição do estímulo (COYLE, 1994). Em atletas foi observado que as adaptações cardiovasculares e metabólicas adquiridas com o treinamento físico podem ser revertidas quando os atletas são submetidos a um período de inatividade física, devido ao reajuste dos sistemas corporais às alterações dos estímulos fisiológicos induzidos pelo treinamento físico (EVANGELISTA e BRUM, 1999). Estes autores também mostraram que, em atletas, as principais alterações cardiovasculares decorrentes do destreinamento é uma queda inicial do VO2 pico, associada à

redução do débito cardíaco que advém da redução do volume sistólico. O destreinamento físico também provoca alterações das adaptações do músculo esquelético que resultam em redução significativa da diferença artério-venosa de oxigênio no esforço máximo, contribuindo também para a redução do VO2 pico.

Entretanto, há uma escassez de estudos que descrevem os resultados de um programa de treinamento físico aeróbio intradialítico a longo prazo, bem como o curso temporal e a magnitude da perda das adaptações fisiológicas com o destreinamento e a repercussão dos mesmos na capacidade física e na qualidade de vida em pacientes com DRC. Em um dos poucos estudos descritos na literatura foi observado aumento da força muscular e uma melhora do desempenho no teste ergométrico submáximo após 12 semanas de treino de força muscular, que não mantidos após cinco meses de interrupção do treinamento. Neste estudo não houve mudanças nos resultados do TC6M, nos sintomas e na qualidade de vida, tanto em resposta ao treinamento quanto ao destreinamento (DEPAUL et al., 2002).

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar o efeito do treinamento físico aeróbio intradialítico de longa duração e do destreinamento sobre aspectos psicológicos, fisiológicos e funcionais de pacientes em hemodiálise.

2.2 ESPECÍFICOS

- Avaliar os efeitos do treinamento físico aeróbio na capacidade funcional, na qualidade de vida e nos parâmetros laboratoriais.

- Analisar os efeitos do destreinamento na capacidade funcional, na qualidade de vida e nos parâmetros laboratoriais.

- Conhecer e avaliar os possíveis motivos que levaram à interrupção do treinamento físico aeróbio.

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3 METODOLOGIA

3.1 AMOSTRA

Foram investigados pacientes portadores de DRC que realizam hemodiálise no serviço de Nefrologia do Hospital Universitário da UFJF. A amostra foi composta de 10 pacientes adultos, de ambos os gêneros, que participam ou que interromperam um programa de treinamento físico aeróbio realizado durante as sessões de hemodiálise.

Os pacientes em questão participaram de um estudo realizado no nosso serviço com início em agosto de 2005 (REBOREDO, 2007) cuja metodologia incluía uma avaliação inicial, um período de três meses de acompanhamento, no qual os pacientes eram submetidos ao alongamento muscular geral dos membros inferiores, e um período de três meses, no qual os pacientes eram submetidos a um programa de treinamento físico aeróbio intradialítico. No período de treinamento os pacientes recebiam atendimento em todas as sessões de diálise (três vezes por semana), no qual os mesmos eram submetidos, inicialmente, a exercícios de alongamento para a musculatura de membros inferiores, na seqüência realizavam o treino em um cicloergômetro por 35 minutos com intensidade referida entre 11 e 15 na Escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg (BORG, 1982) (ANEXO V) e finalizavam a sessão de exercícios com mesmos alongamentos executados no início da sessão para resfriamento. Dados referentes a resistência e potência aeróbia coletados no período interdialítico não foram considerados para a prescrição da intensidade do treinamento físico aeróbio realizado durante a diálise, devido aos ajustes cardiovasculares que ocorrem durante este procedimento (desvio do fluxo sanguíneo para uma máquina e retorno do mesmo para o paciente), tornando o comportamento cardiovascular muito diferente nas duas situações (inter e intradialítico) (MOORE et al.,1998). Após esse período de treinamento os pacientes foram reavaliados e continuaram no programa de condicionamento do serviço.

Foram adotados os seguintes critérios de exclusão: infarto agudo do miocárdio durante o último mês, arritmias cardíacas graves, insuficiência cardíaca descompensada, hipertensão arterial não controlada (pressão arterial sistólica ≥ 200mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 120mmHg), diabetes mellitus

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descompensado (glicemia > 300mg/dl), pericardite ou miocardite aguda, insuficiência ou estenose mitral ou aórtica graves sem tratamento adequado, pneumopatias graves e infecção sistêmica aguda, osteodistrofia renal grave, evidência ou comprovação de déficit intelectual (registrado no prontuário dos pacientes) que impediram a aplicação eficaz de questionários, além de distúrbios neurológicos, musculoesqueléticos e osteoarticulares incapacitantes.

Os pacientes foram divididos em dois grupos:

1 Grupo Treinamento (GT): pacientes que participam do programa de treinamento físico aeróbio intradialítico por um período mínimo de 30 meses; 2 Grupo Interrupção (GI): pacientes que participaram do programa de

treinamento físico aeróbio intradialítico por um período mínimo de 20 meses e abandonaram o mesmo há pelo menos 10 meses.

Todos os pacientes que aceitaram participar da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A), como pré-requisito para sua inclusão no estudo o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa- CEP/UFJF (ANEXO B).

3.2 PROTOCOLO EXPERIMENTAL

Ao longo do estudo foram realizadas três avaliações, como ilustrado na figura 1.

Figura 1 – Descrição de todas as etapas do protocolo experimental.

Em cada uma destas avaliações os pacientes foram submetidos ao TC6M, a uma entrevista para aplicação do questionário de qualidade de vida SF-36 (Anexo C) e de um questionário para investigação do motivo que os levou a interrupção do

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treinamento (ANEXO D). Além disso, foram coletados alguns dados de exames laboratoriais registrados nos prontuários dos pacientes.

3.2.1 TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS (TC6M)

A investigação da capacidade funcional foi realizada por meio da aplicação do TC6M antes da sessão de hemodiálise. Neste teste o paciente foi orientado a caminhar o mais rápido possível durante seis minutos, não sendo permitido correr ou andar a meio trote, em uma pista plana de 30 m, sendo registrada a distância obtida em metros. Durante a caminhada, se necessário, o paciente poderia diminuir a intensidade e ou parar para descansar, porém sem interrupção da contagem do tempo e com motivação para que ele retorne o mais breve possível. Foram realizados dois testes no mesmo dia, com um intervalo de 30 minutos entre eles, sendo registrada a maior distância obtida (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002). O avaliador acompanhou o paciente durante todo o teste dando estímulo verbal a cada minuto e verificando a ocorrência de sinais e sintomas para interrupção do mesmo. O teste seria interrompido caso o paciente apresentasse dor torácica, dispnéia intolerável, câimbras, palidez ou vertigem. Antes da realização do teste, o paciente permaneceu sentado por aproximadamente cinco minutos e posteriormente foi aferida a pressão arterial e a freqüência cardíaca pré-teste. Caso o paciente apresentasse valores elevados de pressão arterial sistólica e/ou diastólica o teste não seria realizado (pressão arterial sistólica ≥ 200mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 120mmHg). Além disso, durante todo o teste foi monitorizada a freqüência cardíaca, por um cardiofrequencímetro, e no seu final foi aplicada a Escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg (BORG, 1982) (ANEXO E).

3.2.2 QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o questionário Medical Outcomes Study Questionaire 36 Item Short Form Health Survey (SF-36), já traduzido e validado culturalmente no Brasil (ANEXO C) (CICONELLI et al., 1999). Este questionário foi aplicado durante a sessão de hemodiálise.

Este questionário é composto por 36 itens que avaliam as seguintes dimensões: capacidade funcional (desempenho das atividades diárias, como capacidade de cuidar de si, caminhar e subir escadas), aspectos físicos (impacto da saúde física no desempenho das atividades diárias e ou profissionais), dor (nível de

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dor e sua interferência no desempenho das atividades diárias e ou profissionais), estado geral de saúde (percepção subjetiva do estado geral de saúde), vitalidade (percepção subjetiva do estado de saúde), aspectos sociais (reflexo da condição de saúde física e emocional nas atividades sociais), aspectos emocionais (impacto das condições emocionais no desempenho das atividades diárias e ou profissionais) e saúde mental (escala de humor e bem estar). Para cada uma das oito dimensões avaliadas obtém-se um escore com valores de 0 a 100, significando do maior a nenhum comprometimento, respectivamente. A metodologia do cálculo dos escores de cada domínio encontra-se descrita no ANEXO F.

3.2.3 QUESTIONÁRIO DE MOTIVO DA INTERRUPÇÃO DO TREINAMENTO

Após a aplicação do SF-36 nos pacientes que interromperam o treinamento, foi aplicado um questionário contendo uma única pergunta a respeito do motivo da interrupção do programa (ANEXO D). A resposta do paciente foi livre e, posteriormente, o avaliador enquadrou-a em uma das alternativas contidas no questionário.

3.2.4 PARÂMETROS LABORATORIAS

Foram coletados dos prontuários dos pacientes os seguintes parâmetros laboratoriais: Hemoglobina, Hematócrito, Kt/V (índice de eficiência da diálise), Potássio, Creatinina, Fósforo, Cálcio, Ferritina, IST (índice de saturação da transferrina), Ferro, Albumina, Colesterol total, HDL, LDL e Triglicérides, referentes ao mês no qual os mesmos foram avaliados pelo estudo. O aspecto nutricional não foi controlado.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram submetidos a análise estatística descritiva por meio da construção de boxplots e pelo cálculo de medidas de tendência central. Devido ao tamanho reduzido da amostra, optamos pela não realização da análise estatística comparativa dos dados.

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4 RESULTADOS

4.1 CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS, DEMOGRÁFICAS E DE TREINAMENTO

Como pode ser visto na tabela 2, a mediana da idade dos pacientes foi de 47 anos no grupo em treinamento e de 56 anos no grupo interrupção. A maioria dos pacientes em ambos os grupos foram do sexo feminino. O tempo em tratamento hemodialítico foi de 154 e 112 meses nos grupos em treinamento e interrupção, respectivamente. Com relação ao tempo de treinamento físico aeróbio, o grupo em treinamento apresentou maior tempo em relação ao grupo interrupção. O grupo em treinamento apresentou índice de massa corporal (IMC) maior que o grupo interrupção. Todos os dados descritos acima estão sintetizados na tabela 2.

Tabela 2: Características antropométricas, demográficas e de treinamento

Características Pacientes em treinamento (n=5) Pacientes em interrupção (n=5) Idade (anos) 47 (30 - 58) 56 (40 – 61) Sexo (homens/mulheres) 1 / 4 1 / 4

Tempo em diálise (meses) 154 (131 – 222) 112 (56 - 143) Tempo de treinamento (meses) 37 (34 -42) 24 (23 -27) Tempo em interrupção (meses) --- 11 (10 – 14) IMC (Kg/m2) 22,96 (17,92 – 28,78) 20,50 (16,91 – 30,24) Valores descritos como mediana (valor mínimo – valor máximo).

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4.2 CAPACIDADE FUNCIONAL (TC6M)

No presente estudo, para avaliação da capacidade funcional considerou-se a distância, em metros, obtida no TC6M. Um paciente do GT não realizou o teste da terceira avaliação devido a elevação dos níveis tensionais de repouso (pressão arterial sistólica ≥ 200mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 120mmHg). Todos os outros pacientes executaram o teste sem quaisquer intercorrências ou queixas.

Na primeira avaliação, o GT apresentou maior distância obtida no TC6M em relação ao GI. Após o período de treinamento inicial (segunda avaliação), a distância aumentou em ambos os grupos, sendo que o GT continuou com valores mais elevados. Na terceira avaliação, o GT praticamente manteve a distância percorrida no TC6M, enquanto o GI apresentou importante redução nos valores (Figura 2).

Figura 2 - Boxplots dos valores das distâncias percorridas nos três testes de caminhada executados ao longo do estudo. Cada boxplot representa os valores mínimo, 1o. e 3o. quartis e máximo, com a mediana ilustrada pela linha mais espessa no interior da caixa.

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GT: Distância percorrida no TC6M 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1 2 3 Avaliações

GI: Distância percorrida no TC6M

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1 2 3 Avaliações

Figura 3 – Gráficos das distâncias percorridas (em metros) nos testes de caminhada de seis minutos, cada linha representa um paciente.

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4.3 QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

Todos os valores obtidos no questionário SF-36 dos participantes do estudo, bem como seus valores médios e medianos estão apresentados no ANEXO G. A Tabela 3 descreve os valores medianos para todos os domínios nos dois grupos.

Tabela 3: Mediana dos valores obtidos em cada domínio do questionário SF-36 nas três avaliações executadas ao longo do estudo

GT GI Domínios avaliação avaliação avaliação avaliação avaliação avaliação Capacidade Funcional 85 95 85 55 80 50 Limitação por aspectos físicos 75 100 0 50 100 50 Dor 51 72 62 72 84 61 Estado Geral de saúde 75 70 70 62 67 52 Vitalidade 85 85 85 65 80 60 Limitação por aspectos sociais 75 100 87,5 62,5 87,5 62,5 Limitação por aspectos emocionais 66,6 100 100 100 100 33,3 Saúde mental 68 84 96 64 80 80

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Na avaliação inicial, no domínio capacidade funcional o GT apresentou valores superiores ao GI, mantendo esses valores nas duas avaliações subseqüentes, enquanto o GI apresentou elevação dos valores com o treinamento inicial (segunda avaliação) e decréscimo após a interrupção (terceira avaliação), o mesmo ocorreu no domínio limitação por aspectos sociais, porem neste os valores iniciais de ambos os grupos eram semelhantes. Nos domínios limitação por aspectos físicos, vitalidade e limitação por aspectos emocionais ambos os grupos apresentaram manutenção dos valores nas três avaliações, contudo o GI apresentou valores inferiores na avaliação inicial do domínio vitalidade (figuras 4, 5, 6, 7 e 8).

Nos domínios dor e estado geral de saúde o GI manteve os valores após treinamento inicial e apresentou decréscimo após a interrupção, o GT entretanto apresentou valores inferiores ao GI no domínio dor com elevação dos mesmos após treinamento inicial e manutenção destes na terceira avaliação, o mesmo não ocorreu no domínio estado geral de saúde no qual GT apresentou valores iniciais maiores que o GI e decréscimo dos mesmos após o treinamento inicial, ainda assim o GI manteve valores inferiores ao GT na terceira avaliação de ambos os domínios. No domínio saúde mental, ambos os grupos iniciaram com valores semelhantes, após o treinamento inicial houve aumento dos valores dos dois grupos, na terceira avaliação o GT apresentou novamente aumento enquanto o GI, manutenção dos mesmos. (figuras 4, 5, 6, 7 e 8).

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Figura 4 - Boxplots dos valores dos escores obtidos para os domínios capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor e estado geral de saúde nas três avaliações executadas ao longo do estudo. Cada boxplot representa os valores mínimo, 1o. e 3o. quartis e máximo, com a mediana ilustrada pela linha mais espessa

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Figura 5 - Boxplots dos valores dos escores obtidos para os domínios vitalidade, limitação por aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais e saúde mental nas três avaliações executadas ao longo do estudo. Cada boxplot representa os valores mínimo, 1o. e 3o. quartis e máximo, com a mediana ilustrada pela linha mais espessa no interior da caixa e os outliers representados por uma cruz.

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Capacidade Funcional -70 -50 -30 -10 10 30 50 v a ri ão en tr e as av al ia çõ e s

Limitação por Aspectos Físicos

-70 -50 -30 -10 10 30 50 var iação en tr e as av al iaçõ es Dor -70 -50 -30 -10 10 30 50 var ia ç ã o en tr e as aval ia ç õ es

Estado Geral de Saúde

-70 -50 -30 -10 10 30 50 va ri ação en tr e as a val iaçõ es Vitalidade -70 -50 -30 -10 10 30 50 V a ria ção e n tr e a s ava li õ e s

Limitação por Aspectos Sociais

-70 -50 -30 -10 10 30 50 v a ri açã o e n tr e a s a val iaçõ es

Limitação por Aspestos Emocionais

-70 -50 -30 -10 10 30 50 va ri ão en tr e as ava li õ e s Saúde Mental -70 -50 -30 -10 10 30 50 var ia ção e n tr e a s aval iaçõ e s

Figura 6 – Gráficos dos valores medianos (barras verticais) calculados para as variações dos valores obtidos em cada um dos oito domínios do questionário de qualidade de vida analisados em relação aos valores obtidos avaliação anterior. Coluna branca: diferenças entre a segunda e primeira avaliações; coluna com hachuras: diferenças entre a terceira e segunda avaliações; GT: grupo treinamento; GI: grupo interrupção.

GT GI GT GI

GI GT GI

GT

GT GI GT GI

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GT: Capacidade Funcional 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Capacidade Funcional

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GT: Aspectos Físicos 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Aspectos Físicos

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GT: Dor 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GI: Dor 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GT: Estado Geral de Saúde

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Estado Geral de Saúde

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

Figura 7 – Gráficos com os valores obtidos no questionário SF-36 em cada uma das três avaliações, cada linha representa um paciente nos domínios Capacidade Funcional, Aspectos Físicos, Dor e Estado Geral de Saúde em ambos os grupos.

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GT: Vitalidade 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GI: Vitalidade 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GT: Aspectos Sociais 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Aspectos Sociais

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GT: Aspectos Emocionais 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Aspectos Emocionais

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações GT: Saúde Mental 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

GI: Saúde Mental

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 2 3 Avaliações

Figura 8 – Gráficos com os valores obtidos no questionário SF-36 em cada uma das três avaliações, cada linha representa um paciente nos domínios Vitalidade, Limitação por Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais e Saúde Mental em ambos os grupos.

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4.4 MOTIVO DE INTERRUPÇÃO DO TREINAMENTO

Dos cinco pacientes que interromperam o programa de treinamento, três (60%) citaram como principal motivo para a interrupção a ocorrência de complicações do quadro clínico geral, não relacionado à prática do exercício. Outro paciente relatou falta de motivação para a prática da atividade e o último relatou desconforto (dispnéia) durante a realização da atividade (figura 8).

Motivo da Interrupção

Complicações do quadro clínico 60%

Falta de motivação

20% durante a atividade Desconforto 20%

Figura 9 – Gráfico representando a proporção de cada motivo da interrupção do treinamento físico aeróbio.

4.5 PARÂMETROS LABORATORIAIS

Na tabela 4 estão descritos os parâmetros laboratoriais nas três avaliações nos grupos condicionamento e interrupção. Como pode ser visto, os parâmetros laboratoriais não apresentaram alterações importantes ao longo do estudo em ambos os grupos.

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TABELA 4

MEDIANA DOS VALORES OBTIDOS EM CADA PARÂMETRO LABORATORIAL NAS TRÊS AVALIAÇÕES EXECUTADAS AO LONGO DO ESTUDO

GRUPO CONDICIONAMENTO GRUPO INTERRUPÇÃO

DADOS

VALORES DE REFERÊNCIA

1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação 1ª avaliação 2ª avaliação 3ª avaliação

Hemoglobina 11 – 12 g/l 10,40 11,30 12,20 10,70 12,20 11,90 Hematócrito 33% - 36% 32,30 34,60 36,30 32,00 37,60 36,30 Ktv > 1,2 1,24 1,77 1,57 1,56 1,61 1,52 Potássio 3,5 - 5,5 mmol/L 4,40 4,70 4,60 5,10 5,90 5,00 Creatinina 0,6 - 1,2 mg/dl 10,70 10,10 11,70 9,20 10,20 10,50 Fósforo 2,3 - 4,6mg/dl 5,90 5,70 5,50 5,00 5,30 4,80 Cálcio 8,5 -10,2 mg/dL 8,10 9,30 9,70 9,40 9,70 9,70 Ferritina 200 - 500 ng/ml 640,00 814,20 388,50 576,10 702,10 520,60 IST 25% – 40% 26,40 19,20 30,20 14,40 30,80 21,10 Ferro 35 – 158 ug/dl 102,00 35,00 54,00 48,00 69,00 34,00 Albumina 3,5 - 4,7 g/dL 4,10 3,90 3,91 4,10 4,00 3,97 Colesterol < 200 mg/dl 138,00 161,00 170,00 178,00 182,00 167,00 HDL > 60 mg/dl 33,00 32,00 33,50 56,00 60,00 44,00 LDL < 100 mg/dl 81,00 93,00 107,50 93,00 115,00 100,00 Triglicérides < 150 mg/dl 86,00 143,00 112,00 82,00 100,00 109,00

Legenda: Valores de referência incluindo o intervalo normal para o sexo masculino e feminino. Ktv: índice de eficiência da diálise; IST: índice de saturação da transferrina; HDL:

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5 DISCUSSÃO

Apesar da enorme atenção dada à atividade física na população geral, poucos estudos exploram essa importância a longo prazo nos pacientes em tratamento hemodialítico, considerando esta população caracterizada por elevados índices de morbidade e mortalidade. No presente estudo observamos que o treinamento físico aeróbio de longa duração atuou na manutenção da distância percorrida no TC6M e na manutenção ou aumento dos valores obtidos em todos os domínios do questionário de qualidade de vida SF-36. Além disso, a interrupção do treinamento influenciou na diminuição da distancia percorrida e dos valores dos domínios capacidade funcional, dor, estado geral de saúde e limitação por aspectos sociais.

Pacientes portadores de DRC em hemodiálise apresentam importante redução de capacidade funcional, alguns autores observaram que a realização de exercício proporciona melhora neste aspecto (PAINTER et al. 1986).

Entre a primeira e a segunda avaliação, foi observado aumento da distância percorrida no TC6M em ambos os grupos após o período de treinamento físico aeróbio, o que indica aumento da capacidade funcional. Da mesma forma, Painter et al. (2000), observaram aumento na distância percorrida no TC6M após a realização de um programa de treinamento físico aeróbio intradialítico com oito semanas de duração. Em outro estudo, Ridley et al. (1999), encontraram aumento de 14% na distância percorrida após doze semanas de treinamento físico. Parsons et al. (2006) demonstraram que o treinamento intradialítico é capaz de obter aumento similar na distância percorrida no TC6M se comparado a associação de exercícios físicos intra e interdialíticos ou somente interdialíticos.

Não há na literatura nenhum estudo que descreva um programa de treinamento físico aeróbio intradialítico com duração superior a nove meses (CHEEMA e SINGH, 2005). O principal achado do presente estudo foi a manutenção da distância percorrida no TC6M no GT na terceira avaliação, mostrando que o treinamento físico a longo prazo pode ser capaz de manter a capacidade funcional, a despeito do agravamento do quadro clínico dos pacientes sob tratamento hemodialítico.

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da distância percorrida no TC6M, levando a uma capacidade funcional inferior àquela observada na primeira avaliação destes pacientes. Este achado indica que a interrupção do treinamento físico, associado ao agravamento do quadro clínico, contribuiu para a perda da capacidade funcional adquirida. O estudo de Castro et al. em 2003 relacionou o avanço da idade a um maior comprometimento nos componentes de saúde física do questionário SF-36 (capacidade funcional, aspectos físicos, dor e estado geral de saúde), indicando também uma correlação negativa entre o tempo diálise e aspectos emocionais, IMC e saúde mental.

A DRC causa impactos negativos na qualidade de vida pelo fato de se tratar de uma doença crônica, com elevado número de comorbidades e complicações clínicas associadas, pelo cotidiano restrito e monótono do tratamento hemodialítico e conseqüentemente pelas limitações físicas e funcionais resultantes de todos esses fatores associados (MARTINS e CESARINO, 2005; CASTRO et al., 2003, MOREIRA et al., 1998).

Em um estudo realizado por Pereira et al. (2003) foi demosntrado que em um grupo de pessoas saudáveis com média de idade de 49,2 (37 a 61 anos) o escore obtido em todos os domínios do SF-36 foi superior a 70, abaixo deste valor foi considerado como limitação. Observa-se na avaliação inicial limitação em três domínios do Grupo Treinamento (GT) e de seis no Grupo Interrupção (GI), após a fase inicial do treino o GT não apresentava limitação em nenhum dos seus domínios e o GI apresentava limitação em apenas um dos seis domínios demonstrando impacto positivo do treinamento físico aeróbio em ambos os grupos. Considera-se que houve manutenção ou melhora em todos os domínios da qualidade de vida avaliados após um período de treinamento de três meses (comparação entre a primeira e a segunda avaliação) demonstrando assim como em outros estudos o efeito positivo do exercício sobre a qualidade de vida (REBOREDO et al.,2007; SOARES, et al.,2007; PAINTER et al.,2000). Com a manutenção do treinamento a longo prazo, na terceira avaliação o GT apresentou limitação em dois domínios e, com a interrupção deste treinamento o GI apresentou limitação em sete dos oito domínios do questionário.

Nos domínios capacidade funcional e limitações por aspectos físicos houve diminuição dos valores obtidos para níveis semelhantes ou inferiores aos da avaliação inicial em ambos os grupos assim como o estudo de CASTRO et al. (2003) evidenciou que menores valores médios ocorreram também no domínio limitação

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por aspectos físicos nos indicando que o exercício no caso da população estudada pode não ser capaz de gerar impacto positivo neste domínio.

No domínio dor o GT apresentou aumento dos valores após o treinamento inicial e manutenção dos mesmos com o treinamento a longo prazo enquanto o GI manteve seus valores entre a primeira e a segunda avaliação apresentando decréscimo destes com a interrupção do treinamento, esses dados nos indicam que o treinamento influenciou de maneira positiva atenuando os impactos da progressão da doença neste domínio enquanto o destreinamento atuou de maneira oposta. No recente estudo de Soares et al. (2007) foi realizado um programa de exercícios intradialíticos totalizando vinte e quatro sessões de fisioterapia com freqüência de três vezes por semana, trinta minutos por sessão sendo realizados exercícios para membros superiores e inferiores sem carga, alongamento das principais articulações, exercícios metabólicos e exercícios de resistência manual no final da amplitude de movimento além do relaxamento da região tóraco-lombar. No estudo em questão o domínio dor apresentou alteração significativa dos seus valores médios, demonstrando uma tendência a melhora após tratamento por fisioterapia na amostra estudada (SOARES,2007).

O treinamento físico aeróbio de longa duração foi capaz de proporcionar manutenção dos resultados no domínio estado geral de saúde, o que é um resultado esperado, uma vez que o paciente continua sendo portador de DRC e submetendo-se as mesmas submetendo-sessões de hemodiálisubmetendo-se. Além disso, outros fatores podem estar relacionados com a percepção negativa do estado geral de saúde, como no estudo de Parkerson & Gutman (1997) em que nos pacientes com DRC, a percepção negativa de seu estado de saúde foi mais associada com o grau de ansiedade e depressão que com a gravidade da doença.

No domínio vitalidade, o GT manteve os mesmos valores nas três avaliações enquanto o GI apresentou valores inferiores a cada avaliação indicando que o treinamento ou a interrupção deste não foi capaz de gerar impacto nesse domínio. O estudo de SOARES et al. em 2007 descreve resultados semelhantes neste domínio justificando o fato deste domínio estar significativamente associado à presença de problemas no sono, depressão, sentimento de cansaço e esgotamento.

Nos domínios Limitação por Aspectos Sociais e Limitação por Aspectos emocionais houve piora ou manutenção dos resultados obtidos nos dois grupos em relação à segunda avaliação, porém o GT apresentou sempre valores superiores ao

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GI indicando que o treinamento influenciou de maneira positiva atenuando os impactos da progressão na doença nestes domínios.

Observamos aumento no domínio saúde mental ao longo do treinamento no GT enquanto no GI o aumento após o treinamento físico inicial se manteve mesmo após a interrupção da atividade, essa manutenção pode ser considerada uma influência positiva a longo prazo do treinamento físico aeróbio.

A hemodiálise é responsável pela manutenção da vida do doente renal crônico, tornando-se com o passar dos anos e o avanço tecnológico, uma prática cada vez mais segura e eficaz. Por outro lado, a condição crônica da doença e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse representando muitas vezes isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, necessidade de adaptação à perda da autonomia, alterações da imagem corporal e ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e de morrer (MACHADO, 2003). Essa condição gera impacto negativo nos componentes de saúde mental (vitalidade, limitação por aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais e saúde mental).

Considerando a DRC como uma doença de caráter progressivo com a ocorrência de piora na qualidade de vida, dentre outros aspectos, relacionada com o tempo de hemodiálise (MARTINS, 2005), a manutenção dos valores obtidos no questionário SF-36 a longo prazo indica que o treinamento atenua o impacto negativo na qualidade de vida relacionado ao tempo de hemodiálise, enquanto a sua interrupção pode ser relacionada com a piora nesse aspecto.

Na pesquisa do motivo da interrupção 60% foram por complicações do quadro clinico, sendo estas de origem cardiovascular (infarto agudo do miocárdio, arritmia e hipertensão descontrolada) o que esta de acordo com a literatura que nos apresenta estes como principais fatores de morbidade e mortalidade dessa população (OH-PARK et al.,2002). Um paciente relatou interrupção por desconforto durante a atividade, no caso provocado por dispnéia o que também pode se relacionar direta ou indiretamente com complicações cardiovasculares. Outro paciente interrompeu o exercício por falta de motivação. Segundo ALMEIDA e MELEIRO (2000) o abandono da atividade pode estar relacionado a depressão, desanimo e falta de motivação ou expectativa. È importante salientar que no presente estudo nenhum paciente interrompeu o treinamento por motivo ou complicação ocasionado diretamente pelo exercício comprovando que a esta prática além de benéfica também demonstra ser segura.

(35)

Os parâmetros laboratoriais utilizados (ver tabela 4) são necessários para o acompanhamento do estado clinico dos pacientes e o estadiamento da doença, contudo no presente estudo nenhuma alteração nestes dados se fez importante, dado que todos os parâmetros estão dentro ou próximo dos valores de referência, demonstrando que todos estão estáveis clinicamente nos três momentos de avaliação. É importante salientar que o GT apresentou melhores índices de capacidade funcional e qualidade de vida se comparado ao GI, o que nos indica que estes dados foram influenciados não somente pelo quadro clinico como também pelo treinamento a longo prazo.

Evidências demonstram de que o exercício aeróbio realizado durante a hemodiálise pode gerar melhora da eficácia da diálise, porém os estudos são pouco conclusivos. Kong et al., 1999 avaliaram o efeito do treinamento físico aeróbio intradialítico na eficiência da diálise de 11 pacientes. Os resultados indicaram que o índice de eficiência da hemodiálise (Kt /V) elevou-se de 1,00 para 1,15 (p = 0,001). Além disso, foi observado diminuição significativa do rebound de uréia (12,4 vs. 10,9%), creatinina (21,2 vs. 17,2%) e potássio (62,0 vs. 44,0%). Segundo os autores, estes benefícios ocorreram devido ao aumento do fluxo sanguíneo sistêmico e muscular gerado pelo exercício durante a hemodiálise. No presente estudo este parâmetro não foi avaliado devido não só à sua variação a cada sessão de hemodiálise como também a influência sofrida pelo estado clínico geral e pela medicação dentre outros fatores em seus principais indicadores (uréia, creatinina e potássio) o que o torna um parâmetro de difícil avaliação principalmente no caso de um treinamento de longa duração.

O tamanho da amostra foi a principal limitação do presente estudo impedindo a realização de uma análise estatística comparativa, fato este explicável pelo tamanho já reduzido da amostra do estudo prévio (n=14) somado às desistências sem a realização de um período adequado de treinamento, resultando então em dez participantes. Contudo, esse fator deve ser considerado por se tratar de um estudo de longa duração (tempo total superior a trinta meses).

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6 CONCLUSÃO

A partir dos resultados do presente estudo, concluímos que o treinamento físico aeróbio intradialítico de longa duração influenciou na manutenção da capacidade funcional e da qualidade de vida, podendo contribuir para a diminuição da progressão dos efeitos deletérios da DRC. Entretanto, a interrupção deste está relacionada a impactos negativos, mostrados por resultados semelhantes ou piores aos iniciais para os parâmetros avaliados, exceto os dados laboratoriais que não sofreram alterações importantes ao longo do estudo. Considerando-se que o tratamento hemodialítico não é curativo, tal fato não impede que os pacientes apresentem complicações clínicas como as principais causas de abandono da atividade física, sedentarismo e piora funcional. Além disso, pacientes portadores de DRC necessitam de uma abordagem multidisciplinar, visto que fatores biopsicossociais influenciam a motivação para a prática de exercícios físicos e, conseqüentemente, a qualidade de vida.

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(42)

ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Titulo do projeto: “EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA”

RESPONSÁVEIS: Profa Lilian Pinto da Silva (orientadora)

Fisioterapeuta: Maycon de Moura Reboredo (co-orientador) Acadêmicos: Karina da Silva

Rodolfo Nazareth da Silva

CONTATOS DOS RESPONSÁVEIS:

Profa LILIAN PINTO DA SILVA MAYCON DE MOURA REBOREDO

Rua Min. Amarílio Lopes Salgado, 50 / apto 102, Cascatinha. Rua Espírito Santo, 785/ apto 901, Centro.

Juiz de Fora – MG Juiz de Fora – MG

Email: lilian.pinto@ufjf.edu.br Email: mayconreboredo@yahoo.com.br Telefones: (32) 9103-5053 / 3217-9493 Telefones: (32) 9199-8620 / 3218-0734

KARINA DA SILVA RODOLFO NAZARETH DA SILVA

Rua Antônio Costa Pacheco Filho, 71, Esplanada. Rua Eduardo Weiss, 136, Fábrica. Juiz de Fora – MG Juiz de Fora – MG

Email: maiskari_fst@yahoo.com.br Email: rodolfofst@gmail.com Telefones: (32) 8811-1862 / 3224-4623 Telefones: 9925-7540 / 3211-5691

INFORMAÇÕES AO PARTICIPANTE OU RESPONSÁVEL

1. O Senhor (a) está sendo convidado(a) a participar como voluntário (a) da pesquisa “EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE LONGA DURAÇÃO EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA” que se trata de um trabalho de conclusão de curso e tem como objetivo comparar: a qualidade de vida, a capacidade funcional (capacidade de realizar exercícios físicos) e os resultados dos exames de sangue de pacientes portadores de doença renal crônica, participantes e não participantes de um programa de exercícios físicos realizados em bicicleta ergométrica durante a sessão de hemodiálise. Portanto, pretende-se avaliar o efeito da realização desse exercício por um longo tempo e o efeito da interrupção deste sobre os aspectos aspectos psicológicos, fisiológicos e funcionais do estado de saúde.

2. Você será submetido (a) a um teste de caminhada para a avaliação da sua capacidade funcional, a uma entrevista para aplicação de um questionário de qualidade de vida e, no caso de não mais realizar os exercícios na bicicleta ergométrica, também responderá a um questionário sobre o motivo dessa interrupção. O teste de caminhada consiste em registrar a distância máxima que você consegue percorrer numa pista plana de 30 metros durante 6 minutos, sendo que, nesse mesmo dia serão realizados dois testes e considerado aquele em que

(43)

você obteve o melhor desempenho, a realização deste teste oferece riscos mínimos. Durante uma entrevista você responderá a perguntas contidas em um questionário de qualidade de vida com 36 itens, que avaliarão aspectos relacionados ao seu estado de saúde. No questionário que avaliará o motivo da interrupção do treinamento, você responderá livremente a apenas uma pergunta. Os questionários serão realizados durante a sessão de hemodiálise e o teste de caminhada antes da sessão. Além disso, o seu prontuário será consultado com o objetivo de verificar a presença de alguma alteração que contra-indique a realização do protocolo e para a coleta dos dados bioquímicos (exame de sangue).

3. Todas as avaliações serão realizadas no setor de hemodiálise do Centro de Atenção a Saúde (CAS) / Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora.

4. A sua participação envolverá riscos mínimos e você pode desistir de participar da pesquisa a qualquer momento, não havendo penalizações para tal. Além disso, os pesquisadores não interferirão no decurso do seu tratamento.

5. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas.

6. As informações obtidas durante as avaliações serão mantidas em total sigilo e poderão ser usadas para fins científicos, não sendo divulgada a sua identificação. O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.

7. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, nos Arquivos da Fisioterapia do setor de hemodiálise do Centro de Atenção a Saúde (CAS) / Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora na Hemodiálise e a outra será fornecida ao senhor (a).

8. Você não terá despesas nem receberá compensação financeira pela sua participação no estudo. Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelo procedimento próprio deste estudo, você terá direito a tratamento médico na instituição.

(44)

Eu, _________________________________________________, portador do documento de Identidade ______________________ fui informado (a) dos objetivos do estudo “EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO INTRADIALÍTICO DE LONGA DURAÇÃO E DO DESTREINAMENTO EM PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar.

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Juiz de Fora, _________ de __________________________ de 200__ .

Nome Assinatura participante Data

Nome Assinatura pesquisador Data

Nome Assinatura testemunha Data

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o

CEP-COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UFJF CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFJF

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA CEP36036.900

Fone:32 3229 3788

(45)

ANEXO B

Referências

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