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Uma das possíveis periodizações para a Revolução Francesa é apresentada na tabela a seguir:

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Uma das possíveis periodizações para a Revolução Francesa é apresentada na tabela a seguir:

Período Intervalo Estados Gerais 05.05.1789 a 17.06.1789 Assembleia Nacional 17.06.1789 a 09.07.1789 Assembleia Constituinte 09.07.1789 a 30.09.1791 Assembleia Legislativa 01.10.1791 a 20.09.1792 Convenção 21.09.1792 a 26.10.1795 Diretório 26.10.1795 a 09.11.1799

Em 4 de agosto de 1789, Louis-Marie Noailles, deputado da nobreza, denunciou na Assembleia Constituinte os direitos senhoriais como causa da crise. Foi aprovada a supressão dos direitos feudais, dos dízimos e tributos dos senhores, a abolição dos privilégios, o estabelecimento da justiça gratuita e a possibilidade de admissão de todos os franceses a todos os empregos, sem distinção de origem.

Em 26 de agosto de 1789 foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que continha os princípios que norteariam a nova sociedade. Compunha-se de 17 artigos e consagrava a liberdade, a igualdade e o regime representativo.

Em outubro de 1789 ocorreu outro levante popular. Movido por uma situação cada vez mais grave e pela grande escassez de víveres, o povo de Paris dirigiu-se a Versalhes. Exigiu que o rei e a Assembleia se transferissem para Paris. O rei instalou-se no palácio das Tulherias.

Durante as sessões, a Assembleia se dividia em dois grupos: à direita de seu presidente ficavam os aristocratas, partidários do Antigo Regime; à esquerda, sentavam-se os patriotas, que defendiam a revolução. Honoré-Gabriel de Riquetti, conde de Mirabeau, fora rechaçado pelos nobres. Fez-se eleger deputado pelo Terceiro Estado e foi um dos mais importantes oradores na Constituinte. Mais tarde tornou-se defensor do poder real, que acreditava ser muito limitado pela Assembleia.

Agravava-se cada vez mais o estado das finanças. O bispo de Autun, Charles Maurice de Talleyrand-Périgord, propôs

que os bens do clero fossem confiscados pelo Estado, medida que foi aprovada em sessão da Assembleia em 2 de novembro de 1789. O Estado colocou em circulação uma nova modalidade de papel-moeda: os “assinados” (assignats), cujo valor estava lastreado nos bens confiscados do clero.

A 12 de julho de 1790 foi aprovada a chamada Constituição Civil do Clero, dispondo que os bispos e párocos deveriam ser escolhidos pelos mesmos eleitores que elegiam os deputados. O papa seria simplesmente informado sobre o resultado das eleições. Em face da resistência dos bispos, a Assembleia quis obrigar o clero a prestar juramento a essa Constituição. Ficaram conhecidos como “refratários” os que se negaram a prestar o juramento e como “juramentados” os que concordaram em fazê-lo.

CARICATURA SOBRE O DECRETO DE SUPRESSÃO DAS ORDENS

RELIGIOSAS.16 DE FEVEREIRO DE 1790.

No dia 14 de julho de 1790, todas as federações regionais uniram-se em Paris. La Fayette, chefe da Guarda Nacional de Paris, em nome de todas as demais federações, jurou, no Campo de Marte, permanecer fiel para sempre à nação, à lei e ao rei. A festa teve importância porque significava a adesão de todas as províncias da França ao novo regime.

Desde a convocação dos Estados Gerais, Luís XVI vinha perdendo o controle da situação, que se tornou evidente com a Tomada da Bastilha. Muitos nobres, temerosos com o rumo dos acontecimentos, abandonaram suas terras e dirigiram-se para a fronteira com os estados alemães para formar um exército contrarrevolucionário (financiado pela Áustria) que pudesse restabelecer a antiga ordem. Na noite de 20 para 21 de junho de 1791, Luís XVI e sua família fugiram do palácio das Tulherias com a pretensão de se unir a esse exército que estava na fronteira. Contudo,

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quando já estava quase fora do país, em Varennes, o rei foi reconhecido e reconduzido a Paris como prisioneiro, sendo temporariamente suspenso de suas funções.

Antes do episódio da Noite de Varennes, os republicanos eram poucos, pois não se acreditava ser possível abolir a monarquia em um Estado como a França. No entanto, a ausência do rei permitiu uma experiência republicana: a Assembleia soube conduzir o governo e manter todos os serviços. A 17 de julho de 1791, os republicanos promoveram uma manifestação no Campo de Marte que visava impedir o restabelecimento dos poderes de Luís XVI. A Assembleia Constituinte ordenou à Guarda Nacional a repressão aos manifestantes, ocorrendo então um sério conflito armado. O resultado foi a desarticulação, pelo menos temporária, dos republicanos.

A 14 de setembro de 1791 foi promulgada a Constituição. Luís XVI, restituído de seus poderes, jurou manter a Constituição perante a Assembleia. A França tornava-se uma monarquia constitucional.

O novo regime repousava sobre o princípio fundamental da soberania da nação. Mas a nação delegava seus poderes. O rei exercia o Poder Executivo, os deputados eleitos exerciam o Poder Legislativo e os magistrados eleitos exerciam o Poder Judiciário.

O Poder Legislativo era exercido por uma Assembleia Nacional unicameral, formada por 745 deputados com mandatos de dois anos. Cabia-lhes votar leis sobre guerra e paz e sobre os impostos. Todos os franceses maiores de 25 anos eram cidadãos. Tinha direito ao voto todo o cidadão que pagasse uma contribuição equivalente a três dias de trabalho: esses eram os “cidadãos ativos” que designavam os “eleitores” (homens de fortuna) que, por sua vez, elegiam os deputados.

PROCLAMAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO NA PRAÇA DO MERCADO,14 DE SETEMBRO DE 1791,(MUSEU DA REVOLUÇÃO FRANCESA). O Poder Judiciário era exercido por juízes eleitos da mesma forma que os deputados. A nação exercia quase que diretamente o Poder Judiciário nos processos criminais. Os cidadãos designados por sorteio, chamados

jurados, proclamavam a inocência ou a culpabilidade dos acusados.

No lugar das antigas províncias, a França passava a ser dividida em 83 departamentos. Neles, as funções administrativas eram confiadas a delegados eleitos como os deputados e os juízes. A 30 de setembro de 1791, a Constituinte se dissolveu e deu lugar à Assembleia Legislativa.

Por proposta do deputado Maximilien Robespierre, a Constituinte, antes de se dissolver, decretou que nenhum de seus membros poderia fazer parte da Assembleia Legislativa.

A Assembleia Legislativa, cujo mandato legal era de 2 anos, durou menos de um ano. Sua história foi marcada por dois acontecimentos essenciais: a declaração de guerra à Áustria (20.04.1792) e a queda da dignidade real provocada pela Insurreição Parisiense (10.08.1792).

Os deputados da Assembleia Legislativa estavam divididos em três facções. À direita, os chamados “fuldenses” (feuillants) defendiam a estrita aplicação da Constituição. Metade do número de deputados da Assembleia ficava ao centro: sem programa político definido, votavam ora com a direita, ora com a esquerda. À esquerda, havia os jacobinos e os franciscanos (cordeliers), liderados, respectivamente, por Jean-Paul Marat e Jacques Hébert.

Fora da Assembleia organizavam-se clubes, ou seja, sociedades políticas originadas nos tempos da Constituinte. Em 1791 havia o Clube dos Jacobinos, assim chamado por seus membros haverem se instalado em um convento dedicado a São Tiago (a forma latina de Tiago é Jacobus, de onde “jacobinos”). Criado em 1789, o clube era o primeiro e o mais importante. Seu orador mais destacado era Maximilien Robespierre. Seus integrantes possuíam força política por terem fundado clubes análogos na maioria dos departamentos do reino. Depois do episódio da Noite de Varennes, uma parte dos jacobinos pediu a abolição da autoridade real. Por sua vez, o Clube dos Cordeliers tinha esse nome em alusão ao convento franciscano no qual seus membros se reuniam. Tinham posições mais radicais, sendo seus expoentes Georges-Jacques Danton, Jean-Paul Marat, Georges-Jacques Hébert e Camille Desmoulins.

Os nobres fugiam da França e se estabeleciam na fronteira, onde se preparava a contrarrevolução. Já em agosto de 1791, a Áustria e a Prússia firmavam a Declaração de Pilnitz, conclamando os monarcas europeus a “restabelecer a ordem na França”. Os emigrados já haviam organizado um exército em Coblença (Alemanha) e eram apoiados pela Áustria e Prússia. Os girondinos e parte dos jacobinos

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desejavam a guerra. Viam-na como um meio de assegurar o triunfo da revolução e propagar seus ideais pela Europa.

MEMEREVOLUÇÃO FRANCESA -HISTÓRIA NO PAINT

Os integrantes da Assembleia Legislativa sabiam que a Áustria apoiava o Exército formado pelos emigrados que planejavam a contrarrevolução. A 20 de abril de 1792, a Assembleia aprovou a declaração de guerra à Áustria. O rei Luís XVI assinou a declaração por acreditar que a Áustria sairia vencedora do conflito e, dessa forma, ele seria restaurado ao trono com poderes absolutos.

No oeste da França, os padres refratários lideravam revoltas. Frente a isso, a Assembleia decretou tanto sua deportação quanto a dissolução da Guarda Real, que seria substituída por uma Guarda Nacional composta por vinte mil homens, em Paris. A 20 de junho de 1792, uma grande manifestação tomou as Tulherias para exigir que o rei assinasse o decreto de deportação dos refratários.

No dia 25 de julho de 1792, o duque de Brunswick – generalíssimo do Exército prussiano cujas tropas já avançavam pelo interior da França em direção à capital – lançou um manifesto que exortava os parisienses a não se oporem às forças invasoras. Declarou que, caso o rei fosse novamente ultrajado, Paris conheceria um “massacre militar”. Esse manifesto tornou clara a cumplicidade do rei com o inimigo. Na noite de 9 de agosto, elementos mais radicais do movimento constituíram a Comuna Insurrecional de Paris e, na manhã do dia seguinte, o palácio das Tulherias foi tomado. O Legislativo suspendeu os poderes de Luís XVI e constituiu-se um Conselho Executivo liderado por Georges-Jacques Danton. Foi decretada a formação de uma nova Assembleia, chamada Convenção, eleita por sufrágio universal.

TOMADA DO PALÁCIO DAS TULHERIAS –JEAN DUPLESSIS

-BERTAUX (1818).PALÁCIO DE VERSAILLES.

No início de setembro, Paris tomou conhecimento da queda iminente de Verdun, última praça que defendia a capital.

HISTÓRIA NOPAINT(HISTORIANOPAINT.COM)

HISTÓRIA NOPAINT(HISTORIANOPAINT.COM) Robespierre, à testa da Comuna Insurrecional e incentivado por

Jean-Paul Marat, tomou uma série de medidas de emergência. Suprimiu os jornais partidários do rei, instituiu um tribunal extraordinário e

iniciou uma série de execuções em que morreram todos os traidores e, mesmo, os suspeitos de traição.

HTTPS://WWW.SEMPREFAMILIA.COM.BR/ARTIGO/A-REVOLUCAO-FRANCESA-E-OS-PADRES-QUE-PERDERAM-A-CABECA/

A Convenção foi o período mais importante da Revolução Francesa. Costuma-se dividi-lo em três fases (os nomes designam as forças políticas predominantes):

✓ Convenção Girondina (1792-1793);

✓ Convenção Montanhesa ou Jacobina (1793-1794); ✓ Convenção da Planície ou Termidoriana

(1794-1795).

A Convenção assumiu o poder a 20 de setembro de 1792, no mesmo dia em que o Exército francês, comandado pelo general Charles François Dumouriez, continha os

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prussianos na batalha de Valmy. Em sua primeira sessão (21.09.1792), a Convenção decretou o fim da monarquia e proclamou a república. Um novo calendário foi criado e decretou-se que, a partir de então, todos os atos públicos seriam datados do ano I da República.

O ano, dividido em doze meses de trinta dias cada, tinha 360 dias. Os cinco ou seis dias restantes seriam consagrados às festas públicas. Os meses foram divididos em três décadas (período de dez dias) e receberam nomes ligados à natureza e à produção do solo. Esse calendário, adotado pela Convenção em 5 de outubro de 1793, foi usado na França até 1º de janeiro de 1806, quando foi abolido.

Para melhor enfrentar problemas como a guerra civil e a guerra no exterior, a Convenção (formada por 750 deputados e um presidente, que se revezava a cada 15 dias) organizou um governo revolucionário. Havia dois grupos políticos que disputavam a preponderância na Convenção: a Gironda (à direita) e a Montanha (à esquerda); ao centro, na Planície, havia deputados indecisos que oscilavam ora a favor da Gironda, ora a favor da Montanha.

Girondinos e montanheses eram republicanos e democratas. No entanto, os girondinos, em sua maioria deputados provincianos, desconfiavam de Paris e não queriam mais a ditadura da Comuna. Por sua vez, os montanheses aceitavam a ditadura parisiense e consideravam-na necessária. Os três principais personagens da Montanha eram Georges-Jacques Danton, Jean-Paul Marat e Maximilien Robespierre. Em dois pontos, os três grupos estavam de acordo: a supressão da realeza e o fim da guerra contra o inimigo externo. No mais, a Gironda tendia a posições cada vez mais conservadoras, ao passo que a Montanha se tornava cada vez mais radical.

Quando foi colocada a questão do destino a ser dado a Luís XVI, montanheses e girondinos assumiram posições opostas. Os montanheses empenharam-se para que fosse aplicada a pena capital. Os girondinos usaram todo tipo de recurso e argumento para evitar tal sentença. Sua última proposta, derrotada, foi a de que se submetessem o julgamento à aprovação de todas as comunas do país. Luís XVI foi guilhotinado a 21 de janeiro de 1793, na Praça da Concórdia. A execução de Luís XVI provocou a reação das grandes potências que decidiram agir militarmente contra o governo revolucionário, invadindo a França por todas as suas fronteiras.

A execução de Luís XVI provocou a coalizão das grandes potências contra a revolução e as sublevações, sobretudo na Vendeia e em Lyon. A Convenção criou, então, uma série de órgãos responsáveis pela execução das diretrizes revolucionárias. Entre esses órgãos destacavam-se dois:

1) Tribunal Revolucionário: efetuava julgamentos sumários

de elementos considerados ultrarrevolucionários;

2) Comitê de Salvação Pública: dispunha sobre os meios de

defesa interna e externa.

A má colheita de 1792, aliada ao estado de guerra, resultou em uma aguda escassez de víveres. A Comuna (dominada pelos montanheses) pressionou a Convenção (dominada pelos girondinos) a estabelecer um preço máximo para o pão.

Devido à mobilização da frota inglesa no Mediterrâneo (em um movimento de “pinça” coordenado com os exércitos austro-prussianos no continente), em fevereiro de 1793 a França declarou guerra à Inglaterra.

Em março de 1793, eclodiu na Vendeia uma guerra civil contrarrevolucionária, católica e monarquista, insuflada pelo clero refratário da região e nobres descontentes. Contava com a adesão dos camponeses, descontentes com a obrigatoriedade de participação na guerra no exterior.

Os sans-culottes eram elementos dos estratos inferiores da sociedade – em sua maioria artesãos – que assumiram posições radicais.

Usavam calças compridas em vez dos típicos calções curtos (culotes) trajados pela nobreza do Antigo Regime.

Fortaleceram a Montanha que, nos

tempos agitados da Convenção, era liderada por Robespierre, Danton e Marat, propugnando pela função social da propriedade, pela democracia política e por uma administração revolucionária centralizada.

Os girondinos dominavam a Convenção, mas sabiam que o controle da Comuna era fundamental. Assim, para controlá-la, nomearam um Comitê dos Doze, tendo início a prisão de líderes montanheses (entre os quais, Marat). Julgado por um tribunal revolucionário dirigido por Danton, Marat foi absolvido e reintegrado à Convenção. Chegou então a Paris a notícia de que oitocentos populares haviam sido mortos por se insurgirem contra o governo girondino de Lyon. A 2 de junho de 1793, os sans-culottes, armados, cercaram a Convenção e obrigaram-na a decretar a prisão do grupo girondino e do Comitê dos Doze. Os porta-vozes

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dos sans-culottes conseguiram fazer valer algumas reivindicações: equiparação de fortunas mediante impostos progressivos, repartição dos latifúndios improdutivos e distribuição equitativa de víveres.

Em junho de 1793, a Montanha assumiu o controle da Convenção. Enquanto eclodiam insurreições girondinas e cresciam as forças antirrevolucionárias, os exércitos estrangeiros forçavam as fronteiras francesas. Em Paris, reorganizou-se o Comitê de Salvação Pública, com a destituição de Danton e a nomeação de Robespierre. A 13 de julho de 1793, em meio a uma série de outros atentados, Jean-Paul Marat foi assassinado por Charlotte Corday, jovem de origem aristocrática da Normandia (norte da França) que acreditava que, ao matá-lo, restabeleceria a lei e a paz na França.

Foi a fase mais radical da Revolução Francesa. O governo revolucionário organizou-se para pôr fim à guerra civil e montar uma defesa contra os estrangeiros. Promulgou também a Lei dos Suspeitos, segundo a qual eram acusados de traição todos aqueles que, não tendo feito nada contra a revolução, também nada tenham feito a seu favor.

Após sua elaboração, a nova Constituição passou por um referendo popular e foi promulgada a 10 de agosto de 1793 (mês do Termidor). Não chegou a entrar em vigor porque a Convenção decretou a suspensão de sua aplicação enquanto o país estivesse em guerra. Essa deliberação equivalia a conferir ao Comitê de Segurança Geral e ao Comitê de Segurança Pública poderes ditatoriais. Tornaram-se, então, importantes níveis de decisões políticas.

Robespierre tornou-se o verdadeiro chefe de governo. Popular entre os sans-culottes, era chamado de “o Incorruptível” devido a sua lealdade à revolução. Seu ideal era a república fundada na igualdade e na liberdade. Após prender e executar grande parte dos girondinos, passou a fazer expurgos entre seus próprios partidários, que discordavam de algumas de suas medidas políticas. Os montanheses que lhe faziam oposição ficaram conhecidos como raivosos (à sua esquerda) e indulgentes (à sua direita). Os raivosos eram ateus militantes e lutavam por uma França totalmente desligada da Igreja. Iniciaram uma campanha de descristianização. A Catedral de Notre-Dame de Paris foi consagrada como o “Templo da Razão”. O líder desse grupo era Jacques Hébert. Os indulgentes eram elementos que originalmente integravam os cordeliers, mas se opunham às execuções sumárias. Eram também conhecidos como “moderados”. Georges-Jacques Danton liderava o grupo, ao lado de Fabre D’Églantine e Camille Desmoulins.

Em março de 1794, Robespierre mandou prender e guilhotinar os raivosos e seu líder, Hébert, acusando-os de conspirar contra a Convenção. Dias depois, acusou os indulgentes de serem monarquistas e também mandou guilhotinar Danton, D’Églantine e Desmoulins. No entanto, ao agir dessa forma, Robespierre cortou os laços que o uniam aos sans-culottes (que constituíam seu maior apoio), ficando também isolado dos membros da Convenção. Enquanto isso, acelerou-se a crise econômica. A inflação e a desvalorização da moeda eram brutais. A Montanha, pregando uma política social, interferia na economia por meio do confisco de bens, da compra e venda a preços fixados pelo governo e do estabelecimento de preços mínimos e máximos. Frente a isso, proprietários e empresários abandonavam a produção, a crise se agravava e as sublevações eram contínuas.

A 9 Termidor (27.07.1794), a sessão da Convenção decidiu destituir Robespierre. A Comuna, que estava a seu lado, colocou-o em liberdade. Entretanto, ele não se atreveu a liderar uma insurreição contra a Convenção. Preso novamente, tentou o suicídio com um tiro de pistola que lhe esfacelou o queixo. Nesse mesmo dia, foi guilhotinado na praça da Revolução ao lado de Augustin Robespierre (seu irmão), Georges Couthon, Saint-Just e outros dezessete companheiros.

A Planície, no controle da Convenção, suprimiu a política dos preços fixos e chamou de volta os girondinos. Foi fechado o clube jacobino, integrado por partidários de Robespierre.

Eliminada a esquerda, a Convenção passou a ser ameaçada pelos realistas (monarquistas) fortalecidos com a derrota dos montanheses. Os realistas eram recrutados entre a juventude elegante: eram os chamados petimetres, que caçavam nas ruas os jacobinos remanescentes. No centro da França, verificou-se um verdadeiro terror branco, em que muitos jacobinos foram decapitados. Os realistas não aceitavam as disposições da Convenção que lhes barrava o acesso ao poder, e promoveram uma insurreição em Paris. A Convenção foi salva por um jovem general designado para defendê-la e que habilmente derrotou os realistas. Napoleão Bonaparte era o nome do jovem general, de quem muito se haveria de falar no futuro.

Governando a França entre 1792 e 1795, a Convenção teve como principais realizações:

✓ Desde o início teve de fazer frente à guerra civil e à guerra externa. Em 1793 foi atacada por 60 departamentos insurretos, bem como por exércitos da Inglaterra, Holanda, Prússia, Piemonte, Áustria e Espanha. Conseguiu triunfar e chegou a estender os limites da França com a anexação da Bélgica e

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de todos os territórios situados à margem esquerda do rio Reno.

✓ Aboliu a escravidão nas colônias francesas em 1794. No plano interno, estabeleceu o chamado “grande livro da dívida pública”; iniciou-se a redação de um único código de legislação; adotou-se o sistema métrico decimal; alterou-se o ensino público – tornado leigo – e estabeleceu-se o ensino primário obrigatório e gratuito; reorganizou-se o ensino superior. Os direitos feudais foram completamente abolidos.

Suprimiu a Comuna de Paris e proibiu A Marselhesa.

✓ Aprovou o calendário republicano, cuja adoção retroagia ao dia posterior à Proclamação da República.

A Convenção votou a Constituição do Ano III (1795), que estabeleceu que o Poder Executivo fosse exercido por um Diretório composto por cinco membros eleitos pelo Legislativo e renovável de 1/5 a cada ano. O Legislativo seria exercido pelo Conselho dos Quinhentos e pelo Conselho dos Anciãos. Caberia ao Conselho dos Quinhentos a elaboração de leis, e ao Conselho dos Anciãos sua aprovação. Ambos os conselhos seriam renováveis de 1/3 anualmente. Para votar era preciso saber ler e escrever, bem como pagar uma contribuição direta. A 26 de outubro de 1795, a Convenção se dissolveu e deu lugar ao novo governo.

Os membros do primeiro Diretório foram Paul Barras, Jean-François Rewbell, Louis Marie de La Révellière-Lépeaux, Étienne-François Le Tourneur e Lazare Carnot. Seu governo foi marcado por intensas lutas entre jacobinos e realistas. Na medida em que essas lutas mantiveram o governo paralisado, a solução foi o recurso à força, o que tornou esse período repleto de golpes de Estado.

François-Noël Babeuf (conhecido como Gracchus Babeuf) é considerado um comunista primitivo. Defendia um comunismo baseado na reforma agrária e afirmava que a soberania do povo não se tornaria uma realidade senão pela supressão das classes e da propriedade individual. O direito de vender e transmitir herança deveriam ser abolidos. As terras deveriam ser administradas em comum, para dar trabalho a todos. Em 1796, seus partidários prepararam a Conspiração dos Iguais, que se propunha a derrubar o Diretório e a restabelecer a Constituição do Ano I. Denunciados e presos, Babeuf e seus partidários foram guilhotinados em 26 de maio de 1797.

Em setembro de 1797, o Diretório voltou-se contra os realistas. Rewbell, La Révellière-Lépeaux e Barras, com o apoio de Napoleão, fiel à República, executaram o golpe de Estado do 18 Frutidor (04.09.1797). A imprensa de oposição foi fechada; as leis de exceção contra refratários e emigrados foram postas novamente em vigor. No ano seguinte foi a vez dos jacobinos, que, depois do 18 Frutidor, se fortaleceram e conseguiram eleger vários deputados nos conselhos. Pelo golpe de Estado do 22 Floreal (10 e 11.05.1798), o Diretório fez um expurgo nos conselhos, eliminando os jacobinos. Em 1799 ocorreu um novo golpe de Estado. Dessa vez os conselhos tomaram a iniciativa, visando substituir os membros do Diretório. Foi o golpe de Estado do 30 Prairial (18.06.1799).

Em fins de 1799, Emmanuel-Joseph Sieyès, um dos membros do Diretório, liderou um grupo que propunha uma revisão na Constituição do Ano III. Em outubro de 1799, Napoleão Bonaparte retornou do Egito. Sieyès e Bonaparte prepararam o golpe. Era preciso obter a demissão dos membros do Diretório para que o Poder Executivo ficasse vago. A seguir, seria necessário que os dois conselhos nomeassem um comitê executivo provisório para revisar a Constituição. Na verdade, preparariam uma nova Constituição. Para evitar o repúdio popular, os conselhos seriam transferidos para Saint-Cloud, onde se executaria o golpe.

HTTPS://WWW.TODAMATERIA.COM.BR/GOLPE-DO-18-DE

-BRUMARIO/

Com o golpe de 18 Brumário, considera-se encerrada a Revolução Francesa. Todas as conquistas sociais mais avançadas foram eliminadas. As guerras no exterior perderam seu caráter revolucionário e passaram a ser feitas para garantir o poder do império e da burguesia que lhe dava sustentação.

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