EVOLUÇÃO DOS NEGÓCIOS
MERCADO C
A
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-
Volta
Após a Instrução n. o 222, de ... 29-12-61, reunificando as t a x ascambiais, as Autoridades Monetá-rias decidiram voltar ao sistema que vigorou até 1952, de uma única taxa fixa de câmbio, a despeito de
continuarem em alta os preços e custos de produção no país. Assim, a partir de janeiro de 1962, ficou
estabelecido que a taxa cambial
se-ria de Cr$ 310,00 para a compra e de Cr$ 318,00 para a venda,
apli-cável a tôdas as operaçoes tanto
•
do Banco do Brasil, como dos ba.'1-cos autorizados a operar em câm-bio, casas bancárias e agências de turismo.
Não obstante o caráter transitó-rio com que o sistema foi instituído - segundo declaração das
Autori-dades Monetárias, quando do
esta-belecimento da Instrução n. o 222, já nos aproximamos do terceiro mês de sua adoção sem que haja
expectativa de modificação em fu-turo próximo.
COMERCIO' EXTERIOR DO BRASIL MIL..õES D( oOLAAES • " ' ' '/ '962
I
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•
I • MERCADO DE CAMBIO _ RIO DE JANEI RO COTAÇOES DO DÓLAR AMERICANO - 1962
tCr$/ lJSS)
BANCO 00 BRASIL OUTROS BANCOS lrU NUA!. PARA.LELO
O A T A.
Co.pra Ve nda COllpra Va nda Compra Ve nda COlllpra Venda
JANEIRO: 1 S ••••••• 310 lI8 310 318 310 318 360 370 16 . .. . .. . lIO 318 lIO 318 310 318 35' 36' 11 .... . .. 310 318 310 318 310 318 360 370 18 . . . . . 310 318 310 318 310 318 360 370 19 ... .. .. 310 318 310 318 310 318 36' 370 2 O • • • ••••
,
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I A O O 21 .. . . O O•
I N G O 22 •• ••••• lIO 318 310 318 310 318 360 36' 2 J ••••••• 310 lI8 310 318 310 318 35' 360 24 . . . lIO 318 310 318 310 318 363 368 25 . . . 310 318 310 318 310 318 363 368 2 6 ••••••• lIO 318 310 318 310 318 363,
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G O 2 9 • ••• • •• lIO 318 310 318 310 318 360 365 3 O • •• •• •• 310 318 310 318 lIO 318 360 36' 31 . • •• . • . 310 318 310 31' 310 31. 362 36' fEVUlIRO: 1 . .. .. . . 310 '1. 310 31. 310 318 364 369 2 ••••.•• 310 31 • 310 lI8 310 318 364 36. 3 • ....•. 310 31. 310 318 310 31. 36' 36. 4 . . . O O•
I N G O S ••••• .. 310 31. 310 31' 310 318 36' 372 6 •.• • .. . lIO 318 lIO 318 310 318 370 37' 7 . . . 310 31. 310 31. 310 31. 36' 370,
8 . . . 310 31. 310 li. '10 318 360 36' 9 • • ..•.. 310 31. 310 318 310 31. 363 368 1 O •.• • •.• 310 318 310 31. 310 31. 36' 372 ] 1 • .. • . .. O O•
I N G O 12 . . . 310 31. 310 '18 310 31. 366 '71 ] 3 .•.••.• '10 31. 310 31. 310 318 36' 372 14 . . .'10
31. 310 31. 310 31' 36' 370 1 5 • •• • •• • 310 31. 310 31' 310 '18 36. 371 1 6 • • ••••• 310 31' 310 31. 310 318 3" 370 1 7 •. . •••• lIO 31. 310 31' 310 lI8 3" 370 18 .. ... . . O O•
I N C O I 9 ••••••• '10 318 310 31. 310 318 3" 372 20 • . . ... . 310 318 310 318 310 318 3" 373 • .Fonte: Escritorlo do Corretor Mauricio Marcello D. Leite Barbos a .
Não admira, pois, que o merca-do cambial se encon tre prà tica-mente paralisado, em virtude da retração das exportações - exceto o café, considerado em fase excep-cional neste período janeiro/ feve-reiro de 1962. Os exportadores, na
expectativa de depreciação cam-~IARÇO
bial, estão retraídos e, assim, nego-ciam sàmente parte de suas divisas quando ocorre necessidade real de
"cruzeiros". Há que acrescentar ainda o fato do encarecimento das taxas portuárias que, aliadas à ma-nutenção da taxa fixa, têm ocasio-nado o alijamento de vários
dutos (sisal, feno, cêra etc.) da
competição internacional.
Se as exportações estão diminuí-das, o mesmo não ocorre com as im-portações que, voltaram a ser
esti-muladas pela irrealidade da taxa de
câmbio. Entretanto, a falta de
co-bertura de divisas nos bancos auto-rizados a operar em câmbio estâ
dando lugar às chamadas opera-ções "casadas'\ em que o banco é apenas o intermediário entre o ex-portador e o importador.
Com isso, pode ser pago um ágio sôbre a taxa oficial, como ocorria
no tempo das operações "vincula-das", sem necessidade do depósito
prévio que vigora naquele
merca-do. É óbvio que, neste caso, as mercadorias essenciais são
prejudi-cadas pelas que podem pagar
maior âgio aos exportadores. A
êsse tipo de transação se estâ dan-do o nome de "boneco".
A falta de cobertura do Banco
do Brasil aos bancos comerciais jâ ocasionou a formação de "fichas"
de clientes importadores, deven
-do-se acrescentar que, em alguns dêles, ultrapassam montante
su-perior a USS 2 milhões. Quanto ao
Banco do Brasil - Carteira de Câmbio - tantos são os óbices
im-postos aos demais bancos, e ao pró-prio mercado de câmbio que
pou-cos são os que se animam a com êle transacionar. Excluindo-se os
imensos entraves burocráticos im· postos pelo Banco do Brasil,
apre-sE:ntamos, a seguir, quadro
compa-rativo das exigências formuladas
para o fechamento de um contrato
para importação.
---DEPóSITOS EM CRS TIPOS DE
FECHAMENTO BANCO DO BRASIL DEMAIS BANCOS
A b e r t u l' a de crédito
(pag. antecipado ao
exportador - - prazo 90
dias) 1007< mais taxas
30 a 50 '1c mais 1 rt a.m.
s descoberto mais 1 2
a 1 f'1 de comissão. 10 a 30 7t:
juros 170
Cobrança a chegar (pra-zo 90 dias)
s ô b r e o descoberto, 50 f( mais taxas sem comissão.
A atual ocorrência de severa f'5-cassez de cobertura, ocasionando a
formação nos bancos de filas de
26
clientes importadores, tem levado
à intensificação das transações VIn'
culadas entre clientes
-11 - MERCADO DE OOffiIO LIVRE
•
DE VENDA 00 DOLAR A.\lERI CANO
. (C'rS/USS)
-MESES 19~4 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 Janeir o •• S4,20 75,06 72,57 6S.62 95,50 11 6. 69 189.31 219,45 Feverei r o 58,04 77.09 70.85 66,41 98,79 142.88 186, 57 225.69 Março •. • . 59,13 81.69 72.60 65,39 106,60 140.81 189, 28 249,54 AbriL . . . 53,70 80,83 76,79 69,32 116.98 137. 75 190.16 283,66 Ma i o • • • •• 55,10 81,13 M,62 74.48 132.73 134 , 7l 186,92 270.46 Junho . •• . 56, 20 78,61 81,34 71,70 136.57 136. SI 186,32 , 261,39 Julho . •.. 59, 69 15. 82 80,24 74. 16 135,07 1:)0,78 186. 39 262,99 Agôsto ••• 63.30 73 . 72 76,45 78,98 14 2.95 154,10 186, 87 269.60 Set elllbro. 63. 16 68.86 70.90 81,58 161,11 161, 79 188.69 294 ,20 Outubr o .. 64 . 10 69 , 13 68.02 84,25 148,14 176. 44 190, 15 305.28 Novembl'O. 71,86 67 , 23 67,75 91,43 141 ,19 192 , 11 191, 40 310, ,9 Dllzlllllbro. 76, 14 67, 73 66, 10 89, 61 137,86 202 , 66 204, 13 309, 6~ lIÉllll AN1lU. 62 ,18 73,54 73,59 7~, 67 130,06 159.83 189 , 90 280, 22Fonte: Bolsa de Valo
-
rlls do aio de Janel. To •res e importadores) de um mesmo
banco. A tendência notada, ent re.
tanto, é de rápida expansão, quan4
do então atingirá clientes de b an-cos diversos e se executará o plano
já ensaiado com seus primeiros
Eugênio Gudin
"PRINCíPIOS DE ECONOMIA
MONET ÁRIA
IIEDITôRA AGIR
4 ." Edição - Revisto - À VENDA
-
TAXAS MAXIMA. MEDIA E MINiMA DO DÓLAR AMERICANO NOr.!~
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, "passos. O sistema consiste no pa·
gamento - pelo importador - de
um adicional à taxa cambial
im-posta, hoje de
ers
20,00, aoexpur-tador, sem que para isso se veri·
fique qualquer participação do es"
tabelecimento bancário condutor
da operação. É provável mesmo
que o próprio banco financie êste .adicional.
Verifica-se, pois, que o artifício
só é usado devido à manutenção de uma taxa única fixa, bastando
a sua passagem a flutuante para
que cesse. Todavia, se permitida a
generalização, é provável que se torne bem difícil o seu término,
tendo em vista quo o atual "bone-co" não é gravado de taxas e
im-postos diversos, sendo, portanto de grande interêsse para os
parti-cipantes. 28 "
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4-JP;;
,":1
,"' :J!'
" . "Por outro lado, a "amarração"
da taxa de câmbio das casas bano
cárias e agências de turismo,
aque-la estabelecida pelas Autoridades.
permitiu o aparecimento de novo
setor cambial, representado, no momento, pelos grandes hotéis
-aquêles que recebem turistas
-prejudicando, principalmente, as emprêsas que ainda trabalham
le-galmente.
t
justo afirmar-se, po-rém, que a grande maioria das ca-sas bancárias e agências de turis-mo opera à taxa do mercado pa-ralelo.Finalmente, cabe esclarecer que, no momento, apesar da fixação da taxa única, o sistema de câmbio é
de taxa múltipla, ou seja: o merca-do oficial, o mercado comercial -"boneco" - e o paralelo.