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Academic year: 2021

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2017

NEWSLETTER FEVEREIRO

NESTE NÚMERO

• Seminário “How to Face Climate Change”

• XI Congresso Nacional do Milho

• Reunião da Secção de Hortícolas da ANSEME

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Seminário “How to Face

Climate Change”

A abertura da Sessão ficou a cargo de João Lima, Diretor do INIAV, que referiu que a Agricultura

passou a ser um Setor estratégico e que se enfrenta agora o desafio de produzir num contexto de

alterações climáticas. Realçando ainda a importância da investigação na adaptação dos modos de

pro-dução a novas condições climáticas e a necessidade de transferir esse conhecimento aos agricultores.

O desafio alimentar 9 milhões de pessoas, de modo susten-tável, em 2050, foi destacado por Christiannne Bleijenberg (da embaixada dos Países Baixos em Portugal), lembrando que este objetivo requer uma adaptação local às alterações climáticas e referindo o trabalho feito desde sempre, pelos holandeses no sentido de mitigar os efeitos negativos da agricultura no ambiente (nomeadamente através do uso eficiente da água).

José Paulino (da Agência Portuguesa do Ambiente) referiu o interesse em direcionar a investigação agrícola para a re-dução dos impactos ambientais decorrentes da agricultura. Salientando também a importância do financiamento para fazer face às vulnerabilidades (cheias, secas, pragas e perfil de temperatura) em Portugal.

Referiu ainda que a estratégia política para adaptação da produção agrícola às alterações climáticas está agora cen-trada em 3 objetivos que são a melhoria do conhecimento sobre a alimentação, a integração das políticas em todos os Setores, e implementação de medidas envolvendo municí-pios

Lembrando ainda que no âmbito da Convenção das altera-ções climáticas da ONU, Portugal assumiu o compromisso em trabalhar com os países de língua oficial portuguesa. Destacaram-se ainda questões como a importância da qua-lidade do solo numa abordagem integrada de adaptação

às alterações climáticas Água, Solo, Variedades, lembrando a necessidade de ter um o solo em boas condições para possibilitar o uso eficiente da água e permitir um adequado desenvolvimento das raízes.

A necessidade de melhorar a Gestão da emissão dos gases de estufa e de equilibrar o consumo energético também estiveram na ordem do dia, bem como a necessidade de aumentar produtividades, principalmente na cultura do Milho devido aos baixos preços do cereal. Salientando-se o papel que a agricultura de precisão deSalientando-sempenha na redução de inputs e inclusivamente nos ganhos energéticos alcançados nesta produção.

Benvindo Maçãs (Diretor da Unidade Estratégica de Bio-tecnologia e Recursos Genéticos do INIAV) lembrou que desde sempre o Homem adaptou as espécies e variedades a novas condições e que as espécies vegetais tiveram dife-rentes tipos de adaptação consoante o local em que foram instaladas.

Referiu ainda que se observa uma regionalização dos impactos das alterações climáticas, consoante as culturas disponíveis em cada local.

Salientando ainda a importância dos Recursos Genéticos e do Melhoramento de Plantas na adaptação da agricultura às alterações climáticas.

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Lisboa, 7 e 8 de fevereiro de 2017

Congresso Nacional do Milho

No seu discurso de abertura, José Luís Lopes, Presidente da ANPROMIS indicou os baixos preços como

a principal dificuldade do Setor, alertando para a necessidade de aumentar a eficiência e de inovar.

O Ministro da Agricultura felicitou a boa organização do Setor do Milho e defendeu que deverá existir algum nível de subsidiariedade na modernização da PAC, a fim de promover uma concorrência equilibrada entre agricultores europeus, através do apoio ao rendimen-to dos agriculrendimen-tores, ao investimenrendimen-to e à investigação. Por fim referiu que o Ministério da Agricultura irá criar um órgão para acompanhar o Ministro na sua Posição relativamente às alterações da PAC.

O PAPEL DA AGRICULTURA NA GEOPOLÍTICA MUNDIAL

O Professor Miguel Monjardino Cabral (Universidade Católi-ca Portuguesa) Católi-caracterizou este momento como uma nova era, em que a zona do Mar Negro tem um novo poder e capacidade produtiva; referindo também uma alteração do perfil das pessoas que estão a trabalhar na agricultura. Defende também que os preços e o funcionamento atual do sistema agrícola mundial estão dependentes da distri-buição de bens alimentares e do domínio das rotas e dos pontos de exportação.

Esta mudança de paradigma foi também referida por Jaime Nogueira Pinto que considera que a globalização tem efeitos negativos que se manifestam na classe média/ baixa dos países mais ricos e democráticos do mundo, particular-mente evidenciada pelo BREXIT e pela eleição de Trump nos Estados Unidos da América.

Referiu ainda que o facto de Portugal ter as mais antigas fronteiras histórico-estruturais do mundo, pode ser uma vantagem para o nosso país no que diz respeito às grandes culturas.

A necessidade de repensar a globalização foi também referida por Luís Vasconcellos e Souza que fez uma aná-lise quanto à relação de Portugal com diferentes países, nomeadamente os Estados Unidos, cuja proximidade histórica pode ser vantajosa.

INOVAÇÃO, TECNOLOGIA e COMPETITIVIDADE

A agricultura de precisão e a Robótica são já prioridades de investigação para o INIAV, embora sempre em parceria com outras instituições.

A resistência dos agricultores às novas tecnologias foi apontada como o maior entrave à adoção das mesmas, evidenciando-se um baixo nível de experimentação. Salientou-se que muitas vezes é nas culturas com menores margens que a utilização de novas tecnologias tem maior retorno porque é nessas que é mais necessário rentabilizar.

Referiu-se ainda que muitas vezes “o subsídio é castrador

da inovação”, porque não põe as pessoas incómodas nem

lhes dá a necessidade de procurar informação sobre a sua atividade.

O FUTURO DA PRODUÇÃO DE MILHO NA UNIÃO EUROPEIA

Diferentes níveis de competitividade entre países da União Europeia e outras partes do mundo têm-se evidenciado neste cenário de preços baixos.

Nos países da União Europeia, só com as ajudas da PAC é que a produção de milho continua a ser rentável, o que terá, na opinião dos participantes desta mesa redonda, levado ao abandono da cultura em Portugal.

A falta de acesso à genética verificada na União Europeia tem condicionado as produtividades europeias, atribuin-do-se as diferenças observadas entre os EUA e França (dois países com produtividades médias superiores às

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dos outros players) à falta de acesso a variedades OGM em França.

Também em Itália (que já foi o segundo produtor europeu de milho) se verificou uma perda de 40% da área pro-duzida, a qual se associa à queda de preços e à falta de acesso a variedades OGM [num país altamente afetado pela broca do milho]. Prevê-se o aumento da eficiência da produção pela introdução de novos híbridos no mercado, obtidos por NBT’s – New Breeding Techniques (Novas Técni-cas de Melhoramento de Plantas).

Falou-se ainda na possibilidade de baixar o break-even do milho, reduzindo custos de produção ainda que isso impli-que a redução da produtividade.

PROTEÇÃO FITOSSANITÁRIA E PRODUTIVIDADE

O aumento de custos e tempo para a introdução de novas substâncias ativas no mercado europeu, bem como a previsão de retirada de cerca de 20% das substância ativas do mercado, foram dois temas em discussão neste painel, durante o qual se concluiu que a proteção fitossanitária não só contribui para a competitividade e para assegurar a rentabilidade dos produtores de milho como também para garantir a segurança alimentar.

Foi elaborado um estudo europeu que mostra que a re-tirada das 75 substâncias ativas (em análise) do mercado implicará o uso de mais 15% da área atualmente utilizada para os mesmos níveis de produção, o que aumenta a pegada do carbono, podendo este impacto ser ainda mais agravado se forem necessárias importações.

Estima-se que a União Europeia tenha acesso a metade das substâncias ativas utilizadas no resto do mundo, estando em desvantagem competitiva, uma vez que o acesso à tecnologia é limitado.

Também do ponto de vista da segurança alimentar se preveem problemas com a retirada de substâncias ativas

O acesso de Portugal a novos mercados implica o cumprimen-to de requisicumprimen-tos ficumprimen-tossanitários imposcumprimen-tos pelos mesmos, cuja exequibilidade está dependente do acesso aos produtos. Prevê-se por isso que, na União Europeia, os alimentos passem a ser mais caros e menos seguros. E que passagem da avaliação de risco dos produtos para uma avaliação de perigo não aumente a segurança mas sim a dependência alimentar em países terceiros.

O FUTURO DA PAC

A necessidade de repensar a PAC foi o tema central deste debate, uma vez que os principais objetivos destas políticas: aumento da competitividade e sustentabilidade ambiental não estão a ser cumpridos.

De acordo com João Pacheco (Senior Fellow da Farm Euro-pe), a PAC deverá privilegiar investimentos com o duplo ob-jetivo de aumentar a produtividade e melhorar a sustenta-bilidade ambiental (Smart Farming). E conseguir responder aos seguintes requisitos:

• Aumentar a resiliência face à volatilidade e às crises quer através de ajudas diretas, quer através de uma maior abrangência dos seguros;

• Interditar práticas comerciais abusivas e privilegiar a produção contratada;

• Responder às necessidades populacionais no que diz respeito à nutrição e saúde, promover o debate com base na ciência e promover o diálogo entre produto-res, indústria e poder político.

A concentração do poder na distribuição e as práticas co-merciais desleais foram apontadas como a maior resistên-cia à implementação da regulamentação europeia.

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Lisboa, 14 de fevereiro de 2017

Reunião da Secção Técnica

de Hortícolas

A salvaguarda dos Direitos de Propriedade Intelectual em variedades de hortícolas esteve em análise

na última Reunião da Secção de Hortícolas da ANSEME. Em que foi feita uma apresentação por parte

de um representante do Anti-infringement Bureau, sobre este tema.

Para além de empresas de sementes de hortícolas, estiveram presentes os serviços oficias (DGAV), a

FNOP e viveiros.

As variedades de hortícolas podem ser protegidas por Direitos de Obtentor, válidos por 25 anos, que asseguram o direito à produção e comercialização das variedades. O respeito por estes direitos e as boas práticas comerciais garantem a sustentabilidade das atividades do melhora-mento de plantas e o constante acesso a material vegetal de qualidade e adaptado às necessidades do mercado (a resistência a doenças, o shelf life – tempo de prateleira, a aparência e o valor nutricional são características que têm sido trabalhadas pelo melhoramento de plantas).

Cerca de 25% das receitas líquidas das empresas de semen-tes (hortícolas) é reinvestido em Investigação e Desenvolvi-mento.

As Infrações contra os direitos de obtentor envolvem outros problemas como evasão fiscal, concorrência desleal,

frau-des, transgressão da legislação de sementes e da legislação fitossanitária.

Há espécies mais suscetíveis de falsificação do que outras e países em que se verifica um maior nível de infrações (e por vezes de forma organizada) e nesta sessão foram apresen-tadas as infrações mais usualmente verificadas no mercado e as formas de combate contra essas práticas.

A ANSEME continua como sempre, disponível para acolher eventuais denúncias e para as encaminhar devidamente.

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Inscrição no Catálogo Nacional

de Variedades de duas variedades

portuguesas de arroz

Após mais de duas décadas e meia, em que os orizicultores portugueses, apenas tiveram à sua

dis-posição para semear variedades estrangeiras, foram recentemente inscritas no Catálogo Nacional de

Variedades duas variedades portuguesas de arroz, uma variedade de arroz carolino designada CERES

e uma variedade de arroz agulha designada MAÇARICO.

A investigação em melhoramento genético do arroz foi reiniciada em 2003 com o arranque do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz pelo INIAV e ITQB ao quais se juntaram, em 2006, o Centro Operativo e Tecno-lógico do Arroz – COTArroz, no qual participam todos os agentes da fileira (investigação, produção e indústria) e a DRAP Centro. Uma vez que a obtenção de variedades portuguesas foi identificada pela fileira do arroz como uma prioridade para o setor, diversas organizações de produto-res e empproduto-resas do setor contribuíram para o financiamento desta atividade de investigação.

O melhoramento genético nacional possibilita a criação de novas variedades ajustadas às condições agro- ‐económicas do sistema de produção de arroz em Portugal e a disponibi-lização das mesmas aos agricultores nacionais. O processo de melhoramento genético de plantas é longo, dinâmico e dispendioso, sendo necessários cerca de 12 anos para a obtenção de uma nova variedade.

A obtenção e utilização de semente certificada de variedades nacionais de arroz terá como vantagens económicas: • Diminuição da Importação de semente e consequente

impacto na balança comercial do país;

• Redução de custos para o agricultor no factor de pro-dução semente,

• Libertação de fundos para reinvestir em melhoramento genético nacional, permitindo a sustentabilidade do pro-cesso de obtenção de novas variedades.

e como vantagens qualitativas: • Menor dependência do exterior;

• Melhor conhecimento do potencial da variedade;

• Melhor adaptação às condições edafoclimáticas e de exigências do consumidor específicas de Portugal, no-meadamente na qualidade do “nosso arroz carolino”;

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www.anseme.pt

Rua da Junqueira n.º 39 Edifício Rosa – 1.º Piso

1300 – 307 Lisboa

Tel: +351 217 938 679

Fax: +351 217 938 537

Telm: +351 93 398 2599

Referências

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