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INTRODUÇÃO
À
Professora Emérita da Universidade de Brasília (UnB)
INTRODUÇÃO
À
GEOMETRIA DIFERENCIAL
'Introdução à geometria diferencial
© 2008 Keti Tenenblat 2ª edição - 2008 1 a reimpressão - 2011
Editora Edgard Blücher Ltda.
Blucher
Rua Pedroso Alvarenga, l .245, 4° andar 04531-012 - São Paulo -SP- Brasil Tel.: 55 (11) 3078-5366
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Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.
FICHA CATALOGRÁFICA Tenenblat, Keti
Introdução à geometria diferencial / Keti Tenenblat ·· 2ª. ed. São Paulo: Blucher, 2008.
Bibliografia.
ISBN 978-85-212-0467-l 1. Geometria diferencial l. Título.
08-06319
fndices para catálogo sistemático: 1 . Geometria diferencial 51 6. 7
Esta é a segunda edição deste livro que tem o objetivo de servir como texto para um curso introdutório de Geometria Diferencial, em nível de graduação. Apresen-tamos a teoria local de curvas e superficies, no espaço euclidiano, admitindo como pré-requisitos os cursos básicos de cálculo diferencial e equações diferenciais.
No Capítulo O, relacionamos os principais resultados do cálculo vetorial e do cálculo diferencial.para funções de várias variáveis, que serão utilizados, freqüente-mente, nos capítulos seguintes.
Sugerimos que a leitura do texto seja iniciada com o estudo de curvas pla-nas, Capítulo 1, recordando os conceitos do Capítulo O, à medida que se tornarem necessários.·
A teoria local clássica de curvas no espaço é introduzida no Capítulo II e a de superficies, no Capítulo III. Tendo em vista o caráter introdutório do curso, o estudo das superficies é desenvolvido para superficies parametrizadas regulares. Estas sur-gem naturalmente como uma extensão do conceito de curva parametrizada regular.
No Capítulo. IV, julgamos conveniente ineluir o método do triedro móvel, como um método alternativo ao clássico, para o estudo local das superf~:cies.
Procuramos ilustrar os conceitos e os resultados da teoria apresentados no texto, por meio de vários exemplos e :figuras. No :final de cada seção, incluímos uma série de exercícios. Esta edição difere pouco da anterior. Foi introduzida uma seção ao :final do Capítulo III, indicando algumas aplicações da computação gráfica, usando o programa "ACOGEO". Este programa permite visualizar tanto as curvas e super-fícies no espaço euclidiano como ·os principais resultados· da teoria de geometria diferencial apresentados no livro.
Desejamos agradecer aos alunos e colegas que leram criticamente este texto. Agradecimentos especiais são devidos a Manfredo_ P. do Carmo pelas sugestões e a José Anchieta Delgado pelas contribuiçõe~ na primeira edição deste livro. Final-mente, agradecemos a Hailton G. Reis pela digitação desta edição, a Rosângela Maria da Silva pela cuidadosa revisão e a Patrícia Fernandes do Nascimento por diversas :figuras do texto.
Capítulo O - CÁLCULO NO ESPAÇO EUCLIDIANO
1. Cálculo Vetorial no Espaço Euclidiano ... 1
2. Cálculo Diferencial no Espaço Euclidiano ... 12
Capítulo 1 - CURVAS PLANAS 1. Curva Parametrizada Diferenciável ... 28
2. Vetor Tangente; Curva Regular ... 32
3. Mudança de Parâmetro; Comprimento de Arco ... 36
4. Teoria Local das Curvas Planas; Fórmulas de Frenet.. ... .42
5. Teorema Fundamental das Curvas Planas ... .52
Capítulo.II- CURVAS NO ESPAÇO 1. Curva Parametrizada Diferenciável ... 55
2. Vetor Tangente; Curva Regular; Mudança de Parâmetro ... 57
3. Teoria Local das Curvas; Fórmulas de Frenet ... 61
4. Aplicações ... 71
5. Representação Canônica das Curvas ... 78
6. Isometrias do IRP; Teorema Fundamental das Curvas ... 81
7. Teoria do Contato ... ~: ... 97
8. Involutas e Evolutas ... 104
Capítulo ill TEORIA LOCAL DE SUPE~íCIES 1. Superficie Parametrizada Regular ... 109
2. Mudança de Parâmetros ... 125
X
4. Primeira Forma Quadrática ... 138
5. Segunda Forma Quadrática; Curvatura Normal ... 152
6. Curvaturas Principais; Curvatura de Gauss; Curvatura Média ... 160
7. Classificação dos Pontos de uma Superficíe ... 174
8. Linhas de Curvatura; Linhas Assintóticas; Geodésicas ... 187
9. Teorema Egregium de Gauss; Equações de Compatibilidade; Teorema Fundamental das Superficies ... 207
10. Aplicações Computacionais ... 212
Capítulo IV MÉTODO DO TRIEDRO MÓVEL l. Formas Diferenciais em ~2 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 217 2. Triedro Móvel; Equações de Estrutura ... 233
3. Aplicações: Teorema de Bonnet; Teorema de Bãcklund ... 254
Referências Bibliográficas ... 266
CÁLCULO NO ESPAÇO EUCLIDIANO
No estudo de curvas e superfícies, serão utilizados os conceitos fundamen-tais do cálculo vetorial e do cálculo diferencial de funções de uma ou mais variáveis. Por esse 1TIOtivo, julgamos conveniente reunir neste capítulo inicial as noções necessárias, muito embora, admitindo que são do conhecimento do leitor.
1. Cálculo Vetorial no Espaço Euclidiano
Denotamos por JR3 o espaço euclidiano de dimensão três, isto é, o conjunto
de termos ordenados de números reais p (x, y, z), chamados pontos de . A distância entre dois pontos Pl =(xi, y1, z1) e p2
=
(x2, y2, z2) édada por
Dados dois pontos distintos PI e p2 de JR3, o segmento orientado de PI a p2
é
chamado vetor. O comprimento do seirnento é dito módulo do vetor. Portanto, a cada vetor podemos associar uma direção, um sentido e o módulo. Se wé
o vetor determinado pelo segmento orientado de p1 a p2,então (x2 - x1, Y2 - YI, z2 - z1) são as componentes do vetor w.
Dizemos que dois vetores são iguais_ se têm o mesmo módulo, direção e sentido. Portanto, dois vetores são iguais se, e só se, têm as mesmas compo-nentes. Vamos incluir o vetor nulo de componentes nulas, que denotamos por
2
vetores de JR3. Daqui por diante, vamos nos referir aos pontos ou vetores de JR3 indistintamente.
Dados dois vetores w1 e w2 de componentes w1 = (xi, Yl, z1) e w2 (x2, Y2, z2), definimos a soma w1 + w2 como sendo o vetor de componentes
w1 +w2 =(xi Yl +Y2, z1 +z2). Se  é um número real, definimos o
produto  w como sendo o vetor de componentes  w = ( Âx,  y, Âz).
O conjunto de vetores de JR3 com essas operações é um espaço vetorial,
isto é, são satisfeitas as oito propriedades seguintes:
w1 +w2 = w2 +w1,
(w1 +w2) +w3 = w1 + (w2 +w3), o+w1 =w1,
w1 +(-w1) O,
onde w1, w2, w3 são vetores, e se w1 (x1, y1, zi), -w1 indica o vetor de componentes -w1
=(-xi,
-yi, -zi). Além disso, se Â.1 e Â.2 são númerosÂ.1 (À2 w1) = (À1 Â2) w1, (À1 + Â2) w1 Â.1 w1 + Â.2 w1, Â1(w1 +w2) =Â.1 w1 +Â1 w2, 1 W1 W}.
O módulo de um vetor w (x, y, z) é dado por
Um vetor w é dito unitário se
lwl
=
1.Os vetores wi, w2, · · ·, Wn são ditos linearmente dependentes se existem
números reais Â.1, Â.2, · · ·, Íl,i nem todos nulos, tais que
Os vetores w1, w2, · · ·, w11 são ditos linearmente independentes se não são
linearmente dependentes, isto é, para toda combinação linear desses vetores da forma
Â1 W1 +..:t2 W2
+···+Â.n
Wn 0,tem-se Â1
=
Â2= · · · =
ÂnO.
1.1 Exemplos
a) Os vetores w1
(1,
2,O),
w2=(O, 1, 1)
e w3 (2, 5,1)
são linearmente dependentes, pois 2w1+
w2 - w3 O.b) Todo conjunto de vetores que contém o vetor nulo é linearmente de-pendente.
e) Os vetores e1
= (1, O, O),
e1=(O, 1, O)
e e3(O, O, 1)
sãolinear-mente independentes.
d) Os vetores w1 (1, 2,
O),
w2=(O,
1,1)
e w3= (
4, 5, 2) sãolinear-mente independentes.
e) Qualquer subconjunto .de vetores linearmente independentes é linear-mente independente.
Se wi, w2, · · ·, w11 são vetores linearmente independentes e w
é
umvetor que pode ser expresso como combinação linear de w1, w2, · · ·, w11 ,
então decorre da definição de vetores linearmente independentes que esta combinação linear é única, isto é, se
então Â1 Âi, Â2 Â2, · ·., Ân Â,z.
Os vetores e1
= (1, O, O),
e1=(O, 1, O),
e3=(O, O, 1)
são linearmenteindependentes e, além disso, todo vetor w = (x, y, z) de IR3 pode ser ex-presso, de modo único, como combinação linear de ei, e1 e e3 na forma
4
Um conjunto de vetores B é dito uma base de R3 se todo vetor de R3 pode
ser expresso como combinação linear dos vetores de B e B
é
um conjunto de vetores linearmente independentes. O conjunto B= {
ei, e2, e3} do Exemplo 1.1 c) é denominado base canônica deObservamos que quaisquer três vetores linearmente independentes de JR3
formam uma base de JR3. Reciprocamente, toda base de JR3
é
formada portrês vetores linearmente independentes.
Se { u1, u2, u3 } é uma base de JR3, e se w azq
+
bu2+
cu3, então os números reais a, b, c são ditos coordenadas do vetor w na base { u 1 , u2, u3}.1.2 Exemplo. O vetor w = (6, 10, 3) tem coordenadas 6, 10, 3 na base
canônica de JR3. Se consideramos a base
u1=(1,2, O),
u2(O,
1,1),
u3(4, 5, 2), então as coordenadas de w nesta base são 2, 1, 1, pois w =
2u1 +u2 +u3.
As coordenadas de um vetor dependem da base escolhida. De modo geral,
-_c:.ccc.c_-, __ cc_cccc.:c_ J>m·ém, o vetor nulo
tem coordenadas todas nulas em qualquer base. Seja {
u1,
u2, u3 } uma base de R3 ew1 a11 u1 +a21 u2 +a31 u3,
w2 a12 u1 +a22 u2 +a32 u3,
W3 a13 u1 +a23
ui
+a33 u3,então { w1 , w2, w3 } ~,uma base se, e só se, o determinante
Neste caso, o determinante é dito determinante de mudança de base.
Dados dois vetores w1 e w2 de componentes (ou seja, coordenadas na base canônica de R3) w1 = (x1, y1, z1) e w2 = (x2, y2, z2), o produto
interno (ou produto escalar) de w1 e w2 é definido como sendo o número real dado por
(w1, w2) x1 x2 + Yl Y2 z2.
Em particular, temos que (w, w) = lwl2 para todo vetor w. É fácil verificar que o produto interno satisfaz as seguintes propriedades:
(w1, w2) = (w2, w1),
(À
w1, w2) = (w1, À w2)  (w1, w2), (w1, w2 +w3) = (wi, w2) + (w1, w3), (w1, w1) ~O,(wi, w1) =O se, e só se, w1 O, onde w1, w2, w3 são vetores de R3 e  é um número real.
Uma outra propriedade importante é a desigualdade de Cauchy-Schwarz: se w1 e w2 são vetores de R3, e!ltão
A igualdade se verifica se, e só se, w1 e w2 são linearmente dependentes. Se w1 e w2 são vetores não-nulos, o ângulo
e
entre w1 e w2 é a solução da equaçãosatisfazendo
o
:Se
:S 1C.Dois vetores w1 e w2 são ditos ortogonais se (wi, w2) =O. Segue-se dessa definição que w1 e w2 são ortogonais se, e só se, w1
=
O ou w2=
OOU O ângulo (} entre W} e W2
é
JC/2.A base canônica ei =
(1, O, O),
e1(O,
1,O),
e3(O,
O, 1) de ~3é formada por vetores unitários e dois a dois ortogonais. Uma base formada por vetores unitários e dois a dois ortogonais
é
dita uma base ortonormal (ou6
w1
=
a11 u1 +a21 u2 +a31 u3,w2 a12 u1 +a22 u2 +a32 u3,
W3 a13 u1
+
a23 u2+
a33 u3.Dizemos que as bases { u1, u2, u3} e { w1, w2, w3} têm a mesma orientação
se o determinante de mudança de base é positivo, isto é,
Duas bases ordenadas têm orientação oposta quando o determinante de
mu-dança de base é negativo. No caso particular de duas bases ortonormais, ob-servamos que o determinante de mudança de base é igual a
±
1.1.3 Exemplo. Consideremos as bases {e1, e1, e3} e {w1, w2, w3}
e3} é base cané)nicª~~e w1
= 1(2, -2,
1), w2=
1(2,
1,-2),
w3=1(1, 2, 2).
Estas bases ortonormais têm a mesma orientação,já que o determinante de mudança de base é igual a 1.
Dados dois vetores w1 e w2 de componentes w1 = (x1, YI, z1) e w2 =
(x2, y2, z2), o produto vetorial de w1 e w2, denotado por w1 x w2, é
definido como sendo o vetor de componentes
O produto vetorial satisfaz as seguintes propriedades:
a) Jw1 X w2J
=
JwiJ Jw2J sen8, onde 8 é O ângulo entre WI e w2; b) (w1 x w2, w1)=
(w1 x w2, w2) =O;onde w1, w2, w3 são vetores e  é um número real.
De um modo geral, o produto vetorial não é associativo, isto é, w1 x ( w2 x
w3) =!= (w1 x w2) x w3. Segue-se da propriedade a) que lw1 x w2I é a área do paralelogramo determinado por w1 e w2.
Dados três vetores w1, w2, w3, o número real ( w1, w2 x w3) é denomi-nado produto misto de w1 , w2, w3. Se os vetores têm componentes
então
XI
(w1, w2 x w3)
=
YIz1
Como consequência das propriedades do determinante, temos que
(w3, w2 x w1) = -(w2, w1 x w3) = -(w1, W3 x w2). Em particular,
Além disso, (w1, w2 x w3) =O se, e só se, w1, w2, w3 são linearmente dependentes.
8
Não é difícil verificar que duas bases ordenadas e ortonormais de IB.3 { u1,
u2, u3} e { w1, w2, w3} têm a mesma orientação se, e só se,
e têm orientações opostas se, e só se,
(u1, u2 x u3)
=
-(w1, w2 x w3).Dados um ponto po (xo, yo,
zo)
de IB.3 e um vetor não-nulo w=
(a, b, e), a reta que passa pelo ponto po paralela ao vetor w é o conjunto de pontos p de IB.3, tais quep
=
Po +tw, -=<
t<
=,isto é, o conjunto dos pontos (x, y, z) de IB.3 tais que
(x, y,
z)
= (xo+ta, Yo+tb, zo+tc), -=<
t<
=.Dados um ponto po = (xo, Yo,
zo)
de IB.3 e dois vetores linearmente independentes w1=
(a1, b1, c1) e w2=
(a2, b2, c2), o plano ortogormal ao vetor w1 x w2 que passa por po é o conjunto de pontos p de IB.3 tais que(p-po, w1 x w2) =O.
Equivalentemente, o plano gerado pelos vetores w1 e w1 é o conjunto dos
pontos p
=
(x, y, z) de IB.3, tais quep- Po
=
uw1+vw2,
-=<
u<
=, -=<
v<
=, ou seja,Se po, PI e p2 são três pontos não-colineares de IB.3, então o plano que
passa por esses pontos é o conjunto dos pontos p E IB.3 tais que
Dizemos que um subconjunto não-vazio W de IB.3 é um subespaço ve-torial de IB.3 se, para cada par de vetores w1, w2 E W e À número real, os vetores w1 +w2 e À w1 pertencem a W. Pode-se verificar facilmente que todo plano de IB.3 que contém a origem é um subespaço vetorial de IB.3.
Analoga-mente, toda reta que passa pela origem é um subespaço vetorial de IB.3.
Uma base de um subespaço vetorial W de IB.3 é um conjunto de vetores linearmente independentes de W tal que todo vetor de W é uma combinação linear desses vetores. Se W é um plano de IB.3 passando na origem, então dois vetores linearmente independentes de W formam uma base do plano. No caso de uma reta em IB.3
, passando na origem, qualquer vetor não-nulo
da reta é uma base.
Concluímos esta seção observando que, com um tratamento inteiramente análogo, podemos introduzir os conceitos apresentados em IB.3 para um
espa-ço euclidiano IB.11 de dimensão n. Entretanto, para o estudo da teoria local
de curvas e superfícies, utilizaremos apenas os espaços euclidianos IB.2 e IB.3.
1.4 Exercícios
1. Considere os vetores u1
=
(2, 1) e u2=
(1, 3) de IB.2. Verifique que:a) u1 e u2 são vetores linearmente independentes;
b) para todo vetor v =(a, b) de IB.2, existem números reais x, y tais que v
=
xu1+
yu2. Obtenha x e y em termos de a e b.2. Verifique que os vetores u1
=
(1, 2, -2), u2=
(2, 1, 2) e u3=
(2, -2, -1) são dois a dois ortogonais.
3. Verifique que o ângulo entre os vetores (1, 2, 1) e (2, 1, 1) é o dobro do ângulo entre os vetores (1, 4, 1), (2, 5, 5).
4. Obtenha um vetor não-nulo de IB.3, ortogonal aos vetores (2, 1, -1) e
10
5. Considere o vetor u1 (1, 2, -1 ).
a) Obtenha dois vetores não-nulos de IR.3 u2, u3, ortogonais a u1 e
ortogonais entre si.
b) Seja v um vetor ortogonal a u1. Prove que v é uma combinação linear dos vetores u2, u3 obtidos em a).
6. Sejam w1 e w2 dois vetores de IR.3. Verifique que:
a) lw1 +w212 lwd2+2(w1, w2)+lw2j2; b) Jw1 w212 = lwd2 -2 (w1, w2) + lw212; c)Jw1+w2!2 Jw1 w212=4(w1,w2);
d) w1 e w2 são ortogonais se, e só se, lw1 +w2I lw1 w2J.
7. Sejam wi, w2, w3 vetores linearmente independentes de IR.3. Prove
que todo vetor de IR.3 pode ser expresso de uma única forma como
combinação linear de w1, w2, w3.
8. Considere uma base ortonormal {ui, u2, u3} de IR.3 . Se w
a2w2+ a3 u3 é um vetor unitário, prove que as constantes ai,
são os cossenos dos ângulos
ei
formados por w e ui.9. Considere o vetor v1 (1, 2) de .JR.2. Obtenha um vetor v2 de IR.2
ortogonal a v1 , de modo que a base {v1. v2} tenha a mesma orientação que a base canôt:rica.de IR.2.
10. Seja v1
=
(x, y) um vetor unitário de IR.2. Prove que uma baseortonor-mal v1, v2 de IR.2 tem a mesma orientação que a base canônica se, e
só se, v2 (-y, x).
11. Obtenha a equação do plano que passa pelo ponto (1, 2, -3) e é para-lelo ao plano determinado por 3x -y + 2z 4.
12. Dois planos de JR.3 que se intersectam determinam dois ângulos que são os mesmos formados pelas retas normais aos planos. Obtenha esses ângulos para os planos determinados pelas equações = 1 e y
+
z =2.
13. Obtenhaaequaçãodoplanoquecontémospontos (1, 1, -1), (3, 3, 2)
e (3, -1, -2). Obtenha um vetor normal ao plano.
14. Considere os vetores w1
=
(2, 3, -4) e w2 (O, 1, 1).a) Obtenha a equação do plano determinado por w 1 e w2, isto é, o plano que contém a origem e os pontos w1 e w2.
b) Seja v = sw1 +tw2, onde s e t são escalares. Verifique que, para cada escolha de s e t, v é um ponto do plano obtido em a).
c) Reciprocamente, prove que todo ponto do plano é da forma sw1
+
tw2. Obtenha os escalares s ·e t para o ponto (-4, 11).
15. Determine uma equação da reta no plano JR.2 que:
a) contém o ponto (1, 2) e é paralela ao vetor (3, 4);
b) contém o ponto (-1, O) e é ortogonal ao vetor (2, 3);
c)contémospontos (O, 2) e (1, -1).
16. Obtenha uma equação da reta em JR.3 que contém o ponto (2, 1,
-3)
e é ortogonal ao plano determinado pela equação 4x 3y
+
z 5.17. a) Prove que, se w1 e w2 são vetores não-nulos de JR.3 e w1 x w2 =O, então w1
=
Âw2 para algum núméro real  não-nulo.b) Se w1 x w2 =/= O, prove que w1 e w2 são vetores não-nulos que não são paralelos.
12
18. Verifique a identidade de Lagrange
19. Sejam w1 e w2 dois vetores de IR3 linearmente independentes. Prove
que:
a) w1, w2, w1 x w2 formam uma base de IR3;
b) se (w, w1) =O e (w, w2) =O, então w = Àw1 x w2 para algum número real À.
20. Considere os planos de IR3 determinados pelas equações (p-p0 , w1)
=
O e (p- po, w2)
=
O, onde w1 e w2 são vetores linearmente inde-pendentes. Seja w=
w1 x w2.a) Verifique que a reta determinada por p
= po
+
tw está contida nos dois planos.b) Prove que, se p é um ponto que pertence a ambos os planos, então
JL--:::Po+tow.
2. Cálculo Diferencial no Espaço Euclidiano
Nesta seção, vamos rever os conceitos básicos do cálculo diferencial em espa-ços euclidianos e enunciar os resultados relevantes para o estudo de curvas e superfícies em IR3• ·
Umafunção vetorial a de um subconjunto I de IR em IR3, denotada por ---+ IR3, é uma correspondência que, para cada t E I, associa
a(t) E IR3.
Uma função vetorial
a :
Ie
IR ---+ IR3 pode ser representada poronde as funções reais X,
y,
z:I---+
lR são denominadasfunções coordenadas
de a.
Daqui por diante vamos considerar as funções vetoriais definidas em um intervalo aberto I de R
Se
f
é uma função real ea
ef3
são funções vetoriais definidas em I,então as funções
a
+
f3, f a,
(a,f3) , a
xf3
são definidas da forma usual, isto é, para todo t E /,(a+f3)(t)
=
a(t)+f3(t),
(fa)(t)
f(t)a(t),
(a,
/3) (t)
=
(a(t),f3(t)),
(a
xf3)(t)
=
a(t)
xf3(t).
Dizemos que o
limite
de uma função vetoriala ( t)
é L quandot
se aproxima deto,
e denotamos porlim
a(t)
=Lt-+to
quando, dado qualquer e
>
O, existe 8>
O tal que, se O<
Jt - to
J<
8, então Ja(t)-LJ <e. Sea(t)
=
(x(t), y(t), z(t))
e L=
(R1, Ri, R3), entãolim
a(t)
=
L se, e só se, limx(t)
=
R1, limy(t)
= R2,
limz(t)=
R3 .Lem-t-+to . t-+to t-+to t-+to
bramos que as propriedades usuais de limite para funções reais verificam-se para funções vetoriais.
Uma função vetorial
a :
Ie
lR---+ JR3 écontínua
emto
E I se lima(t)
=
t-+toa(to).
Dizemos quea
é contínua sea
é contínua emt,
para todot
E/.Uma função vetorial
a
é contínua emto
se, e só se, as funções coordenadas dea
são contínuas emto.
Sea
ef3
são funções vetoriais contínuas em I ef
é uma função real contínua, então as funçõesa+
/3,
fa,
(a,/3)
ea
xf3
são contínuas.Uma função vetorial
a : I---+
JR3 é ditadiferenciável
emto
EI
se existelim
a(t) - a(to)
t-+tot -
to~'
14
que denotamos por a'(to). Dizemos que a é diferenciável se a é diferen-ciável para todo t E J. Uma função a(t) = (x(t), y(t), z(t)) é diferenciável em to se, e só se, as funções coordenadas de a são diferenciáveis em to.
Neste caso,
a'(to)
=
(x'(to), y'(to), z'(to)).Se
a :
I ~ JR3 é diferenciável, então a funçãoa' :
I ~ IR3 que, para cadat E J, associa a' (t) é também uma função vetorial chamada derivada de primeira ordem de a. Se a função a' é também diferenciável, temos uma nova função vetorial, chamada derivada de segunda ordem de a, que deno-taremos por
a".
De modo análogo, definimos as derivadas de ordem superior. Usaremos também a seguinte notação para as derivadas de a:'() da
a
t=dt,
"( ) d (dª) d2 a a t
=
dtdt
=
dt2 ' etc.Uma funç.ão vetorial
a
é dita diferenciável de classe C'° se existem as derivadas de todas as ordens dea.
---observarrfffS que~-se-a é diferenciável em tà, -então a
é
contínua em to.Além disso, as seguintes propriedades se verificam:
- Se
-a
e}lsão funções vetoriais diferenciáveis em I e fé uma função realdiferenciável em I, então a+
/3,
f a, (a,/3)
e a x/3
são diferenciáveis ed(a+/3) =da+ d/3 dt dt dt'
d,Ua,)
=!da+ df a- dt dt dt '
d (a,
/3)
=(da/3\
+(a
d/3 \ dt dt ' / ' dt / 'd(a x
/3)
_da/3
d/3 dt - dt X+
a X dt .Seja a(t) uma função vetorial diferenciável em I e t
= J(r),
ondef(J)
e
I. Então, a função composta (a o J)(r)=
a(J(r)) é diferenciável em J ed(aof) da dt dr dt dr·
Esta propriedade é denominada regra de cadeia.
Se
a
é uma função vetorial diferenciável ( C°°) em I, então, para todo inteiro n>
O e to E J, temos que,
a"
(to) 2 a(t) = a(t0 ) +a (to)(t-to)+
-2- (t-to)
+ · · ·
aCn)(to) n
+
1 (t-to)+
Rn(t, to), n.d . Rn (t' to) I - , d . d d 1 . on e hm ( ) =O, t E . Esta expressao e enormna a esenvo vrmento
t--+to t - to n
de
a
na fórmula de Taylor em to.A seguir, vamos considerar funções vetoriais de várias variáveis. Uma
função (ou aplicação) F de um subconjunto A de IRn em IRm, denotada por F : A
e
IRn ~ IRm, é uma correspondência que, para cada p E A, associa um único ponto F (p) E IRm. Uma tal função pode ser representada porou, considerando p =(xi,··· ,xn),
F(x1,··· ,xn) = (F1(x1,··· ,xn),··· ,Fm(x1,·· · ,xn)).
As funções
Fi :
IRn ~ IR, i = 1, 2, · · · , m, são ditas funções coordenadas de F.Embora o nosso interesse esteja apenas nos casos em que n e m assumem os valores 1, 2 ou 3, vamos enunciar os conceitos e resultados básicos para o caso geral.
Dadas duas funções F, G: A
e
IRn ~ IRm ef:
Ae
IRn ~IR, podemos definir as funções F+
G, JG, (F, G) e F x G (essa última se m=
3) de forma análoga à das funções vetoriais de IR em IR316
Uma aplicação F : JRIZ ---+ IRm é dita linear se, para todo par de pontos p
e q em JRll e  E IR, temos
F(p+q) =F(p) +F(q),
F(1p)
=
1F(p).Se F é linear, então F(O) =O. Além disso, como consequência das pro-priedades acima, temos que F é determinada pelos seus valores em uma base de JRll. Em particular, considerando a base canônica de JRll, e1
=
(1, O,··· ,O), e1 =(O, 1, O,··· ,O),··· ,en =(O, O,··· ,O, 1), se
Fm(p)
(a11, a21,··· ,ami), (a12, a22,··· ,am2),
a11x1 +a12x2
+ · · ·
+a1nXn, a21x1 +a22x2+ · · ·
+a2nXn,onde p
=
(x1, x2, · · · ;"Xn)·E JRll. Reciprocamente, se as funções coordenadas de F são desta fol-ma, então F é linear. Portanto, para cada função linearchamada matriz associada à aplicação linear F, relativamente às bases ca-nônicas de JRll e IRm. Reciprocamente, toda matriz m x n determina uma aplicação linear de IR11 em IRm.
Seja A uma matriz (não-nula) m x n, isto é, com m linhas e n colu-nas. Consideremos um número inteiro r tal que 1::; r::; min{m,n}. Uma submatriz r x r de A é uma matriz obtida, a partir de A, eliminando m - r linhas e n - r colunas de A. O posto de uma matriz A é o maior inteiro r para o qual existe uma submatriz r x r de A cujo determinante não se anula.
No caso particular de uma aplicação linear F: JR3 ---+ IR3, pode-se provar que F é bijetora, isto é, F é injetora (pontos distintos têm imagens distintas) e sobrejetora (todo ponto de JR3 é imagem de algum ponto por F) se, e só se, a imagem da base canônica de IR3 é uma base de IR3, o que é equivalente a dizer que o determinante da matriz associada a F é não-nulo ou que a matriz tem posto 3.
Se F : IR2 ---+ JR3 é uma aplicação linear, então F é injetora se, e só se, a
imagem da base canônica de IR2 forma um conjunto de vetores linearmente independentes de JR3 ou, equivalentemente, se a matriz associada a F tem posto 2.
A seguir, vamos rever os conceitos de limite e continuidade para funções de várias variáveis. Inicialmente, vamos introduzir a noção de bola aberta em um espaço euclidiano JRll.
Uma bola aberta em JRll de centro po E IR11 e raio ê
>
O é o conjunto, denotado por Be(po), do_s pontos p E JRll que distam de po menos que ê,isto é,
B e (po)
=
{p E IRn; IP - Po 1<
ê} ·
Dizemos que um subconjunto A de IR11 _é aberto em JR11 se para todo p
E A existe uma bola aberta Be(p)
e
A. Um subconjunto aberto de JRIZ que contém um ponto po E JRIZ é denominado uma vizinhança de Po em IRn. Um subconjunto D de JRIZ é dito fechado em JRll se o seu complemento, isto é,18
]Rn - D, é aberto em JRn.
Um ponto p0 E JRn é um ponto de acumulação de um subconjunto S
de :IR" se, para toda vizinhança V de p, V n S contém pelo menos um
ponto distinto de p. Pode-se verificar que um subconjunto de JRn é fechado em ]Rn se, e só se, contém todos os seus pontos de acumulação. O fecho
de um conjunto S e :IR" é a união de S com o conjunto de seus pontos de acumulação.
Um ponto p de um conjunto S e JRn é dito um ponto interior de S se existe uma bola aberta Be(p) em JRn, tal que Be(p) e S. O conjunto de todos os pontos interiores de S é denominado interior de S. Afronteira de
um conjunto Se :IR" é o fecho de S menos o interior de S.
Dizemos que um conjunto S e :IR" é limitado se existe uma bola aberta
Be(p) de JRn tal que Se Be(p).
Um conjunto S e JRn é dito conexo se não existem dois abertos A 1 e A2
em JRn, tais que A1nA2 =0, A1nS, A2nS sãonãovazioseScA1UA2. Isto é, Se JRn é conexo se, para quaisquer abertos A1 e A2 em JRn tais que e e , ou Se A2. Pode-se provar que os únicos subconjuntos conexos de :IR são os intervalos.
Dizemos que um subconjunto S de JRn é compacto se é fechado e
limi-tado.
Os conceitos de limite e continuidade .. de uma função de duas ou mais variáveis são introduzidos de maneira análoga ao caso de uma variável.
Uma função F : A .C ]Rn --+ JRm, onde A
é
aberto em JRn, tem limite Lquando p E A tende a po se, dado qualquer
e>
O, existeo>
O tal que, se. O<
IP-::-:Pol.<
o,
então !F(p)-LI<e.
Nesse caso, denotamos por lim F(p) =L.p-+po
contínua em po A se
lim F(p) F(po). p->po
F é dita contínua em A (ou simplesmente contínua) se F é contínua em p,
para todo p E A.
Uma função F : A
e
Rn Be
R11, onde A
e
B são abertos de Rn,é dita um homeomorfismo se F
é
injetora, contínua, F (A) = B e a função inversa p-l : B---+ A é também contínua. Neste caso, A e B são ditoshomeomoifos.
Pode-se provar as seguintes propriedades:
Seja F: A
e
Rn---+ Rm uma função definida em um aberto A de R11 ecujas funções coordenadas são
Fi,
i = 1, · · · ,m. Então, lim F(p) L se, ep->po
só se, para cada i, lim
Fi
(p) = Li, onde Li são as coordenadas de L. F ép->po
contínua em po E A se, e só se, parà cada i
=
1, · · · , m, é contínua em po.Sejam F : A
e
Rn ---+ R111 e G: Be
R111---+ JRk funções tais que F (A)
e
B,onde A e B são abertos de R11 e Rm respectivamente. Se F é contínua
em Po E A e G é contínua em F (po), então a função composta G o F : A
e
Rn---+ JRk é contínua em p0 • Segue-se que, se F é contínua em A e G é contínua em B, então GoF é contínua em A.Se F é uma função .contínua definida em um conjunto conexo, então a imagem de F é um conjunto COI!C;:XO.
Se F é uma função contínua definida em um conjunto compacto, então a imagem de F é um conjunto compacto.
No caso particular de uma função real contínua F : A
e
R12 ---+ .IR, asseguintes propriedades se verificam:
Se po E A
é
tal que F(po) >O, então existe uma vizinhança V de po20
Se A é compacto, então a função F tem um máximo e um mínimo, isto é, existem pontos PI e p2 em A tais que, para todo p E A, F
(pi) :::::;
F (p) :::::; F(p2).Se A é conexo e a imagem de F assume os valores
a,
b E "IR,a<
b, então para todo e E "IR, tal que a<
e<
b, existe p E A satisfazendo F (p) e.Se A é conexo e F não se anula, então a função F não muda de sinal.
A seguir vamos rever a noção de diferenciabilidade de funções vetoriais de várias variáveis.
Seja F : A
e
"JR.11 ~"JR.111
uma função definida em um aberto A
e
"JR.11 •Fixemos p0 E A e w um vetor não-nulo de "JR.11
• A derivada direcional de
F em p0 na direção de w é o vetor
1rm . F(po +tw) -F(po) '
t---+0 t
quando esse limite existe.
,~ _ _ _ _ C_on_siderando a ba_s_e_c;~ônica { ei, · · · , _e11 } de "JR. 11
, _ as derivadas
dire-cionais de F em Po nas direções dos vetores da base são denominadas
, ____________ d?rimc!aspgrciais de F em po.
Se F(x1,··· ,xn)
=
(F1(x1,··· ,xn),··· ,F,11(x1,··· ,x11 ) ) , então a derivadaparcial de F em Po na direção de ei é denotada por
~:
(po) ou Fxi(po) eé igual a
______________ S __ e ___
~:(p)
existe, para todo p E A, então temos definida uma funçãoaF A mm d A . aF (p) d . d ..
-a :
~ lN.. que, para ca a p E , associa-a .
As enva as parciais~ ~
da função aaF são denominadas derivadas de segunda ordem de F. Assim,
Xj
usada para as derivadas parciais de segunda ordem é
Para as derivadas parciais de terceira ordem, usamos
Dizemos que uma função F : A
e
ffi.11 ~ffi.m é diferenciável em p0 se
existe uma aplicação linear de ffi.11
em ffi.111
, denotada por dFp
0 : ffi.
11 ~ ffi.111,
tal que, para todo vetor w E ffi.11 ,
F(po+w) =F(po) +dFp0(w) +R(w),
onde lim Rl(wl) =O. A aplicação dFp0 é denominada diferencial de F em
w---+0 W
po. A função F é dita diferenciável se F é diferenciável em p, para todo
pEA.
Pode-se verificar que, se F é diferenciável em p0 , então, para todo vetor
wEffi.11 ,
drpo v. ( ) w =·l· . rm F(po +tw)-F(po) · .., . .
t---+to t
Portanto, se F é diferenciável em po, então a derivada direcional de F em
Po eJ:áste, em qualquer direção. Observamos que a recíproca não é verdadeira,
isto é, uma função pode ter todas as derivadas direcionais em um ponto, sem ser diferenciável no ponto.
Seja F: A
e
ffi.11 ~ffi.m uma função diferenciável em p0 E A. Como
22
relativamente às bases canônicas de Rn e Rm, dada por
onde , · · · , Fm são as funções coordenadas de F. A matriz acima é
denom-inada matrizjacobiana de F em po. Quando m n, o determinante da matrizjacobiana de F em Po é dito ojacobiano de F em po.
Pode-se provar as seguintes propriedades:
Se F : A
e
!Rn _, Rm é diferenciável em po E A, então F é contínua emSe F, G: A
e
Rn _, Rm e f: A_, R são funções diferenciáveis em po,então as funções F
+
G, fG, (F, G) e Fx
G (essa última quando m 3) c11tere:nc:mveis em PO·Se todas as derivadas parciais de primeira ordem de uma função F : A
e
Rn -T Rm são contínuas em A, então F é diferenciável.
Dizemos que uma função F : A
e
Rn _, Rm é diferenciável de classeck,
k ~ 1 (resp. e=) se as derivadas parciais de F até ordem k (resp. de todas as ordens) existem e são contínuas.Não é difícil verificar que uma aplicação linear F : Rn _, Rm é diferen-ciável de classe
e=.
·Além disso, para todo p E !Rn, dFp = F. De fato, se w E Rn, entãolim F(p+tw)-F(p)
t ...
o
tlim F(p)+tF(w)-F(p) =F(w),
t ...
o
tonde na segunda igualdade usamos o fato de F ser linear.
função F : A
e 191.
11___, m;m são contínuas ,então essas derivadas parciais não
dependem da ordem de diferenciação, isto é, Fxixj Fxp:1, etc.
A fórmula de Taylor, que vimos para uma função de uma variável, estende-se ao caso de uma função de várias variáveis. Em particular, estende-se F é uma função diferenciável
(C"'),
de duas variáveis x e y, então, para todo inteiron >O e (xo, yo), temos que
F(x, y) F(xo, yo) +hF_,(xo, yo) +kFy(xo, Yo)
+
+ ;,
(h
2Fxx(xo, Yo) + 2hkF;.;y(xo, Yo) +
k2
F)ry,(xo, Yo))+ · · ·
+
~ (h'JaJn~
(xo, yo) + nhn-I k a~n~a
(xo, Yo) + · · ·n. X X - y
anp )
+ ...
k11 ayi (xo, Yo)+
onde h = x - xo, k = y-yo e R11
é
uma função de x, y, xo, Yo que satisfaza propriedade
lim Rn =0.
(x,y)-+(xo,Yo) l(x, y) (xo,
yo)l
11Esta expressão é o desenvolvimento de F na fórmula de Taylor em torno de
(xo, Yo).
A regra da cadeia para funções de várias variáveis é dada no seguinte teorema:
Sejam F : A
e
JR;11___, JRm e G : B
e
JRm ___, JRk funções definidas nosabertos A e B tais que F(A)
e
B. Se F é diferenciável em po E A e Gé
diferenciável em FCPo),
então a funçãó composta G o F : Ae
JR11 JRké
diferenciável em Po e
24
Uma função F diferenciável de classe
ck
(resp. C'°), que tem uma função inversa também diferenciável de classeck
(resp. e=), é de-nominada um difeomorfismo de classeck
(resp. e=).Lembramos que, se
f :
Ie
R _,, R é uma função diferenciável definida em um intervalo aberto I tal quef'(t)
O, para todot
E I, entãof
é uma função constante. O resultado análogo para funções de várias variáveis é o seguinte:Seja
f :
Ae
R11-+ R uma função diferenciável definida em um conjunto
aberto e conexo A. Se a diferencial de f em p, d fp : R11
R, é identica-mente nula, para todo p E A, então
f
é constante em A. Observamos quedfp é uma aplicação linear, portanto, a condição dfp O, para todo p EA, é equivalente a dizer que todas as derivadas parciais de primeira ordem de
f
se anulam, para todo p E A.Vamos concluir esta seção enunciando um resultado fundamental do cál-~;·---·- _culo_diferencial, que é o teorema da função inversa:
Seja F : A
e
R11___, R11 uma função diferenciável de classe
ck
(resp. C'°)e po E A tal que dFp0 é injetora. Então, existe uma vizinhança U de po,
contida em A, tal que F(U) é aberto em R11 e a restrição de F a U
é
umdifeomorfismo de classe
ck
(resp. C"°), de U sobre F(U).Observamos que, para utilizar esse teorema, há várias formas de verificar que dFp0 é injetora. De fato, como dFp0 : R
11 R11 é
uma aplicação linear, as seguintes condições são equivalentes:
a) dFp0 é injetora;
b)Se dFp0(w) O, então w =O;
c) A matrizjacobiana de F em po tem posto n;
Como consequência do teorema da função inversa, temos um outro resul-tado importante, que
é
o teorema da função implícita:Sejam F: A
e
JR.11+111-+ lR.11 uma função diferenciável de classe
ck
(resp.e) e F1, · · · ,F11 as funções coordenadas de F. Denotaremos por x
(x1,···
,xn), y= (yi, ... ,ym) e (x, y) =(x1,···
,xn, Y1,··· ,ym) os pontos de JR.11, JR.111 e , respectivamente. Fixados (a, b) E A e e E Il.{11 tal que
F(a, b)
e, seamatrizdeterminadaporb),
i,j= l,···,n
temposton (isto
é,
determinante não-nulo), então existe uma vizinhança U de b emJR.111
e uma única função G : U e JR.111
-+ Il.{11, diferenciável classe
ck
(resp.e),
tal que G(b) a e F(G(y), y) e, para todo y EU.Os resultados relacionados neste capítulo podem ser encontrados com mais detalhes em [1, 2], [5] e [14]. Finalmente, queremos observar que, para maior simplicidade, no desenvolvimento da teoria local de curvas e su-perfícies, vamos considerar apenas funções diferenciáveis de classe
e,
em-bora a teoria possa ser desenvolvida para funções de classe ck,k ~ 3. Usare-mos o termo função diferenciável para indicar uma função diferenciável de classee.
2.1 Exercícios
L Considere as seguintes funções F : JR.2
-+ JR.3:
a) F(x, y) (x, y1 x+y);
b) F(x, y) = (x cosy, x seny, 2.x); c) F(x, y) = (x (x+y)2
, (x+y)3).
Em cada caso, verifique que F
é
diferenciável e obtenha a matriz jaco-biana. Indique os pontos p E onde dFp não é injetora:2. Seja
F:
{O}
-+ lR. uma função contínua tal que F(Ãx, Ãy)=
F(x, y), para todo (x, y) E JR.2 -{(O, O)} e  um número real não-nulo. Prove que F é limitada, isto
é,
a função F tem um máximo e um26
mínimo. (Sugestão: Considere a função F restrita a uma circunferência de raio unitário).
3. Verifique que a função
F(x, y, z)
=
(z, x, y)
é um difeomorfismo de IR3 e obtenha a diferencial de F em p.4. Considere a aplicação
f:
IR3---+ IR definida por J(x, y,z) =x2+y2+z2.
Verifique quef
é diferenciável e que a diferencial def
em p=
(xo, yo, zo)
é dada pordfp(w)=2<p,w>, wEIR3.
5. Sejaa:IcIR--+IR2 (ou IR3) umafunçãodiferenciáveltalque
a'(t)
#
O, para todo
t
E J. Prove que, para todoto
EI,
existee>
O tal quea,
restrita ao intervalo(to -
e, to
+
e),
é injetora.6. Seja F : A
e
IR2 ---+ IR3 uma função diferenciável tal que dFp é injetora, para todo p E A. Prove que, para cada po E A, existe uma vizinhançaU de c;()ntida em A, tal que F, restrita a U, é injetora.
7. Seja F: A
e
IR3 ---+IR uma função diferenciável de classeck
(resp.C'º). Seja
(xo, yo, zo)
E A eF(xo, Yo, zo)
=e. Verifique que, seF'z(xo, yo, zo)
#-O, então existe uma vizinhança U de(xo, Yo)
em IR2,U
e
A e uma única função G : Ue
IR2 ---+ IR diferenciável de classeck
(resp. C"') tal que G(xo,Yo) =zo
eF(x, y, G(x, y))
=e, para todo(x,y)EU.
8. Obtenha uma aplicação linear F : IR2 ---+ IR2, cuja imagem da base canônica de JR2, e1 = (1, O),
e1
=(O, 1) é dada porF(e1)
= (2, 1)e
F(e
2 )=
(1, O). Verifique queF
é bijetora, obtenha a função inversa p-I e a diferencial de F em p E JR2.9. Seja T : IR2 ---+ IR2 uma translação por
a,
isto é, T(p)=a+
p ondetodo p, q E R2,
1 T (p) - T ( q) 1
=
IP -
q 1.10. Considere uma base ortonormal { w1,
wi}
de R2. Prove que existeum única aplicação linear
e:
R2---+ R2 tal que C(ei)=
Wi, i=
1, 2, onde { e1,ei}
é a base canônica de R2. Verifique que C é bijetora eque preserva produto interno, isto é, (C(p), C(q))
=
(p, q), para todop, q E R2. Conclua daí que, dadas duas bases ortonormais { w1,
wi}
e { w1, w2} de R2, existe uma única aplicação linear C: R2 ---+ R2 tal que C(wi) =
wi,
i = 1, 2. Verifique que nessas condições C preserva produto interno e, portanto, preserva distância.11. Sejam p e q pontos de R2, { w1,
wi}
e {w
1,wi}
duas bases ortonormais de R2. Verifique que existe uma função F : R2 ---+ JR2 que satisfaz as seguintes condições: F(p)=
q, dFp(wi)=
wi,
i=
1, 2 e F preserva distância entre pontos. Obtenha F seguindo estas etapas: Usando os Exercícios 8 e 9~ considere a aplicação linear C tal queCapítulo I
CURVAS PLANAS
1.
Curva Parametrizada Diferenciável
Uma curva no plano
é
descrita dando-se as coordenadas de seus pontos como funções de uma variável independente.1.1 Definição. Uma curva parametrizada diferenciável do plano
é
uma aplicação diferenciável a de classee=,
de um intervalo aberto Ie
R em R2. A variável t E I é dita parâmetro da curva, e o subconjunto de R2 dospontos
a(t), t
E J,é
chamado traço da curva.Observamos que uma curva parametrizada diferenciável do plano
é
uma aplicaçãoa: I-+
R2 que para cadat
associaa(t)
=(x(t), y(t)),
onde asfunções
x(t)
ey(t)
são diferenciáveis de classe CC<).1.2 Exemplos a) A aplicação
. a(t)
=(xo +at, Yo +bt), t
E R,onde a2
+
b2=J.
O, é uma curva parametrizada diferenciável cujo traço é uma linha reta passando pelo ponto(xo, Yo),
paralela ao vetor de coordenadas(a, b) (ver Figura 1).
b) A aplicação
a,
que para cada t E R associaé uma curva parametrizada diferenciável cujo traço é uma circunferência de centro na origem e raio igual a 1.
(a,b)
Figura 1
e) A curva parametrizada diferenciável
a(t) (cost (2cost-
l),
sent (2cost 1)), t Eé denominada cardióide e tem o traço da Figura 2.
30
d) A curva parametrizada diferenciável que, para cada t E ( -
~, ~)
,associa
a(t)
= (2 sen2t, 2 sen2t tgt)
tem o traço da Figura 3.
A aplicação YA ! ! i 1 ! ! ! 1
i
/1
l
l :!
{2,t:ll! Figura 3a(t)
=
(t, ltl), t
E IR,não
é
uma curva parametrizada diferenciável, já que!ti
nãoé
diferenciávelX Figura 4
A aplicação
{
(t,
O) set::;
O,a(t)
(t,
t
2 sen~)
set
>O,Figura 5
não é uma curva parametrizada diferenciável (ver Figura 5), já que a função
y(t)
se t ::; O, se t >O,
32
não é diferenciável de classe
e=.
(Observe que existe a derivada de primeira ordem dey(t), Vt
E~).Duas curvas parametrizadas diferenciáveis podem ter o mesmo traço. Por exemplo,
a(t)
(t, 2t), t
E~'f3(r)
(2r+
1,4r+2), r
E~' têm o traço da Figura 6. Y1J' i!
l /i
/
V'""'
/I
Figura 62. Vetor Tangente; Curva Regular
X
2;1 Definição. Seja a: 1--+ ~2 uma curva parametrizada diferenciável que,
a cada
t
E1,
associaa(t)
=
(x(t), y(t)).
O vetora'(t)
=
(x'(t), y'(t))
é chamadovetor tangente
aa
emt.
A definição de vetor tangente coincide com a noção intuitiva que temos de um vetor tangente a uma curva, isto é, um vetor cuja direção é a direção limite de cordas, determinadas por um ponto a(t) e pontos próximos a(t +h),
quando h tende para zero. De fato, fixado t E/, para h =!= O tal que t
+
h E/, a(t+h)- a(t)h
1
é o vetor de a(t) a a(t
+
h) multiplicado pelo escalar h (ver Figura 7). Observamos que1i m - - - -. a(t+h)-a(t)
h-+0 h
é exatamente a definição da derivada da função
a
em t."~t+h)-G!(t)
G!( t+h)
t t+h
Figura 7
2.2 Exemplo. Seja a:~---+ ~2 a curva parametrizada diferenciável que,
para cada t E ~' associa
a(t)
=
(cost (2cost- l)'. sent (2cost- l)). O vetor tangente aa
em t é igual a34
Observamos que um vetor tangente a uma curva
a
é definido no parâ-metro t, e não no ponto a(t), pois, como pode ser visto no Exemplo 2.2a (
~) =a(-~)
=O (ver Figura 2) e, no entanto, a' (~)
=/= a' (-~)
.Portanto, o vetor tangente ao traço da curva na origem de IR2 não está bem definido.
Para o desenvolvimento da teoria local das curvas, é preciso que exista uma reta tangente a uma curva
a
para cada valor do parâmetrot;
para isso,é suficiente que o vetor tangente a
a
seja não-nulo para todo t. Portanto, restringiremos o nosso estudo apenas às curvas que satisfazem essa condição.2.3 Definição. Uma curva parametrizada diferenciável
a :
I __,. IR2 é ditaregular se 'Vt E I, a'(t) =/=O.
Dentre os Exemplos 1.2 de curvas parametrizadas diferenciáveis, apenas o exemplo d) não é uma curva regular, pois nesta curva
a'
(O) =O.2.4 Definição. Seja a: I __,. IR2 uma curva regular. A reta tangente a a
em to E I é a reta que passa por a(to) na direção de a'(to), isto é, a reta dada pela função
g(r)
=
a(to) +ra'(to), r E IR.2.5 Exercícios
1. Sejam a e b constantes não-nulas. Verifique que a aplicação a(t)
=
.(gc;9st, b sent), t E IR, é uma curva parametrizada diferenciável.Des-creva o traço de
a.
O que representa geometricamente o parâmetro t?2. Obtenha uma curva regular a: JR _,. IR2 tal que a(O) = (2, O) e a'(t)
=
3. Determine o ponto de interseção do eixo ox com a reta tangente à curva
a(t)
=
(t, t2) em t=
1.4. Seja a: I __,. IR2 uma curva regular. Prove que la'(t)I é constante se, e só se, para cada t E I, o vetor a" (t) é ortogonal a a' (t).
5. Considere a aplicação
a(t) = ( sent, cost+log (tg
~)),
t E (0,n). Prove que:a)
a
é uma curva parametrizada diferenciável;n
b) a'(t)-/= O para todo t-/=
2
;
c) o comprimento do segmento da reta tangente, compreendido entre
a(t) e o eixo y, é constante igual a 1. O traço desta curva é chamado
tratriz.
6. Seja F: IR2 __,.IR uma aplicação diferenciável. Considere (xo, yo) E
IR2 tal que F(xo, Yo) =O e F}(xo, Yo) + FJ'(xo, Yo) -/=O. Prove que o conjunto dos pontos (x, y) de IR2 próximos de (xo, yo) tal que F ( x, y)
=
O é o traço de uma curva regular.7. Considere um círculo de raio a rolando sobre o eixo dos x sem desliza-mento. Um ponto dessa circunferência descreve uma ciclóide. Supondo que, para o tempo t
=o;
o ponto da circunferência coincide com a origem do sistema de coordenadas, obtenha uma curva parametrizada diferenciável cujo traço é a ciclóide. Esta curva é regular?8. Um círculo e de raio r rola externamente sobre um círculo fixo C, de raio R. Um ponto da circunferência de e descreve uma epiciclóide. Supondo que, para o tempo t =O, o ponto da circunferência e está em contato com a circunferência C, obtenha uma curva parametrizada
diferenciável cujo traço é a epiciclóide. Descreva a epiciclóide para o caso particular em que r = R.
9. Considere o conjunto C {(x, y) E JR.2; +y3 3axy} denominado
fólio de Descartes. Obtenha uma curva parametrizada diferenciável
cujo traço é
e,
de tal forma que o parâmetro t seja a tangente do ângulo compreendido entre o eixo dos x e o vetor posição (x, y).10. Seja
a(t)
=
(f(t), g(t)), t
E R, uma curva regular e P=
(xo, Yo)
um ponto fixo do plano. A curva pedal de a em relação a P é descritapelos pés das perpendiculares baixadas de P sobre as retas tangentes à curva
a.
Obtenha uma curva parametrizada cujo traço é a curva pedal dea
em relação a P Determine a curva pedal de uma circunferência: a) em relação ao seu centro e b) em relação a um ponto P dacircun-ferência.
3. Mudança de Parâmetro; Comprimento de Arco
Já vimos na seção 1 que duas curvas planas podem ter o mesmo traço. Dada uma .curva regular
a,
podemos obter várias curvas regulares que têm o mesmo traço quea,
da seguinte forma:3.1 Definição. Sejam I e J intervalos abertos de
a :
I -r R2 uma curva regular e h: J -r I uma função·diferenciável (C°°), cuja derivada de primeira ordem é nã9:-nula em todos os pontos de J e tal que h(J) = !.Então, a função composta
f3 aoh : J -r JR.2
é uma curva regular, que tem o mesmo traço que
a,
chamadareparametri-zação de a por h. A função h é dita mudança de parâmetro (ver Figura
~ ) ''*"(h(•l l ~
~
;/
X Figura 8 3.2 Exemplosa) Consideremos a curva regular
a(t)
(a
cost,a
sent),t
E IR,onde a=/-= O é constante. Seja
h(s)
= ~'s
E R. A reparametrização dea
por h é a curva
[3(s)
=aoh(s)
(acos~,
asen~).
· b)A curva[3(r)
(-2r+l, -4r+2),
rEIR, é uma reparametrização dea(t)
=(t, 2t), t
E IR.Basta considerar a mudança de parâmetro
h(r)
-2r
+
1,r
E IR.Uma mudança de parâmetro h é uma função estritamente crescente ou decrescente, portanto é bijetora. Além disso, se
[3
é uma reparametrização dea
por h, entãoa
é uma reparametrização de[3
por h-1•38
A orientação de uma curva regular plana a
é
o sentido de percurso dotraço de a.
Seja
f3
uma reparametrização dea
por h. Se h é estritamente crescente, entãof3
ea
têm a mesma orientação. Se h é estritamente decrescente, entãof3
ea
têm orientações opostas.No Exemplo 3.2 b),
f3
ea
têm orientações opostas (ver Figura 9).y
~(.r)
X
Figura 9
Seja a : 1 - 7 IR2 uma curva regular e fixemos t0 e t1 do intervalo /.
Subdividindo o intervalo [to, t1] nos pontos to= ao
<
a1< · · · <
a11 t1,e ligando retilineamente os pontos a(ao), a(a1 ), · · · , a(a11 ), obtemos uma
linha poligonal cham~da_poligonal inscrita à curva entre a(to) e a(t1). Esta poligonal tem um comprimento. Consideremos agora todas as poligo-nais inscritas à curva entre a(to) e a(t1 ). Como a
é
uma curva regular (na realidade, é suficiente que a derivada de primeira ordem da funçãoa
exista e seja contínua), pode-se verificar ([1], [5] e [14]) que existe o limite superior do conjunto dos comprimentos dessas linhas poligonais, e é igual a!
ti 1 a' (t)ldt,
queé
chamado comprimento de arco da curva a de to a t1.A aplicação s(t)
1t
la'
(t)ldt é denominada função comprimento de toarco da curva a a partir de to. Esta função é diferenciável de classe
e=,
pois a é uma curva regular.
3.3 Definição. Uma curva regular a : I --+ JR2 é dita parametrizada pelo
comprimento de arco se, para cada to, t1 E J, to
s
ti, o comprimento do arcoda curva a de to a t1 é igual a t1 to. Isto é,
1
t1la'(t)ldt to
3.4 Proposição. Uma curva regular a : I JR2 está parametrizada pelo
comprimento de arco se, e só se, V t E I, 1 a' (t) 1 = 1.
Demonstração. Suponhamos a parametrizada pelo comprimento de
arco e fixemos to E J. Consideremos a função s: I--+ :IR, que, para cada t E J, associa s(t) =
1
1
1 a' (t) jdt. Se to
S
t , então, por hipótese,j
1
º
1 a' (t) ldtto - t;
set
S to'."
então-s(t)
~
["
1a'
(t) 1dt
to - t.
Pôrt~to,
para todot E J, s(t) t t0 , e s'(t)
=
1. Como s'(t)=
la'(t)I, concluímos que1
a'
(t)
1 = 1, V t E J. A recíprocaé
imediata.o
3.5 Exemplo. A aplicação
a
(t)
(a
cos~,
a
sen~)
, t E :IR,onde a
=J
O, é uma curva regular parametrizada pelo comprimento de arco, já quela'(t)i
1, Vt E :IR.A seguir, veremos que toda curva regular