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ANÁLISE DOS ASPECTOS E DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR UMA MARCENARIA NA CIDADE DE PENEDO-AL

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ANÁLISE DOS ASPECTOS E DOS

IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS

POR UMA MARCENARIA NA CIDADE

DE PENEDO-AL

Wallyanne Dias Rosendo

wallyanne.dias@gmail.com

Fabiana Bispo da Silva

fabibispo93@gmail.com

JULIANA MARIA FEITOSA NASCIMENTO

jujufeitosa_96@hotmail.com

MAYNARA BEATRIZ SALES ARAUJO

mbeatriz609@gmail.com

Erilanne Gomes dos Santos

eerilagomee@gmail.com

Com alto nível de competitividade entre as empresas e a crescente preocupação dos consumidores com a questão ambiental, a procura por alternativas ambientalmente corretas que possam reduzir ou eliminar os impactos resultantes da atuação das empresas e de integrar o ambiente na estratégia das organizações é uma importante missão do mercado. Dessa forma, o presente artigo apresenta a análise sob a perspectiva ambiental de uma marcenaria, com o diagnóstico dos impactos ambientais ocasionados pela mesma e suas respectivas ações corretivas.

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1. Introdução

Os problemas ambientais gerados pelos seres humanos vem se intensificando nos últimos tempos e isso se deve a utilização dos recursos naturais para a produção de bens e serviços e do descarte de materiais não aproveitados. Com isso, a geração de lixo, a poluição dos solos, da água e do ar vem se agravando cada vez mais e isso está associado também ao surgimento de novas indústrias devido ao elevado nível de consumo da sociedade.

A forma como o homem vem utilizando os recursos naturais e os danos causados ao ambiente, tanto pela extração como pela utilização desses recursos, são motivos de preocupação desde a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII. O conjunto de eventos degradativos, potencializados pelos avanços tecnológicos, são os principais fatores nas mudanças ocorridas atualmente no ecossistema global, dentre eles o clima, a poluição e a extinção (MORADILLO ET AL., 2004).

Esse reconhecimento da vulnerabilidade que o planeta Terra possui e os impactos prejudiciais que ela vem sendo submetida, foi o passo inicial para que a comunidade e as empresas voltasse suas perspectivas para os problemas relativos ao meio ambiente.

Dessa forma, podemos dizer que os resíduos sólidos se tornaram um dos problemas mais preocupantes da sociedade humana nos últimos anos, devido ao seu grande ritmo de produção, bem como sua capacidade de depósito que é cada vez mais limitado, não só pela escassez de espaço físico como também da legislação que se torna cada vez mais rígida no que tange a questão ambiental. Outros fatores importantes que determinaram o aumento excessivo de resíduos foram o modo de vida e os hábitos alimentares da população, o que levou a um aumento considerável de resíduos produzidos diariamente (WRIGHT, 2004). O presente trabalho visa analisar as questões ambientais relacionadas aos resíduos sólidos industriais gerados por uma marcenaria, a fim de propor diretrizes para diagnosticar e caracterizar os resíduos da indústria, as consequências ecológicas que os mesmos podem causar a geração de resíduos e os impactos gerados pela empresa e elaborar soluções que auxiliam no gerenciamento dos resíduos gerados pela madeireira, que podem direcionar outros tipos de empreendimentos que utilizam ou possam vir utilizar, os resíduos de madeira em seus processos produtivos como matéria-prima​.

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2. Metodologia

O presente trabalho é caracterizado como uma pesquisa aplicada classificada como exploratória, pois desencadeia um processo de investigação que identifica a natureza do fenômeno e aponta as características essenciais das variáveis que se quer estudar ( KÖCHE, 1997, p. 126). Com caráter qualitativo, pois é utilizada para interpretar fenômenos que ocorrem por meio da interação constante entre a observação e a formulação conceitual, entre a pesquisa empírica e o desenvolvimento teórico, entre a percepção e a explicação (BULMER, 1977). É descritiva, pois procura descobrir com a precisão possível a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. (CERVO; BERVIAN, 1983, p. 55)​. Contudo, foi realizado um estudo de caso pois se trata do delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos. (YIN, 2001 apud GIL,2002, p. 54).

O método utilizado na pesquisa para a coleta de informações foram através de entrevistas caracterizadas pela relação direta entre pesquisadores e membros sócios/colaboradores da empresa Madeireira e Marcenaria Águia, e com utilização dessas respostas foram feitas anotações manuais. Como também, foram realizadas observações locais há organização com registros fotográficos, com o intuito de coletar as informações desejáveis para a realização deste estudo, a fim de compreender melhor os problemas e propor sugestões de melhorias em relação ao gerenciamento de resíduos da indústria.

3. Fundamentação teórica 3.1. Gestão ambiental

Com a necessidade de produzir, e com a consciência de que era preciso conservar o meio ambiente, surge “a gestão ambiental”. Embora nas décadas de 70 e 80, devido a agravamento do nível de degradação ambiental, as indústrias começassem a ter um controle ambiental, foi a partir da década de 1990 que a gestão ambiental começou a ser implantada de fato. Após a Eco-92 ocorrida no Rio de Janeiro, houve um aumento da assinatura de tratados e de medidas normatizadoras tomadas pelos organismos financeiros internacionais configurando a construção de uma nova ordem mundial. A construção de um arcabouço normativo institucional ambiental nos Estados-nações é direcionada, em grande medida, pelo

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significativo número de acordos multilaterais relacionados com o meio ambiente que constituem o aspecto mais visível dessa nova ordem mundial (DIAS. R, 2006).

Dessa forma, dentre as inúmeras definições apresentadas na literatura, destaca-se, a acatada por NILSSON (1998):

"Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a empresa a alcançar metas [ambientais] específicas, em uma analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais, etc." (NILSSON, 1998:134).

Ou ainda, de acordo com Campos (2001, p. 116) a gestão ambiental “consiste na administração do uso dos recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e potenciais institucionais e jurídicos, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade de recursos e desenvolvimento social. Dessa maneira, temos uma sociedade e empresas mais preocupadas e conscientes de suas responsabilidades frente à exploração dos recursos naturais, assim, surgiu a necessidade de uma gestão mais especializada, com uma visão estratégica no que diz respeito à exploração dos recursos de maneira mais racional”. Para Valle (1996, p. 39), a gestão ambiental é "um conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente aplicados que visam reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente".

Assim, a gestão ambiental surgiu da necessidade do homem de organizar melhorar sua maneira de se relacionar com o meio ambiente (MORALES, 2006).

Dessa forma, pode-se entender a gestão ambiental como sendo a forma que as organizações dirige suas tarefas, através de planejamento, ferramentas, políticas e vários outros recursos visando não comprometer o bom funcionamento da natureza. Esse interesse em relação gestão ambiental nasceu da preocupação do esgotamento dos recursos naturais, visando preservá-la para seus fins de utilização. Contudo, essa consciência ambiental antes era limitada, a apenas pequenos grupos de políticos e cientistas e, com o passar do tempo se expandiu devido ao aumento da degradação da natureza em todas as regiões do planeta.

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3.2. Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são definidos, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, NBR 10.004, 2004a), como:

Todo resíduo nos estados sólido e semi-sólido resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Ainda, de acordo com essa mesma norma, os resíduos podem ser classificados nas seguintes classes:

● I – perigosos;

● IIA – não perigosos; e ● IIB – inertes.

Essa classificação acontece por meio da identificação do processo ou atividade que lhe deu origem, seus constituintes, suas características físicas, químicas e biológicas e a comparação com listagens de resíduos já conhecidos.

3.2.1. Resíduos sólidos industriais

De acordo com Naumoff & Peres (2000) “o lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico (Classe I).”

Para o Conselho Nacional do meio ambiente - CONAMA (2002):

“Os resíduos sólidos industriais caracterizam-se como, todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e líquido, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos

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provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição.” (CONAMA, 2002). Segundo Fontes (1994), os resíduos gerados pela indústria madeireira tem tornado-se um problema no que diz respeito a sua destinação, são buscadas formas para descartá-los e utilizá-los para aterro ou incinerando-os, para que desta forma seja possível desocupar os pátios sem realizar um aproveitamento energético destes resíduos. Porém, nos últimos tempos, percebeu-se que essa alternativa tem gerado problemas ao meio ambiente, além de gerar aumentos nos custos dos insumos energéticos, por este motivo, as indústrias começaram a pensar em vantagens que elas teriam aproveitando os insumos e transformando-os em fonte alternativa de combustível ou utilizá-los como matéria-prima para obtenção de novos produtos.

3.2.2. Resíduos de madeira

Fontes (1994), os resíduos de madeira são classificados em três tipos:

● Serragem: resíduo originado da operação de serras, encontrado em todo tipo de indústria, à exceção das laminadoras;

● Cepilho: conhecido também como maravalha, é o resíduo gerado pelas plainas nas instalações de serraria/beneficiamento e beneficiadoras (indústrias que adquirem a madeira já transformada e a processam em componentes para móveis, esquadrias, pisos, forros, etc.);

● Lenha ou sarrafos: resíduos de maiores dimensões, gerado em todos os tipos de indústria, composto por costaneiras, aparas, refilos, resíduo de topo de tora, e restos de lâminas.

Para Hüeblin (2001), os principais resíduos são: a serragem, originada da operação das serras, que pode chegar a 12% do volume total de matéria-prima; os cepilhos ou maravalhas, gerados pelas plainas, que podem chegar a 20% do volume total de matéria-primas indústrias de beneficiamento, a lenha ou cavacos composta por costaneiras, aparas, refilos, cascas e outros, que pode chegar a 50% do volume total de matéria-prima, nas serrarias e laminadoras.

De acordo com a ​Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, NBR 10.004, 2004a), os resíduos originados da madeira, ainda podem ser classificados nas classes seguintes:

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● Cepilho: Classe II - não perigoso reciclável ● Lenha: Classe II - não perigoso reciclável

4. Estudo de caso: Gerenciamento de resíduos sólidos da Madeireira e Marcenaria Águia

4.1. Identificação da empresa

A Madeireira e Marcenaria Águia, foi a empresa a qual abriu as suas portas para que a equipe realizasse o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS. Ela fica localizada no município de Penedo-Al, situada na ​Rodovia Mário Freire Leahy​, número 38, bairro Senhor do Bonfim. Fundada em 2002, vem se destacando no ramo de madeiras e móveis rústicos na cidade de Penedo. Fabricam uma grande diversidade de portas, janelas e móveis rústicos em geral, como mesas, cadeiras, camas, balanços e etc, todos de madeira bruta. A marcenaria quem fabrica seus produtos e os vende na loja que ficam na frente da fábrica, onde vende também madeiras. Sua forma jurídica e capital social é MEI - Microempreendedor Individual, no ramo de madeiras e marcenaria e conta hoje com cinco colaboradores, quatro na produção, que são os marceneiros e um na administração, que é o gerente e proprietário, responsável também pelas vendas.

A madeireira e marcenaria, é dividida em seis seções, a sala de produção, sala de pintura, depósito de matéria prima, depósito de resíduos, depósito de material acabado/loja e escritório. O depósito de matéria prima é onde fica armazenada toda a matéria prima que será usada na fabricação dos móveis e, na sala de produção é onde ocorre todo o processo de fabricação, desde o corte até o acabamento, na sala de pintura é onde os móveis são pintados, também onde é dado os últimos retoques e posteriormente levados para o depósito de material acabados, que também serve de loja e são vendidos. O depósito de resíduos é onde é colocado todos os resíduos gerados da fabricação dos móveis, como pequenas madeiras e cascalhos.

4.2. Descrição do processo produtivo

As portas e janelas são os produto mais vendidos na marcenaria, logo o mais produzido também. Então escolhemos a porta para ser o nosso objeto de pesquisa e de prática para os ensinamentos dados na matéria de gestão de resíduos sólidos.

O processo de fabricação das portas e janelas começam com a separação da matéria-prima que se encontra no estoque de matéria-prima, logo depois da madeira escolhida ela vai para a

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esquadrejadeira, onde a madeira vai ser cortada mais ou menos na largura que se deseja, depois disso ela segue para o desempenadeira para que a madeira seja regularizada, ou seja, fique o mais reta possível e após isso, ela é bitolada no desengrosso, uma máquina que é responsável por deixar a madeira toda por igual. Já com a madeira toda por igual, é então marcadas as peças conforme o modelo escolhido que seguem para a furadeira, onde é furada e em seguida para a espigadeira, que faz as métricas, depois vão para a cutia, que faz as almofadas nas peças, para então serem levadas até o espaço de montagem, onde a porta é enfim montada e ganha sua forma. Depois de montada, a porta vai para a lixadeira, deixando-a bem lisinha, para então ser levada para a sala de pintura, onde vai para a seladora, onde é selada, ou seja, é passado uma espécie de verniz para que a madeira não rache, depois são feitos os últimos acabamentos, as ferragens são colocadas e a porta já pronta segue para o salão da frente, onde é o depósito de material acabado e loja ao mesmo tempo, para serem vendidas.

4.3. Resíduos gerados

A marcenaria produz três tipos de resíduos que são: serragem, cepilho e lenha. Às lenhas são resíduos vindos principalmente da esquadrejadeira, pois é nela que a madeira é cortada da largura que se deseja, sobrando assim pedaços maiores e menores, ou seja, pequenas ripas, e também desengrosso e da furadeira, que é um cascalho de grosso para médio. Já o cepilho vem da cutia, é um cascalho que muitos chamam de pó de cerra, pois se assemelha ao pó, só que ele é mais grosso e mais consistente que o pó. A serragem é oriundo de quase todo o trabalho da marcenaria, é um resíduo bem fininho, que podemos ver por todos os lados da marcenaria, por não ter peso e ser levado com facilidade pelo vento, ele é gerado principalmente pela lixadeira.

Durante a visita ​in loco​, foi fornecido pela empresa, pelo seu setor de administração, dados da geração dos resíduos por tipo de agrupamento, média estimada total de resíduos sólidos gerados em um dia de trabalho, com capacidade produtiva média, mostrada na tabela a seguir.

Tabela 1 - Quantidade de resíduos sólidos diária gerada na empresa

Resíduo Quantidade(Kg) Percentual

Serragem 9 16,1%

Cepilho 12 21,4%

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Fonte: Autoras (2019)

5. Análise dos aspectos e impactos do sistema

Para a análise dos aspectos ambientais usamos a abordagem por processo, onde podemos ver as entradas, processamentos e as saídas da produção de uma porta e janela, como podemos ver na tabela 2.

Tabela 2 - Processo de fabricação da porta e janela

Entradas Processamentos Saídas

Madeira Energia elétrica Selante Ferramentas Corte Desengrosso Marcação das peças Moldagem das peças Montagem da peça Lixar peça Selagem Portas e janelas Resíduos Sólidos Ruídos Emissões Atmosféricas Fonte: Autoras (2019)

Para o processo de fabricação da marcenaria, da porta e janela em questão, foram identificados os seguintes aspectos ambientais: produção de resíduos sólidos, poluição sonora e as emissões atmosféricas. Para cada aspecto ambiental relacionamos os seus devidos impactos ambientais relacionados, ou seja, potenciais consequências ambientais ao meio ambiente.

Tabela 3 -​ ​Identificação dos Aspectos e Impactos Ambientais

Aspectos Impactos

Resíduos Sólidos Contaminação do solo e da água Ruído Poluição sonora e doenças auditivas Emissões Atmosféricas Contaminação do ar e doenças

respiratórias Fonte: Autoras (2019)

5.1. Análise dos aspectos

São gerados resíduos sólidos em várias partes do processo de fabricação, no processo de corte e preparo das peças que constituem a porta e a janela, são gerados serragem, cepilho e lenha, que são armazenados para serem doados, os resíduos sólidos constituídos de embalagens são armazenados e destinados para a coleta municipal.

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O esgoto e águas utilizadas no banheiro e cozinha, limpeza do empreendimento e escritório são destinados para a fossa séptica com sumidouro. O processo de fabricação não utiliza água. As serragens e poeiras geradas na madeireira e marcenaria não se dispersam de forma significativa para a vizinhança, no entanto, no ambiente de trabalho, faz-se necessário a utilização de equipamento de proteção individual do tipo proteção respiratória, apesar de não serem utilizados na marcenaria, podendo causar doenças respiratórias aos funcionários, que têm contato direto com o pó.

5.2. Análise dos impactos

Os impactos ambientais gerados pela produção de resíduos sólidos vai desde a contaminação do solo e dos rios, até a poluição do ar, pois alguns resíduos gerados, como o pó, não se dispersam de forma significativa. Os resíduos sólidos vindo de embalagens de solventes descartados de forma incorreta podem contaminar rios e o solo, por isso a empresa tenta descartá-los de forma correta, já os cascalhos e os pequenos pedaços de madeiras, são doados para serem usados como fogo, ou para galinha e gado. Assim como as doenças respiratórias, que podem ser geradas pelas emissões atmosféricas, causadas pela serragem geradas no processo produtivo.

6. Especificação das soluções

Ao realizar-se as visitas ao local, no qual foram feitas entrevistas com os funcionários e proprietário, o acompanhamento ​in loco do processo produtivo e a identificação das interferências desse processo nos meios físico, biótico e antrópico, ficou de fácil percepção a produção de um nível alto de resíduos sólidos, ruídos e emissões atmosféricos, com frequência alta, já que como relatado, a produção é diária.

Notou-se uma preocupação do proprietário com a destinação dos resíduos do processo produtivo, que são reservados e encaminhados de forma correta para outras atividades externas e independentes a produção. Medidas necessárias para redução dos impactos causados, são:

● Investir em treinamentos dos trabalhadores com técnicas eficientes de corte de madeira, diminuindo assim a quantidade de resíduos gerados;

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● Ter um controle da quantidade de matéria-prima (madeira) utilizada na fabricação, pois o impacto ambiental de um produto reduz se os recursos forem minimizados; ● Instalar exaustores para a coleta do pó de serra;

● Disponibilizar EPIs (protetor auricular, máscaras, luvas, macacões de mangas longas, aventais, calçados fechados) em quantidade suficiente para os funcionários;

● Exigir e fiscalizar o uso do EPI;

● Estabelecer e divulgar, no ambiente de trabalho, cartazes e placas com instruções referentes a riscos de acidente e desperdício de material;

● Disponibilizar cartilhas que falem sobre o meio ambientes e os impactos ambientais gerados pelo mau uso dos recursos e a geração de resíduos sólidos, e reciclagem; ● Educação Ambiental realizando entre seus funcionários e clientes,

palestras/debates/campanhas visando à conscientização dos mesmos em relação ao procedimento que deverá ser adotado para a efetivação do processo de coleta seletiva que será implantado pelo presente Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

7. Considerações finais

As marcenarias causam grandes impactos ao meio ambiente, pois geram quantidades significativas de resíduos sólidos, além disso, foi constatado que a indústria moveleira tem uma grande deficiência em relação ao controle destes resíduos por elas gerados.

Concluiu-se, portanto, que a empresa escolhida para a realização dessa pesquisa, necessita de mudanças no seu ambiente de trabalho para redução dos impactos e a geração de resíduos, tais como: investir em treinamentos dos trabalhadores com técnicas eficientes de corte de madeira, diminuindo assim a quantidade de resíduos gerados; Ter um controle da quantidade de matéria-prima (madeira) utilizada na fabricação; Instalar exaustores para a coleta do pó de serra; Exigir e fiscalizar o uso do EPI; Estabelecer e divulgar, no ambiente de trabalho, instruções referentes a riscos de acidente e desperdício de material e realizar um programa de educação ambiental entre seus funcionários e clientes, para que todos se conscientizem.

Portanto, a proposta elaborada para a marcenaria em estudo, procurou adotar mecanismos para operar na prevenção da geração de resíduos, como também orientar para que seja feita uma destinação adequada dos mesmos, reduzir custos e desperdícios. Logo, o gerenciamento

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de resíduos sólidos nas marcenarias é de suma importância para a obtenção de ganhos no campo técnico produtivo e ambiental, pois com a obtenção desses requisitos é possível elevar a imagem da empresa no mercado competitivo.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004. Resíduos sólidos: classificação​. Rio de Janeiro, 2004a.

BULMER, M.​ Sociological research methods​. London: Macmillan, 1977.

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CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino.​Metodologia científica​: para uso de estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 313 de 29 de outubro de 2002. ​Dispõe sobre

o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais​. Publicada no DOU no 226, de 22 de novembro de 2002, Seção 1, páginas 85-91.

DIAS, Reinaldo​. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade​. Atlas: São Paulo, 2006.

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Dissertação de mestrado do curso de PósGraduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1994.

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HÜEBLIN. H. J. ​Modelo para a aplicação da metodologia Zeri. Sistema de aproveitamento integral da

biomassa de árvores de reflorestamento.​ Curitiba. 2001. 139 f. Dissertação de mestrado. CEFET.PR.

KÖCHE, J. C. ​Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. ​15. ed.

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MORADILLO, E. F & OKI, M. C. M. Educação ambiental na universidade: construindo possibilidades.

Quim. Nova, Vol. 27, No. 2, 332-336, 2004.

MORALES, A. G. ​A formação do profissional educador ambiental: reflexões, possibilidades e constatações​. Ponta Grossa: UEPG, 2006.

NAUMOFF, Alexandre Feraz; PERES, Clarita Schvartz. Reciclagem de matéria orgânica. In: D’ALMEIDA, Maria L. O.; VILHENA, André. ​Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.

NILSSON, W. R. ​Services instead of products: experiences from energy markets - examples from Sweden.

In: MEYER-KRAHMER, F. (Ed.). Innovation and sustainable development: lessons for innovation policies. Heidelberg: Physica-Verlag, 1998.

VALLE, Cyro Eyer do. Como se preparar para as normas ISO 14000. 2ª edição. São Paulo: Pioneira, 1996.

WRIGHT, R. Environmental Science: Towardt A. ​Sustainable Future​, 9/E. Londres, Prentice Hall, 2004.

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