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PERSPECTIVAS DA ALCA PARA A ECONOMIA BRASILEIRA (SONDAGEM ENTRE OS CONSELHEIROS DO IEDI)

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Academic year: 2021

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P

ERSPECTIVAS DA

ALCA

PARA A

E

CONOMIA

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RASILEIRA

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ONDAGEM ENTRE OS

C

ONSELHEIROS DO

IEDI)

Resumo...1

A ALCA é Favorável ao Brasil? ...4

Competitividade – Onde Somos e Não Somos Competitivos? ...5

Acesso a Mercados e Prazos de Liberalização das Importações: A Importância da Negociação ...9

Análise dos Setores ...10

O “Dever de Casa”...14

Investimentos Internos e Externos das Empresas ...14

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Resumo

Cumprindo certas condições – a negociação em torno ao efetivo acesso dos produtos brasileiros aos mercados dos países da futura ALCA é a principal delas – a avaliação dos Conselheiros do IEDI é de que a ALCA favorecerá o Brasil. Quase ¾ dos empresários têm essa opinião.

Um bom acordo comercial para o Brasil é entendido como aquele que elimine as barreiras não-tarifárias e os subsídios que restringem as exportações em relevantes segmentos brasileiros, tanto industriais, quanto agrícolas e agroindustriais.

Não podem ser esquecidos a falência de milhares de empresas e o desemprego gerado na indústria pela abertura mal feita dos anos 90. Por isso, é também imprescindível negociar na ALCA um consistente cronograma de liberalização de importações e uma lista de produtos “sensíveis”, além de adequadas regras de origem e salvaguardas por perdas de margens de preferências de produtos brasileiros em mercados sul-americanos.

Todavia, ao lado de um bom acordo, o país terá também que evoluir rapidamente em ações e políticas internas para que no prazo previsto para a entrada em vigor da ALCA (2005) sua economia possa de fato ser beneficiada.

O que fundamenta a relevância e a urgência atribuída a essas ações é a avaliação sobre a competitividade da economia brasileira, que não é favorável: 80% dos empresários do IEDI acham que a economia é pouco ou não é competitiva.

Essa avaliação diz respeito à economia como um todo, não correspondendo ao que se estima para muitas empresas industriais brasileiras que, na última década, levaram adiante importantes processos de reestruturação produtiva e gerencial. Essas empresas desenvolveram padrões elevados de competitividade. Para quase 85% dos empresários do IEDI, suas empresas (que, em geral, se enquadram nessa categoria de empresas) têm competitividade internacional.

Portanto, restaria, por desenvolver padrões assemelhados em outros segmentos da economia (empresas de menor porte, ramos do setor serviços e infra-estrutura, por exemplo), reestruturar certos sistemas (como o sistema tributário) que ainda são típicos de uma economia fechada e aperfeiçoar e

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Particularmente importante seria a remoção dos fatores sistêmicos que limitam a competitividade do produto nacional e que, dentre os condicionantes internos, são considerados os que mais ativamente podem contribuir de forma negativa para os interesses brasileiros na ALCA. As distorções residem, principalmente, na estrutura tributária, no custo de capital, na inadequação do financiamento interno e no custo de logística, tendo destaque também os temas de capacitação em P&D e escala de produção.

Por ordem de prioridade, as ações/políticas recomendadas como iniciativas internas preparatórias para a ALCA seriam:

Reforma tributária - para desonerar o investimento e a exportação e assegurar isonomia tributária à produção nacional relativamente ao produto importado.

Políticas de competitividade - cujo instrumento geral é a redução do custo de capital, mas que deve atentar para as características e necessidades dos diversos setores da economia.

Educação - com efeitos amplos e relevantes na produtividade, nos salários e na capacitação tecnológica.

Infra-estrutura - para reduzir o custo de logística.

Harmonização na regulação - normas técnicas e regulação dos mercados. Adequação dos mercados financeiros - para ampliar o acesso ao financiamento.

As políticas acima deveriam ser complementadas por outras, vinculadas estritamente a ações empresariais, internas ou externas. São ações que também se fazem necessárias para que as empresas mantenham ou ampliem seus mercados externos e tenham capacidade de defender sua participação no mercado local diante da concorrência de importações. A sondagem revelou que investimentos em capital e na produtividade e em marketing, são considerados decisivos para esses objetivos, com destaque também para investimentos em desenvolvimento de produto e joint-venture. Eis aí uma relação de temas complementares aos que já foram aventados em torno aos quais a iniciativa privada e governo poderiam reunir esforços visando dinamizar os investimentos.

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Em suma, além da decisiva condição da negociação em torno ao efetivo acesso dos produtos brasileiros a mercados do exterior, as oportunidades brasileiras na ALCA dependem das políticas preparatórias internas, que devem ser adotadas independentemente da avaliação que se faça sobre os rumos das negociações e o êxito (do ponto de vista dos interesses brasileiros) estimado para elas. Essas políticas devem envolver temas ou questões gerais, como tributação, custo de capital, educação e P&D, normas técnicas e regulação, além de políticas voltadas ao plano microeconômico para estimular os investimentos empresariais no Brasil e no exterior visando o aumento da produtividade, o desenvolvimento de produtos e do marketing e a formação de joint-ventures.

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A ALCA é Favorável ao Brasil?

A sondagem sobre a ALCA realizada entre os Conselheiros do IEDI (ver o Anexo) entre março e abril foi atinente a aspectos comerciais do acordo, não envolvendo itens também relevantes da negociação, como serviços, investimentos e propriedade intelectual.1 A grande maioria dos Conselheiros

mantém expectativa de que a ALCA venha a favorecer o Brasil, fato revelado no percentual de apenas 9% de respostas “não” à indagação: “A ALCA favorecerá o Brasil?”.

A ALCA Favorecerá o Brasil?

Não

9% Sim

19%

Sim, com restrições 72%

Por outro lado, o relativamente baixo percentual de respostas “sim” (19%) e a elevada proporção da resposta “sim, com restrições” (72%) revela, que esse favorecimento não é “líquido e certo”, mas é condicionado.

Em primeiro lugar, é condicionado ao nível das negociações. O acordo da ALCA deve incluir a remoção de subsídios à produção local e também de barreiras – em especial, as não tarifárias – às importações. Esses dois fatores

1

A sondagem foi inspirada no trabalho conjunto da Consultoria AT Kearney e Amcham-SP, “FTAA/ALCA Survey Results – 2001”.

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juntos impedem a entrada de grande parte dos produtos brasileiros em mercados como o norte-americano.

Não podem ser esquecidos a falência de milhares de empresas e o desemprego gerado na indústria pela abertura mal feita dos anos 90. Por isso, é também imprescindível negociar na ALCA um consistente cronograma de liberalização de importações e uma lista de produtos brasileiros “sensíveis”, além de adequadas regras de origem e salvaguardas por perdas de margens de preferências de produtos brasileiros em mercados sul-americanos.

Em segundo lugar, existem condicionantes internos. O tema é atinente, em especial, a certos defeitos de funcionamento de mercados domésticos e estruturas internas que retiram competitividade do produto de fabricação nacional. A remoção desses fatores – os quais serão identificados a seguir – é também condição para que a ALCA favoreça o país.

A despeito de muitos avanços quanto à representação empresarial nas negociações externas e dos esforços empreendidos pelas entidades empresariais (Coalizão Empresarial/CNI, federações e associações industriais etc.) para divulgar o tema, é opinião predominante dos empresários do IEDI, que é ainda baixo o conhecimento das empresas brasileiras acerca das negociações da ALCA (63% das respostas), que as empresas ainda não incluíram a ALCA em seus planos estratégicos (72%) e que o setor privado brasileiro não participa ativamente (38%) ou, embora venha participando, deveria participar mais das negociações (56% das respostas).

Competitividade – Onde Somos e Não Somos Competitivos?

A avaliação dos empresários sobre a competitividade da economia brasileira não é boa: 80% acham que a economia é pouco (70%) ou não é competitiva (10%).

Cabe notar que é oposta a avaliação dos empresários sobre a sua própria empresa. Aqui, 84% deles as consideram competitivas (77%) ou muito competitivas (7%), resultado que comporta duas interpretações:

Primeiro, o fato de que atribuem a principal fonte de não competitividade da economia a fatores externos à empresa (ou seja, fora do “chão de fábrica” e da organização empresarial), como as já assinaladas distorções em certos mercados e estruturas. Em outras palavras, os mais importantes fatores que diminuem a competitividade na economia brasileira são de ordem “sistêmica”

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e não produtiva ou empresarial. Trata-se, em outras palavras, do “custo Brasil”.

Segundo, o resultado reflete a avaliação de que a empresa industrial nacional de maior porte (que predomina entre as empresas às quais pertencem os Conselheiros do IEDI) obteve níveis elevados de competitividade ao longo dos anos 90, níveis esses que não foram acompanhados por correspondente progressão em outros segmentos da economia (micro e pequenas empresas, ramos do setor serviços e infra-estrutura, por exemplo), nem encontram correspondência em certos sistemas (como o sistema tributário).

Competitividade Atual da Economia Brasileira

Pouco Competitiva 70% Não-Competitiva 10% Competitiva 17% Muito Competitiva 3%

Como o gráfico seguinte mostra, a baixa competitividade da economia é atribuída pelos empresários do IEDI principalmente a Custo de Capital, Sistema Tributário e Custo de Logística, que são fatores ou causas “sistêmicos” e não “empresariais”. De outra parte, onde a economia e a empresa representativa do IEDI são muito competitivas, foram destacados, além do fator Custo da Mão-de-Obra e Custo de Matéria-Prima, o Know-How de Mercado e o Know-How Tecnológico que são itens desenvolvidos ou absorvidos no âmbito da empresa.

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Competitividade Atual da Empresa Pouco Competitiva 13% Não-Competitiva 3% Competitiva 77% Muito Competitiva 7%

Onde Somos Não Competitivos ou Pouco Competitivos?

9% 13% 25% 28% 34% 41% 56% 66% 84% 97% 100% Know-How de Mercado Custo da Mão-de-Obra Custo de Matéria-Prima Know-How Tecnológico Capacitação de RH Requisitos Ambientais Economias de Escala Capacitação em P&D Custo de Logística Sistema Tributário Custo de Capital

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Onde Somos Muito Competitivos? 3% 3% 9% 13% 19% 22% 25% 38% 0% 0% 0% Custo de Logística Custo de Capital Sistema Tributário Economias de Escala Requisitos Ambientais Capacitação em P&D Capacitação de RH Custo de Matéria-Prima Know-How Tecnológico Know-How de Mercado Custo da Mão-de-Obra

Onde a Empresa é Muito Competitiva?

9% 13% 13% 16% 25% 28% 31% 38% 0% 0% 0% Custo de Logística Custo de Capital Sistema Tributário Economias de Escala Requisitos Ambientais Capacitação em P&D Capacitação de RH Custo de Matéria-Prima Know-How Tecnológico Custo da Mão-de-Obra Know-How de Mercado

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Acesso a Mercados e Prazos de Liberalização das Importações: A Importância da Negociação

Mesmo diante dos problemas sistêmicos de competitividade, a convicção é de que se a negociação da ALCA resultar em abertura efetiva de mercados, o Brasil estará preparado para aumentar suas exportações. Essa convicção é ainda maior em se tratando da empresa típica do IEDI, vale lembrar, a empresa nacional industrial de maior porte que realizou na última década importante reestruturação e atualização produtiva e gerencial.

O mesmo otimismo com relação à empresa transparece na indagação sobre as conseqüências de uma total liberalização do mercado a importações dos países da ALCA. Quase 3/4 dos empresários declararam que suas empresas têm plenas condições de concorrência.

Estamos Preparados para Aumentar Exportações/Concorrer com Importações Caso a ALCA Elimine Barreiras aos Produtos Brasileiros/aos Mercados

Brasileiros? (% de Respostas "Sim")

72% 28% 75% 63% Empresa Brasil Empresa Brasil EXPO RT AÇÕ ES IM PORT AÇÕES

O diagnóstico para o país como um todo (e para certos setores em particular, como veremos a seguir) é muito diferente. A grande maioria (72%) não considera que o Brasil tenha condições de concorrer com importações dos países da ALCA, razão pela qual se afigura como também muito relevante para os interesses brasileiros na ALCA que a negociação assegure prazos adequados

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Esse prazo seria, em média, de 3 anos e meio, que é relativamente baixo, mostrando que, ao contrário do que às vezes é propalado, o empresário brasileiro está longe de desejar “proteção eterna”. Note-se que as faixas de prazos de desgravação já definidas para a ALCA (desgravação imediata, 1 a 5 anos, 5 a 10 anos, 10 a 15 anos, mais de 15 anos) são compatíveis, seja com o prazo médio de 3,5 anos, seja com prazos até mesmo mais longos em casos de necessidades específicas de determinados setores.

Cabe uma observação adicional sobre a questão dos prazos de liberalização. Dada a vinculação já observada entre falta de competitividade e “fatores sistêmicos”, os prazos de liberalização, a rigor estão vinculados à rapidez com que certas ações do governo (reforma tributária, infra-estrutura, suporte a P&D etc.) ou da política macroeconômica (financiamento, juros, custo de capital, as quais o governo pode influenciar) serão executadas.

Prazo para a Liberalização das Importações (Anos após o encerramento das negociações da ALCA) Obs.: A resposta considera o setor no qual a empresa atua

Média Geral: 3,5 Anos

mais de 5 anos 19% 1 a 2 anos 25% Menos de 1 ano 9% 2 a 3 anos 31% 3 a 5 anos 16%

Análise dos Setores

As observações acima não levam em conta diferenças setoriais que devem ser consideradas em um processo de negociação. A sondagem também indagou sobre características dos setores das empresas às quais pertencem os Conselheiros do IEDI. Em geral, eles têm amplo conhecimento dos setores de suas empresas e muitos deles foram ou são dirigentes de associações setoriais ou federações industriais, de forma que se tratam de opiniões capazes de refletir e resumir as tendências setoriais.

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As principais conclusões podem ser assim resumidas:

 O único setor (dentre os setores representados no IEDI) considerado “muito competitivo” é Agronegócio. Diversos outros setores foram considerados “competitivos” (Ver o quadro abaixo).

 Os setores “não competitivos” são: Bens de Capital e Componentes Eletrônicos, sendo que 9 outros setores foram considerados “pouco competitivos”.

 A maioria dos setores (15 em um total de 23) apresenta capacidade de ampliar exportações no caso da abertura de mercados a partir da ALCA. Os setores que não teriam essa capacitação são: Alimento, Bens de Capital, Brinquedos, Cosméticos, Material de Construção, Móveis de Escritório, Química e Software e Informática.

 Onze setores não estão preparados para a concorrência de importações no caso da negociação da ALCA resultar em imediata queda de tarifas de importação. Esses seriam os setores “sensíveis”: Armamento, Bens de Capital, Brinquedos, Componentes Eletrônicos, Construção Civil, Eletrônica de Consumo, Móveis de Escritório, Papel e Celulose, Química, Software e Informática e Têxtil.

 Bens de Capital, Brinquedos, Componentes Eletrônicos, Eletrônica de Consumo, Papel e Celulose e Química necessitam de prazo mais longo (mais de 5 anos) para a completa abertura de importações.

 Prazos curtos seriam suficientes para: Cervejas e Refrigerantes, Siderurgia (menos de 1 ano), Agronegócio, Autopeças, Embalagem, Metalurgia e Vestuário (1 a 2 anos).

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Competitividade dos Setores Muito Competitivos: Agronegócio

Competitivos: Armamento Autopeças Brinquedos Cervejas e Refrigerantes Cimento Cosméticos Embalagem Papel e Celulose Siderurgia Têxtil Vestuário Pouco Competitivos: Alimento

Madeira e Móveis Material de Construção Metalurgia Móveis de Escritório Software e Informática Eletrônica de Consumo Química Não Competitivos: Bens de Capital

Componentes Eletrônicos

Caso a ALCA elimine barreiras, o setor está preparado para: Aumento de exportações? Concorrência das importações?

Sim: Sim:

Agronegócio Agronegócio

Armamento Alimento

Autopeças Autopeças

Cervejas e Refrigerantes Cervejas e Refrigerantes

Cimento Cimento

Componentes Eletrônicos Cosméticos

Construção Civil Embalagem

Eletrônica de Consumo Madeira e Móveis

Embalagem Material de Construção

Madeira e Móveis Metalurgia

Metalurgia Siderurgia

Papel e Celulose Vestuário

Siderurgia Não:

Têxtil Armamento

Vestuário Bens de Capital

Não: Brinquedos

Alimento Componentes Eletrônicos

Bens de Capital Construção Civil

Brinquedos Eletrônica de Consumo

Cosméticos Móveis de Escritório

Material de Construção Papel e Celulose

Móveis de Escritório Química

Química Software e Informática

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Prazo Para Liberalização das Importações menos de 1 ano: Cervejas e Refrigerantes Siderurgia 1 a 2 anos: Agronegócio Autopeças Embalagem Metalurgia Vestuário 2 a 3 anos: Armamento Cimento Cosméticos Madeira e Móveis Têxtil Software e Informática 3 a 5 anos: Alimento Construção Civil Material de Construção Móveis de Escritório mais de 5 anos: Bens de Capital Brinquedos Componentes Eletrônicos Eletrônica de Consumo Papel e Celulose Química

Onde o Setor Não é Competitivo?

Setor Custo de Capital Sistema Tributário Custo de Logística Capacitação em P&D Economias de Escala Custo de Matéria-Prima Agronegócio x Alimento Armamento x Autopeças x x Bens de Capital x x x x x x Brinquedos x x Cervejas e Refrigerantes x Cimento x Componentes Eletrônicos x x x x Construção Civil x x x Cosméticos x Eletrônica de Consumo x x x x x x Embalagem x x x x Madeira e Móveis x x Material de Construção x x x Metalurgia x x x Móveis de Escritório x x x x Papel e Celulose x Química x x Siderurgia x x x x Software e Informática x x x x x x x

(15)

O quadro “Onde o Setor Não é Competitivo” reafirma o que anteriormente foi dito acerca dos fatores que subtraem competitividade na economia brasileira. Custo de Capital e Sistema Tributário afetam a grande maioria dos setores. São também muito importantes para determinados setores: Custo de Logística , Capacitação em P&D, Economias de Escala e Custo de Matéria-Prima.

O “Dever de Casa”

Na hipótese de uma favorável negociação que amplie o acesso a mercados de produtos brasileiros e estabeleça um cronograma de liberalização das importações adequado às características setoriais já assinaladas, ainda assim existem condições de ordem interna ou doméstica que devem ser respeitadas para que a ALCA favoreça o país. Os Conselheiros do IEDI foram indagados sobre o que seria “muito importante” fazer internamente tendo em vista a perspectiva da ALCA.

Por tudo o que já foi comentado, o item mais destacado nas respostas foi Reforma Tributária, mas muito outros foram assinalados com percentuais superiores a 70%, como mostra o gráfico a seguir. O gráfico seguinte aponta as mais importantes ações internas para os diversos setores individualmente.

Cabe chamar a atenção que essa lista de ações pode servir como uma primeira agenda ou um roteiro preliminar de ações dos setores público e privado como medidas internas preparatórias para a ALCA. Por ordem de prioridade, deveriam ser executadas as seguintes políticas: Reforma Tributária, Políticas de Competitividade (cujo instrumento fundamental seria a redução do custo de capital), Educação, Harmonização na Regulação, Infra-Estrutura e Adequação dos Mercados Financeiros.

Investimentos Internos e Externos das Empresas

As políticas acima deveriam ser complementadas por outras, vinculadas estritamente a ações empresariais, internas ou externas, que também se fazem necessárias para que as empresas brasileiras mantenham ou ampliem seus mercados externos e tenham capacidade de defender sua participação no mercado local diante da concorrência de importações.

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O Dever de Casa

O que é Muito Importante Fazer Internamente para Tirar Proveito da ALCA?

46,9% 71,9% 71,9% 75,0% 81,3% 81,3% 96,9%

Ética e Responsabilidade Social Corporativa

Adequação dos Mercados Financeiros Infra-Estrutura Harmonização na Regulação Educação Políticas de Competitividade Harmonização/Reforma Tributária

Diante da perspectiva da ALCA, é muito importante o desenvolvimento interno nas seguintes áreas: Setor Reforma

Tributária

Políticas de Competitividade

Infra-Estrutura Educação Harmonização na Regulação Adeq. Mercados Financeiros Ética e Respons. Social Corporativa Agronegócio x x Alimento x x x Armamento x x x x x Autopeças x x x x Bens de Capital x x x x x x x Brinquedos x x x x x Cervejas e Refrigerantes x x x x Cimento x x x x x x Componentes Eletrônicos x x x x x Construção Civil x x x Cosméticos x Eletrônica de Consumo x x x x x Embalagem x x x Madeira e Móveis x x x x Material de Construção x x x x x x x Metalurgia x x x x x Móveis de Escritório x x x x x x Papel e Celulose x x x x Química x x x Siderurgia x x x x x Software e Informática Têxtil x x x x Vestuário x x

Foi indagado sobre quais as modalidades de investimento seriam “muito importantes” para a empresa brasileira manter ou ampliar seus mercados interno e externo diante da perspectiva da ALCA. As respostas também

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 No plano interno: Investimentos em capital e na produtividade e Marketing são os mais destacados, sendo também relevantes os investimentos em Desenvolvimento de Produto e Joint-Venture.

 No plano externo: Marketing é o investimento considerado imprescindível, merecendo destaque também: Desenvolvimento de produto, Investimentos em capital e na produtividade e Joint-Venture

Modalidade de Investimento Interno "Muito Importante" para Penetração ou Manutenção de Mercados com a ALCA

3% 19% 38% 56% 72% 78% Aquisição de Planta Construção de Planta Joint-Venture Desenvolvimento de Produto Marketing Investimentos em capital e na produtividade

Modalidade de Investimento Externo "Muito Importante" para Penetração ou Manutenção de Mercados com a ALCA?

6% 13% 47% 47% 53% 78% Construção de Planta Aquisição de Planta Joint-Venture Investimentos em Capital e na Produtividade Desenvolvimento de Produto Marketing

Referências

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