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12º Encontro da ABCP. 19 a 23 de outubro de 2020 Evento online Área Temática Eleições e Representação Política

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12º Encontro da ABCP

19 a 23 de outubro de 2020

Evento online

Área Temática Eleições e Representação Política

IDEOLOGIA OU O QUÊ? MAPEANDO O ESPAÇO POLÍTICO NAS

ELEIÇÕES MUNICIPAIS NO BRASIL

Fernando Guarnieri - IESP-UERJ

Luana Calzavara - IESP-UERJ

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Resumo

A utilização de modelos espacias na ciência política permitiu conhecermos melhor a o comportamento de legisladores em assembleias, a competição eleitoral e o funcionamento de instituições tão diversas quanto o judiciário ou a ONU. Devido a escassez de dados, até recentemente, esses modelos se restringiam a análises no nível federal. Com o desenvolvimento de novas técnicas de pesquisa hoje podemos espandir o escopo de aplicação dos modelos espaciais. Um dos espaços políticos menos conhecidos e que mais pode se beneficiar com o emprego destas técnicas é o nível local. Neste trabalho utilizamos aprendizado de máquina para mapear a ideologia dos municíios brasileiros. Nossos resultados mostram que há indícios de que os candidatos a prefeito se distribuem em um contínuo esquerda-direita, mas essa distribuição não corresponde a uma clivagem partidária. Constatamos também que há pouca relaçao entre o espaço político nacional e o espaço político local na maior parte dos municípios, apensa nos municípios grandes há maior competição ideológica e maior congruência com clivagens partidárias.

Palavras-chave: Eleições Municipais, Modelos Espaciais, Ideologia, Aprendizado de

Máquina

Abstract

The use of spatial models in political science allowed us to better understand the behavior of legislators in assemblies, electoral competition and the functioning of institutions as diverse as the judiciary or the UN. Due to the scarcity of data, until recently, these models were restricted to analysis at the federal level. With the development of new research techniques today, we can expand the scope of application of space models. One of the lesser-known political spaces that can benefit most from the use of these techniques is the local level. In this work, we use machine learning to map the ideology of Brazilian municipalities. Our results show that there are indications that the candidates for mayor are distributed in a continuous left-right, but this distribution does not correspond to a party cleavage. We also found that there is little relationship between the national political space and the local political space in most municipalities, but there is greater ideological competition and greater congruence with party cleavages in large municipalities.

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1. Introdução

O objetivo deste estudo é mapear as posições políticas de prefeitos e buscar, de forma descritiva, os fatores que ajudariam a explicar essas posições. Para isso utilizaremos técnicas que possibilitam um mapeamento abrangente por meio de ‘pontes’ entre atores cujas posições são conhecidas e atores para os quais desejamos identificá-las.

Conforme Benoit e Laver (2006) a maior parte das pessoas pensa na política em termos posicionais. Em geral essas pessoas utilizam mais de uma dimensão para descrever as interações políticas, mas utilizam apenas o número necessário de dimensões para isso. Elas também pensam ter um entendimento comum do que seriam essas dimensões e do significado de termos como esquerda, direita, liberal, conservador.1. Isso fez com que vários estudiosos tenham tentado descrever a política em termos posicionais o que levou ao interesse e ao uso de modelos espacias, descritos por Gary Cox (2001, apud Benoit e Laver, 2006) como o ‘burro de carga’ das teorias dos estudos legislativos modernos.

Foi justamente nos estudos legislativos que esse tipo de modelo gerou os mais significativos resultados. A operacionalização da intuição de Downs de que a competição política pode ser pensada em termos de posicionamento em um espaço de baixa dimensionalidade levou Keith Poole e Howard Rosenthal (1985) a desenvolverem o NOMINATE, uma técnica que permite recuperar as posições de deputados em um espaço de uma ou duas dimensões a partir de suas votações nominais.

Estimadores alternativos de pontos ideais foram desenvolvidos por Martin e Quinn (2002) e Clinton, Jackman e Rivers (2004) entre outros. O escopo de aplicação se espandiu muito desde o trabalho original no Congresso dos EUA. Mapeamentos espaciais e pontos ideais agora foram estimados para a Suprema Corte (Martin e Quinn, 2002), presidentes dos EUA (McCarty e Poole, 1995), um grande número de legislaturas não americanas (Morgenstern, 2003), o Parlamento Europeu (Hix, Noury, Roland 2006) entre outros.

Nos últimos anos também foram desenvolvidos métodos para medir a ideologia a partir de outros métodos como surveys de candidatos e políticos (Ansolabehere, Snyder e Sttewart 2001; Power e Zucco), texto político (Laver, Benoit e Garry 2003; Slapin e Proksch 2008; Salles e Guarnieri, 2019), e dados de pesquisas de opinião (Bafumi e Herron 2010; Treier e Hillygus 2009; Guarnieri, 2014).

Esses esforços, no entanto, se resumiram ao nível nacional. Mais recentemente autores como Shor e McCarty (2011) e Bonica (2019) tem se dedicado a estudar outras instituições e outros atores. Para isso estes autores desenvolveram técnicas que permitem estimar posições de atores dos quais não dispomos de votações, discursos ou surveys.

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Algumas pesquisas sugerem que esse tipo de descrição da política depende do nível de ‘sofisticação política’ do entrevistado.

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Bonica (2014), por exemplo, utiliza as doações de campanha para fazer a ponte entre deputados federais, para os quais é possível se ter as posições por votações nominais de candidatos que não foram eleitos, bem como de políticos de outros níveis da federação.

No Brasil além dos autores mencionados mais acima temos, entre outros, o trabalho pioneiro de Leoni (2002) e o trabalho mais recente de Izumi (2016, 2019), que utilizaram votações nominais para identificar a posição de deputados e senadores brasileiros. Moreira (2019) também mapeou a posição dos deputados, mas utilizou discursos parlamentares. Feliu (2009, 2013) usou votações nominais para estimar as posições nas assembleias do Chile e Paraguai. Não é de nosso conhecimento nenhum trabalho que tenha estimado as posições nos níveis regional e municipal, ou que tenha utilizado alguma técnica que permite estimar a posição de outros atores políticos. O intuito deste trabalho é suprir essa lacuna, estimando a posição de atores políticos municipais (no caso, prefeitos eleitos e os contribuintes de sua campanha) e procurando examinar fatores que pderiam explicar essas posições.

2. Ideologia, voto e comportamento parlamentar no Brasil

Os modelos espaciais partem da premissa de que os atores se posicionam em um espaço de poucas dimensões. Isso se daria por haver forte correlação entre diferentes dimensões da política. Se sabemos que um ator é contra a legalização da maconha podemos estar praticamente certos de que ele também será contra o casamento homoafetivo. Esse sistema de crenças corresponde à definição de Converse (1964): “Definimos um sistema de crenças como uma configuração de ideias e atitudes em que os elementos são unidos por alguma forma de restrição ou interdependência funcional” (1964:3). Essa definição de “sistemas de crença” é uma forma que Converse encontrou de tornar menos fluída a noção de ideologia, mas na literatura que utiliza modelos espaciais o termo utilizado é ideologia. Identificar a posição de atores em um espaço político significa mapear a ideologia destes atores.

No Brasil, estudos que usam a ideologia como variável dependente ou explicativa, apareceram principalmente nos estudos sobre comportamento eleitoral. Singer (1999), por exemplo, defende que a autolocalização dos eleitores em uma escala esquerda-direita seria um fator central na decisão do voto. Carreirão (2002) testa a tese de Singer confirmando o poder preditivo da identificação ideológica, mas relativizando seu impacto que variaria com a escolaridade do eleitor.

Holzhacker e Balbachevsky (2007), analisando as eleições presidenciais de 2002 e 2006 utilizando os dados do ESEB, agregam ao autoposicionamento ideológico a avaliação do governo e a simpatia do eleitor com Lula, candidato vitorioso naquelas eleições. A

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conclusão das autoras é que enquanto estas variáveis teriam sido todas importantes na decisão do voto em 2002, em 2006, a identificação ideológica não teria sido tão importante.

A mesma conclusão, de que a identificação ideológica teria baixo poder explicativo nas eleições de 2006, é apresentada por Carreirão (2007). O autor testa a hipótese de que com a chegada do PT ao poder e com as denúncias de corrupção que atingiram o governo o eleitor de Lula em 2006 decidiria menos com base em sua identificação ideológica e partidária do que em 2002. Embora Carreirão tenha confirmado que em 2006 a identificação ideológica esteve pouco associada com o voto ele constatou uma forte associação entre voto e “sentimento partidário”.

Mais recentemente, com a utilização de novas metodologias, foram encontradas evidências que a ideologia possui sim efeito no voto. Para Izumi, por exemplo, “o modelo espacial parece prever razoavelmente bem o comportamento dos eleitores brasileiros. E isso vale para todos os níveis de sofisticação política” (2019:53).

Além do comportamento eleitoral, a identificação ideológica também ajudaria a explicar o comportamento parlamentar. Poole e Rosenthal (1985) utilizam votações nominais para localizar os deputados americanos num contínuo esquerda/direita. Esse método de se identificar a posição ideológica dos políticos foi introduzido no Brasil por Leoni (2002) que mostrou que, apesar da importância dos partidos para o comportamento dos deputados na Câmara brasileira, estes possuem alguma margem de escolha que se reflete em uma certa dispersão no contínuo ideológico. Já Zucco (2009) sugere que a ideologia não explica o comportamento dos parlamentares brasileiros que seriam mais influenciados por benefícios particularistas fornecidos pelo presidente.

Mais recentemente, o uso de texto para a classificação ideológica tem ganhado espaço (Laver et al., 2003; Slapin e Proksch, 2008). No Brasil, Izumi (2017) e Moreira (2019) analisando discursos parlamentares no Senado e na Câmara dos Deputados, respectivamente, chegam a conclusões opostas. Enquanto o primeiro mostrou que, em vez de uma clivagem ideológica, os partidos estão organizados em uma dimensão que representa o conflito entre governo e oposição, o segundo defende que o comportamento eleitoral não se reduz a esse conflito.

Esse breve levantamento da literatura sobre ideologia no Brasil teve o intuito de demonstrar a importância do tema e, também, de ressaltar a limitação da análise para apenas o nível nacional. Isso se deve à pouca disponibilidade de dados nos níveis regional e local.

Inspirados em Bonica (2014, 2018), pretendemos mapear o espaço político municipal utilizando informações das doações feitas nas campanhas municipais brasileiras nas últimas quatro eleições para prefeito. A rede de doadores e candidatos permite identificarmos pontos ideais destes atores em um espaço político. Esse mapeamento, por

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sua vez, permite observarmos as "clivagens" políticas municipais, as redes intermunicipais, a relação destas clivagens e redes com os sistemas partidários municipais, o alinhamento partidário e a evolução deles no tempo.

Parte-se da premissa de que doadores doam para candidatas com propostas mais próximas de sua preferência. Candidatas que recebem a mesma quantia de um mesmo doador estariam à mesma distância deste doador. Do mesmo modo, doadoras que doam a mesma quantia ao mesmo candidato ocupariam posições equivalentes em relação a estes candidatos. Aproveitando-se do fato de que doadores costumam financiar campanhas em outros níveis, além do municipal, podemos fazer pontes que permitem responder a uma série de questões sobre a competição eleitoral no nível municipal.

3. Eleições Municipais

As eleições municipais brasileiras são umas das maiores do mundo envolvendo mais de 5570 municípios. A heterogeneidade entre esses municípios é grande. Quase 70% possuem até 50 mil habitantes. Apenas 92 possuem segundo turno, atendendo o critério de mais de 200 mil habitantes.

O fato da maior parte dos municípios ser de pequeno porte faz com que sejam raramente objeto de estudo. A grande maioria dos trabalhos se concentra em eleições específicas, geralmente em capitais (Telles e Lavareda, 2016, 2020). As eleições nas demais cidades, apesar da ausência de base empírica, são tidas como extremamente localistas sem espaço para partidarismo ou ideologia. Por trás desta dedução está a ideia de que a proximidade entre políticos e eleitores, em regiões mais pobres, facilitaria um vínculo de dependência de distribuição de recuros particularistas. O personalismo seria a principal referência para o voto, e o clientelismo, o vínculo entre eleitorado e políticos. Nesse sentido, a competição política local seria muito frágil.

Mais recentemente alguns estudos começam a questionar estas pré-concepções sobre a política local. Salles (2019) e Salles e Guarnieri (2016, 2017) mostraram a importância do componente programático na disputa municipal. Os autores analisam conteúdo dos programas de governo submetidos a Justiça Eleitoral e observam uma polarização em seu conteúdo. Os autores constatam a presença de um ambiente competitivo e onde a competição política se dá por meio da diferenciação de conteúdo programático, mesmo nos chamados grotõesd.

Santos (2008) também atribui relevância a análise das disputas partidárias dentro dos municípios. Em seu trabalho, o autor chama a atenção para a participação dos pequenos partidos nessa arena e dá maior destaque à competitividade no legislativo municipal. Kerbauy (2008) enfatiza a presença dos partidos no município, por tamanho e

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região. A discussão feita é sobre a capilarização dos grandes partidos. Ela examina o desempenho eleitoral sobre as disputas à vereança e prefeitura de PMDB, PSDB, PT, PP, DEM, PTB, PR, PDT e PSB. Dessa forma, conclui que, após as eleições de 2008, tornou-se mais expressiva uma nacionalização do sistema partidário brasileiro em função da maior presença dos grandes partidos dentro das municipalidades.

No mesmo sentido, Carneiro e Almeida(2008) reforçam a tese da importância local para as demais eleições. Para os autores, mesmo que as disputas locais tenham características próprias por ‘natureza’, elas não podem ser tomadas com desconexas dos principais eixos nacionais. O argumento é que a coordenação em diferentes níveis propicia uma correlação positiva entre os resultados eleitorais por todo o sistema político. Os autores buscam demonstrar a correlação entre o desempenho eleitoral da disputa para vereador e para a presidência da república. Seus resultados demonstram a “articulação entre os diferentes níveis do sistema partidário brasileiro” (idem, p.425). Os autores conseguem associar os resultados eleitorais em todos os níveis definindo a arena local como relevante.

Sandes-Freitas e Almeida(2014) analisam as eleições municipais de 2012 investigando uma possível ‘presidencialização’ das coligações locais. O principal intuito é, como Limongi e Cortez(2010), investigar o reflexo da polarização nacional nas coligações dos atores no jogo municipal, e a presença de PT e PSDB como ‘cabeças de chapa’ ou coligações em que estes estejam presentes. Para os autores, os confrontos entre esses dois blocos se tornam mais visíveis nos municípios mais populosos.

Avelino et al (2011) discutem a relevância da disputa municipal para a eleição de Deputado Federal. Os autores verificam na relação intrapartidária a explicação para a relação entre os dois pleitos. A eleição de prefeitos é relevante para a obtenção de bases eleitorais para a eleição dos deputados, e esses seriam importantes aos prefeitos para obtenção de verbas federais.

Neste artigo, buscamos identificar o posicionamento ideológico de candidatos e candidatas a prefeitura dos municípios brasileiros. Pretendemos avançar na direção apontada por estes trabalhos e mapear o espaço “ideológico” da competição política municipal buscando identificar os determinantes da distribuição espacial dos candidatos e candidatas a prefeito.

4. Metodologia e Dados

Seguindo Bonica (2019) utilizamos técnicas de aprendizado de máquina supervisionado para identificar a posição ideológica dos prefeitos eleitos em 2012 a partir das coordenadas obtidas pelo padrão das votações nominais de deputados federais em

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2011. Para isso utilizamos como ponte os doadores de campanha comuns aos dois tipos de atores.

As coordenadas dos deputados em 2011 foram obtidas junto ao Núcleo de Estudos sobre o Congresso - NECON. Essas coordenadas foram estimadas utilizando-se o dw-nominate desenvolvido por Poole e Rosenthal (1985) onde padrões semelhantes de votação aproximam deputados em um espaço ideológico de baixa dimensionalidade.

Com as coordenadas dos deputados foi possível estimar as coordenadas dos doadores que contribuíram para as campanhas destes deputados em 20102. Selecionamos apenas doadores que doaram para mais de um candidato e obtivemos as médias das coordenadas dos destinatários de suas doações ponderadas pela contribuição de campanha.

Utilizamos as coordenadas dos deputados como variável dependente. Agrupamos os doadores por decis de coordenadas e utilizamos esses decis como variáveis explicativas. Isto é, cada coordenada dos deputados da base estariam relacionadas às somas da proporção de valores recebidos de cada contribuinte deste deputado em determinado decil.

No aprendizado de máquina os coeficientes são obtidos por meio de um processo onde utiliza-se parte da amostra para estimar parâmetros que são testados em outra parte da amostra em um processo iterativo que ajusta, a cada iteração, os valores destes parâmetros.

Utilizamos a técnica de Random Forest para estimar os coeficientes. Random

Forrest consiste na construção de várias árvores de decisão aleatórias utilizando-se parte

das observações como input e agregando o resultado. Cada árvore de decisão é construída a partir da escolha aleatória de um conjunto de preditores identificando aquele que melhor classifica os dados e dividindo os dados segundo valores deste preditor. Esse processo se repete até que novas divisões não reduzem mais o erro significativamente e assim temos a árvore de decisão. Tira-se então a média das predições das árvores para gerar as estimativas.

A qualidade das estimativas pode ser apreendida ao utiliza-las para prever os valores da parte das observações separadas como teste. Calculamos os valores preditos das coordenadas dos deputados no conjunto de teste e comparamos com os valores verdadeiros obtidos pelo NOMINATE. Obtivemos um Erro Quadrado Médio de 0.04, um erro baixo se levarmos em conta que a escala do NOMINATE vai de -1 a 1. A figura 1 mostra a relação entre os valores preditos e os valores reais.

Figura 1 – Relação entre valores preditos pelo random forrest e valores reais obtidos pelo

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Os dados sobre contribuição de campanha foram obtidos no repositório de dados do TSE

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NOMINATE

Fonte: elaboração própria a partir de dados do TSE e NECON

Por fim, utilizando essas estimativas, previmos as coordenadas dos candidatos eleitos para prefeito em 2012 a partir dos valores doados em cada decil de coordenadas dos doadores que eles tinham em comum com os deputados eleitos em 2010.

No final do processo obtivemos uma base com as coordenadas dos deputados federais eleitos em 2010, com os valores preditos das coordenadas dos prefeitos eleitos em 2012 que tinham doadores de campanha em comum com aqueles deputados e com as coordenadas estimadas desses doadores.

5. Resultados preliminares

Neste primeiro momento obtivemos coordenadas para 952 candidatos a prefeito em 741 municípios. A distribuição destes municípios, bem como as coordenadas estimadas estão representadas no mapa abaixo:

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Figura 2 – Mapa da distribuição de municípios conforme a posição ideológica do prefeito eleito em 2012

Fonte: elaboração própria a partir de dados do TSE.

As coordenadas estimadas não possuem significado por si mesmas. Cabe ao analista atribuir este significado. O quadro abaixo lista os 10 candidatos mais extremos nas duas pontas da escala. O perfil destes candidatos pode nos ajudar a interpretar essa escala. Quadro 1 – Os dez candidatos mais extremos em cada ponta da escala

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Fonte: elaboração própria a partir de dadso do NECON e TSE

Como podemos observar no Quadro 1 os candidatos com valores extremos negativos de coordenadas poderiam ser enquadrados no que costumamos chamar de esquerda. Patrus Ananias, Vanessa Grazziotin, Irany Lopes e Dudu Colombo, por exemplo, tem atuação identificada com as principais pautas deste campo ideológico. No outro extremo a ideologia não parece muito clara, mas a atuação de alguns desses candidatos juto à federações de indústria ou comércio, na propositura de medidas de ajuste fiscal e reforma tributária isentando empresas sugere que valores positivos de coordenadas podem indicar uma ideologia de direita.

Deste modo, observando novamente o mapa na Figura 2, cores mais claras indicam candidatos de esquerda e cores mais escuras, candidatos de direita. Mais precisamente, a média das coordenadas é -0.138, mas pouco mais de 12% das coordenadas estimadas estão à direita. Em outras palavras, a maior parte dos candidatos estariam posicionados pouco mais à esquerda. Lembremos que estas eleições se deram durante o governo Dilma que, na época, contava com alta popularidade. Uma explicação conjuntural para essa distribuição seria a de que a adoção de pautas mais à esquerda poderia ser uma maneira de um candidato tentar se aproveitar desta ‘maré vermelha’.

Uma questão que se impõe é se a ideologia se refletiria nas disputas locais, isto é, se haveria alguma polarização nos municípios. Salles e Guarnieri (2019) mostraram que havia competição programática nos municípios, mas essa competição não refletiria necessariamente uma disputa ideológica. Se observarmos as diferenças entre as coordenadas mais extremas em cada município3 vemos que em mais da metade ela não passa de 0,10, isto é, uma diferença de 5% da escala. Isso mostra que os candidatos nos

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Na base apenas para 161 municípios tínhamos informações para mais de um candidato.

CANDIDATO UF MUNICÍPIO SITUAÇÃO PARTIDO VOTOS COORD. EST.

ETTORE LABANCA PE SÃO LOURENÇO DA MATA ELEITO PSB 29624 -0,71 DANIEL DE OLIVEIRA COSTA SP SÃO ROQUE ELEITO PMDB 19454 -0,68

JONATAN BRONSTRUP RS TEUTÂNIA NÃO ELEITO PSDB 9221 -0,65

ANA KARIN DIAS DE ALMEIDA ANDRADE SP CRUZEIRO ELEITO PR 22559 -0,61 FRANCISCO NASCIMENTO DE BRITO SP EMBU DAS ARTES ELEITO PT 80541 -0,58 VANESSA GRAZZIOTIN AM MANAUS NÃO ELEITO PC do B 311607 -0,55

WISEMAN ARAUJO CELANI AM TEFÉ NÃO ELEITO PDT 7160 -0,55

LUIS EDUARDO DUDU COLOMBO DOS SANTOS RS BAGÉ ELEITO PT 40339 -0,55 PATRUS ANANIAS DE SOUSA MG BELO HORIZONTE NÃO ELEITO PT 523645 -0,54 IRINY NICOLAU CORRES LOPES ES VITÓRIA NÃO ELEITO PT 34689 -0,53 MARCIA MARIA SOUZA DA COSTA MOURA DE PAULA MS TRÊS LAGOAS ELEITO PMDB 28606 0,54 VANDERLEI JOSE MARSICO SP TAQUARITINGA NÃO ELEITO PTB 7508 0,60 MARIA HELENA DE ALBUQUERQUE PR CASTRO NÃO ELEITO DEM 11754 0,60

RILDO EMANOEL LEONARDI PR TIBAGI NÃO ELEITO PMDB 5309 0,60

ANTONIO HELLY SANTIAGO PR VENTANIA NÃO ELEITO DEM 2285 0,60

CLODOALDO ROBERTO GALLI SP MACATUBA NÃO ELEITO PV 2530 0,60

CARLOS ZICARDI SP BARUERI NÃO ELEITO PMDB 68761 0,61

RENI CLOVIS DE SOUZA PEREIRA PR FOZ DO IGUAÇU ELEITO PSB 75289 0,61

MAURO MENDES FERREIRA MT CUIABÁ 2º TURNO PSB 137125 0,62

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municípios se posicionam bem próximos um dos outros, como proposto por Downs (1957). Entre os municípios onde se deu maior polarização estão as capitais Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, Rio Branco e Rio de Janeiro e outros municípios de grande porte indicando que nestes municípios uma maior heterogeneidade pode estar associada a uma maior disputa ideológica.

A Figura 3 mostra como se deu a distribuição de coordenadas em nove municípios escolhidos aleatoriamente ilustrando o que foi dito acima.

Figura 3 – Distribuição das coordendas de candidatos em nove municípios escolhidos aleatoriamente

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Fonte: elaboração própria.

Uma questão se impõe ao se observar essa distribuição das disputas. Até que ponto a distinção ideológica nos municípios está estruturada partidariamente? As coordenadas dos deputados obtidas pelo w-nominate confirmam a tese de que, para os eleitos em 2010, mais do que ideologia, o comportamento dos deputados é ditado pela divisão em dois blocos: oposição e situação. Deputados do PP e PT, por exemplo, se encontravam, em média, mais próximos do que PPS e PT. A Tabela 1 mostra a distribuição da média das coordenadas dos deputados por partido:

Tabela 1 – Média das Coordenadas dos Deputados Federais em 2011 por partido.

Partido Coordenada PT -0,61 PSL -0,40 PC DO B -0,36 PTC -0,29 PRTB -0,29 PMN -0,28 PSB -0,28 PMDB -0,25 PSC -0,23 PP -0,22 PDT -0,18 PHS -0,11 PTB -0,10 PRP -0,10 PT DO B -0,07 PRB -0,07 PV -0,01 PR 0,02

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DEM 0,19

PPS 0,31

PSDB 0,66

PSOL 0,82

Fonte: elaboração própria a partir de dados do NECON.

As médias das coordenadas dos candidatos a prefeito por partido são diferentes, embora reproduzem em parte a clivagem governo/oposição encontrada na Câmara dos Deputados. Quase todas as médias se concentram no meio da escala, embora tendendo para o lado ‘governista’. Essa pouca heterogeneidade pode indicar que a lógica partidária nacional tem pouco a ver com a posição ideológica no nível local. A Tabela 2 mostra a distribuição das médias das coordenadas estimadas para os candidatos a prefeito.

Tabela 2 – Média das Coordenadas estimadas de 623 prefeitos eleitos em 2012 por partido.

Partido Coordenada PTN -0,35 PSL -0,22 PSC -0,22 PC do B -0,19 PP -0,16 PT -0,15 PSB -0,14 PTB -0,14 PRB -0,14 PR -0,14 PV -0,14 PMDB -0,13 PHS -0,13 PSD -0,12

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PDT -0,11 PRP -0,11 DEM -0,10 PT do B -0,10 PSDB -0,09 PMN -0,07 PPL -0,06 PSOL -0,06 PPS -0,04 PRTB 0,06

Fonte: elaboração própria a partir de dados do TSE

Embora não seja possível distinguir a posição ideológica da maioria dos partidos, quando olhamos para casos individuais a lógica nacional parece se aplicar em alguns casos. Enquanto Fernando Haddad, prefeito de São Paulo eleito pelo PT em 2012, se posicionava na coordenada -0,59, Arthur Vírgilio do PSDB de Manaus estava na coordenada 0,17.

A relação entre as médias das coordenadas dos partidos na Câmara dos Deputados em 2011 e a média das coordenadas dos partidos nas eleições municipais de 2012 podem nos dar alguma informação sobre o grau de nacionalização da política. A figura 4 mostra um

scatterplot com os pontos dos dois dos níveis.

Figura 4 – Relação entre as coordenadas médias dos partidos na Câmara dos Deputados em 2011 e as coordenadas médias dos partidos que concorreram nas eleições muncipais de 2012 em 741 municípios.

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Fonte: elaboração própria.

Como dissemos acima, a política nacional se reflete na distribuição dos pontos ideias dos partidos na Câmara dos Deputados e se estrutura em termos de oposição e situação. Se houvesse relação entre a política nacional e as disputas nacionais e, ainda mais, se os partidos nacionais procurassem estruturar essas disputas, os pontos na Figura 4 se concentrariam sobre a linha de 45º.

6. Considerações Finais

Nossos resultados mostram que as disputas na maior parte dos municípios não parecem se estruturar ideologicamente, ou, quando há alguma diferenciação ideológica, ela é muito pequena, ecoando o modelo downsiano. A exceção são os maiores municípios onde se concentram a maior parte da população. Aí os candidatos costumam se diferenciar mais em termos ideológicos.

A distribuição das coordenadas dos partidos no nível local também não se diferenciam muito. Não parece que a disputa municipal se estruture partidariamente conforme clivagens partidárias nacionais. Isso quer dizer que, no nível local, um partido pode ter tantas faces

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quanto municípios em que atua e que, para entender a posição de determinado partido em determinada localidade, deve-se olhar para as clivagens nesta localidade.

Esses são achados preliminares com base em apenas uma eleição municipal. Novos dados que estão sendo coletados podem mostrar uma realidade totalmente diferente. A observação dos dados em uma série histórica também pode qualificar melhor nossas conclusões.

Em todo caso esses resultados preliminares, mais do que conclusões firmes sobre a distribuição ideológica nos municípios, mostram a viabilidade de se inferir a posição ideológica de qualquer ator político a partir da posição conhecida de outros atores se houver uma ponte entre os dois.

Este tipo de estudo pode se estender para o nível estadual e para a identificação das coordenadas ideológicas de não eleitos. Também é possível classificar ideologicamente as ‘pontes’, no nosso caso os doadores de campanha. O quadro 2 mostra as coordenadas dos dez setores econômicos mais extremos na nossa amostra:

Quadro 2 – Os dez setores econômicos de doadores mais extremos em cada ponta da escala

Fonte: elaboração própria a partir de dados do TSE.

Esse estudo ainda sofre de muitas limitações. Utilizamos apenas as coordenadas dos deputados federais de um ano de uma legislatura, o que reduz a quantidade de doadores que podem fazer pontes. Utilizamos o w-nominate que, como dissemos acima, reflete mais a centralidade dos partidos no processo decisório do que a posição ideológica dos deputados individuais. Por fim, utilizamos apenas os deputados federais e não os estaduais. Incorporar os doadores destes últimos permitirá mais pontes e ainda mais prefeitos.

SETOR COORD

COMPANHIAS HIPOTECARIAS -0,76

IMPRESSAO DE MATERIAL PARA USO PUBLICITARIO -0,76

ALUGUEL DE OUTRAS MAQUINAS E EQUIPAMENTOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS NAO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE, SEM OPERADOR -0,70

FABRICACAO DE DEFENSIVOS AGRICOLAS -0,70

OBRAS DE FUNDACOES -0,69

SERVICOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUCAO NAO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE -0,69 ATIVIDADE MEDICA AMBULATORIAL COM RECURSOS PARA REALIZACAO DE PROCEDIMENTOS CIRURGICOS -0,65

ATIVIDADES DE ESTUDOS GEOLOGICOS -0,64

FABRICACAO DE INTERMEDIARIOS PARA PLASTIFICANTES, RESINAS E FIBRAS -0,64 FABRICACAO DE EQUIPAMENTOS TRANSMISSORES DE COMUNICACAO, PECAS E ACESSORIOS -0,52 SERVICOS COMBINADOS DE ESCRITORIO E APOIO ADMINISTRATIVO 0,53

FABRICACAO DE ARMAS DE FOGO, OUTRAS ARMAS E MUNICOES 0,54

PRODUCAO DE FERRO-GUSA 0,54

COMERCIO VAREJISTA DE MADEIRA E ARTEFATOS 0,67

COMERCIO ATACADISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA USO MEDICO, CIRURGICO, HOSPITALAR E DE LABORATORIOS 0,67

CURTIMENTO E OUTRAS PREPARACOES DE COURO 0,68

OBRAS DE URBANIZACAO - RUAS, PRACAS E CALCADAS 0,69

COMERCIO ATACADISTA DE MATERIAL ELETRICO 0,70

ATIVIDADES VETERINARIAS 0,72

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As técnicas desenvolvidas por Bonica (2013, 2019) abrem a possibilidade de termos um mapa ideológico da política brasileira nos seus mais diversos níveis estendendo para estes níveis investigações que, por falta de dados, se resumem ao nível federal.

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