• Nenhum resultado encontrado

PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Via Académica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROVA ESCRITA DE DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Via Académica"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

PROVA ESCRITA

DE

DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL

33.º CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS

Via Académica

AVISO DE ABERTURA: AVISO N.º 320-A/2017, PUBLICADO EM D.R. 2.ª SÉRIE, N.º 05, DE 06 DE JANEIRO DE 2017

DATA: 25 DE FEVEREIRO DE 2017

1.ª CHAMADA

HORA: 14H15M (DE ACORDO COM O DISPOSTO NO ART .º 12.º DO

REGULAMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS, O TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA INICIA-SE DECORRIDOS 15 MINUTOS APÓS A HORA

DESIGNADA)

(2)

DIREITO CIVIL E COMERCIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Via Académica

1-A presente prova é composta por três casos, todos de resposta obrigatória.

2 – Cotações Caso I – 8 valores a) 1,5 valores b) 3 valores c) 1,5 valores d) 2 valores Caso II – 5 valores Caso III – 7 valores

a) 1 valor b) 2 valores c) 4 valores

3 - A atribuição da cotação máxima à resposta a cada questão pressupõe um tratamento completo das várias questões suscitadas, que deverá ser coerente e corretamente fundamentado, com indicação dos preceitos legais aplicáveis.

4 - Na cotação atribuída serão tidos em consideração a pertinência do conteúdo, a qualidade da informação transmitida em relação à questão colocada, a organização da exposição, a capacidade de argumentação e de síntese e o domínio da língua portuguesa.

5 - As/os candidatas/os que na realização da prova não pretendam utilizar a grafia do "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa" (aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 26/91 e ratificado pelo Decreto do Presidente da República n.º 43/91, ambos de 23 de agosto), deverão declará-lo expressamente no quadro "Observações" da folha de rosto que lhes será entregue, escrevendo "Considero que o Acordo Ortográfico aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 26/91, não está em vigor com carácter de obrigatoriedade", sendo a prova corrigida nesse pressuposto.

6 - Os erros ortográficos serão valorados negativamente: 0,25 por cada um, até um máximo de 3 valores, para o total da prova.

7 - As folhas em que a prova é redigida não podem conter qualquer elemento identificativo da/o candidata/o (a identificação constará apenas do destacável da folha de rosto), sob pena de anulação da prova.

(3)

(8 valores)

Em julho de 1984, a sociedade Diving Internacional, S.A., contratou Alberto Antunes para desempenhar as funções de administrador na sua sede, em Ponta Delgada, comprometendo-se, como parte da remuneração devida, a financiar a aquisição por este de um apartamento para habitação.

Para o efeito, em 31 de agosto de 1984, Alberto Antunes e a sociedade Estrela do Mar, Lda., celebraram um contrato pelo qual esta prometeu vender e aquele prometeu comprar o apartamento correspondente ao 5.º andar do prédio designado por lote 3, descrito na Conservatória do Registo Predial de Ponta Delgada sob o n.º 23.456, a fls. 20v do Livro B-23 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 234, pelo preço de seis milhões de escudos, para cujo pagamento o promitente-comprador entregou, nessa data, doze cheques, pré-datados para o dia 1 dos doze meses subsequentes (setembro de 1984 a agosto de 1985), no valor de quinhentos mil escudos cada um, emitidos pela Diving Internacional, S.A., a seu favor e por si endossados à promitente-vendedora, declarando esta que os recebeu e irá proceder ao seu depósito nas datas neles indicadas, acordando as partes que a escritura pública seria realizada após boa cobrança da totalidade dos cheques.

Desde 31 de agosto de 1984, Alberto Antunes passou a residir com a sua mulher e dois filhos no apartamento, tendo aí efetuado algumas obras de remodelação, contratado o fornecimento de água e energia elétrica logo nesse dia e, em setembro de 1984, a instalação do telefone, pagando as «despesas de condomínio», recebendo amigos e correspondência.

Após a boa cobrança do último cheque, Alberto Antunes insistiu várias vezes junto do gerente da sociedade Estrela do Mar, Lda., no sentido de ser celebrada escritura pública, mas sem êxito, pois este respondia-lhe sempre que “não se preocupasse, pois só estava à espera da licença de utilização do prédio”.

Em 1 de outubro de 1990, o prédio foi objeto de penhora em processo de execução fiscal que correu termos contra a sociedade Estrela do Mar, Lda., tendo sido, após publicação dos editais e anúncios, vendido, por proposta em carta fechada, à sociedade Crista da Onda, Lda., no dia 5 de julho de 1991.

Mediante apresentação de 12 de outubro de 1991, foi inscrita na Conservatória do Registo Predial de Ponta Delgada, a favor do Banco BIT, a aquisição do referido prédio, efetuada em venda judicial. O Banco BIT intentou ação declarativa contra a sociedade Crista da Onda, Lda., com vista à restituição do aludido prédio, ação que veio a ser julgada procedente.

Em 8 de junho de 1993, Alberto Antunes tomou conhecimento que o prédio tinha sido vendido ao Banco BIT. Preocupado, enviou ao Banco uma carta indagando das “condições exigidas para resolver o problema da celebração da escritura relativa ao meu apartamento, pois não tenciono abrir mão do mesmo e até já fui informado que tenho direito de retenção”.

O Banco BIT intentou, em 2014, ação executiva contra a sociedade Crista da Onda, Lda., para entrega do prédio.

(4)

Considerando a situação descrita, responda justificadamente às seguintes questões:

a) Considera que Alberto Antunes dispõe de meio processual adequado para

obstar à pretensão do Banco BIT? Na afirmativa, indique qual, enunciando o pedido que deveria formular. (1,5 valores)

b) Admitindo que Alberto Antunes reagiu judicialmente para obstar à

pretensão do Banco BIT, arrogando-se proprietário do apartamento, pronuncie-se sobre a viabilidade da sua pretensão. (3 valores)

c) Supondo que Alberto Antunes se arroga unicamente titular do direito de

retenção sobre o apartamento, aprecie do ponto vista jurídico-substantivo a sua pretensão. (1,5 valores)

d) Supondo que não foi intentada ação executiva contra a sociedade Crista da

Onda, Lda., aprecie se Alberto Antunes poderá fazer valer e de que forma os direitos emergentes do contrato-promessa. (2 valores)

Considerando a situação descrita, responda justificadamente às seguintes questões:

a) Considera que Alberto Antunes dispõe de meio processual adequado para obstar à pretensão do Banco BIT? Na afirmativa, indique qual, enunciando o pedido que deveria formular. (1,5 valores)

b) Admitindo que Alberto Antunes reagiu judicialmente para

obstar à pretensão do Banco BIT, arrogando-se

proprietário do apartamento, pronuncie-se sobre a viabilidade da sua pretensão. (3 valores)

c) Supondo que Alberto Antunes se arroga unicamente titular do direito de retenção sobre o apartamento, aprecie do ponto vista jurídico-substantivo a sua pretensão. (1,5 valores)

d) Supondo que não foi intentada ação executiva contra a sociedade Crista da Onda, Lda., aprecie se Alberto Antunes poderá fazer valer - e de que forma - os direitos emergentes do contrato-promessa. (2 valores)

(5)

Caso 2

(5 valores)

Ana Batista é proprietária do prédio rústico composto de cultura arvense, amendoeiras, figueiras e sobreiros, sito no Pinhel, inscrito na matriz predial rústica sob o art.º n.º 11, da Secção AO, da freguesia da Boavista e descrito na Conservatória do Registo Predial de Évora, sob o n.º 111, da referida freguesia.

O referido prédio rústico não tem qualquer comunicação com a via pública e confina com o prédio de Bernardina Cunha.

Bernardina Cunha é proprietária do prédio misto que confina a Sul com o prédio de Ana Batista, sito no Pinhel, inscrito na matriz predial rústica sob o n.º 12, da Secção AO, e na matriz predial urbana sob o artigo 122, da freguesia da Boavista e descrito na Conservatória do Registo Predial de Évora, sob o n.º 1222, da referida freguesia.

Em virtude do encrave do prédio de Ana Batista, quando este foi adquirido, os vendedores indicaram os únicos acessos possíveis à via pública:

Acesso A (a sul) - um caminho de terra batida, com cerca de 200 metros de

extensão e 3,80 metros de largura, transitável por veículos ligeiros, através do prédio de Bernardina Cunha;

Acesso B (a norte) - um acesso através de dois prédios:

(1) um carreiro com cerca de 300 metros de extensão e 1,5 metros de

largura, que atravessa um prédio rústico, cultivado com produtos hortícolas, o qual confina a norte e nascente com o prédio de Ana Batista, inscrito na matriz predial rústica sob o n.º 13, da Secção AO e descrito na Conservatória do Registo Predial de Évora sob o n.º 133, da freguesia da Boavista;

(2) e um caminho agrícola com cerca da 200 metros de extensão e 4

metros de largura, onde habitualmente transitam alfaias agrícolas, situado no prédio misto inscrito na matriz predial rústica sob o n.º 14, da Secção AG e descrito na Conservatória do Registo Predial de Évora sob o n.º 144, da freguesia da Boavista, o qual confina a Norte com o prédio ora descrito, esse sim com comunicação à via pública, já onerado com uma servidão de passagem a favor do prédio descrito sob o nº 888/9999999, da freguesia da Boavista.

O proprietário do prédio rústico inscrito na matriz sob o n.º 13, da Secção AO, não permite a passagem de Ana Batista pelo Acesso B, ameaçando-a com tiros de caçadeira.

Por essa razão, nas poucas vezes que vai ao seu terreno, Ana Batista tem utilizado o Acesso A através do prédio de Bernardina Cunha.

Esta situação tem impedido Ana Batista de utilizar com regularidade o seu terreno, impossibilitando-a de o rentabilizar.

Em frente da casa implantada no seu terreno, Bernardina Cunha tem um terreiro que aplanou e que serve de logradouro à casa.

A frente da habitação da Bernardina Cunha e o terreiro deitam diretamente para o caminho que lhes dá acesso.

Bernardina Cunha é pintora e mudou-se para o Alentejo para usufruir do bom tempo, do silêncio e das paisagens a perder de vista, neles colhendo a sua inspiração.

(6)

Tem os seus cavaletes, uma mesa e uma cadeira do lado Sul, em frente da porta da sala de estar, onde passa o tempo a pintar e toma refeições quando faz sol, necessitando do isolamento e do sossego para pintar, o que ficará comprometido com a passagem de veículos.

Com a limpeza e manutenção do caminho pelo prédio da Bernardina Cunha, Ana Batista terá de despender 3.000 €.

Ana Batista intentou uma ação contra Bernardina Cunha, pedindo a sua condenação a reconhecer o direito de servidão de passagem a favor do seu prédio, a pé e por veículos, e onerando o prédio da Ré.

A Ré opõe-se invocando a existência do acesso B, com potencialidade de servir a passagem pretendida. Deduziu reconvenção para a hipótese da improcedência da ação, peticionando a quantia de 13.000 €, a título de indemnização pelos danos patrimoniais e não patrimoniais decorrentes da constituição de servidão.

Aprecie, do ponto de vista jurídico-substantivo, a viabilidade das pretensões de Ana Batista e de Bernardina Cunha, fundamentando a sua decisão. (5 valores)

(7)

Caso 2

(7 valores)

Manuel da Silva, rico empresário da indústria automóvel, residente em Cascais, decidiu, na data em que completou 85 anos de idade, recompensar generosamente a sua governanta, Rosa Sousa, que há mais de 30 anos trabalhava para ele, atribuindo-lhe uma compensação pelos longos anos de serviço prestado de forma tão leal e zelosa.

Para tanto encarregou a amiga de longa data, sua vizinha e assistente pessoal, Rita Trigo, de, após a sua morte, entregar à governanta a quantia de 30.000 €.

Além disso, entregou pessoalmente à sua governanta um cheque não datado e por si assinado, no valor de 5.000 €, para que esta se sustentasse nos primeiros tempos após a sua morte.

Manuel da Silva veio a falecer no dia 15 de maio de 2015, no estado de viúvo, sem deixar ascendentes nem descendentes vivos, deixando como único herdeiro o seu sobrinho, Alberto da Silva, residente em Madrid.

Rita Trigo organizou o funeral, pagando do seu próprio bolso as respectivas despesas, no valor de 20.000 €.

Também no cumprimento das instruções do seu amigo, Rita Trigo, co-titular das contas bancárias do falecido, no dia em que aquele faleceu, dirigiu-se ao Balcão da Av. da Liberdade, em Lisboa, e transferiu 31.500 € para a conta da referida empregada, correspondentes ao valor da compensação prometida e aos salários desta em falta (1.500 €).

Alberto Silva, descontente com o sucedido, recorreu a tribunal, relatando os factos acima descritos e exigindo a devolução dos montantes transferidos (no total de 31.500 €), bem como do valor do cheque de 5.000 €, apresentado a pagamento por Rosa Sousa no dia 18 de maio de 2015 (por esta preenchido com a data de 15 de maio de 2015).

Rita Trigo e Rosa Sousa insurgiram-se contra tal pretensão, alegando que nada deviam, por se terem limitado a cumprir a vontade do falecido.

Ainda em sede de contestação, Rita Trigo exige o pagamento do valor de 20.000 €, a título de despesas de funeral que suportara, bem como o montante de 2.500 €, a título do seu salário mensal como assistente pessoal do falecido.

CASO III

Considerando a situação descrita, responda justificadamente às seguintes questões:

a) Identifique o mecanismo processual de que Alberto Silva terá lançado mão para fazer valer os seus intentos e qual o tribunal competente. (1 valor)

b) Qualifique processualmente as defesas de Rita Trigo e de Rosa Sousa e avalie as suas implicações no processado subsequente. (2 valores)

(8)

(continuação do Caso III)

c) Aprecie, do ponto de vista jurídico-substantivo, a viabilidade da pretensão de Alberto Silva e das defesas de Rita Trigo e de Rosa Sousa. (4 valores)

Referências

Documentos relacionados

É nesse diapasão que o presente trabalho busca compreender, frente ao ordena- mento jurídico brasileiro e diante da colisão dos princípios supramencionados, a possi- bilidade de

Dispõe sobre a Proibição da Pesca Profis sional nas Bacias Hidrográficas dos Rios Guaporé e Mamoré no Estado de Rondô nia e revoga as Leis n°s 1.729, de 19 de.. abril de 2007 e

“Que seja a Tua vontade, Senhor nosso Elohim, Elohim de nossos pais” (como começam todas as brachot [bênçãos] de Rosh haShanah [Ano Novo]). Toda tefilah, cada oração

Na qualidade de (cargo do representante legal) da (razão social da patrocinada), inscrita no CNPJ sob o nº (CNPJ), realizadora do projeto “(nome do projeto)”, declaro, sob as penas

Quanto maior o nível de relevância dos Indicadores de projeto frente aos ODS, maior será a aderência dos modelos de negócios, promovendo maior escala de atuação e

Registros de ocorrência de parasitas intestinais na população de lobo-guará do Parque Nacional das Emas (GO/MT), entre julho 2008.. e janeiro de 2009, e suas

Com o intuito de registrar tais alterações, anúncios de revistas premiados pelo 20º Anuário do Clube de Criação de São Paulo são apresentados de forma categórica como

Em duas das publicações, além do diagnósti- co de enfermagem, objeto de busca deste estudo, foram incluídas em seus objetivos intervenções de enfermagem, e uma teve como objetivo