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XVII Congresso Nacional de Administração e Contabilidade - AdCont e 29 de outubro de Rio de Janeiro, RJ

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1 Determinantes da Evasão no Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de

Mato Grosso: Um estudo qualitativo entre os anos de 2010 a 2014

Adail José Sousa - Mestre em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP Docente da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

E-mail: ajsousabr@uol.com.br

Fábio Chaves Nobre - Mestre em Economia pelo CAEN/UFC Docente da Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA

E-mail: fcnobre@gmail.com

Clóvis Luís Padoveze - Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP Docente e Pesquisador da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP

E-mail: cpadoveze@yahoo.com.br

José Francisco Calil - Doutor em Administração de Empresas pela FGV/SP Docente e Pesquisador da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP

E-mail: jfcocalil@gmail.com

1 Introdução

A evasão universitária é um problema que muito tem chamado à atenção de seus gestores, não sendo recente, mas que existe há décadas. Segundo Dias, Theóphilo e Lopes (2010), essa problemática aflige todas as instituições de ensino de forma geral. Segundo o censo da educação do ensino superior divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) juntamente com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) em 2013, observou-se que no Brasil, naquele ano, existia 2.391 instituições de ensino superior devidamente credenciadas e avaliadas junto ao MEC/INEP (2013). Desse montante a grande maioria pertence às instituições particulares, representando 87%, com aproximadamente 5.430.000 alunos matriculados, através do censo do MEC/INEP (2013) no Brasil, naquela época, havia aproximadamente um total de 7.530.000 alunos matriculados entre instituições públicas e particulares.

Segundo Cislaghi (2008) existe uma baixa disposição em ofertar um ensino de qualidade aos alunos, sendo que um agravante é a frequente busca de matrículas por alunos que almejam somente a conquista de um diploma de curso superior, sem nenhum compromisso com a qualidade do ensino, mesmo tendo consciência que enfrentará um mercado altamente competitivo, motivo pelo qual muitos docentes ficam desmotivados e muitos mais os alunos comprometidos, levando os mesmos a frustação com o ensino e ocasionando o grave problema da evasão universitária.

Conforme Furtado e Alves (2012), um fator relevantes para a evasão universitária refere-se à questão financeira dos discentes, onde muitas vezes os mesmos trabalham e estudam, tornando-se um obstáculo para o discente conciliar o trabalho com as atividades acadêmicas. No entendimento de Paredes (1994) a evasão faz uma ligação direta com fatores internos e externos, sendo que os fatores internos estão relacionados com o curso, tais como docentes, apoio sócio-educacional, infraestrutura, biblioteca, entre outros; já os fatores externos estão diretamente ligados aos acadêmicos, como identificação com o curso, questões financeiras, problemas de ordem pessoal como família, saúde, entre outros.

No Brasil, ainda, são incipientes as pesquisas relacionadas à evasão universitária em relação aos Cursos de Ciências Contábeis, devendo os gestores juntamente com docentes identificar as reais causas que tem levados a evasão dos acadêmicos de Ciências Contábeis e

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não retornarem mais ao curso (Durso e Cunha, 2015). Segundo Silva Filho, Motejunas, Hipólito e lobo (2007) e Vieira e Miranda (2015), quando um estudante ingressa em um curso de graduação em uma instituição pública e no decorrer do tempo o mesmo abandona o curso iniciado gera um grande desperdício social, econômico e acadêmico, pois a evasão no ensino universitário público significa um investimento sem o retorno esperado, sendo uma verdadeira fonte de ociosidade do espaço físico, funcionários, professores e equipamentos.

No entendimento de Durso et al. (2015) a evasão nas instituições universitárias públicas gera uma perda para toda sociedade tendo em vista que a evasão discente gera desperdício de recursos que poderiam ser utilizado em outras atividades em prol da sociedade, pois seu resultado negativo impacta diretamente a todos cidadãos na medida em que os recursos governamentais são alocados de forma ineficiente.

Neste sentido o problema de pesquisa é: quais os determinantes da evasão acadêmica do Curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso? Nesse sentido o objetivo da pesquisa é envidar os esforços necessários para a resolução dessa incógnita visando auxiliar os gestores nos caminhos necessários buscando eliminar a evasão dos acadêmicos do segundo ano do Curso de Ciências Contábeis da UFMT, e ao mesmo tempo identificar a visão dos evadidos e propor as alternativas possíveis visando minimizar ao máximo o problema da evasão do Curso de Ciências Contábeis da UFMT.

A Universidade Federal de Mato Grosso foi fundada em 1970 e no ano de 2015 completou 45 anos de existência. O Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso faz parte da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis – FACC/UFMT e foi criando no ano de 1971 completando 44 anos em 2015, conforme documentos e registros internos da instituição.

2 Referencial Teórico

Spady (1970) publicou um dos primeiros trabalhos realizados sobre evasão universitária com base na teoria do suicídio de Durkheim (1966), onde detectou que este fato estava diretamente relacionado com pessoas que não se integrava de forma suficiente ao cotidiano da sociedade. Através da analogia sobre a teoria do suicídio, Spady (1970) observou que a evasão universitária está relacionada à ausência de integração do acadêmico que pode se dar através da integração coletiva ou moral. A falta dessa integração completa do acadêmico tende a provocar um “desconforto” entre seus princípios e valores para uma plena convivência social (Fávero et al., 2015).

Conforme os fundamentos teóricos sobre o suicídio, onde foi demonstrado a falta de integração social segundo a obra de Durkheim (1966), os estudos sobre a evasão universitária de Spady (1970) buscou compreender a complexidade social da vida universitária, onde a mesma necessita de apoio familiar e acadêmico, amizade, desempenho e o devido esforço e comprometimento do acadêmico para que o mesmo seja parte desse complexo sistema. Para Spady (1970) os fatores mencionados quando não devidamente enfatizados na vivencia social do discente conduzirá o mesmo a evasão, e ao suicídio conforme a teoria de Durkheim (1966). Segundo Spady (1970) propõe um modelo visando explicar a evasão no ensino universitário utilizando como base a teoria do suicídio de Durkheim (1966), um modelo do processo de abandono (MPA). O modelo mencionado se estrutura através de cinco variáveis, sendo quatro delas: desempenho intelectual, acadêmico, suporte de amigos e congruência normativa, todas elas juntas influencia a quinta variável que é a integração social, que juntamente com as quatro primeiras demonstrará a possibilidade de evadir ou permanecer no curso universitário.

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Para Durso et al. (2015) a influencia de algumas variáveis ocorre de forma indireta; a variável integração social influencia de forma direta na satisfação do acadêmico juntamente com as experiências do ensino universitário, que influencia o compromisso com a instituição que demonstra a intenção de evadir do ensino universitário. O que se busca através da utilização das duas variáveis intervenientes tem seu fundamento no fato satisfação com as experiências junto ao meio universitário ser dependente da avaliação social como também das recompensas universitárias e o compromisso com a instituição é necessário um senso de integração com o sistema e, por conseguinte um número suficiente de recompensas (Spady, 1970).

Spady (1970) acrescentou duas variáveis consideradas importantes ao modelo do processo de abandono (MPA) a bagagem familiar e o potencial acadêmico. Dessa forma tanto o potencial como a congruência normativa são influenciados pela bagagem familiar, Spady (1970) entende esta última variável sendo a base pela qual se ramificam a todas variáveis do MPA, conforme apresentado na Figura 1 (Spady, 1970).

Segundo Durso et al. (2015) o MPA demonstra de forma clara que o desempenho acadêmico poderá acontecer na evasão do ensino universitário. A linha pontilhada estabelece a ligação do comprometimento de volta à congruência normativa, onde demonstra o resultado do processo que poderá gerar mudanças de interesses, objetivos, atitudes como, também, na motivação do acadêmico. As mudanças nos atributos pessoais deverão modificar as condições da variável congruência normativa que impactará o resultado do processo, devendo gerar um novo resultado (Spady, 1970).

Figura 1: Modelo do Processo de Abandono (MPA)

Fonte: Spady (1970).

Posteriormente ao trabalho de Spady (1970), vários modelos foram desenvolvidos com base nas variáveis apresentadas pelo MPA, trazendo novas contribuições sobre o estudo da evasão universitária. Segundo o Ministério da Educação (1996) e Lobo (2012), a evasão universitária é quando o acadêmico desliga-se da instituição de ensino superior (IES) por desistência, abandono entre outros e pode acontecer de forma definitiva ou temporária. A forma definitiva acontece quando o acadêmico solicita desistência ou simplesmente abandona o curso sem comunicar a IES. A forma temporária acontece quando o acadêmico se afasta do curso temporariamente, mas posteriormente retorna a IES, os dois tipos e evasão acontece

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quando o acadêmico interrompe seu curso e não está vinculado a nenhuma IES ou curso (MEC, 1996), (Lobo, 2012).

Segundo Sousa (2013) a evasão torna-se um alto custo aos cofres públicos, e detectando essa problemática os gestores devem buscar meios necessários para que os acadêmicos iniciem e concluam seus cursos, isso é fundamental e deve estar entre as prioridades dos gestores das IES, pois a permanência do acadêmico na instituição de ensino possibilita seu crescimento e desenvolvimento pessoal, profissional e social.

Conforme Tontini e Walter (2011) existem várias motivações para evasão do ensino universitário, sendo uma delas a qualidade do curso escolhido, isso está relacionado com a percepção que os acadêmicos tem dos docentes e do conteúdo ministrado nas diversas disciplinas (Cislaghi, 2008), (Albuquerque, 2008).

Segundo Freitas (2009) um dos problemas da evasão é que muitas IES buscam somente um excessivo número de acadêmicos e não oferecem qualidade no ensino e não tem nenhuma estratégia de fomentar a permanência dos acadêmicos, levando a um real despreparo dos profissionais quando buscam o mercado de trabalho (Silva, 2001).

Os docentes no ensino universitário devem oferecer aulas com técnicas, didática e métodos fundamentados que motivem os acadêmicos, principalmente, no primeiro contato com o curso (Bardagi, 2007), (Spinosa, 2003), (MEC, 1997). Segundo Bôas (2003) a pesquisa e a extensão se bem trabalhadas podem atrair o interesse dos acadêmicos, motivando os mesmos a permanecerem na instituição, pois os acadêmicos conseguem fazer a junção da teoria com a prática, fazendo que os mesmos se aproximem do ambiente externo e sinta-se melhor preparado para o mercado de trabalho.

Conforme o entendimento de Dias et al. (2010), Tontini et al. (2011) as fragilidades da estrutura física e sua conservação são uma das percepções dos acadêmicos que estão ligados ao elevado número de evadidos, alguns exemplos citados como salas de aula devidamente estruturadas e climatizadas, laboratórios com tecnologia atualizados, biblioteca física e virtual devidamente atualizada, internet wifi de qualidade, banheiros sempre limpos, acessibilidade, qualidade do espaço de convivência dos acadêmicos, segurança no estacionamento, tudo isso são percepções que influencia os acadêmicos na decisão de permanecer ou evadir do curso universitário (Fey, Lucena e Fogaça, 2013).

Para Tinto (1975) e Tontini et al. (2011), a vida pessoal do acadêmico é um elemento importante quando se estuda a evasão, pois se o mesmo convive em um ambiente feliz e motivador, sendo um ponto positivo e propicia uma menor evasão. Segundo Umbelina, Hugo, Rafael e José (2007), diversas pesquisas são realizadas tendo como sujeito-agente o discente quando se estuda a evasão universitária, buscando avaliar suas percepções e consequentemente suas perspectivas. As ciências sociais aplicadas estão adotando essa prática que tem se intensificando nas últimas décadas, com o aumento, mesmo que incipiente, do número de pesquisas empíricas sobre evasão no Curso de Ciências Contábeis entre outros.

3 Metodologia

Quantos aos objetivos a pesquisa classifica-se como descritiva, pois visa descrever sobre evasão dos acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis da FACC/UFMT, a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever as características de determinado fenômeno e estabelecer o relacionamento entre as variáveis. No que se refere ao delineamento, trata-se de uma pesquisa documental onde procedeu a coleta documental e o devido tratamento analítico dos dados. Neste caso, propriamente dito, os dados foram sobre a evasão dos acadêmicos do segundo ano do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato

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Grosso, referente ao período de 2010 a 2014, os dados foram obtidos junto a Coordenação de Administração Escolar (CAE) da UFMT, e outros através de ligações telefônicas e e-mails, isso quando os dados acadêmicos estavam atualizados, e outro não foram possíveis, pois os dados acadêmicos (telefones e e-mails) não estavam atualizados.

A análise dos dados foi realizada por meio de uma abordagem qualitativa. De um total de 123 evasões no período pesquisado, alcançou-se somente 60 acadêmicos, 63 acadêmicos evadidos não foram localizados, devido à falta de atualização dos dados pessoais na instituição, como telefone, e-mail e endereço, sendo essa uma das dificuldades da pesquisa que se deu por conta dos dados dos acadêmicos evadidos não estarem atualizados, dessa forma a pesquisa conseguiu alcançar aproximadamente 49% do total dos acadêmicos evadidos, um percentual relevante e considerável. Inicialmente realizou-se o levantamento dos dados dos evadidos do Curso de Ciências Contábeis de 2010 a 2014, em seguida a análise descritiva dos dados apresentando as seguintes variáveis da evasão, tais como gênero, tipos de evasão, o período da evasão, faixa etária, renda familiar e motivos que levou a evasão. A pesquisa utilizou junto aos evadidos um questionário estruturado.

4 Resultado

O estudo focou os discentes devidamente matriculados no segundo ano do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, tendo em vista que no segundo ano é o ponto crítico da evasão. O período analisado foi de 2010 a 2014. Através dos dados coletados e analisados buscou-se alguns elementos que possa contribuir para evidenciar o real motivo que tem levado os acadêmicos do segundo ano a não frequentar mais o curso e nem mesmo a instituição. A Tabela 1 apresenta as quantidades de evasão por desistência ou abandono por ano ao longo dos cinco anos pesquisados.

Tabela 1 - Ingressantes e evadidos no período de 2010 a 2014 - Ciências Contábeis -

FACC/UFMT.

Ano Total de

Ingressantes

Evasão

%

Desistência % Abandono % Total

2010 80 2 16 18 22 2011 80 0 21 21 26 2012 80 3 29 32 40 2013 80 1 28 29 36 2014 80 0 23 23 23 Total 400 100% 6 4,9% 117 95,1% 123 31% 277 69% Fonte: Dados da pesquisa

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A tabela 1 demonstra que no período da pesquisa, 2010 a 2014, onde os anos de 2010, 2011 e 2014 em relação a evasão se mantiveram estáveis, se comparados com os demais anos pesquisados, observando, ainda, sendo que a evasão em alguns anos da pesquisa foram as seguintes, 2010 teve 22%; 2011 teve 26%; e 2014 teve 23%; e nos anos de 2012 e 2013 tiveram os maiores índices de evasão; sendo que em 2012 constatou-se 40% e 2013 com 36%, causando um grande prejuízo aos cofres públicos.

Em relação ao gênero dos evadidos apresentados na tabela 2 demonstra que dos 123 evadidos 58%, 71 acadêmicos são do gênero masculino e 48%, 52 acadêmicas refere-se ao gênero feminino, demonstrando, ainda que de todos os evadidos matriculados no segundo ano do Curso de Ciências Contábeis a predominância foi do gênero masculino, podendo inferir que o gênero feminino tem maior tendência em permanecer no curso escolhido.

Tabela 2 – Gênero dos evadidos no período de 2010 a 2014 - Ciências Contábeis -

FACC/UFMT. Ano Evadidos Gênero Masculino Feminino % 2010 18 14 4 15 2011 21 16 5 17 2012 32 13 19 26 2013 29 19 10 23 2014 23 9 14 19 Total 123 100% 71 58% 52 42% 100%

Fonte: Dados da pesquisa

A faixa etária é uma variável importante a ser observada quando se estuda a evasão universitária, tendo em vista que os acadêmicos têm iniciado seus estudos com menor idade. Na tabela 3 evidencia-se que quanto menor a idade maior é o número de evasão; a pesquisa demonstra que 47 acadêmicos, 38% dos evadidos possuem uma faixa etária entre 16 a 19 anos de idade, 32 acadêmicos com idade entre 20 a 22 anos; 16% com idade entre 23 a 25 anos; 14 acadêmicos com faixa etária de 26 a 28 anos, e o menor número de evasão se observou na faixa etária de 29 a 31 anos de idade, ou seja, somente 9%. Nesta variável a pesquisa demonstra que quanto maior a faixa etária do acadêmico, também é maior a propensão que eles concluam seus estudos.

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7 Tabela 3 – Faixa etária dos evadidos no período de 2010 a 2014 - Ciências Contábeis -

FACC/UFMT.

Faixa etária Total

Faixa etária % 16 a 19 47 38 20 a 22 32 26 23 a 25 19 16 26 a 28 14 11 29 a 31 11 9 Total 123 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa

No quesito renda familiar foi constatado que a maioria dos evadidos percebem mensalmente uma renda familiar entre 3 a 4 salários mínimos (S.M), sendo um total de 42% ou 25 acadêmicos, seguidos por 30% ou 18 acadêmicos que percebem mensalmente uma renda familiar de até 2 salários mínimos; 9 acadêmicos estão na faixa salarial familiar de até 6 salários mínimos, sendo 15%; entre os que tem uma renda familiar de até 8 salários mínimos a pesquisa detectou 10% dos evadidos que estavam matriculados no segundo ano, e apenas 3% dos acadêmicos possuem uma renda familiar superior a 9 salários mínimos, ou seja, somente 2 alunos, de um total de 60 acadêmicos pesquisados.

Tabela 4 – Renda familiar dos evadidos no período de 2010 a 2014 - Ciências Contábeis -

FACC/UFMT.

Faixa Salarial Total

Faixa etária % 1 a 2 S.M 18 30 3 a 4 S.M 25 42 5 a 6 S.M 9 15 7 a 8 S.M 6 10 Acima de 9 S.M 2 3

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Total 60

100%

100%

Fonte: Dados da pesquisa

Outro quesito importante a ser considerado no que diz respeito à evasão universitária é saber os motivos que de fato levaram os acadêmicos a evadirem da instituição de ensino, neste caso especifico os acadêmicos do segundo ano do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.

De um universo de 60 acadêmicos evadidos que foram entrevistados 29 não quiseram responder essa variável, ou seja, 46%. Em relação ao quesito “não era o curso que queria” foi à resposta de 15 acadêmicos evadidos, correspondendo a 29%, no quesito “teve dificuldades na aprendizagem” 16% responderam que sim, totalizando 10 evadidos; em relação se “teve problemas de saúde” que levaram a evasão somente 3% responderam que sim, totalizando somente dois evadidos; no quesito “incompatibilidade com o horário de trabalho” 6% responderam que sim, totalizando quatro evadidos.

Tabela 5 – Motivos da evasão no período de 2010 a 2014 - Ciências Contábeis -

FACC/UFMT.

Motivos Total

% Não era o curso

que queria 15 29 Teve dificuldades na aprendizagem 10 16 Problemas de saúde 2 3 Incompatibilidade com o horário de trabalho 4 6 Não responderam 29 46 Total 60 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Diante dos dados levantados pela pesquisa puderam-se compreender um pouco melhor os diversos problemas que levaram a evasão dos acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis, quesitos que devem ser analisados e trabalhados visando evitar o alto índice de evasão que foi detectado no período pesquisado.

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Este estudo teve como objetivo conhecer os motivos da evasão dos acadêmicos matriculados no segundo ano do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT no período de 2010 a 2014. Nesse período foram evadidos 123 acadêmicos, totalizando aproximadamente 31% dos acadêmicos ingressados no período pesquisado, causando um grande prejuízo aos cofres públicos, pois provocou a ociosidade física, docente, tutoria, extensão, formação pessoal, profissional e valor agregado ao mercado de trabalho através de profissionais bem formados e produtivos para a sociedade como um todo.

Os acadêmicos evadidos tem um perfil com predominância masculino, totalizando um total de 58% ou 71 acadêmicos. O maior número de evadidos, ou seja, 38% apresentam uma faixa etária entre 16 a 19 anos de idade, e, ainda, no quesito faixa etária os menores números de evadidos apresentam uma faixa etária entre 29 a 31 anos de idade com um total de 9%.

Em relação à renda familiar, os evadidos apresentam o seguinte perfil, possuem uma renda familiar entre 3 a 4 salários mínimos (S.M), sendo um total de 42% ou 25 acadêmicos, seguidos por 30% ou 18 acadêmicos que percebem mensalmente uma renda familiar de até 2 salários mínimos; 9 acadêmicos estão na faixa salarial familiar de até 6 salários mínimos, sendo 15%; entre os que tem uma renda familiar de até 8 salários mínimos a pesquisa detectou 10% dos evadidos que estavam matriculados no segundo ano, e apenas 3% dos acadêmicos possuem uma renda familiar superior a 9 salários mínimos, ou seja, somente 2 alunos, de um total de 60 acadêmicos pesquisados.

Dentre um universo de 60 acadêmicos evadidos que foram entrevistados 29 não quiseram responder a variável motivos da evasão, ou seja, 46%. Em relação ao quesito “não era o curso que queria” foi à resposta de 15 acadêmicos evadidos, correspondendo a 29%, no quesito “teve dificuldades na aprendizagem” 16% responderam que sim, totalizando 10 evadidos; em relação se “teve problemas de saúde” que levaram a evasão somente 3% responderam que sim, totalizando somente dois evadidos; no quesito “incompatibilidade com o horário de trabalho” 6% responderam que sim, totalizando quatro evadidos. Esse quesito é importante, pois revela alguns pontos interessantes sobre o que de fato levou a evasão acadêmica.

A pesquisa demonstrou que no período de 2010 a 2014, onde os anos de 2010, 2011 e 2014 se mantiveram estáveis em comparação com os demais anos pesquisados, observando que a evasão no de 2010 teve 22%; 2011 teve 26% e 2014 teve 23%, e nos anos de 2012 e 2013 tiveram os maiores índices de evasão; sendo que em 2012 constatou-se 40% e 2013 com 36%, enfatizando que essa problemática causou um grande prejuízo aos cofres públicos.

Diante dos dados levantados pela pesquisa pode-se compreender um pouco melhor os diversos problemas que levaram a evasão dos acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis, quesitos que devem ser analisados e trabalhados visando evitar o alto índice de evasão que foi detectado no período pesquisado.

Visando entender melhor os motivos da evasão acadêmica sugere-se que outras pesquisas em relação ao tema abordado possam utilizar outras variáveis como a visão do acadêmico em relação ao corpo docente, estrutura física, laboratórios, estrutura curricular entre outros, buscando sempre amenizar o elevado índice de evasão e também o desperdício do dinheiro público.

6 Referências

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Referências

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