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Antonio Fernando Silveira Alves. Avaliação de Riscos Ambientais

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Academic year: 2021

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Avaliação de

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APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Avaliação de Riscos Ambientais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmi-co e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

... 5

1 CONTEXTO HISTÓRICO

... 7 1.1 Histórico Mundial ...8 1.2 Grandes Acidentes ...9 1.3 Consequências ...13 1.4 Resumo do Capítulo ...13 1.5 Atividades Propostas ...14

2 RISCO AMBIENTAL

... 15 2.1 Conceito de Risco ...15

2.2 Outros Conceitos Básicos ...17

2.3 Tipos de Risco ...26

2.4 Resumo do Capítulo ...31

2.5 Atividades Propostas ...31

3 TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

... 33

3.1 Relação das Técnicas de Identificação de Perigos ...33

3.2 Análise Preliminar de Perigos (APP) – Preliminary Hazard Analysis (PHA) ...34

3.3 Análise de Perigos e Operabilidade – HazOp (Hazard and Operability Study) ...43

3.4 Análise “E se...” (“What if...?”) ...54

3.5 Lista de Verificação (Checklist) ...55

3.6 Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) – Failure Modes and Effects Analysis (FMEA) ...57

3.7 Análise Histórica de Acidentes ...64

3.8 Inspeção de Segurança ...64

3.9 Análise de Árvore de Falhas (AAF) – Fault Tree Analysis (FTA) ...64

3.10 Análise de Árvore de Eventos (AAE) – Event Tree Analysis (ETA) ...71

3.11 Análise de Causas e Consequências ...72

3.12 Resumo do Capítulo ...73

3.13 Atividades Propostas ...73

4 ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCO AMBIENTAL (EAR)

... 75

4.1 Etapas de um Estudo de Análise de Risco (EAR) ...75

4.2 Caracterização do Empreendimento e da Região ...77

4.3 Identificação dos Perigos e Consolidação de Cenários de Acidentes ...78

4.4 Estimativa dos Efeitos Físicos e Análises de Vulnerabilidade ...78

4.5 Estimativa de Frequências...84

4.6 Estimativa e Avaliação de Riscos...85

4.7 Avaliação dos Riscos ...89

4.8 Gerenciamento de Riscos ...90

4.9 Comunicação de Riscos...95

4.10 Resumo do Capítulo ...96

(4)
(5)

INTRODUÇÃO

Este material busca apresentar a você, aluno(a) da área de Ciências Exatas, na modalidade a distân-cia, os conceitos a respeito de Avaliação de Riscos Ambientais como parte importante da área Ambiental.

Este é um tema de extrema importância e muito utilizado na área de Gestão Ambiental. O Estudo de Análise de Riscos (EAR) mantém uma correlação com os estudos de EIA/RIMA. Em algumas situações, o EAR acaba sendo um dos elementos do processo de Licenciamento Ambiental e do EIA/RIMA.

Durante o desenvolvimento desta disciplina, iremos abordar conceitos importantes, como Técnicas de Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos Ambientais, entre outros.

Entre os objetivos principais desta disciplina, esperamos que você, ao concluir esta disciplina, esteja apto a aplicar os conceitos aqui apresentados, como identificar e aplicar a(s) técnica(s) mais adequada(s) de identificação de perigos para cada situação e desenvolva a habilidade para efetuar um Estudo de Aná-lise de Riscos, percorrendo todas as etapas desse processo.

Entre os documentos oficiais que apresentaremos nesta apostila, iremos nos fundamentar basica-mente em dois documentos, sendo um deles elaborado pela CETESB e outro desenvolvido pela FEPAM. Em geral, esses documentos são referências para outros estados, mas, caso você venha a desenvolver atividades correlatas a esta área, verifique antes se o seu estado não possui um documento com parâme-tros específicos.

Aproveitamos a oportunidade, para orientá-lo(a) em relação às leituras complementares indicadas nesta apostila. Tivemos a atenção especial de indicar textos importantes para você e que complemen-tarão os estudos aqui apresentados. Entre esses textos indicados, gostaríamos de destacar o texto que fala sobre Contabilidade Ambiental do BNDES. Indicamos também a leitura de sites, sendo dois deles muito importantes. O primeiro é o site do órgão responsável pela área de Riscos Ambientais nos EUA (a tradução desse site utilizando a ferramenta “tradutor” do Google funciona muito bem), e o segundo, um site com um software gratuito para efetuar os cálculos mais complexos para a Avaliação de Riscos. Não deixe também de consultar os links indicados nas referências bibliográficas no final desta apostila. Entre eles, relacionamos 10 links contendo um curso completo de Gestão de Riscos Ambientais, elaborado pela empresa D.N.V. para utilização do Ministério do Meio Ambiente.

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CONTEXTO HISTÓRICO

1

Caro(a) aluno(a), neste capitulo iremos abor-dar as origens dos estudos de análise de riscos, fa-zendo uma ligação com o estudo de análise de riscos ambientais. Aproveitando o embasamento histórico, faremos um breve relato dos grandes acidentes ambientais mundiais ocorridos a partir dos anos 1960, cuja gravidade e impactos gera-dos levaram à implementação das primeiras leis e normas baseadas em análise de riscos ambien-tais, com o objetivo de minimizar o potencial de acidentes ambientais e suas consequências.

No Brasil, o órgão responsável no âmbi-to federal pela elaboração das leis e normas é o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e seus ór-gãos vinculados, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), e colegiados, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). No entanto, as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, por meio de seus órgãos vinculados, também possuem autonomia para efetuar essa normatização, de acordo com as particularidades de cada região. Na esfera es-tadual, merecem destaque a CETESB, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo, a FEPAM, Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler, do Rio Grande do Sul, e o INEA, Instituto Estadual do Ambiente, do Rio de Janeiro, que foi criado em 4 de outu-bro de 2007 e instalado em 12 de janeiro de 2009, unificando e ampliando a ação dos três órgãos ambientais vinculados à Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA): a Fundação Es-tadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA), a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

Antes de efetuar essa abordagem histórica, vamos comentar brevemente alguns conceitos,

sobre os quais estabeleceremos as teorias aqui apresentadas. Esses conceitos serão definidos precisamente nos capítulos posteriores.

Em sua dissertação de mestrado, Berrêdo Viana (2010) afirma que palavras como impacto, avaliação, ambiente e risco não foram cunhadas propositadamente para expressar um conceito preciso, esclarecedor, como nas outras ciências. Foram apropriadas do vernáculo e fazem parte do jargão profissional desse campo, criando diversas ambiguidades na sua interpretação.

Ao efetuar um estudo sobre o tema central desta disciplina, observamos, por meio da pes-quisa bibliográfica, que estes e outros termos ora são tratados como sinônimos, ora são definidos de forma distinta. Entre esses termos, vamos des-tacar três palavras e três expressões, que dividire-mos em dois grupos. O primeiro grupo inclui as palavras: Risco, Perigo e Dano. O segundo grupo inclui as expressões Análise de Riscos e

Avalia-ção de Riscos e Gerenciamento de Riscos. Note Atenção

Atenção

Os conceitos e metodologias estabelecidos nesta apostila estão baseados nas referências do IBAMA, CETESB e FEPAM. Os modelos de Es-tudo de Análise de Riscos (EAR) utilizados pela FEPAM e CETESB estão direcionados ao seg-mento industrial, e a avaliação de riscos aplica--se à população externa da indústria, não in-cluindo, portanto, a avaliação dos riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores ou danos aos bens patrimoniais das instalações analisadas. Entende-se por consequências externas os da-nos causados às pessoas (mortes ou lesões) nas áreas circunvizinhas, situadas além dos limites físicos da instalação.

(7)

que dependendo do contexto, esses termos pare-cem semelhantes. Porém, de acordo com o enfo-que enfo-que adotaremos nesta apostila, esses termos irão representar significados distintos.

Berrêdo Viana (2010) verificou que a litera-tura mundial acaba por utilizar as expressões ava-liação de risco, gerenciamento de riscos e análise de risco como sinônimos, devido às diferenças nas traduções e discrepâncias entre os países. Por exemplo, segundo Kirchhoff (2004), no Canadá a avaliação de risco engloba a análise de risco, en-quanto que nos Estados Unidos a análise de riscos é algo abrangente, com diversas etapas, e, entre estas, a avaliação de risco.

No desenvolvimento dos conceitos utiliza-dos nesta apostila, iremos utilizar o ponto de vista americano, uma vez que aparenta ser o mais co-mum, além de que a literatura nacional adotada nos documentos oficiais dos órgãos citados tende a essa escolha, como poderemos observar mais adiante, ao detalharmos os trabalhos da CETESB e da FEPAM.

Dessa forma, asseguramos que todos os re-ferenciais teóricos adotados nesta apostila estão baseados nos documentos oficiais editados pelos órgãos citados.

1.1 Histórico Mundial

As indústrias de processo, há mais de 40 anos, demonstraram as primeiras preocupações em relação às possíveis falhas e perigos oriundos de suas atividades, onde observaram que essas falhas poderiam causar perda de vida e de pro-priedade.

A indústria alimentícia dos Estados Unidos manifestou esse interesse ainda nos anos 1920. Já na década de 1930, pesquisadores de labora-tórios de toxicologia, na indústria, iniciaram ava-liações das propriedades tóxicas de produtos po-tencialmente perigosos.

Em 1931, o pesquisador H. W. Heinrich efe-tuou uma pesquisa sobre os custos de um aciden-te em aciden-termos de Seguro Social e introduziu, pela primeira vez, a filosofia de “acidentes com danos à propriedade”, ou seja, acidentes sem lesão, em relação aos acidentes com lesão incapacitante.

A partir desse momento, diversos estudos sobre acidentes industriais com danos à proprie-dade multiplicaram-se, com o objetivo de estimar os custos derivados das perdas.

No final dos anos 1960 surgiram vários rela-tórios sobre segurança nas plantas químicas, tais como Safety and Management, pela Association of British Chemical Manufactures (ABCM), 1964,

e Safe and Sound, pelo British Chemical Industry Safety Coucil (BCISCl), 1969, ambos na Grã-Breta-nha. Também, nos Estados Unidos, Frank Bird Jr. fundamentou sua teoria de “Controle de Danos” (1966), a partir da análise de uma série de aciden-tes ocorridos numa empresa metalúrgica ameri-cana.

Além disso, o desenvolvimento das tec-nologias utilizadas pelas indústrias resultou em grandes mudanças nas indústrias químicas e pe-troquímicas, tais como alterações nas condições de pressão e temperatura, tendo como conse-quência um aumento na energia armazenada nos processos, representando, portanto, um pe-rigo maior. Ao mesmo tempo, as instalações de processo começaram a crescer, quase dez vezes mais, em tamanho. Também, começaram a ope-rar em fluxo contínuo, aumentando o número de interligações com outras plantas, para a troca de subprodutos, tornando, dessa forma, os proces-sos mais complexos.

Simultaneamente, outros temas emergiram no contexto social, tais como a poluição ambien-tal, e começaram a se tornar motivo de preocu-pação para o público e para os governos. Como consequência, a indústria foi obrigada a examinar os efeitos de suas operações sobre o público

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ex-terno e, em particular, a analisar mais cuidadosa-mente os possíveis perigos decorrentes de suas atividades.

Basicamente até o início da década de 1970, o foco principal em relação à segurança nas indústrias centrava-se na segurança dos equipa-mentos e do projeto em questão. Assim, a ênfase concentrava-se na produção, em detrimento dos aspectos de saúde e segurança. A preocupação ambiental era praticamente ignorada e esse tema quase não era mencionado nas discussões de vestimentos das empresas. Também não havia in-terferências externas, seja do poder público ou da população. Os governos não impunham grandes exigências de controle para a poluição ambiental.

No entanto, a partir da década de 1970, devido à grande repercussão das consequências dos acidentes industriais que causaram a morte de milhares de pessoas e impactos de grandes dimensões ao meio ambiente, esse tema veio à tona de forma mais contundente, mobilizando os governos e a população.

Em 1970, no Canadá, John A. Fletcher, pros-seguindo a obra iniciada por Bird, propôs o esta-belecimento de programas de “Controle Total de Perdas”, objetivando reduzir ou eliminar todos os acidentes que pudessem interferir ou paralisar um sistema.

Em 1972, criou-se uma nova mentalidade baseada nos trabalhos desenvolvidos pelo enge-nheiro Willie Hammer, especialista em Seguran-ça de Sistemas, o qual empregou a experiência adquirida na Força Aérea e nos programas espa-ciais norte-americanos para desenvolver diversas técnicas a serem aplicadas na indústria, a fim de preservar os recursos humanos e materiais dos sistemas de produção.

Em paralelo, a indústria nuclear começou a desenvolver suas atividades de consultoria na área de confiabilidade, e as indústrias passaram a adotar técnicas desenvolvidas pelas autoridades de energia atômica na avaliação de riscos maiores e na estimativa de taxas de falhas de instrumen-tos de proteção.

1.2 Grandes Acidentes

Bhopal

É bem provável que você já tenha ouvido falar sobre esse acidente ambiental, pois foi e ain-da é muito comentado na mídia mundial, devido às circunstâncias em que ocorreu e à grande ex-tensão de sua gravidade e danos à população e ao meio ambiente.

Esse acidente ocorreu numa unidade da Union Carbide, situada nos arredores da cidade de Bhopal, na Índia. Na madrugada de 03/12/1984, uma nuvem tóxica de isocianato de metila cau-sou a morte de milhares de pessoas.

O isocianato de metila é um produto utiliza-do na fabricação de inseticidas, comercialmente conhecidos como “Sevin” e “Temik”, da família dos carbamatos, utilizados como substitutos de pra-guicidas organoclorados, como o DDT.

Em condições normais, o isocianato de me-tila é líquido à temperatura de 0 ºC e pressão de 2,4 bar.

A causa provável do acidente foi atribuída à entrada de água num dos tanques do comple-xo industrial, causando a elevação da pressão dos tanques de armazenamento a mais de 14 bar e da temperatura dos reservatórios para aproximada-mente 200 ºC, causando assim uma reação alta-mente exotérmica.

Os vapores emitidos deveriam ter sido neu-tralizados em torres de depuração; porém, como uma dessas torres se encontrava desativada, o sis-tema não funcionou possibilitando a liberação do produto para a atmosfera.

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Este é conhecido como a maior catástrofe da indústria química. O número de mortes esti-madas gira em torno de 4.000 pessoas, além de causar a intoxicação de cerca de 200.000 pessoas.

Figura 1 – Foto das instalações da Union Carbide no dia do desastre ambiental.

Fonte: http://www.greenpeace.org/international/en/multimedia/photos/a-view-of-the-abandoned-pestic/

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Bhopal, Índia. O pior desastre químico da história

1984-2002

Leia este documento para saber um pouco mais sobre esse acidente ambiental, que teve grande repercussão mundial na época.

Disponível em:

http://www.greenpeace.org.br/bhopal/docs/Bho-pal_desastre_continua.pdf

Flixborough

Aproximadamente às 17 horas do dia 01/06/1974, ocorreu uma explosão na planta de produção de caprolactama da fábrica Nypro Ltda., situada em Flixborough, Inglaterra. A explo-são ocorreu devido ao vazamento de ciclohexa-no, causado pelo rompimento de uma tubulação temporária instalada como “by-pass” devido à re-moção de um reator para a realização de serviços de manutenção. O vazamento formou uma nu-vem de vapor inflamável que entrou em ignição, resultando uma violenta explosão seguida de um incêndio que destruiu a planta industrial.

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A ruptura da tubulação de 20 polegadas foi atribuída a um projeto mal elaborado, uma vez que a estrutura instalada para a sustentação do duto não suportou a sua movimentação, em função da pressão e da vibração a que o tubo foi submetido durante a operação.

Estimou-se que cerca de 30 toneladas de ciclohexano vazaram, formando rapidamente uma nuvem de vapor inflamável, a qual encon-trou uma fonte de ignição entre 30 e 90 segundos após o início do vazamento. Os efeitos da sobre-pressão ocorrida foram estimados como sendo equivalentes à explosão de uma massa variando entre 15 e 45 toneladas de TNT.

Ocorreram danos catastróficos nas edifica-ções próximas, situadas ao redor de 25 metros do centro da explosão. Além da destruição da planta, em função do incêndio ocorrido, 28 pessoas mor-reram e 36 foram gravemente feridas. Ocormor-reram ainda impactos nas vilas situadas nas proximida-des da planta, afetando 1.821 residências e 167 estabelecimentos comerciais. As perdas foram estimadas em US$ 412 milhões.

Esse acidente tornou-se um marco na ques-tão da avaliação de riscos e prevenção de perdas na indústria química. O acidente levou ao estabe-lecimento do Advisory Committee on Major Ha-zards (ACMH), na Inglaterra, que durou de 1975 a 1983 e introduziu uma legislação para controle de riscos maiores nas indústrias.

Seveso

Por volta das 12h30 do dia 10/06/1976, numa planta industrial situada em Seveso, uma província de Milão, Itália, ocorreu a ruptura do disco de segurança de um reator, que resultou na emissão para a atmosfera de uma grande nuvem tóxica.

O reator fazia parte do processo de fa-bricação de TCP (triclorofenol) e a nuvem tó-xica formada continha vários componen-tes, entre eles o próprio TCP, etilenoglicol e 2,3,7,8-tetraclorodibenzoparadioxina (TCDD). A nuvem se espalhou numa grande área,

contami-nando pessoas, animais e o solo na vizinhança da unidade industrial.

A planta operava em regime de batelada e, no momento do acidente, encontrava-se paralisa-da para o final de semana. No entanto, o reator continha material a uma elevada temperatura. Provavelmente, a presença de etilenoglicol com hidróxido de sódio causou uma reação exotérmi-ca descontrolada, fazendo com que a pressão in-terna do vaso excedesse a pressão de ruptura do disco de segurança, causando a emissão. A reação ocorrida, associada a uma temperatura entre 400 e 500 °C, contribuiu para a formação do TCDD.

O reator não possuía um sistema automá-tico de resfriamento e como a fábrica se encon-trava com poucos funcionários, já que paralisaria suas operações no final de semana, não foram desencadeadas ações de resfriamento manual do reator para minimizar a reação ocorrida. Dessa forma, a emissão ocorreu durante cerca de 20 mi-nutos, até que um operador conseguisse paralisar o vazamento.

Toda a vegetação nas proximidades da planta morreu de imediato devido ao contato com compostos clorados. No total, 1.807 hecta-res foram afetados. A região denominada Zona A, com uma área de 108 hectares possuía uma alta concentração da dioxina TCDD (240 µg/m²).

Foram evacuadas 736 pessoas da região, sendo que 511 retornaram para as suas casas no final de 1977, mas as que moravam na Zona A perderam suas residências, em função do nível de contaminação ainda existente nessa área, a qual permaneceu isolada por muitos anos. Toda a ve-getação e solo contaminados foram removidos e as edificações tiveram que ser descontaminadas. Os custos estimados na operação de evacuação das pessoas e na remediação das áreas conta-minadas foram da ordem de US$ 10 milhões. Os efeitos imediatos à saúde das pessoas se limita-ram ao surgimento de 193 casos de cloroacne (doença de pele atribuída ao contato com a dio-xina). Os efeitos à saúde de longo prazo ainda são monitorados.

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Esse acidente gerou um profundo impacto na Europa, ainda sob o impacto do acidente de Flixborough na Inglaterra, em 1974, e originou o desenvolvimento da Diretiva de Seveso – EC Di-rective on Control of Industrial Major Accident Hazards –, em 1982.

Cidade do México

Na manhã de 19/11/1984, por volta das 5h35 ocorreu a explosão de uma nuvem de vapor e uma série de BLEVEs na base de armazenamen-to e distribuição de Gás Liquefeiarmazenamen-to de Petróleo (GLP) da empresa PEMEX, localizada no bairro de San Juanico, Cidade do México.

A base recebia GLP de três refinarias dife-rentes por meio de gasoduto. A capacidade prin-cipal de armazenamento da base era de 16.000 m³ (aproximadamente 8.960.000 kg) de GLP, dis-tribuídos em: duas esferas com capacidade in-dividual de 2.400 m³, quatro esferas menores de 1.600 m³ de capacidade individual e 48 cilindros horizontais (capacidades individuais variando de 36 m³ a 270 m³). No momento do acidente, a PE-MEX estava com o armazenamento em torno de 11.000 m³ de GLP.

A catástrofe iniciou-se com o vazamento de gás devido à ruptura de uma tubulação de 8 po-legadas de diâmetro que transportava o gás de uma das esferas para os reservatórios cilíndricos. A sala de controle da PEMEX registrou por volta das 5h30 uma queda de pressão em suas insta-lações e também em um duto localizado a 40 km de distância, porém a sala de controle não conse-guiu identificar a causa dessa queda de pressão. A liberação aconteceu por 5-10 minutos, formando

Dicionário

Dicionário

BLEVE: do original inglês Boiling Liquid Expanding

Vapor Explosion. Fenômeno decorrente da

explo-são catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica com projeção de fragmentos e de ex-pansão adiabática (CETESB, 2003).

uma imensa nuvem de gás inflamável, a qual foi levada por um vento de destino sudoeste, aju-dado pela inclinação do terreno, até encontrar a fonte de ignição e explodir. Nesse caso, a fonte de ignição direta foi o flare instalado inadequada-mente ao nível do solo, pois, no entendimento da empresa, dada a força dos ventos no local, a insta-lação do flare a uma altura mais elevada compro-meteria a sua eficiência.

A explosão da nuvem atingiu cerca de 10 residências e iniciou o incêndio nas instalações da base. A vizinhança pensou tratar-se de um terremoto devido ao forte barulho da explosão. Por volta das 5h45 da manhã ocorreu o primeiro BLEVE, após um minuto outro BLEVE aconteceu, sendo o mais violento dessa catástrofe, gerando uma bola de fogo com mais de 300 m de diâme-tro. Ocorreram mais de 15 explosões, BLEVE nas quatro esferas menores e em muitos dos reser-vatórios cilíndricos, explosões dos caminhões--tanque e botijões, chuva de gotículas de GLP, transformando tudo que atingiam em chamas; alguns reservatórios e pedaços das esferas trans-formaram-se em verdadeiros projéteis, atingindo edificações e pessoas.

Os trabalhos de extinção do fogo e preven-ção de novas explosões terminaram às 23 horas. As consequências desse acidente foram trágicas: morte de 650 pessoas, mais de 6.000 feridos e destruição total da base.

Vila Socó – Cubatão

Este é outro exemplo de um acidente am-biental que provavelmente você tenha conheci-mento. Infelizmente, o Brasil não deixou de sofrer com os problemas decorrentes de um grande aci-dente ambiental.

Por volta das 22h30 do dia 24/02/1984, mo-radores da Vila Socó (atual Vila São José), Cubatão/ SP, perceberam o vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobras, que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa.

A tubulação passava em região alagadiça, em frente à vila constituída por palafitas. Na

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noi-te do dia 24, um operador alinhou inadequada-mente e iniciou a transferência de gasolina para uma tubulação (falha operacional) que se encon-trava fechada, gerando sobrepressão e ruptura da mesma, espalhando cerca de 700 mil litros de gasolina pelo mangue. Muitos moradores, visan-do a conseguir algum dinheiro com a venda de combustível, coletaram e armazenaram parte do produto vazado em suas residências. Com a mo-vimentação das marés, o produto inflamável es-palhou-se pela região alagada e cerca de 2 horas

após o vazamento aconteceu a ignição seguida de incêndio. O fogo se alastrou por toda a área alagadiça superficialmente coberta pela gasolina, incendiando as palafitas.

O número oficial de mortos é de 93, porém algumas fontes citam um número extraoficial su-perior a 500 vítimas fatais (baseado no número de alunos que deixou de comparecer à escola e à morte de famílias inteiras sem que ninguém re-clamasse os corpos), dezenas de feridos e a des-truição parcial da vila.

1.3 Consequências

Esses acidentes caracterizaram-se por ex-trapolar as divisas das indústrias, projetando-se nas populações e meio ambiente a posteriori, com efeitos de médio e longo prazo.

Como consequência, essas discussões le-varam ao surgimento das primeiras leis e regula-mentações sobre segurança industrial e controle ambiental nos principais países industrializados.

1.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo você pôde verificar que a preocupação com a questão ambiental é algo relativamente recente no contexto industrial, pois até a década de 1970 esse tema era praticamente ignorado pelas grandes indústrias. A preocupação à época restringia-se a minimizar as perdas e danos relativos ao processo industrial, praticamente inexistindo a preocupação com os danos causados à po-pulação e ao meio ambiente.

Devido à repercussão das consequências dos acidentes ambientais ocorridos nos anos 1970, esse tema veio à tona e tornou-se objeto de extrema importância para os governos, originando, assim, as pri-meiras normas e legislações ambientais.

Você também conheceu e aprendeu um pouco mais sobre alguns dos principais acidentes ambien-tais ocorridos em diversos países do mundo, onde foram expostas as causas e consequências, e também teve ciência dos documentos que servirão de base para os conceitos e referenciais teóricos que serão estudos no decorrer desta disciplina, cujo teor será discutido nos próximos capítulos.

(13)

1. Faça uma pesquisa e comente sobre a aplicação do Estudo de Análise de Riscos (EAR) em ou-tras áreas da ciência.

2. Faça uma pesquisa e comente sobre outros acidentes ambientais que tiveram grande reper-cussão mundial.

3. Comente sobre os riscos da utilização da energia nuclear e faça uma reflexão posicionando-se em relação à sua utilização no Brasil. Você é a favor ou contra? Apresente seus argumentos, justifique. Dê consistência à sua posição!

4. Faça uma pesquisa e comente sobre alguns acidentes nucleares e suas consequências para a população e o meio ambiente.

(14)

Caro(a) aluno(a), neste capítulo iremos efe-tuar uma breve discussão sobre o emprego das palavras Risco, Perigo e Dano, e em seguida apre-sentar as definições que serão utilizadas e as clas-sificações e definições para os diversos tipos de risco.

Como afirmado no capítulo anterior, encon-tramos na literatura diversos significados para a palavra risco. Também é comum aplicarmos a pa-lavra risco em nosso cotidiano nos mais variados contextos e com significados distintos.

Como exemplo, podemos citar o emprego da palavra risco, que utilizamos com o sentido probabilístico, matemático, a partir do qual essa palavra representa certa chance de algo aconte-cer. Dessa forma, entendemos que o risco é con-siderado elevado quando algum fato nos parece certo ou tem grande chance de acontecer, e con-sideramos um fato com risco baixo quando obser-vamos que a chance desse fato correr é reduzida. Sob a ótica ambiental, é costumeiro obser-var os efeitos das substâncias químicas conside-radas poluentes sobre o homem ou, mais ampla-mente, sobre o meio ambiente. Os efeitos podem decorrer das emissões contínuas ou intermiten-tes provenienintermiten-tes das indústrias, das diversas for-mas de transporte ou, genericamente, da ativida-de antrópica. É possível estimar e avaliar o risco dessas atividades, bem como propor formas de gerenciamento desse risco.

RISCO AMBIENTAL

2

2.1 Conceito de Risco

Formalmente, o risco, tratado dentro da visão mencionada, é definido como a

combi-nação entre a frequência de ocorrência de um acidente e a sua consequência. A adequada

composição desses fatores possibilita estimar o risco de um empreendimento, sendo o estudo de análise de risco a ferramenta utilizada para esse fim.

Com a estimativa realizada, é possível com-parar as diversas formas de expressão do risco com padrões previamente estabelecidos, fazen-do-se então a avaliação do risco, sendo, portanto, possível decidir sobre a viabilidade ambiental de um empreendimento.

O emprego predominante do estudo de análise de risco acontece durante o licencia-mento ambiental de fontes potencialmente geradoras de acidentes ambientais.

Risco segundo a Society for Risk Analysis é: o potencial de realização de consequências ad-versas indesejadas para a saúde ou vida humana, para o ambiente ou para bens materiais.

Atenção

Atenção

Antrópico: é um termo usado em Ecologia que se refere a tudo aquilo que resulta da atuação humana.

Por exemplo: ação antrópica é a ação do ho-mem sobre o habitat e as modificações dela resultantes.

(15)

Risco pode ser definido como a probabili-dade de uma comuniprobabili-dade sofrer consequências econômicas, sociais ou ambientais, em uma área particular e durante um tempo de exposição de-terminado.

Exemplos: ƒ

ƒ ferimento e/ou morte de seres vivos; ƒ

ƒ avaria de bens; ƒ

ƒ prejuízo na capacidade produtiva; ƒ

ƒ interrupção da atividade econômica. São fatores de risco:

ƒ ƒ a periculosidade; ƒ ƒ a vulnerabilidade; ƒ ƒ a exposição ao perigo.

Se qualquer um desses fatores aumenta-rem, o risco aumenta.

A CETESB (2013), por meio da Norma P4.261, define risco como sendo a medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre

a frequência de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (consequências).

A adequada composição desses fatores possibilita estimar o risco de um empreendimen-to, sendo o estudo de análise de risco a ferramen-ta utilizada para esse fim.

Consultando a apostila do curso sobre Es-tudo de Análise de Riscos e Programa de Geren-ciamento de Riscos do IBAMA, encontramos a seguinte definição: o Risco de uma determinada atividade pode ser entendido como o potencial de ocorrência de consequências indesejadas de-correntes da realização da atividade.

Dois aspectos importantes dessa definição: 1. O potencial de ocorrência expressa o

elemento de incerteza inerente ao con-ceito de risco. A sua expressão quanti-tativa pode ser feita com o conceito de probabilidade de ocorrência ou

analo-gamente com a frequência esperada de ocorrência.

2. As consequências indesejadas caracte-rizam o fato de que o conceito de risco está intimamente ligado a algum tipo de dano, seja para a saúde, para a vida, para o meio ambiente ou para as finan-ças individuais ou sociais.

Quantitativamente, o risco tem sido ex-presso como algum tipo de combinação (uma função matemática) entre a frequência espe-rada de ocorrência do evento indesejado e a

magnitude das suas consequências.

Observe que as três definições apresenta-das são idênticas e podem ser resumiapresenta-das generi-camente como:

RISCO = COMBINAÇÃO DE FREQUÊNCIA E CONSEQUÊNCIA

O IBAMA destaca, ainda nesse estudo, dois conceitos importantes em análise de risco, que são os conceitos de risco e perigo. Embora ainda haja alguma confusão entre os dois, existe atual-mente um consenso bastante grande sobre as definições desses dois termos.

Como destacado desde a introdução desta apostila, observe que são termos distintos.

(16)

Atenção

Atenção

PERIGO ≠ RISCO PERIGO

Característica de uma atividade ou substância que expressa a sua condição de causar algum tipo de dano a pessoas, a instalações ou ao meio ambiente.

Situação ou condição que tem potencial de acarretar consequências indesejáveis. É a propriedade intrínseca de uma substância perigosa ou de uma situação física de poder provocar danos à saúde humana e/ou ao ambiente

RISCO

Medida da capacidade que um perigo tem de se transformar em um acidente.

Está relacionado com a chance de ocorrerem falhas que “libertem” o perigo e da magnitude dos danos gerados. Contextualização de uma situação de perigo, ou seja, a possibilidade da materialização do perigo ou de um evento indesejado ocorrer.

Assim, temos que:

PERIGO = “Fonte de Riscos”

Analisando as definições apresentadas, va-mos definir o conceito de Risco de modo mais formal.

Assim, Risco será definido como o produ-to da probabilidade de ocorrência de um de-terminado evento pela magnitude das conse-quências.

R = P x C (Probabilidade x Magnitude da Consequência)

Efetuando uma análise matemática da equação representada, concluímos que a única forma de se ter risco zero consiste na completa eliminação do perigo (o resultado de uma

mul-tiplicação só é igual a zero se um dos fatores for zero), o que na maioria das vezes é impossível e este é o motivo de efetuarmos o Gerenciamento de Riscos.

Mas, por outro lado, esses riscos podem e devem ser minimizados, tornando-os tão baixos quanto seja necessário, adotando para isso algu-mas salvaguardas. Mas alguns fatores devem ser levados em consideração, como os custos que es-sas alterações podem implicar.

Para isso, foram adotados alguns critérios de aceitabilidade de riscos (seja qualitativo ou quantitativo). Caso contrário, não haveria como se tomar decisões relativas a investimentos em medidas para se aumentar a segurança de uma instalação.

2.2 Outros Conceitos Básicos

Com base no Manual de Análise de Riscos (nº 01/2001) da FEPAM e no Manual de Orienta-ção para a ElaboraOrienta-ção de Estudos de Análise de Riscos da CETESB – Norma P4.261, 2003 –, iremos apresentar algumas definições para os termos específicos e técnicos que serão utilizados no de-senvolvimento do Estudo de Análise de Risco.

À frente de cada terno, temos a fonte uti-lizada. Alguns termos estão relacionados duas vezes, apresentando os conceitos utilizados pela CETESB e pela FEPAM.

(17)

Acidente (CETESB)

Evento específico não planejado e indesejável, ou uma sequência de eventos que geram conse-quências indesejáveis.

Acidente (FEPAM)

Acontecimento não desejado que possa vir a re-sultar em danos físicos, lesões, doença, morte, agressões ao meio ambiente, prejuízos na produ-ção etc.

ALARA (FEPAM)

Do inglês As Low as Reasonably Achievable (tão baixo quanto razoavelmente atingível), significa que os riscos devem ser reduzidos sempre que o custo das medidas necessárias para redução for razoável quando comparado com os benefícios obtidos em termos de redução de riscos. Às vezes também mencionado na forma ALARP – As Low as Reasonably Possible (tão baixo quanto razoavel-mente possível).

Análise (FEPAM)

Procedimento técnico baseado em uma determi-nada metodologia, cujos resultados podem vir a ser comparados com padrões estabelecidos.

Análise de riscos (CETESB)

Estudo quantitativo de riscos numa instalação in-dustrial, baseado em técnicas de identificação de perigos, estimativa de frequências e consequên-cias, análise de vulnerabilidade e na estimativa do risco.

Análise de risco (FEPAM)

Constitui-se em um conjunto de métodos e téc-nicas aplicados a uma atividade proposta ou exis-tente. Identifica e avalia qualitativa e quantitati-vamente os riscos que essa atividade representa para a população vizinha, ao meio ambiente e à própria empresa. Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de acidentes, suas frequências esperadas de

ocor-rência e a magnitude das possíveis consequên-cias.

Análise de vulnerabilidade (CETESB)

Estudo realizado por intermédio de modelos ma-temáticos para a previsão dos impactos dano-sos às pessoas, instalações e ao meio ambiente, baseado em limites de tolerância estabelecidos através do parâmetro Probit para os efeitos de so-brepressão advinda de explosões, radiações tér-micas decorrentes de incêndios e efeitos tóxicos advindos da exposição a uma alta concentração de substâncias químicas por um curto período de tempo.

Área vulnerável (FEPAM)

Área no entorno da atividade, onde ambiente, população e trabalhadores encontram-se expos-tos aos efeiexpos-tos de acidentes. A abrangência dessa área é determinada pela Análise de Vulnerabili-dade.

Auditoria (CETESB)

Atividade pela qual se pode verificar, periodica-mente, a conformidade dos procedimentos de operação, manutenção, segurança e treinamen-to, a fim de se identificar perigos, condições ou procedimentos inseguros, para verificar se a ins-talação atende aos códigos e práticas normais de operação e segurança; realizada normalmente através da utilização de checklists, podendo ser feita de forma programada ou não.

Auditoria (FEPAM)

Conjunto de procedimentos que visam a avaliar a conformidade da atividade com os regulamen-tos, padrões, condições e restrições estabelecidos pela autoridade ambiental.

Avaliação de riscos (CETESB)

Processo pelo qual os resultados da análise de riscos são utilizados para a tomada de decisão, através de critérios comparativos de riscos, para definição da estratégia de gerenciamento dos

(18)

ris-cos e aprovação do licenciamento ambiental de um empreendimento.

Antes de prosseguir com a leitura das defi-nições que estamos apresentando, volte e releia atentamente as definições apresentadas para os termos Análise de Riscos e Avaliação de Riscos.

Neste momento, fica clara a diferenciação entre as expressões Análise de Risco e Avaliação

de Risco, que chamamos a atenção no início do

Capítulo 1.

Segundo a definição da CETESB, a Avaliação de Risco é um processo que será aplicado após a Análise de Riscos e que será utilizado para definir as estratégias que serão implementadas para o Gerenciamento de Riscos. Já a Análise de Riscos é basicamente o processo pelo qual aplicamos as técnicas de Identificação dos Perigos (assunto do próximo capítulo), obtendo, assim, dados quanti-tativos e qualiquanti-tativos e que servirão de base para efetuarmos a Avaliação de Riscos.

O Estudo de Análise de Riscos compreende, ainda, outras etapas, que serão discutidas nos ca-pítulos posteriores desta apostila.

BLEVE (CETESB)

Do original inglês Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion. Fenômeno decorrente da explosão ca-tastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmos-férica com projeção de fragmentos e de expansão adiabática.

Bola de fogo (fireball) (CETESB)

Fenômeno que se verifica quando o volume de vapor inflamável, inicialmente comprimido num recipiente, escapa repentinamente para a atmos-fera e, devido à despressurização, forma um volu-me esférico de gás, cuja superfície externa quei-ma, enquanto a massa inteira eleva-se por efeito da redução da densidade provocada pelo supera-quecimento.

Categorias de risco (FEPAM)

Hierarquia de risco estabelecida com base na po-tencialidade dos danos causados por acidentes, visando à priorização das ações de controle e fis-calização.

Concentração letal 50 (CL50) (CETESB)

Concentração calculada e estatisticamente obti-da de uma substância no ar que ingressa no orga-nismo por inalação e que, em condições bem de-terminadas, é capaz de causar a morte de 50% de um grupo de organismos de uma determinada espécie. É normalmente expressa em ppm (partes por milhão), devendo também ser mencionado o tempo de duração da exposição do organismo à substância.

Confiabilidade (FEPAM)

Probabilidade de que um equipamento ou siste-ma opere com sucesso por um período de tempo especificado e sob condições de operação defini-das.

Curva F-N (CETESB)

Curva referente ao risco social determinada pela plotagem das frequências acumuladas de aciden-tes com as respectivas consequências expressas em número de fatalidades.

Curva de iso-risco (CETESB)

Curva referente ao risco individual determinada pela intersecção de pontos com os mesmos valo-res de risco de uma mesma instalação industrial. Também conhecida como “contorno de risco”.

Dano (CETESB)

Efeito adverso à integridade física de um organis-mo.

Diagrama de instrumentação e tubulações (P & ID) (CETESB)

Representação esquemática de todas as tubula-ções, vasos, válvulas, filtros, bombas,

(19)

compres-sores etc. do processo. Os P & IDs mostram todas as linhas de processo, linhas de utilidades e suas dimensões, além de indicar também o tamanho e a especificação das tubulações e válvulas, incluin-do toda a instrumentação da instalação.

Dispersão atmosférica (CETESB)

Mistura de um gás ou vapor com o ar. Essa mistu-ra é o resultado da troca de energia turbulenta, a qual é função da velocidade do vento e do perfil da temperatura ambiente.

Distância à população fixa (dp) (CETESB)

Distância, em linha reta, da fonte de vazamento à pessoa mais próxima situada fora dos limites da instalação em estudo.

Distância segura (ds) (CETESB)

Distância determinada pelo efeito físico decor-rente do cenário acidental considerado, onde a probabilidade de fatalidade é de até 1% das pes-soas expostas.

Dose letal 50 (DL50) (CETESB)

Quantidade calculada e estatisticamente obtida de uma substância administrada por qualquer via, exceto a pulmonar, e que, em condições bem determinadas, é capaz de causar a morte de 50% de um grupo de organismos de determinada es-pécie.

Duto (CETESB)

Qualquer tubulação, incluindo seus equipamen-tos e acessórios, destinada ao transporte de pe-tróleo, derivados ou de outras substâncias quími-cas, situada fora dos limites de áreas industriais.

Efeito dominó (CETESB)

Evento decorrente da sucessão de outros eventos parciais indesejáveis, cuja magnitude global é o somatório dos eventos individuais.

Empreendimento (CETESB)

Conjunto de ações, procedimentos, técnicas e benfeitorias que permitem a construção de uma instalação.

Erro humano (CETESB)

Ações indesejáveis ou omissões decorrentes de problemas de sequenciamento, tempo (timing), conhecimento, interfaces e/ou procedimentos, que resultam em desvios de parâmetros estabe-lecidos ou normais e que colocam pessoas, equi-pamentos e sistemas em risco.

Estabilidade atmosférica (CETESB)

Medida do grau de turbulência da atmosfera, nor-malmente definida em termos de gradiente ver-tical de temperatura. A atmosfera é classificada, segundo Pasquill, em seis categorias de estabili-dade, de A a F, sendo A a mais instável, F a mais estável e D a neutra. A classificação é realizada a partir da velocidade do vento, radiação solar e percentagem de cobertura de nuvem; a condição neutra corresponde a um gradiente vertical de temperatura da ordem de 1 ºC para cada 100 m de altitude.

Estimativa de consequências (CETESB)

Estimativa do comportamento de uma substân-cia química quando de sua liberação acidental no meio ambiente.

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) (CETESB)

Processo de realização de estudos preditivos so-bre um empreendimento, analisando e avaliando os resultados. O EIA é composto de duas partes: uma fase de previsão, em que se procura prever os efeitos de impactos esperados antes que ocor-ra o empreendimento e outocor-ra em que se procuocor-ra medir, interpretar e minimizar os efeitos ambien-tais durante a construção e após a finalização do empreendimento. O EIA conduz a uma estimativa do impacto ambiental.

(20)

Explosão (CETESB)

Processo onde ocorre uma rápida e violenta libe-ração de energia, associado a uma expansão de gases acarretando o aumento da pressão acima da pressão atmosférica.

Explosão de vapor confinado (CVE) (CETESB)

A explosão de vapor confinado (CVE – Confined Vapour Explosion) é o fenômeno causado pela combustão de uma mistura inflamável num am-biente fechado, com aumento na temperatura e na pressão internas, gerando uma explosão. Esse tipo de explosão pode ocorrer com gases, vapo-res e pós. Nesse caso, grande parte da energia manifesta-se na forma de ondas de choque e qua-se nada na forma de energia térmica.

Explosão de nuvem de vapor não confinado (UVCE) (CETESB)

A explosão de nuvem de vapor não confinado (UVCE – Unconfined Vapour Cloud Explosion) é a rápida combustão de uma nuvem de vapor infla-mável ao ar livre, seguida de uma grande perda de conteúdo, gerada a partir de uma fonte de ig-nição. Nesse caso, somente uma parte da energia total irá se desenvolver sobre a forma de ondas de pressão e a maior parte na forma de radiação térmica.

Fator de Distância (FD) (FEPAM)

onde “distância (m)” é a menor distância, em me-tros, entre o ponto de liberação do fator de perigo e o ponto de interesse onde estão localizados os recursos vulneráveis.

Fator de Perigo (FP) (FEPAM)

MLA e MR ver adiante.

Consideram-se situações graves aquelas onde se possa observar:

a) Concentração no ar de substância tó-xica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 30 minutos;

b) Fluxo de radiação térmica capaz de cau-sar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 60 segundos; c) Explosão gerando combinação de

so-brepressão e impulso capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas.

Flashfire (CETESB)

Incêndio de uma nuvem de vapor em que a mas-sa envolvida não é suficiente para atingir o estado de explosão. É um fogo extremamente rápido em que todas as pessoas que se encontram dentro da nuvem recebem queimaduras letais.

Fluxograma de processo (CETESB)

Representação esquemática do fluxo seguido no manuseio ou na transformação de matérias--primas em produtos intermediários e acabados. É constituída de equipamentos de caldeiraria (tanques, torres, vasos, reatores etc.); máquinas (bombas, compressores etc.); e tubulações, vál-vulas e instrumentos principais, onde devem ser apresentados dados de pressão, temperatura, vazões, balanços de massa e de energia e demais variáveis de processo.

Frequência (CETESB)

Número de ocorrências de um evento por unida-de unida-de tempo.

Gerenciamento de riscos (CETESB)

Processo de controle de riscos compreendendo a formulação e a implantação de medidas e proce-dimentos técnicos e administrativos que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como manter uma instalação operando den-tro de padrões de segurança considerados tolerá-veis ao longo de sua vida útil.

(21)

IDLH (FEPAM)

Do inglês Immediately Dangerous to Life and Health (imediatamente perigoso para vida e saú-de), representa a máxima concentração de subs-tância no ar, à qual pode se expor uma pessoa por 30 minutos sem danos irreversíveis. Valores de concentrações (IDLH) para substâncias são esta-belecidos pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH).

Incêndio (CETESB)

Tipo de reação química na qual os vapores de uma substância inflamável combinam-se com o oxigênio do ar atmosférico e uma fonte de igni-ção, causando liberação de calor.

Incêndio de poça (pool fire) (CETESB)

Incêndio que ocorre numa poça de produto, a partir de um furo ou rompimento de um tanque, esfera, tubulação etc.; em que o produto estoca-do é lançaestoca-do ao solo, formanestoca-do uma poça que se incendeia, sob determinadas condições.

Instalação (CETESB)

Conjunto de equipamentos e sistemas que per-mitem o processamento, armazenamento e/ou transporte de insumos, matérias-primas ou pro-dutos. Para fins deste manual, o termo é definido como a materialização de um determinado em-preendimento.

Jato de fogo (jet fire) (CETESB)

Fenômeno que ocorre quando um gás inflamável escoa à alta velocidade e encontra uma fonte de ignição próxima ao ponto de vazamento.

LC50 (FEPAM)

Concentração da substância, no ar, para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de inalação, para um tempo de exposição menor ou igual a 8 horas.

*Obs.: Definição semelhante à concentração letal 50

LD50 (FEPAM)

Dose de substância para a qual 50% dos mamífe-ros mais sensíveis morrem em testes de absorção cutânea ou por ingestão oral.

*Obs.: Definição semelhante à dose letal 50 (DL50), utilizada pela CETESB.

LCLO (FEPAM)

A mais baixa concentração da substância, no ar, para a qual foi observada morte entre os mamífe-ros mais sensíveis, em testes de inalação.

LDLO (FEPAM)

A mais baixa dose da substância, para a qual foi observada morte entre os mamíferos mais sensí-veis, em testes de absorção ou por ingestão oral.

Licença Prévia (LP) (FEPAM)

Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabili-dade ambiental e estabelecendo os requisitos bá-sicos a serem atendidos nas fases de localização, implantação e operação.

Licença de Implantação (LI) (FEPAM)

Autoriza a instalação do empreendimento ou ati-vidade de acordo com as especificações constan-tes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e de-mais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.

Licença de Operação (LO) (FEPAM)

Autoriza a operação da atividade ou empreendi-mento, após a verificação do efetivo cumprimen-to do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

(22)

Licenciamento ambiental (CETESB)

Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, ins-talação, modificação, ampliação e a operação de empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais, consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar a degradação ambiental, considerando as disposições legais e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Limite Inferior de Inflamabilidade (LII) (CETESB)

Mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ig-nição. Concentrações de gás abaixo do LII não são combustíveis, pois, nessa condição, tem-se exces-so de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Essa condição é denominada “mis-tura pobre”.

Limite Superior de Inflamabilidade (LSI)

(CETESB)

Máxima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combus-tão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI não são com-bustíveis, pois, nessa condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra. Essa condição é deno-minada “mistura rica”.

Massa Liberada Acidentalmente (MLA)

(FEPAM)

É a maior quantidade de material perigoso capaz de participar de uma liberação acidental de subs-tância perigosa devido a vazamento ou ruptura de tubulações, componentes em linhas, bombas, vasos, tanques etc., ou por erro de operação ou de reação descontrolada ou de explosão confi-nada ou não, nas instalações em licenciamento. Na ausência de informações mais precisas, a MLA deve ser considerada como igual a 20% da massa de material estocado ou em processo. Havendo sistemas de segurança automáticos ou

procedi-mentos que justifiquem o uso de um tempo de vazamento menor do que o necessário para vazar menos do que 20% da massa do material consi-derado, a MLA poderá ser estimada com base nesse tempo, desde que devidamente justificado.

Massa de Referência (MR) (FEPAM)

É definida para cada uma das substâncias perigo-sas conforme apresentado no Apêndice 1 desse manual. Essa massa pode ser entendida como a menor quantidade da substância capaz de causar danos a uma certa distância do ponto de libera-ção.

Consideram-se situações graves aquelas onde se possa observar:

a) Concentração no ar de substância tó-xica capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 30 minutos;

b) Fluxo de radiação térmica capaz de cau-sar morte em 1% das pessoas expostas durante um tempo de 60 segundos; c) Explosão gerando combinação de

so-brepressão e impulso capaz de causar morte em 1% das pessoas expostas.

Perigo (CETESB)

Uma ou mais condições, físicas ou químicas, com potencial para causar danos às pessoas, à proprie-dade, ao meio ambiente ou à combinação destes.

Planta (CETESB)

Conjunto de unidades de processo e/ou armaze-namento com finalidade comum.

Plano de Ação de Emergência (PAE) (CETESB)

Documento que define as responsabilidades, diretrizes e informações, visando à adoção de procedimentos técnicos e administrativos, estru-turados de forma a propiciar respostas rápidas e eficientes em situações emergenciais.

(23)

Ponto de ebulição (CETESB)

Temperatura na qual a pressão interna de um lí-quido iguala-se à pressão atmosférica ou à pres-são à qual está submetido.

Ponto de fulgor (CETESB)

Menor temperatura na qual uma substância libe-ra vapores em quantidades suficientes palibe-ra que a mistura de vapor e ar, logo acima de sua super-fície, propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

População fixa (CETESB)

Pessoa ou agrupamento de pessoas em residên-cias ou estabelecimentos industriais ou comer-ciais, presentes no entorno de um empreendi-mento. Vias com grande circulação de veículos, como rodovias, grandes avenidas e ruas movi-mentadas, devem ser consideradas como “popu-lação fixa”.

Pressão de vapor (CETESB)

Pressão exercida pelos vapores acima do nível de um líquido. Representa a tendência de uma subs-tância gerar vapores. É normalmente expressa em mmHg a uma dada temperatura

Probabilidade (CETESB)

Chance de um evento específico ocorrer ou de uma condição especial existir. A probabilidade é expressa numericamente na forma de fração ou de percentagem.

Probit (CETESB)

Parâmetro que serve para relacionar a intensi-dade de fenômenos como radiação térmica, so-brepressão e concentração tóxica com os danos que podem causar às estruturas ou pessoas. O Probit (unidade de probabilidade) é uma variável randômica com média 5 e variância 1. O valor do Probit é relacionado a uma determinada porcen-tagem por meio de curvas ou tabelas.

Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)

(CETESB)

Documento que define a política e diretrizes de um sistema de gestão, com vistas à prevenção de acidentes em instalações ou atividades potencial-mente perigosas.

Relatório Ambiental Preliminar (RAP) (CETESB)

Documento de caráter preliminar a ser apresen-tado no processo de licenciamento ambiental no estado de São Paulo. Tem como função instru-mentalizar a decisão de exigência ou dispensa de EIA/RIMA para a obtenção da Licença Prévia.

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

(CETESB)

Documento que tem por objetivo refletir as con-clusões de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Suas informações técnicas devem ser expressas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas adequadas, quadros, gráficos e outras técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender claramente as possíveis consequências ambientais e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

Risco (CETESB)

Medida de danos à vida humana, resultante da combinação entre a frequência de ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (consequências).

Risco individual (CETESB)

Risco para uma pessoa presente na vizinhança de um perigo, considerando a natureza da injúria que pode ocorrer e o período de tempo em que o dano pode acontecer.

Risco individual (FEPAM)

Risco individual é a frequência anual esperada de morte devido a acidentes com origem em uma instalação para uma pessoa situada em um deter-minado ponto nas proximidades da mesma.

(24)

Risco social (FEPAM)

Risco social associado a uma instalação ou ativi-dade é o número de mortes esperadas por ano em decorrência de acidentes com origem na ins-talação/atividade, usualmente expresso em mor-tes/ano.

Risco social (CETESB)

Risco para um determinado número ou agrupa-mento de pessoas expostas aos danos de um ou mais acidentes.

Rugosidade (CETESB)

Medida da altura média dos obstáculos que cau-sam turbulência na atmosfera, devido à ação do vento, influenciando na dispersão de uma nuvem de gás ou vapor.

Sistema (CETESB)

Arranjo ordenado de componentes que estão inter-relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas, para cumprir uma tarefa ou fun-ção num determinado ambiente.

Substância (CETESB)

Espécie da matéria que tem composição definida.

Substâncias tóxicas (FEPAM)

São consideradas substâncias de ação tóxica, isto é, com risco grave para a saúde, após exposição, as substâncias que tenham um dos itens abaixo:

ƒ

ƒ LC50 # 2000 mg/m3, para um tempo de

exposição # 4 horas, (LC50 = concen-tração da substância, no ar, para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis mor-rem em testes de inalação);

ƒ

ƒ LD50 – Cutânea # 400 mg/kg de massa corpórea (LD50 – Cutânea = dose para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis morrem em testes de absorção cutâ-nea);

ƒ

ƒ LD50 – Oral # 200 mg/kg de massa cor-pórea (LD50 – Oral = dose para a qual 50% dos mamíferos mais sensíveis mor-rem em testes de absorção por via oral). No caso de não serem disponíveis os dados de LC50 ou LD50, para determinada substância, de-vem ser utilizados os LCLO ou LDLO correspon-dentes, que têm o significado de serem a mais baixa concentração ou a mais baixa dose para a qual foi observado qualquer caso de morte do mamífero mais sensível.

Substâncias combustíveis e inflamáveis

(FEPAM)

Substâncias combustíveis são aquelas que po-dem reagir exotermicamente e de modo autos-sustentado com um agente oxidante, usualmen-te o oxigênio do ar, com emissão de luz e calor. São classificadas como substâncias inflamáveis as substâncias combustíveis cujo ponto de fulgor é inferior a 55 ºC.

Substâncias explosivas (FEPAM)

Substâncias explosivas são aquelas capazes de causar uma súbita liberação de gases e calor, ge-rando rápido aumento de pressão, quando sub-metidas a choque, pressão ou alta temperatura.

Substância perigosa (FEPAM)

Substância que se enquadre em qualquer uma das definições de substância tóxica e/ou combus-tível e inflamável e/ou explosiva.

Unidade (CETESB)

Conjunto de equipamentos com finalidade de armazenar (unidade de armazenamento) ou de provocar uma transformação física e/ou química nas substâncias envolvidas (unidade de proces-so).

(25)

Uma das formas de classificar os riscos é considerar situações potenciais de perdas e da-nos ao homem e ao meio ambiente, dividindo-os em algumas classes e subclasses e tendo como ponto de partida os Riscos Ambientais (CERRI; AMARAL, 1998).

2.3 Tipos de Risco

Os Riscos Ambientais podem ser classifica-dos como Riscos Naturais e Riscos Antrópicos, e estes são subdivididos em Riscos Tecnológicos e Riscos Sociais.

Outras subdivisões para a classificação dos riscos seguirão adiante.

Figura 2 – Pré-classificação dos riscos ambientais – parte I.

Riscos antrópicos

ƒ

ƒ Riscos Sociais: podem ser causados

pela sociedade ou riscos com conse-quências para a sociedade humana, como assaltos, guerras etc.

ƒ

ƒ Riscos Tecnológicos: são aqueles cuja

origem está diretamente ligada à ação humana. Podem ser causados por va-zamentos de produtos tóxicos ou infla-máveis, radioativos, quedas de aviões, colisão de automóveis etc.

Esses riscos são causados por diferentes ações antrópicas, como:

ƒ

ƒ utilização ou liberação de substâncias químicas,

ƒ

ƒ radiações ionizantes; ƒ

ƒ organismos geneticamente modifica-dos.

As atividades de risco são chamadas de perigosas, e incluem as atividades capazes de causar dano ambiental, como muitas atividades industriais, o transporte e o armazenamento de produtos químicos, o lançamento de poluentes e a manipulação genética, entre outros.

Essas atividades podem acarretar danos materiais aos ecossistemas e à saúde do homem.

(26)

Segundo Sevá Filho (1988), a abordagem desse tipo de risco deve levar em conta três fa-tores indissociáveis: o processo de produção (re-cursos, técnicas, equipamentos, maquinário); o processo de trabalho (relações entre direções

em-presariais e estatais e assalariados); e a condição humana (existência individual e coletiva, ambien-te). Onde for encontrado pelo menos um desses fatores, haverá o risco tecnológico ou a probabili-dade de um problema causado por tal risco.

Figura 3 – Fatores impactantes no risco antrópico.

Fonte: Sevá Filho (1988).

Saiba mais

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Os EUA são referência mundial quando se quer pesquisar algo sobre EAR. Eles desenvolveram uma complexa estru-tura para tratar desse tema. Por meio de seu órgão principal, US Environmental Protection Agency, o EPA, desenvol-veram metodologias para a avaliação, gerenciamento e redução dos riscos, que são aplicadas em diversas áreas e não somente na área industrial.

No site desse órgão, você pode encontrar manuais, metodologias e instruções sobre o EAR.

Mas não desanime no meio dessa leitura, caso não domine a língua inglesa. Faça uma simples busca no Google pelo termo US Environmental Protection Agency e clique no link “traduzir esta página”. A tradução fica muito bem feita para o português, o que nos possibilita acessar a todas as informações. O tradutor efetua, inclusive, a tradução de alguns guias e manuais. Não deixe de acessar esse site e aprender um pouco mais sobre esse tema tão rico.

O endereço do site é: www.epa.gov

Prosseguindo com o processo de classifica-ção dos riscos, temos que os Riscos Tecnológicos são subdivididos em dois tipos de risco:

ƒ

ƒ Agudos: são decorrentes do mau

fun-cionamento de um sistema tecnoló-gico, como, por exemplo, acidentes industriais ampliados, vazamento de petróleo de um duto ou navio.

ƒ

ƒ Crônicos: são decorrentes da exposição

da população a agentes físicos, como ruído, e/ou a agentes químicos, como

substâncias presentes em águas sub-terrâneas utilizadas para abastecimen-to doméstico, e à liberação contínua de pequenas quantidades de poluentes.

Riscos naturais

Na caracterização de situações de risco na-tural, deve-se sempre levar em conta a ação do homem como deflagrador ou acelerador dos pro-cessos naturais. A intensidade e frequência dos

(27)

fenômenos podem ser aumentadas devido às ações antrópicas.

Por sua vez, os Riscos Naturais também são subdivididos em dois grupos: Riscos Físicos e Ris-cos BiológiRis-cos.

Figura 4 – Pré-classificação dos riscos ambientais – parte II.

Os Riscos Biológicos são divididos em ris-cos associados à fauna e risris-cos associados à flora. Os riscos associados à fauna estão relacionados à atuação de agentes vivos, como organismos patogênicos. Como exemplos, podemos citar a dengue, febre amarela, picadas de animais, doen-ças provocadas por vírus e bactérias, pragas (roe-dores, gafanhotos etc.) e epidemias de gripe. Os

riscos associados à flora estão relacionados a doenças provocadas por fungos, pragas (ervas daninhas), ervas tóxicas e venenosas etc.

Já os Riscos Físicos são associados aos pro-cessos do meio físico, sendo divididos em 3 gru-pos: riscos atmosféricos (ar), geológicos (solo e rocha) e hidrológicos (água).

(28)

ƒ

ƒ Atmosféricos: como as situações de

risco sempre estão associadas a proces-sos, temos que os riscos atmosféricos são oriundos de processos e fenôme-nos meteorológicos e climáticos. Po-dem ser de temporalidade curta, como os furacões, tornados, trombas de água, tempestades, granizo e raios, ou de temporalidade longa, como as secas. ƒ

ƒ Hidrológicos: são os riscos oriundos de

processos e fenômenos hidrológicos, como as chuvas intensas e inundações, enchentes e alagamentos.

ƒ

ƒ Geológicos: os riscos geológicos são

associados aos processos geológicos, podendo ser subdivididos em dois gru-pos, relacionados predominantemente à geodinâmica interna ou externa. Po-demos citar como exemplos de riscos endógenos os sismos e atividades vul-cânicas, tsunamis (associados à geodi-nâmica interna), e como exemplos de riscos exógenos os escorregamentos, erosões e assoreamentos, subsidência e colapsos, solos expansivos, entre ou-tros (associados à geodinâmica exter-na).

ƒ

ƒ Siderais: são os riscos que têm origem

fora do planeta, como uma queda de meteoritos.

Atenção

Atenção

Subsidência: processo caracterizado pelo afun-damento da superfície de um terreno em rala-ção às áreas circunvizinhas. É o processo oposto ao levantamento tectônico, que resulta numa elevação da superfície. A subsidência pode ser devida a fenômenos geológicos, tais como dis-solução, erosão, compactação do material de superfície, falhas verticais, terremotos e vulca-nismos. Normalmente o fenômeno acontece de forma gradual e mais raramente de forma brusca e repentina.

A seguir temos um esquema com a classifi-cação final dos riscos ambientais.

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Figura 6 – Classificação final dos riscos ambientais.

(30)

Caro(a) aluno(a), neste capítulo apresentamos importantes conceitos e definições, que serão muito úteis em nossa disciplina. Voltamos a destacar, que neste momento deve estar muito claro para você, as diferenças entre Perigo, Risco e Dano. Também é importante reconhecer a diferença entre Identificação de Perigos, Análise de Riscos e Avaliação de Riscos.

Além da definição de uma série de outros conceitos, verificamos também como os riscos são clas-sificados.

2.4 Resumo do Capítulo

2.5 Atividades Propostas

1. Escreva com suas palavras a definição de Perigo. Após responder a esta pergunta, procure a definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu correta-mente.

2. Escreva com suas palavras a definição de Risco. Após responder a esta pergunta, procure a defi-nição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente. 3. Escreva com suas palavras a definição de Dano. Após responder a esta pergunta, procure a defi-nição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente. 4. Escreva com suas palavras a definição de Análise de Risco. Após responder a esta pergunta,

procure a definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente.

5. Escreva com suas palavras a definição de Avaliação de Risco. Após responder a esta pergunta, procure a definição dada neste capítulo e verifique se você compreendeu o conceito e definiu corretamente.

Referências

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