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AS ALTERNATIVAS PENAIS EM ESPAÇOS SÓCIO-CULTURAIS

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AS ALTERNATIVAS PENA -CULTURAIS

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desenvolvimento local pela Univers graduada em

Faculdade Salesi FACIG). RESUMO Analisa a -Palavras-chaves: ABSTRACT

Analyze the experience from the penal alternatives in social-cultural spaces. The analysis reference is the " The Social-Cultural Project from the Social and Psychological Service from the

Penal Execution and Alternative Measures Judgeship -SSP/VEPEMA",

highlighting the photography workshop, emphasizing the importance of the penal purpose revision and the convicted social rehabilitation, based on legal and conceitual basis of the " Alternative Criminal Politics".

Key-words: Criminal law; Penal alternatives; Criminal rehabiliation; Prisoner resocialisation

e dez anos as penas alternativas

Brasileiro e demarcou novas bases conceituais ,

Fernando Henrique Cardoso, justificou a medida 1998, afirmando que:

[...] as penas privativas de liberdade, preponderante de promover a

criminal, revelaram-se inadequadas sobretudo porque, no ambiente pr

desenvolvimento social do preso (CARDOSO, 1998).

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

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9.714/98 foi ampliar as possibilidades de substituir as penas privativas de liberdade pela

Esse novo marco legal inov

pertinente, com o programa Nacional de 19 de dezembro de 1990, que

NATIONS, 1990). finalidade da pen

dialoga com os objetivos do III Encontro criminal e o estabelecimento do novo marco

os condenados. Em

Esse artigo apresenta os primeiros

SSP/VEPEMA A

efetuado em 2007, que teve por supervisora

supervisora de campo a assistente social e coordenadora da equipe do a Rodrigues da Penha.

O citado projeto desdobrou-se Um novo olhar: oficina de fotografia para os reeducandos da Alternativas

artigo. Esse subprojeto foi elaborado pelos estudantes do curso de fotografia

Lino Clero Feletti, aluno do Curso de gia Visual Paulo de Barros.

-cultural

como o interesse de ter a cultura e a arte do infrator. Em seguida, ocorre a

A MO TOS DA

AL

Segundo Delmas-Marty (1983, p. corpo social organiza as respostas ao

criminal para o Brasil apresentado ao

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p. 2), no qual ele

ex-Presidente do Conselho Nacional de P entendimento:

O mundo moderno coloca o Direito diante da necessidade de restabelecer a fundamentais da humanidade.

sentido de evitar que a pobreza e a perante a lei.

das

-

promover o senso de responsabilidade entre os conferindo-lhes tratamento como forma de

.

Penas e Medidas Alternativas para serem Cumprindo com a nova l

Lima criou a Central de Penas e Medidas (VEP).

registra 1):

Na tentativa de minimizar os graves problemas apresentados

Medidas Alternativas, para assim garantir o cumpriment

sobretudo, inteligente, pois

-estima, seu futuro social e, em Encontramos esse mesmo Lei dezembro de 1995, que criou instituiu este comunidade e familiares, bem como seu ajustamento individual

DO ESPIRITO SANTO, 1995).

penas alternativas. Em 2006, o Tribunal

aprovado por unanimidade e, em seguida, sancionado pelo Governador Paulo

tornou-(2001), ao [...] o que elas possuem de positivo, sua capacidade produtiva, entendendo o

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trabalho como agente socializador e de aumento de sua auto-estima, e despertar a A autora envolvimento da comunidade nos problemas relativos ao aumento da criminalidade buscando alternativas ao s

novo olhar sobre esta p

modalidades de programas, o

de a Social.

A CULTURA E A ARTE COMO

POSSIBILIDADE PARA A

NFRATOR

o interesse

perfil dos reeducandos atendidos pelo SSP/VEPEMA.

idade entre 23 e 40 anos, que acum

baixa renda , o intelectual baixa escolaridade , o racial judicial, eles sofrem instabilidade individual e familiar devido ao estigma imposto pela sociedade ao sentenciado. infratores independentemente da

sem atestado de bons antecedentes.

dos

resulta na perda do documento exigido pelas empresas para o contrato de trabalho, o atestado de bons antecedentes. Somando-se a isso, a

-possibilidades para uma segunda chance. Ess

SSP/VEPEMA diante do dilema seja por causa das necessidades necessidades concerne

e profissional.

SSP/VEPEMA decidiu ampliar os setores envolvidos com as penas alternativas e oferecer, aos reeducandos, maior leque explicada por Simionatto (1998, p. 14), o Processo de Trabalho recorreu a Marx

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e culturais. Sem

com os reeducandos. A atividade aconteceu no Direitos Humanos de 2005, no Teatro Carlos

um sucesso e se repetiu no ano seguinte. Dois anos mais tarde foi realizado o

-cultural, o qual se ancorou na Welfare State

Conforme afirma Abreu (2002, p. 21), para o Welfare State criar uma

-la em normas de conduta, ele utilizou-se do Estado (via, escola e tribunais , institutos legais e aparatos arte, literatura, folclore, etc.

promoveu-atividades orientadas, individuais e em grupos. para ele

-se desenvolver a outro, pa

sociais efetuadas. Ou seja, esperava-se que as

participantes a refletir sobre sua conduta e a enquanto pessoa afirmando suas

Para concretizar tais intentos, buscou-se a parceria com artistas e promotores culturais. Foram levantadas as demandas junto aos reeducandos atendidos pelo SSP/VEPEMA. E elaborou-se um plano de monitoramento das atividades realizadas pelo projeto durante o ano de 2007 visando produzir -Cultural previu das demandas dos reeducandos, a de ano, a III Tarde Cultural, quando foram certificados os cursistas de fotografia. Foi dentre as que foram feitas pelos cursistas e pelos monitores durante as aulas. A maio/2008.

avaliadas a partir das seguintes categorias e indicadores:

a)

reeducandos acompanhados pelo SSP-VEPEMA, que foi realizado

b) o de

c)

qualidade das fotos feitas por eles e as imagens produzidas por eles d)

reeducandos que participarem das III Tarde Cultural.

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar

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NTENCIONALIDADE SE MATERIALIZA NUMA OFICINA DE FOTOGRAFIA

Um novo olhar: oficina de fotografia para os reeducandos da Vara de

ernativas -culturais realizadas em 2007. Os estudantes de fotografia justificaram o projeto com o seguinte embasamento:

imag

oferecer estas imagens. Ao nascer, a

vamos desenvolvendo-nos como pessoas, a imagem vai se tornando -escola, no ensino fundamental, nos fotografia, etc. [...]. O grande questionamento que faze

desta oficina visa discutirmos a imagem em geral. Esperamos que os participantes dela possam, ao final, ter dia a dia, de maneira mais bem elaborada, os questionamentos que a imagem, de maneira especial a fotografia, lhe traz. Os reeducandos da criticamente as imagens apreendidas por eles ao longo de suas vidas, bem como, os atos por eles praticados e as imagens que os delitos projetam.

fotografia materializaram-se nos objetivos do projeto acima citado:

1- s

cinema, tv, jornais, revistas, outdoor, etc. 2- Proporcionar aos reeducandos a oportunidade de, ao cumprirem sua pena alternativa, fazerem uma releitura das atos por eles praticados e das imagens que estes delitos projetam.

que implementaram duas oficinas a prevista para 20 alunos, na qual se inscreveram 28, compareceram 13 e somente 8 -9-2007 a

1-12-I - OFICINA: Se reeducandos

monitores

Objetivo: Conhecimento pessoal, social, olhar, cultural, imagem em geral.

Solicitar, aos aprendizes, material escura -

Solicitar material para pinrolli.

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar G, v. 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

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Fotografar e revelar em pinrolli Solicitar material para fotograma.

II -

e Obturador

com acompanhamento dos monitores revelar e analisar as fotos.

RESULTADOS OBTIDOS

pelo Cadastro para Atividades Culturais conforme o previsto. Apesar de ter sido uma amostragem muito pequena, o levantamento de

comunidade que cumprem pena no SSP/VEPEMA trabalhando como recepcionistas

aquelas que voluntariamente se depuseram a -lo. Dentre 50 pessoas que responderam, 35 pessoas escolheram a fotografia, a pintura veio em segundo lugar com

-cultural. para ser dado em 30h e realizou 35h de participantes, no entanto, somente 28 pessoas se inscreveram e, destas, apenas 13

somente oito pessoas. Dentre os profissional. Somente um cursista participou dessa atividade para cumprir com seu dever legal. O resultado final da aprendizagem foi surpreendente. A muito superior ao esperado, especialmente se considerar o fato de serem pessoas que nunca haviam utilizado equipamento profissional. A O monitoramento da oficina via, dentre outros, a de cada um sobre o curso, bem como, a imagens produzidas por eles. Foram

proposto aos cursistas escolherem uma de suas fotos que melhor expressasse a eles se encontram neste momento de suas vidas. Em seguida, o Coordenador cada foto selecionada por eles. O resultado

encontra-iniciais do apenado.

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

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Figura 1. Fotografia do Cursista A.S.S.

Figura 2. Fotografia do Cursista F.C.O.

Figura 3. Fotografia do Cursista J.M.

Figura 4. Fotografia do Cursista J.B.S.

Revista Facig (ISSN 1808-6136). Pensar

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Figura 5. Fotografia do Cursista H.S.S

Figura 6. Fotografia do Cursista J.P.N.

Figura 7. Fotografia do Cursista A.G.

VEPEMA, a III Tarde Cultural. Compareceram cerca de 300 pessoas. vel e contou reeducandos que participaram da oficina

investir na profi

tal. Nessa tarde, eles receberam o

oficina de fotografia para os reeducandos da Vara

perfazendo 21 fotos dos reeducandos, acrescida de fotos dos monitores sobre a

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

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omes, ela

Os participantes da Tarde Cultural ficaram surpresos com o resultado final do seja a desenvoltura e o alto astral dos cursistas. Assim, foi demonstrado que a arte e a cultura penais.

Primeiramente, vale considerar que o projeto foi executado e, apesar das dificuldades

artes e da cultura.

pela postura dos cursistas durante as atividades (responsabilidade, pontualidade, empenho, presteza, bom astral e otimismo crescente osamento entre avaliativas dos cursistas, tais como: Eu e os demais precisamos de mais oportunidades, como esta oficina, para que possamos acreditar

J.M.). iada pelas artes, com diferentes grupos sociais demonstrou sua utilidade para sensibilizar os participantes a refletir sobre sua conduta e a buscar, no pessoa, o que pode ser verificado nas palavras do cursista F.C.O.:

separados, mas quando se juntamos, se

Barros (2007) durante pronunciamento feito na abertura do curso oferecido quando ele disse:

uma foto custa R$10,00. Qualquer um

ficha de antecede

problema grande para os reeducandos conseguirem trabalho.Foi surpreendente a observa o cursista J.P.N.:

Aprendi muito e, principalmente, do minhas fotos, eu mesmo tive a Minhas fotos revelam a qualidade do meu desenvolvimento, revelam a qualidade do ensino que eu tive, e, muito mais importante, revelam o que realmente aprendi.

Assim sendo, podemos afirmar o campo sociocultural pode ser sim, um -da cultura. ABREU, M.M. : perfis Paulo: Cortez, 2002. CARDOSO, F. H. de 25 de novembro de 1998. Mensagem <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/pa ginas/42/1998/9714.htm >. Acesso em: 20 mar. 2008.

alternativas.

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

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HYPERLINK "http://www.ssrevista.uel. br/n1v4.pdf"

http://www.ssrevista.uel. br/n1v4.pdf>. Acesso

em: 20 mar. 2008.

Proposta de uma nova no Brasil. "http://www.cjf.gov.br/revista/numero6/artigo16. htm"http://www.cjf.gov.br/revista/numero6/artigo 16.htm>. Acesso em: 25 mar. 2007.

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SIMIONATO, I. trabalho

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Estado do Es

Penal. Manual CEPAES: Central de Penas e Medidas Alt

Facig (ISSN 1808-6136). Pensar 6, n. 1, p. 69-79, Janeiro - Junho, 2012.

Referências

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