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Rigidez de planos projetivos minimizantes de área em 3-Variedades

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Academic year: 2021

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(1)˜ o - UFMA Universidade Federal da Maranha ˆncias Exatas e Tecnologia CCET Centro de Cie ´ s-Graduac ˜ o em Matema ´ tica - PPGMAT Programa de Po ¸a ˜ o de Mestrado Dissertac ¸a. Rigidez de Planos Projetivos Minimizantes de ´ Area em 3-Variedades. Geovan Carlos Mendonc ¸ a Campos. S˜ ao Lu´ıs - MA 2016.

(2) Rigidez de Planos Projetivos Minimizantes de ´ Area em 3-Variedades. Geovan Carlos Mendonc ¸ a Campos. Disserta¸ca˜o. de. Mestrado. apresentada. ao. Colegiado da P´os-Gradua¸ca˜o em Matem´atica da Universidade Federal do Maranh˜ao como requisito parcial para obten¸ca˜o do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica. Orientador: Profo . Dro . Ivaldo Paz Nunes.. S˜ ao Lu´ıs-MA 2016.

(3) Rigidez de Planos Projetivos Minimizantes de ´ Area em 3-Variedades. Geovan Carlos Mendonc ¸ a Campos. Disserta¸ca˜o. de. Mestrado. apresentada. ao. Colegiado da P´os-Gradua¸ca˜o em Matem´atica da Universidade Federal da Maranh˜ao como requisito parcial para obten¸ca˜o do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica, aprovada em 30/03/2016.. Banca examinadora:. Prof. Dr. Ivaldo Paz Nunes - UFMA. Prof. Dr. Feliciano Marc´ılio Aguiar Vit´orio - UFAL. Prof. Dr. Maxwell Mariano de Barros - UFMA.

(4) ` minha fam´ılia e amigos. A.

(5) ˆ “Eu sou o Alfa e o Omega, o princ´ıpio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” (Apocalipse 22:13 - B´ıblia Sagrada).

(6) Agradecimentos Agrade¸co a` Deus, por ter me dado a oportunidade de chegar onde cheguei, por me dar for¸cas todos os dias e por sempre estar presente em todos os momentos da minha vida. A toda minha fam´ılia, pelo apoio, incentivo, educa¸c˜ao e dedica¸ca˜o, por todo o amor e respeito que me deram. A todos os meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado. Ao meu orientador, professor Dr. Ivaldo Paz Nunes pela aten¸c˜ao e colabora¸ca˜o. Aos meus professores que acreditaram em mim e que me fizeram gostar cada vez mais desta a´rea. ` Universidade Federal do Maranh˜ao por propiciar a realiza¸ca˜o deste trabalho. A Enfim, agrade¸co a todos..

(7) Resumo Neste trabalho, dissertamos sobre o artigo “Area-minimizing Projective Planes in 3Manifolds” devido a Hubert Bray, Simon Brendle, Michael Eichmair e Andr´e Neves. Neste artigo eles consideram uma 3-variedades Riemannianas compactas (M 3 , g) com curvatura escalar positiva e que admitem planos projetivos mergulhados. Nestas condi¸c˜oes eles provam uma estimativa superior, em termo do ´ınfimo da curvatura escalar de (M, g), para a a´rea do plano projetivo que possui a menor a´rea dentro da classe de todas as superf´ıcies Σ ⊂ M homeomorfas ao plano projetivo. Al´em disso, eles provam que esta desigualdade ´e ´otima. Mais precisamente, eles obt´em que se a igualdade ocorre ent˜ao a. variedade Riemanniana (M 3 , g) ´e isom´etrica ao espa¸co projetivo tridimensional RP3 com a m´etrica de curvatura seccional constante.. Palavras-chave: Variedade Riemanniana, Plano projetivo minimizante, Superf´ıcie m´ınima..

(8) Abstract In this work, we talk about the article “Area-Minimizing Projective Planes in 3Manifolds” due to Hubert Bray, Simon Brendle, Michael Eichmair and Andr´e Neves. In this article they consider a compact Riemannian 3-manifold (M, g) with positive scalar curvature and an embedded projective plane. In these conditions they prove a higher estimate of curvature, in term of infimum of the scalar curvature of (M, g), for the area of the projective plane that has the smallest area within the class of all surfaces Σ ⊂ M. homeomorphic to projective plane. Furthermore, they prove that this inequality is great. More precisely, they get that if this equality hold in (M 3 , g), so M is isometric to the three-dimensional projective space RP3 with constant sectional curvature.. Keywords: Riemanniana manifold, minimizing Projective Plan, Minimal surface..

(9) Sum´ ario Introdu¸c˜ ao. 1. 1 Preliminares. 4. 1.1. 1.2. 1.3. Variedades Diferenci´aveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.1.1. Estrutura Diferenci´avel e Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.1.2. Aplica¸c˜oes Suaves e Diferencial de uma Aplica¸ca˜o . . . . . . . . . .. 6. 1.1.3. Fibrado Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.1.4. Variedades Orient´aveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 1.1.5. Campos de Vetores e Colchete de Lie . . . . . . . . . . . . . . . . . 11. Conceitos de Geometria Riemanniana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.2.1. M´etricas Riemannianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12. 1.2.2. Comprimento de Curvas e Volume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. 1.2.3. Conex˜ao Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15. 1.2.4. Transporte Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17. 1.2.5. Conex˜ao de Levi-Civita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18. 1.2.6. Geod´esicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19. 1.2.7. Curvatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21. Imers˜ao Isom´etrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.3.1. Primeira varia¸ca˜o da ´area . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33. 1.3.2. Segunda varia¸ca˜o da a´rea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35. 1.4. Variedades Riemannianas Completas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 1.5. Variedades com Curvatura Seccional Constante . . . . . . . . . . . . . . . 37. 1.6. Fluxo de Ricci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38. 1.7. Grupo fundamental e Espa¸co de recobrimento . . . . . . . . . . . . . . . . 40. 1.8. Transversalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44. ´ 2 Planos Projetivos Minimizantes de Area 2.1. 45. Prova do Teorema 2.0.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 9.

(10) 2.2. 2.1.1. Prova da desigualdade (2.3) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46. 2.1.2. Prova da desigualdade (2.2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48. Prova do Teorema 2.0.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51. Referˆ encias. 58.

(11) Introdu¸c˜ ao A Teoria das Superf´ıcies M´ınimas ´e um t´opico de estudo bastante cl´assico em Geometria Diferencial, tendo origem nos trabalhos de Lagrange no s´eculo XVIII sobre C´alculo das Varia¸co˜es, e uma a´rea de pesquisa bastante ativa nos dias atuais. Uma superf´ıcie m´ınima em uma variedade Riemanniana ´e uma superf´ıc´ıe que ´e ponto cr´ıtico do funcional a´rea. Apesar de ser um interessante objeto geom´etrico por si mesmo, superf´ıcies m´ınimas podem ser utilizadas como ferramentas para obter conclus˜oes sobre a topologia e a geometria do espa¸co ambiente. Por exemplo, no t´ermino da d´ecada de 70, R. Schoen and S. T. Yau [12] observaram que se (M 3 , g) ´e uma variedade Riemanniana compacta orient´avel com curvatura escalar positiva e Σ ⊂ M ´e uma superf´ıcie compacta orient´avel m´ınima e est´avel (isto ´e, possui. segunda varia¸ca˜o do funcional a´rea n˜ao-negativa), ent˜ao Σ ´e homeomorfa `a esfera S2 . No caso em que Σ ´e n˜ao-orient´avel, tem-se que Σ ´e homeomorfa ao plano projetivo RP2 . Inspirados por esta observa¸ca˜o, eles provaram o seguinte teorema o qual afirma que a existˆencia de curvatura escalar positiva imp˜oe restri¸co˜es sobre a topologia da variedade ambiente. Teorema (Schoen and Yau, 1979). Seja M uma variedade tridimensional compacta e orient´ avel. Se π1 (M ) cont´em um subgrupo isomorfo ao grupo fundamental de uma superf´ıcie compacta orient´avel com gˆenero g > 1, ent˜ ao M n˜ao admite m´etrica Riemanniana com curvatura escalar positiva. Como aplica¸ca˜o do teorema acima, temos, por exemplo, que o toro T3 = S1 × S1 × S1. n˜ao admite m´etrica com curvatura escalar positiva.. Dois exemplos b´asicos de variedades Riemannianas tridimensionais orient´aveis com curvatura escalar positiva que admitem, respectivamente, esferas e planos projetivos m´ınimos est´aveis (de fato, minizantes de a´rea) s˜ao o cilindro S2 ×R com a m´etrica produto canˆonica e o espa¸co projetivo RP3 com a m´etrica de curvatura constante.. Neste trabalho, iremos dissertar sobre o resultado do artigo [3], devido a H. Bray, S. Brendle, M. Eichmair e A. Neves em 2010. Neste artigo, eles provam um teorema de 1.

(12) 2 rigidez para o espa¸co projetivo RP3 em termos da ´area de planos projetivos minimizantes de ´area. Mais precisamente, considere uma variedade Riemanniana compacta (M 3 , g) com curvatura escalar positiva. Suponha que F = {Σ ⊂ M : Σ ´e homeomorfa a` RP2 } = 6 ∅ e seja A(M, g) = inf area(Σ, g). Σ∈F. Al´em disso, seja sys(M, g) a s´ıstole de (M, g), ou seja, sys(M, g) = inf{L(γ) : γ ´e uma curva fechada n˜ao contr´atil em M }. O primeiro resultado provado em [3] ´e o seguinte: Teorema A (Bray, Brendle, Eichmair and Neves, 2010). Nas condi¸co˜es acima, temos que A(M, g) inf Rg 6 12π M. (1). e. 2 sys(M, g)2 > 0, π onde Rg denota a curvatura escalar de M . A(M, g) >. (2). Obverse que combinando as desigualdades (1) e (2), obt´em-se sys(M, g)2 inf Rg 6 6π 2 . M. No espa¸co projetivo RP3 com a m´etrica g com curvatura seccional constante igual a 1 temos Rg ≡ 6 e sys(M, g) = π. Logo, segue que A(RP3 , g) = 2π. Em particular, em (RP3 , g) temos a igualdade nas desigualdades acima.. No segundo resultado temos o teorema de rigidez: Teorema B (Bray, Brendle, Eichmair and Neves). Seja (M 3 , g) uma variedade Riemanniana compacta com curvatura escalar positiva. Suponha que F 6= ∅. Se A(M, g) inf M R =. 12π, ent˜ ao (M, g) ´e isom´etrica ao espa¸co projeto RP3 com a m´etrica de curvatura constante. Observamos que um resultado an´alogo de rigidez para o cilindro S2 × R em termos da. a´rea de esferas minimizantes de ´area, foi provado por H. Bray, S. Brendle and Neves no artigo [4]..

(13) 3 Este trabalho est´a organizado em dois cap´ıtulos. No cap´ıtulo 1, apresentaremos os pr´e-requisitos necess´arios para o bom entendimento dos resultados acima e de suas respectivas demonstra¸c˜oes. Nas se¸co˜es 1.1 a 1.5, fornecemos os conceitos b´asicos referentes a` variedades diferenci´aveis, geometria Riemanniana e imers˜oes isom´etricas. Na se¸ca˜o 1.6, definimos o fluxo de Ricci e enunciamos os fatos b´asicos que ser˜ao utilizados neste trabalho. Nas se¸c˜oes 1.7 e 1.8 apresentamos alguns conceitos e resultados sobre grupo fundamental, espa¸cos de recobrimento e transversalidade. Finalmente, no cap´ıtulo 2, provamos os teoremas A e B, objetivos principais deste trabalho..

(14) Cap´ıtulo 1 Preliminares 1.1. Variedades Diferenci´ aveis. 1.1.1. Estrutura Diferenci´ avel e Exemplos. Defini¸c˜ ao 1.1.1. Uma variedade diferenci´ avel de dimens˜ao n ´e um conjunto M e uma fam´ılia de aplica¸co˜es biun´ıvocas xα : Uα ⊂ Rn → M de abertos Uα de Rn tais que: 1.. S. xα (Uα ) = M .. α. −1 2. Para todo par α, β, com xα (Uα ) ∩ xβ (Uβ ) = W 6= ∅, os conjuntos x−1 α (W ) e xβ (W ). ao diferenci´ aveis. s˜ ao abertos em Rn e as aplica¸co˜es x−1 β ◦ xα s˜. 3. A fam´ılia {(Uα , xα )} ´e m´ axima relativamente `as condi¸co˜es 1 e 2. O par (Uα , xα )(ou aplica¸ca˜o) com p ∈ xα (Uα ) ´e chamado uma parametriza¸ca˜o (ou. sistema de coordenadas) de M em p; xα (Uα ) ´e ent˜ao chamada vizinhan¸ca coordenada em p. Uma fam´ılia {(Uα , xα )} satisfazendo 1 e 2 ´e chamada uma estrutura diferenci´ avel em. M.. Observa¸c˜ ao 1.1.2. Uma estrutura diferenci´ avel em um conjunto M induz de uma maneira natural uma topologia em M . Basta definir que A ⊂ M ´e um aberto de M se ´ imediato verificar que M e o vazio x−1 e um aberto de Rn para todo α. E α (A ∩ xα (Uα )) ´. s˜ ao abertos, que a uni˜ ao de abertos ´e aberto e que a intersec¸ca˜o finita de abertos ´e aberto. Observe que a topologia ´e definida de tal modo que os conjuntos xα (Uα ) s˜ ao abertos e as aplica¸co˜es xα s˜ ao cont´ınuas.. Exemplo 1.1.3 (Rn ). O espa¸co euclidiano Rn , com a estrutura diferenci´ avel dada pela identidade ´e um exemplo trivial de variedade diferenci´ avel. 4.

(15) 5 Exemplo 1.1.4 (Esfera S n ). Seja S n = {(x1 , . . . , xn+1 ) ∈ Rn+1 ;. Pn+1 i=1. x2i = 1} ⊂ Rn+1 .. Podemos introduzir uma estrutura de superf´ıcie regular em S n , definindo parametriza¸co˜es. − n n ′ x+ i : Ui → S , xi : Ui → S , i = 1, . . . , n+ ,. obtidas do seguinte modo: Ui = {(x1 , . . . , xn+1 ) ∈ Rn+1 ; xi = 0, x21 + · · · + x2i−1 + x2i+1 + · · · + x2n+1 < 1}, x+ i (x1 , . . . , xi−1 , xi+1 , . . . , xn+1 ) = (x1 , . . . , xi−1 , Di , xi+1 , . . . , xn+1 ), x− i (x1 , . . . , xi−1 , xi+1 , . . . , xn+1 ) = (x1 , . . . , xi−1 , −Di , xi+1 , . . . , xn+1 ), p onde Di = 1 − (x21 + · · · + x2i−1 + x2i+1 + · · · + x2n+1 ). Portanto, a fam´ılia − {(Ui , x+ i ), (Ui , xi )}, i = 1, . . . , n + 1. ´e uma estrutura diferenci´ avel em S n . Geometricamente, isto equivale a cobrir a esfera S n com vizinhan¸cas coordenadas que s˜ ao semiesferas perpendiculares aos v´ arios eixos xi . Exemplo 1.1.5 (RPn ). O espa¸co projetivo real RPn . Indicaremos por RPn o conjunto das retas de Rn+1 que passam pela origem 0 = (0, . . . , 0) ∈ Rn+1 ; Isto ´e RPn ´e o conjunto. das “dire¸co˜es” de Rn+1 .. Vamos introduzir em RPn uma estrutura diferenci´ avel. Para isto, seja (x1 , . . . , xn+1 ) ∈. Rn + 1 e observe, inicialmente, que RPn ´e o espa¸co quociente de Rn+1 − {0} pela rela¸ca˜o de equivalˆencia:. (x1 , . . . , xn ) ∼ (λx1 , . . . , λxn+1 ), λ ∈ R, λ 6= 0 os pontos de RPn ser˜ao indicados por [x1 , . . . , xn+1 ]. Observe que, se xi 6= 0,  xi−1 xi+1 xn+1 x1 . ,..., , 1, ,..., [x1 , . . . , xn ] = xi xi xi xi . Definamos em RPn subconjuntos V1 , . . . , Vn+1 , dados por: Vi = {[x1 , . . . , xn+1 ]; xi 6= 0}, i = 1, . . . , n + 1. Geometricamente, Vi ´e o conjunto das retas do Rn+1 que passam pela origem e n˜ao pertencem ao hiperplano xi = 0. Vamos mostrar que podemos tomar os Vi ′ s como vizinhan¸cas coordenadas, onde as coordenadas em Vi s˜ ao y1 =. x1 xi−1 xi+1 xn+1 , . . . , yi−1 = , yi = , . . . , yn = . xi xi xi xi.

(16) 6 Para isto, definamos aplica¸co˜es xi : Rn → Vi por xi (y1 , . . . , yn ) = [y1 , . . . , yi−1 , 1, yi , . . . , yn ], (y1 , . . . , yn ) ∈ Rn . e mostramos que a fam´ılia {(Rn , x)} ´e uma estrutura diferenci´ avel em RPn . S Com efeito, cada aplica¸ca˜o xi ´e evidentemente biun´ıvoca e xi (Rn ) = RPn . Resta. e a´ı diferenci´ avel, j = 1, . . . , n + 1. mostrar que x−1 e aberto em Rn e x−1 i (Vi ∩ Vj ) ´ j ◦ xi ´ ao da forma: Ora, os pontos de x−1 i (Vi ∩ Vj ) s˜. {(y1 , . . . , yn ) ∈ Rn ; yj 6= 0}. e um aberto em Rn , e, supondo i > j Portanto x−1 i (Vi ∩ Vj ) ´ −1 x−1 j ◦ xi (y1 , . . . , yn ) = xj [y1 , . . . , yi−1 , 1, yi , . . . , yn ]   yj−1 yj+1 yi−1 1 yi yn −1 y1 ,..., , 1, ,..., , ,..., = xj yj yj yj yj yj yj yj   yj−1 yj+1 yi−1 1 yi yn y1 ,..., , ,..., , , ,..., = yj yj yj yj yj yj yj. que ´e evidentemente diferenci´ avel.. 1.1.2. Aplica¸ co ˜es Suaves e Diferencial de uma Aplica¸c˜ ao. Defini¸c˜ ao 1.1.6. Sejam M1n e M2m variedades diferenci´ aveis. Uma aplica¸ca˜o ϕ : M1 → M2 ´e diferenci´ avel em p ∈ M se dada uma parametriza¸ca˜o y : V ⊂ Rm → M2 em ϕ(p). existe uma parametriza¸ca˜o x : U ⊂ Rn → M1 em p tal que ϕ(x(U )) ⊂ y(V ) e a aplica¸ca˜o y−1 ◦ ϕ ◦ x : U ⊂ Rn → Rm. ´e diferenci´ avel em x−1 (p). ϕ ´e diferenci´ avel em um aberto de M1 se ´e diferenci´ avel em todos os pontos deste aberto. Exemplo 1.1.7. As fun¸co˜es reais diferenci´ aveis s˜ ao as aplica¸co˜es diferenci´ aveis f : M →. R. Para todo sistema de coordenadas x : U → Rm em M, a fun¸ca˜o composta f ◦ x−1 :. x(U ) → R deve ser uma fun¸ca˜o diferenci´ avel de m vari´ aveis reais, definida num aberto. x(U ) ⊂ Rm ..

(17) 7 Exemplo 1.1.8. Sejam M, N1 , N2 variedades diferenci´ aveis. Uma aplica¸ca˜o f : M → N1 × N2 ´e de classe C k se, e somente se, f = (f1 , f2 ), onde as coordenadas f1 : M → N1. e f2 : M → N2 s˜ ao de classe C k . Realmente, considerando em N1 × N2 os sistemas. de coordenadas locais do tipo y1 × y2 : V1 × V2 → Rn1 × Rn2 , vˆe-se que (y1 × y2 ) ◦ f ◦ x−1 = (y1 ◦ f1 ◦ x−1 , y2 ◦ f2 ◦ x−1 ). Lembremos, em seguida, que uma aplica¸ca˜o. g = (g1 , g2 ) : x(U ) → Rn1 × Rn2 ´e de classe C k se, e somente se, ambas g1 : x(U ) → Rn1. e g2 : x(U ) → Rn2 s˜ ao de classe C k .. Defini¸c˜ ao 1.1.9. Seja M n uma variedade diferenci´ avel. Uma aplica¸ca˜o diferenci´ avel α : (−ǫ, ǫ) → M ´e chamada curva em M . Suponha que α(0) = p ∈ M e seja D o conjunto das fun¸co˜es diferenci´ aveis em p. O vetor tangente `a curva α em t = 0 ´e a. fun¸ca˜o α′ (0) : D → R dada por α′ (0)f =. d(f ◦ α) |t=0 = f ∈ D. dt. Um vetor tangente em p ´e o vetor tangente em t = 0 de alguma curva α : (−ǫ, ǫ) → M. com α(0) = p. O conjunto dos vetores tangentes a M n em p ser´a indicado por Tp M , ao qual podemos munir com uma estrutura de espa¸co vetorial de dimens˜ao n. Se (U, ϕ) = (U, x1 , . . . , xn ) ´e um sistema de coordenadas em p ∈ M , ent˜ao o espa¸co. tangente Tp M tem base. ∂ ∂ ,..., . ∂x1 ∂xn Proposi¸c˜ ao 1.1.10. Sejam M1n e M2m variedades diferenci´ aveis e seja ϕ : M1 → M2. uma aplica¸ca˜o diferenci´ avel. Para cada p ∈ M1 e cada v ∈ Tp M1 , escolha uma curva. diferenci´ avel α : (−ǫ, ǫ) → M1 com α(0) = p, α′ (0) = v. Fa¸ca β = ϕ ◦ α. A aplica¸ca˜o. dϕp : Tp M1 → Tϕ(p) M2 dada por dϕp (v) = β ′ (0) ´e uma aplica¸ca˜o linear que n˜ao depende da escolha de α.. Demonstra¸c˜ ao: Sejam x : U → M1 e y : V → M2 parametriza¸co˜es em p e ϕ(p), respectivamente. Exprimindo ϕ nestas parametriza¸co˜es, podemos escrever. y−1 ◦ϕ◦x(q) = (y1 (x1 , . . . , xn ), . . . , ym (x1 , . . . , xn )), q = (x1 , . . . , xn ) ∈ U, (y1 , . . . , ym ) ∈ V. Por outro lado, exprimindo α na parametriza¸ca˜o x, obteremos x−1 ◦ α(t) = (x1 (t), . . . , xn (t)). Portanto, y−1 ◦ β(t) = (y1 (x1 (t), . . . , xn (t)), . . . , ym (x1 (t), . . . , xn (t)))..

(18) 8. Decorre da´ı que a express˜ao de β ′ (0) na base {(. triza¸ca˜o y, ´e dada por. n X ∂y1. β ′ (0) =. i=1. ∂xi. ∂ )} de Tϕ(p) M2 , associada `a parame∂yi. x′i (0), . . . ,. n X ∂ym i=1. ∂xi. !. x′i (0) .. (1.1). A rela¸ca˜o (1.9) mostra imediatamente que β ′ (0) n˜ao depende da escolha de α. Al´em disso, (1.9) pode ser escrita como ′. β (0) = dϕp (v) = . . ∂yi ∂xj. . (x′j (0)), i = 1, . . . , m; j = 1, . . . , n,.  ∂yi onde indica uma matriz m × n e x′j (0) indica uma matriz coluna com n elementos. ∂xj Portanto, dϕp ´e uma aplica¸c˜ao linear de Tp M1 em Tϕ(p)  M2cuja matriz nas bases associadas ∂yi .  a`s parametriza¸c˜oes x e y ´e precisamente a matriz ∂xj Defini¸c˜ ao 1.1.11. A aplica¸ca˜o linear dϕp dada pela proposi¸ca˜o acima ´e chamada diferencial de ϕ em p.. 1.1.3. Fibrado Tangente. Defini¸c˜ ao 1.1.12. Seja M uma variedade diferenci´ avel. O fibrado tangente de M ´e a uni˜ ao disjunta de todos os espa¸cos tangentes de M : TM =. [. p∈M. {p} × Tp M.. ´ poss´ıvel munir o conjunto T M de uma estrutura diferenci´avel. Seja {(Uα , xα )} a E. estrutura ndiferenci´avel om´axima de M . Indicaremos por (xα1 , . . . , xαn ) as coordenadas de. Uα e por. ∂ , . . . , ∂x∂α ∂xα n 1. as bases associadas nos espa¸cos tangentes de xα (Uα ) Para cada. α, defina. yα : Uα × Rn → T M, por yα (xα1 , . . . , xαn , u1 , . . . , un ) =. xα (xα1 , . . . , xαn ),. n X i=1. ∂ ui α ∂xi. !. , (u1 , . . . , un ) ∈ Rn .. Geometricamente, isto significa que tomamos como coordenadas de um ponto n (p, v) ∈ ToM as coordenadas xα1 , . . . , xαn de p junto com as coordenadas de v na base. ∂ , . . . , ∂x∂α ∂xα n 1. ..

(19) 9. S α. Mostremos agora que {(Uα × Rn , yα )} ´e uma estrutura diferenci´avel em T M . Como. xα (Uα ) = M e (dxα )q (Rn ) = Txα (q) M, q ∈ Uα , temos que [ α. yα (Uα × Rn ) = T M,. o que verifica a primeira condi¸ca˜o da Defini¸ca˜o 1.1.1. Seja agora (p, v) ∈ yα (Uα × Rn ) ∩ yβ (Uβ × Rn ). Ent˜ao (p, v) = (xα (qα ), dxα (vα )) = (xβ (qβ ), dxβ (vβ )), onde qα ∈ Uα , qβ ∈ Uβ , vα , vβ ∈ Rn . Portanto, −1 yβ−1 ◦ yα (qα , vα ) = yβ−1 (xα (qα ), dxα (vα )) = ((x−1 β ◦ xα )(qα ), d(xα ◦ xα )(vα )).. em o ´e. Decorre da´ı que yβ−1 ◦ yα ´e e diferenci´avel, d(x−1 Como x−1 β ◦ xα ) tamb´ β ◦ xα ´. diferenci´avel.. Proposi¸c˜ ao 1.1.13. T M ´e uma variedade diferenci´ avel de dimens˜ao 2n. Al´em disso, com respeito a estrutura dada acima, a proje¸ca˜o natural π : T M → M dada por π(p, v) = p ´e suave. Demonstra¸c˜ ao: Ver [10].. 1.1.4. . Variedades Orient´ aveis. Defini¸c˜ ao 1.1.14. Seja M uma variedade diferenci´ avel. Diz-se que M ´e orient´avel se M admite uma estrutura diferenci´ avel {(Uα,xα )} tal que: 1. para todo par α, β, com xα (Uα ) ∩ xβ (Uβ ) = W 6= ∅, a diferencial da mudan¸ca de coordenadas xβ ◦ x−1 α tem determinante positivo.. Caso contr´ario, diz-se que M ´e n˜ao-orient´ avel. Se M ´e orient´avel, a escolha de uma estrutura diferenci´avel satisfazendo o item acima ´e chamada uma orienta¸ca˜o de M e M ´e orientada..

(20) 10 Exemplo 1.1.15. Se M pode ser coberta por duas vizinhan¸cas coordenadas V1 e V2 de modo que a intersec¸ca˜o V1 ∩V2 ´e conexa, ent˜ ao M ´e orient´avel. Pois como o determinante. Jacobiano da mudan¸ca de coordenadas ´e 6= 0, ele n˜ao muda de sinal em V1 ∩ V2 ; se ´e negativo em um ponto, basta trocar o sinal de uma das coordenadas para que ele passe a positivo nesse ponto, donde em V1 ∩ V2 . Em particular. Sn =. (. (x1 , . . . , xn+1 ) ∈ Rn+1 ;. n+1 X. x2i = 1. i=1. ). ⊂ Rn+1. ´e orient´avel. Com efeito, seja N = (0, . . . , 0, 1) o p´olo norte e S = (0, . . . , 0, −1) o p´olo sul de S n . Defina uma aplica¸ca˜o π1 : S n − {N } → Rn (proje¸ca˜o estereogr´afica a partir. do polo norte) que leva p = (x1 , . . . , xn+1 ) de S n − {N } na intersec¸ca˜o do hiperplano ´ imediato verificar que xn+1 = 0 com a reta que passa por p e N . E   xn x1 π1 (x1 , . . . , xn+1 ) = . ,..., 1 − xn+1 1 − xn+1 A aplica¸ca˜o π1 ´e diferenci´ avel, injetiva e aplica S n − {N } sobre o hiperplano xn+1 = 0.. A proje¸ca˜o estereogr´afica π2 a partir do p´olo sul sobre o hiperplano xn+1 possui as mesmas propriedades.. Portanto, as parametriza¸co˜es (Rn , π1−1 ), (Rn , π2−1 ) cobrem S n . Observe que a intersec¸ca˜o π1−1 (Rn ) ∩ π2−1 (Rn ) = S n − {N ∪ S} ´e conexa, logo S n ´e orient´avel. Defini¸c˜ ao 1.1.16. Sejam E, F espa¸cos vetoriais orientados, com mesma dimens˜ao. Dizemos que um isomorfismo linear T : E → F preserva orienta¸ca˜o se transforma bases. positivas de E em bases positivas de F . Caso contr´ario, dizemos que T inverte orienta¸ca˜o. Exemplo 1.1.17. Provemos agora que RPn ´e orient´avel quando n ´e ´ımpar e n˜ao orient´ avel quando n ´e par. Com isto em mente, consideramos a proje¸ca˜o canˆonica π : S n → RPn , que ´e um difeomorfismo local, e a aplica¸ca˜o ant´ıpoda α : S n → S n . Te-. mos que π ◦ α = π. Se n ´e ´ımpar, definimos uma orienta¸ca˜o em cada espa¸co tangente Ty RPn , y = π(x), exigindo que o isomorfismo linear π ′ (x) : Tx S n → Ty RPn seja posi-. tivo. Veja que, desde que π ′ (−x) ◦ α′ (x) = π ′ (x) e α′ (x) ´e positivo, o isomorfismo π ′ (−x) induziria a mesma orienta¸ca˜o em Ty RPn . Isto define uma orienta¸ca˜o em RPn .. Por outro lado, assuma que RPn ´e orient´avel. Desde que S n seja conexo, podemos escolher uma orienta¸ca˜o para RPn de tal maneira que π : S n → RPn ´e positivo. Agora. fixe x ∈ S n . Desde que o isomorfismo π ′ (−x) e π ′ (x) s˜ ao ambos positivos, seque que α′ (x) = π ′ (−x)−1 ◦ π ′ (x) ´e positivo e portanto n ´e ´ımpar.. f → M , de Defini¸c˜ ao 1.1.18. Um recobrimento duplo orient´avel ´e uma aplica¸ca˜o p : M. classe C k , com as seguintes propriedades:.

(21) 11 f ´e uma variedade orient´avel, e p ´e um difeomorfismo a) M ´e uma variedade conexa, M local;. b) Para cada y ∈ M , a imagem inversa p−1 (y) cont´em exatamente dois pontos; f→ c) Se p(x1 ) = p(x2 ) com x1 6= x2 , ent˜ ao o isomorfismo linear p′ (x2 )−1 ◦ p′ (x1 ) : Tx1 M f ´e negativo. Tx2 M. Exemplo 1.1.19. Quando n ´e par, a aplica¸ca˜o quociente π : S n → RPn ´e um recobri-. mento duplo orient´avel do espa¸co projetivo.. 1.1.5. Campos de Vetores e Colchete de Lie. Defini¸c˜ ao 1.1.20. Um campo de vetores X em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma correspondˆencia que a cada ponto p ∈ M associa um vetor X(p) ∈ Tp M . Em termos de. aplica¸co˜es, X ´e uma aplica¸ca˜o de M no fibrado tangente T M . O campo ´e diferenci´ avel. se a aplica¸ca˜o X : M → T M ´e diferenci´ avel. Considerando uma parametriza¸ca˜o x : U ⊂ Rn → M ´e poss´ıvel escrever X(p) =. n X. ai (p). i=1. ∂ , ∂xi. ∂ } ´e a base associada a x, i = 1, . . . , n. ∂xi X ´e diferenci´avel se e s´o se as fun¸c˜oes ai s˜ao diferenci´aveis para alguma parametriza¸c˜ao. ` vezes ´e conveniente pensar em um campo de vetores como uma aplica¸ca˜o X : D → F As. onde cada ai : U → R ´e uma fun¸c˜ao em U e {. do conjunto D das fun¸co˜es diferenci´aveis em M no conjunto F das fun¸co˜es em M , definida. do seguinte modo. (Xf )(p) =. n X i=1. ai (p). ∂f (p), f ∈ D, ∂xi. A interpreta¸c˜ao de X como um operador em D permite-nos considerar os inteirados de. X. Por exemplo, se X e Y s˜ao campos diferenci´aveis em M e f : M → R ´e uma fun¸c˜ao. diferenci´avel, podemos considerar as fun¸c˜oes X(Y f ) e Y (Xf ). Em geral, tais opera¸c˜oes. n˜ao conduzem a campos vetoriais, por envolverem derivadas de ordem superior a` primeira. Entretanto temos o seguinte. Lema 1.1.21. Sejam X e Y campos diferenci´ aveis de vetores em uma variedade diferenci´ avel M. Ent˜ ao existe um u ´nico campo vetorial Z tal que, para todo f ∈ D, Zf = (XY − Y X)f ..

(22) 12 Demonstra¸c˜ ao: Primeiro provaremos que se Z existe, ele ´e u ´nico. Admitamos, portanto, a existˆencia de um tal Z. Seja p ∈ M e x : U → M uma parametriza¸ca˜o em p, e sejam X=. X i. ai. X ∂ ∂ ,Y = bj ∂xi ∂xj j. as express˜oes de X e Y nesta parametriza¸ca˜o. Ent˜ao para todo f ∈ D, XY f = X(. X j. Y Xf = Y (. X i. X ∂bj ∂f X ∂f ∂ 2f )= ai + ai bj , bj ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj i,j i,j ai. X ∂ai ∂f X ∂ 2f ∂f )= + . bj ai b j ∂xi ∂x ∂x ∂x ∂x j i i j i,j i,j. Portanto, Z ´e dado, na parametriza¸c˜ao x, por. Zf = XY f − Y Xf =. X i,j. (ai. ∂bj ∂aj ∂f − bi ) ∂xi ∂xj ∂xj. o que mostra a unicidade de Z. Para a demonstra¸ca˜o da existˆencia, define-se Zα em cada vizinhan¸ca coordenada xα (Uα ) de uma estrutura diferenci´avel {(Uα , xα )} de M pela express˜ao anterior. Por unicidade, Zα = Zβ em xα (Uα ) ∩ xβ (Uβ ) 6= ∅, o que permite definir z em toda a variedade M .. . O campo vetorial Z dado pelo lema cima ´e chamado colchete [X, Y ] = XY − Y X de. X e Y ; Z ´e evidentemente diferenci´avel.. 1.2 1.2.1. Conceitos de Geometria Riemanniana M´ etricas Riemannianas. Defini¸c˜ ao 1.2.1. Uma m´etrica Riemanniana em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma correspondˆencia que associa a cada ponto p de M um produto interno h, ip no espa¸co. tangente Tp M , que varia diferencialmente no seguinte sentido: Se x : U ⊂ Rn → M. ´e um sistema de coordenadas locais em torno de p, co x(x1 , x2 , . . . , xn ) = q ∈ x(U ) e ∂ ∂ ∂ (q) = dx(0, . . . , 1, . . . , 0), ent˜ ao (q), (q) = gi,j (x1 , . . . , xn ) ´e uma fun¸ca˜o ∂xi ∂xi ∂xj q diferenci´ avel em U . Exemplo 1.2.2 (Toros). O Toro mergulhado em R3 ´e uma superf´ıcie de revolu¸ca˜o gerada pelo c´ırculo. Tomando o c´ırculo com centro em (R, 0) e raio r < R com parametriza¸ca˜o.

(23) 13 γ(t) = (R + r cos t, r sin t) obtemos a parametriza¸ca˜o para o toro bidimensional como superf´ıcie de revolu¸ca˜o ϕ(t, φ) = ((R + r cos t) cos φ, (R + r cos t) sin φ, r sin t) cuja respectiva m´etrica ´e dada por G(t, φ) =. ". r2. 0. 0 (R + r cos t)2. #. .. Outra m´etrica induzida de Rn importante para o toro, n˜ao localmente isom´etrica `a m´etrica dada acima ´e a m´etrica plana do toro: considerando o toro como a superf´ıcie n-dimensional T n = S 1 × · · · × S 1 ⊂ R2n , a m´etrica euclidiana de R2n induz uma m´etrica no toro. Com. a parametriza¸ca˜o ϕ : Rn → T n dada por. ϕ(φ) = ϕ(φ1 , . . . , φn ) = (cos φ1 , sin φ1 , . . . , cos φn , sin φn ), temos gij (φ) = δij .. 1.2.2. Comprimento de Curvas e Volume. Seja c : (−ǫ, ǫ) → M uma curva diferenci´avel. O campo vetorial dc. . ∂ ∂t. . indicado por. dc , ´e chamado campo velocidade de c. A restri¸c˜ao de uma curva c a um intervalo fechado dt [a, b] ⊂ I chama-se um segmento. Se M ´e Riemanniana, definimos o comprimento de um segmento por. lba (c). =. Z b a. dc dc , dt dt.  12. dt;. Seja p ∈ M e seja x : U ⊂ Rn → M uma parametriza¸ca˜o, com p ∈ x(U ), na orienta¸c˜ao. de M . Considere uma base ortonormal positiva {e1 , . . . , en } em Tp M e escreva Xi (p) = P ∂ (q) na base {ei } : Xi (p) = ij aij ej . Ent˜ao ∂xi gik (p) = hXi , Xk i (p) =. X jl. aij akl hej , el i =. X. aij akj .. j. Como o volume Vol(X1 (p), . . . , Xn (p)) do paralelep´ıpedo formado pelos vetores X1 (p), . . . , Xn (p) em Tp M ´e igual a Vol(e1 , . . . , en ) = 1 multiplicado pelo determinante da matriz (aij ), temos que.

(24) 14. Vol(X1 (p), . . . , Xn (p)) = det(aij ) =. q (gij )(p).. se y : V ⊂ Rn → M ´e outra parametriza¸ca˜o positiva em torno de p, com Yi (p) =. e hij (p) = hYi , Yj (p)i, teremos. ∂ (p) ∂yi. q det(gij )(p) = Vol(X1 (p), . . . , Xn (p)) q = Jvol(Y1 (p), . . . , Yn (p)) = J det(hij )(p),. ∂yi ) = det(dy−1 ◦ dx)(p) > 0 ´e o determinante da diferencial da mudan¸ca ∂xj de coordenadas.. onde J = det(. Seja agora R ⊂ M um conjunto aberto conexo, cujo fecho ´e compacto. Suporemos que. R est´a contida em uma vizinhan¸ca coordenada x(U ) de uma parametriza¸ca˜o x : U → M. positiva, e que a fronteira de x−1 (R) ⊂ U tem medida nula em Rn . Definimos o volume Vol(R) em R pela integral em Rn Z Vol(R) =. x−1 (R). q det(gij )dx1 . . . dxn .. A defini¸ca˜o acima n˜ao depende do sistema de coordenadas. Proposi¸c˜ ao 1.2.3. Sejam g e h m´etricas em uma variedade Riemannina M n compacta tais que g ≤ h, ou seja, gp (v, v) ≤ hp (v, v) ent˜ ao Vol(M, g) ≤ Vol(m, h). Demonstra¸c˜ ao: De fato, seja p ∈ M e um sistema de coordenadas (U, xi ) em p, temos. que. dVolg = e. Basta ver que. q det(gij )dx1 ∧, . . . , ∧dxn ,. q dVolh = det(hij )dx1 ∧, . . . , ∧dxn . q q det(gij ) ≤ det(hij ).. De fato, primeiro observe que se {u1 , . . . , un } ´e uma base ortonormal com respeito ao. produto interno g, ∂j = aij ui e a = [aij ], ent˜ao. det(gij ) = (det(a))2 . Escolhemos agora {u1 , . . . , un } satisfazendo as seguintes condi¸c˜oes.

(25) 15 i) {u1 , . . . , un } ´e ortonormal com respeito a` m´etrica g; ii) h(ui , uj ) = λi δij , ou seja, {u1 , . . . , un } diagonaliza h. √ aij λi Observe que ∂j = √ . Logo, u i λi p det(hij ) = (det(aij λi ))2 = λ1 . . . λn det(gij ).. Como, g ≤ h temos que λi ≥ 1 para todo i. Portanto det(gij ) ≤ det(hij ). Indicaremos por X (M ) o conjunto dos campos de vetores de classe C. ∞.  em M e por. D(M ) o anel das fun¸co˜es reais de classe C ∞ definidas em M .. 1.2.3. Conex˜ ao Afim. Defini¸c˜ ao 1.2.4. Uma conex˜ ao afim ∇ em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma aplica¸ca˜o ∇ : X (M ) × X (M ) → X (M ) que satisfaz as seguintes propriedades: 1. ∇f X+gY Z = f ∇X Z + g∇Y Z, 2. ∇X (Y + Z) = ∇X Y + ∇X Z, 3. ∇X (f Y ) = f ∇X Y + X(f )Y , onde X, Y, Z ∈ X (M ) e f, g ∈ D(M ). Proposi¸c˜ ao 1.2.5. Seja M uma variedade diferenci´ avel com uma conex˜ ao afim ∇. Ent˜ ao. existe uma u ´nica correspondˆencia que associa a um campo vetorial V ao longo da curva DV diferenci´ avel c : I → M u outro campo vetorial ao longo de c, denominado derivada dt covariante de V ao longo de c, tal que: a). D DV DW (V + W ) = + . dt dt dt. b). df DV D (f V ) = V +f , onde W ´e um campo de vetores ao longo de c e f ´e uma dt dt dt fun¸ca˜o diferenci´ avel em I.. c) Se V ´e induzido por um campo de vetores Y ∈ X (M ), ent˜ ao. DV = ∇ dc Y . dt dt.

(26) 16 Observa¸c˜ ao 1.2.6. A u ´ltima linha de c) faz sentido, pois ∇X Y (p) depende s´ o do valor. de X(p) e do valor de Y ao longo de uma curva tangente a X em p. Com efeito, a parte (3) da defini¸ca˜o 1.2.4 permite mostrar que a no¸ca˜o de conex˜ ao afim ´e, de fato, uma no¸ca˜o local. Escolhemos um sistema de coordenadas (x1 , . . . , xn ) em torno de p e escrevendo. X=. X. xi X i , Y =. i. onde Xi =. X. yj X j ,. j. ∂ , teremos ∂xi ∇X Y. =. X i. =. X ij. Fazendo ∇Xi Xj =. P. k. xi ∇xi (. X. yj Xj ). j. x i y j ∇X i X j +. X. Xi (yj )Xj .. ij. Γkij Xk , conclu´ımos que Γkij s˜ ao fun¸co˜es diferenci´ aveis e que. ∇X Y =. XX ( xi yj Γkij + X(yk ))Xk , k. ij. o que mostra que ∇X Y (p) depende de xi (p), yk (p) e das derivadas X(yk )(p) de yk segund0. X.. Demonstra¸c˜ ao: Suponhamos inicialmente que existe uma correspondˆencia satisfazendo a),b) e c). Seja x : U ⊂ Rn → M um sistema de coordenadas com c(I) ∩ x(U ) 6= ∅ e seja ∂ . Ent˜ao podemos (x1 (t), x2 (t), . . . , xn (t)) a express˜ao local de c(t), t ∈ I. Seja Xi = ∂xi P j j j expressar o campo V localmente como V = j v Xj , j = 1, . . . , n onde v = v (t) e Xj = Xj (c(t)).. Por a) e b), tem-se X dv j X DXj DV = Xj + vj . dt dt dt j j Por c) e 1 da defini¸c˜ao 1.2.4, DXj dt. = ∇ dc Xj = ∇ dxi Xj P Xi ) ( dt dt X dxi = ∇Xi Xj , i, j = 1, . . . , n. dt i.

(27) 17 Portanto, X dv j X dxi DV = Xj + v j ∇X i X j . dt dt dt j i,j. (1.2). A express˜ao acima nos mostra que existe uma correspondˆencia satisfazendo `as condi¸co˜es da proposi¸c˜ao 1.2.5, ent˜ao a tal correspondˆencia ´e u ´nica. DV ´ imediato verificar que Para mostrar a existˆencia, definamos em x(U ) por (1.2). E dt (1.2) possui as propriedades desejadas. Se y(W ) ´e uma outra vizinhan¸ca coordenada, DV em y(W ) por (1.2), as defini¸c˜oes “concordam” em com y(W ) ∩ x(U ) 6= ∅ e definimos dt DV y(W ) ∩ x(U ), pela unicidade de em x(U ). Segue que a defini¸ca˜o pode ser estendida dt para todo M , e isto conclui a demonstra¸c˜ao. . 1.2.4. Transporte Paralelo. Defini¸c˜ ao 1.2.7. Seja M uma variedade diferenci´ avel com uma conex˜ ao afim ∇. Um DV = 0, campo vetorial V ao longo de uma curva c : I → M ´e chamado paralelo quando dt para todo t ∈ I. Proposi¸c˜ ao 1.2.8. Seja M um variedade diferenci´ avel com uma conex˜ ao afim ∇. Seja c : I → M uma curva diferenci´ avel em M e V0 um vetor tangente a M em c(t0 ), t0 ∈ I. Ent˜ ao existe um u ´nico campo de vetores paralelo V ao longo de c, tal que V (t0 ) = V0 . Demonstra¸c˜ ao: Ver [6]. Defini¸c˜ ao 1.2.9. Seja M uma variedade diferenci´ avel com uma conex˜ ao afim ∇ e uma. m´etrica h, i. A conex˜ ao ´e dita compat´ıvel com a m´etrica h, i, quando para toda curva. diferenci´ avel c e quaisquer pares de campos de vetores paralelos P e P ′ ao longo de c, tivermos hP, P ′ i = constante. A defini¸c˜ao 1.2.9 ´e justificada pela proposi¸c˜ao seguinte que mostra que ∇ ´e compat´ıvel. com h, i, ent˜ao podemos diferenciar o produto interno pela “regra do produto” usual.. Proposi¸c˜ ao 1.2.10. Seja M uma variedade Riemanniana. Uma conex˜ ao ∇ em M ´e compat´ıvel com a m´etrica se e somente se para todo par V e W de campos de vetores ao. longo da curva diferenci´ avel c : I → M tem-se     DW DV d hV, W i = , W + V, , t ∈ I. dt dt dt. (1.3).

(28) 18 ´ obvio que a equa¸c˜ao (1.3) implica a Defini¸ca˜o 1.2.9. Mostremos, porDemonstra¸c˜ ao: E tanto, a rec´ıproca. Escolhendo uma base ortonormal {P1 (t0 ), . . . , Pn (t0 )} de Tc(t0 ) (M ), t0 ∈. I. Agora, estenda paralelamente cada um dos vetores Pi (t0 ), i = 1, . . . , n, ao longo de c. Como ∇ ´e compat´ıvel com a m´etrica, {P1 (t), . . . , Pn (t)} ´e uma base ortonormal de. Tc(t) (M ),para todo t ∈ I. Podemos ,portanto, escrever V =. X i. v i Pi , W =. X. wi Pi , i = 1, . . . , n. i. onde v i e wi s˜ao fun¸c˜oes diferenci´aveis em I. Segue-se da´ı que X dv i X dwi DV DW = Pi , = Pi . dt dt dt dt i i Portanto, . DV ,W dt. . ( )   X i  i X d DW dv i dw i d = + V, w + v = hV, W i . vi wi = dt dt dt dt dt i i . 1.2.5. Conex˜ ao de Levi-Civita. Teorema 1.2.11. Dada uma variedade Riemanniana M , existe uma u ´nica conex˜ ao afim ∇ em M satisfazendo: a) ∇ ´e sim´etrica,ou seja, [X, Y ] = ∇X Y − ∇Y X para todo X, Y ∈ X (M ). b) ∇ ´e compat´ıvel com a m´etrica Riemanniana. Demonstra¸c˜ ao: Suponhamos inicialmente a existˆencia de uma tal ∇. Ent˜ao X hY, Zi = h∇X Y, Zi + hY, ∇X Zi ,. (1.4). Y hZ, Xi = h∇Y Z, Xi + hZ, ∇Y Xi ,. (1.5). Z hX, Y i = h∇Z X, Y i + hX, ∇Z Y i ,. (1.6). Somando (2.2) e (2.3) e subtraindo de (2.5), teremos, usando simetria de ∇, que.

(29) 19. X hY, Zi + Y hZ, Xi − Z hX, Y i = h[X, Y ], Y i + h[Y, Z], Xi + h[X, Y ], Zi + 2 hZ, ∇Y Xi . Portanto 1 hZ, ∇Y Xi = {X hY, Zi + Y hZ, Xi − Z hX, Y i − h[X, Z], Y i − h[Y, Z], Xi − h[X, Y ], Zi}. 2 A express˜ao acima mostra que ∇ est´a univocamente determinada pela m´etrica h, i.. Portanto, caso exista, ela ser´a u ´nica. Para mostrar a existˆencia, defini ∇ pela express˜ao ´ f´ail verificar que ∇ est´a bem definida e que satisfaz `as propriedades desejadas. acima. E . ´ conveniente dizer que as fun¸co˜es Γk definidos em U por ∇X Xj = P Γk Xk s˜ao os E ij i k i,j. coeficientes da conex˜ ao ∇ em U . Temos que X l. ∂ ∂ 1 ∂ Γkij glk = { gjk + gki − gij }, 2 ∂xi ∂xj ∂xk. onde gij = hXi , Xj i .. Como a matriz (gkm ) admite uma inversa (g km ), teremos que. Γm ij =. 1X ∂ ∂ ∂ gjk + gki − gij }g km . { 2 k ∂xi ∂xj ∂xk. (1.7). A equa¸ca˜o (1.7) ´e a express˜ao cl´assica dos s´ımbolos de Christoffel. Em termos dos s´ımbolos de Christoffel, a derivada covariante tem a express˜ao cl´assica X dv k X dxi DV = { + Γkij v j }Xk . dt dt dt i,j k Observe que a derivada covariante difere da derivada usual no espa¸co euclidiano por termos que envolvem os s´ımbolos de Christoffel.. 1.2.6. Geod´ esicas. Defini¸c˜ ao 1.2.12. Uma curva parametrizada γ : I → M ´e uma geod´esica em t0 ∈ I se D dγ ( ) = 0 no ponto t0 ; se γ ´e geod´esica em t, para todo t ∈ I, dizemos que γ ´e uma dt dt geod´esica..

(30) 20 Se γ : I → M ´e uma geod´esica, ent˜ao d dt. . dγ dγ , dt dt. . =2. . D dγ dγ , dt dt dt. . = 0,. dγ ´e constante. dt Vamos agora determinar as equa¸c˜oes locais satisfeitas por uma geod´esica γ em um. isto ´e, o comprimento do vetor tangente. sistema de coordenadas (U, x) em torno de γ(t0 ). Em U ,. γ(t) = (x1 (t), . . . , xn (t)). γ ser´a uma geod´esica se e s´o se X D dγ 0= ( )= dt dt k. d2 xk X k dxi dxj + Γij dt2 dt dt i,j. !. ∂ . ∂xk. Logo o sistema de equa¸co˜es diferenciais de segunda ordem d2 xk X k dxi dxj + Γij = 0, k = 1, . . . , n, dt2 dt dt i,j fornece as equa¸c˜oes procuradas. Exemplo 1.2.13 (Geod´esicas em Rn ). Seja M = Rn . Como a deriva¸ca˜o covariante coincide com a usual, as geod´esicas s˜ ao retas parametrizadas proporcionalmente ao comprimento de arco. Exemplo 1.2.14 (Geod´esicas em S n ). Seja M = S n ⊂ Rn+1 a esfera unit´ aria de dimens˜ao n. Os c´ırculos m´ aximos de S n parametrizados pelo comprimento de arco s˜ ao. geod´esicas. Dado p ∈ S n e um vetor unit´ ario v ∈ Tp S n , a intersec¸ca˜o com S n do plano. que cont´em a origem de Rn+1 , o ponto p e o vetor v ´e um c´ırculo m´ aximo que pode ser parametrizado como a geod´esica passando por p com velocidade v. Proposi¸c˜ ao 1.2.15 (Teorema de Existˆencia e Unicidade de Geod´esicas). Seja M uma variedade Riemanniana. Ent˜ ao para todos p ∈ M e v ∈ Tp M , e para cada t0 ∈ R, existe. um intervalo aberto I ⊂ R contendo t0 e uma u ´nica geod´esica γ : I → M tal que γ(t0 ) = p e γ ′ (t0 ) = v.. Lema 1.2.16. se a geod´esica γ(t, q, v) est´ a definida no intervalo (−δ, δ), ent˜ ao a geod´esica δ δ γ(t, q, av), a ∈ R, a > 0, est´ a definida no intervalo (− , ) a a γ(t, q, av) = γ(at, q, v)..

(31) 21 Proposi¸c˜ ao 1.2.17. Dado p ∈ M , existe uma vizinhan¸ca V de p em M , um n´ umero ǫ > 0. e uma aplica¸ca˜o C ∞ , γ : (−2, 2) × U → M, U = {(q, w) ∈ T M ; qnV, w ∈ Tq M, |W | < ǫ}. tal que t → γ(t, q, w), t ∈ (−2, 2), ´e a u ´nica geod´esica de M que no instante t = 0 passa. por q com uma velocidade w, para cada q ∈ V e cada w ∈ Tq M , com |w| < ǫ.. Demonstra¸c˜ ao: A geod´esica γ(t, q, v) est´a definida para |t| < δ e para |v| < ǫ1 . Pelo δv δǫ1 lema anterior, γ(t, q, ) est´a definida para |t| < 2. Tomando ǫ < , a geod´esica 2 2 γ(t, q, w) est´a definida para |t| < 2 e |w| < ǫ.  A proposi¸ca˜o 2.1.2 nos permite introduzir o conceito de aplica¸c˜ao exponencial na se-. guinte maneira. Seja p ∈ M e U ⊂ T M um aberto dado pela proposi¸ca˜o 2.1.2. Ent˜ao a aplica¸ca˜o exp : U → M dada por. . v exp(q, v) = γ(1, q, v) = γ |v|, q, |v|. . , (q, v) ∈ U. ´e chamada a aplica¸ca˜o exponencial em U . Proposi¸c˜ ao 1.2.18. Dado q ∈ M , existe um ǫ > 0 tal que expq : Bǫ (0) ⊂ Tq M → M ´e. um difeomorfismo de Bǫ (0) sobre um aberto de M . Demonstra¸c˜ ao: Calculemos d(expq )0 :. d d (expq (tv))|t=0 = (γ(1, q, tv))|t=0 dt dt d = (γ(t, q, v))|t=0 = v dt. d(expq )0 (v) =. Logo d(expq )0 ´e a identidade de Tq M , donde pelo teorema da fun¸ca˜o inversa, expq ´e um difeomorfismo local numa vizinhan¸ca de 0.. 1.2.7. . Curvatura. Defini¸c˜ ao 1.2.19. A curvatura R de uma variedade Riemanniana M ´e uma correspondˆencia que associa a cada par X, Y ∈ X (M ) uma aplica¸ca˜o R(X, Y ) : X → X (M ). dada por. R(X, Y )Z = ∇Y ∇X Z − ∇X ∇Y Z + ∇[X,Y ] Z, Z ∈ X (M ), onde ∇ ´e a conex˜ ao Riemanniana de M . Proposi¸c˜ ao 1.2.20. A curvatura R de uma variedade Riemanniana goza das seguintes propriedades:.

(32) 22 1. R ´e bilinear em X (M ) × X (M ); 2. Para todo par X, Y ∈ X (M ), o operador curvatura R(X, Y ) : X (M ) → X (M ) ´e linear.. Proposi¸c˜ ao 1.2.21. O tensor curvatura satisfaz R(X, Y )Z = −R(Y, X)Z. Demonstra¸c˜ ao: De fato, temos R(Y, X)Z = ∇X ∇Y Z − ∇Y ∇X Z + ∇[Y,X] Z = −∇Y ∇X Z + ∇X ∇Y Z + ∇−[X,Y ] Z = −∇Y ∇X Z + ∇X ∇Y Z − ∇[X,Y ] Z = −R(X, Y )Z.  Proposi¸c˜ ao 1.2.22 (Primeira identidade de Bianchi). R(X, Y )Z+R(Y, Z)X+R(Z, X)Y = 0. De agora em diante, escreveremos por conveniˆencia, hR(X, Y )Z, T i = (X, Y, Z, T ). Proposi¸c˜ ao 1.2.23. a) (X, Y, Z, T ) + (Y, Z, X, T ) + (Z, X, Y, T ) = 0 b) (X, Y, Z, T ) = −(Y, X, Z, T ) c) (X, Y, Z, T ) = −(X, Y, T, Z) d) (X, Y, Z, T ) = (Z, T, X, Y ). Defini¸c˜ ao 1.2.24. Um tensor T de ordem r em uma variedade Riemanniana ´e uma aplica¸ca˜o multilinear T : X (M ) × · · · × X (M ) → D(M ). | {z } rf atores. Isto que dizer que, dados Y1 , . . . , Yr ∈ X (M ), T (Y1 , . . . , Yr ), ´e uma fun¸c˜ao diferenci´avel. em M , e que T ´e linear em cada argumento, isto ´e,. T (Y1 , . . . , f X + gY, . . . , Yr ) = f T (Y1 , . . . , X, . . . , Yr ) + g(Y1 , . . . , Y, . . . , Yr ), pra todo X, Y ∈ X (M ), f, g ∈ D(M ). Defini¸c˜ ao 1.2.25. Seja T um tensor de ordem r. A diferencial covariante ∇T de T ´e. um tensor de ordem (r + 1) dada por. ∇T (Y1 , . . . , Yr , Z) = Z(T (Y1 , . . . , Yr )) − T (∇Z Y1 , . . . , Yr ) − · · · − T (Y1 , . . . , Yr−1 , ∇Z Yr )..

(33) 23 Para cada Z ∈ X (M ), a derivada covariante ∇Z T de T em rela¸ca˜o a Z ´e um tensor. de ordem r dado por. ∇Z T (Y1 , . . . , Yr ) = ∇T (Y1 , . . . , Yr ). Proposi¸c˜ ao 1.2.26 (Segunda identidade de Bianchi). ∇R(X, Y, Z, W, T )+∇R(X, Y, W, T, Z)+. ∇R(X, Y, T, Z, W ) = 0.. ´ conveniente escrever o que foi visto acima em um sistema de coordenadas (U, x) em E torno do ponto p ∈ M . Ponhamos R(Xi , Xj )Xk =. X. l Rijk Xl .. l. l Assim Rijk s˜ao as componentes da curvatura R em (U, x). Se. X=. X. ui X i , Y =. X. v j Xj , Z =. j. i. X. w k Xk ,. k. obtemos, pela linearidade de R,. R(X, Y )Z =. X. l ui v j w k X l . Rijk. i,j,k,l. Fazendo. hR(xi , Xj )Xk , Xs i =. X. Rijk gls = Rijks ,. l. podemos escrever as identidades da Proposi¸c˜ao 1.2.23 como:. Rijks + Rjkis + Rkijs = 0 Rijks = −Rjiks Rijks = −Rijsk Rijks = Rksij . Exemplo 1.2.27. Observe que se M = Rn , ent˜ ao R(X, Y )Z = 0 para todo X, Y, Z ∈. X (Rn ). Com efeito, se indicarmos por Z = (z1 , . . . , zn ) as componentes do campo Z nas. coordenadas naturais do Rn , obtemos que. ∇X Z = (Xz1 , . . . , Xzn ),.

(34) 24 donde ∇Y ∇X Z = (Y Xz1 , . . . , Y Xzn ), o que implica que R(X, Y )Z = ∇Y ∇X Z − ∇X ∇Y Z + ∇[X,Y ] Z = 0. No que se segue conv´em usar a seguinte nota¸ca˜o. Dado um espa¸co vetorial V , indicaremos por |X ∧ Y | a express˜ao q. |x|2 |y|2 − hx, yi2 ,. que representa a a´rea do paralelogramo bidimensional determinado pelo par x, y ∈ V . Defini¸c˜ ao 1.2.28. Dado um ponto p ∈ M e um subespa¸co bidimensional σ ⊂ Tp M o (x, y, x, y) = K(σ), onde {x, y} ´e uma base qualquer de σ, ´e n´ umero real K(x, y) = |x ∧ y|2 chamado curvatura seccional de σ em p. Lema 1.2.29. Sejam M uma variedade Riemanniana e p um ponto de M . Defina uma aplica¸ca˜o trilinear R′ : Tp M × Tp M × Tp M → Tp M por hR′ (X, Y, W )Zi = hX, W i hY, Zi − hY, W i hX, Zi , para todo X, Y, W, Z ∈ Tp M . Ent˜ ao M tem curvatura seccional constante igual a K0 se e s´ o se R = K0 R′ , onde R ´e a curvatura de M .. Demonstra¸c˜ ao: Admita que K(p, σ) = K0 para todo σ ⊂ Tp M , e fa¸ca hR′ (X, Y, W ), Zi =. (X, Y, W, Z)′ . Observe que R′ satisfaz as propriedades a),b),c) e d) da proposi¸ca˜o 1.2.23. Como. (X, Y, X, Y )′ = hX, Xi hY, Y i − hX, Y i2 , temos que, para todo par de vetores X, Y ∈ Tp M , R(X, Y, X, Y ) = k0 (|X|2 |Y |2 − hX, Y i2 ) = K0 R′ (X, Y, X, Y ). Isto implica que, para todo X, Y, W, Z, R(X, Y, W, Z) = k0 R′ (X, Y, W, Z),.

(35) 25 donde R = k0 R′ . A rec´ıproca ´e imediata.. . Algumas combina¸c˜oes das curvaturas seccionais aparecem com tanta frequˆencia que elas merecem nomes. Seja x = zn um vetor unit´ario em Tp M ; tomemos uma base ortonormal {z1 , z2 , . . . , zn−1 }. do hiperplano de Tp M ortogonal a x e consideremos a seguinte m´edia:. Ricp (x) =. 1 X hR(x, zi )x, zi i , i = 1, 2, . . . , n − 1, n−1 i. com j = 1, . . . , n. Ela ´e chamada curvatura de Ricci na dire¸ca˜o x. Defini¸c˜ ao 1.2.30. Uma variedade riemanniana M ´e chamada uma variedade de Einstein se existe uma fun¸ca˜o f : M → R tal que Ric = f g. Neste caso, dizemos tamb´em que g ´e uma m´etrica de Einstein. Lema 1.2.31 (Schur). Seja M n uma variedade conexa e de Eintein, ou seja Ric(X, Y ) = Λg(X, Y ), onde Λ : M → R ´e uma fun¸ca˜o real. Temos que Λ ´e constante com n ≥ 3 e M 3 tem curvatura seccional constante.. Demonstra¸c˜ ao: Seja {ei }, i = 1, . . . , n ≥ 3, um referencial ortonormal e geod´esico em. um ponto p ∈ M (ou seja, numa vizinhan¸ca U ⊂ M de p, os e′i s s˜ao ortonormais para. todo q ∈ U e, em p, ∇ei ej = 0.). A segunda identidade de Bianchi em p se escreve. es (Rhijk ) + ej (Rhiks ) + ek (Rhisj ) = 0, onde Rhijk s˜ao as componentes do tensor curvatura neste referencial e levando-se em conta que ∇ei ej (p) = 0, observe que hei , eki = gik = δik = δ ik . Multiplicando a express˜ao acima por δik δhj e somando em i, j, h e k, obteremos: para a primeira parcela. X. δhj δik es (Rhijk ) = es (. ikjh. X. δhj δik Rhijk ). ikjh. = es (. X. δhj Rhj ). hj. = es (. X. δhj (Λδhj )). hj. = nes (Λ)..

(36) 26 para a segunda parcela, X ikjh. δhj δik ej (Rhiks ) = −( = (. X. δhj ej (. jh. X. X. δik Rhisk )). ik. δhj ej (Λδhs )). jh. = −es (Λ). e para a terceira parcela, X ikjh. δhj δik ek (Rhisj ) = −es (Λ).. Portanto, implica que, para todo s, (n − 2)es (Λ) = 0. Pela arbitrariedade de p, Λ ´e. constante em M .. Considerando agora n = 3. Seja e1 , e2 , e3 ∈ Tp M um base ortonormal, e seja K(ei , ej ) =. K(ej , ei ) a curvatura seccional do espa¸co 2-dimensional de Tp M gerado por ei e ej . Ent˜ao:. − Ric(e1 , e1 ) = K(e1 , e2 ) + K(e1 , e3 ) − Ric(e2 , e2 ) = K(e2 , e1 ) + K(e2 , e3 ) − Ric(ei , ej ) = K(e3 , e1 ) + K(e3 , e2 ) portanto. − Ric(e1 , e1 ) − Ric(e2 , e2 ) + Ric(e3 , e3 ) = 2K(e1 , e2 ).. Λ . 2 Defini¸c˜ ao 1.2.32. A cuevatura escalar de uma variedade Riemanniana ´e dada por X 1 1X Ricp (zj ) = hR(zi , zj )zi , zj i , K(p) = n j n(n − 1) ij. Como para i = 1, 2, 3, Ric(ei , ei ) = −Λ, temos K(e1 , e2 ) =. . com j = 1, . . . , n e {z1 , . . . , zn } representa uma base ortonormal para Tp M .. 1.3. Imers˜ ao Isom´ etrica. Seja (M , g) uma variedade Riemanniana de dimens˜ao m = n+k. Se M ´e uma variedade diferenci´avel com dimens˜ao n, existe uma imers˜ao f :M →M.

(37) 27 e M ´e dotada da m´etrica induzida por esta imers˜ao, ent˜ao dizemos que f ´e uma imers˜ao isom´etrica de (M, g) em (M , g). Dessa forma, se f : M n → M. n+m=k. ´e uma imers˜ao, ent˜ao, para cada p ∈ M , existe. uma vizinhan¸ca U ⊂ M de p tal que f (U ) ⊂ vM ´e uma subvariedade de M . Isto quer dizer que existem uma vizinhan¸ca U ⊂ M de f (p) e um difeomorfismo ϕ : U → V ⊂ Rk. em um aberto v do Rk , tais que ϕ aplica difeomorficamente f (U ) ∩ U em um aberto do subespa¸co Rn ⊂ Rk . Para simplificar a nota¸ca˜o, identificaremos U com f (U ) e cada vetor v ∈ Tq M, q ∈ U , com dfq (v) ∈ Tf (q) M .. Para cada p ∈ M , o produto interno em Tp M decomp˜oe Tp M na soma direta Tp M = Tp M ⊕ (Tp M )⊥ ,. onde (Tp M )⊥ ´e o complemento ortogonal de Tp M em Tp M . A conex˜ao Riemanniana de M ser´a indicada por ∇. Se X e Y s˜ao campos locais de. vetores em M , e X, Y s˜ao extens˜oes locais a M , definimos. ∇X Y = (∇X Y )T Queremos definir a segunda forma fundamental da imers˜ao f : M → M . Para isto. conv´em introduzir previamente a seguinte defini¸ca˜o. Se X, Y s˜ao campos locais em M ,. B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y ´e um campo local em M normal a M . B(X, Y ) n˜ao depende das extens˜oes X, Y . Proposi¸c˜ ao 1.3.1. Se X, Y ∈ X (U ), a aplica¸ca˜o B : (U ) × X (U ) → C(U )⊥ dada por B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y ´e bilinear e sim´etrica. Como B ´e bilinear, conclu´ımos, exprimindo B em um sistema de coordenadas, que o valor de B(X, Y )(p) depende apenas de X(p) e Y (p). Agora podemos definir a segunda forma fundamental. Seja p ∈ M e η ∈ (Tp M )⊥ . A. aplica¸ca˜o Hη : Tp M × Tp M → R dada por. Hη (x, y) = hB(x, y), ηi , x, y ∈ Tp M, ´e uma aplica¸ca˜o bilinear sim´etrica..

(38) 28 Defini¸c˜ ao 1.3.2. A forma quadr´atica IIη definida em Tp M por. IIη = Hη (x, x) ´e chamada a segunda forma fundamental de f em p segundo o vetor normal η. Observe que `a aplica¸ca˜o bilinear Hη fica associada uma aplica¸ca˜o linear auto-adjunta Sη : Tp M → Tp M por hSη , yi = Hη (x, y) = hB(x, y), ηi . A proposi¸ca˜o seguinte nos d´a uma express˜ao da aplica¸ca˜o linear associada `a segunda forma fundamental em termos da derivada covariante. Proposi¸c˜ ao 1.3.3. Seja p ∈ M, x ∈ Tp M e η ∈ (Tp M )⊥ . Seja N uma extens˜ao local de η normal a M . Ent˜ ao. Sη (x) = −(∇x N )T . Demonstra¸c˜ ao: Seja y ∈ Tp M e X, Y extens˜oes locais de x, y, respectivamente, e tan-. gentes a M . Ent˜ ao hN, Y i = 0, e portanto. para todo y ∈ Tp M .. ∇X Y − ∇X Y, N (p). = ∇X Y, N (p). = − Y, ∇X N (p). = −∇X N, y ,. hSη (x), yi = hB(X, Y )(p), N i =. . Teorema 1.3.4 (Equa¸ca˜o de Gauss). Sejam p ∈ M e x, y vetores ortonormais de Tp M . Ent˜ ao. K(x, y) − K(x, y) = hB(x, x), B(y, y)i − |B(x, y)|2 .. Demonstra¸c˜ ao: Sejam X, Y extens˜oes locais ortogonais de x, y respectivamente, e tangentes a M ; indicaremos por X, Y as extens˜oes locais de X, Y a M . Ent˜ao.

(39) 29. ∇Y ∇X X − ∇X ∇Y X − (∇Y ∇X X − ∇X ∇Y X), Y (p) E D + ∇[X,Y ] X − ∇[X,Y ] X, Y (p). K(x, y) − K(x, y) =. Observe inicialmente que o u ´ltimo termo se anula, pois D. E. D. N. E. ∇[X,Y ] X − ∇[X,Y ] X, Y (p) = − (∇[X,Y ] X) , Y (p) = 0.. Por outro lado, se indicarmos por E1 , . . . , Em , m = dimM − dimM , campos locais. ortonormais e normais a M , teremos que. B(X, Y ) =. X. Hi (X, Y )Ei , Hi = HEi , i = 1, . . . , m.. i. Portanto, em p,. ∇Y ∇X X = ∇Y (. X i. Hi (X, X)Ei + ∇X X) =. X i. {Hi (X, X)∇Y Ei + Y Hi (X, X)Ei } + ∇Y ∇X X.. Logo em p,. X. ∇Y ∇X X, Y = − Hi (X, X)Hi (Y, Y ) + h∇Y ∇X X, Y i .. (1.8). i. Analogamente,. X. ∇X ∇Y X, Y = − Hi (X, Y )Hi (X, Y ) + h∇X ∇Y X, Y i .. (1.9). i. Usando (1.8) e (1.9), o resultado segue.  No caso de hiperf´ıcies f : M n → M. n+1. , a formula de Gauss admite uma express˜ao mais. simples. Sejam p ∈ M e η ∈ (Tp M )⊥ , |η| = 1. Seja {e1 , . . . , en } uma base ortonormal. de Tp M para a qual Sη = S ´e diagonal, isto ´e, S(ei ) = λi ei , i = 1, . . . , n, onde λ1 , . . . , λn. s˜ao os valores pr´oprios de S. Ent˜ao H(ei , ei ) = λi e H(ei , ej ) = 0, se i 6= j. Portanto, podemos escrever. K(ei , ej ) − K(ei , ej ) = λi λj ..

(40) 30 Uma imers˜ao f : M → M ´e geod´esica em p ∈ M se para todo η ∈ (Tp M )⊥ a segunda. forma fundamental IIη ´e identicamente nula em p. A imers˜ao f ´e totalmente geod´esica se ela ´e geod´esica para todo p ∈ M . Proposi¸c˜ ao 1.3.5. Uma imers˜ ao f : M → M ´e geod´esica em p ∈ M se e s´ o se toda geod´esica γ de M partindo de p ´e geod´esica de M em p.. Defini¸c˜ ao 1.3.6. Seja f : M n → M. n+p. uma imers˜ ao isom´etrica. O vetor curvatura. m´edia de f em p ´e definido por. ~ H(p) =. n X i=1. B(ei , ei )(p) ∈ (Tp M )⊥. onde {e1 , . . . , en } ´e uma base ortonormal para Tp M Na defini¸ca˜o acima, quando p = 1. Seja η ∈ (Tp M )⊥ , |η| = 1. Neste caso, temos ~ H(p) = =. D. E ~ H(p), η η. n X i=1. =. n X i=1. hB(ei , ei ), ηi η. hSη (ei ), ei i η. = (k1 + k2 + · · · + kn )η = H(p)η. Defini¸c˜ ao 1.3.7. Uma imers˜ ao f : M → M ´e m´ınima se para todo p ∈ M e todo η ∈ (Tp M )⊥ tem-se que o tra¸co Sη = 0.. ´ claro que f ´e m´ınima se e s´o se H(p) ~ E = 0. Exemplo 1.3.8 (Helic´oide). O helic´ oide ´e dado pela parametriza¸ca˜o ϕ(t, s) = (t cos s, t sin s, s), onde s, t ∈ R. Seja f : M → M. n+1. uma hiperf´ıcie. Sejam p ∈ M e η ∈ (Tp M )⊥ . Temos B(x, y) = hB(x, y), ηi η = Hη (x, y)η.. Escolha agora uma base ortonormal {e1 , . . . , en } de Tp M e seja hij = Hη (ei , ej ). Logo,. B(ei , ej ) = hij η. Portanto, pela equa¸c˜ao de Gauss (1.3.4) temos.

(41) 31. Figura 1.1: O helic´oide ´e uma superf´ıcie m´ınima. Rij = Rij + hii hjj − h2ij . Tomando o somat´orio em i, j de 1 a n temos n X. n X. Rij =. i,j=1. i,j=1 n X. =. i,j=1. somando e subtraindo 2 K =. n X. i,j=1. Pn. j=1. Rij + 2. Rij +. n X. hii. i=1. !. n X. hjj. j=1. !. −. n X. h2ij. i,j=1. Rij + H 2 − |B|2 .. R(ei , η, ei , η) obtemos,. n X j=1. R(ei , η, ei , η) − 2 2. 2. = K − 2 Ricg (η, η) + H − |B| .. n X j=1. R(ei , η, ei , η) + H 2 − |B|2 .. Defini¸c˜ ao 1.3.9. Sejam M n uma variedade diferenci´ avel com uma m´etrica g, f : M → R, X ∈ X (M ),p ∈ M e u, v ∈ Tp M , definimos por divX =. n X i=1. h∇ei X, ei i. o divergente de um campo X. E por ∆g f = trHessf =. n X. Hessf (ei , ei ) = div(∇g f ). i=1. o laplaciano da fun¸ca˜o f . Onde {e1 , . . . , en } ´e uma base para tM . Teorema 1.3.10. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana com bordo. Para algum campo de vetores suave com suporte compacto X em M , Z Z hX, N ig dVge. divXdVg = M. ∂M.

(42) 32 onde N ´e um campo de vetores normal unit´ ario que aponta para fora ao longo de ∂M e ge ´e a m´etrica Riemanniana induzida em ∂M .. fn+1 uma imers˜ f → R ´e Proposi¸c˜ ao 1.3.11. Seja ϕ : M n → M ao isom´etrica, se f : M. uma fun¸ca˜o suave, ent˜ ao. ∆gef = ∆g f − nH(f ) − Hessgef (N, N ) em cada p ∈ M , onde H ´e o vetor curvatura m´edia da imers˜ ao e N ´e um campo unit´ ario normal `a M em uma vizinhan¸ca de p.. e as conex˜oes de Levi-Civita de M e M f respectivaDemonstra¸c˜ ao: Denote por ∇ e ∇ mente. Se {e1 , e2 , ...en = N } ´e um referencial adaptativo em uma vizinhan¸ca de p ∈ M f, temos em p em M ∆gef = =. n+1 X i=1. n X i=1. e e ei )(f )) (ei (ei f ) − (∇ i. e N N )(f ) (ei (ei f ) − (∇ei ei )(f ) − B(ei , ei )(f )) + N (N f ) − (∇. = ∆g f − Hessgef (N, N ) −. n X. B(ei , ei )(f ). i=1. = ∆g f − nH(f ) − Hessgef (N, N ).  Corol´ ario 1.3.12. Seja x : (S 2 , h) → R3 a imers˜ ao canˆonica e xj a fun¸ca˜o coordenada definida em R3 ent˜ ao. ∆h xj + 2xj = 0 Demonstra¸c˜ ao:Seja N = −x o campo normal unit´ario, temos e v N )T Sη (v) = −(∇ e v x)T = (∇ = v.. Ent˜ao.

(43) 33. 1 trSη N n 1 n(−x) = n = −x.. Hx =. Seja γ(t) = (1 + t)x, temos. Hx (xj ) = −x(xj ) d = − xj ((1 + t)x)|t=0 dt d = − (1 + t)xj |t=0 dt = −xj . Portanto ∆δ xj = ∆h xj − 2H(xj ) − Hessδ xj (N, N ) 0 = ∆h xj − 2(−xj ). . 1.3.1. Primeira varia¸ c˜ ao da ´ area. Seja F : Σ × (−ǫ, ǫ) → M uma varia¸ca˜o de Σ com suporte compacto e bordo fixado.. Isto ´e, F = Id em K c , com K ⊂ M compacto,. F (x, 0) = x, e para todo x ∈ ∂Σ,. F (x, t) = x.. O campo variacional da varia¸c˜ao F ´e o campo Ft , onde temos Ft ≡ 0 em K c .. Para calcular a primeira varia¸ca˜o da a´rea para esta fam´ılia de superf´ıcies, tomemos um. sistema de coordenadas em Σ e definimos para cada Σt a m´etrica gij (t) = g(Fxi , Fxj ) Defina ν(t) =. q. det(gij (t)). p det(g ij (0)).

(44) 34 A f´ormula da ´area ´e Vol(F (Σ, t)) = Usando a regra de Leibniz, segue que d Vol(F (Σ, t)) = dt t=0. Z Z. ν(t) Σ. Σ. q det(gij (0)). d ν(t) dt t=0. q. det(gij (0)). d ν(t) em um ponto x, podemos escolher um sistema de coordenadas dt t=0 tal que em x este ´e ortonormal, ou seja Para calcular. gij (0) = δij Usando isso e o fato das derivadas com respeito a xi e t comutarem, obtemos em x, 1 d ν(t) = tr(gij′ (0)) dt t=0 2 k 1X ′ = g (0) 2 i=1 kk k. = =. 1X d < F xi , F xi > 2 1 dt. k X 1. < ∇ F t F xi , F xi > =. = divΣ Ft .. k X 1. < ∇ F x i F t , F xi >. Como Ft ∈ Tx M este pode ser decomposto em uma parte tangente e outra normal a`. Σ. Temos, k X 1. < ∇Fxi Ft , Fxi > = =. n−k X k X. l=1 i=1 n−k k XX. < ∇Fxi < Ft , Nl > Nl , Fxi > + divΣ Ft T < Ft , Nl >< ∇Fxi Nl , Fxi > + divΣ Ft T. l=1 i=1 n−k X k X. = − = −. l=1 i=1 n−k k XX. < Ft , Nl >< II(Fxi , Fxi ), Nl > + divΣ Ft T < II(Fxi , Fxi ), < Ft , Nl > Nl > + divΣ Ft T. l=1 i=1. = − < H, Ft > +divΣ Ft T Onde Nl ´e uma base ortonormal do fibrado normal de Σ em x. Retomando e usando R o Teorema de Stoke’s para ver que Σ divFt T = 0, temos Z d − < H, Ft > Vol(F (Σ, t)) = dt t=0 Σ.

(45) 35. 1.3.2. Segunda varia¸ c˜ ao da ´ area. Suponha Σk ⊂ M n uma subvariedade m´ınima. Queremos calcular a segunda derivada. do funcional a´rea para uma varia¸c˜ao de Σ. Seja F uma varia¸ca˜o de Σ com suporte compacto. Assumiremos que F ´e uma varia¸ca˜o normal, isto ´e, em Σ temos. Ft T ≡ 0 Como antes, seja xi coordenadas locais em Σ e seja gij (t) = g(Fxi , Fxj ) Defina ν(t) = Derivando ν(t). q p det(gij (t)) det(g ij (0)). Z q d2 d2 Vol(F (Σ, t)) = ν(t) det(gij (0)) 2 dt2 t=0 Σ dt t=0 Relembrando que a primeira derivada pode ser escrita como d 2 ν(t) = tr(gij′ (t)g lm (t))ν(t), dt P ′ onde o tra¸co, aqui, significa i,j gij (t)g ij (t). Para ver isso, relembramos que. (1.10). d det(δij + taij ) = tr(aij ). dt t=0. d2 ν(t) em algum ponto x ∈ Σ, podemos escolher um sistema de coordt2 denadas xi ortogonal em x. Derivando (1.10) em x, temos Para calcular. 2. d2 1 ′ ν(t) = tr(gij′′ (0)) − tr(gij′ (0)glm (0)) + [tr(gij′ (0))]2 . 2 dtt=0 2. (1.11). Desde que Σ ´e m´ınima, temos tr(g ′ (0)) = 0 e, portanto, obtemos 2. d2 ν(t) = tr(g ′′ (0)) − tr(g ′ (0)g ′ (0)) = tr(g ′′ (0)) − |g ′ (0)|2 , 2 dtt=0. onde a u ´ltima igualdade ´e tr(M 2 ) = |M 2 |, com M uma matriz sim´etrica. Lema 1.3.13. Em um ponto x, obtemos |g ′ (0)|2 = 4| hII(., .), Ft i |2 ,. 2 tr(g ′′ (0)) = 2| hII(., .), Ft i |2 + 2|∇N Σ Ft | + 2tr hRM (., Ft )Ft , .i + 2divΣ (Ftt ).. (1.12).

(46) 36 Demonstra¸c˜ ao: Ver [7].. . Portanto, obtemos em x, d2 ν(t) = −| hII(., .), Ft i |2 dt2t=0 2 +|∇N Σ Ft | − trΣ hRM (ei , Ft )ei , Ft i + div(Ftt ). Agora integrando e usando a minimalidade de Σ obtemos d2 Vol(F (Σ, t)) = − dt2t=0. Z. Σ. hFt , LFt i ,. onde L ´e um operador auto-adjunto chamado operador de estabilidade definido em um campo de vetores normal X de Σ por. LX = ∆N Σ X + tr[RM (., X).] +. k X. g(II(ei , ej ), X)II(ei , ej ),. i,j=1. e ∆N e o Laplaciano no fibrado tangente. Σ ´ Lema 1.3.14 (Desigualdade de estabilidade). Suponha que Σn−1 ⊂ M n ´e uma hiperf´ıcie d2 m´ınima est´ avel, ou seja 2 Vol(F (Σ, t)) ≥ 0, com fibrado normal trivial, ent˜ ao para dtt=0 toda fun¸ca˜o Lipschitz η com suporte compacto Z Z 2 2 |∇Σ η|2 . (inf RicM (ν, ν) + |II| )η ≤ Σ M. Σ. Demonstra¸c˜ ao: Ver [7].. 1.4. . Variedades Riemannianas Completas. Defini¸c˜ ao 1.4.1. Uma variedade Riemanniana M ´e completa se para todo p ∈ M , a aplica¸ca˜o exponencial, expp , est´ a definida pata todo v ∈ Tp M , i.e., se as geod´esicas γ(t). que partem de p est˜ ao definidas para todos os valores do parˆametro t ∈ R.. Defini¸c˜ ao 1.4.2. A distˆ ancia d(p, q) ´e definida por d(p, q)=´ınfimo dos comprimentos de todas as curvas fp,q , onde fp,q ´e uma curva diferenci´ avel por partes ligando p a q. ´ f´acil mostrar que com a distˆancia d, definida acima, M ´e um espa¸co m´etrico e que a E topologia induzida pela mesma coincide com a topologia inicial de M ..

(47) 37 Teorema 1.4.3 (Hopf e Rinow). Seja M uma variedade Riemanniana e seja p ∈ M . As. seguintes afirma¸co˜es s˜ ao equivalentes:. a) expp est´ a definida em todo o Tp M . b) Os limitados e fechados de M s˜ ao compactos. c) M ´e completa como espa¸co m´etrico. d) M ´e geodesicamente completa. e) Para todo q ∈ M existe uma geod´esica γ ligando p a q com l(γ) = d(p, q). Corol´ ario 1.4.4. Se M ´e compacta ent˜ ao M ´e completa. Corol´ ario 1.4.5. Uma subvariedade fechada de uma variedade Riemanniana completa ´e completa na m´etrica induzida; em particular, as subvariedades fechadas de um espa¸co euclidiano s˜ ao completas.. 1.5. Variedades com Curvatura Seccional Constante. Podemos mencionar algumas variedades com curvatura seccional constantr, a saber, o espa¸co euclidiano Rn com K ≡ 0 e a esfera unit´aria S n ⊂ Rn+1 com curvatura seccional. K ≡ 1. Nesta se¸ca˜o introduziremos uma variedade Riemanniana, o espa¸co hiperb´olico. H n de dimens˜ao n, que tem curvatura seccional K ≡ −1. As variedades Rn , S n e H n s˜ao completas e simplesmente conexas.. Teorema 1.5.1. Seja M n uma variedade Riemanniana completa e de curvatura seccional f de M , com a m´etrica do recobrimento, constante K. Ent˜ ao o recobrimento universal M. ´e isom´etrico a:. a) H n , se K = −1, b) Rn , se K = 0, c) S n , se K = 1..

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