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Recursos no Processo do Trabalho

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2022

Manual dos

Recursos no Processo do Trabalho

5ª edição

Revista, atualizada e ampliada

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VI

DA UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA

1. DA JURISPRUDÊNCIA

Em épocas marcadas por grandes codificações, seguindo o sistema romano-germânico de legislação escrita e rígida, o juiz, praticamente, não podia interpretar a lei, somente podendo aplicá-la, subsumindo os fatos ao prévio catálogo de lei. O juiz era apenas a voz e a boca da lei (bouche de la loi). Se tornou clássica a frase in claris cessat interpretatio do Código Civil francês.

Na visão de Montesquieu, os juízes eram seres inanimados, que não podiam moderar nem a sua força (a Lei) nem o seu rigor. O juiz nada criaria, apenas aplicaria o direito (já previamente elaborado pelo legislador) ao caso concreto. O catálogo de todas as soluções possíveis já preexistiria ao caso litigioso. Ao juiz nada mais se pediria do que confrontar o fato com tal catálogo, até localizar a regra legal que resolveria o problema. Sua atividade mental seria apenas silogística1.

Atualmente, o sistema constitucional brasileiro, fruto do Estado So- cial, reco nhece a liberdade de convicção do magistrado como sendo não só uma garantia da cidadania, mas também um pilar de sustentação do regime democrático de tripartição de poderes.

A doutrina tem destacado o importante papel do Judiciário Trabalhista na con cretização e efetivação dos direitos fundamentais do trabalhador,

1. NETO, Eugênio. Reflexões histórico-evolutivas sobre a constitucionalização do direito privado.

In: SARLET, Ingo Wolfgang (Coord.). Constituição, Direitos Fundamentais e Direito Privado.

Rio de Janeiro: Renovar, 2004. p. 23.

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não sendo este apenas a chamada “boca da lei”, mas livre para realizar interpretações construtivas e evolutivas do direito, a partir dos princípios constitucionais, com a finalidade de encontrar equilíbrio entre a livre-i- niciativa e a dignidade da pessoa humana do trabalhador.

Apesar do Brasil ter a tradição romano-germânica que prioriza o Direito positivado na lei, a jurisprudência exerce papel fundamental tan- to no Direito do Trabalho, como no Direito Processual do Trabalho. A própria CLT reconhece a jurisprudência como fonte tanto do Direito do Trabalho como do Direito Processual do Trabalho (art. 8º).

A jurisprudência compõe o conjunto de decisões dos Tribunais, en- globando os Tribunais Superiores, os de 2º grau de jurisdição e também os órgãos de 1º grau de jurisdição (Varas do Trabalho). Quando há reiteradas decisões num mesmo sentido, diz-se que há jurisprudência predominante sobre determinada matéria.

Como bem adverte Tércio Sampaio Ferraz Júnior2: “Se é verdade que o respeito à lei e a proibição da decisão contra legem constituem regras estruturais fortes do sistema, não podemos desconhecer, de um lado, a formação de interpretações uniformes e constantes que, se não inovam a lei, dão-lhe um sentido geral de orientação; é a chamada jurisprudência pacífica dos tribunais, que não obriga, mas de fato acaba por prevalecer”.

A jurisprudência uniforme dos Tribunais dá ensejo à edição de Sú- mulas, que constituem o resumo da interpretação pacífica de determinado Tribunal sobre uma matéria jurídica. São muitas as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho, disciplinando matéria processual, principalmente sobre matérias de aplicação subsidiária do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho.

Como bem adverte José Miguel Garcia Medina3:

“A lei e a súmula não se encontram num mesmo plano. Na verdade, a súmula deve se subordinar à lei. O que ocorre é que a norma jurídica, geral e abstrata, pode dar ensejo ao surgimento de duas ou mais interpretações diversas, sobre um mesmo assunto (...) A súmula, assim, desempenha função importantíssima, pois registra qual interpretação da norma seria a correta, que, uma vez revelada, irá instruir julgamentos posteriores

2. FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 245.

3. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: RT, 2015, p. 1244.

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sobre o mesmo tema. Não admira que, muitas vezes, não se menciona, na fundamentação das decisões judiciais, qualquer dispositivo de lei.

As decisões judiciais devem ser fundamentadas no sistema jurídico e, porque a súmula revela interpretação jurisprudencial tida por correta, apenas nessa medida deverá ser invocada”.

A EC n. 45/04 criou a Súmula Vinculante, que pode ser editada pelo Supremo Tribunal Federal, mediante procedimento disciplinado por lei (Lei n. 11.417/06).

Nesse sentido, dispõe o art. 103-A da CF:

“O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º – A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de nor- mas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre ques- tão idêntica. § 2º – Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso”.

Em havendo Súmula Vinculante do Supremo Tribunal em matéria da compe tência da Justiça do Trabalho, os órgãos da Justiça do Trabalho (Juízes do Trabalho, TRTs e TST) terão de observá-la. Portanto, as Súmulas Vinculantes em matéria processual são fontes do Direito Processual do Trabalho.

2. A QUESTÃO DO PRECEDENTE JUDICIAL

No direito brasileiro, a existência de controle difuso de constitucionali- dade, o emprego crescente de textos redigidos a partir de técnica legislativa

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aberta e, sobretudo, uma nova compreensão a respeito do significado da interpretação jurídica colaboraram significativamente para essa interpene- tração. Desde o momento em que se percebeu que o texto não se confunde com a norma e que a norma não é o objeto, mas o resultado da interpre- tação, chegou-se à conclusão de que ou a interpretação dada ao direito pelo Supremo Tribunal e pelo Superior Tribunal de Justiça era encarada como algo dotado de normatividade, ou então, o princípio da igualdade se esfumaça em uma abstração irritante em um sistema indiferente à imen- sa maioria de casos concretos idênticos ou semelhantes cotidianamente julgados de maneira diferente4.

Indiscutivelmente, existe uma tendência contemporânea de apro- ximação entre os sistemas da common law e civil law, considerando-se a força criativa do direito pelos Tribunais Superiores, que são as Cortes encarregadas de dar a palavra final sobre a interpretação da lei, e aplicar o resultado da interpretação para casos idênticos, como forma de racio- nalizar a atividade dos Tribunais, e impulsionar a aplicação isonômica da norma para todos que estão na mesma situação jurídica.

O Código de Processo Civil utiliza a expressão precedentes quando dispõe sobre a jurisprudência dos Tribunais. Nesse sentido, dispõe o art.

926 do CPC, “in verbis”:

“Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. § 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupos- tos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. § 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.”

O precedente não é o resumo do julgamento ou a conclusão da decisão, mas a tese extraída do julgamento, que em razão de suas peculiaridades, importância e generalidade, possa ser aplicada em outros casos análogos.

É a chamada razão determinante da decisão ou ratio decidendi. Por isso, todo precedente deve ser decorrente de uma decisão judicial.

Somente a interpretação jurídica que se extrai do enquadramento dos fatos ao regramento legal, pode ser objeto do precedente judicial, uma vez que as controvérsias fáticas de cada demanda são únicas e desafiam

4. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Curso de Processo Civil. vol. 2. São Paulo: RT, 2015. p. 605-606.

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um único julgamento, cuja tese não pode ser transportada para outras demandas.

Como sustenta Hermes Zaneti Jr.5:

“Precedentes judiciais não se confundem com direito jurisprudencial entendido como repetição de decisões reiteradas, por mais que este direito possa ser considerado influente ou persuasivo de fato. Os precedentes judiciais, como entendemos neste trabalho, consistem no resultado da densificação de normas estabelecidas a partir da compreensão de um caso e suas circunstâncias fáticas e jurídicas. No momento da aplicação, deste caso-procedente, analisado no caso-atual, se extrai a ratio decidendi ou holding como o core do procedente. Trata-se, portanto, da solução jurídica explicitada argumentativamente pelo intérprete a partir da unidade fático-jurídica do caso-precedente (material facts e a solução jurídica dada para o caso-atual). Por esta razão, não se confundem com a jurisprudência, pois não se traduzem em tendências do tribunal, mas na própria decisão (ou decisões) do tribunal com respeito à matéria”.

Na mesma direção Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero6:

“Os precedentes não são equivalentes às decisões judiciais. Eles são razões generalizáveis que podem ser identificadas a partir das decisões judiciais.

O precedente é formado a partir da decisão judicial. E porque tem como matéria-prima a decisão, o precedente trabalha essencialmente sobre fatos jurídicos relevantes que compõem o caso examinado pela jurisdição e que determinaram a prolação da decisão da maneira como foi prolatada.

Os precedentes são razões generalizáveis que podem ser extraídas da justificação das decisões. Por essa razão, operam necessariamente dentro da moldura dos casos dos quais decorrem.”

No sistema brasileiro, que segue a tradição da civil law, o direito é criado pela Lei, podendo os Tribunais, por meio de interpretação do ordenamento jurídico, diante de casos concretos, criar teses paradigmas que possam ser aplicadas em outros casos em que se discute a mesma questão. Por isso, pensamos que o Código de Processo Civil de 2015 buscou aperfeiçoar o sistema de criação da jurisprudência, com a racionalização

5. O valor vinculante dos precedentes. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 324-325.

6. Novo Código de Processo Civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 989.

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da atividade jurisdicional, mas não trouxe, para o direito brasileiro, o sistema da common law.

Na tradição da common law, ao contrário do sistema brasileiro, o precedente judicial vai se sedimentando aos poucos, a partir do momento em que as instâncias inferiores àquela que criou o precedente passam a segui-lo, e admitir sua força vinculante. Além disso, os precedentes são feitos para decidir casos passados7 e, incidentalmente, casos futuros. Na tradição brasileira, e, também, no sistema do Código de Processo Civil de 2015, o precedente judicial se extrai do julgamento proferido pelos Tribunais Superiores, e terá força vinculante para as instâncias inferiores em casos futuros.

Segundo Georges Abboud8, “no common law, o que confere essa dimensão de precedente à decisão do Tribunal Superior é sua aceitação pelas partes e pelas instâncias inferiores do Judiciário. Daí ele ser dotado e uma aura democrática, que o procedente à brasileira não possui, uma vez que, os provimentos vinculantes no NCPC já nascem dotados de efeito vinculante – independentemente da qualidade e da consistência da conclusão de suas decisões. Por consequência, no common law os Tribu- nais Superiores, quando decidem um leading case, não podem impor seu julgado determinando que ele se torne um precedente”.

Como bem advertem Nélson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery9:

“(...) o precedente, na common law, vai muito além da simplificação do julgamento que é normalmente enxergado pela doutrina nacional, de modo geral. O precedente, ali, não funciona como uma simples ferra- menta de simplificação de julgamento; ‘invoca-se o procedente porque se pretende que há nele uma analogia, substancialmente falando, que permite que o princípio que justifica o caso anterior cubra também o novo caso. Vai-se do particular ao geral e não do geral ao particular, como é típico do sistema anglo-americano e inverso do nosso. Mas a afirmação da analogia tem de sujeitar-se ao distinguo. Pode objetar-se que no novo caso há elementos relevantes que o subtraem à sorte jurídica do

7. Vide a propósito Lênio Luiz Streck. In: Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo:

Saraiva, 2013. p. 1.427.

8. Do genuíno precedente do stare decisis ao precedente brasileiro: os fatores histórico, hermenêutico e democrático que os diferenciam. In: Precedentes. Coord. Fredie Didier Júnior. Salvador: JusPodivm, 2015. p. 404-405.

9. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: RT, 2015. p. 1.833.

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caso anterior’ (José de Oliveira Ascenção. Fontes do direito no sistema do common Law (RDP 35-36-51). Portanto, há uma análise acurada do caso para que se verifique se é cabível a aplicação do mesmo princípio que norteou o julgamento do caso tomado como precedente, o eu é bem diferente daqui que se entende comumente por esse instituto no Brasil.”

No mesmo sentido defende Cássio Scarpinella Bueno10:

“Previsibilidade, isonomia e segurança jurídica – valores tão caros a quaisquer ordens jurídicas estáveis, como é o caso da brasileira, pouco importando de onde elas nasceram e se desenvolveram – devem ser metas a serem atingidas, inclusive pela atuação jurisdicional. No entanto, faço questão de frisar, há limites para o legislador infraconstitucional alcançar aquele desiderato. E, também insisto, fossem suficientes Súmulas dos Tribunais (a começar pelas do Tribunais Superiores) e, até mesmo, a técnica de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetiti- vas, e as experiências mais recentes, ainda sob a égide do CPC de 1973, teriam surtido efeitos bem melhores do que estatísticas sobre a redução de casos julgados perante os Tribunais Superiores. Não consigo ver, portanto, nada no CPC de 2015 que autorize afirmativas genéricas, que vêm se mostrando comuns, no sentido de que o direito brasileiro migra em direção ao common law ou algo do gênero. Sinceramente, prezado leitor, não consigo concordar com esse entendimento. O que há, muito menos que isso, é uma aposta que o legislador infraconstitucional vem fazendo mais recentemente no sentido de que as decisões proferidas pelos Tribunais Superiores e aquelas proferidas pelos Tribunais de Justiça e pelos Regionais Federais forem observadas (acatadas) pelos demais órgãos jurisdicionais, haverá redução sensível do número de litígios e maior previsibilidade, maior segurança e tratamento isonômico a todos.

É que os incisos do art. 927 bem demonstram. Nada mais do que isso.”

Determina o Código de Processo Civil, no art. 926, que os Tribunais, ao editar enunciados de súmulas devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Diante do referido dispositivo, destacam-se os seguintes pressupostos para a criação de enunciados de súmulas:

a) os Tribunais não podem criar súmulas para casos hipotéticos, ou seja, em tese. Tal somente é possível diante de julgamentos de casos concretos. Não se nega a possibilidade de criação do

10. Manual de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 538-539.

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direito pela jurisprudência, mas esta deve refletir as teses dis- cutidas em casos concretos;

b) as súmulas devem vir acompanhadas de seu histórico, com a referência aos julgamentos que lhes deram suporte, para que os destinatários e aplicadores possam conhecer seus motivos determinantes;

c) a publicidade da jurisprudência: nos termos do § 5º, do art.

927, do CPC, os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

3. DAS SÚMULAS

Dispõe o § 2º do art. 8º, da CLT, com a redação dada pela Lei n.

13.467/17:

“Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não po- derão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei.”

O § 2º, do art. 8º, da CLT visou a restringir o alcance da jurispru- dência trabalhista, vedando que o Judiciário, por meio de interpretação, aplicação ou integração do direito, restrinja ou crie direito não previsto em lei. Trata-se de regra que não encontra similar em outros ramos do direito ou do Judiciário.

De nossa parte, o § 2º do art. 8º, da CLT é manifestamente incons- titucional, por impedir a livre interpretação e aplicação do direito pelos Tribunais Trabalhistas, inibir a eficácia dos direitos fundamentais, bem como dos princípios constitucionais. Além disso, impede a evolução da jurisprudência e restringe o acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF).

Como bem adverte José Lúcio Munhoz11, “em que pese não caber ao Judiciário criar obrigações não previstas em lei nem restringir direitos já legalmente estabelecidos, o juiz não é impedido de interpretar o alcance da norma e verificar sua compatibilidade com o sistema jurídico na qual

11. In: Reforma trabalhista comentada por Juízes do Trabalho: artigo por artigo. São Paulo: LTr, 2018. p. 46-47.

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ela é inserida, sendo isso não apenas uma opção, mas, em verdade, uma obrigação de qualquer magistrado.”

No mesmo sentido é a opinião de Rafael Edson Pugliese Ribeiro12:

“A jurisprudência, sob inspiração da doutrina, tem prestado o relevante serviço de suprir as necessidades da população, e com isso os Tribunais expuseram-se às críticas de movimentarem alguma função criativa, quando menos não fizeram do que promover a solução aos litígios, suprindo a omissão legislativa com métodos integrativos que respeitam os princípios da Ciência (...) A jurisprudência (e com ela as Súmulas e Orientações Jurisprudenciais) não produz restrição a ‘direitos legalmente previstos’, porque, quando são, realmente, legalmente previstos, a incidência é da Lei, não da jurisprudência. A jurisprudência também não procede para

‘criar obrigações’, senão para exarar decretos que imputam obrigações, promovendo a aplicação da norma ao caso concreto e, na omissão legislativa (inexistência de leis), como a solução possível pelo recurso consentido, no caput do art. 8º, que admite, expressamente, a circunstância de ‘falta de disposições legais ou contratuais’.”

O art. 702 da CLT, com a redação dada pela Lei n. 13.467/17, estabelece requisitos para a edição de Súmulas. Dispõe o referido dispositivo legal:

“Ao Tribunal Pleno compete: I – (...) f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido de- cidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial. (...) § 3º As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procu- rador-Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. § 4º O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribu- nais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea “f” do inciso I e no § 3º deste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária.”

12. Reforma trabalhista comentada. Curitiba: Juruá, 2018. p. 36-37.

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Como visto, a jurisprudência uniforme dos Tribunais dá ensejo à edição de Súmulas, que constituem o resumo da interpretação pacífica de determinado Tribunal sobre uma matéria jurídica. São muitas as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho, disciplinando matéria processual, prin- cipalmente sobre matérias de aplicação subsidiária do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho.

Como bem adverte José Miguel Garcia Medina13:

“A lei e a súmula não se encontram num mesmo plano. Na verda- de, a súmula deve se subordinar à lei. O que ocorre é que a norma jurídica, geral e abstrata, pode dar ensejo ao surgimento de duas ou mais interpretações diversas, sobre um mesmo assunto (...) A súmula, assim, desempenha função importantíssima, pois registra qual interpretação da norma seria a correta, que, uma vez revelada, irá instruir julgamentos posteriores sobre o mesmo tema. Não admira que, muitas vezes, não se menciona, na fundamentação das decisões judiciais, qualquer dispositivo de lei. As decisões judiciais devem ser fundamentadas no sistema jurídico e, porque a súmula revela interpretação jurisprudencial tida por correta, apenas nessa medida deverá ser invocada.”

Sem dúvida, a jurisprudência, no Código de Processo Civil de 2015 foi prestigiada como fonte do direito e, em muitos casos, tendo prevalência sobre o texto da lei.

Em contraposição, à força da jurisprudência dada pelo CPC/2015, a Lei n. 13.467/17 procura dificultar a criação de súmulas pelos Tribunais Trabalhistas, principalmente, pelo Tribunal Superior do Trabalho.

O referido art. 702, I, da CLT, estabelece requisitos para a edição de súmulas, tanto pelo Tribunal Superior do Trabalho, quanto pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quais sejam:

a) voto de pelo menos dois terços de seus membros;

b) matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimi- dade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos

13. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: RT, 2015. p. 1.244.

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daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial;

c) sessões públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Mi- nistério Público do Trabalho, Ordem dos Advogados do Brasil e Entidades Sindicais.

Trata-se de alteração sem similar em outros ramos do Judiciário, impondo requisitos para a edição de Súmulas pelos Tribunais Trabalhistas.

Sem dúvida, a criação, cancelamento ou alteração de súmulas fica mais difícil, exigindo votos de pelo menos dois terços dos membros do Tribunal, bem como se deve franquear a palavra para sustentação dos representantes do Ministério Público, OAB e Entidades Sindicais.

Por um lado, há aspectos positivos com a alteração, pois fortalecerá a jurisprudência de primeiro grau. Por outro lado, há aspectos negati- vos, pois praticamente, inviabiliza a edição de Súmulas pelos Tribunais Trabalhistas.

Certamente, a constitucionalidade desta regra será questionada, pois invalide a autonomia dos Tribunais (ver art. 96, I, da CF).

No aspecto, o Enunciado n. 111, da II Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, da ANAMATRA, in verbis:

“SÚMULAS E ENUNCIADOS DE JURISPRUDÊNCIA. EDIÇÃO E ALTERAÇÃO. REQUISITOS. INCONSTITUCIONALIDADE. SÃO INCONSTITUCIONAIS OS REQUISITOS DO ART. 702, I, “F”, E § 4º, DA CLT, INTRODUZIDOS PELA LEI N. 13.467/2017, PARA A EDI- ÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SÚMULAS E OUTROS ENUNCIADOS DE JURISPRUDÊNCIA, POR VIOLAÇÄO AOS ARTS. 2º, 5º, LIV, 93, 96, I, A, E 113 DA CF.

4. FORÇA VINCULANTE DA JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS

O Código de Processo Civil de 2015, de forma inovadora, criou um sistema chamado pela doutrina de “precedentes obrigatórios”, ou seja, en- tendimentos firmados pelos Tribunais sobre a interpretação do direito no caso concreto, que devem ser observados pelo próprio Tribunal que criou o precedente (horizontal), assim como pelas instâncias hierarquicamente inferiores (vertical).

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XII

AGRAVO DE PETIÇÃO

1. CONCEITO

O agravo de petição é o recurso cabível em face das decisões do Juiz do Trabalho proferidas em execução de sentença.

A execução trabalhista consiste num conjunto de atos praticados pela Justiça do Trabalho, mediante regular processo, destinados à satisfação de uma obrigação consagrada num título executivo judicial ou extrajudicial, da competência da Justiça do Trabalho, não voluntariamente satisfeita pelo devedor, contra a vontade deste último.

Da definição que adotamos, destacam-se as seguintes características:

a) a execução é ato do Estado, destacando-se o caráter publicista do pro- cesso; b) tem por objetivo a satisfação da obrigação consagrada num título com força executiva, portanto, todos os atos da execução convergem no sentido da entrega do bem da vida pretendido ao credor, que lhe pertence por direito; c) a execução se inicia quando o devedor não cumpre, volun- tariamente, a obrigação consagrada no título com força executiva; d) a execução é forçada, pois é levada a efeito contra a vontade do executado;

e) são executados na Justiça do Trabalho, os títulos judiciais e extra judiciais que são da competência material da Justiça do Trabalho.

Trata-se de recurso exclusivo da fase de execução, não sendo cabível na fase de conhecimento – por exemplo, se forem opostos embargos de terceiro na fase de conhecimento, o recurso cabível será o ordinário, se, na execução, caberá o agravo de petição.

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Como destaca José Augusto Rodrigues Pinto1, o agravo de petição é

“recurso cabível para Tribunal Regional do Trabalho contra sentença pro- ferida pelo juízo de primeiro grau em processo de execução trabalhista.”

2. REGRAMENTO LEGAL

Art. 897, “a”, da CLT e parágrafos 1º, 3º e 8º:

“Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; (...) § 1º – O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte rema- nescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença (...)

§ 3º Na hipótese da alínea “a” deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1a Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art.

679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 10.035, de 2000 (...) § 8º Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução deter- minará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3º, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta.”

3. CABIMENTO

Como visto, o art. 897, “a”, da CLT dispõe que cabe Agravo de Petição das decisões do juiz na execução.

O termo decisão tem provocado grandes divergências na doutrina. À luz do art. 203 do CPC, as decisões do juiz constituem-se em sentenças, despachos e decisões interlocutórias. Questiona-se: todas as decisões do juiz na execução são passíveis de interposição de agravo de petição?

Para saber se uma decisão é recorrível na execução, por primeiro, temos de compatibilizar a decisão com a sistemática recursal trabalhista.

1. RODRIGUES PINTO, José Augusto. Manual dos recursos trabalhistas. São Paulo: LTr, 2006.

p. 236.

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Os despachos (art. 1.001 do CPC) e as decisões interlocutórias (art. 893,

§ 1º, da CLT) não são recorríveis no Processo do Trabalho e também, como regra geral, não o serão na fase executiva.

De outro lado, também na execução há decisões que somente são impugnadas pelo remédio processual específico previsto na lei, como o caso da sentença de liquidação, que somente pode ser impugnada quan- do dos embargos à penhora (§ 3º do art. 884 da CLT), e também, após a garantia do juízo, a parte somente pode invocar as matérias previstas no § 1º do art. 884 da CLT nos embargos à execução. Desse modo, até a fase processual em que será possível a oposição de embargos à execução, não será possível o manejo do agravo de petição.

A doutrina e a jurisprudência têm admitido a interposição do agravo de petição, mesmo antes da fase dos embargos, quando o Juiz do Trabalho acolhe a exceção de pré-executividade, extinguindo a execução, uma vez que se trata de decisão terminativa da execução.

Efetivamente, o agravo de petição é cabível para impugnar as decisões proferidas nos embargos, tanto a execução, a penhora, a arrematação, adjudicação e também nos embargos de terceiro na fase de execução.

Pensamos que a expressão decisões do juiz na execução engloba tanto as decisões de mérito, proferidas nos embargos à execução, à adjudicação, à arrematação, à penhora, como as terminativas, por exemplo, que extin- guem a fase de execução. Dos despachos e das decisões interlocutórias proferidos na execução, como regra geral, não cabe o agravo de petição, não obstante, acreditamos que, atualmente, diante do grande número de mandados de segurança impetrados na fase de execução, buscando, de forma inadequada, fazer as vezes de mais um recurso na execução, o agravo de petição possa ser utilizado para impugnar decisões interlocutórias na fase de execução, que não podem ser objeto de impugnação pelos embar- gos e que causam gravame imediato à parte, como a liberação de valores depositados, a decisão que não homologa acordo na fase de execução, a decisão que determina o levantamento de penhora2.

2. Nesse sentido, concordamos com a posição de Manoel Antonio Teixeira Filho, quando asse- vera: “A interposição deste remédio específico em relação às interlocutórias somente deve ser admitida em casos excepcionais, como quando a lei não colocar à parte prejudicada a oportunidade de manifestar, no recurso que vier a interpor da sentença, a sua insatisfação quando à decisão interlocutória” (Sistema dos recursos trabalhistas. 10. ed. São Paulo: LTr, 2003. p. 407).

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Desse modo, pensamos ser cabível o agravo de petição em face das seguintes decisões do Juiz do Trabalho nas execuções:

a) decisão que aprecia os embargos à execução;

b) decisões terminativas na execução que não são impugnáveis pelos embargos à execução, como a decisão que acolhe a exceção de pré-executividade;

c) decisões interlocutórias que não encerram o processo executivo, mas trazem gravame à parte, não impugnáveis pelos embargos à execução.

Como bem adverte Amauri Mascaro Nascimento3, “[...] a amplitude do texto legal não é um mal, porque permite sempre um policiamento da segunda instância sobre os atos praticados pela instância ordinária nas execuções de sentença.”

Autores há que sustentam a possibilidade de ser cabível o agravo de petição em face de decisões interlocutórias proferidas na fase de execução, desde que causem gravame imediato à parte, indeferindo sua pretensão.

Nesse sentido, bem exemplifica Renato Saraiva4:

“[...] parte da doutrina e jurisprudência também aceita a interposição de agravo de petição em face das decisões interlocutórias, se terminativas em relação ao objeto da pretensão, como nos casos de decisão que torna sem efeito penhora, que determina o levantamento de depósito em dinheiro feito pelo executado etc.”

Nesse mesmo sentido, Júlio César Bebber5:

“Embora seja temerário estabelecer uma regra, principalmente diante do forte dissenso doutrinário e jurisprudencial, penso que o agravo de petição será o recurso adequado para impugnar a decisão interlocutória que imponha obstáculo intransponível ao seguimento da execução ou que seja capaz de produzir prejuízo grave e imediato à parte.”

3. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 22. ed. São Paulo:

Saraiva, 2007. p. 719.

4. SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. 4. ed. São Paulo: Método, 2007.

p. 474.

5. BEBBER, Júlio César. Recursos no processo do trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2009. p. 279.

(17)

No aspecto, vale destacar as seguintes ementas:

“Decisão interlocutória. Caráter de decisão definitiva. Agravo de petição.

Possibilidade. O MM. Juízo de origem determinou a expedição de certidão de crédito trabalhista, e a baixa do processo ao arquivo geral de forma definitiva, sendo que serão os autos incinerados após 5 (cinco) anos do arquivamento. Nestes termos, apesar de interlocutória, a decisão atacada desafia o agravo de petição, eis que, em verdade, sem outros meios de obter o andamento da execução, esta assume efeito de decisão definitiva.”

(TRT/SP – 00889005420085020015 – AIAP – Ac. 16a T. – 20160355421 – Rela. Dâmia Ávoli – DOE 7.6.2016)

“RECURSO Interlocutórias Agravo de Petição. Cabimento. Despacho in- terlocutório de natureza decisória. A princípio, o agravo de petição só tem lugar contra sentenças definitivas ou terminativas. O art. 897, “a”, da CLT e o princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias impedem a utilização da medida contra simples incidentes da execução. Entretanto, há decisões que, muito embora não impliquem o encerramento do processo ou a sua suspensão, alteram-lhe a rota. Dão, assim, nova conformação ao processo de execução. São decisões que, enfim, definem a sorte das partes ou da própria execução. Agravo de Instrumento do exequente a que se dá provimento.” (TRT/SP – 03006004820055020015 – AIAP – Ac.

11a T. – 20160340750 – Rel. Eduardo de Azevedo Silva – DOE 2.6.2016)

4. DELIMITAÇÃO DAS MATÉRIAS OBJETO DA CONTROVÉRSIA Assevera o § 1º do art. 897 da CLT:

“O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a exe- cução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.”

Conforme o referido dispositivo legal, o agravante deve declinar na petição do agravo as matérias que impugna expressamente, bem como os valores incontroversos, a fim de possibilitar a execução da parte não impugnada, que será definitiva.

Diverge a doutrina sobre a natureza do presente pressuposto recursal.

Para alguns, se trata de um pressuposto intrínseco do agravo de petição, para outros, um pressuposto extrínseco. De nossa parte, se trata de um pressuposto intrínseco, pois ligado à própria fundamentação recursal, que faz parte do próprio conteúdo do recurso.

Referências

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