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Gestão do Conhecimento em IES: um estudo de caso

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Academic year: 2017

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Universidade

Católica de

Brasília

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

STRICTO SENSU EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Mestrado

GESTÃO DO CONHECIMENTO EM IES:

UM ESTUDO DE CASO

Autor: Sólon Hormidas Caldas

Orientadores: Prof ª. Dra. Luiza Alonso

Prof. Dr. Eduardo Moresi

(2)

SÓLON HORMIDAS CALDAS

GESTÃO DO CONHECIMENTO EM IES: UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito para a obtenção do Título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientadores: Prof ª. Dra. Luiza Alonso

Prof. Dr. Eduardo Moresi

(3)

Ficha elaborada pela Coordenação de Processamento do Acervo do SIBI – UCB.

C145g Caldas, Sólon Hormidas

Gestão do conhecimento em IES: um estudo de caso / Sólon Hormidas Caldas, 2009.

111 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2009. Orientação: Luiza Alonso, Eduardo Moresi

1.Gestão do conhecimento. 2. Aprendizagem organizacional – Universidades. I. Alonso, Luiza, orient. II.Moresi, Eduardo.. orient. III.Título.

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A Deus, por não me deixar rogar por proteção contra os perigos, mas pelo destemor de enfrentá-los. Não me deixar implorar pelo alívio da dor, mas pela coragem de vencê-la. Não me permitir ser covarde, sentindo sua clemência apenas no meu êxito, mas me deixando sentir força de sua mão quando eu cair.

À minha Família, que me apoiou quando escolhi esse desafio.

Aos meus orientadores, Profª. Dra. Luiza Alonso e o Prof. Dr. Eduardo Moresi, pela grande contribuição para este trabalho e a oportunidade de aprendizado e crescimento profissional a que me proporcionaram.

Ao Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), por ter aberto suas portas e apoiado à minha pesquisa, em especial aos Professores Renato e Fabiano pelo apoio recebido.

À Professora Denise Werneck, grande incentivadora para que eu aprofundasse nas questões da gestão do conhecimento.

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Referência: CALDAS, Sólon Hormidas. Gestão do Conhecimento em IES: um estudo de

caso. 111 páginas. Dissertação (Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2009.

Com o desenvolvimento acelerado da tecnologia da informação e o novo modelo de mercado, o processo do compartilhamento do conhecimento gerado nas organizações tornou-se objeto de estudos com o objetivo de identificar um ambiente adequado para que os seus colaboradores possam aprender e multiplicar seu conhecimento com a mesma intensidade. Portanto, passa a ser cada vez mais importante as práticas de gestão do conhecimento dentro da organização a fim de buscar vantagem competitiva voltada para o seu desenvolvimento sustentável. De acordo com a teoria o sucesso das empresas japonesas se deve à suas habilidades técnicas na “criação do conhecimento organizacional”, ou seja, a condição que a empresa proporciona para que as pessoas criem conhecimento, disseminem-no na organização e o incorporem aos produtos, serviços e processos. Diante do exposto, esta Dissertação de Mestrado procurou diagnosticar, por meio de um estudo de caso, a situação atual levantando subsídios para a elaboração de um plano de ação visando a estruturar práticas de Gestão do Conhecimento em um Centro Universitário no Distrito Federal. Para tanto, foi utilizado o instrumento do KMD – Knowledge Management Diagnostic que permitiu diagnosticar de forma tangível o percentual geral do processo de GC existente no setor pesquisado - 72,14% - e forneceu subsídios à formulação do planejamento para a estruturação da Gestão do Conhecimento. Ao analisar os resultados obtidos na pesquisa, percebe-se que os valores da avaliação do processo de GC da UDF, apurados de acordo com o KMD, estão acima da média das organizações que fizeram o teste de campo do DGC que foi de 55% segundo Bukowitz e Williams (2002). Como sugestão para trabalhos futuros, propõe-se a implantação das práticas sugeridas no plano de ação e após o interstício de um ano, período sugerido pelas autoras do KMD, a realização de nova verificação dos passos ora avaliados objetivando acompanhar a evolução decorrente da prática das iniciativas propostas e a medição do ganho real em percentual de práticas de GC depois de sua efetiva implantação.

(8)

The accelerating development of the information technology and the new model market, the process of sharing the knowledge created in the organizations became the object of studies with the purpose of identifying an adequate environment so its holders might learn and multiply their knowledge with the same intensity. Therefore, it is more and more important the practices of knowledge management inside the organization in order to reach competitive advantage benefiting its own sustainable development. The Japanese company’s success is due to their technical abilities in “creating the organizational knowledge”, that means, the condition the company gives so people create knowledge, spread it in the organization and embody in their products, services and process. With that exposed, this master search for a diagnose, through a case study, the nowadays situation raising means for a elaboration of an action plan aiming to structure practices of knowledge management in an college in the Federal District of Brazil. For that, was utilized the KMD instrument – Knowledge Management Diagnostic which allowed to diagnose in a palpable manner the overall percentage of the existing KM (Knowledge Management) process in the researched sector – 72,14% - and provided means to the planning formulation for structuring the knowledge management. Analyzing the results of the research, it is noticed the evaluating numbers of the process of KM of UDF, filtered according to KMD, are above the organizations average that were submitted in a field test of DCG which result was 55% according to Bukowitz and Williams (2002). As to suggestion to future works, it is proposed the implementation of the suggested practices in the action plan and after a period of one year, period suggested by the authors of KMD, to realize a new verification of the steps now evaluated aiming to follow the evolution recurrent of the proposes of the initiative practices and the measure of the real percentage gain of the KM practices after its actual implementation.

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(10)

Quadro 1 – Planilha de pontuação por seção do processo de GC ... 41

Quadro 2 – Planilha de pontuação do diagnóstico de GC ... 41

Quadro 3 – Planilha do cálculo da pontuação geral do processo de GC ... 42

Quadro 4 – Resultado apurado na sessão 1 ... 72

Quadro 5 – Resultado apurado na sessão 2 ... 72

Quadro 6 – Resultado apurado na sessão 3 ... 73

Quadro 7 – Resultado apurado na sessão 4 ... 74

Quadro 8 – Resultado apurado na sessão 5 ... 74

Quadro 9 – Resultado apurado na sessão 6 ... 75

Quadro 10 – Resultado apurado na sessão 7 ... 75

Quadro 11 – Tabela de comparação ... 76

Quadro 12 – Pontuação geral ... 76

Quadro 13 – Imperativos e Desafios – Contribua ... 78

Quadro 14 – Classificação da priorização H ... 81

(11)
(12)

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 ESCOLHA DO TEMA ... 12

1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO... 13

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 15

1.4 OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS ... 15

1.4.1 Objetivo geral ... 15

1.4.2 Objetivos Específicos ... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 17

2.1 A GESTÃO DO CONHECIMENTO ... 17

2.2 O CONHECIMENTO ... 18

2.2.1 Conhecimento organizacional ... 20

2.3 MODELO DE CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE NONAKA E TAKEUCHI 22 2.3.1 As dimensões do conhecimento ... 22

2.3.2 Os modos de conversão do conhecimento ... 23

2.3.2.1 Socialização (tácito em tácito) ... 24

2.3.2.2 Externalização (tácito em explícito)... 24

2.3.2.3 Combinação (explícito em explícito) ... 24

2.3.2.4 Internalização (explícito em tácito)... 25

2.4 CONDIÇÕES CAPACITADORAS DA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ... 27

2.5 MODELO DE CINCO FASES DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ... 28

2.6 AS CONDIÇÕES CAPACITADORAS DA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO 30 2.6.1 Instilação da visão do conhecimento ... 30

2.6.2 Gerência das conversas... 31

2.6.3 Mobilização dos ativistas do conhecimento ... 31

2.6.4 Criação de contexto adequado ... 32

2.6.5 Globalização do conhecimento local... 32

2.7 A SOLICITUDE NAS ORGANIZAÇÕES ... 33

2.7.1 Confiança mútua ... 34

2.7.2 Empatia ativa... 34

2.7.3 Predisposição à ajuda ... 35

2.7.4 Leniência nos julgamentos ... 35

2.7.5 Coragem ... 36

3 KNOWLEDGE MANAGEMENT DIAGNOSTIC – KMD ... 38

3.1 OBTENHA... 43

3.1.1 Articulação... 43

3.1.2 Consciência ... 44

3.1.3 Acesso ... 45

3.1.4 Orientação... 46

(13)

3.3 APRENDA ... 51

3.3.1 Visibilidade ... 51

3.3.2 Familiarização ... 53

3.4 CONTRIBUA ... 54

3.4.1 Motivação... 54

3.4.2 Facilitação ... 56

3.4.3 Confiança ... 57

3.5 AVALIE ... 58

3.5.1 Perspectiva ... 58

3.5.2 Integração ... 59

3.6 CONSTRUA E MANTENHA ... 60

3.6.1 Direção ... 61

3.6.2 Conexão ... 61

3.6.3 Reconhecimento... 63

3.6.4 Reciprocidade ... 63

3.7 DESCARTE ... 64

3.7.1 Abstenção ... 65

3.7.2 Conversão... 66

4 METODOLOGIA ... 67

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 67

4.2 SUPOSIÇÕES... 67

4.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 68

4.4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS... 69

5 RESULTADOS DA PESQUISA ... 70

5.1 DIAGNÓSTICO DE GC... 71

5.2 O PLANO DE AÇÃO ... 77

5.2.1 Imperativos e desafios... 77

6 CONCLUSÃO ... 86

REFERÊNCIAS ... 89

ANEXO A – KNOWLEDGE MANAGEMENT DIAGNOSTIC... 91

ANEXO B – PROGRAMA DE AÇÃO DO CONTRIBUA PARA CADA DESAFIO... 98

(14)

1

INTRODUÇÃO

1.1 ESCOLHA DO TEMA

O modelo de Gestão do Conhecimento (GC) vem sendo proposto dentro das

mais variadas empresas, sendo que ainda existem muitos pontos obscuros e de

difícil articulação no que diz respeito a desenvolvê-los e colocá-los em prática no dia

a dia do mundo dos negócios. Isso faz com que as tarefas administrativas se

tornem incertas e desafiadoras, considerando que, deverão ser atingidas por um

grande número de variáveis, mudanças e transformações, carregadas de incertezas,

capazes de provocar profundos impactos sobre as organizações.

Nonaka e Takeuchi (1997), professores da Universidade Hitotsubashi, no

Japão, descrevem como o conhecimento organizacional ocorre, sobre dois principais

componentes: as formas de interação do conhecimento e os níveis de criação do

conhecimento. As duas formas de interação – entre o conhecimento tácito e o

explícito e entre o indivíduo e a organização – formarão quatro processos principais

da criação do conhecimento, a saber: do tácito para o explícito; do explícito para o

explícito; do explícito para o tácito e do tácito para o tácito.

Os comentários feitos por Sterwart (1997) mostram que o mundo dos

negócios é complexo e que a gerência do capital humano, estrutural e do cliente é

uma parte importante, e também complexa, com mudanças tecnológicas e com

concorrentes inconstantes. Por isso, é preciso formular estratégias e fazer apostas

com base em informações altamente imperfeitas e que acrescenta ao mix o ativo

mais intangível e menos descritível de todos.

Segundo Castells (2007), estamos vivendo mais um dos intervalos da história,

onde a característica principal é a transformação da nossa cultura material pelos

mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da

tecnologia da informação. Para ele, a Sociedade Informacional enfatiza uma forma

(15)

transmissão da informação tornam-se os fatores fundamentais de produtividade e

poder.

Diante dessa realidade, novas e importantes percepções emergem quando as

empresas passam a ser vistas também sob a ótica do conhecimento. No passado,

as empresas eram vistas como um agregado de recursos para gerar produtos e

serviços; as pessoas eram consideradas fatores permutáveis na equação da

produção; e o conhecimento era tido apenas como uma condição desejável.

Com a transição para a sociedade pós-capitalista vários autores começam a

enfatizar a importância da gestão do conhecimento para as organizações como base

para obter vantagem competitiva sustentável, destacando a importância da criação e

do compartilhamento do conhecimento visando a gerar valor econômico para a

empresa. Dentre eles pode-se citar: Nonaka e Takeuchi, 1997; Terra, 2000;

Davenport, Thomas H; Prusak, Laurence, 1998; Krog, G. V.; Nonaka, I. ; Ichijo,

2001.

1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Nonaka e Takeuchi (1997) acreditam que o sucesso das empresas japonesas

se deve às suas habilidades técnicas na “criação do conhecimento organizacional”,

ou seja, a condição que a empresa proporciona para que as pessoas criem

conhecimento, disseminem-no na organização e o incorporem aos produtos,

serviços e processos. Não são as organizações que criam o conhecimento, mas sim

as pessoas que nelas trabalham.

No que se refere à Instituição de Ensino Superior (IES), vista como empresa a

abordagem é a mesma. As competências internas que diferenciam a IES no

ambiente competitivo e globalizado, bem como as diferenciam das demais,

começam por uma mudança no paradigma da administração escolar.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 – ao

dispor sobre a estrutura organizacional das IES estabelece a seguinte classificação:

(16)

organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, em: faculdades; centros

universitários e universidades. Neste trabalho, enfocaremos uma das formas

previstas pela legislação vigente para a organização do ensino superior: os centros

universitários. Na legislação, os centros são definidos como “instituições de ensino

superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se

caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do

seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à

comunidade escolar. Com autonomia para criar, organizar e extinguir cursos e

programas de educação superior, sua finalidade é o sucesso de seus alunos na

aprendizagem e no campo profissional”.

Diante desse contexto, o conhecimento adquirido deve ser traduzido em

produtividade, qualidade e soluções inovadoras, para assim se constituir em um

diferencial competitivo sustentável dentro do mercado ao qual a instituição esteja

inserida sendo necessário estabelecer maior interatividade entre os seus

departamentos, interagindo com o ambiente e suas macro variáveis.

Após pesquisas nas bases Scirus constatou-se que ainda não existem ou

são reduzidos, livros, artigos, dissertações e teses que tenham tido como objetivo

trabalhar especificamente sobre a estruturação de práticas de GC em uma IES.

Tabela 1 – Resultado de pesquisa na base de dados Scirus.

Palavras-chave da pesquisa Scirus

"Knowledge Management" 4.985 “Institution of Higher Education” OR “Higher Education

Institutions” 2.131

"Knowledge Management" AND “Institution of Higher

Education” OR “Higher Education Institutions” 1.847 “Knowledge Management” AND “Higher Education

Institutions” 21 “Knowledge Management” AND “Institution of Higher

Education” 02 Acesso efetuado em 29/05/2008

Ao pesquisar sobre o assunto GC e IES, foram encontradas 23 referências,

dentre as quais se destacam:

Gestão do Conhecimento e Turismo: os estudos mostram que houve um

(17)

impulsionadas pelas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, sendo que a

adoção dessas práticas pelo turismo tem sido tardia devido a falta de orientação do

pessoal da área. (COOPER, 2005).

Gestão da Inovação: Tomala e Senechal (2004) elaboraram em seu artigo

uma síntese de pontos de vista de acadêmicos e industriais sobre o tema. Abordam

a discussão da importância da inovação, bem como os vários aspectos

problemáticos do gerenciamento da inovação. Evidenciam, finalmente, um estudo de

caso na Renault automóvel, destacando uma nova forma de gestão da inovação.

Ao verificar esta lacuna surgiu a possibilidade de desenvolver uma pesquisa

com o objetivo de verificar a situação atual e levantar subsídios para a elaboração

de um plano de ação visando a estruturar práticas de GC em um Centro

Universitário no Distrito Federal.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O problema da presente pesquisa é: como estruturar práticas de GC em uma

IES?

1.4 OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS

1.4.1 Objetivo geral

Diagnosticar a situação atual de práticas de Gestão do conhecimento no

Núcleo de Gestão Estratégica (NGE) do Centro Universitário UDF em Brasília-DF e,

(18)

1.4.2 Objetivos Específicos

• Estudar o processo de criação e compartilhamento do conhecimento

gerado dentro de uma Instituição de Ensino Superior;

• Analisar a situação atual de práticas de gestão do conhecimento em um

Centro Universitário;

• Elaborar um plano de ação visando a contribuir com a estruturação de

práticas de GC em uma IES, especificamente em um Centro

(19)

2

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A GESTÃO DO CONHECIMENTO

A gestão do conhecimento pode ser vista como uma coleção de processos

que governam a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir

plenamente os objetivos da organização. (TEIXEIRA FILHO, 2002).

Gestão do conhecimento é o conhecimento nas organizações, já amplamente

denominado de competência, habilidades, inteligência, ativo intangível, capital

intelectual e conhecimento tácito. Cada vez mais vêm se falando do conhecimento

como o principal ativo da organização e da necessidade de compartilhá-lo como a

grande chave para vantagens competitivas e o sucesso empresarial.

De acordo com Rezende e Abreu (2002), a GC pode ser entendida, como o

processo sistemático de identificação, criação, renovação e aplicação dos

conhecimentos que são estratégicos na vida da organização.

Após a análise das definições e conceitos, pode-se dizer que a GC reside,

basicamente, na capacidade de relacionar informações estruturadas e não

estruturadas com regras constantemente modificadas e aplicadas pelas pessoas na

empresa. Por isso requer a distinção entre os dois tipos de conhecimento: tácito e

explícito. Assim a GC caracteriza-se, como um conjunto de estratégias que visa a

transformar os conhecimentos em ação, por meio de sistemas e processos, capazes

de possibilitar a contribuição das pessoas para o conhecimento coletivo da empresa

e dele retirem o que necessitam para o seu desenvolvimento, aperfeiçoamento de

suas operações e o desempenho organizacional. Sendo seus elementos essenciais

pessoas, processos e tecnologia, a GC possibilita e facilita o gerenciamento do

saber já existente e a ser requerido.

Desta forma, proporciona simultaneamente, entre outras características, a

gestão de competências, capitalização do conhecimento, gestão do saber já

(20)

colaborativo, mobilização da inteligência competitiva e produtiva, criatividade

coletiva, capacitação de recursos humanos, entre outros.

2.2 O CONHECIMENTO

Vários autores vêm tentando conceituar conhecimento no decorrer da história.

Sem adentrar-se na questão epistemológica, vamos abordar os mais recentes

conceitos desenvolvidos por estudiosos da área da Administração.

Nonaka e Takeuchi (1997) optam por uma definição herdada da tradição

oriental de pensamento, conceituando conhecimento como crença verdadeira

justificada. Ainda, os autores enfatizam a questão da crença justificada, enquanto,

segundo eles, o Ocidente sempre deu mais enfoque à verdade. Assim, ampliam a

definição para “processo humano dinâmico de justificar a crença pessoal com

relação à verdade”. Já Crowford (1994) identifica quatro características do

conhecimento:

• O conhecimento é difundível e se auto-reproduz. As matérias-primas de

uma economia industrial são recursos finitos; o conhecimento

expande-se e aumenta à medida que é utilizado. Quando é utilizado para realizar

uma tarefa, aprimora-se, entende-se profundamente a tarefa.

• O conhecimento é substituível. Ele pode substituir terra, trabalho e

capital. Por exemplo, um fazendeiro que consegue uma colheita maior

num espaço de terra menor, apenas utilizando inovações tecnológicas

de plantio.

• O conhecimento é transportável. Na sociedade digital atual, o

conhecimento move-se na velocidade da luz. Em poucos segundos,

dados importantes de uma multinacional, poderão ser enviados para um

(21)

• O conhecimento é compartilhável. A transferência de conhecimento para outras pessoas não impede o uso deste mesmo conhecimento por seu

original detentor.

Segundo Vasconcellos (1995), conhecer “é substituir a mistura de confusão e

dissociação, que é a representação puramente concreta das coisas, pelo mundo das

relações”.

Cada objeto de conhecimento é resultado de múltiplas relações, que são

construídas no tempo e no espaço e no campo lógico. O sujeito representa o objeto

tendo por base a sua cultura, o seu quadro de significações, os seus conceitos e a

sua aprendizagem anterior.

Portanto, o aprendizado se define como um processo não só de acumulação

de conhecimentos, mas também do modo de como operar com eles. Assim para

construir um conhecimento novo, o sujeito precisa de suas representações prévias a

respeito do objeto de conhecimento, assim como da capacidade de operar essas

relações, transformando-as ou criando novas.

Ainda segundo Vasconcelos (1995), existem algumas condições necessárias

para que o processo de conhecimento aconteça:

• O sujeito precisa “querer aprender”: trazer para o nível consciente as

representações prévias que já tem sobre o objeto e como elas se

relacionam com ele;

• Precisa “estar preparado”: ter conhecimentos anteriores que sirvam de

trilhas epistemológicas para a construção do novo conhecimento;

• Esse novo conhecimento se constrói a partir do prévio, negando-o ou

superando-o;

• O novo conhecimento é estabelecido a partir da ação motora,

perspectiva e/ou reflexiva do sujeito sobre o objeto. Essa ação tem que

ser consciente e voluntária (intencional);

• O processo de construção do conhecimento se dá em três momentos:

síncrese (momento inicial caótico), análise (quando o sujeito decompõe

(22)

síntese (quando ele é capaz de sistematizar e expressar as relações que

conseguiu estabelecer sobre o objeto de estudo);

• O conhecimento não se dá de uma vez, mas por aproximações

sucessivas avançando e recuando em sínteses cada vez mais elevadas;

• Diante de situações que suscitem o levantamento de problemas, o

sujeito elabora hipóteses (relações mentais que tentam explicar o

objeto). A situação deve ser problematizadora para o sujeito, a fim de

que ele realmente construa o seu conhecimento;

• O papel do educador é possibilitar o avanço do conhecimento em

direção a um patamar de maior complexidade, confrontando as diversas

representações mentais do objeto.

2.2.1 Conhecimento organizacional

O conhecimento organizacional é considerado como decorrência,

conseqüência, do conhecimento acumulado pelos indivíduos que formam uma

organização. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). Porém, mais do que a soma e do

acúmulo desse manancial de conhecimentos, é a sinergia entre estes indivíduos a

alavanca propulsora do conhecimento organizacional. Assim, o “conhecimento

organizacional completo é adquirido apenas quando os indivíduos permanecem

modificando seus conhecimentos por meio da interação com outros membros da

organização”. (BAEK et al, 1999).

Davenport e Prusak (1998) apresentam cinco modos de criação do

conhecimento nas organizações: aquisição, recursos dirigidos, fusão, adaptação e

redes do conhecimento.

A Aquisição pode ser permanente ou temporária (aluguel ou financiamento).

O conhecimento pode ser gerado dentro das organizações, mas também adquirido

por elas. Existem várias formas para isso: práticas de benchmarking; a compra de

outra organização. Muito mais do que o valor de mercado em si da empresa

(23)

competências, habilidades, criatividade) de seus funcionários – mesmo correndo o

risco de que, devido às dificuldades de adaptações culturais, o conhecimento

incorporado com a aquisição possa não vir a produzir os resultados esperados. Já o

aluguel ou financiamento pode ocorrer de várias formas: por meio da contratação de

um consultor externo; de financiamento ou participação em pesquisas universitárias

ou institucionais; assistência técnica, dentre outras. (DAVENPORT e PRUSAK,

1998).

O segundo modo que os autores apresentam são os Recursos Dirigidos que

são instanciados por meio da formação de unidades ou equipes para o fim

específico de criação de conhecimento – por meio de departamentos de pesquisa e

desenvolvimento, por exemplo. Outras formas são a criação de universidades e

bibliotecas (físicas ou virtuais) corporativas. (DAVENPORT e PRUSAK, 1998).

A Fusão está implícita no conceito de forças-tarefa: “reúne pessoas com

diferentes perspectivas para trabalhar num problema ou projeto, obrigando-as a

chegar a uma resposta conjunta”. Com isso, “a combinação deliberada de pessoas

com diferentes habilidades, idéias e valores pode gerar soluções criativas”.

(DAVENPORT e PRUSAK, 1998).

A Adaptação refere-se à capacidade de adaptação das organizações às

frequentes mudanças no cenário. “Novos produtos, novas tecnologias e mudanças

sociais e econômicas incentivam a criação do conhecimento porque as empresas

que não se adaptarem às mudanças nas condições vigentes certamente

fracassarão”. (DAVENPORT e PRUSAK, 1998). Assim, a busca permanente de

criação de novos produtos, simulações de antecipação de tendências ou práticas

inovadoras em permanente implementação são práticas exemplares desse item. Em

muitas organizações – em especial naquelas líderes no seu segmento de mercado,

a alta gerência busca instilar uma sensação de crise (mesmo sendo uma situação

potencialmente estressora para as pessoas) na organização, visando a evitar

acomodação – como acabou acontecendo com a IBM nos anos 80, por exemplo.

As Redes do Conhecimentoabarcam desde redes internas de funcionários da

empresa, inicialmente informais e auto-organizadas, mas que podem ser

formalizadas pela organização com o passar do tempo, até as redes compostas por

participantes da cadeia clientes/fornecedores. (TERRA, 2000).

Ainda dentro deste conceito de redes, vislumbram-se possibilidades de

(24)

[...] transferências de longo prazo de funcionários; [...] presença de executivos no Conselho de Administração da outra empresa; [...] definição de um grupo seleto de fornecedores para a realização de atividades de aprendizado e de inovação conjuntas. (TERRA, 2000).

2.3 MODELO DE CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE NONAKA E TAKEUCHI

Na obra “Criação de Conhecimento na Empresa” (1997), Nonaka e Takeuchi,

apresentam uma teoria sobre a criação do conhecimento organizacional baseada no

estudo de casos de empresas japonesas com forte vínculo à tradição filosófica

oriental. Os autores iniciam a abordagem sobre sua teoria indicando a existência de

uma ‘epistemologia’, a distinção entre conhecimento tácito e explícito, e uma

‘ontologia’, que corresponde aos níveis de entidades criadoras do conhecimento:

individual, grupal, organizacional e interorganizacional. A partir disso, “quando a

interação entre conhecimento tácito e conhecimento explícito eleva-se

dinamicamente de um nível ontológico inferior até níveis mais altos surge a espiral

do conhecimento”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Para explicar a idéia da espiral, centro da teoria, será apresentado um breve

relato sobre as dimensões do conhecimento, os modos de conversão, o conteúdo do

conhecimento criado pelos quatro modos, a espiral de criação do conhecimento

organizacional, as condições capacitadoras da criação do conhecimento

organizacional e, por fim, o modelo de cinco fases de criação do conhecimento

organizacional.

2.3.1 As dimensões do conhecimento

Conforme citação anterior, de acordo com a teoria, existe duas dimensões de

(25)

do nível individual até o interorganizacional, significando a difusão do conhecimento

da pessoa até a construção de uma rede de conhecimentos entre organizações.

Assim, “esse processo de difusão de conhecimento ocorre dentro de uma

‘comunidade de interação’ em expansão que atravessa níveis e fronteiras

interorganizacionais”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A dimensão epistemológica é baseada na distinção entre conhecimento tácito

e explícito. O conhecimento tácito é aquele internalizado pelo indivíduo, “pessoal,

específico ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado”. O

conhecimento explícito é aquele expresso em manuais, publicações, disponível à

consulta e de fácil acesso às pessoas, “transmissível em linguagem formal e

sistemática”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

O foco central da teoria de Nonaka e Takeuchi (1997) é o conhecimento

tácito, pois, este ficou relegado a um segundo plano nos estudos organizacionais,

devido à sua dificuldade de quantificação e à sua intangibilidade, pelo fato de

envolver não só o uso da experiência e a tomada de decisões sem suporte científico

como também pelo seu apreço a metáforas e analogias.

2.3.2 Os modos de conversão do conhecimento

A distinção entre conhecimento tácito e explícito não implica uma separação

das duas partes do todo. Ao contrário, por seu caráter indivisível e de

interdependência, envolve a constante troca e a permanente interação entre as duas

dimensões, gerando formas de conversão particulares:

Em nossa visão, [...] o conhecimento tácito e o conhecimento explícito não são entidades totalmente separadas, e sim mutuamente complementares. Interage um com o outro e realizam trocas nas atividades criativas dos seres humanos. Nosso modelo dinâmico da criação do conhecimento está ancorado no pressuposto crítico de que o conhecimento humano é criado e expandido através da interação social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Chamamos essa interação de ‘conversão do conhecimento. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A partir daí, são postulados quatro modos de conversão do conhecimento: de

(26)

externalização; de explícito em explícito, a combinação; e de explícito em tácito, ou

internalização.

2.3.2.1 Socialização (tácito em tácito)

A chave desse modo de conversão reside na experiência e, mais

especificamente, nas formas como a experiência é compartilhada, sem esquecer as

“emoções associadas e os contextos específicos nos quais as experiências

compartilhadas são embutidas”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). Para que isso

ocorra, não se faz necessário o uso da linguagem, mas formas alternativas não

verbais, como observação, imitação e prática.

2.3.2.2 Externalização (tácito em explícito)

Nessa modalidade, o conhecimento das pessoas passa por um processo de

explicitação. Muito mais do que o uso da linguagem (muitas vezes incapaz de

exprimir todo o conteúdo que se pretende transmitir), o que ocorre é a utilização de

metáforas e analogias para esse fim. (NONAKA e TACKEUCHI, 1997).

2.3.2.3 Combinação (explícito em explícito)

A combinação é “um processo de sistematização de conceitos em um sistema

(27)

conhecimento explícito, por meios de “documentos, reuniões, conversas ao telefone

ou redes de comunicação computadorizadas”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

2.3.2.4 Internalização (explícito em tácito)

Mediante o uso de exposições, treinamentos, manuais e documentos,

torna-se possível a internalização do conhecimento pelas pessoas. Ou seja, por

intermédio de formas explícitas de conhecimento, pode-se chegar ao conhecimento

tácito.

A cada um desses quatro modos, corresponde um fator, e a implicação

desses fatores provoca a criação da espiral do conhecimento. A socialização se

inicia por meio do desenvolvimento de um “campo” de interação, capaz de facilitar o

“compartilhamento de experiências e modelos mentais dos membros”. A

externalização é provocada “pelo diálogo e reflexão coletivos e significativos, nos

quais o emprego de uma metáfora ou analogia significativa” auxilia as pessoas a

externar o conhecimento tácito – que, de outra forma, seria mais difícil de ser

transmitido. A combinação surge por meio da “colocação do conhecimento

recém-criado e do conhecimento já existente proveniente de outras seções da organização

em uma ‘rede’”. E a internalização surge a partir do “aprender fazendo”. (NONAKA e

TAKEUCHI, 1997).

Para exemplificar os modos de conversão do conhecimento proposto por

(28)

Figura1 – Espiral do conhecimento Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997)

Da mesma forma que cada um dos modos correspondem a um fator, também

corresponde um tipo de conteúdo. Assim, no modo de socialização tem-se um

“conhecimento compartilhado” – “modelos mentais ou habilidades técnicas

compartilhadas”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Na externalização, ocorre o “conhecimento conceitual”, expresso através de

metáforas ou analogias. Por meio da combinação surge o “conhecimento sistêmico”,

que apresenta como resultado “a geração de protótipos e tecnologias de novos

componentes”. E a internalização dá origem ao “conhecimento operacional”, de

execução de tarefas e produção, por exemplo. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Iniciado no nível individual, o conhecimento se transforma, é transmitido,

convertendo-se continuamente. Passa de pessoa a pessoa, subindo de nível, para

equipes, organizações e interorganizações. Com isso, o conhecimento tácito

mobilizado é ampliado organizacionalmente através dos quatro modos de conversão

do conhecimento e cristalizado em níveis ontológicos superiores. Nonaka e Takeuchi

chamam isso de espiral do conhecimento, na qual a interação entre conhecimento

tácito e conhecimento explícito terá uma escala cada vez maior à medida que

subirem os níveis ontológicos. Assim,

(29)

2.4 CONDIÇÕES CAPACITADORAS DA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO

ORGANIZACIONAL

O conhecimento organizacional necessita de algumas condições básicas para

ser criado. Segundo o modelo de Nonaka e Takeuchi (1997), são elas: intenção,

autonomia, flutuação e caos criativo, redundância e variedade de requisitos.

A Intenção reside na formulação de uma estratégia e de um conceito de visão

sobre o tipo de conhecimento que deve ser desenvolvido e a operacionalização

desse conhecimento em um sistema gerencial de implementação.

A Autonomia em nível individual e sob a forma de equipes facilita a criação do

conhecimento organizacional, além de aumentar “a possibilidade de os indivíduos se

automotivarem para criar novos conhecimentos”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A Flutuação e o Caos Criativo são a instabilidade organizacional que ocorre

eventualmente ou que é provocada propositalmente pela alta administração, por

meio de um “processo ‘contínuo’ de questionamento e reconsideração de premissas

existentes por cada membro da organização”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). O

caos surge naturalmente quando a organização atravessa um momento de crise,

como a perda de grandes fatias do mercado para a concorrência, por exemplo.

Torna-se criativo no momento em que é gerado intencionalmente visando a evitar

uma situação de acomodação organizacional.

A Redundância corresponde à existência de informações que transcendem as

exigências operacionais imediatas dos membros das organizações, permitindo que

“os indivíduos invadam mutuamente suas fronteiras funcionais e ofereçam

recomendações ou forneçam novas informações de diferentes perspectivas”.

(NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A Variedade de Requisitos abrange a diversidade interna da organização, a

constante mutabilidade da estrutura organizacional, “que pode ser aprimorada por

meio da combinação de informações de uma forma diferente, flexível e rápida e do

acesso às informações em todos os níveis da organização”. (NONAKA e

(30)

2.5 MODELO DE CINCO FASES DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DO

CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

Nonaka e Takeuchi (1997) desenvolvem o modelo, como um tipo ideal,

composto de cinco fases: compartilhamento do conhecimento tácito; criação de

conceitos; justificação dos conceitos; construção de um arquétipo; difusão interativa

do conhecimento.

O compartilhamento do conhecimento tácitoguarda semelhança com o modo

de socialização. Ocorre por meio de um “campo” no qual os indivíduos possam

interagir uns com os outros através de diálogos pessoais, [...] onde compartilham

experiências. O ideal é que o compartilhamento seja representado por equipes

auto-organizadas, “nas quais membros de vários departamentos funcionais trabalham

juntos para alcançar uma meta comum”, facilitando

a criação do conhecimento organizacional através da variedade de requisitos dos membros da equipe, que experimentam a redundância de informações e compartilham suas interpretações da intenção organizacional. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A criação de conceitoscorresponde à externalização, quando ocorre a criação

de conceitos a partir do uso de metáforas e analogias, sendo facilitada “pelo uso de

múltiplos métodos de raciocínio como dedução, indução e abdução”. (NONAKA e

TAKEUCHI, 1997). Assim, “para criar conceitos, os membros da equipe, precisam

repensar fundamentalmente as premissas existentes. A variedade de requisitos

fornece diferentes ângulos e perspectivas para análise [...]”. Além disso, “a flutuação

e o caos interno e externo, também ajuda [...] a mudar fundamentalmente a forma de

pensar das pessoas”, enquanto “a redundância de informações permite que elas

compreendam a linguagem figurativa melhor e cristalizem seu modelo mental

compartilhado”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

A justificação de conceitos “envolve o processo de determinação de que os

conceitos recém-criados valem realmente a pena para a organização e a

sociedade”, com o intuito de “verificar se a intenção organizacional continua intacta e

de ter a certeza de que os conceitos que estão sendo gerados atendem às

(31)

A construção de um arquétipo corresponde à transformação do conceito até

então criado e justificado em algo tangível ou concreto. Pode corresponder a um

protótipo ou novo produto. Como, nesse processo, “os conceitos justificados, que

são explícitos, são transformados em arquétipos, que também são explícitos, essa

fase é semelhante à combinação”. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Na difusão interativa do conhecimento,

O novo conceito, que foi criado, justificado e transformado em modelo, passa para um novo ciclo de criação de conhecimento em um nível ontológico diferente, [...] tanto dentro da organização quanto entre organizações. (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).

Após a visualização dessas fases, é interessante discutir as implicações dos

processos de criação do conhecimento organizacional sobre o indivíduo e o contexto

capacitante para a criação do conhecimento, aspectos considerados também neste

trabalho.

Para Krogh et al. (2001), a criação de conhecimento exige muito dos

relacionamentos nas organizações. A base para o compartilhamento de

conhecimento pessoal é a confiança. Os indivíduos devem confiar que os outros

estejam dispostos a ouvir e a reagir acerca de suas ideias. Os relacionamentos

construtivos criam condições para que as pessoas compartilhem suas ideias e

discutam com liberdade suas preocupações e permitem a formação e a

auto-organização das microcomunidades. (KROGH, et al, 2001). Os bons

relacionamentos extirpam do processo de criação de conhecimento, a desconfiança,

o medo e a insatisfação demolindo as barreiras pessoais e organizacionais

propiciando um ambiente em que os indivíduos se sintam bastantes seguros para

explorar novas oportunidades no mercado.

A busca de condições que permitam o desenrolar do processo de criação de

conhecimentos torna-se, então, um grande desafio gerencial. Sob a perspectiva de

Krogh et al. (2001), os gerentes devem promover a criação do conhecimento, em

vez de controlá-la, fazendo com que o ambiente se transforme em um processo

capacitador do conhecimento desenvolvendo atividades organizacionais que afetam

de maneira positiva a criação do conhecimento.

Decerto, gerentes e profissionais ainda desempenham papéis essenciais em

qualquer empresa criadora de conhecimento. O sucesso do gerenciamento deste

(32)

pessoais envolvidas na organização. Como os próprios autores salientam, esta

abordagem se origina em meio à efervescência causada pela divulgação da teoria

japonesa de “Criação do Conhecimento”.

2.6 AS CONDIÇÕES CAPACITADORAS DA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO

A eficácia da criação do conhecimento depende de um contexto capacitante,

que é um espaço compartilhado para fomentar novos relacionamentos. (KROGH et

al, 2001). No intuito de ressaltar a necessidade de capacitação da organização para

o processo de criação de novos conhecimentos, Krogh et al. (2001) vão além das

atuais limitações da teoria da gestão do conhecimento, para discutir abordagens

práticas à questão do conhecimento humano e apresentam cinco elementos

efetivamente capacitadores do conhecimento: instilação da visão do conhecimento,

gerência das conversas, mobilização dos ativistas do conhecimento, criação de

contexto adequado e globalização do conhecimento local.

2.6.1 Instilação da visão do conhecimento

Elemento fundamental para a legitimação das iniciativas de criação de

conhecimento em toda a empresa, a instilação da visão do conhecimento auxilia na

articulação de novos conceitos e, principalmente, confere direcionamento

fundamental para a etapa de justificação dos conceitos criados. (KROGH et al,

(33)

2.6.2 Gerência das conversas

A mais natural e a mais comum das atividades humanas – a conversa –

muitas vezes acaba chegando aos bastidores das discussões gerenciais sobre

conhecimento. (KROGH et al, 2001).

Para Krogh et al. (2001) cada participante da organização pode explorar

novas idéias e refletir sobre os pontos de vista alheios possibilitando o primeiro e

mais importante passo da criação de conhecimento: o compartilhamento do

conhecimento tácito e a ajuda na coordenação das ações e insights individuais.

Sob este ponto de vista, definem-se norteadores para o desenvolvimento de

conversas que efetivamente contribuam para as atividades inovadoras, a saber: o

encorajamento da participação ativa, a definição de regras de etiqueta, a edição de

formas apropriadas de conversa e o fomento à linguagem inovadora.(KROGH et al,

2001).

2.6.3 Mobilização dos ativistas do conhecimento

Para Krogh et al. (2001) os ativistas do conhecimento são atores importantes

no processo de criação de conhecimento, sendo pessoas responsáveis pela

energização e integração dos esforços de criação de conhecimento em toda a

empresa ajudando a promover o contexto capacitante adequado.

O ativismo pode concentrar-se em um departamento específico ou em uma

determinada pessoa, não sendo necessária a criação de uma função específica,

com os objetivos de: deflagrar e concentrar a criação de conhecimentos; reduzir os

custos e os prazos necessários à criação de conhecimento; alavancar as iniciativas

de criação de conhecimento em toda a empresa; melhorar as condições dos

participantes da criação de conhecimento, relacionando suas atividades com a

(34)

conhecimento para novas tarefas em que se necessite de seu conhecimento; e

incluir as perspectivas das microcomunidades no debate mais amplo sobre

transformação organizacional. (KROGH et al, 2001).

De acordo com Krogh et al (2001), três são os principais papéis dos ativistas

do conhecimento: catalisadores da criação de conhecimento; coordenadores dos

programas de criação de conhecimento; mercadores de antevisões ou ainda todas

as três.

2.6.4 Criação de contexto adequado

A criação de contexto adequado envolve estruturas organizacionais que

fomentem relacionamentos sólidos e colaboração eficaz. Elemento que traz a tona o

conceito de Ba que representa um espaço compartilhado capaz de servir de

fundamento para a criação de conhecimento, caracterizando-se geralmente por uma

rede de interação e que engloba a natureza e a intensidade das interações entre

equipes e entre pessoas. Nesse ponto, a solicitude deve atuar como o fator

catalisador que potencializa sinergias voltadas para a criação do conhecimento.

(KROGH et al, 2001).

2.6.5 Globalização do conhecimento local

A globalização do conhecimento local enfatiza a necessidade de se

disseminar o conhecimento ao longo de todos os níveis organizacionais. Para Krogh

et al (2001), a globalização do conhecimento local passa por um processo de três

fases – desencadeamento, embalagem/expedição e recriação – que deve ajudar os

(35)

O desencadeamento do processo de globalização do conhecimento se dá a

partir da identificação de oportunidades ou necessidades do negócio. Já a

embalagem e a expedição do conhecimento referem-se ao conhecimento social

explícito, sendo essencial para a transferência de conhecimentos entre as fronteiras

organizacionais. Por último a recriação, terceira e mais importante fase do processo

envolve a recriação do conhecimento expedido no nível local compreendendo várias

trajetórias, a depender das circunstâncias e dos participantes. (KROGH et al,2001).

2.7 A SOLICITUDE NAS ORGANIZAÇÕES

A abordagem apresenta como elemento conceitual central, o estabelecimento

do processo de criação de conhecimento numa organização que demanda modos

particulares de relacionamentos entre as pessoas. Isso se justifica, pois, o processo

de criação de novos conhecimentos exige relações construtivas, que criem

condições para que as pessoas troquem não apenas conhecimentos explícitos, mas

também insights.

Nesse contexto, relaciona-se fortemente a intensidade do fluxo de

conhecimento tácito numa organização aos tipos de relacionamentos pessoais e às

maneiras como os colaboradores interagem no ambiente de trabalho. (KROGH et

al,2001).

A solicitude, segundo Krogh et al (2001), tem maior importância em níveis

ontológicos onde se promove a criação de um contexto em que se crie e compartilhe

conhecimento com liberdade. Para melhor explicar o conceito de solicitude o autor

define cinco dimensões, as quais são vistas como características que potencializam

o fluxo de conhecimento, quais sejam: confiança mútua, empatia ativa, acesso à

(36)

2.7.1 Confiança mútua

A confiança mútua compensa, de certa forma, o conhecimento explícito de

que se carece a respeito do outro.(KROGH et al, 2001).

Krogh et al (2001), ressalta que a confiança mútua é a base da solicitude; é

algo recíproco e que somente se aceita ajuda de alguém quando se acredita nas

boas intenções de quem a oferece. É preciso confiar nas pessoas e agregar valor

pessoal aos ensinamentos. Para aumentar a confiança de terceiros é necessário

comportar-se de maneira coerente em relação aos outros, a fim de, gradualmente,

ajudá-los a crescer.

2.7.2 Empatia ativa

A empatia ativa está ligada à capacidade de se colocar no lugar do outro e ao

esforço verdadeiro de tentar compreender a situação particular do outro.(KROGH et

al, 2001). A empatia ativa possibilita a avaliação e a compreensão das verdadeiras

intenções e necessidades alheias, buscando compreender os outros de maneira pro

ativa, sendo fundamental para a aquisição do conhecimento emocional – ferramenta

de trabalho conforme dizem os psicólogos – não sendo necessário que os gerentes

se transformem em confidentes e confessores pessoais dos empregados. (KROGH

et al, 2001).

A empatia ativa prepara o terreno para os comportamentos de ajuda, mas a

solicitude nas empresas deve manifestar-se por meio de apoio real e tangível. A

vontade de ajudar precisa ser complementada pela facilidade de acesso ao

ajudante. A ajuda acessível é essencial para o fluxo do conhecimento. (KROGH et

(37)

2.7.3 Predisposição à ajuda

A predisposição à ajuda está relacionada à manifestação de apoio real e

tangível dos indivíduos, quando deles é solicitado auxílio, sendo que a vontade de

ajudar precisa ser complementada pela facilidade de acesso e a disponibilidade ao

ajudante. (KROGH et al, 2001).

Para Krogh et al. (2001), especialista solícito é o indivíduo que atinge

determinado nível de excelência pessoal, envolvendo conhecimentos tácitos e

explícitos, e se considera responsável pelo compartilhamento do processo. Para

eles, alguns membros da organização assumirão naturalmente a responsabilidade

por ajudar os outros, à medida que aumenta sua expertise, demonstrando aos

novatos o vínculo entre ação e resultados práticos.

Por fim, todos os membros da organização devem tornar-se mais

conscientes, convertendo-se em professores ou tutores, à medida que aumentam

suas habilidades, afinal, ensinar caminha de mãos dadas com o saber. (KROGH et

al, 2001).

2.7.4 Leniência nos julgamentos

A leniência nos julgamentos é a condução mais suave e positiva dos

julgamentos interpessoais. O julgamento é parte essencial do processo de

conhecimento individual e social. Como seres humanos, julgamos nossas

experiências e ações, assim como as experiências e ações dos nossos colegas de

trabalho. (KROGH et al, 2001).

Para a solicitude transformar-se em aspecto predominante dos

relacionamentos organizacionais, além do comportamento prestativo, os membros

(38)

julgamentos o contexto da ofensa, os antecedentes do julgado, o estado psicológico

dentre outros. (KROGH et al, 2001).

Neste contexto, Krogh et al. (2001) comentam que os julgamentos rigorosos

às vezes impedem a criação do conhecimento explícito por meio da externalização.

Na pior das hipóteses, sufoca as demais fases da criação de conhecimento. Para

ajudar alguém a crescer, é preciso deixar que a pessoa experimente para que seus

erros sirvam de aprendizado.

2.7.5 Coragem

A coragem está ligada à predisposição em lançar idéias ao julgamento dos

demais e manifestar opiniões ou proporcionar feedback como parte de um processo

de apoio. Krogh et al. (2001) considera que a solicitude nos relacionamentos

organizacionais se reflete na coragem demonstrada por determinados indivíduos

em relação aos outros e que essa coragem desempenha um papel importante sob

três aspectos:

• as pessoas devem ser corajosas para admitir experimentos dos

membros do grupo ou de si próprias;

• as pessoas precisam de bravura para submeter seus conceitos a um

processo de julgamento intenso;

• manifestar opiniões ou proporcionar feedback como parte de um

processo que ajuda os outros a crescer, também requer coragem.

Do ponto de vista da solicitude nas organizações, Krogh et al (2001) revisitam

o conceito de Ba (contexto capacitante), reafirmando que sua definição nos remete a

um conceito muito mais amplo do que um simples espaço físico. Este contexto

capacitante para o processo de criação de conhecimento combina aspectos de

espaços físicos, espaços virtuais (e-mail, intranets e teleconferências) e espaços

(39)

O contexto capacitante define-se, acima de tudo, como uma rede de

interações, intensamente influenciada pela solicitude e pela confiança dos

participantes. Os autores apresentam uma análise comparativa entre o contexto

capacitante para a criação de novos conhecimentos e seu extremo antagônico, o

contexto hiper competitivo. Neste último, de traços muito presentes na maioria dos

ambientes corporativos atuais, encontra-se removido o principal “lubrificante” do

processo de criação – a solicitude.

Os ambientes de baixa solicitude o conhecimento tácito é pouco aceito como

fonte de informações. Assim, neles, normalmente se impõe a necessidade de tornar

o conhecimento tácito em explícito para que se possa estimar seu valor e, então,

avaliar se ele será compartilhado ou não. (KROGH et al, 2001).

Em condições de baixa solicitude, a criação de conhecimento social se baseia

no processo de captura – processo absolutamente individual de tentativa de

aquisição de conhecimento em ambientes nos quais não há compartilhamento

voluntário de idéias e informações – sendo que boa parte ocorre por meio da

transação, caracterizada fortemente pelo trânsito de conhecimentos explícitos e pela

proteção excessiva ao compartilhamento de experiências de aprendizado entre

grupos. O compartilhamento só ocorre mediante o estabelecimento de recompensas

individuais ou coletivas.

No entanto, quando a solicitude é alta, as pessoas criam conhecimento

individual mediante transferência de insights – movidas por sentimento de ajuda

mútua. Neste processo os indivíduos tentam compartilhar e incorporar

conhecimentos de forma bilateral e verdadeira – passando a gerar o conhecimento

social por meio da convivência – situação caracterizada por profunda mudança de

visão, na qual grupos apresentam alto comprometimento com as idéias, com as

experiências, com os conceitos e com os próprios colegas de trabalho. Há o

surgimento de ambiente propício para o compartilhamento de conhecimentos tácitos

e os indivíduos enxergam os processos organizacionais segundo os valores de

conhecimento que eles efetivamente possuem.

Dentre as sugestões propostas por Krogh et al (2001) para a consolidação de

ambiente em que impere a convivência e seja plataforma efetiva para a criação de

conhecimentos, destaca-se a identificação das fontes de conhecimento tácito

(40)

3

KNOWLEDGE MANAGEMENT DIAGNOSTIC – KMD

O Knowledge Management Diagnostic (KMD) é um instrumento de

diagnóstico de gestão do conhecimento composto por um questionário e uma

planilha de avaliação. Ele está inserido no contexto de um framework que permite

diagnosticar a situação dos processos de GC da organização, contextualizá-los e

fornecer subsídios para a proposição de iniciativas que permitam aprimorar ou

estruturar práticas de GC na organização.

Mas antes de se aprofundar no estudo deste diagnóstico, é necessário tecer

algumas considerações sobre como o processo de GC é estruturado. Sua

estruturação está baseada em duas linhas de atividades que correm

simultaneamente nas organizações: os processos tático e estratégico. Essa

estruturação é relevante porque simplifica a maneira de pensar sobre como as

organizações geram, mantêm e dispõem do conhecimento que possuem para criar

valor. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

O processo tático corresponde à utilização diária do conhecimento para

responder às demandas ou às oportunidades criadas pelo mercado. Nele, conforme

as pessoas reúnam a informação necessária ao seu trabalho diário, elas utilizam

esse conhecimento para gerar valor, aprender com os que criaram e, depois,

devolvem esse conhecimento ao sistema para que outros o utilizem para solucionar

seus problemas. Esse lado tático abarca quatro passos básicos: Obtenha, Utilize,

Aprenda e Contribua. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

O passo Obtenha se refere à busca de informações para sua posterior

utilização na resolução de problemas, tomadas de decisões ou criação de novos

produtos ou serviços. Segundo Bukowitz e Williams (2002) o “obtenha” tem sofrido

algumas transformações com o advento de novas tecnologias, que permitem uma

quantidade inarrável de informações. Agora, em vez de terem de agir com base em

pouca ou nenhuma informação, as pessoas estão munidas de um grande número de

informações. As autoras alertam que a eficiência do processo depende da

capacidade das pessoas de selecionar as informações relevantes por meio de

(41)

O passo Utilize refere-se à forma como os membros da organização

combinam a informação, de maneira nova e interessante, para criar soluções

inovadoras. A organização pode oferecer instrumentos aptos a reforçar o

pensamento criativo e encorajar a experimentação e a receptividade. (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

Os passos Aprenda e o Contribua são vistos atualmente como um meio de

criar vantagem competitiva. Em relação ao Aprenda, as organizações devem

encontrar formas de integrar esse processo de aprendizagem à maneira como as

pessoas trabalham. Um desafio, pois isso significa resistir à mentalidade que coloca

as necessidades de curto prazo acima de uma reflexão estruturada que tem

potencial para dar retorno a longo prazo. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

O passo Contribua visa a incentivar os empregados a contribuírem para a

base de conhecimento comum com o que aprenderam. Por meio dela as empresas

podem poupar tempo e dinheiro ao transferir as melhores práticas, aplicando o

conhecimento ganho como uma experiência em outra. Mas convencer as pessoas

de que a sua contribuição dará retorno, tanto para a organização como para elas

próprias, é um grande desafio. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Já o outro curso de atividade, o estratégico, é um processo a longo prazo. Ele

combina o intelectual com as exigências estratégicas, ou seja, tem como meta o

alinhamento da estratégia de conhecimento da organização com a estratégia geral

de negócios. A GC no nível estratégico exige uma avaliação permanente do capital

intelectual existente e uma comparação com as necessidades futuras, e

compreende os seguintes passos: avalie, construa, mantenha e descarte.

(BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Para Bukowitz e Williams (2002) o Avalie exige que a organização defina o

conhecimento necessário para a sua missão e mapeie o capital intelectual atual, em

contraste com as necessidades futuras de conhecimento. Afirmam ser necessário

desenvolver uma medida apta a demonstrar se a empresa está aumentando sua

base de conhecimento e lucrando com o investimento no capital intelectual.

O passo Construa e Mantenha visa a assegurar que o capital intelectual futuro

irá manter a organização sempre viável e competitiva. (BUKOWITZ; WILLIAMS,

2002).

E, por fim, o Descarte assegura que as organizações examinem o seu capital

(42)

organizações não devem se apegar a conhecimentos que não estejam mais criando

valores. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Na figura 2 é apresentada a estruturação do processo de GC.

Figura 2 – Estruturação do Processo de Gestão do Conhecimento Fonte: Bukowitz e Williams (2002)

E foi justamente com a finalidade de ajudar a organização a diagnosticar se

está desempenhando bem todos os aspectos do processo de GC, que Bukowitz e

Williams criaram o KMD, instrumento de avaliação qualitativa e subjetiva que tem

como objetivo provocar a organização a pensar sobre todos os elementos aptos a

criar uma abordagem exitosa da GC. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

O KMD pode ser utilizado tanto para avaliar toda uma organização como

apenas um setor desta, caso seja de grande porte. O instrumento divide-se em sete

seções correspondentes a cada passo dos processos tático e estratégico, contendo

cada uma vinte afirmações. Os critérios de avaliação são: “F”, quando a afirmação

for fortemente descritiva na organização; “M”, quando for moderadamente descritiva

(43)

Para se interpretar os resultados do KMD é apresentado no quadro 1 uma

planilha para a apuração da pontuação de cada seção. Quanto mais alto o

percentual, melhor o desempenho de um dos passos do processo de GC.

Calculando a sua pontuação

Número de Fs: x 3 =

Número de Ms: x 2 =

Número de Frs: x 1 =

A sua pontuação

Pontuação total possível 60

A sua pontuação percentual % para a seção

(A sua pontuação dividida por 60)

Quadro 1 – Planilha de pontuação por seção do processo de GC Fonte: Adaptado de Bukowitz e Williams (2002, p. 34)

Após calcular os pontos percentuais em cada seção, devem-se comparar os

pontos obtidos em cada uma, de acordo com o quadro 2 abaixo. Caso haja

pontuação menor em algumas seções do que em outras é necessário analisar quais

as áreas de GC que estão fracas dentro da organização.

Seção Pontos

Percentuais Corresponde a ...

Seção 1 % Obtenha

Seção 2 % Utilize

Seção 3 % Aprenda

Seção 4 % Contribua

Seção 5 % Avalie

Seção 6 % Construa e Mantenha

Seção 7 % Descarte

Quadro 2 – Planilha de pontuação do diagnóstico de GC Fonte: Adaptado de Bukowitz e Williams (2002)

(44)

Por último, após analisada cada seção deve-se proceder ao cálculo da

pontuação geral do processo de GC, como mostra o quadro 3:

Seção Pontuação

Seção 1

Seção 2

Seção 3

Seção 4

Seção 5

Seção 6

Seção 7

O seu total

Total possível 420

Pontuação

Percentual geral para a gestão do conhecimento

(O seu total

dividido por 420)

Quadro 3 – Planilha do cálculo da pontuação geral do processo de GC Fonte: Adaptado de Bukowitz e Williams (2002)

Feita a análise dos resultados, pode-se dirigir ao passo do framework

correspondente à seção do KMD a ser estruturado. O framework detalha o passo em

imperativos e em desafios, apresentando algumas abordagens que as organizações

têm usado para superar os desafios propostos sugerindo programas de ação que

(45)

Os passos do processo de GC que compõem o framework do KMD, seus

imperativos e os seus respectivos desafios são apresentados a seguir.

3.1 OBTENHA

O passo “Obtenha” corresponde à procura de informações a serem utilizadas

posteriormente pela organização. Obter dados, informações e conhecimento é

importante porque eles são os instrumentos que capacitam “os membros da

organização a resolver problemas, satisfazer as solicitações dos clientes ou

responder a mudanças no mercado”. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Apesar da necessidade de se obter conhecimento não ser uma novidade,

esse processo sofreu algumas transformações com o advento de novas tecnologias.

Passou-se de uma era de insuficiência de informações para as dificuldades do

excesso informacional, os “info-ricos”. O que tornou necessário selecionar as

informações que são realmente relevantes por meio de instrumentos e serviços que

a organização disponibiliza para seus membros. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

“Obtenha” é o primeiro passo no processo de GC, e para que seja eficiente

depende dos seguintes imperativos: articulação, consciência, acesso, orientação e

abrangência.

3.1.1 Articulação

A articulação corresponde ao modo como as pessoas descrevem as suas

necessidades de informação. Bukowits e Williams definem duas formas básicas de

abordagem que as pessoas podem utilizar para localizar as informações que

(46)

A busca ativa é aquela em que as pessoas procuram por um conjunto

específico de dados de forma direta ou indireta. Já a passiva consiste no anúncio de

uma necessidade de informação para toda a organização e na espera do retorno

das respostas para o solicitante. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Para que a

articulação seja eficiente, dois desafios devem ser superados.

O primeiro é entender e comunicar o uso pretendido da informação. Entender

o objetivo para o qual se busca certo dado informacional ajudará a determinar a

abordagem apropriada e a indicar quando as informações estiverem reunidas.

Comunicar o seu uso pretendido ajudará a filtrar os dados e tornará o processo mais

célere. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

O segundo desafio é direcionar as solicitações de informação

adequadamente. Os requerimentos de informações vagos, sem destinatários

específicos são inadequados e ineficientes pois, geralmente, há grupos ou

indivíduos específicos na organização que estão mais bem preparados para

responder solicitações específicas. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

3.1.2 Consciência

A consciência refere-se à capacidade das pessoas saberem onde encontrar

recursos de conhecimento. Tão importante quanto saber o que se está procurando é

saber onde procurar. Os membros de uma organização devem saber quais são as

informações existentes em outros setores, tornando a obtenção de conhecimento

mais rápida e eficaz. Para que esse conhecimento em âmbito global da instituição

aconteça, devem-se vencer dois desafios.

O primeiro desafio é fornecer indicações, como catálogos, páginas amarelas e

mapas. Esses indicadores de conhecimento permitem que se saiba quais

informações estão disponíveis e onde encontrá-las, podendo incluir bases de dados

no interior das organizações e até mesmo publicações externas, além de experts

Imagem

Tabela 1 – Resultado de pesquisa na base de dados Scirus.
Tabela de comparação  Seção  Pontos  percentuais Corresponde  a  Seção 1  79  Obtenha  Seção 2  68  Utilize  Seção 3  73  Aprenda  Seção 4  64  Contribua  Seção 5  64,67  Avalie
Tabela 2 – Priorização de desafio

Referências

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