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O CANCRO SCIRRHOSO EM GERAL .

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sonnr.

O CANCRO SCIRRHOSO EM GERAL .

Tixmrn

Que foi apresentadaa' Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, esustentadaem 6de Dezembro de1842

,

Francisco Dias Copes Junior ,

NATURAL DA VILLADEMACACu'(PROVÍNCIA DO IIIO DEJANEIRO), DOCTOR EM MEDICINA PELAMESMAFACULDADE

.

Celuiquiécritpour remplirundevoirqui lui«ilimposé,o» dont ilnopoutpointsesoustrliic,estondroitdocompter»»et l'indulgence etbienveillance decou»|iuileliront.

RIO DE JANEIRO

TYPOGRAPH

IA UNIVERSAL DE

LAEMMERT

Ruado Lavradio, N

.

» 53

.

18

&

2

.

(2)

ncmiuiMi : « « MA IIII um

SR.DR

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JOSÍ:MARTINS DACRUZJOBIM

.

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DIRECTOR. y /

LENTES PROPRIETÁRIOS.

Os SRS

.

DOCTORRS: d

.

®ARRO.

Botanica Medica, c princí piosdementaresde Zoologia.

Physica Medica

.

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F

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F

.

ALLEMXO

.

F.DEP

.

CANDIDO

.

2

.

°ARRO

.

J.V

.

TORRESHOMEM

.

f

Chymica Medica,cprincipios dementares de

Mineralogia

.

Anatomiageraledcscriptiva

.

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J.M

.

NUNESGARCIA,Presidente.

3.*ARRO

.

Physiologia

.

Anatomia geraledcscriptiva

.

J

.

M.NUNESGARCIA

.

4

.

®ARRO.

Pharmacia,Materia Medica, cspecialmentc a Rrasilcira,ThcrapcuticacArte deformular

.

Pathologia interna

.

Pathologia externa

.

J.J.D*CARVALHO. i

J.J.DASILVA,Supplente

. . .

L.F

.

FERREIRA,Examinador

.

5.®ARRO

.

C.B.MONTEIRO , Examinador

.

F

.

J.XAVIER

Operações,AnatomiatopographicaeAparelhos

.

Partos,Moléstias demulherespejadascparidas, ede meninosrecem

-

nascidos

. í

C

.

®ARRO

.

J.M

.

DAC.JOBIM

T.G.DOSSANTOS

.

MedicinaLegal

.

HygieneeHistoria de Medicina.

»iHMClie»

Clinicaiuternae Anat

.

Pathologica rcspccliva

.

Clinicaexterna eAnat

.

Pathologicarespective

.

LENTES SUBSTITUTOS

.

j

Secçãodas Sciencias acccssorias

.

I

Secção Medica,

j

SecçãoCirúrgica

.

SECRETARIO.

M.D*V.PIMENTEL

.

. . . M.F.P

.

DFCARVALHO

. .

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.

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AQUINO

A

.

F.MARTINS

J.B.D AROSA,Examinador

.

. . .

L.DFA

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.

DACUNHA,Supplente

.

D.M

.

DKA

.

AMERICANO

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FEIJO,Examinador.

. .

.

Da.LUIZCARLOSDAFONSECA

.

N

.

II

.

Em virtudetieumaResolução sua,aFaculdadenãoapprova,nemreprovaas opiniôe* emittidasnasTheses,asquaesdevemser consideradas comopropriasde seus autores

.

(3)

Á MEMORIA

DE MINHA PREZADA E QUERIDA MÄI

,

Testemunho de dôreeterna saudade

.

t IIEI : mm E RESPEITá VEL PAI E HEI HELHIIR AMIGO

V

Homenagem de respeitoede amor filial.

ii Stt32££ y a X

Prova defraterna amizade

.

/ . D . Hopes Junior.

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.

2

(4)

A TODOS OS METIS AMIC40S

i: EN I'Aimci i

.

Ait

ill HEli PROFESSOR DE PHILOSOPH ! !

.

RACIONAL E MORAL

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,

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Tencntc 3

osé Cornes

iTcrrcira

,

illanocl Francisco Pintj

,

Pequeno signal tie cordial amizade , gratidão ereconhecimento

.

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OSU.L.moiSUS

.

DOOTORES

illanocl

pinto portclla,

Antonio

Xanicr ßnliciro

,

Seoerianno ttobriijucs

illartins

,

Sûbabor

3osc Ç

crcira, 3osc Cttij be

Caroalljo

Sonja

illontciro

,

Sinceralembrançade affeição csvuipathia

.

f ft . Copes 3unior .

(5)

<

ä roMS ) V 3i $ & ® .

CancroL palavra derivada do latim cancer3 c do grego karkinos3

que significam caranguejo, loi aexpressão dc quesc serviram os primeiros pathologistaspara designaroscirrlioda mama

,

por causa

,

segundo alguns autores

,

da disposição

,

que se notava nas vêas desta parle

,

as cpiaes tornando

-

se varicosas

,

e mostrando

-

se em

roda do tumor

,

á maneira de raios

,

que partem delle

,

apresentam em apparenciaa forma daquelleanimal;entretanto outros pensam queo nome dccancro lhe foi imposto

,

porque nesta aífecção as ulceras são phagedenicas

,

e os tecidos destruídos

,

e como que successivamcnte devorados

. Esta express

ão

,

que era ao principio individual

,

tornou-se genérica

, depois

quese tem observado

,

que um grande numero de moléstias

,

ainda que essencialmente diffe

-

rentesdebaixo desua relaçãoanatómica

, apresentam

com tudoem seu desenvolvimentoosmesmos symptomase a mesma terminação,

queo cancro scirrhosoda mama

.

Firmadonesta

observa

ção Amiral dá o nome de cancro a toda a lesão

,

quer de secreção, quer de nutrição

,

quando se vê chegada ao ponto de terminar por ulcera

,

que

estende

cada vez maisseus

progressos

em superficie

.

uma

(6)

8

o on» profundidade; islo em

opposi

çùo a Laënnec

,

quo reserva o nome de

cancro

sómente para os tumores formados pelas duas producçõ

es auormaes ,

queelle denominamateriascirrhosa,ematéria enceplialoide

,

ou existam simultaneamente

,

ou cadauma de per d. ou misturadasa outrosproductos morbidos

,

como materia tuber

-

culosa

,

tecido

fibroso

accidental

,

uma especie de geléa

,

umliquido lactescente

,

ou sero

-

sanguinolenlo

,

&e

.

Oolligè

-

se por tanto , cjue Ândral nãoadmittea

presen

ça das matériaschamadas scirrhosa,e encephaloide

,

como constituindo o caracler essencial do cancro

.

Quanto a nóssem nosarriscarmos a emiltir decididanumto uma opinião a respeito

,

diremos sómenteque nosparece bastante plii

-

losophica a maneirapela qual este pathologista encara ocancro;o

que não nos achamos habilitados para dar desta moléstia uma definição exacta

.

Na nossa These nós nos limitamos a tratar do cancroscirrhoso

,

estudando o que ten» de particular o scirrho . eaquillo quelhe dizrespeito depoisdeulcerado;encetaremosnosso trabalho definindo

-

o ou antes descrevendo

-

o em seuprimeiro pe

-

ríodo

,

do

mesmo

modo que o

fizeram

Hoche

,

e Sanson

.

1

(7)

wsmtt ç io

SODRE

O CANCRO SCIRRHOSO EM GERAL .

-

seonomede,scirrho aumtumor duro,quasi sempre unico,pouco sensívelápressão ,atravessado detempos a tempos por doresrapidas, vivas clancinantes;desenvolvendo

-

semuitasvezes semcausaapreciável,muito lento emsuamarcha, deumaresoluçãosempre diíficil, ealgumasvezesimpossível; formado pelaconcreção defluidos brancosno meio deumtecido inflammado, ouliypertrophiádo, óra conservandoseuscaracteres proprios,óra tendo sof

-

fridoumaalteração, cuja natureza não óconhecida, e oíTerecendo, quando seincisa,oaspecto homogéneo, e aeôr dotoucinho rançoso

.

Esta alTecçãoapresentaem seudesenvolvimentotrèsperiodoshemdistinctos, emcadaumdos quacsse nolãosymptomasecaracteresanatómicosdifferentes: estesúltimos vamos estudar,cingindo

-

nosaindacm sua descripção ao que disseramHochecSanson

.

Quando umtecidose tornascirrhoso,apresenta,sendo incisado,umaaglo

-

meraçãode massas lobulosas,reunidasportecido cellular densoecerrado , subdivididascmlobulos mais pequenos,entreosquaesmuitasvezes sedistingue aindaotecidopropriodoorgão

.

Sua consistênciavaria desdeada côdeado toucinho, com que muito seassemelha , até a dascartilagens;sua côr »'

branca azuladaouacinzentada

,

céligeiramente transparente

.

Duassubstan

-

ciashem distinctas constituem esta alteração:uma éomesmotecido oumenosalterado, umasvcz.esdenso ,cde apparcnciafibrosa, eoutras adel

-

gaçado, semcohcsão,epercorrido por vasos bastantegrossos, porém de paredes delgadas c fracas; c finalmente como

liypcrtrophiado,

formando

mais

VI

.

(8)

10

arcolasou ccllulas mui irregulares: a ouïra consistecm uraa materiade aspectoinorgânico , brancaazulada

,

csverdinliada,avermelhada,oudeuma còrligeiramenloescura

,

existente nasccllulastioprimeiro tecido, maisou menosadhérenteá suasparedes,e sem

do scirrhocm seuprimeiropçriodo

.

D’estaépochacmdianteotecidoperdemaisou

caracteres , c entãovè

-

sc queo tumor nãorepresentamais que homogéneo , tendo a maior semelhançacom otoucinho rançoso ,rangendo debaixodocscalpéllo ,eondesóumadissecçãominuciosa pódedescobrir, vestígios do tecidono qual se operoua desorganisação

.

Esteéosegundo

per

íodo do scirrho,aoqualse tem dadoonomede Cancro

,

cancro occuUoou scirrlio doloroso,porcausa dasgrandesdores de queéjáacompanhado

.

No terceiro

per

íodo finalmcntcenconlra

-

se a massascirrhosa desigual, adhérenteaos tecidosquearodêam ,<aosquaescila enviaprolongamentos fibrosos,queparticipammaisoumenosda desorganisação;óentãocercada devèasvaricosascmuito flexuosas;molleemumoumuitos pontos ,ou como penetradaporserosidade; offcreccalgumasvezes anpparenciadasubstancia corticaldocérebro, aoqueLaënnecchamatecidocncephaloideoucerebri forme; outrasvezesédisseminada depequenosderramamentos sanguíneos,oudeixa ver emmuitos pontospequenascavidadescheias de liquidoserosoousanioso , céentrecortada de porçõesduras, evermelhas , dematérialardacea, de porções dorgâo ainda sãs , do fungosidades , de materia tuberculosa, de melanose,&c

.

;éfinalmente ulceradaemsuasuperficie, listaulcera,que osautores tem chamado ulceracancerosa ,éde umaformaarredondadaou ovoide;suashordas representamumcirculo duroclardaceo,ousãodelgadas, desiguaesevoltadas p ara fóra;suasuperficie cinzenta,avermelhadaou escura,

apresenta fungosidadescobertas de umapelliculacinzentaounegra ,banhada por sanieou coberta por uma matéria escuracoinapparencia deferrugem dechaminédiluida:alem d’islonota-secmdistancias maisoumenos afas

-

tadasdadesorganisaçãoglandulasengorgiladas,inflammadasouscirrhosas, e até mesmo outros tecidoslambemaficclados do mal

.

Chegadaa este grão dedesorganisação dão osautoresámoléstiaonomedescirrhooucancro amol

-

Icscido

,

ulceradooucarcinoma

.

Tacs são oscaracteres analomicosqueseobservam nos 1res differentes periodosda alteraçãodequenosoccupâmes:nãoterminaremosporémeste artigo , semquefaçamos men çãoda moléstiadesignada pelosautores nomedetubérculosscirrhosos

.

duvida secretada porelle:eisoestado

menoscompletamenteseus um lodo

com o Bemcomoos tubérculosemgeral , estaalteração se

desenvolve

entreas malbas detecidossãos

,

cujas funeçõ

es

só vexapor suas propriedades phvsicas,

(9)

1 1

como sou pôso

,

suamassa ,ropellindo

-

osno rcdor <lcsi;ipropotçSoquevai

crescendo:estasmassassãosopnradas dos tecidos ,nomeio dosquaesexistem, porum kvstomaisou menoscompleto; seus progressos são cmgeralmui lentos

.

Apresençadokystotornamais lentaaindaamarcha da moléstia, ctem

-

se vistoalgumas vezestubérculos scirrhosos cnkystados inteiramente convertidoscm materia ccrcbrilbrme , semque tenha sobrevindo mudan ça alguma nos tecidos exteriores; masdepoisde amollecidos

,

os tecidos que se alteram , e desde então seuscaracteres anatómicos , sua os cercam

marcha,e seusprogressosulterioressão os mesmos

,

que se observam no scirrhopropriamentedito,depoisdechegadoaosegundoperíodo

.

Pois que conhecemos oscaracteres physicosdo cancro scirrhoso, para determinarmossuacomposiçãointima ,vejamosoquese temcscriptoaeste respeito, já quemaisnão podemos fazer

.

SegundoAmiral,a librina soli- dificada nos vasos sanguineos constitueás vezes nointerior dos orgãosmassas brancassemelhantesaos tumorescancerosos:nocadaverdeumindividuode meia idade ,emcujopulmão senotavamestas massas,elleviu asramificaçõesmedias da artériapulmonarengorgitadasde uma materiasolidadeum branco sujo

,

avermelhada em algunspontos,molleeacinzentadaemoutros:estamateria por elle examinada, nãolhepareceuseroutracousa , senão sangue solidifi

-

cado ,eredusidoaseuselementosíibrinosos ,conservandoamateria corante emalguns pontos

.

Proscguindoádissecçãotãolonge,quanto lhe foi possível, elleverificouapresença<ieumamateria semelhantenosmais pequenos vasos; e,queasmassasbrancas , que encontrounopulmão,cmlogarde serem degeneração do orgão , ou um tecidoaccidental formado nomeio delle, não

uma eram senãogrnpposdepequenosvasoscheios delibrinasolida,c em grande parte descorada: casos analoges observou eile emfígadose rins aífectados d’eslasmassas;eVclpeauvendo umfacto d'estegcncro,concluiu , queocancro podia dcscnvolver

-

soprimitivoincnle nosangue;sporémjulgamoscomAn

-

drai

,

queuma certaalteração dalibrina do sanguefaz umpapel importante na formaçãodosproduclos chamados cancerosos , equescestaalteração da fibrina coagulada nos vasospôdeserconfundidacom o que Lacnncc chama materia cnccphaloide

,

concebc

-

scmui bem que a mesmacousa pôdeacontecer, logoqueesteelementoalterado saindodos

menosconsideráveis no seio dc um

vasosseretinaemmassasmais ou orgão qualquer

.

Como estas massas fibrinosastemumagrande tciulenciaaseorganisarem,admitlindo

-

sequeellas constituam umdosprincipaes elementosdasproduceõescancerosas,explica

-

se

facilmenteaexistência dosvasosde nova formação noseiodestas produceões

.

UmesmoprofessorAndralélambemde opiniã oquealgumas vezesa livper

-

trophiu do tecido cellularé só de persi bastantepara constituir oscirrho:

(10)

12

Jioivin

,

1}ocliecSanson, e outrosque mas estaopiniãoémodificada por M

.

dizem,que ahypertroplnadotecido

cellular

sóporsi nãoconstituooscirrho; mas queómister ,(piohaja conjunctamentcuinainfiltraçãode matérias gela

-

tinosasoualbuminosas , maisou menos concretas,combinadascomotecido pri

-

mitivodoorgãolezndo;cque a combinação destesraateriacscom ostecidos deve ser detal sorte intima , que elles nãopossammais sereliminados pela absorpção

.

Poder

-

se

-

lia determinarqualsejaasede immédiatsdocancro scirrhoso ? Se

mo

attendermosqueasproducçõescancerosasapresentam sempreosmesmosca- racteres , por mais differentes(pie sejam osorgãos, em cujo seio cilas se desenvolvem,leremosgrandesprobabilidadesparacrêrqueénatramacellular destesorgãos que nascemessasproducções

.

Esta opinião ó tanto mais vero

-

símil , quantoopropriotecidocellular,ccllulo

-

adipozo ou gordurento ,émuitas vezesasédedctumores cancerosos

.

A naturezadamoléstia que nosoccupa,istoé, aespecicdcalteraçãosobre- vinda naacçãoorganicadaparte, onde existealesãoanatómica ,nãopóde de certoserdeterminada

.

Sendoocancroumaproducção anormal , claro está , queparapenetrarsua natureza , seriapreciso conhecer a fundoomecanismo das producçõesorganicasnormaes;mas no estadoactual da sciencia,não tendo nósdadospositivossobre esteponto ,estamospor issona impossibilidade de conhecer estaespecicde alteração, como era para desejar

.

Duasordens decausas concorrem paraoapparecimenlodo cancroscirrhoso;

chamaremos a umas predisponentes, e as outras determinantes

.

Entreas predisponentes collocaremososexofeminino,aidade adulta ,eespecialmenle aidadecritica , epochaemqueosorgãosgenitaessãoestereis;poiséentão, que maisfrequentementeseobservaocancronaquellcs quesãodestinadosã geração, e úconservação dofructo, corno são ostesliculos, o utero , mamas;as paixões deprimentes,ostrabalhos excessivos, otemperamentolim- phatico, a descendência de pessoasaffectadas dcslu moléstia, a exposição constanteáhumidade, apassagemdeum clima scccoequentepara umfrio c liuiiiido ,eoutrascircunstanciasque podeiu obrardomesmo modo

.

airicçãorepelida,ascontusõesprovenientes dc pancadas equedas, osestímulos frequentes, osengorgilamenlos,cphleg

-

inasiaschronicas abandonadas, ou tratadas com remedios estimulantes, as ulceraçõesantigas

,

cem particularasdenaturezasipliililicn,asupprcssão de um fluxonatural comoos menslruos, morbidocomo as

hemorroides .

a leocorrhéa,ouartificial como osexulorios;a repercussãodc um dartro

.

dequalquer outra allecção cutanca; osexcessosvenoreos,oabusonasbebi dasalcoholica» ,<S.c

.

Ápárdascausas,queacabamosde

enumerar

,

c as

As causasdeterminantes são :

ou contavam

(11)

13

também algunsautores a absorpção doichorcanceroso postoem contacto comumamembranamucosa , oucomotecidocellular;mashojeMM

.

Alibcrtc Bidprovarampor experiências tãoconcludentes,quanto ousadas,aexageração d’estetemor dovulgo, inoculando impunementecmsimesmos opretendido viruscanceroso:tal era o ardor comque trabalhavam para enriqueceraseien

-

cia!Outrasexperiencesvemaindaemapoiodislo, como sejam a nutrição de animacscomtumorescancerosos,acohabitação demulheresaílccladasdc cancro noutero, sem queemcasoalgumdcslessemanifestasseo menor indiciode infccção

.

Doexamedascausasmencionadasconclue

-

se ,quea maior parle d’cllassão de natureza irritante; c foi isto sem duvida,que induziu muitos medicos a considerarem esta moléstia coinosuccedcndo semprea um estadoplileg

-

masico;vê

-

se poremque estamaneira de pensarnãotem fundamento, sc

considerarmos, quenemsempre lodosos estímulossãoseguidos de phleg

-

masia;assimcomoqueemumgrandenumero decasos oscirrho sedesenvolve semque tenha precedido esteestado morbido:parece melhorpor tanto dizer com BocheeSanson,queumairritaçãopassageira, ourepetida, preside sempre , ouquasi sempre, á sua formação , eque esta irritação é algumasvezesin

-

ílammatoria

.

Uma opinião diametrahncnteoppostaáqueacabamos de refutar professão Bayle e Cayol; estes escriptorcsbaseados cm factosreferidos porLedran, AlexandreMonro

,

eoutros práticoscelebres, dodesenvolvimentodcscirrhos noseio, c cmoutraspartes,jsemcausaexteriorgeralnemlocal:tendo elles mesmosvisto sobrevirnosindivíduos expostosà acção de tacscausasantes umaphlegmasia , que terminava porsuppuração,ougangrena , do queum cancro;aopassoqueemoutrospelo contrario sobrevinham cancroshorríveis originadosporumacontusão ,umsimplesengorgitamenlosiphililico,admit tem no organismo umacondiçãogeral , ou umadisposição interior, edesconhe

-

cida ,aque elles chamãodiatliese cancerosa,aqualébastante,cmcertoscasos, para por sisódarlugaráformaçãodocancro

.

Semprocurar explicar,nem definiresta diathèse , queé , e serásempre desconhecidaemsua essência , elles avançamquecila póde existirlongotempo, c mesmotodaavida , sem scmanifestar poralgum signalexterior , c sem produzirocancro

.

Nós não seremos tãoousados, quenos atrevamos a negarabsolutamoùlca existência dcsimilhanlcdiatliese; mas noestado dc duvida, cm que nosachamos, seja

-

nos ao menos pcrmitlido perguntaraosautores delia, como se póde reconhecerumadiatliesecancerosa

,

quesenã otemmanifestado porsvmploma algumexterior,quenãotemdadolugar amoléstiascanonisas,eque secundo elles incsiuosó desconhecidaem sua essencial1 Sc nãopossuímos ubsoluU

-

VI

.

il

(12)

-

ill

-

monlcmeiosdoa conhecer ,para quo

admillirmos

suaexislencin? Osmesmos autores, cuja opinião examinamos, disputam entresi, seesta diallioseé anteriorao nascimento, ou sosobrevomcmcerta epocliadavida, edeclaram que esta questãoéinsohncl

.

A vistapoisdasconsideraçõesqueapresentamos, nãoseria melhor fazer consistiradisposiçãoparaocancro,em umcertoestado doorganismo, assim como admiltimos paraasoutras moléstias? Dizem aindaestesauthores , que ocancro não ë uma moléstialocal,aindamesmoque elle, seja determinado poruma causaexterior

,

e(pie éáestadialhesc linalmcnte que devem a propriedadedescreprodusirmais de vinteânuosdepoisdesuaex

-

tirpação, nãoobstantetodasasapparenciasdoumasaudeperfeita

.

Naverdade considerarcomoreproducçãode umcancrojáextirpadoaquelloquese ma

-

nifesta maisdevinteannosdepois, havendo duranteesteimmonso intervallo todasasapparenciasdeumasaude perfeita, é umadoutrinasingular!

Umaoutraconsequênciadoprincipioda diathcsecancerosa, tal como a concebem BayleeCayol,éser o cancro constanlementeincurável: a isto responderemos , quesccertas moléstias cancerosas sãonecessariamenteincu- ráveis , em rasão de sua séde,eextensão, omesmo se nãopóde dizerde todas, porqueentãoseriacontradizeramaissãexperiência

.

Dissemos no começo desle nosso trabalho, que ocancroscirrhosocm seu desenvolvimentoapresentatrèspériodesbem distinctes ,cm cada umdos quaes notão

-

se caracteresanalomicos,csymptomas differentes;oratendo já tratado d'aquelles, restaoccuparmo

-

nos destes

.

Poucos phenomenosliaordinariamentenoprimeiro período:assimamoléstia annuncia

-

scporumtumor, no qual a dôróquasioúnicosymptoma notável: estadornãoócontinua, cmuitas vezes faz-sc sentir comlongos intcrvallos;oëmesmoraro, queosdoentes deixemdescnli

-

la mormenteseoorgão, séde domal ,éprofundamente situado

.

Quandocollocadonoexterior, este tumor éfrequentemente desconhecidonasua natureza , ousó semanifestapor seuscaracteres physicos,peloseu volume , seupeso ,econsistência;desdeo seu principioéduro,cdesigual;algumasvezes suasuperficieéregular

,

claslica, maismollecmcertos pontos,quecm outros;apelle queocobre conserva estadonormal;ovolumedoorgão,noqual ellesedesenvolveéordinariamente augmentado;poreinnão é raro vè r

-

solambemoorgãocomo atrophiado,emais compacto,que no estado natural

.

Depois deum tempo indeterminado,este tumor torna

-

sescnsivclesponta

-

neamente, ou emconsequência de alguma violência externa; o enfermo experimentaentãon’clledores urentes ,lancinantes,oupungitivas, cdo talsor

-

te intensascfrequentes,queoprivamdcdormir, c

arrancam

-lhegritos agu

-

os cancros

seu

(13)

/

15

tlos; olle augmcnta

-

se conslanlcmcnle , c torna

-

so mais desigual; a j»elle

<{ue lliocorrespondetoma uma

tensa;as as visinhas setornão varicosas

,

opulsoapresenta

-

semais acccle

-

rado para atarde; lia sôde, aIcmperalura docorpo augmenta, a côrse faces mostram

-

seafogueadas, oappetite dcsapparecc ,os])alimenlos docoraçãosãomais frequentes ,e o enfermo pódo mesmo succumbir no meiode tacs solTrimcntos

.

Masnemsempreestaserie desymplomas,que segundo période

,

apresenta omesmogrãodeintensidade , c isto depende, oudocancrotersuasede em umorgãoexterior, ede poucaim

-

portância , ou degozaroenfermo deuma força vital considerável , eentão amoléstia seprolongana sua marcha

.

Noterceiro periodoos symplomas, que acabamosdeindicaraugmentam dediaadia;o tumoramollece, apelleque ocobreseadelgaça , eesco

-

ria

-

se;correum liquido ieboroso ,escuro oulímpido, urenle,edecheiro insuportável, oqual irrita todasas partescom quese põecmcontacto; muitasvc/escorresangue,provenientedaerosão dos vasos , c nãoobstante este corrimento,o tumor não diminue devolume; forma-se uma ulcera , cujas bordassãoduras,voltadaspara fóra,ecircumscrevemuma superficie desigual, dondeseelevamexcrcscenciast'imposas exlremamenlcdolorosas , que secrelamum pus fétido

.

Asglandulas visinliasseengorgitam,mesmo aqucllas, quenão se achamsobre o trajccto dosvasos lymphaticos, que partem daulcera :todasas parlescircumvisinhassãosuccessivamenteinva

-

didaspela ulcera, emtodasasdirecções ,depoisdcleremsoifridoadegene

-

raçãoscirrhosa;sobrevémfrequentes bemorrhagias;oenfermoemmagrece notavelmente, apelle tomaumacôr de'palha,afaceapresentaumaspecto, que denota umaalteração profunda;collecçõesserosasscfazem notecido cellularcnascavidades;finalmcnte apparcccmhorripilações ,febrehectica, suoresnocturnes,diarrheacolliquativa, &c

.

;este cortejo desymplomas é produzido porumadeterioraçãodo organismo ,a que os autores tem cha

-

madocachexiacancerosa

,

daqualc a morteumaconsequência necessária

.

Ordinariamenteamarcha do cancro scirrhoso é lenta, o indivíduos lia côrvermelha,ou azulada, c torna

-

se mais

anima, as

marca o

que , sendoaffecladosdoscirrho, duram vinte, e trintaannossemque elle comprometia suaexistência, pois que cm

no segundo , sebem quemui raras vezes,

primeiroperiodo, c mesmo seu

conserva-seestacionário; porém isto obscrva

-

scsomente quando elle é indolente, quando accommctlc orgã o ,cujafuneção nãoé essencial ávida, ouquandoéenvolvido kyslo

.

Em circumstanciasoppòslasos progressosdestemalsãocontinues;

annospodem decorrerentre o principio,e a ter

-

minação

.

Tem

-

se visto lambem por vezes scirrbos

cicatrizarem

um em um mas aindaassim muitos

esponlttuea

-

(14)

10

monteno terceiro période: nestes casos a gangrena apodcra

-

sc de toda a

isola dos tecidoscircumvisinhos;esta massa destaca

-

massa cancerosa,ca

se , c resulta então uma ferida simples,que pronaplamento cicatriza

.

Esta terminaçãotãofeliz,do cancro scirrhoso éraríssima ,c porisso não obsta , que elle seja sempre uma moléstia lerrivcl

.

.1/

.

Dupuytren pensa,que é

partieularmente quando uma massacancerosaexiste debaixo da lórma en

-

kystada

,

quea gangrena póde destruil-a cm totalidade,e óem taes cir- cumstancias ,que , segundo estoillustrecirurgião , osenfermospoderãoser completamentccurados

.

O diagnosticoda moléstia , que estudamos ,offerccc muitas vezesgrandes diiliculdades;quandoomal existe exteriormente,não sepódesuscitar du

-

vida alguma sobreasuanatureza scyrrhosa ,se apelle quecobreo tumor é enrugada, edccòr semelhanteádochumbo; sesuasuperfícieéirregular, desigual, e

.

tem conlrabido adherencias solidascom a pelle, c as partes visinhastornando-sealé m d istosédc de dores lancinantes

.

Masnemsempre assim acontece;porquantoogrão dedureza, e osdiversos estados, emque seapresentaasuperfície do scirrho, sãomui variaveis, e podemsercom- muns a tumoresd umoutrogenero; em muitoscasos o tumor é movei, sem dores , sem adherenciasáspartessubjacentes , ca pellenãotem sof

-

frido alteraçãoalguma

.

Sua tendênciaasollrcr adegeneraçãocancerosa,que ordinariamenteserveparadistingui-lode uma intimação de boa natureza, dáumsignal,quepouconospóde aclarar:estapassagemao estadocance- roso não é mesmo indispensável , c depende,em grande parle de muitas circumstancias exteriores ,aqueotumorpossasersubmelíido

.

( )scirrho nã o toma de ordinário um volumetão considerável, como os outrostumores: estes nã o.tem um pezo igual ao d'elle, nem tendência a la/

.

cr soflYcr ás

partesvisinhasumaalteraçãoanaloga

.

Em lodoocaso, logo que existeum tumordurocantigo,cuja origemédesconhecida , deve

-

sedesconfiar desua natureza

.

Amesma ulcera cancerosanãoapresenta caracterestão particula- res, queadeixem discriminar lolalmcnlcdalgumas ulceras siphililicas, cscrophulosasrebeldes; porém nestescasos ocirurgião póde ser dirigido pelas modificaçõesqueaulceraapresentar sob a influencia do tratamento anti

-

siphilitico,ouanti

-

cserophuloso, etambémporestacircumstancia, na ulcera cancerosaas doresnão cedem senão aosemollientes

ou

que eopiáceos, c são augmcnladaspelostopicosirritantes

.

Quandoocancro scirrhoso oc

-

cupa orgãosinteriores ,odiagnosticotoma

-

se ainda mais obscuro, e ésó

por

umexameprofundodasperturbaçõessobrevindasnasfuneções do taes orgãosque se vencerá semelhante dilfículdade

.

Esteexame,

nos casosmesmos

,

emquemassas

cancerosas desenvolvidas

em orgã

os

into

-

éindispensável

(15)

17

riores , possam ser apreciadas pelolactoatravéz dasparedesdas cavidades, queoscontem*como são

,

porexemplo, cerlos cancros do fígado, do estô

-

mago,&e

.

, &c

.

Ogruppo de symptomas , a que setem dadoonome decachexia cance

-

rosa, pódc acclárar

-

nos em casosduvidosos; mas é precisoaltendcr ainda , que esta reuniãode plicnomcnoslambem semanifestacmalguns casos de desorganisações chronicas

,

que não sãode natureza cancerosa

.

Oprognosticodocancroscirrhosoésempremuidesfavorável

.

Kilo sere

-

vestedemaior gravidade quando aaíTccção abraçagrande extensão de um orgõo , quandoosugeito aflectadoéde máconstituição ,quandoa moléstia éhereditaria, quando édolorosa, c seusprogressossefazem com rapidez; efinalmentequandoaccidentesgeraesse tem manifestado

.

Sepelocontrario ellaésuperficial, se não chereditaria , se nenhum symptomageral se tem declarado, seé oresultadodeumaviolênciaexterior,seé recente , e,se a constituiçãodo indivíduo é

,

nãoobstante,boa ,oprognosticoémenosgra

-

ve

.

Masseexistemmuitos tumoresscirrhosos, e oorganismo lodose acha aflectado , podemos dizer então,queamoléstiaestácompletamente acima de todosos recursos darte

.

Temoschegadofinalmcnteá ultima ,etalvez mais interessante parle,da nossa These, áaquella, em que temos denos occupardos meios, senão capazesde curarradicalmentc osindividuosaflcctadosdo cancro scirrlioso , ao menos osmais proprios para allivia

-

los dos terríveis sollrimentos que semelhante moléstia produz

.

Estes meiosdistinguem

-

seemtherapeuticos, e cirúrgicos

.

Infclizmentcnão temos umabasefixa , sobre que elles repousem, por isso que os symptomasea marchada aflecção , emseusdoisprimeiros

per

íodos,sãoásvezesmui variaveis,eainda porque nãoésemprepossível apreciarogrão de alteração que temsoflrido o tecido tornadoscirrhoso , nem obter signaes certos paradistinguiroscirrhocurável, d’aquelle que o não é

.

Entretanto vejamos asregras de tratamento a que elle pode submellido

.

Consistemestas cm sollicitai' a resolução do tumor por meios internose externos, ou cm destrui

-

locom o instrumento cortanteoucornoscáusticos

.

ser

0 primeiro melhodo deve ser tentadolo..as as vezesque oscirrho iòr re

-

cente , ou tiver sncccdidoa umaphlegmasia;então recorreremos ássangrias locacsrepelidas,aosrevulsivesappliçadosem outras partes »lo

corpo

, espe

-

cialmonte sobreasvias digestivas*quando estiveremisentas domal interno dos narcóticos para calmar as dôres, se cilas lbrem vivas;

deve jniilaroempregode topicos«'mollienles, narcóticos, o resolu

-

livos, qitamlo a moléstia existir exteriormenle

.

Tem

-

sedito

.

, oao nso a estes

meiossc

que este trata

-

VI

.

5

(16)

-

18

-

monto, sendo

por

muito tempo empregado

,

acabaporallacar a constituição do

indtvidu

ò ,o poi'lazer degenerarmais promplamenteoscirrho em cancro;

todavia julgamos que elledeveserposto cm pratiéa ,logo que, a degeneração cancerosanãofòrbemevidente,poisquedeseu

emprego

temresultado omitas curas;alémdisto tem a vantagem de tornar a moléstia estacionaria, oudc redusi

-

laaumestado de maiorsimplicidade,c tornar assim maisíaciloemprego deoutras medicações; podendo nós suspende

-

lo

-

, depoisde empregado por

algum tempo

,

quando odoentenão tiver obtido melhora ,ouquando virmos quese deteriora o seu organismo

.

A experiência tom mostrado , que este tratamento em umgrande numerode casos, torna-sc cíEcaz, se tem sido alternadocom o emprego de excitantes locaes, como são entre outros , as fricções com preparaçõesmercuriaes ,com ohydriodãlodepotassa , ócc

.

, pois queassim modificado éoúnicomeio capaz deobn

-

r a resoluçãodo srirrho,

fazendocessar o estado de inércia , eministrando-lhe a aclividadc vital ne

-

cessária , para estaterminação

.

Esta conducta porémdevemosseguirsomente quandooscirrhofôrexterior ,cassim mesmo comgrande caulella,porque,se excessivamenteo irritarmos

,

adesorgauisaçãoeffectuar-se-ba deumamaneira mais prompta

.

Uma abstinênciaassazrigorosa, secundandooempregodestemcthodo,póde torna-lo muito maisvantajoso

.

Com effeiloéde experiencia queos engorgi

-

tanientos chronicos se resolvem mais facilmente sob a influencia de uma abstinência severa; c pareceque achando

-

se a economiapobrede matcriaes nutritivos, a absorpção se exerce sobreessesque lhe são estranhos

.

Poteau deLyon

,

queempregavaporúnico tratamento uma dietarigorosíssima , queria que osdoentes fossem privadosdetoda a alimentação por espaço dcvinte , trinta, quarenta dias , e mesmo dois mezes, ministrando

-

lhes somente uma

certa quantidadedagua nevada ,eo consentindo quenofim deste tempo tomassem alimentoalgum solido,senãodepoisdclhes terdadogradualmenlc uma gemma dovo diluída em doiscoposdagua, depoiscremes

,

sopas, &c

.

Este mcthodo ,quanto a nós, nãodeixa de ser racional, c proveitoso; isto mesmo atlcslam os numerososfactosde cura,que do empregod’elle obteve Poteau;masnósque empregamosaabstinência conjunclamentc comassangrias

jocacs, nãoseremos tão rigorosos

.

Outros meios nos fornece ainda a matéria medica, recorrer,quando os acima mencionados forem infructiferos, principiodomaleconjmiclamcnlecom

riormonlc, parecempossuira propriedadedeaccélérai*aresoluçãodoscirrho

.

tacssão, acicuta, a bclladona

,

o acclalo de cobre

,

ooxidode carbonato de ferro

,

ochumboo suas diversas preparações

,

quaes podemos aos

ou mesmo no elles,porquanto

administrados

into

-

arsemco

.

o os mercuriaes

.

(17)

10

a agua do mar, a agua do louro

-

cereja, a digital, (Sec

.

A virtude anti

-

cancorosa destassubstancias tomsido prcconisadapor uns autores

, -

onegada

poroutros ; com tudo tacs substancias devemsor prescriplas

,

pois que seu empregotemsido muitasvozes coroado desuccesso;deve

-

seporemtersempre em vista o estado do tubodigestivo, antesdclançar mão dellas, cprinci

-

piar,por causade suanatureza toxicologica, por doses fraccionadas,uugmcn

-

tando

-

nsdepoisgradualinéntc

.

I m outro methodo de tratamento , recommendado espccialmente para o cancroda mama, masaoqualse pode também recorrer paraoutrosmuitos cancros exteriores ,éacompressão

.

Yongefoioprimeiro que usou deliana Inglaterradesde 1809 até181(5,esendoregeitada pelosMedicosdeMidlcscx, comoperigosa,foi depoisreproduzidaporPearson

.

Iiecamiaatemempregado nestesúltimos tempos contraos tumoresscirrliososdamama ,ctemcolhido oplimos resultados

.

Este pratico exerce acompressão por meio dc camadas dcagarico sobre postas, demaneira a formar um cone truncado, cujoápice corresponde aotumor, ca baseéapoiada emumaatadura compressiva, ou Um espartilho , que servedeaugmentai'a compressãogradualmcnte dc dia a dia

.

Aestetratamentolocalelleajuntao usointerno da cicuta, daspreparações mevcuriaes , doiodo, &c

.

,cfazfrequentesemissõessanguíneas

.

Segundoa suaopinião, nosscirrhosrecentes a compressãofazvoltarotecidodoorgão enfermoa seuestadonormal semoatrophiar;noscirrhomaisantigootecido doorgão sedeprime,e setransformacm umamassa cartilaginosa

.

Logo que orgão tem perdidosuacstructura normal , c setemtornadocartilaginoso ou lardaceo, a compressão pódefazer diminuir seu volume atrophiando-o, mas sem o fazer tomar sua organisaeão primitiva

.

Longe de augmentar as adhcrcncias conlrahidas entreotumor ,e o tecidocellular que o rodêa

,

a compressão asdiminueconsideravelmente

,

cdebaixodcsua influenciaapéllc queeraadhérentee delgada toma seus caracteres normaes : depoisdclivre o tumorde suas adhcrcncias póde ser extrahidofacilmenteentre osdedos caroçodeumJVuclo ,dividindo

- se

antesa péllc por meio dobisturi, dc um cáustico

.

O mesmo autor julga lambem , que o cancro que fòr um

como o ou

extirpado depois de ter

-

sc exercido a

compress

ão

,

émuitomenos sujeitoa reproduzir

-

sc, doque aquclle quesetiver extraindosemessaapplicaçãoprévia

.

Á vistapoisdoque temos dito a

compress

ão éum meioque nós devemos empregar sempre quefòrpossível

.

Nãoobstanteaeflicacia dosmeiosatéaqui apontados

,

cnãoobstante mesmo elles nascondições cmapparencia as mais favoráveisparaseus orecorrer

-

sea

cffeitos

,

a alteração dos tecidos é desde o

come

ço da moléstia dc tal sorte profunda, que resiste á6uu acção; csc o cancro

occupa

um

org

ão

interior ,

(18)

20

~

o

pratico

temdetodo perdido asesperanças de oCurar

,

esólhe restaesfor

-

ç

ar

-

se quanto puder

para

prolongar a vida doenfermo por meios paliativos, tacs como uma dieta moderada

,

o usodoscalmantes

,

n remoçãode todasas causas de irritação, daspaixõestristes, cfinalmcnteumarestriclaobservância das regrasda hygiene: se pelo contrario elle éexterior, o homem d’artc lisonjea

-

sc então de terásua disposição doisagentes poderosos, quesãoos cáusticoseaextirpaçãopeloinstrumento cortante

.

Masestesdois meios

,

que

serãosómente retardados, quando

,

por uma causaaccidental,oestadogeral dodoentese achar alterado ,e a parlelesadafòr aséde de dores mui vivas, são ainda impotentesquandoomal, lendo já feito grandes progressos, apre

-

sentar os symptómasdequesetem tornado geral,ouquando virmos que é impossível dissipa-lo totalmente

.

N’estes casosacouducta aseguiré amesma, quequandoocancrofòr interior

.

Adestruição docancro scirrhosopoloscáusticos devesertentada quando elle forsuperficial, cquandonão tiveraccommcllidoum orgãoglanduloso;assim oemprego dos cscaroticosdevelimilar

-

seaoscancrosda pelle

.

Estas substan

-

cias devemserbastantefortes ,para que lodoo mal seja complctamentc des

-

truídoporumpeqúeno numerodeapplicaçõcs

.

Os mais empregados ordinariamentesão apasta arsenical, segundoaformula de Fr

.

Cosme;o nitrato accidodemercúrio ,o nitrato de prata

,

a potassa c

á

ustica ,c os chloruretos deantimonio

.

Éparlieularmentecontraasulcerascancerosasda face,queapasta arsenical temsido empregada , csemprecomgrande precauçãopor causa dos accidentes mortaes ,que temsuccedido aoempregod’estetopico;poisqueo arsénico , sendo absorvido produzoenvenenamento, como setivesse sido administrado internamente

.

A ablação do cancropeloinstrumento'cortante ésemduvidaomeiomenos fallivcl , quesepossuc, comparadocomoutrosde quetemos tratado

.

Sealguns autoressetemdecidido contra cila porinfructifera,como sejamAvincenaque ajulga aténociva; Mouro

,

quo tendooperadomais desessenta mulheres vinte annos,sócmquatroomal não sereprodusio; Boyer

,

que em mais de cem casos muipoucoscurativos obteve ,ócc

.

: se estesautores,dizemos , iam a ablação

,

lemospelo contrarioo testemunho deoutrosmuitos , provamcxubcrantcmcnlesuaeílicacia

.

Hill,lendo operadooitentacseisindi

-

víduos , vioquedestessódozeforam mal

shccedidos

; Richcrand ,Dupuytren

.

BOUT

,

Sabatier,c outrosjamais

observaram

a rcpullulaçãodo cancro , quando aextirpaçãofoi feila atempo;

A operaçãopodeserpraticada segundo diversos

m

éthodes,cConsiste umas

vozes

naamputaçãodoorgão

,

onde existeo cancro,outras

vezes

naextirpação cm regei

-

que

(19)

21

daproducção

cancerosa

, conservandono todo ,ouemparle,oorgàoemque ellase temdesenvolvido

.

Estesdiversosmelhodos ,c os j)roeessosquea elles sereferem,devem soffrcr uma multidão demodificações

,

segundoaséde , exten

-

são ,profundidade, evolumedocancrd

.

Noscasos em que aoperação é reconhecida ncccssaria , sejásenãotem posto em uso asemissõessanguíneas locaes, é bomfaze

-

lasantesd elia;acon

-

selham-nas, entre outros cirurgiões ,MM

.

Lis franc,Sansone Blandin; estas sangrias locaes diminuemovolume do engorgitarnento ,e tornam assim mais facd a operação

.

Entreasregrasqueooperadortemdobservar na ablação do cancro ,algumas lia que6mister terbemem vista; sãoasseguintes:extirpar cxactamenle todo o mal , de sorteque não reste omenor vestigiod'elleno tecidocellular, queseachar no fundo da ferida; fazer todoo possível para queo tumor extirpado seja envolvidoourodeado deumacamadade tecido cellular são; tirarcom oinstrumentotudo oquenaferidaparecer suspeito, cconservar, quantopuder, bastantepellesãparacobriraferida ,afim de acceleraracura cpreveniruma cicatriz deforme

.

Apezardasprecauções queacabamos dolembrar,acontecemuitas vezes, que poucotempodepois da operação seapresenta nasuperfície da ferida uma oumais fungosidades, que crescem rapidamente

,

e tomamtodos os caracteresdocancro

.

Logo que isto aconteça deve

-

sccuidar emdestrui

-

las por meiodoinstrumento cortante,e docautério actual, oupotencial

.

Tem

-

se

observadoigualmentc,ecomespecialidadequandootumornãoó enkistado, reprodusir

-

se a moléstia maistarde no mesmolugar operado ,ouem outras partesdaeconomia;íTcslecasonão restaduvidaalgumadeque a aíTecção tornou-segeral:cdeveremosemlaescircumslanciaspraticarsegunda,ter

-

ceira, emais operações?Nãohesitamoscm responderpelaaílirmaliva , visto quealgunsautores,comoSabatiercLacombc,por exemplo,foram bem succe

-

didospraticando

-

as;e mesmoporqueé ounicomeiodeprolongaraexistência

do doente

.

Os mesmos meiosempregadosparacurar ocancroscirrhosopodem ainda servirpara prevenirestas

terr

íveis rcproducçõcs :entre ellesdevem occupai

-

aprimeira ordem as sangrias geraes, a dieta moderada, o evitarpaixões tristes, eagentesirritantes;finalmenlctodasasprecauçõeshygienicas

.

Terminando aquionosso trabalho , resta

-

nos ainda pagar uma divida de gratidão ao Sr

.

Dr

.

Nunes Garcia, agradecendo-lheabenevolência com que se

prestou

ápresidênciadenossaThese

.

FIM .

c

TI

.

(20)

IIIPPOCRATIS APIIORISMI .

SECÇÃO1/ APII

.

l

.

#

1

.

Vila brevis

,

ars longa

,

occasio

pr

æ

ceps ,

experientia fallax

,

judicium difficile

. Oportet

autem nonmodò sc ipsum

cxhibcrc ,

quæ oportetfacicntem

,

sed ctiam æ

grum

ct presentes

,

et externa

.

SECÇÃO1

.

*APII

.

C

.

°

2

.

Adextremos morbos

,

extrema

rem

édia exquisite optima

.

SECÇÃO1/

APII .

8

.

°

3

.

Cum in vigore fuerit morbus

,

tunc tenuíssimo victu uti ne

-

cesseest

.

SEC

ÇÃ

O 2

.

*

APII .

3

.

°

U

.

Sonmus

,

vigilia

,

utraque modum excedcnlia

,

malum

.

SEC ÇÃO 5.1 APII

.

G7

.

°

5

.

Laxitumores boni:crudi veromali

.

SECÇÃO 8

.

'

APII .

G

.

°

G

.

Quæ medicamenta nonsanant

,

caferrum sanat:quæferrum non sanat

,

ca ignis sanat :

qu

æ vero ignis

non

sanat

,

insanabilia exislimare oportet

.

A'

movzJAMWO,1842

.

TYPOGAAPHIAUNIVERSAL PP

.

LAEUMEAT,KIA POI

.

AYAAPIO, 55.

(21)

waiJioim arr /

aaoqqiii

.

1

.

iNA \i

.

!/)'!'1 íiiif

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Estatutos .

Rio de Janeiro

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18/]2

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Referências

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